quinta-feira, maio 26, 2011

Um visionário

James March em "On Leadership" acerca de Don Quixote:
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"We must be able to dissociate the vision from the person and consider that a visionary sees something before other people do, but is possessed by his or her vision more than he or she possesses it. The vision is then passed on to other converts.
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How can we encourage the appearance of visions capable of transforming the course of history?
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It is unfortunate that studies of visionary leadership focus too much on the lone leader and not enough on the way that he or she can maintain a climate propitious to the blossoming of original visions. Vision will generally only be a motor of change if it can be shared by at least a few people
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Visions are something akin to poetic activity. The poet draws on reality and imagination, using language to evoke new meanings. Visionary, or poetic, leadership recognizes that life mixes different levels of reality, and leaders act without fully understanding the reasons for it, discovering the meaning of an action through the action itself.
Don Quixote is a visionary. He creates a world in which he rights wrongs and, like Saint Joan, draws other people into the fantasy that he has fashioned.
That fantasy does not aspire to an ideal social order, but rather to a proper life of beauty and harmony. The need for an arbitrary creation of beauty is exemplified by Quixote’s love of Dulcinea, whose attributes are manufactured by his imagination. He invites others to picture her as he pictures her, not because his portrayal is objectively accurate but because he (and they) choose to believe her so.
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Don Quixote defies ordinary conceptions of reality. He asks whether it is better to accept reality or to invent it, why should we not believe in Dulcinea and in a more beautiful world. Don Quixote’s “madness” therefore consists of living in a world that he has created rather than in the one others experience and of not caring about the consequences of his action.
The logic of reality entails two aspects of relevance to a leader. On one hand, reality is complex and our knowledge of it is limited, so we are not sure whether a particular action will achieve our desired goal. This awareness can lead to paralysis (what is the point of doing anything if the results depend on chance?) or cynicism (what is the point of fighting for a better world if we are not certain of the effect of our actions?). On the other hand, reality can be created by action. It need not necessarily be taken as given. This extends to the discourse of a leader: Dulcinea is created by Don Quixote’s imagination. Reality is in part a social construction, and interpretation plays an important role in this construction.
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Don Quixote teaches us that the meaning of life is neither given to us in advance nor discovered, but affirmed by an act of will."

Vocabulário do valor

Consideremos este esquema:
Comecemos pelas legendas, a partir da esquerda temos:
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"Valor bruto originado através da co-criação cliente-fornecedor"

  • Sinto que devo aplicar aqui o termo co-criação cliente-fornecedor. O que tenho aprendido e defendido é que o valor é originado (termo que aprendi com Larréché) na mente do cliente. É verdade, o conceito marxiano de valor como resultado do trabalho incorporado, para mim não cola, algo pode ter muito trabalho incorporado e não ser reconhecido pelos clientes, pelo mercado. Não sei se o que vou escrever é alguma forma de neo-marxianismo mas aqui vai, o valor não depende do trabalho produtivo que constrói o produto, vou trabalhar com produtos para ter uma base mais simples de reflexão, mas sinto que o produtor pode influenciar a percepção de valor sentida pelo cliente. Quando o produtor trabalha já não no produto mas na sua marca, está a pretender acrescentar valor percepcionado pelo cliente na sua mente.
"Preço"

  • Valor é o que o cliente recebe, preço é o que ele paga. 
"Custo"
  • Quanto custa produzir o produto. 
"Valor líquido co-criado"
  • Diferença entre o valor percepcionado pelos clientes, preço máximo a que estariam dispostos a comprar o produto, e o custo. Especulo que quanto mais heterogéneo é o grupo de clientes que compram um produto, menor é o valor líquido co-criado. Se quer chegar a muita gente diferente tem de optar por um preço que se aproxime do valor reconhecido pelo grupo de clientes menos interessados no produto, ou com poder de compra mais baixo. 
"Potencial de extracção de valor com base no aumento da eficiência"

