quarta-feira, janeiro 07, 2015

Estratégias de trajectória

"Most strategies (strategies of terrain) tend to look from the present out to the future. Strategies of trajectory start with a view of the future and work back to the implications for action in the present."
Não sei se consigo concordar com esta distinção. Desde o primeiro projecto de reflexão estratégica em que me recordo de estar envolvido, que sempre a estratégia começou por uma visão do futuro desejado, para, depois, voltar ao presente, para colmatar a lacuna entre os dois momentos.
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A ser verdade, talvez a realidade de trabalhar com PME de sectores transaccionáveis, a braços com o impacte chinês, nunca permitisse admitir que o presente tal como estava tinha algum futuro, o futuro teria sempre de passar pela construção de uma nova realidade.
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Trecho retirado de "The Big Shift in Strategy - Part 2"

Depois, a alternativa de Mongo

Primeiro, a receita falhada que os elementos da tríade nos propõem:
"We face a world of pinched political aspirations and partisan disputes, of policy gridlock and geopolitical competition. Companies and countries compete on price for their share of a fixed pie. At the country level, price equals currency value; beggar thy neighbour policies loom.
This competitive pricing logic is on display within commodity markets."[Moi ici: A solução é fugir da competição pelo preço, da competição como um jogo de soma nula]
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Depois, a alternativa de Mongo:
"Self-producing refers to the rise of advanced manufacturing techniques including robotics, cloud manufacturing and 3D printing. These techniques are upending the global supply chain and reversing the traditional multinational search for low-cost labour. Today’s world is all about ecommerce, mass customisation and producing where the demand is.
Self-consuming is the Tri-Polar World’s third unique attribute. Driven by wealth generation, urbanisation and service sector expansion, regional consumption capacity growth reinforces the self-producing attribute. Each region’s ability to self consume leverages trade, reduces beggar thy neighbour risk and creates a virtuous circle with the first two attributes." [Moi ici: O poder da proximidade associada à democratização da produção]
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Trechos retirados de "Step back to go forward on global growth"


terça-feira, janeiro 06, 2015

Curiosidade do dia

A propósito de "TGV que não saiu do papel custou 153 milhões de euros" onde se pode ler:
"Tribunal de Contas diz que a alta velocidade não teria viabilidade económica num relatório que não teve o contraditório da Refer."
Era interessante a inteligentzia jornalística cá do burgo ter um pouco de memória e perguntar ao economista Fancisco Louçã se ainda mantém estas opiniões "Bloco de Esquerda rejeita suspensão do TGV".

Sem desculpas

""I had no choice," actually means, "I had only one path that was easy in the moment."
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The agenda we invent and act on defines our organizations, our work, and the people we choose to become."
Trecho retirado de "Choices"

Acerca de Mongo (parte II)

Na sequência de "Acerca de Mongo" mais um interessante sobre o futuro do trabalho em Mongo em "The future of work":
"Using the now ubiquitous platform of the smartphone to deliver labour and services in a variety of new ways will challenge many of the fundamental assumptions of 20th-century capitalism, from the nature of the firm to the structure of careers.
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The idea that having a good job means being an employee of a particular company is a legacy of a period that stretched from about 1880 to 1980. The huge companies created by the Industrial Revolution brought armies of workers together, often under a single roof. In its early stages this was a step down for many independent artisans who could no longer compete with machine-made goods; it was a step up for day-labourers who had survived by selling their labour to gang masters.
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Thus more and more of the routine parts of knowledge work can be parcelled out to individuals, just as they were previously parcelled out to companies. This could be bad news for the business models of professional-service companies which use juniors to do fairly routine work—thus providing the firm with income and the juniors with training—while the partners do the more sophisticated stuff. As on-demand solutions and automation prove applicable to more and more routine work, that model becomes hard to sustain.
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The on-demand economy is unlikely to be a happy experience for people who value stability more than flexibility: middle-aged professionals with children to educate and mortgages to pay. On the other hand it is likely to benefit people who value flexibility more than security: students who want to supplement their incomes; bohemians who can afford to dip in and out of the labour market; young mothers who want to combine bringing up children with part-time jobs; the semi-retired, whether voluntarily so or not."

Mais um exemplo

Mais um exemplo positivo do mundo das conserveiras:
"A conserveira açoriana Cofaco, líder nacional do sector, foi a empresa da agro-indústria que mais cresceu em volume de vendas em 2013, tendo registado um resultado de cerca de 73 milhões euros, mais 29,6 por cento do que no ano anterior.
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No mesmo período, a única empresa do sector conserveiro nacional incluída no ranking das 500 maiores empresas, registou um crescimento dos resultados líquidos de 1 130 milhões de euros, ou seja mais cerca de 184 por cento."
Entretanto em "Lesboa"os comentadores acham que estes são anos perdidos...
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Trecho retirado de "Açoriana Cofaco com o maior crescimento do sector conserveiro nacional"

Quem são os potenciais clientes desprezados no seu sector?

Gostei muito deste artigo "The gym for people who would never use a gym"The gym for people who would never use a gym".
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Já por várias vezes, no meu contacto com o mundo do fitness, referi o desencontro entre as imagens que ocupam as paredes, de jovens musculados "Bon Chic Bon Genre", e a realidade demográfica do mercado. Se as imagens são de jovens musculados bcbg, então, a mensagem é a de que esses são o público-alvo. É uma opção legítima, contudo, é preciso não esquecer onde está a maior parte do mercado potencial.
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Interessante também perceber que se tratou da última tentativa de salvar o negócio e, que a ideia era tão absurda que não conseguiu o apoio de nenhum investidor.
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É fundamental, como se defende neste blogue, escolher quem são os clientes-alvo e perceber o que os mobiliza, o que os atrai, o que os faz sonhar. Depois, ser coerente e focado.

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Enfim, a treta do costume

"O projecto ferroviário português de alta velocidade cancelado em 2012, um investimento superior a 11,6 mil milhões de euros, não teria "viabilidade financeira", de acordo com a auditoria do Tribunal de Contas (TdC),
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"Os riscos de procura relevantes recairiam sobre a CP e a REFER, empresas públicas economicamente deficitárias. Em contrapartida, os pagamentos pela disponibilidade da infra-estrutura às concessionárias gozariam de estabilidade, característica típica das rendas", alerta o relatório do TdC."
Estou a ouvir uns tótós argumentarem que o dinheiro dos fundos europeus se perdeu por não terem sido aproveitados nesta obra.
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Enfim, a treta do costume.
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Acerca da execução

"There are two principal things a leader can influence when it comes to producing results: your strategy (or plan) and your ability to execute that strategy.
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Why is execution so difficult? After all, if the strategy is clear, and you as the leader are driving it, won’t the team naturally engage to achieve it? The answer is “no,” and it’s likely that your own experience has proven this more than once."
"if the strategy is clear"... a estratégia pode ser clara mas o mundo está pleno de incerteza. Esse é o tema que Spender tão bem trata com a introdução da retórica. Não basta comunicar, não basta transmitir a estratégia, é preciso persuadir.
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Por mais que se transmita a estratégia, é precisa que haja autonomia de actuação de quem está no terreno e, se depara com novidades nào previstas no algoritmo da estratégia.

