sexta-feira, agosto 14, 2015

Como se começam a corrigir 30 anos de activismo político?

Depois de ler um artigo como este "French farmers reap a harvest of strife" sinto-me assim:
Pertencemos a dois universos distintos... falamos duas línguas diferentes, cada um com a sua cosmovisão.
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Os agricultores ainda estão na fase marxiana:
"“It’s down to global market prices now, not whether you did a good job,” she says. “You can have a great harvest and not earn much one year, and make more money with lower quality the following. The only thing we can predict is our costs, and they are always rising.”"
Que outro sector da economia ainda acredita que o mais importante é produzir e que o preço deve incorporar o trabalho realizado?
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Em todos os sectores económicos se vive(u) o mesmo. Quando a produção é superior à procura não basta produzir, não chega produzir. É preciso seduzir potenciais clientes para que prefiram os nossos produtos.
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O que é que os economistas e outros membros da tríade propõem para conseguir essa sedução?
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A redução de preços!
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E como é que se reduzem preços e se ganha dinheiro ao mesmo tempo? Aumentando a eficiência, aumentando a escala para distribuir os custos por uma maior quantidade produzida.
"“In France, more than in other European countries where state intervention was less important, the end of the quotas is a major evolution,” says Vincent Chatellier, a researcher at Institut National de Recherche Agronomique. “For 30 years, French authorities encouraged regional development and medium-sized, family-owned dairy farms.”
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Once Europe’s top exporter of agricultural products, France has in recent years been dethroned by the Netherlands and Germany. It is still the continent’s largest producer, but more competitive countries are pushing down the prices of beef, pork and dairy products at home and gaining market share abroad.
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Cédric Daudin, a dairy farmer near Blois, says France has yet to reconcile its ideal of traditional farming, centred around families, and the need to foster larger farms able to compete with lower-cost competitors in Germany or the  Netherlands. Farmers who seek authorisation to extend plots or smallholdings  often run into local opposition, he notes.
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The general public wants small farms because it is more pretty,” says Mr Daudin, 27. “There’s resistance to anything that resembles a factory. But this has a cost. Our labour costs are higher, some of our health and environmental rules are  tougher than the European norms.”"
30 anos de activismo político de governos sucessivos destruíram os sinais económicos que deveriam incentivar os agricultores no terreno a optarem por alternativas estratégicas em função da sua idiossincrasia e leitura do mercado. Uns, teriam optado pela via do gigantismo e tornar-se-iam nos gigantes do low-cost. Outros, teriam abandonado o sector. Outros, muitos, teriam optado por alternativas ao gigantismo: aposta em culturas alternativas; aposta em marcas; aposta em canais de distribuição alternativos; aposta em inovadores modelos de negócio, ...
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30 anos de activismo político que deixaram um grupo profissional a queixar-se do que acontece normalmente nos outros sectores. Uma qualquer fábrica pode produzir bem, pode encher o armazém de algo produzido sem defeitos e, no entanto, não ser capaz de seduzir os clientes simplesmente porque alguém fez melhor ou fez diferente e seduziu os clientes. É a vida!
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O interessante... é como este é o grande desafio, o desafio prioritário em tantos e tantos sectores, em tantas e tantas empresas em todo o mundo.
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Reconhecer que há alternativas à competição pelo preço.
Acreditar que a procura é heterogénea.
E, paciência estratégica para explorar até encontrar a alternativa que se ajusta ao caso de cada um.
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Como se começam a corrigir 30 anos de activismo político?

Acerca dos CUT

O @MAL publicou este gráfico no Twitter:
Onde podemos ver a evolução dos Custos Unitários do Trabalho (CUT) a crescerem, ao longo desta década, na Finlândia.
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A inferência rápida que somos levados a tirar é que a crise finlandesa se deve à evolução dos elevados custos unitários do trabalho. Recordo daqui:
"Se os CUT são um rácio entre os custos do trabalho e a produtividade desse trabalho, então, a redução [o aumento] dos CUT pode ser obtida através de 3 vias:
  • reduzindo [aumentando] os custos do trabalho
  • aumentando [reduzindo] a produtividade do trabalho; ou
  • uma conjugação das duas.
Sistematicamente, quem fala da necessidade de reduzir os CUT fala em reduzir salários."
O que aconteceu aos salários finlandeses?
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O que aconteceu à criação de riqueza pelos finlandeses?
Fontes: LCPH e GDPAMP

Acho que é a isto a que chamam sticky wages. Os salários finlandeses cresciam muito mas no período 2012-14 não cresceram nada de especial. Contudo, a riqueza criada tem vindo sempre a descer. A conjugação das duas direcções no numerador e denominador, provocam o aumento considerável dos CUT.
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A minha alternativa?
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A mesma que recomendei e recomendo para Portugal, subir na escala de valor, trabalhar prioritariamente o numerador.


"mas o essencial é que o mercado de massas desapareceu"

Se admitirmos a hipótese Mongo, se a conjugarmos com a polarização dos mercados e assumirmos que o cliente é especialmente atraído pelo trading-up, então, não faz sentido pensar que os robots vão eliminar os postos de trabalho ocupados por humanos. Recordar o que já temos escrito por cá em "O truque é a interacção, a co-criação. Os robots não têm hipótese!".
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Daí que este título "A robotic workforce? No, humans are cheaper" se encaixe tão bem num futuro baseado na hipótese Mongo e nas experiências da Toyota e da Canon.
"People will be surprised - “[the use of robots] won’t be as disruptive as the hype today would suggest,” he continues.
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“The more a robot can do, the more it will cost – humans should be able to still be less expensive than robots. Plus robots for the foreseeable future will have to specialise, and we humans don’t – we’re more flexible.”
Julgo que esta discussão acerca dos humanos vs máquinas padece de um mal que identifico neste artigo, "On Your Marks: The Race to Global Manufacturing Leadership Is On", não acredito que voltemos ao século XX com um referencial único para todos. Uns optarão pelas técnicas aditivas, outros optarão pelas técnicas subtractivas, outros por mais automatização...  mas o essencial é que o mercado de massas desapareceu e deu origem a uma panóplia de tribos com gostos e refinamentos bem diferentes entre si.