  • Se uma empresa competir num mercado muito espremido, se uma empresa não vir outra forma de competir a não ser através do preço... pode procurar aumentar a sua eficiência para reduzir o custo e, assim, ou aumentar a sua margem (e fica com o prémio do esforço dessa extracção) ou diminuir o seu preço (e transfere o prémio desse esforço de extracção para os seus clientes, com o objectivo de ganhar quota de mercado e ir buscar volume).
"Valor líquido capturado pelo fornecedor"

  • A diferença entre o preço e o custo mede a capacidade do fornecedor para capturar parte do valor originado na mente do cliente. Quando um produto é mais do mesmo, quando uma empresa não se diferencia, a erosão do preço resulta desta incapacidade crescente para capturar valor no mercado. Daí que as empresas apostem na extracção de valor, ou seja no corte dos custos para acompanhar a parada da concorrência do preço. Quando o esforço de desenvolvimento de uma marca resulta, aumenta a parcela do "valor líquido co-criado" que é capturado pelo fornecedor.
"Valor líquido capturado pelo cliente
  • Quando se tem um bom produto mas não se tem marca, mas não se tem capacidade negocial junto do cliente, é isto que pode acontecer, parte importante do "valor líquido co-criado" é capturada pelo cliente.
Julgo que este esquema e terminologia pode ser útil para facilitar a transmissão de opiniões neste blogue.
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Por exemplo, já repararam quais são os potenciais vectores de actuação, as alavancas, que uma empresa pode manipular para criar um futuro melhor?
De que é que os políticos, a academia e as associações empresariais e sectoriais (com a extraordinária excepção da APICCAPS) falam quando falam na necessidade de tornar as empresas mais competitivas?
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Só conhecem uma alavanca, a mais frágil, a que tem o menor efeito multiplicador, a mais enganadora:
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REDUZIR O CUSTO!!!
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Precisam de um Ananias que lhes tire as crostas que impedem a visão!
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Nota: Sinto alguma incomodidade em usar indistintamente o termo valor quer para o que está na mente do cliente, quer para o que diz respeito à contabilidade do fornecedor. Confesso que ainda não consegui ultrapassar esta limitação que pode causar confusão.

Não combaterás o adversário no terreno que lhe dá vantagem!

Como é que uma PME pode competir de igual para igual com as multinacionais?
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Não pode!
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Nem lhe interessa!
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Não combaterás o adversário no terreno que lhe dá vantagem!
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""a rapidez de resposta da empresa"- que trabalha 24 horas por dia, com paragem apenas ao fim-de-semana- é um dos segredos para a sua afirmação num negócio dominado por grandes multinacionais. O gestor destaca também a flexibilidade de resposta em relação às necessidades dos clientes, não só no fornecimento de colas para necessidades específicas, como também na disponibilização dos laboratórios da empresa, onde trabalham em permanência cinco pessoas, para desenvolver e testar novos produtos ou aplicações."
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As multinacionais têm gente inteligente mas gente que tem de prestar contas no mercado bolsista. A bolsa tirana quer ver crescimento e crescimento rápido! Por isso, estas empresas apostam cada vez mais nos produtos massificados. "Blockbusters" suportados por patentes. ou por estruturas de custos super-eficientes que ganham no combate do preço mais baixo.
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Essas empresas não têm grande latitude para pequenos, em dimensão, trabalhos ou clientes. Não têm autonomia para uma relação que assente na flexibilidade ou inovação à medida.
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Como é que uma PME pode competir de igual para igual com as multinacionais?
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Fazendo opções:
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"a empresa especializou-se na produção de..."
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"diversificar mercados fora da Europa comunitária..."
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"aposta no segmento das colas para produtos de higiene pessoal,..."
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Não sei se estas opções são boas ou más, não conheço o sector nem a paisagem competitiva mas, para o que é importante neste postal, o fundamental é sublinhar a necessidade de fazer opções, de fazer escolhas.
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Por fim, algo que me agrada pessoalmente:
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"o crescimento da empresa, designadamente o investimento de cerca de três milhões de euros, na década de 90, tem sido, em grande parte, suportado por capitais próprios."
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Trechos retirados de "Colquímica aposta em colas para produtos de higiene para conquistar novos mercados"

Todos socialistas!!!

