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quarta-feira, janeiro 25, 2017
Ideias acerca da perda de poder da estatística
Algumas ideias a propósito de "How statistics lost their power – and why we should fear what comes next".
Cada vez mais os resultados estatísticos não são resultados naturais mas resultados "engenheirados". Por exemplo, quando os governos inflacionam os gastos no so-called "investimento público" para conseguirem melhores resultados a nível de PIB e emprego. Que melhor exemplo do que alterar a geografia da Região de Lisboa e Vale do Tejo para manipular estatísticas perante Bruxelas?
Cada vez mais afastamos-nos do Normalistão a caminho do Estranhistão, ou seja, a média é cada vez mais menos representativa de populações cada vez mais heterogéneas (recordar a explosão de tribos em curso). E as pessoas não se revêem nessas médias e desconfiam.
A sociedade é cada vez mais fluida e dinâmica enquanto que a estatística é muito mais conservadora e lenta na sua actualização da interpretação da realidade. Por exemplo, cada vez mais pessoas trabalham por conta própria em regime de auto-emprego e as definições estatísticas continuam a não classificar essas pessoas como estando empregadas.
Cada vez mais os resultados estatísticos não são resultados naturais mas resultados "engenheirados". Por exemplo, quando os governos inflacionam os gastos no so-called "investimento público" para conseguirem melhores resultados a nível de PIB e emprego. Que melhor exemplo do que alterar a geografia da Região de Lisboa e Vale do Tejo para manipular estatísticas perante Bruxelas?
Cada vez mais afastamos-nos do Normalistão a caminho do Estranhistão, ou seja, a média é cada vez mais menos representativa de populações cada vez mais heterogéneas (recordar a explosão de tribos em curso). E as pessoas não se revêem nessas médias e desconfiam.
A sociedade é cada vez mais fluida e dinâmica enquanto que a estatística é muito mais conservadora e lenta na sua actualização da interpretação da realidade. Por exemplo, cada vez mais pessoas trabalham por conta própria em regime de auto-emprego e as definições estatísticas continuam a não classificar essas pessoas como estando empregadas.
segunda-feira, maio 09, 2016
O modelo do século XX já não é relevante
Um artigo interessante, "A Europa é o Japão mais o Islão", recordar "Liars, bulshiters e enganados (parte I)".
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A propósito deste trecho:
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A concorrência imperfeita tem horror à "extrema competição capitalista" prefere os ecossistemas, prefere outra abordagem "Competition Analysis? Why not Cooperation Analysis?"
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Quanto ao crescimento permanente e à necessidade de uma demografia em renovação e crescimento também não são determinantes num modelo baseado na concorrência imperfeita, num modelo baseado em Mongo. O modelo do século XX já não é relevante.
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A propósito deste trecho:
"4. No actual capitalismo globalizado o sucesso do homo economicus passa pela competitividade. Implica, para uma empresa, para um sector, ou para uma economia nacional ser capaz de enfrentar a concorrência e vencê-la, obtendo a preferência dos consumidores no mercado nacional e / ou internacional. Mas o capitalismo necessita de um crescimento permanente o qual, entre entras coisas, precisa uma demografia em renovação e crescimento. Paradoxalmente, as exigências de competitividade ligadas à extrema competição capitalista tendem a criar as condições do declínio demográfico. A consequência inesperada, ou subestimada, é que o próprio modelo capitalista fica em causa."Quando se adopta a concorrência imperfeita percebe-se o quanto os sublinhados estão datados e ultrapassados.
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A concorrência imperfeita tem horror à "extrema competição capitalista" prefere os ecossistemas, prefere outra abordagem "Competition Analysis? Why not Cooperation Analysis?"
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Quanto ao crescimento permanente e à necessidade de uma demografia em renovação e crescimento também não são determinantes num modelo baseado na concorrência imperfeita, num modelo baseado em Mongo. O modelo do século XX já não é relevante.
sábado, março 19, 2016
Em quem confiar?
Em quem confiar?