Abordagem baseada no risco - ISO 9001:2015 (e-book)

Registámos num e-book a nossa reflexão sobre o que é, e como pode ser utilizada, a abordagem baseada no risco, a principal novidade da versão de 2015 da ISO 9001.
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Interessados podem encontrá-lo na Amazon aqui.
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Recordar o workshop para Setembro de 2015.
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Entretanto, vamos hibernar o blogue durante alguns dias, para pintar a casa, visitar o passadiço do Paiva e começar a escrever outro e-book.


quinta-feira, agosto 13, 2015

Um dos nossos problemas?

Ontem, a propósito da morte de John H. Holland, recordei aqui no blogue este postal de Agosto de 2010 "Um admirável mundo novo pleno de oportunidades".
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Nele salientei o que Holland dizia acerca das florestas tropicais:
"There is great diversity, as in a tropical forest, with many niches occupied by different kinds of agents" 
Na altura, entusiasmado com esta frase, liguei à minha irmã, bióloga, para que corroborasse a minha construção mental:
"a floresta tropical é muito rica em diversidade porque é muito rica em recursos naturais, em nutrientes."
A minha irmã deu-me uma desilusão, o solo das florestas tropicais é conhecido por ser muito pobre. A chuva constante lixivia e arrasta os nutrientes para o curso de água mais próximo.
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Levei alguns anos a voltar ao tema e a perceber que a relação de causa-efeito é ao contrário: porque os solos são pobres é que a floresta tropical é muito rica em biodiversidade. Ao contrário das florestas das zonas temperadas.
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Qual será o paralelismo para a economia?
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Fará sentido querer que a economia portuguesa tenha um perfil semelhante ao de outros países? Não será precisamente aí que está um dos nossos problemas, o querer copiar padrões adequados para outro tipo de solos?
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Se um solo é rico, vários agentes de uma mesma espécie podem competir pelos mesmos nutrientes, haverá nutrientes para muitas unidades. Se um solo é pobre, um agente bem sucedido de uma espécie monopoliza o acesso a um certo tipo de nutrientes, fazendo o crowdingout dos restantes agentes da mesma espécie. Outros agentes de outras espécies terão sucesso se competirem por diferentes tipos de nutrientes. Depois, como os recursos são escassos há toda uma hierarquia de espécies que crescem e prosperam em torno de cada um destes agentes, seguindo a mesma regra e promovendo assim a biodiversidade. O efeito dos rouxinóis de McArthur multiplicado por milhares de vezes:

Race to the bottom, em directo

O Aranha, sempre atento a estas coisas, enviou-me um e-mail com esta foto:
Bom exemplo do funcionamento de um mercado comoditizado. Prestadores de serviços, fornecedores, enviam propostas sem visitar o potencial cliente, sem saber dimensão e sector do cliente. Tão "Grab&Go"!
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O que esperará o cliente final desta certificação? Aposto que me diria, se testado numa máquina da verdade:
- É uma treta que tenho de ter para aumentar a minha pontuação uns pontitos e conseguir uma majoração qualquer... 
Hummm! Cheira-me que daqui a uns anos será mais um "lesado" a protestar porque vai ter que devolver dinheiro, por não ter atingido objectivos e ninguém lhe disse nada.

A decisão mais importante

Em linha com o que se escreve neste blogue há mais de dez anos. Num negócio, a pedra angular é escolher quem são os clientes-alvo. Este artigo, "The Single Decision That Will Make Or Break An Entrepreneur’s Business", corrobora a mensagem:
"there is one decision you must be maniacal about in order to gain any momentum: your target market. Whether your idea is in its infancy, or your product is ready for primetime, selecting your market is essential before you begin selling. [Moi ici: O texto é sobre startups mas acredito que a mensagem se aplica também a empresas maduras. Quando precisam de mudar de modelo de negócio, quando precisam de se internacionalizar, quando querem entrar num novo mercado, quando querem entrar numa nova categoria, ...]
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All these companies target specific groups in geographically defined areas, limiting the number of potential customers to maximise the value they deliver."

quarta-feira, agosto 12, 2015

Curiosidade do dia

Saúda-se esta alteração no discurso "PS atribui aos empresários mérito da recuperação da produção industrial".
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Afinal há coisas a correrem bem na economia portuguesa e, como escrevo aqui com regularidade, apesar dos socialistas de turno no governo (aqui e aqui).
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Este discurso de Caldeira Cabral fez-me ir à procura de artigo que escreveu no JdN em Dezembro passado, "Desaceleração das exportações: negar este problema não é uma boa estratégia". Neste artigo Caldeira Cabral segue as pisadas de Nuno Aguiar, usa estrategicamente os números para passar uma mensagem parte verdade e parte ... esquisita. Vamos ao que ele escreveu:
"As exportações em 2014 estão a crescer menos do que no passado recente e estão a crescer pouco. As exportações de 2012 e 2013 já cresceram menos do que as de 2010 e 2011. E as exportações de 2011 a 2014 vão crescer menos do que as de 2005 a 2011."
Primeiro, com base nos dados do Pordata, façamos um gráfico da evolução das exportações de bens:
Caldeira Cabral esconde o descalabro de 2009, para depois dizer:
"As exportações de 2012 e 2013 já cresceram menos do que as de 2010 e 2011"
Claro que o crescimento de 2010 e 2011 foi anormalmente alto por causa da quebra de -18% em 2009.
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Se olharmos para o crescimento anual das exportações entre 1996 e 2014 o que é que salta à vista:
 O que verdadeiramente sai fora do comum é 2006. Tirando 2006, 2013 e 2012 até comparam bem com 2001 - 2005.
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O que provocou o salto de 2006? (Exportações de máquinas, de combustíveis e de veículos)
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Como comentará agora o número de 5,7% de crescimento das exportações de bens no 1º semestre de 2015?