"Dou um dado concreto no livro, quando perguntamos às pessoas sobre o peso específico do Estado na economia. Qual é o eleitorado mais liberal? Espantosamente, é o do Bloco de Esquerda. Comparativamente, claro, em Portugal não temos eleitorado pró-mercado, é uma categoria completamente residual. (Moi ici: A nossa triste realidade... um dos motivos que nos trouxe até aqui. ) Mas o eleitorado do BE é mais liberal, no sentido económico do termo, que o eleitorado do CDS. É uma coisa muito curiosa porque mostra que, quando Louçã fala de economia, pura e simplesmente nem estão a ouvir o que ele diz. Votam no Bloco de Esquerda por outras razões. Por serem tendencialmente mais instruídos e mais urbanos, não têm medo do mercado. (Moi ici: Será por causa disso?)"
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Trecho retirado daqui.

Adiamento ou ignorância?

Por que é que é preciso chegar a um estado terminal para se começar a pensar neste tipo de decisões?
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"A administração dos supermercados AC Santos, cuja insolvência foi declarada na passada sexta-feira, garante estar a procurar "uma solução de continuidade" que permita manter as lojas "viáveis" para salvar postos de trabalho e conseguir pagar as dívidas.
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A administração afirma, num comunicado, que "não foi possível até à data encontrar alternativas de viabilização da continuidade da empresa" que sofreu, nos últimos dois anos, "um ambiente económico adverso" caracterizado pela "concorrência esmagadora" e drástica redução do consumo.
A administração acrescenta, no entanto, que quer encerrar apenas algumas lojas "e manter as que se afigurem viáveis, salvando alguns postos de trabalho e viabilizando o pagamento do passivo"."
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Isto é tão português... adiar até à última.
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Não havia informação contabilística a mostrar que lojas inviáveis estavam a roubar o valor gerado pelas lojas viáveis?
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Recordemos Jonathan Byrnes:
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"In virtually every company today, 30-40 percent of the business is unprofitable by any measure, 20-30 percent of the business is so profitable it provides all the reported earnings and subsidizes the losses, and no one is responsible for managing profitability (i.e. managing the interaction of costs and revenues customer-by-customer and product-by-product)."
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Nuno, um exemplo vivo... aqui são lojas inviáveis a parasitarem lojas viáveis, com as fábricas temos clientes inviáveis a parasitarem clientes viáveis, ou produtos inviáveis a parasitarem produtos viáveis.
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Nada de precipitações, não há, necessariamente, uma "culpa" dos funcionários das lojas inviáveis, muitas vezes é a localização da loja.

quarta-feira, maio 25, 2011

Que mil girassóis como este floresçam!

Ontem de manhã, quando tive oportunidade de folhear a correr o Jornal de Negócios, este foi um dos artigos que fiz questão de ler logo "Liliana e Teresa criaram um negócio que é uma jóia".
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Notas a salientar:

  • a importância da internet como prateleira universal!!! Muitas PMEs ainda não realizaram o potencial.
  • quem trata o mercado como uma variável e não como um dado, faz como as mittelstand, tem de procurar os clientes-alvo onde eles existem, em todo o mundo. E, para isso, para procurar e, sobretudo, para ser encontrado, a internet é uma maravilha!
  • fuga ao mercado massificado. Apostar no valor acrescentado.
  • a ideia de mosaico a funcionar:  "Temos um fábrica que é nossa parceira no norte do País, que está muito bem apetrechada", adiantou Teresa Von Oerne.

    Para proceder a esta escolha "tivemos em conta tudo: como está organizada, as condições de trabalho, os prazos de entrega, como é limpa, a componente ambiental que também é relevante", acrescentou.

    Tendo-se aliado, desde o primeiro dia, à FedEx, a internacionalização da Gualy aconteceu quase desde o primeiro dia. A partir do "site" já estão preparados para vender para os 27 países da União Europeia."
Parabéns! Muito trabalho!