"Os dados mais recentes da Kantar Worldpanel, empresa de estudos de mercado, revelam que o número de ocasiões de consumo dentro de casa (ou seja, os momentos em que confeccionamos e comemos alimentos) passou de 21 para 19. “Esta redução de consumo [em casa] é praticamente transversal a todos os momentos de consumo, ao longo do dia”, diz a consultora. Contudo, é a meio da manhã, ao almoço e a meio da tarde que “mais cresce o consumo fora de casa”.
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Os números da Kantar, válidos para o período de Janeiro a Outubro de 2015, concluem ainda que “em especial nos jantares” se registou um aumento de 25% nos gastos das famílias fora do lar, em comparação com a mesma altura de 2014."
"Um estudo do IPAM – The Marketing School revela que os portugueses comem cada vez menos fora de casa.
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De acordo com um comunicado enviado à redação do i, 80% dos inquiridos admite que a sua situação económica começa a dar sinais de melhoria, mas mais de metade das pessoas que participaram no inquérito (50,5%) admitem ter começado a cortar nas refeições que realizam fora de casa."
sábado, abril 11, 2015
Acerca dos custos da mão de obra e das estatísticas
A propósito deste texto:
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1. População envelhecida:
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Apreciem bem este impressionante gráfico de Edward Hugh
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É a deflação por causa do smartphone, é o PIB a descer enquanto o PIB per capita sobe, é as vendas de retalho a baixar, porque não contam com as vendas online, é ...
"Soubemos esta semana, através do Eurostat, que o custo da mão de obra em Portugal caiu 8,8% no último trimestre de 2014, face ao mesmo período do ano anterior, naquele que foi o maior recuo entre os estados da União Europeia. Este é o tipo de notícia que me faz disparar todos os alertas, pois indicia uma irritante e gravosa persistência de um modelo de competitividade assente na mão de obra barata."Podem interrogar-se, como é que cai o custo da mão de obra?
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1. População envelhecida:
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Apreciem bem este impressionante gráfico de Edward Hugh
- Trabalhadores com os salários mais elevados, ao reformarem-se, retiram massa salarial de forma desproporcional;
- Trabalhadores novos a aceder ao mercado de trabalho são cada vez menos (demografia e desemprego jovem) e entram com salários mais baixos que os reformados que saem.
- Aposta em trabalho temporário e part-time
"Após contracções das receitas de 15% em 2012 e de 2% em 2013, a facturação agregada dos negócios portugueses de trabalho temporário registou, em 2014, um aumento de 4,5%. Para este ano [2015], estima-se um novo aumento de cerca de 7%."Por todo o lado esta desatenção para o que está por trás das estatísticas. O mundo muda e as estatísticas continuam a ser analisadas pelo seu valor facial... como no mundo da qualidade, é perigoso comparar médias sem atender às distribuições que as geram.
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É a deflação por causa do smartphone, é o PIB a descer enquanto o PIB per capita sobe, é as vendas de retalho a baixar, porque não contam com as vendas online, é ...
sexta-feira, dezembro 26, 2014
A estatística mente com todos os dentes
Segundo a estatística, "Famílias pagam agora 12 euros por cada 100 que ganham".
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O que é que esta estatística não revela nem releva?
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Dos agregados familiares que declaram rendimentos 52,8% não paga IRS. E dos que pagam, 9% pagam 53% do total da receita.
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Portanto, a distribuição está longe de ser normal e, por isso, a média é um parâmetro pouco útil para descrever a realidade.
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Em tempos, o Hélder, no Twitter, publicou:
BTW, se "Cada 10 euros de aumento de impostos só tira 4 ao défice" é pena que cortar na despesa seja inconstitucional, é que cada 10 euros de corte na despesa tira 10 euros ao défice e dá um bónus de abate na necessidade de aumentar os pedidos de empréstimo e do preço do dinheiro.
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O que é que esta estatística não revela nem releva?
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Dos agregados familiares que declaram rendimentos 52,8% não paga IRS. E dos que pagam, 9% pagam 53% do total da receita.