Paz à sua alma

Soube há momentos, via Twitter, da morte de John H. Holland. Um dos gigantes sobre os ombros do qual comecei a acreditar que a hipótese Mongo, o Estranhistão, tinha mesmo pernas para andar.
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Lembro-me de um dia quente, sentado na ombreira da porta da cozinha para o pátio traseiro, a acompanhar o vídeo relatado em "Um admirável mundo novo pleno de oportunidades", de onde sublinhei:
"“A complex adaptive system, CAS, is an evolving, perpectually novel set of interacting agents where:
  • There is no universal competitor or optimum
  • There is great diversity, as in a tropical forest, with many niches occupied by different kinds of agents
  • Innovation is a regular feature – equilibrium is rare and temporary
  • Anticipations change the course of the system."[Moi ici: Nem vale a pena sublinhar, senão teria de sublinhar tudo]
Paz à sua alma e obrigado pela ajuda.

O erro deve ser meu... alguém quer-me ajudar a descobri-lo?

A propósito de "Défice comercial sem petróleo agrava-se há dois anos" várias reflexões possíveis.
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Primeiro, não esquecer a Balança Comercial, de acordo com o Pordata:
Nos últimos 40 anos Portugal só teve 3 anos com saldo positivo na sua Balança Comercial: 2013, 2014 e com toda a certeza 2015.
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Segundo, olhando só para as importações e exportações de bens, qual tem sido a evolução desse saldo comercial de bens (dados do INE):
O que é que salta à vista?
O que é que mais contribui para a melhoria do saldo comercial de bens, a quebra das importações ou o crescimento das exportações?
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Terceiro, considerando o ponto de vista do autor do artigo do JdN, o tão conhecido Nuno Aguiar:
Se acrescentarmos os dados do 1º semestre de 2015:
Interessante, devo estar a cometer algum erro porque se ao saldo das importações e exportações de bens, no primeiro semestre de 2015, retirar o saldo das importações e exportações da Categoria 27 (Combustíveis, óleos minerais, matérias betuminosas), durante o mesmo período... o tal défice comercial sem petróleo tudo indica que melhorará em 2015.
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Vamos fazer as contas para os 3 últimos semestres:
Continuo a chegar a uma conclusão que não corrobora o título do JdN.
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O erro deve ser meu...
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E se recuar aos últimos 5 semestres:
Continuo a não poder concluir o mesmo que o jornal.
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O erro deve ser meu... alguém quer-me ajudar a descobri-lo?

A economia de experiências a crescer no Algarve

O turismo tem de ultrapassar a fase do serviço e passar para o nível seguinte, o da experiência, para fugir à constante força da comoditização.
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Contente por ver que há quem esteja atento e actuar nesse sentido "Oferta de experiências dispara no Algarve". Interessante este pormaior:
"Para “o passeio ser mais rico”, os marinheiros são biólogos contratados na Universidade do Algarve."
Acerca da "economia de experiências":
"Temos perceção de que há mercado para isso”, salienta Carla Vaz. “O Algarve começa a posicionar-se bem nas ofertas alternativas à praia. Os turistas gostam de destinos polivalentes e procuram cada vez mais experiências que permitam contacto com a natureza”.
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Ver golfinhos está longe de ser a única ‘experiência’ em franco crescimento no Algarve, onde estão a explodir ofertas desde passeios nas grutas com barbecue na praia, barcos com DJ para ver o pôr do sol ou caminhadas para observação de aves guiadas por biólogos.
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das 521 empresas de animação turística que abriram na região nos últimos anos, 118 são reconhecidas para turismo de natureza e a tendência aqui é de expansão.
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Isto não é turismo de massas e é mais caro. Temos pessoas que pagam €250 por um dia de observação de aves, é quase o preço por uma semana inteira num empreendimento. Há também uma agência inglesa que traz grupos ao Algarve para ver orquídeas selvagens”, exemplifica. “E a fotografia já é aqui um nicho interessante, há quem faça viagens só para ver e fotografar aves, borboletas ou libelinhas”."
Ou seja, potencial para aplicar o modelo de negócio transmontano a mais regiões do país.

Lembram-se dos hotéis de 5 estrelas que no Algarve tentavam aliciar clientes pagando-lhes as portagens? Percebem agora porque me causavam vergonha alheia?

Recordar:




terça-feira, agosto 11, 2015

Curiosidade do dia

Ultimamente tenho encontrado vários tweets de pessoas, que estão no lado esquerdo do espectro partidário, tecendo loas à baixa taxa de desemprego nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que satanizam a baixa taxa de desemprego em Inglaterra por ser obtida à base de salários baixos.
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Para reflexão, recomendo a leitura deste artigo:

Não há receitas... cada caso é um caso!