Trechos retirados de "4 Disciplines of Execution" de Chris McChesney, Sean Covey e Jim Huling.

As escolhas importantes

"To break from the pack, you must dominate some significant area of the market.
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In today’s Copycat Economy, you can’t be great in many businesses, you can’t be curious, cool and crazy in many businesses, and it’s a fool’s gambit even to try. You must choose your markets, your products, and your customers very carefully, then go in with tremendous creative and productive force until you dominate the arenas you’ve selected.
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First, it’s important to remember that domination is not necessarily about being the biggest. Whopping balance sheets, stout sales figures, fat market shares, and big newspaper headlines are no indication that a company has taken command of its market,
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Neither is domination about beating up a rival"

Trechos retirados de "Break From the Pack" de Oren Harari

domingo, janeiro 04, 2015

Not Yet?




O contexto é fundamental

"In 2000, Venchi ventured into retail selling only its chocolates. Such a narrow product line wasn’t enough to support a big investment. Six years later, the company tried again, but added chocolate beverages, ice cream and other products.
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It also upgraded its locations and store designs, replacing cheap furniture with tonier pieces. Venchi also hired more experienced sales staff.
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The change in the perception was so big that the average consumer went from spending €5 to about €12,” Mr. Ferrero said. “We’re becoming more like a luxury fashion house than a food store.”"
E não tem nada a ver com o produto, tudo com o contexto em que o produto é percepcionado e adquirido.
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Trecho retirado de "Prices Pinch Prosciutto Trade"
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BTW, depois de ler o artigo completo, como não pensar no esforço exportador bem sucedido, que tantos e tantos pequenos produtores portugueses estão a ter.

sábado, janeiro 03, 2015

Acerca de Mongo

Em "The on-demand economy - Workers on tap" e em "The sharing economy must share the risk" encontro a mesma falha. Em minha opinião, o futuro não é Uber. Uber é o nome destas mega-plataformas que relacionam procuram e oferta.
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Por que é que a procura e a oferta vão continuar a precisar destas mega-plataformas? Por que é que oferta e procura hão-de condescender, no médio-prazo, em pagar um imposto revolucionário para o dono da plataforma, quando vai ser fácil para a oferta ter a sua própria plataforma?

sexta-feira, janeiro 02, 2015

Erros no pricing

"Mistake No. 1:
 Basing prices on costs, not customers’ perceptions of value.
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Mistake No. 2: Companies base their prices on “the marketplace.”.
By resorting to “marketplace pricing,” companies accept the commoditization of their product or service. Marketplace pricing is a resting place for companies that have given up, and where profits end up being razor thin. Instead of giving up, these management teams must find ways to differentiate their products or services so as to create additional value for specific market segments
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Mistake No. 3: Same profit margin across different product lines....
The iron law of pricing is that different customers will assign different values to identical products. For any single product, profit is optimized when the price reflects each customer’s willingness to pay. This willingness to pay is a reflection of his or her perception of value of that product, and the profit margin in another product line is completely irrelevant.
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Mistake No. 4:
 Companies fail to segment their customers..
Mistake No. 5: Companies hold prices at the same level for too long..
Mistake No. 6: Salespeople incentivized strictly on revenue..
Volume-based sales incentives create a drain on profits when salespeople are compensated to push volume, even at the lowest possible price. This mistake is especially costly when salespeople have the authority to negotiate discounts. They will almost always leave money on the table by: selling lower priced products and dropping prices to “clinch the deal.”
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Mistake No. 7:
 Changing prices without forecasting competitors’ reactions."

Trechos retirados de "The Top 10 Pricing Mistakes Companies Are Making"

E depois da comunicação da estratégia (parte I)

O quinto capítulo de "Business Strategy - Managing Uncertainty, Opportunity, and Enterprise" de  J.-C. Spender foi uma grande surpresa.
"If a strategy was simply a logical plan to reach a known objective, and many think of strategy of this way, communicating it would be easy. But the preceding chapters show strategizing as an ongoing process of selecting and dealing creatively with the situation’s uncertainties. Even when this has been done and the firm’s BM has been constructed, resourced, and its implementers trained up, and there is an appropriate idiosyncratic language with which to express and control it, those implementing will get further surprises and meet further uncertainties as they transform thought into action. It follows the strategizing process is not complete until it has been translated into irrevocable action, until all the actors identified have committed, “plunged in with both feet.” ... So strategizing managers need a communications approach that engages the implementers and others in the strategizing process actively and draws them into it, rather than an approach that treats their hearers as dumb cogs in a mechanical system designed to achieve their plans. ... Strategists need to know how to engage their subordinates in a process that continues up to the very moment of commitment."
Depois de comunicada a estratégia, o mundo continua a girar, as incertezas a desenrolarem-se e a realidade a mudar... a estratégia comunicada inicialmente tem de ser ajustada por cada um, no seu posto de trabalho.

Acerca do preço

"What does your pricing say about you? Most sales people lack the confidence to charge full price. Regardless of the pricing model you have worked hard to develop, when push comes to shove—and often even before push comes to shove—sales people cave in and offer discounts. This reflects an underlying lack of confidence in the value of your company’s product and services.
You can dramatically increase your profitability in the coming year by emphasizing pricing realization as much as pricing strategy."


Trechos retirados de "Stop Discounting with These 5 Tips"

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Votos de um Bom 2015

"A commodity business is a bottom-line operation of cold calculation.
A brand disrupts commodities with cultural value beyond calculation.
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Marketing models people as potential buyers.
Brand strategy models people as potential co-creators of value.
Very different approaches."
Tweets de @brandstrat

quarta-feira, dezembro 31, 2014

Curiosidade do dia

Esta manhã, eram cerca das 11h10, num caminho florestal onde o sol não conseguia chegar:
 Não, não é vidro, é mesmo gelo.




Aprender com Darwin (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.
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Outro exemplo monumental da vantagem da aprendizagem à Drawin "To avoid big IT catastrophes, follow Darwin":
"Unnoticed and unsung, however. this government may actually have found a way to bring the horrid history of big. public IT projects to an end.
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McKinsey found in 2012 that 17 per cent of IT projects budgeted at more than $15 million fail so badly they threaten the company's very existence.
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Instead, Mr Maude and Mr Bracken are teaching the civil service to start small, fail fast, get feedback from users early and evolve the thing as you go along.
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those who succeed allow for plenty of low-cost trial and error and incremental change. It's the mechanism Charles Darwin discovered that Mother Nature uses. Rather than a grand "creationist" plan or a big leap, natural selection incrementally discovers success through trial and failure.
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Yet government kept trying to do things by grand plan.
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Mr Maude began by centralising controls so that he had to sign off any IT contract of more than £1 million (now raised to £5 million), then built up an in-house capability to offer cheaper and. better design, and opened procurement to smaller companies. Government contracts with outside IT suppliers are now shorter and smaller. Some of the savings on over were so vast that civil servants refused to believe than. In one case, 98,5 per cent of the cost of an existing contract was saved by letting a contract to a small British business rather than an incumbent multinational IT firm, and it worked better."
Claro que isto são más notícias que têm de ser abafadas pelas redes dos anafados incumbentes. Isto não se pode fazer.

