"Não há emprego sem capital, porque não há postos de trabalho se não houver o investimento (transformando a liquidez em capital) que compre instalações, equipamentos e matérias-primas para, com o adequado plano de negócios, utilizar os factores produtivos para responder a uma procura do mercado. As sociedades que não gostam do capital estão, de facto, a prejudicar o emprego, revelando que preferem entregar ao crédito a responsabilidade de manter e de criar postos de trabalho ou que ficam à espera de que os estímulos do Estado financiem a manutenção e a criação de emprego. Quando não se gosta do capital, está a trocar-se um custo flexível (o lucro é o risco do empresário) por um custo rígido (o juro é definido pelo credor e majorado pela avaliação do risco do devedor) ou por um aumento da carga fiscal imposta pelo Estado. Como o custo salarial não é flexível (os trabalhadores recusam a descida do salário nominal), um contexto em que não haja a ilusão monetária criada pela inflação só terá emprego se houver taxas de juro negativas."
Trecho retirado de "A sombra do desemprego"
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