Há alturas em que estamos a ler textos sobre a microeconomia e, de repente, começamos a ouvir Judy Collins a cantar "Turn, turn, turn" e a recordar o desconcertante texto do Eclesiastes.
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Primeiro lemos um artigo que apela ao nosso lado mais racional e pragmático "Know When to Kill Your Brand":
"Killing off brands is not a popular or pleasant thought, but we should consider it more often than we do. It can be tough to admit that it’s time to pull the plug. Some executives may be reluctant to admit – perhaps for sentimental or political reasons — that their brand is sucking out more value from the company than it creates. Others may simply see no alternative to trying to keep the brand going at any cost, even if that means aggressive discounting, cheap licensing, or other tactics that erode long-term brand value.
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Perhaps the source of the problem is that it’s not clear when a brand should be euthanized."
Depois, lemos este relato de uma ressurreição "Czech Company, Pressing Hits for Years on Vinyl, Finds It Has Become One":
"“I realized when I came to the company 33 years ago that vinyl would be finished one day,” ... “But I wanted our company to be the last one to stop making them.”
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Instead of getting rid of the old equipment and moving CD-making machines into their space — as most music production companies around the world did in the late 1980s and early ’90s — Mr. Pelc kept only enough machines running to meet the dwindling demand, moving the rest into storage and cannibalizing their parts as needed.
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“Frankly, if someone had told me back then that vinyl would return, I wouldn’t have believed it,” he said.
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“From around 2005, the demand for vinyl grew steadily,” said Michael Sterba, GZ Media’s chief executive. “Then, it really took off in the last two or three years, like, whoosh.”
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In 2011, the number of vinyl albums sold in the United States, the world’s largest market, was 3.9 million, according to Nielsen and Billboard’s annual U.S. Music Report. That rose to 9.2 million units in 2014."
Não há receitas... cada caso é um caso! No entanto, reparar: o produto é o mesmo mas os clientes e a proposta de valor é diferente... lembram-se da artesã?

Alterações na ISO 9001, para reflexão

Na ISO/FDIS 9001:2015 pode ler-se:
"9.1.2 Customer satisfaction
The organization shall monitor customers’ perceptions of the degree to which their needs and expectations have been fulfilled. ..."
 Na versão portuguesa da ISO 9001:2008 pode ler-se:
"8.2.1 Satisfação do cliente
... a organização deve monitorizar a informação relativa à percepção do cliente quanto à organização ter ido ao encontro dos seus requisitos. ..."
Vou colocar a versão de 2008 em inglês para facilitar a comparação:
"8.2.1 Customer satisfaction
... the organization shall monitor information relating to customer perception as to whether the organization has met customer requirements. ..."
Repararam na diferença entre 2008 e 2015?
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Como questionarão um cliente segundo a versão de 2015 e, como questionavam um cliente segundo a versão de 2008?
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Qual é o foco de 2015 e qual é o foco de 2008?
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Talvez estes trechos ajudem a expor o meu ponto:
"The entire organization must be organized around a common understanding of what customers need, and how they will help their customers fulfill those needs as they strive to accomplish something. The problem is that most companies view markets through the lens of product or service categories – solutions – and not through the jobs that their customers are trying to get done.
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It’s interesting how we often ask customers how we are doing?  [Moi ici: Isto é a versão de 2008 não é?] When we do this, we’re forcing our customers to reconcile what they are trying to accomplish with the service we have decided to provide them. Lance Bettencourt suggests that the right question to ask is how are you doing?  [Moi ici: Isto é a versão de 2015 não é?] This simple change shifts the focus to understanding what the customer is trying to accomplish (where we have no metrics), from how we are executing our services (where we have many questionable metrics). To design valuable services, those that help our customer become, or remain successful, we should be focusing on our customer’s ability to maximize/minimize the outcomes they use to measure their path to achievement (the entire job).  As long as we continue to focus on convenient internal activity metrics, we are merely paying lip service to the needs of our customers."
Este é um tema que ao longo dos anos tem passado por aqui como uma visão algo distante do mainstrean:


Trechos retirados de "Customer Success: Not Just for Farmers Anymore"

segunda-feira, agosto 10, 2015

Pergunta do dia

Quando os comentadores passam a correr sobre os números das exportações, que menorizam, e se concentram nos números das importações, o que é que têm em mente?
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Não são esses mesmos comentadores que advogam o aumento do consumo interno para dopar a economia? De onde vem o aumento das importações?
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De muito longe, o maior contributo é da responsabilidade de "automóveis, tractores e outros veículos terrestres". Acaso pensam esses comentadores que se deve impedir as pessoas de decidirem o que bem ou mal fazerem com o seu dinheiro.
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Com o meu Skoda com 19 anos e 485 mil km, posso achar que o português-tipo tem uma relação esquisita com os pópós. No entanto, longe de mim querer impor modelos de comportamento ou de consumo.
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O que é que estes comentadores realmente têm em mente?

Convenço-me que Julho será um mês recorde!!!

Ontem à noite, no Twitter", colocava esta questão:


Hoje, via INE, convenço-me que Julho será um mês recorde!!!
Junho de 2015 já foi o segundo melhor mês de sempre. Um crescimento homólogo de 9%, sem a ajuda dos combustíveis e lubrificantes que até tiveram queda homóloga!!! Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, em Junho de 2015 as exportações aumentaram 11,2% face a Junho de 2014.
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Acumulado das exportações de Janeiro a Junho de 2015 representa mais 5,7% do que em igual período de 2014.

Qual era o grande defeito de Dick Dastardly?

Já li muita coisa mesmo de Michael Porter. Confesso que nunca tinha lido um artigo de 1979, publicado na HBR chamado "The Five Competitive Forces That Shape Strategy".
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Há dias, desafiado por um artigo de Steve Denning, pesquisei o artigo na internet. O artigo deu origem depois a livros que quase todos os estudiosos de estratégia já leram e apresenta o tão famoso modelo de Porter para desenhar estratégias.
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Li a primeira frase do artigo. Parei! E não voltei a fazer qualquer tentativa para o continuar a ler, Denning tinha razão:
"In essence, the job of the strategist is to understand and cope with competition."
Não acredito nisto.
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O objectivo da estratégia não é lidar com a concorrência! O objectivo da estratégia é escolher clientes-alvo e seduzi-los.
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Não admira as gerações de observadores de motards!
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Não admira os decisores paralisados pela observação da concorrência como o rei Saul.
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Qual era o grande defeito de Dick Dastardly?