Para reflexão acerca da agricultura (parte II)

Depois de ler "Cogumelos 'made in' Japão produzidos em estufas de Vimioso" não pude logo deixar de recordar estas conversas "Para reflexão acerca da agricultura".
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Faz-me espécie que para um investimento de 100 mil euros, o dinheiro público entre com 80%.
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O sucesso destes burocratas deve medir-se pelos euros distribuídos, não pela taxa de sucesso, de retorno, desses mesmos euros.

terça-feira, dezembro 30, 2014

Curiosidade do dia

Ao ler este título "Novos carros patrulha da GNR desviados para uso de oficiais", lembrei-me logo do título e da mensagem simbólica deste livro "Leaders Eat Last: Why Some Teams Pull Together and Others Don't"

"they mistake turnover for profitability"

Muito sumo em "9 Ways Your Pricing Strategy Sucks":
"Why do I want to talk about pricing? There is a disease called “Price Discounting.” It is like heroin. It will kill you and your business. Let me give you an example to explain this:
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You make a 30% gross margin. You decide one day to reduce your prices by 6%. That means that you now have to increase your gross sales by 25% to make the same gross profit. Now that is just insane, but that is what occurs in the market place.
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Especially in time when there is fear, anxiety and sales restriction. People get gun shy. They play Russian roulette with their own business. Businesses go broke because they do not sell in their market; they do not understand the implications of pricing; they mistake turnover for profitability and they grow their sales and wonder why they are not making any money.
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So here are the nine reasons why your pricing strategy could suck:
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1. You price by a textbook formula or an industry norm.
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2. You have an excessive concern about your competitor's pricing.
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3. You attract customers who buy on price....
4. A predetermined belief that is all they will pay.
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5. You allow apple to apple comparisons....
6. You have created no differentiation....
7. You do not offer premium price options.
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8. Ignorance or stupidity about business math.
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9. Poor self or business esteem or feelings of not deserving more."

Concorrência versus Clientes

Uma preocupação já por várias vezes referida neste blogue:
"As Peter Drucker emphasized, “The purpose of a business is to create a customer.” That’s also the purpose of any business strategy: make customers, not war. In my experience at strategy meetings, most executives spend too much time discussing competitors and not nearly enough time discussing customers: who they are, their key concerns, how they buy, why, and where."
Trecho retirado de "Stop Using Battle Metaphors in Your Company Strategy"

when you start walking the way, the way appears"

"- If Kraft is closing [the plant], the largest food company in the world... se eles achassem que conseguiam criar valor, não a fechavam. E se eles acabaram de vender o negócio dos iogurtes é porque perceberam que é um negócio sem futuro."
O resto da história ... da Chobani, já o contamos aqui, algumas vezes (aqui por exemplo).
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Apresentação aqui.
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A parte final tem o pormenor importante:
"Quando se está a fazer alguma coisa há sempre um fluxo de ideias novas que não param de surgir... when you start walking the way, the way appears"

Um pouco na linha do que Spender escreve sobre o que os empresários sabem, e que advém da experiência, e que nenhum académico bem intencionado sabe... a velha expressão lusa:
- Um saber de experiência feita!



Aprender com Darwin (parte III)

Parte I e parte II.
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Outro exemplo da vantagem da aprendizagem, do bottom-up, da humildade da tentativa e erro:
"Este foi o primeiro núcleo da Refood, a associação criada em 2011 por Hunter Halder, o norte-americano a viver em Portugal há 20 anos e que um dia se perguntou porque é que havia gente com fome e restaurantes a deitar fora comida, e decidiu fazer alguma coisa em relação a isso....“Comecei a estudar a zona e encontrei 285 potenciais doadores”, conta. “Pensei ‘como vou fazer isto, de bicicleta?’ Não vou. [Moi ici: Começar de pequeno, fugir dos grandes planos e projectos mirabolantes] Então comecei a cortar, a reduzir o tamanho da área, mas ainda não era possível e cortei mais, até que fiquei com sete quarteirões e 45 fontes de alimentos. Vi as horas de fecho, dividi em dois turnos, e disse ‘é possível’”[Moi ici: Pragmatismo, pés no chão, realismo, ver o filme todo]
.Só depois começou a contactar os cafés e restaurantes. Dos 45, 30 acabaram por dizer que sim. ??Primeiro falei com o Carlos, da pastelaria em frente a minha casa, e perguntei ‘olha lá, ao fim do dia tens coisas que sobram, que vão para o lixo?’, ele disse que tinha muito pouco, sopa, pão, alguns bolos, mas nunca sobras do almoço. E eu disse ‘se passar aqui ao fim do dia, dás-me o que sobra?’, ele disse que sim mas que era pouco.” Conquistada a primeira porta, seguiu para as outras. ...Entretanto, o núcleo inicial do Refood (o nome foi uma ideia do filho de Hunter, Christopher Halder, co-fundador) começou a crescer. Ao fim de seis meses havia 30 voluntários a percorrer os sete quarteirões, e o projecto já começava a chamar a atenção. ...No computador de Hunter podemos assistir ao que, espera o fundador, será o futuro da Refood: as bolinhas vão-se multiplicando, assinalando o aparecimento de novos núcleos, também já noutros pontos do país. “Há várias equipas no terreno a preparar os núcleos, mas é um processo que demora uns nove meses, para identificar todos os potenciais doadores, os potenciais beneficiários, trabalhando com os agentes sociais que já estão no terreno, evitando que haja duplicações, e procurando um lugar para a sede do núcleo.”"
A beleza da iniciativa privada descrita em "A ideia mais simples, afinal, era possível"
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BTW, reconfortante, perceber que ainda há organizações em que "voluntário" é mesmo voluntário e não mais um eufemismo.



segunda-feira, dezembro 29, 2014

Quando se reconhece que se é uma formiga num piquenique, o melhor é sair quanto antes

A propósito do título "Produção de leite: uma atividade cada vez menos cobiçada".
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Como aqui prevemos há muitos anos, uma tendência tão fácil de ler nas estrelas.
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Primeiro, recordar este postal de Julho de 2006, "Faz sentido continuar a apostar num negócio?", onde se encontra este pragmático esquema:
Quando se reconhece que se é uma formiga num piquenique, o melhor é sair quanto antes.
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Recordar:

Só os ignorantes é que podem defender que esta evolução era evitável com fronteiras abertas.