Que mil girassóis como este floresçam!


Over-Branding Kills Profits And Scares Off Consumers

"Recently, when Procter and Gamble cut its Head and Shoulders product line from 25 to 16, profits rose 10%. Similarly, when General Motors shrunk its brands from eight to four last year, dealers reported a 16% increase in sales.

There’s a point at which new product development can destroy more value than it creates. Innovation for the sake of revenue just degrades the equity that the core brand has built up. Marketers call it “overshooting.” In the end, customers like you and me max out on “new and improved,” and we just stop buying."
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Não é isto que acontece quando a as marcas fazem isto?
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Trecho retirado de "Over-Branding Kills Profits And Scares Off Consumers"
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Ou seja, só porque as marcas o podem fazer, não o devem fazer!!

O mundo não é plano!

"Things such as culture, language, and the industry you're in all matter a great deal. Managers sometimes focus very heavily on geographic distance and may not give much weight to cultural dimensions."
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Como isto é verdade e como isto é importante para Mongo!!!
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"Creating a Smart Export Strategy"

Cuidado com a experiência

Interessante poesia do grande James March:

"The Jungles of Novelty

Someone who consistently sticks to old ideas

Will ultimately become obsolescent,

But in the meantime will almost always do better

Than someone who insists on embracing new ones.

Old ideas have been tested and refined,

And we have grown competent in them.

So, trying something different

Is usually unrewarding.

Of course, since the world is changing,


Old ideas grow stale and fresh new ones


Become necessary if we are to survive for long.

So we look hopefully for creative new ideas

To replace the old tired one we have already.

But when we do that, we discover once again

How hard it is to find good ideas

In the jungles of novelty."

Eu é que devo estar errado

Ouvi agora um anúncio na rádio onde se associa a marca Mercedes a preços baixos e a redução de preços nas oficinas ... nem fixei o nome.
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Faz-me lembrar esta promoção hoteleira num hotel algarvio.
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As empresas só conhecem o preço? É a única alavanca que conhecem? Até parece que se auto-desclassificam.
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E quem compra Mercedes por outros motivos que não o preço fica satisfeito com a companhia? Será que gosta que o associem a este grupo?
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Ei! Eu é que devo estar errado, não sou um tipo do marketing!

terça-feira, maio 24, 2011

Teoria vs prática

"The Theory Fetish: Too Much of a Good Thing?"

Realmente, às vezes, leio uns artigos em revistas técnicas com umas interpretações tão complexas, tão distantes da realidade, minha nossa.
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Vantagens do euro

O quanto os nossos políticos sonham por voltar a fazer isto:
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"Belarus devalues by 36 per cent"
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O euro é a pequena e frágil fronteira que nos protege.

Prática e mestria, a preparação que, quando encontra a ocasião, faz a sorte

"Practice time can lead to mastery, but it also creates the opportunity for new alternatives to be discovered. When perceived for the first time, original ideals, ideas, and experience can be startling to mastery, but they can also be so unfamiliar as to be completely overlooked."
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Escreve Hilary Austen em "Artistry Unleashed".
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Uma outra forma de expressar a mensagem do provérbio japonês:
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"As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas!"

É preciso aterrorizar com números

Nuno, há aqui muito trabalho para profissionais... para os novos profissionais de uma coisa que em tempos se chamou contabilidade mas que hoje pode ser muito mais do que foi.
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"Here's the really big question: if the budget process is a central determinant of a company's performance, why do so many companies have so much embedded unprofitability?
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In virtually every company today, 30-40 percent of the business is unprofitable by any measure, 20-30 percent of the business is so profitable it provides all the reported earnings and subsidizes the losses, and no one is responsible for managing profitability (i.e. managing the interaction of costs and revenues customer-by-customer and product-by-product). The upside? Over 30 percent profit improvement within a year, and every year after."
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"Lack of granular profitability information. Virtually all companies have accurate financial reporting information, but poor micro-level profitability information. Think about this: if I selected five of your accounts at random, and in each account I selected five products, could you tell me how profitable each was? Could you explain exactly how to increase the profitability of each? If I asked your sales and operations managers, would they know? Would they agree?"
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"Lack of granular coordination. Because most companies lack the granular profitability information that profit mapping provides, managers throughout each company are not able to identify the exact ways in which they must coordinate with each other in order to maximize their company's profitability. Importantly, these measures will vary from account to account, and product to product.
This causes a big problem. When a company's managers cannot coordinate to optimize the profitability of individual accounts and products, they are forced, without realizing it, to focus on creating incremental improvements in their respective areas of responsibility."
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Há aqui muito potencial para ajudar as empresas definirem quem são os seus clientes-alvo.
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Como diz John Kotter: See, Feel, Change! Se mais empresas tivessem este retrato, aterradas, não perderiam tempo em começar a mudar apara trabalhar só com clientes-alvo rentáveis.

