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sexta-feira, agosto 14, 2015

Acerca dos CUT

O @MAL publicou este gráfico no Twitter:
Onde podemos ver a evolução dos Custos Unitários do Trabalho (CUT) a crescerem, ao longo desta década, na Finlândia.
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A inferência rápida que somos levados a tirar é que a crise finlandesa se deve à evolução dos elevados custos unitários do trabalho. Recordo daqui:
"Se os CUT são um rácio entre os custos do trabalho e a produtividade desse trabalho, então, a redução [o aumento] dos CUT pode ser obtida através de 3 vias:
  • reduzindo [aumentando] os custos do trabalho
  • aumentando [reduzindo] a produtividade do trabalho; ou
  • uma conjugação das duas.
Sistematicamente, quem fala da necessidade de reduzir os CUT fala em reduzir salários."
O que aconteceu aos salários finlandeses?
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O que aconteceu à criação de riqueza pelos finlandeses?
Fontes: LCPH e GDPAMP

Acho que é a isto a que chamam sticky wages. Os salários finlandeses cresciam muito mas no período 2012-14 não cresceram nada de especial. Contudo, a riqueza criada tem vindo sempre a descer. A conjugação das duas direcções no numerador e denominador, provocam o aumento considerável dos CUT.
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A minha alternativa?
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A mesma que recomendei e recomendo para Portugal, subir na escala de valor, trabalhar prioritariamente o numerador.


terça-feira, setembro 06, 2011

Apreciar o desempenho da Altri e o dos finlandeses

Disclaimer: Não sou um eucalipto-lover, sim, gosto de eucaliptos ... na Austrália". Sim, detesto ver km e km de plantações de eucaliptos. Sim, já em tempos, numa outra vida, estive quase a importar phoracantas.
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O que penso sobre os eucaliptos, não me impede de apreciar a capacidade de gestão da Altri:
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"A empresa liderada por Paulo Fernandes explica ainda que, naquele que foi "o melhor primeiro semestre de vendas da história da companhia", a facturação da empresa cresceu acima da média do mercado mundial de pasta e papel e viu as exportações subiram 3,2%."
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Entretanto, na Finlândia com a desculpa do euro caro:
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"Furthermore, currently the Finnish (and European) paper industry is reeling from the euro’s high value and as a result the units that are oldest or least competitive (due to capacity restraints in combination with the currency rate) get closed at an alarming rate." (Trecho retirado daqui)

domingo, junho 12, 2011

Consequências do paradoxo de Kaldor

Continuado daqui.
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Nicholas Kaldor formulou uma série de leis sobre o crescimento. A terceira lei dizia qualquer coisa como isto:
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O crescimento económico leva ao aumento dos salários, assim, a única maneira das economias maduras manterem, ou aumentarem a sua competitividade, passa por mudarem a forma de competição, ou seja, passarem da competição pelo preço para uma competição baseada noutros factores. Isto requer uma mudança estrutural.
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Os políticos e a academia acham que a mudança estrutural tem de ser feita pelos trabalhadores, que só trabalhadores mais educados e com mais formação é que criarão uma economia mais competitiva.
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Pessoalmente prefiro o exemplo finlandês...
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"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled.
This hypothesis can be tested by taking into account the quality of labour input in productivity decompositions. This can be done by using so-called “linked employer-employee” data. These data allow labour input to be measured in terms of “efficiency units”. It turns out that the basic findings and conclusions remain unaltered after the inclusion of the labour quality aspect in the productivity computations.
In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants.
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This is not to say, however, that education and skills are irrelevant from the point of view of economic growth and restructuring. On the contrary, a worker needs to be equipped with modern technology in order to fully utilise his or her skills in a productive way. As a consequence, in order to turn higher skills into higher aggregate productivity, new technologies must be implemented. Labour must be reallocated to those plants that have managed successfully to implement high productivity technologies.
So skill upgrading needs to be accompanied by restructuring through job destruction and creation. In addition, high skills probably facilitate adjustment because skilled workers can easily learn to use the new machines and techniques at their new jobs. From this perspective, the recent findings concerning the high basic skills of Finnish pupils are, of course, encouraging. It seems that workers will be able to adopt new techniques that are created by the current high R&D intensity"
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É muito difícil fazer uma mudança estrutural. A maior parte das empresas não consegue mudar o seu ADN, mudar os seus modelos mentais, descobrir alternativas mais atraentes, a uma velocidade adequada. Assim, quanto mais fácil for o seu encerramento, mais fácil será o desvio de recursos humanos e materiais para novas experiências.
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Subsídios e apoios que atrasam esta mudança são um peso imposto à sociedade... são como a ajuda bem intencionada que retira a jovem borboleta do casulo, e que a condena...
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E voltamos a Dezembro de 2007...
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Trecho retirado de "Creative Destruction in Finnish Manufacturing"

sábado, outubro 31, 2009

O exemplo finlandês

Edward Hugh neste dois postais publicados no "A Fistful of euros" chama a atenção para a situação na Finlândia e para o euro. A Finlândia é o país da Europa do euro onde a queda do PIB em 2009 foi mais pronunciada. É interessante reconhecer o perigo de uma dependência esmagadora da exportação, é interessante comparar a evolução económica sueca e finlandesa e intuir que a corrosão competitiva sofrida pela Finlândia tem um culpado... o euro!
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Quem se mete no euro, leva!!!
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Todos os defeitos que a nossa economia tem a Finlândia não tem and yet...
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Não há estratégias que durem para sempre, a economia finlandesa, ao cair assim tanto, estará, porventura, em rápida reconversão para uma nova fase.
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Por cá, os lay-offs cozinhados vão adiando o inevitável, vão diluindo o "sense of urgency".