Momento "Norteamos"

"O distrito de Lisboa, mais exposto aos riscos do Mercado Interno de Prestação de Serviços, acentuou a tendência de aumento do seu peso no total de insolvências de empresas, passando de 20,3% em 2013 para 21,8% até outubro de 2014 (1.242 insolvências). O Porto, menos exposto à Procura Interna, diminuiu o seu peso no total de 23,1% em 2013 para 22,8% em 2014 (1.301 insolvências). Braga, ainda mais especializado na fileira exportadora da Moda (ênfase no Vestuário), tem uma diminuição mais acentuada (de 12,8% para 11,1%). Aveiro, com uma forte especialização em outra dimensão da Moda (Calçado), diminuiu ligeiramente o seu peso relativo (de 7,3% para 7,2%)."
"Emprego no Norte registou o "maior crescimento desde há seis anos""
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Trecho inicial retirado daqui.

O espanto do anónimo engenheiro de província explicado



"probably about twenty five years it just seemed to me as an entrepreneur and that seemed to me as a manager that's uh...
judgment was much more important then rational analysis so my shock when i  came into business school was to see the campuses so much in all analysis absence of judgments
...
the objective of management is about the generation of profit, then rational analysis
by definition cannot help you because rational analysis fails under conditions of uncertainty."
Spender descreve o espanto com que eu, anónimo engenheiro de província, recebia os textos e opiniões da tríade.
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A tríade debita receitas e soluções sem contacto directo com as situações, sem relações amorosas, sem consciência das imperfeições e idiossincrasias, sem considerar a incerteza das situações, tudo é visto como se fosse um jogo de xadrez com regras definidas e imutáveis.
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BTW, a parte sobre retórica vai dar que falar.

Qual a empresa com mais foco?

Leio "Audi vai investir 24 mil milhões até 2019 para ultrapassar BMW" e pressinto logo que estamos em mais um daqueles momentos em que uma empresa grande, secundada por consultores de topo, resolve dar o passo em frente para a asneira.
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Primeiro, a preocupação com a concorrência.
Segundo, a preocupação com a quota de mercado.
Terceiro, a ideia de ser tudo para todos:
"O objectivo da Audi é alargar o número de modelos dos actuais 50 para 60 até 2020."
Quantos modelos tem a BMW?
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Qual a empresa com mais foco?

domingo, dezembro 28, 2014

Curiosidade do dia

O harakiri das democracias.
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"Francois Hollande's TGV vanity project is on a high-speed railway to nowhere":
"Mr Hollande must decide by mid-January whether to give the go-ahead for a new high-speed line which would cut journey times to his own political fiefdom in a thinly populated region of south-western France.
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The President has pledged privately to local politicians that the €1.8bn Poitiers-Limoges line will be built. The French state watchdog has concluded that the project is a high-speed branch line and economically absurd. The government must make a decision by 12 January.
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Passenger numbers are falling; the price of tickets is rising steeply; the TGV system faces new competition from a decision to create a nationwide bus network."
"És sostenible apujar les pensions cada any?":
"L’augment d’un 0,25% genera un forat de 13.000 milions i és una ficció total"

"Natal é quando as Crianças pedem e os Pais pagam. Défices é quando os Pais pedem e as Crianças pagam."
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Os mimados da Geração Tu-Tu-Tu vão sugar tudo até ao fim.

Sem "skin-in-the-game" são só bitaites

O termo "skin-in-the-game" que Nassim Taleb tanto valoriza é, realmente, muito poderoso.
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Às vezes faço algumas pesquisas aqui no blogue que me remetem para verdadeiras barbaridades. Gente em lugares de relevo:
  • fez previsões que se revelaram erradas;
  • propôs soluções que se revelaram desnecessárias;
E continuam, qual Cravinho, sem nunca fazerem auto-crítica e sempre a propor mais soluções e previsões.
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Um exemplo absurdo... tão, tão, tão absurdo... até dá para sentir vergonha por ele, é este, de Janeiro de 2011, "Retrato de um encalhado"
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É preciso aprender com Darwin (parte II)

Parte I.
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Em vez dos planos grandes, a humildade do experimentador:
"the successful innovators I observed spent less time on identifying and developing good ideas and more time testing their hypotheses. In fact, these teams and groups made the testable business hypothesis the center of their innovation effort."

Menos turbulência

Os números da economia portuguesa, segundo o Informa DB, revelam um abrandamento importante da turbulência.
Em 2014, até Novembro:
  • Criadas 32600 empresas (-1,6% homólogo)
  • Encerradas 11475 empresas (-10,6% homólogo)
  • 4110 insolvências (-20,6% homólogo)
A criação de empresas continua acima do ritmo verificado de 2009-2010.
O encerramento de empresas anda muito abaixo dos valores de 2009-2010.
O número de insolvências já está abaixo do nível de 2011. 

sábado, dezembro 27, 2014

Mongo e a democratização da produção

Um exemplo de Mongo, da democratização da produção, dos nichos em todo o lado e, o papel da paixão nos negócios, "Dança? A Rumbanita tem os sapatos certos para si":
"As danças latinas são a grande paixão de Mariana Simões. E foi ao procurar uns sapatos confortáveis, bonitos e a bom preço que percebeu que havia um nicho de mercado a ocupar." 
""Há excelentes marcas portuguesas, mas são muito formais. Os sapatos são todos ou pretos ou cor de carne. E as marcas estrangeiras são caríssimas. Foi daí que surgiu a ideia de fazer uma marca nova, diferente, com um design muito retro, mas em que a cor, os padrões e o brilho são uma constante"" [Moi ici: Como não recordar as avós tatuadas
Quem são os clientes-alvo? Qual a proposta de valor? Quais os canais de venda?
Tudo muito fácil de responder a partir do texto do artigo, o que só me faz desconfiar positivamente do potencial do negócio. Só faço dois reparos:
  • é fundamental exportar, é um nicho. Se não se exportar, não se vai poder viver do aprofundamento da alma e paixão do foco nas danças latinas;
  • o alargamento para as noivas representa uma mudança arriscada pois reduz o foco da paixão. A exportação poderia minorar a necessidade de alargar a gama de produtos para lá das danças latinas.