Sempre tão preocupado com a concorrência nunca usava as suas vantagens competitivas senão para lidar com a concorrência.

domingo, agosto 09, 2015

Boas notícias (parte II)

Parte I.
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Segundo a ABIMOTA as exportações do sector cresceram 40% em 2014 e vão crescer 10% em 2015. No entanto, pode ler-se:
"a empresa de Águeda [Órbita] envia para o estrangeiro 80% das bicicletas produzidas. Há 44 anos no mercado, o fundador da marca, Aurélio Ferreira, diz que “o negócio não está tão bom como se apregoa”. O fundador fala do retrocesso do mercado em Angola e garante que “a maior parte das empresas em Portugal são apenas montadoras de peças que vêm de países como a China”." *
Aquele “o negócio não está tão bom como se apregoa” faz-me recordar aqueles que acreditam na boleia da maré:

Por exemplo, aqui, leio:
"Espanha e França são os principais destinos das exportações desta indústria portuguesa, mas a seguirem rotas diferentes: as compras pelo país vizinho, historicamente o maior comprador, estão em queda pelo menos desde 2010 (menos 9%), enquanto os franceses compraram em Portugal um número recorde de unidades (mais de 400 mil) e que representam um crescimento de 68% em relação ao início da década."
E mais à frente:
"em Espanha o mercado está ainda muito centrado em bicicletas para desporto e lazer, não havendo ainda disponibilidade para o consumo de objectos para mobilidade. Assim sendo, o que lhe é vendido tem-se tornado menos significativo."
Isto é estratégia, boa ou má, é estratégia. Os produtores portugueses não consideram sexy, rentável, produzir "bicicletas para desporto e lazer". Não é bom esperar que a macroeconomia arraste a nossa empresa para resultados positivos, a retoma como uma maré que eleva todos os barcos é uma péssima estratégia. A esperança não é em si mesma uma estratégia!
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Assim como não fazemos arte depois de nos tornarmos artistas, a retoma não é uma força exógena que age sobre um sistema, a retoma é a consequência, à posteriori, de uma massa crítica de empresas que fizeram pela sua própria vida.
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Vamos admitir que a Órbita produz e vende sobretudo com marca própria. Vamos admitir que o sucesso recente do sector diz respeito a bicicletas produzidas para marcas próprias da distribuição (private label como se diz no calçado). Talvez isto seja sinal de que a Órbita precise de pensar mais na diferenciação e menos na quantidade, precise de não usar os outros como referência, para não cometer o erro de Saul (aqui também). Talvez isto seja sinal de que a Órbita precisa de afinar a sua estratégia.
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Mas o mais certo é isto acontecer:
Eu sei, está-me quase sempre a acontecer...



* BTW, no final dos anos 90 do século passado fiz um trabalho para uma empresa fabricante de bicicletas, em Sangalhos, já na altura grande exportadora para França e Espanha, que dizia que a Órbita não era fabricante de bicicletas, era montadora de bicicletas, porque importava tudo e montava. A empresa para o qual fiz o trabalho começava os quadros a partir do zero.

Boas notícias

Confesso que este título "Portugal é o terceiro maior produtor europeu de bicicletas" e os valores nele incluídos me surpreenderam.
"Com mais de 1,6 milhões de unidades produzidas em 2014, Portugal é atualmente “o terceiro maior produtor de bicicletas na Europa”, divulgou hoje a ABIMOTA que prevê um crescimento de 10% do setor até ao final do ano."
Tive oportunidade de visitar em 2013 unidade ainda em fase de construção na zona das Gafanhas (Aveiro), muito automatizada, e toda virada para a exportação para uma marca. Recordo que os números previstos eram astronómicos... talvez daí o crescimento.
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O último valor que eu tinha era de 2013 e era este:
As fontes não são as mesmas. Contudo, passar de 741 mil para 1,6 milhões num ano é obra!!!
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Por isso, fico logo a matutar como saber qual terá sido a evolução do preço médio das bicicletas à saída da fábrica.
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Entretanto, este outro artigo "Emprego ligado à bicicleta pode crescer 50 por cento em Portugal nos próximos anos", permite concluir que os números do gráfico subestimavam a produção portuguesa. O gráfico da COLIBI, the Association of the European Bicycle Industry e COLIPED, the Association of the European Two-Wheeler Parts' & Accessories' Industry, contabilizava o emprego no sector desta forma:
Quando, segundo a ABIMOTA:
"As intenções de investimento na indústria ligada à bicicleta proporcionarão, nos próximos anos, um aumento de 50 por cento no número de postos de trabalho no país, revelou o secretário geral da associação do sector.
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Caso se concretizem esses projetos, que não quis especificar, seriam criados entre 650 a 700 novos empregos diretos num setor que dá trabalho, atualmente, a cerca de 1500 pessoas, distribuídas por 25 a 30 empresas."

sábado, agosto 08, 2015

Curiosidade do dia

Um dia passado ao longo do Rio Paiva, aproveitando o passadiço recentemente inaugurado em Arouca.
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Iniciamos o passeio pelo lado de Espiunca:






Até tive direito a tratamento de pele feito pelos pequenos peixes
Uma ponte suspensa para aumentar a emoção

É uma obra com poucos meses, espero que a câmara de Arouca aproveite melhor o espaço, para aumentar o retorno para o concelho.
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Por mim, não me importava de fazer um donativo no final da visita para apoiar a futura manutenção e melhoria do espaço.
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Como me disseram esta manhã:



Uma visita 5 estrelas!!!
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A obra é bonita e segura.
A paisagem, apesar da eucaliptação e das acácias, é excelente, compensada pelos medronheiros, carvalhos, salgueiros e ulmeiros.
A água é límpida, carregada de peixe e a uma boa temperatura. Deu para dar dois bons mergulhos.
O espaço, ainda não foi conspurcado pelos plásticos e outros poluentes visuais deixados pelos visitantes.
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Recomendo vivamente!