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Portanto, a distribuição está longe de ser normal e, por isso, a média é um parâmetro pouco útil para descrever a realidade.
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Em tempos, o Hélder, no Twitter, publicou:
BTW, se "Cada 10 euros de aumento de impostos só tira 4 ao défice" é pena que cortar na despesa seja inconstitucional, é que cada 10 euros de corte na despesa tira 10 euros ao défice e dá um bónus de abate na necessidade de aumentar os pedidos de empréstimo e do preço do dinheiro.
sexta-feira, dezembro 23, 2011
domingo, junho 15, 2008
Realidade e o mapa da realidade
O Jornal de Negócio da passada terça-feira trazia uma entrevista com Artur Santos Silva, líder da COTEC.
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Dessa entrevista destaco:
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"Tem que haver uma grande mobilização do país para que todas as empresas tenham uma unidade de IDI (Investigação, Desenvolvimento e Inovação). O importante não é que a empresa tenha ela própria 'research' - o que é decisivo é que a empresa inove.
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Há outro problema: por vezes, as empresas não classificam bem o esforço de IDI. Como não classificam, isso não aparece nas estatísticas."
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Só que as estatísticas não são a realidade. As estatísticas são um mapa, uma representação da realidade, não são a realidade. Se os esforços fossem melhor classificados, apareceriam nas estatísticas, mas os resultados continuariam os mesmos.
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Para as pessoas o que interessa é a realidade, não as estatísticas sobre a realidade.
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Mas se as estatísticas não representarem bem o que se passa na realidade, mesmo o que se faz e não é classificado, não é mau para as pessoas?
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Depende.
Se a estatística é usada como arma política, como no caso do desemprego, é um brinquedo brandido... a classificação não interessa para as pessoas, só para os políticos.
Se a estatística é usada para perceber melhor a realidade, para ajudar a tomar decisões...
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Dessa entrevista destaco:
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"Tem que haver uma grande mobilização do país para que todas as empresas tenham uma unidade de IDI (Investigação, Desenvolvimento e Inovação). O importante não é que a empresa tenha ela própria 'research' - o que é decisivo é que a empresa inove.
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Há outro problema: por vezes, as empresas não classificam bem o esforço de IDI. Como não classificam, isso não aparece nas estatísticas."
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Só que as estatísticas não são a realidade. As estatísticas são um mapa, uma representação da realidade, não são a realidade. Se os esforços fossem melhor classificados, apareceriam nas estatísticas, mas os resultados continuariam os mesmos.
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Para as pessoas o que interessa é a realidade, não as estatísticas sobre a realidade.
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Mas se as estatísticas não representarem bem o que se passa na realidade, mesmo o que se faz e não é classificado, não é mau para as pessoas?
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Depende.
Se a estatística é usada como arma política, como no caso do desemprego, é um brinquedo brandido... a classificação não interessa para as pessoas, só para os políticos.
Se a estatística é usada para perceber melhor a realidade, para ajudar a tomar decisões...
sexta-feira, julho 27, 2007
I love this game, parte 2 ou "O rei vai nú"
Consideremos um saco de cor opaca.
Nesse saco vamos colocar: 4400 esferas cor-de-rosa às quais vamos chamar “PS”
Nesse saco vamos, ainda, colocar: 2900 esferas cor-de-laranja às quais vamos chamar “PSD”.
Vamos também acrescentar ao saco 900 esferas vermelhas e pretas às quais vamos chamar “BE”, 800 esferas vermelhas e amarelas às quais vamos chamar “PVP/Verdes” e por fim 600 esferas de cor azul e amarela às quais vamos chamar “CDS/PP).