É preciso aprender com Darwin

Por que é que em Mongo as PME, ainda que com menos recursos que as empresas grandes, têm tudo para serem as líderes?
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Porque as empresas grandes pensam em grande, porque as organizações grandes e com muitos recursos gostam de planos grandes. Elaboram planos enormes, muito detalhados e ficam escravas desses planos, apesar da realidade evoluir a uma velocidade tremenda.
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Este é mais um exemplo desta mentalidade "Newest U.S. Stealth Fighter ‘10 Years Behind’ Older Jets"
"“Because all of the subsystems depend on each other, requirements aren’t allowed to change after the design is ‘finalized.’ It’s not a big deal, unless it takes 20 years to field the jet… then it’s a problem.”
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The end result is that when the F-35 finally becomes operational after its myriad technical problems, cost overruns, and massive delays, in some ways it will be less capable than current fighters in the Pentagon’s inventory."
Depois disto apetece dizer, os inimigos da América não precisam de fazer nada, os americanos fazem por eles o trabalho. Como é possível pessoas racionais, suportadas pelos consultores mais capazes, aceitarem este tipo de procedimento... fechar umas especificações e não ocorrer que 20 anos depois essas especificações estariam mais do que ultrapassadas.
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Portanto, quando pensar nas dificuldades que a sua PME tem pela frente, lembre-se que as empresas grandes dão estes bónus muito generosos, está na sua natureza.
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É preciso aprender com Darwin, e dar lugar à tentativa e erro, e trabalhar com planos mais pequenos dedicados a tratar um módulo de cada vez e, aprender com o feedback da realidade.

"Souberam que tinham de fugir da maldição do preço e uma grande parte conseguiu"

A propósito de "Um quarto de século depois, a indústria têxtil volta a mostrar a sua fibra":
"chegou a empregar mais de 800 trabalhadores. Hoje, esse mundo das grandes fiações extinguiu-se e o enorme espaço de 32 mil metros quadrados é utilizado pela LMA que, com os seus 42 trabalhadores, produz sete milhões de euros anuais de tecidos que se ajustam à temperatura do corpo humano ou reagem à transpiração. ... já não há apenas encomendas de clientes estrangeiros que ditavam as cores, os tamanhos e os tecidos – hoje a LMA oferece ao cliente soluções desenvolvidas e testadas nos seus laboratórios." [Moi ici: Uma revolução: Menos trabalhadores, muito mais facturação por trabalhador, diferentes produtos, diferente posicionamento estratégico, diferente postura perante os clientes]
 "Depois de um quarto de século de devastação, porém, há sinais de que algo pode estar a mudar. “Pela primeira vez em muitos anos, o sector deixou de destruir emprego e pode ter até criado postos de trabalho
Os resultados da destruição criativa:
"passaram-se 25 anos em que o sector têxtil sofreu um abalo de proporções sísmicas. Umas duas mil empresas desapareceram do mapa do sector que se concentra nos distritos de Braga (51% das empresas) e do Porto, deixando a paisagem do Vale do Ave marcada por enormes edifícios-fantasma [Moi ici: Recordar Vizela] que recordam os anos 80, o tempo em que a têxtil era a mais importante indústria do país. Mais de cem mil operários perderam os postos de trabalho, reduzindo o emprego no sector de 240 mil pessoas para cerca de 123 mil no ano passado."
Versus a previsão:
"as previsões de um estudo da Kurt Salmon Associates, em 2000, que tinham como pior cenário a destruição de 106 mil postos de trabalho e de 826 empresas, foram ultrapassadas por uma realidade ainda mais crua."
Eis uma frase a merecer alguns reparos:
"Mas sobreviveram as espécies mais adaptadas, num processo de selecção natural. “O sector está praticamente expurgado das empresas ineficientes e desadequadas”"
Não foram as espécies mais adaptadas que sobreviveram, foram as que melhor se adaptaram. Por isso, a segunda parte da frase soa-me tão mal. Ser ineficiente ou desadequado não são características absolutas, são características relativas ou contextuais. No âmbito do paradigma que existia, antes do impacte da China e da abertura à Europa de Leste, e com as boleias da desvalorização cambial a pedido, essas empresas eram eficientes e adequadas o suficiente para termos um desemprego que chegou aos 3,9%. Como muitas vezes aqui escrevemos (acerca do momento 1, nós éramos a China antes da China, éramos a China da CEE) :
“Nesse tempo éramos a ‘China’ da Europa do Norte”
O aparecimento da China é que alterou as bitolas da eficiência e provocaram a mortandade dos últimos anos e a consequente reacção:
"A primeira tentação foi baixar os preços para resistir o mais possível ao “rolo compressor chinês” que, como recorda Paulo Vaz, no prazo de uma década aumentou a sua quota no mercado mundial da têxtil de 10 para 33%. “Tivemos de ser muito mais eficientes para podermos baixar os preços”, [Moi ici: Entretanto, a política ajudava criando mais desemprego] diz Manuel Barros, director-geral da LMA. Nas cúpulas empresariais e associativas do sector, porém, sabia-se que esse esforço não bastava. Era preciso mudar tudo, ou quase. Na estratégia, na gestão, na relação com os clientes, na produção, na logística, na inovação. “Não podíamos fazer mais do mesmo”, diz Manuel Barros. “Tivemos de sobreviver. Depois de fazermos uma reestruturação em 2004, posicionámos-nos num segmento médio/alto, deixando para os asiáticos a parte mais baixa da cadeia”, explica Crispim Ferreira."
Reacção traduzida em:
"A LMA diversificou a sua oferta de produtos, começou a trabalhar para o calçado ou para a indústria automóvel. Apostaram na certificação, investiram em equipamentos, montaram laboratórios que analisam resistência das fibras, a solidez à luz, a reacção à humidade, a estabilidade dimensional ou o peeling (propensão para gerar borboto) das malhas. Tornaram-se capazes de produzir um tecido com três superfícies que engloba uma membrana que abre quando um ciclista transpira e fecha quando temperatura corporal baixa. A Lameirinho deixou de ser um mero executor de ordens externas e dedica-se a desenvolver, produzir e oferecer em embalagens gamas completas de lençóis ou toalhas de mesa cuja qualidade e sensação ao toque até os mais leigos conseguem perceber. “Nós, hoje, desenvolvemos o produto, apresentamos o fato à medida do cliente. A mudança principal, nos últimos dez anos, é que nós passámos a criar um conceito”, precisa Crispim Ferreira."
E bem sintetizada em:
"Souberam que tinham de fugir da maldição do preço e uma grande parte conseguiu”"
Outra lição que se poderia ter aprendido aqui há anos é esta:
 "“Temos um lead time [tempo de entrega] imbatível. [Moi ici: Basta procurar por proximidade, como vantagem competitiva] Em duas ou três semanas a encomenda é colocada em qualquer parte da Europa”, diz Paulo Vaz. Numa era em que a velocidade na criação de gamas ou de reposição de stocks é um factor crucial, [Moi ici: Outra vantagem competitiva, acelerar para as 52 épocas por ano] a indústria portuguesa consegue uma vantagem comparativa em relação aos competidores asiáticos. A Inditex espanhola percebeu a importância dessa rapidez de resposta e fez de Portugal uma das suas principais bases de produção."
Para terminar, reforço a minha dúvida quanto a isto:
"“Mas não nos iludamos: no algodão e nas commodities, ou seja a têxtil que não tem nada de especial, eles foram para a China e já não voltam”" 
Atrevo-me a duvidar desta opinião. Não sei se o low-cost não regressará, apesar de tudo. Os asiáticos estão cada vez mais caros e os importadores também não nadam em dinheiro, querem encomendas mais pequenas e com um ciclo de pagamento-recebimento mais ajustado.

sexta-feira, dezembro 26, 2014

A estatística mente com todos os dentes

Segundo a estatística, "Famílias pagam agora 12 euros por cada 100 que ganham".
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O que é que esta estatística não revela nem releva?
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Dos agregados familiares que declaram rendimentos 52,8% não paga IRS. E dos que pagam, 9% pagam 53% do total da receita.
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Portanto, a distribuição está longe de ser normal e, por isso, a média é um parâmetro pouco útil para descrever a realidade.
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Em tempos, o Hélder, no Twitter, publicou:
BTW, se "Cada 10 euros de aumento de impostos só tira 4 ao défice" é pena que cortar na despesa seja inconstitucional, é que cada 10 euros de corte na despesa tira 10 euros ao défice e dá um bónus de abate na necessidade de aumentar os pedidos de empréstimo e do preço do dinheiro.