Trechos retirados de "Getting Under the Hood of a Flawed Budgeting Process" de Jonathan Byrnes

segunda-feira, maio 23, 2011

Produtores aprendam!!!

Produtores aprendam!!!
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Acabo de ver na TV um anúncio do MEGA PIC-NIC do Continente onde os participantes têm oportunidade de contactar com os fornecedores, os produtores nacionais.
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É importante criar, reforçar, desenvolver relações com os consumidores.
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Não esquecer o exemplo do by-pass feito pela Purdue à grande distribuição, criando um lugar na mente dos consumidores!!!
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APRENDAM!!!

Custos da proximidade

"lembrou os investimentos realizados pelo executivo socialista na educação ou na saúde, mas também no interior -- "foi por isso também que nunca deixámos o interior para trás e sempre fizemos no interior as obras e as infra-estruturas que eram devidas a uma política de coesão", disse."
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Agora, com a transformação do IP4 em auto-estrada, qual será o futuro da fábrica de embalagens plásticas que se encontra ao km 131 do actual IP4? Assim que a auto-estrada abrir, torna-se-á mais rápido e, por isso, económico, para os tubarões do litoral chegar à Terra Fria, com preços mais competitivos.
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Espero que estejam a preparar-se para esse cenário.

Já não é canário, vai ser a 1ª peça de dominó

Basta clicar na foto:

Consegue-se perceber como rapidamente a coisa pode ficar completamente fora de controlo numa espiral que vai levar a Liga Hanseática a criar o super-euro e deixar o euro para os outros.

Empreendedorismo e saúde

Para promover a micro-economia, para promover o micro-capitalismo, para apoiar os empreendedores, e porque faz bem à saúde:
No passado Sábado desloquei-me a Avanca, concelho de Estarreja, a uma exploração de mirtilhos propriedade de uma jovem Engª Agrícola natural de Estarreja.
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Além do preço muito competitivo, pude colher os frutos que queria levar, pude provar várias variedades. Fiquei fã!!!
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Quem quiser visitar, provar e comprar, pode combinar visita através do e-mail biobaga@sapo.pt
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O mirtilho é o fruto número um no que respeita a proteger as células dos danos dos radicais livres e do envelhecimento.
Protegem os olhos, a pele e os vasos sanguíneos, combatem a diabetes e o colesterol e diz-se que podem combater o declínio cognitivo.

Dicas para iniciar a exportação

Simples, directos e, em minha opinião, muito importantes conselhos para quem quer começar exportar "Five Tips for Getting Started in Exporting".
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"1. Get connected. To find buyers overseas, it helps to have a contact in the country you're targeting.
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2. Put yourself out there. To find contacts, you may need to travel. Barlett recommends attending trade shows where foreign buyers and distributors might be in attendance. (Moi ici: Mas cuidado com as feiras em que se participa, vão lá os clientes-alvo? Por exemplo, algumas empresas de calçado deixaram de frequentar feiras de calçado! Já não se revêem como empresas de calçado! Frequentam feiras de moda! São empresas de moda!)
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3. Advertise. Whether it's through trade magazines that have an international reach or online advertising -- it's important to spread the word about your company," (Moi ici: Mas cuidado com os marketeiros com que trabalha, há que recordar os avisos do Aranha)

Modelos de negócio para empreendedores

"Silicon Valley Guru Steve Blank Welcomes The New Bubble And Says Microsoft Is Doomed":
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"BI: So explain your concept of lean startups, what that is and why it works.