Gente que ouviu o chamamento do futuro e arriscou!

Outra mensagem clássica deste blogue:

  • não copiar, de ânimo leve, o que resulta com os outros. (O que resulta no litoral, por exemplo, pode não resultar num interior pobre e despovoado)
  • ir às raízes em busca da autenticidade e em busca do que outros em gerações esquecidas fizeram com sucesso, com os meios disponíveis no mesmo local.
Daí postais como:
Ontem, o Twitter deu-me a conhecer mais um exemplo deste regresso às origens, (afinal uma das estratégias seguidas pelos islandeses com a derrocada decorrente da especulação financeira, a aposta no mar, no tradicional, no mais que provado por gerações) "Jovens empresários fazem renascer indústria conserveira na bacia do Arade":
"A indústria conserveira está a renascer na bacia do Arade, pela mão de três jovens empreendedores,que criaram a marca «Saboreal»....Não se consideram industriais, mas sim «artesãos conserveiros». [Moi ici: Isto é Mongo! Isto é trabalhar para nicho de valor acrescentado. Avelino de Jesus ficaria horrorizado com mais este exemplo!!!]...«estudámos primeiro a cultura local. [Moi ici: Grande conselho para quem quer empreender no interior com produtos autóctones. Estudar a tradição, o que é que existia antes de Magnitogrado, o século XX, se ter instalado?] Na bacia do Arade, deste lado do Parchal e Ferragudo e em Portimão, chegou a haver 23 fábricas de conservas. Desde há décadas que não havia nenhuma, aliás, neste momento, não haverá em Portugal inteiro 23 fábricas de conservas».[Moi ici: Faz-me lembrar ter descoberto que na cidade de Baltimore, só na cidade de Baltimore, antes de 1920 existiam 19 marcas fabricantes de automóveis]...É por isso que os três empresários se consideram «artesãos conserveiros» e não industriais. «Não temos nada contra as grandes indústrias de conservas, mas acreditamos nos artesãos, nos que fazem tudo com as próprias mãos, para podermos ter um produto diferente». «A manualidade traz qualidade» [Moi ici: Não, não fui eu que escrevi, foram eles que o disseram!!!]...Ao afirmar-se como artesãos conserveiros, os três jovens empreendedores apostam em produtos criados em pequenas quantidades, gourmet, que se afirmem pela sua qualidade..
Um dos segredos dessa qualidade, nomeadamente ao nível da textura e do sabor, é o facto de as conservas serem feitas numa autoclave de pequena dimensão, construída em Portugal.
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A cozedura rápida em autoclave, em pequenas quantidades, permite, segundo explicam, «manter o sabor genuíno e a cor original do peixe». «Temos a impressão de estar a comer peixe fresco», "


Gente que ouviu o chamamento do futuro e arriscou! Recordar Abril de 2011 "O caminho está escrito nas estrelas..."


sexta-feira, agosto 07, 2015

Curiosidade do dia

Imagem carregada de simbologia

Desejo-lhe felicidade e envio-lhe a mesma mensagem que a acerca de Jesus.

"escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos"

Quando iniciei este blogue a sério, foi para fazer dele uma continuação da minha memória. Um local onde pudesse arquivar reflexões e fontes de informação relevantes para a minha vida profissional.
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Por vezes, quando andamos à procura de uma coisa no blogue, acabamos por descobrir outras que já estavam esquecidas. Muitas vezes, aquando dessas descobertas, dou comigo a pensar que os gregos tinham razão, ter memória é um castigo dos deuses.
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Comparar esta afirmação de Avelino de Jesus em Abril de 2013:
«austeridade tem consequências benéficas, ao eliminar as empresas pequenas»
Com esta constatação de Junho de 2015:
""o facto de a grande maioria delas [PME de construção] ser de carácter regional, o que provou que tinham a dimensão adequada e, por isso, conseguiram sobreviver; e porque eram e são empresas especialistas, que estão focadas em nichos de mercado"."
Académicos formados no modelo mental do século XX têm muita dificuldade em perceber o truque de Mongo! Recordar os "Encontros da Junqueira":
 "Temos, de facto, um grande problema da cauda. Não é apenas um problema de má gestão. É um problema de pequenez. Hoje em dia, na grande parte das actividades, a escala é muito importante. Na China, uma empresa pequena não deve ter menos de mil trabalhadores e, portanto, isso faz uma diferença muito grande devido às economias de escala. Se em algumas actividades não é significativa, no geral, as empresas pequenas, em Portugal, não têm escala para ser competitivas.
...
Se for possível substituir essa cauda, seja através de concentrações, seja através de substituições, fazendo as mesmas actividades de uma forma mais eficiente, temos uma oportunidade de aumentar a produtividade da economia" [Moi ici: Gente tão fechada na sua torre de marfim e que, agarrada às sebentas obsoletas, continuam a explicar e a prever a realidade sem ousarem entranharem-se nela]
Apetece copiar Mateus 11:25:
"Graças te dou, ó Pai, Senhor dos céus e da terra, pois escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos." 
No alto da sua torre em Isengard não percebem a mudança que ocorreu:
"Há 12 anos éramos 500 pessoas e tínhamos cinco clientes activos. Hoje somos 160 e temos mil clientes activos" 
BTW, esta semana favoritei no Twitter estas reflexões de Esko Kilpi:

E, no fim, ganha a Alemanha (parte III)

Parte I e parte II.
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I rest my case com "Balança comercial alemã regista ‘superavit’ recorde de 24.000 milhões em junho".
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Alemanha com um crescimento homólogo de 13,7% nas exportações... notável!!!