Pois...

"Estudantes preferem um emprego por conta de outrem do que abrir a sua própria empresa".
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A economia do futuro, e a economia do futuro já anda por cá, ainda que distribuída de forma muito anormal, é que pode precisar de cada vez menos funcionários.
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As máquinas substituirão os funcionários, como varreram os portageiros do mapa.
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Este trecho retirado de "The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies":
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"To Switch the Skills, Switch the Schools
Education researcher Sugata Mitra, who has showed how much poor children in the developing world can learn on their own when provided with nothing more than some appropriate technology, has a provocative explanation for the emphasis on rote learning. In his speech at the 2013 TED conference, where his work was recognized with the one-million-dollar TED prize, he gave an account of when and why these skills came to be valued.
I tried to look at where did the kind of learning we do in schools, where did it come from? . . . It came from . . . the last and the biggest of the empires on this planet, [the British Empire].
What they did was amazing. They created a global computer made up of people. It’s still with us today. It’s called the bureaucratic administrative machine. In order to have that machine running, you need lots and lots of people.
They made another machine to produce those people: the school. The schools would produce the people who would then become parts of the bureaucratic administrative machine. . . . They must know three things: They must have good handwriting, because the data is handwritten; they must be able to read; and they must be able to do multiplication, division, addition and subtraction in their head. They must be so identical that you could pick one up from New Zealand and ship them to Canada and he wo uld be instantly functional.
Of course, we like this explanation because it describes things as computers and machines. But more fundamentally, we like it because it points out that the three Rs were once the skills that workers needed to contribute to the most advanced economy of the time. As Mitra points out, the educational system of Victorian England was designed quite well for its time and place. But that time and place are no longer ours. As Mitra continued:
The Victorians were great engineers. They engineered a system that was so robust that it’s still with us to day, continuously producing identical people for a machine that no longer exists. . . . [Today] the clerks are the computers. They’re there in thousands in every office. And you have people who guide those computers to do their clerical jobs. Those people don’t need to be able to write beautifully by hand. They don’t need to be able to multiply numbers in their heads. They do need to be able to read. In fact, they need to be able to read discerningly.
Recordar:

Maravilhas do socialismo

Maravilhas do socialismo, "Governo de Nicolás Maduro faz com que o whisky esteja ao preço do leite"!
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Pena que o jornal não contextualize o preço do leite.
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Além disso, o socialismo contribui para a diminuição do excesso de pinheiros no Canadá, importando-os para servirem de árvores de Natal.
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Pena que os socialistas tenham um tempo de resposta tão longo que ainda não tenham percebido o quanto as Barbies já estão out!!! As Bratz abriram o mercado a uma torrente de bonecas muito mais cool.
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A doença de Allende não pára:

quarta-feira, dezembro 24, 2014

É véspera de Natal!


"Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite.
Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo.
O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo:
Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor.
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.»
De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo:
«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.»
Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.»"

A todos, votos de um Santo e Feliz Natal junto da Família. Uma ilha de paz no reboliço da vida.

terça-feira, dezembro 23, 2014

Curiosidade do dia

"Consumer surplus compares the amount a consumer would have been willing to pay for something to the amount they actually have to pay. If you would happily pay one dollar to read the morning newspaper but instead you get it for free, then you’ve just gained one dollar of consumer surplus.
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Do we want to increase consumer surplus? Then lower prices [Moi ici: Baixar preços? Então quer dizer que todos os economistas, políticos e paineleiros que estão contra a deflação, estão contra a gasolina mais barata, a informática mais barata, a comida mais barata, o grátis na internet, a Amazon, ... estão contra o aumento do consumer surplus] or more leisure might be signs of progress, even if they result in a lower GDP. And, of course, many of our goals are nonmonetary."
Trecho retirado de "The Seconde Machine Age"

O exemplo da metalurgia e metalomecânica

Mais um ano espectacular, a somar ao melhor ano do calçado, ao melhor ano do mobiliário, ao melhor ano da década do têxtil e vestuário, ao melhor ano da cerâmica, ao melhor ano da ... agora também o melhor ano da metalurgia e metalomecânica.
"O setor metalúrgico e metalomecânico exportou, no passado mês de outubro, cerca de 1400 milhões de euros, registando assim o valor mais elevado de sempre nas exportações da indústria. Este valor representa um crescimento de 24% [Moi ici: A gente até desconfia do valor] face ao período homólogo do ano anterior!"
Trecho retirado de "Setor Metalúrgico E Metalomecânico Com Melhor Resultado Mensal De Sempre Em Exportações"

To everything - turn, turn, turn ...

Tão interessante esta estória "You Can Now Convert Your MP3s to Vinyl Records":
"For the better part of a century, the vinyl record reigned supreme as the most popular format for listening to recorded sounds.
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A testament to their unique charms, vinyl records survived the coming of the 8-track and the cassette tape, before being put out to pasture, more-or-less, by compact discs in the 1990s.
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When it seemed clear that analog formats, of which vinyl is one, would give way to digital, some consumers rushed out to buy CDs. Others scrambled to convert their sometimes massive libraries of vinyl records to mp3s.
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But now vinyl has seemingly risen from the grave.
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With vinyl resurgent, some consumers now want to convert their digital music back into analog format. Enter a new crop of entrepreneurs looking to make a buck by helping consumers retrofit their music collections. For a price, websites like vinyl-pressing.com, edsvinyl.com, and vinylrecorder.com allow consumers to convert their mp3 files into vinyl records."
We are all weird!!!

Mudar de discurso

O calçado já o está a fazer há vários anos, o têxtil começou recentemente.
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Se os empresários de um sector, se os autarcas de uma região querem, seduzir:

  • quadros;
  • trabalhadores;
  • investidores;
  • habitantes; 
  • ...
Têm de começar por abandonar o discurso dos coitadinhos, dos apoios e subsídios, dos desgraçados e abandonados e, começar a contar histórias de sucesso. Têm de começar a usar a retórica para persuadir futuros comportamentos e pensamentos.
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segunda-feira, dezembro 22, 2014

Curiosidade do dia



Milhares de pencas!
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Será que chegam a tempo ao mercado e ás cozinhas?

