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sábado, setembro 17, 2016

Coisas estranhas

Coisas estranhas. Por um lado:
"As vendas promocionais nos hipermercados passaram de 39,7% no primeiro semestre de 2015 para 44,8% nos primeiros seis meses deste ano e a tendência é para continuarem a crescer, admite a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED).
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Além de serem uma “evidência da dinâmica concorrencial”, as promoções mostram que o fator preço continua a ser decisivo para quem compra. E os números falam por si: nos primeiros seis meses do ano, as marcas dos fabricantes ganharam quota de mercado, passando de 65,3% para 66,7% das vendas, enquanto o peso das marcas da distribuição recuou 1,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado."(1)
Por outro:
"Os fabricantes de produtos de marcas estão preocupados com os custos das promoções, [Moi ici: São precisos dois para dançar o tango. Não basta a distribuição querer fazer promoções, é preciso que também os fabricantes alinhem nelas] que já representam quase metade das vendas dos hipermercados, e querem estratégias comerciais para atrair os consumidores que não passem só pelo preço. [Moi ici: E estão à espera de quê? Que seja a distribuição a criá-las? Que falta de locus de controlo no interior! Não me digam que querem que seja o governo a intervir para se intrometer mais uma vez entre as duas partes de um contrato?]
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"Não há outra forma de chegar ao consumidor. O preço é o único argumento que é aceite como válido", [Moi ici: Oh, wait!!! Já não percebo... então agora já não há alternativa ao preço?! Se é esta a forma de pensar, então não há alternativa ao preço mesmo. Não porque não haja mas porque se acredita que não haja. Impressionante, mais uma vez em vez de terem um líder, um visionário, um aprendedor, têm um funcionário encalhado no passado. Apetece ser mauzinho e recordar “Commodities only exist in the minds of the inept"] afirmou, sublinhando que "isto tem um custo".
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O ónus, salientou, tem recaído sobretudo nas marcas dos fabricantes" que conquistaram quota de mercado às chamadas "marcas brancas", mas devido essencialmente às políticas promocionais que têm "introduzido uma quebra brutal de valor em toda a cadeia".
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Pedro Pimentel alerta, no entanto, que "a fórmula está gasta" e que as promoções já não conseguem gerar vendas adicionais: se antes da crise, uma promoção de 50% conseguia multiplicar as vendas por 10, atualmente os descontos não chegam muitas vezes a ser suficientes para vender cinco vezes mais.[Moi ici: Como não recordar os gráficos do Evangelho do Valor]
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O diretor-geral da Centromarca defende, por isso, mudanças nas estratégias comerciais "que levem os consumidores às lojas, mas não só à custa dos preços", incentivando, por exemplo, a experimentar novos produtos."(2) [Moi ici: Para os experimentar é preciso, primeiro desenvolvê-los. Depois, é preciso ter marketing a divulgá-los. Depois, é preciso ter paciência e aguentar os preços para recompensar a inovação, a menos que ela seja da treta e não passe de "eu também". Pessoalmente, como líder da Centromarca, procuraria os exemplos de positive deviances e faria tudo para os divulgar internamente, para mostrar o que funcionou e porque funcionou.]


(1) - Trechos retirados de "Hipermercados. Promoções já representam quase metade das vendas"
(2) - Trechos retirados de "Marcas querem novas estratégias para atrair consumidores viciados em promoções"

quinta-feira, março 24, 2016

Trump e decomoditizar (parte VI)

Parte IV e parte V.
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Quando olho, por exemplo, para a distribuição dos preços médios praticados por destino da carne de porco exportada:
E vejo a variabilidade existente, e penso logo na "positive deviance" e em Sternin.
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Em vez de começar com grandes teorias, começar com os exemplos positivos que sobressaem. Como se pode aumentar o preço médio exportado para Espanha?
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O que é que se exporta para Itália? Por que atinge aquele preço?
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E ao olhar para as importações e para os valores médios atingidos:

Em vez de começar a espingardar e a deixar a testosterona trumpista falar, por que não perguntar:
- Por que é que exportamos para França carne mais cara do que a que importamos de França?
- Por que é que exportamos para Espanha carne mais barata do que a que importamos de Espanha?
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Os compradores são compradores industriais, compradores menos irracionais. Logo, tem de haver uma justificação por trás. Qual é? Será que os suinicultores nacionais pensam que é o preço o factor-chave quando afinal os compradores industriais já estão nesta onda?
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Habituado aos copos menstruais e ao que eles significam acerca da capacidade de estudo dos políticos, olho para "Carne de porco vai ter rótulo obrigatório com informação de origem" e pergunto-me: Quanta da carne de porco importada é para acabar na distribuição? Quanta é para uso e processamento industrial?
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Acabo aqui esta série em que aprendi que cada vez sei menos sobre o leite e a carne de porco, e que cada vez há mais "lixo" a circular nos media e treta da parte dos políticos.


terça-feira, agosto 04, 2015

Uma sugestão

A propósito desta notícia "Indústria gráfica pede “ajuda externa” ao calçado":
"A associação das empresas gráficas e de transformação do papel está a desenhar a estratégia de internacionalização de um sector que actualmente apenas exporta directamente um quinto da produção anual.
A Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Comunicação Visual e Transformadoras do Papel (Apigraf) pediu ajuda à congénere do calçado (Apiccaps)..."
Acho bem que peçam ajuda a quem pode dar umas dicas sobre marketing e internacionalização.
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No entanto, não deixaria de apostar em aprender com os "bright spots" e a "positive deviance" do sector. Recordar "Switch - acerca da mudança (parte III)". O que é que as empresas que exportam os 20% da produção anual, podem ensinar aos colegas de sector?
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Que mercados?
Que feiras?
Que serviços?
Como começaram?
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Medo da concorrência?
Se têm medo da concorrência ainda não estão preparados para o salto. O negócio não é a competição pelo preço num jogo de soma nula, o negócio é seduzir clientes e desenvolver relações duradouras.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Switch - acerca da mudança (parte III)

O segundo capítulo do livro "Switch - How To Change Things When Change Is Hard" chama-se "Find the Bright Spots".
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Quando é preciso melhorar o desempenho de uma equipa de vendas, quando é preciso reduzir o tempo de paragem por avaria de um conjunto de máquinas, quando ... 
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uma possibilidade passa por, em vez de desencantar soluções mirabolantes, estudar a dispersão de resultados usando, por exemplo, um histograma e, seleccionar os "bright spots", isolar aqueles que têm melhor desempenho, para, depois, os estudar e perceber o que fazem de diferente. E, então, procurar alastrar essas práticas.
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Para exemplificar esta metodologia, Chip e Dan Heath, contam a história de Jerry Sternin, um americano que nos anos 90, recorrendo aos "bright spots" ajudou a reduzir fortemente a fome no Vietnam.
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Esta entrevista a Jerry Sternin "Positive Deviant" conta a metodologia seguida. 
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Este artigo na Wikipedia explica o que é a Positive Deviance.
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Continua.