Um conselho deste blogue

Porque já não acreditamos em David versus Golias, porque preferimos ver David & Golias, cada um a servir os seus respectivos clientes-alvo.
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Porque não nos limitamos a uma concorrência de choque frontal, ou soma nula (recordar "Não tente ser o melhor", "Não faz sentido, para uma PME, procurar "ser o melhor" (parte II)" e "Strategy is not about the competition"), faz todo o sentido:

quinta-feira, agosto 06, 2015

E, no fim, ganha a Alemanha (parte II)

Se lerem "FMI: Exportações portuguesas menos beneficiadas por desvalorização do euro", lembrem-se de "E, no fim, ganha a Alemanha".
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Desafio (parte II)

Parte I.
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De acordo com os dados do Pordata, a diferença de produtividade do trabalho por hora entre um trabalhador médio irlandês e um trabalhador médio português é:
O que é que explica esta diferença de produtividade?
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Agradeço as contribuições de todos aqueles que participaram no Twitter e aqui na caixa de comentários do blogue. Usarei essas contribuições para a parte III desta série.
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Vamos a factos, julgo que se pode começar a perceber que a diferença pode ser explicada pelas diferenças no perfil do que se produz.
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Primeiro, o que exportava a Irlanda em 2013? (dados do Atlas)
 Salta logo à vista a mancha rosa (produtos farmacêuticos e API) e a cor azul (hardware)
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Agora, o que exportava Portugal em 2013? (dados do Atlas)
A produtividade irlandesa é superior não porque trabalhem mais horas, sejam mais disciplinados, ou tenham mais escolaridade. A produtividade é maior porque os recursos são aplicados na produção de bens com valor acrescentado muito mais elevado.
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Recordar a equação da produtividade e a condição implícita que é esquecida por muitos em "TRETA!!!! TRETA completa!!!
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Recordar daqui:

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Continua na parte III com um novo desafio.

Oração do dia

Eu sei que sou fraco, demasiado fraco!
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Por isso, meu Deus, ajuda-me a saber ter calma e deixar os outros levarem a bicicleta nas pequenas coisas. Como diz a minha mulher, de que serve ter razão e acabar morto numa passadeira, porque um condutor anónimo resolveu armar-se em viatura oficial em serviço urgente.
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Se eu não gastar recursos nas pequenas coisas terei mais força para não transigir nas coisas que realmente interessam. Afinal de contas a vontade é um músculo e, como tal, cansa-se.
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Cena de há minutos junto à estação de Estarreja. Não sei se ainda lá estarão.

Não bateram, queriam era ultrapassar um gargalo.

Desafio

Como explicam a brutal diferença na produtividade entre os trabalhadores irlandeses e os trabalhadores portugueses?


quarta-feira, agosto 05, 2015

Curiosidade do dia

Um jornal económico devia saber desmontar este tipo de comparações "Ryanair transportou num mês quase o mesmo que a TAP em um ano".
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Os números são bons para a Ryanair? Sim, muito bons. São excelentes para o seu modelo de negócio:
Faz sentido comparar os números da TAP com os da Ryanair? Só se for para fazer uma comparação curiosa. O que é que a comparação diz acerca da TAP?
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Nada!
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São modelos de negócio bem diferentes, com outros pontos de diferenciação e de alavancagem.
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Pensando melhor... não devo ser tão exigente com os jornais económicos. Ás vezes fico com a ideia de que nem o presidente da TAP sabe a diferença "Aumento da concorrência ‘low cost’ faz cair tarifas da TAP entre 8 a 10%". Como se a TAP tivesse estrutura de custos para competir com os chineses do seu sector... algo me diz que não conhecem as curvas de isolucro do Evangelho do Valor.


Ponto da situação


Apesar dos socialistas de turno no poder.
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Qual foi a previsão do governo para 2015? (Outubro de 2015)

Qual é o ponto da situação do BdP? (Junho de 2015)

Qual é o ponto da situação do INE acerca do desemprego? (Agosto de 2015)
"A taxa de desemprego no 2º trimestre de 2015 foi de 11,9%. Este valor é inferior em 1,8 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e em 2,0 p.p. ao do trimestre homólogo de 2014.
A população desempregada, estimada em 620,4 mil pessoas, registou uma diminuição trimestral de 13,0% e uma diminuição homóloga de 14,9% (menos 92,5 mil e menos 108,5 mil pessoas, respetivamente).
A população empregada foi estimada em 4 580,8 mil pessoas, o que corresponde a um acréscimo trimestral de 2,3% (mais 103,7 mil pessoas) e a um acréscimo homólogo de 1,5% (mais 66,2 mil pessoas).
A taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 58,6%, valor superior em 0,1 p.p. ao observado no trimestre anterior e inferior em 0,4 p.p. ao do trimestre homólogo."
Qual é o ponto da situação do INE acerca das exportações? (Agosto de 2015)
"As perspetivas das empresas exportadoras de bens apontam para um crescimento nominal de 3,4% das suas exportações em 2015 face a 2014, revendo 0,9 pontos percentuais em alta a previsão efetuada em novembro de 2014 (+2,5%). A revisão em alta resulta integralmente da revisão em mais 1,3 pontos percentuais das exportações Intra-UE, para um crescimento de 3,0%, já que para o mercado Extra-UE as empresas reviram em baixa (-0,4 pontos percentuais) as previsões de novembro, para um crescimento de 4,3%.
Excluindo os Combustíveis e lubrificantes as perspetivas reveladas pelas empresas indicam um aumento de 4,5% nas exportações em 2015." [Moi ici: O ponto mais interessante para mim é este último parágrafo. Como defendo há muito tempo aqui no blogue, as exportações de Combustíveis e lubrificantes podem ajudar nas contas mas criam pouco ou nenhum emprego]








Estava escrito nas estrelas e, ainda só é o começo

 Leu primeiro aqui no blogue esta previsão há uns anos:
"O mercado emergente de produtos "faça você mesmo" indicia que a indústria cinematográfica em breve poderá enfrentar o mesmo tipo de problemas jurídicos que a pirataria de música na década passada, refere o jornal "The Wall Street".  Até agora, a maioria das gravuras são feitas por fãs que querem trocar produtos. Mas isso está a mudar pois as impressoras 3D tornam salas de aula em pequenas fábricas e vão surgindo arquivos 3D para fazer brinquedos junto às cópias ilegais de filmes.
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As impressoras estão a ameaçar uma das máquinas de fazer dinheiro mais importantes para Hollywood, o 'merchandising'."
Agora, em retrospectiva é fácil:

  • produtos com elevado valor simbólico;
  • produtos com margens muito altas.