Para reflexão sobre canais de marketing

"For the past several years, business have began migrating their advertising away from Yellow Pages and into online media. What they don’t realize is that by doing so, they’re now targeting the 22-year-old living at home, rather than his home-owning, Baby Boomer parents with more disposable income.
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Perhaps I’m stereotyping, but it makes my point. The old media vs. new media debate is not so black-and-white. In a recent study, 45 percent of consumers cited Yellow Pages as “the source I go to first for finding local business information”—just slightly ahead of search engines at 42 percent.
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These studies make it clear that both Yellow Pages and search engines are the go-to sources consumers use to shop locally."
Talvez não sejam só os discos de vinil a voltar do mundo dos mortos e a adquirir uma nova vida.
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Ontem, em conversa com a minha filha, falávamos sobre o mundo das linguagens de programação... comecei a pensar que algumas delas nunca vão desaparecer verdadeiramente. Apesar de ultrapassadas, vão encontrar um nicho qualquer onde façam a diferença por um motivo qualquer... como o Fortran e o Cobol na banca.
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Quando identificamos os clientes-alvo e estudamos o contexto em que vivem, talvez encontremos nichos que continuem a utilizar canais tidos por obsoletos, geralmente por quem pensa em abstracto e genericamente.
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Trechos retirados de "Who Even Uses the Yellow Pages Anymore?"

A estabilidade é uma ilusão!

Em "Business Strategy - Managing Uncertainty, Opportunity, and Enterprise" de  J.-C. Spender, li:
"Messages do not contain their own meaning, yet we cannot get at the knowledge contained in a message without knowing what it means.
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Human communications problems begin because we are not “blank slates.” We have no trouble attaching meaning to a signal, we do it all the time and find it is almost impossible to prevent, except when we are surprised or shocked. “What was that bang?” “What did he say?” So the message sender’s problem is to ensure that a specific meaning is attached rather than some other."
Uma entrevista ""Vejo hoje pessoas mais confiantes no sector"" e vários temas.
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Vamos ao primeiro:
"Podemos de alguma forma dizer que após esta “depuração” de 25 anos o sector que resistiu é competitivo globalmente ou a reestruturação ainda não acabou?Acredito que, concluído este processo de reestruturação (ou já numa fase muito avançada), temos hoje uma ITV muito mais robusta, capaz de competir com êxito no mercado global. Um processo desta natureza nunca se encontra concluído, mas acredito que, nesta fase, o sector se encontra depurado de quase tudo (empresas, emprego, produtos, modelos de negócio) que não tinha condições de sobrevivência nas novas condições de funcionamento do sector, à escala global."
"ainda não acabou?" - O que significa esta pergunta? Qual a concepção do mundo que permite a sua formulação desta forma?
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Recordo logo Beinhocker e um pormenor interessante que salta à vista quando se estudam os mundos de seres vivos digitais:
"the punctuated nature of change tricks our pattern-recognizing minds into thinking that the world is more stable than it really is
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All competitive advantage is temporary. Some advantages last longer than others, but all sources of advantage have a finite shelf life
...
We discovered that there is no one best strategy; [Moi ici: Apreciar Beinhocker acerca dos modelos de Lindgren a viverem o dilema do prisioneiro] rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction."
Ou ainda, recordar Joe Calloway em "Becoming a Category of One,
"O sucesso passado é um perigo, porque cria uma nova realidade".
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A reestruturação de um sector nunca acaba, nunca tem fim. O que é verdade hoje, o que resulta hoje, o que parece que é eterno, o que parece que é estável, não passa de um instante e, amanhã, será mentira. A estabilidade é uma ilusão!

Incumbentes e franjas de mercado

A propósito de "UPS quer reforçar actividade em Portugal com soluções "à medida" das PME", apetece perguntar: Como é que os CTT poderiam ter evitado o sucesso destas empresas?
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Não me sai da cabeça que se tivessem sido privatizados mais cedo, poderiam ter criado uma empresa autónoma para actuar neste mercado. Como empresa pública, presa ao mercado do serviço público, talvez tenha encontrado na tutela dos sucessivos governos o mesmo tipo de reacção que a RTP encontrou ao decidir comprar os direitos de transmissão da Liga dos Campeões.
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O problema não foi especificamente dos CTT, foi praticamente generalizado entre os incumbentes do serviço universal de correio. Julgo até que o caso mais escandaloso tem sido o US Postal Office. (aqui e aqui)
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Recordar "Este futuro está escrito nas estrelas"

Para reflexão acerca da estratégia

Números que fazem pensar:
"A mere 34% of the 772 directors surveyed by McKinsey in 2013 agreed that the boards on which they served fully comprehended their companies’ strategies. Only 22% said their boards were completely aware of how their firms created value, and just 16% claimed that their boards had a strong understanding of the dynamics of their firms’ industries."
A sublinhar:
"“The first question I would ask boards is whether they are spending enough time and effort assessing the organization’s long-term strategy,” 
...
Strategy is the fundamental challenge of the organization, and it should engage the entire board.” That collective effort is critical to ensuring the right long-term debates and decisions."
Trechos retirados de "Where Boards Fall Short"

domingo, dezembro 21, 2014

Curiosidade do dia

Hoje, pelas 23h03 começa o Inverno, temos o dia mais curto do ano. Por isso, celebremos:
Celebremos o recomeço do crescimento dos dias.
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Os peixes, pelos vistos, andam animadamente a celebrar em verdadeiras orgias comunitárias:









"You attract the customers that respond to the way you act"

Uma grande verdade em "What kind of customers do you want?":
"you get what you reward. You attract the customers that respond to the way you act. You end up with what you tolerate. You build what your audience demands.
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You might not get the customers you deserve, but you will probably end up with the customers you attract."

Porque não somos plankton... (parte V)

Parte I, parte II, parte III e parte IV.
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Num jantar de Natal na sexta-feira passada, defendia, como aqui no blogue, que o futuro é das empresas pequenas, é dos grupos de profissionais que se juntam, é dos independentes. Num mundo cada vez mais rápido, mais diversificado, o tempo de resposta e o foco são fundamentais.
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Um dos presentes, colaborador de uma multinacional, argumentava que as empresas grandes têm dinheiro suficiente para, sempre que vêem algo inovador no mercado, chegarem e comprarem essa marca, essa empresa, essa patente.
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Reconheci logo a estratégia que a P&G adoptou há uns anos, prescindir cada vez mais de uma estrutura de investigação cara e pouco produtiva, acomodada pelo funcionalismo incumbente que se instala e, optar por comprar as patentes e as ideias de sucesso.
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Depois, a conversa enveredou pela necessidade de urgência na resposta, para fazer face aos estímulos e à dança da paisagem competitiva.
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Agora, recordo a metáfora que aqui uso muitas vezes... a da Torre de Babel. O que está a acontecer à P&G?