Agora imaginem que alguém fecha o saco, agita-o fortemente e, ao fim de alguns minutos, retira uma amostra de 100 esferas. Resultados dessa amostragem:
PS: 44%;
PSD: 29%;
BE: 9%;
PCP/Verdes: 8%;
CDS/PP: 6%
As esferas são recolhidas para o saco original novamente, o saco volta a ser fechado e agitado fortemente durante 30 dias. Ao fim dos 30 dias é retirada uma nova amostragem de 100 esferas. Desta vez os resultados são:
PS: 40%;
PSD: 31%;
BE: 11%;
PCP/Verdes: 10%;
CDS/PP: 8%
Perante estes resultados, e comparando com os resultados obtidos no mês anterior pede-se a um “expert” que discorra sobre as razões que levaram a um abaixamento acentuado do número de esferas PS na última amostragem.
O “expert” discorre e discorre, justifica e volta a justificar a evolução, apresenta inúmeras razões para a ocorrência da mesma. A plateia fica impressionada com a argumentação e aplaude.
Até que alguém se levanta e grita “Treta!!!. De um mês para o outro não aconteceu nada, nada que não possa ser explicado pela flutuação estatística, pela aleatoriedade… mais nada. Afinal, veio tudo do mesmo saco com 10000 esferas!!!"
Foi deste cenário que me lembrei esta manhã, ao ouvir na TSF as doutas conclusões de António José Teixeira, para justificar a evolução do barómetro TSF.
Aplicando uma carta de controlo estatístico aos resultados do PS neste ano de 2007 obtemos:
Nesse saco vamos colocar: 4400 esferas cor-de-rosa às quais vamos chamar “PS”
Nesse saco vamos, ainda, colocar: 2900 esferas cor-de-laranja às quais vamos chamar “PSD”.
Vamos também acrescentar ao saco 900 esferas vermelhas e pretas às quais vamos chamar “BE”, 800 esferas vermelhas e amarelas às quais vamos chamar “PVP/Verdes” e por fim 600 esferas de cor azul e amarela às quais vamos chamar “CDS/PP).
Agora imaginem que alguém fecha o saco, agita-o fortemente e, ao fim de alguns minutos, retira uma amostra de 100 esferas. Resultados dessa amostragem:
PS: 44%;
PSD: 29%;
BE: 9%;
PCP/Verdes: 8%;
CDS/PP: 6%
As esferas são recolhidas para o saco original novamente, o saco volta a ser fechado e agitado fortemente durante 30 dias. Ao fim dos 30 dias é retirada uma nova amostragem de 100 esferas. Desta vez os resultados são:
PS: 40%;
PSD: 31%;
BE: 11%;
PCP/Verdes: 10%;
CDS/PP: 8%
Perante estes resultados, e comparando com os resultados obtidos no mês anterior pede-se a um “expert” que discorra sobre as razões que levaram a um abaixamento acentuado do número de esferas PS na última amostragem.
O “expert” discorre e discorre, justifica e volta a justificar a evolução, apresenta inúmeras razões para a ocorrência da mesma. A plateia fica impressionada com a argumentação e aplaude.
Até que alguém se levanta e grita “Treta!!!. De um mês para o outro não aconteceu nada, nada que não possa ser explicado pela flutuação estatística, pela aleatoriedade… mais nada. Afinal, veio tudo do mesmo saco com 10000 esferas!!!"
Foi deste cenário que me lembrei esta manhã, ao ouvir na TSF as doutas conclusões de António José Teixeira, para justificar a evolução do barómetro TSF.
Aplicando uma carta de controlo estatístico aos resultados do PS neste ano de 2007 obtemos:
É que não se passa nada que não possa ser explicado pela flutuação aleatória... não vale a pena encontrar justificações para a mudança. Não há mudança!!!
Há, quando muito, que encontrar justificações para a ausência de mudança!
sexta-feira, julho 06, 2007
Visualizar informação com um UAUUU
Jorge Camões no BizViz chamou-me a atenção para mais apresentação de Hans Rosling no TED .
Já aqui tinha escrito sobre a apresentação do ano passado.
Em vez do habitual discurso pessimista e apocaliptico, um discurso de confiança e esperança no futuro. O final é mesmo... something completely different.
Já aqui tinha escrito sobre a apresentação do ano passado.
Em vez do habitual discurso pessimista e apocaliptico, um discurso de confiança e esperança no futuro. O final é mesmo... something completely different.
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