Trecho retirado de "Impressoras 3D ameaçam rentabilidade dos estúdios de Hollywood"

terça-feira, agosto 04, 2015

Curiosidade do dia

"Não há emprego sem capital, porque não há postos de trabalho se não houver o investimento (transformando a liquidez em capital) que compre instalações, equipamentos e matérias-primas para, com o adequado plano de negócios, utilizar os factores produtivos para responder a uma procura do mercado. As sociedades que não gostam do capital estão, de facto, a prejudicar o emprego, revelando que preferem entregar ao crédito a responsabilidade de manter e de criar postos de trabalho ou que ficam à espera de que os estímulos do Estado financiem a manutenção e a criação de emprego. Quando não se gosta do capital, está a trocar-se um custo flexível (o lucro é o risco do empresário) por um custo rígido (o juro é definido pelo credor e majorado pela avaliação do risco do devedor) ou por um aumento da carga fiscal imposta pelo Estado. Como o custo salarial não é flexível (os trabalhadores recusam a descida do salário nominal), um contexto em que não haja a ilusão monetária criada pela inflação só terá emprego se houver taxas de juro negativas."

Trecho retirado de "A sombra do desemprego"

Uma sugestão

A propósito desta notícia "Indústria gráfica pede “ajuda externa” ao calçado":
"A associação das empresas gráficas e de transformação do papel está a desenhar a estratégia de internacionalização de um sector que actualmente apenas exporta directamente um quinto da produção anual.
A Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Comunicação Visual e Transformadoras do Papel (Apigraf) pediu ajuda à congénere do calçado (Apiccaps)..."
Acho bem que peçam ajuda a quem pode dar umas dicas sobre marketing e internacionalização.
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No entanto, não deixaria de apostar em aprender com os "bright spots" e a "positive deviance" do sector. Recordar "Switch - acerca da mudança (parte III)". O que é que as empresas que exportam os 20% da produção anual, podem ensinar aos colegas de sector?
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Que mercados?
Que feiras?
Que serviços?
Como começaram?
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Medo da concorrência?
Se têm medo da concorrência ainda não estão preparados para o salto. O negócio não é a competição pelo preço num jogo de soma nula, o negócio é seduzir clientes e desenvolver relações duradouras.

segunda-feira, agosto 03, 2015

À atenção dos economistas "reputados" (parte II)

Parte I.
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Na parte I escrevi:
"Em Janeiro de 2002 o número de desempregados que não pertenciam à Construção + Restauração + Comércio + Imobiliário rondava os 186 mil, em Junho de 2015 ronda os quase 202 mil."
Há um pormaior que não referi na altura e que mostra como o sector transaccionável português deu uma volta enorme.
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Quando comparamos 2002 com 2015:
186 mil menos 202 mil dá uma perda de 16 mil empregos
 Só que esta análise é demasiado simplista. Basta recordar o que aconteceu ao número de trabalhadores numa série de sectores. Por exemplo:


Recordar que entre os anos 80 e o final de 2013 a ITV perdeu de 117 mil postos de trabalho.

Entre 2002 e 2014 o sector perdeu cerca de 17,5 mil postos de trabalho.
Três sectores que estão bem, que crescem nas exportações, que ultrapassaram a debandada das multinacionais com a entrada da China no comércio mundial, que ultrapassaram a derrocada do mercado interno e que se viraram para fora, mais do que nunca.
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O desemprego actual no sector transaccionável, mais do que sinal de crise é sinal de aumento brutal da produtividade.


Para reflexão

Para quem está com mais tempo:

Para recordar o que escrevemos por aqui acerca do eficientismo e da crença na escala num mundo que deixou de ser o Normalistão e está a caminho de ser o Estranhistão:
"Companies that have been around for more than 20 years are very good at building out large scale infrastructure with technology systems and business processes that provide efficiency and scale. These companies have as many manufacturing plants or retail locations or bank branches as they can to support their business.
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With the Internet in the 1990s, some industries, like media and retail, changed significantly, but because we did not yet have ubiquitous Internet or mobility, most industries did not. Now, the proliferation of digital technologies is creating a new dimension of competition for every business.
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This new competition does not depend on scale or number of locations. This new competition is grounded in how good companies are at building networks and delivering a customer experience."

Para recordar o quão difícil para os gigantes de uma era, apesar de todos os recursos de que dispõem, entrarem numa nova era com novas regras do jogo ... interessante para quem acredita que a economia é uma continuação da biologia.

Com uma leitura da realidade bem diferente da perfilhada por este blogue, a ler em conjugação com:

Muito mais em linha com o que penso.
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E, para temperar a coisa, "Why Stock Buybacks Are Good For The Economy And Country". Não invalidando os pontos de Denning, complica os do artigo da HBR

domingo, agosto 02, 2015

Curiosidade do dia

A leitura do Evangelho de Domingo passado:
"Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?». Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?». Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte."
Já sei como este milagre foi feito.
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Os pães e os peixes inicialmente partilhados, levaram a que todos os previdentes acabassem por partilhar os mantimentos que tinham trazido.
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O que não menoriza o milagre.