Anda a vender e a concentrar o negócio (como me disse o mesmo colaborador da multinacional, que há muitos anos foi colaborador industrial da GE em Portugal), como a GE anda a fazer, a vender pragmaticamente os negócios do mass-market, para se concentrar no valor acrescentado.
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Ontem à noite, via Twitter, Esko Kilpi encaminhou-me para:

Ainda duvidam que Mongo vem aí? E que os bonzos do modelo do século XX não estão preparados para ele? E que vão contrarevolucionar?

e, quinze meses depois de Setembro de 2013

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Novembro de 2014:

Regressamos ao nível de Novembro de 2011.
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A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal de desemprego entre Janeiro de 2011 e Novembro de 2014:
E, pela primeira vez desde a chegada da troika, o pleno na queda do desemprego:

sábado, dezembro 20, 2014

"para a maioria é uma possibilidade que nunca tinham equacionado"

Algo que está escrito nas estrelas há muito tempo "Dear Enterprises: Now Is The Time To Get Freelance Work Right":
"Not only are the the sheer number of independent contractors increasing, but so are the companies leveraging said workers. These companies are hiring contractors at scale to serve multiple functions across multiple industries. These enterprises are realizing how valuable independent workers can be in improving the bottom-line, accelerating the pace of innovation and outperforming fiercely-competitive rivals."
Sempre que um técnico desempregado me fala do problema da idade como barreira ao arranjar novo emprego, levanto sempre a hipótese-oportunidade de experimentar a ia da prestação de serviços de consultoria de marketing, de manutenção, de informática, de ... para a maioria é uma possibilidade que nunca tinham equacionado mas quando as empresas têm estas contas...

Novas oportunidades a borbulhar por todo o lado

Novos modelos de negócio em torno da alimentação, da saúde e das experiências, com a ajuda da internet como prateleira:
"The Internet has revolutionized countless industries, from finance to fashion. Now it’s starting to revolutionize the food industry. The biggest change has been the ability to order online.
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They want it to be authentic, they want to know how it was produced, and they want it to be a shared experience,
...
The newest trend is cooking convenience delivered to your door. Blue Apron is one of the biggest players. You order a dish and Blue Apron delivers all the ingredients for a fresh meal with top-quality ingredients.
...
Saffron Fix delivers to your doorstep all the ingredients, spices, bread and rice to cook an Indian meal at home.
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The exact model will evolve over time. And especially for the next few years, all these models will co-exist. But eventually much more food will be online.
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As companies like Blue Apron and Saffron Fix vie for customers, restaurants, will have to rethink the true value they are adding for their customers."
Anonimamente, muito mal distribuído, como reza a citação, o futuro já anda por aí.
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Trechos retirados de "What's The Future Of The Food Industry?"

"- O país, ou o sector x precisam de uma estratégia definida pelo governo!"

"- O país, ou o sector x precisam de uma estratégia definida pelo governo!"
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Costumam proclamar, desde os fora nas rádios até aos prós e contras da tv:
"If a strategy was simply a logical plan to reach a known objective, and many think of strategy of this way, communicating it would be easy. But the preceding chapters show strategizing as an ongoing process of selecting and dealing creatively with the situation’s uncertainties.
...
So different implementers know, say, and do different things. Second, those strategizing might try to finalize their work in all its details, treating the result as a comprehensive strategy that others should implement faithfully. As we know, strategists cannot do this without anticipating every possible possibility,"
A beleza da coisa está nesta incerteza, nesta variabilidade e idiossincrasia dos agentes. Se não fosse assim, o mundo podia ser tomado por robôs e arte não existiria.
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Trechos retirados de "Business Strategy - Managing Uncertainty, Opportunity, and Enterprise" de  J.-C. Spender.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Curiosidade do dia

Esta mensagem explica muita coisa que se ouve na discussão politica.

Modelo de negócio com mais peso que o produto na gasolina low-cost

A propósito de "Petrolíferas avisam: combustíveis simples não vão ter os preços dos supermercados" onde se pode ler:
"As petrolíferas argumentam que os supermercados vendem combustíveis 12 a 14 cêntimos mais baratos, os chamados "low cost", porque têm um modelo de negócio diferente, sem os custos de uma petrolífera (localização das bombas em zonas mais caras; desenvolvimento tecnológico; etc.)."
Recordar o que escrevemos em Fevereiro de 2013 em "Mais uma asneira dos políticos":
"Os políticos que querem impor bombas low-cost são como os empresários, que refiro na apresentação, que julgam que low-cost é fazer mais desconto, que low-cost é ter menor margem. [Moi ici: E acrescento agora, ou que low-cost anda de braço dado com produto de qualidade inferior obrigatoriamente. Segundo a associação do sector petrolífero, o modelo de negócio é responsável por 8/9 cêntimos de abaixamento do preço e o produto não aditivado por 5/6 cêntimos ]
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Esta gente não percebe que por detrás do low-cost há um modelo de negócio diferente?"

Q.E.D.

Ontem de manhã no Twitter, trocavam-se tweets sobre o BES e o GES e alguém escreveu:
"Custa a acreditar que o Salgado abriu buracos em todo o lado para salvar um grupo com dívida descontrolada que era um sorvedouro."
Depois, de tarde, durante uma caminhada, ao ler "The Innovator's Hypothesis: How Cheap Experiments Are Worth More than Good Ideas" de Michael Schrage encontro um conjunto de frases de Warren Buffett, entre elas:
"My most surprising discovery: the overwhelming importance in business of an unseen force that we might call “the institutional imperative.” … For example: (1) As if governed by Newton’s First Law of Motion, an institution will resist any change in its current direction; (2) Just as work expands to fill available time, corporate projects or acquisitions will materialize to soak up available funds; (3) Any business craving of the leader, however, foolish, will quickly be supported by detailed rate-of-return and strategic studies prepared by his troops; and (4) The behavior of peer companies, whether they are expanding, acquiring, setting executive compensation, or whatever, will be mindlessly imitated."

Um cumprimento

Há algum tempo que ando a ler "Business Strategy - Managing Uncertainty, Opportunity, and Enterprise" de  J.-C. Spender, falta-me ler um pouco do quinto e o sexto capítulos. Ontem, em "Best Business Books 2014: Strategy", num comentário ao livro de Spender encontro:
"the modern strategy process must be a much more forward-looking activity, because efficiency is no longer enough to deliver a decisive strategic advantage in many industries; instead, a so-called monopoly-based strategic advantage is needed."
Isto, para um anónimo engenheiro da província que há anos, sozinho qual Quixote contra gigantes, proclama as virtudes da concorrência imperfeita e dos monopólios informais e a insuficiência do eficientismo na maioria dos contextos em que as PME operam, é um cumprimento!