SB: Venture capital and technology entrepreneurship is at best 50 years old in its modern form. What we did for the first 50 years of startups was get it wrong. We treated startups as smaller versions of large companies. We said "everything you do for these large companies -- business plans, you need to write one. VPs of sales -- you need to have one. Revenue plans -- you need to execute that. Everything they do at IBM, you need to do in your startup, just a smaller version."
It took 50 years to realize why that's wrong. Large companies execute known business models, while startups search for a business model. The distinction between execution and search is huge. People who execute are incredibly uncomfortable in a chaotic environment, and people who are wonderfully comfortable in chaos go crazy in an execute environment. Business plans, which are great for your second and third product in a large company, are a joke in a startup when it's all a series of unknowns"
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Estão a ver os projectos de empresas e os empreendedores a terem de apresentar volumosos planos de negócio para suportar pedidos de apoio a subsídios e apoios?
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"BI: You've written about the secret history of Silicon Valley. What makes this place unique for entrepreneurs?
SB: Do you know what they call a failed entrepreneur here? Experienced.
Anywhere else in the world you've got to change your name. You've got to leave your town. Think about any conversation you've had with a failed entrepreneur. Here you tell somebody "I just blew through a couple million dollars" and what's the next question your friend asks you? "So what company are you doing next?"
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Há pequenas cidades portuguesas onde um empresário falido pensa seriamente no suicídio.

domingo, maio 22, 2011

Canário à deriva

O primeiro ministro grego é uma espécie de Luís Duque:
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Hoje de manhã rejeitava categoricamente a hipótese de reestruturação da dívida grega.
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Agora grita, ó tio, ó tio:
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"Papandreou: Grécia vai entrar "em colapso" se não receber trecho da ajuda externa em Junho"
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Só falta, agora com as eleições municipais e autonómicas em Espanha, que os novos alcaides comecem a encontrar esqueletos nos armários deixados pelos incumbentes derrotados para que o dominó fique perfeito.
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Não esquecer "Here Is What Happens After Greece Defaults"

Futebol e modelos de negócio

Ontem, durante o meu jogging do final da tarde, ouvi na rádio que o Feirense subiu à Super-Liga.
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BTW, o Feirense tem um restaurante com umas francesinhas que não são más!
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Alguém disse que era a 4ª vez que o Feirense subia ao escalão máximo do futebol nacional, que a última vez que tinha conseguido esse feito tinha sido há 21 anos. Pelo que percebi, sempre que o Feirense subiu, no ano a seguir desceu ficando sempre em último lugar.
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E isto deixou-me a pensar...
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Para um clube vencer a liga que disputa tem não só de ter uma equipa tecnicamente competente no campo e no banco, como tem de ter um modelo de negócio capaz de suportar essa equipa sem salários em atraso, sem falta do mínimo de condições de apoio à equipa.
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Quando um clube é promovido, ou despromovido, à liga seguinte, o seu modelo de negócio tem forçosamente de mudar.
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Como será um business model canvas para um clube que quer vencer a Liga Orangina e qual a diferença para um business model canvas de um clube na Super-Liga que não quer descer de divisão?
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Parabéns ao Feirense

Reflexões sobre a evolução das marcas

Chego ao cruzamento, não tenho prioridade, páro.
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Olho para a esquerda para ver se vem lá alguém.
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Sim, um carro preto. Pela grelha verifico que é um Volvo.
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Espero, aproxima-se, passa por mim...
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Fico a pensar, isto é um Volvo?!?!!
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Ponho o carro em marcha e coloco-me atrás do Volvo, não sou um expert em carros, nunca comprei uma revista sobre automóveis, e descubro que o modelo se chama XC60:
E pensei, olha a Volvo também produz Hummers:
Cerca de 600 metros à frente, viro à direita e entro numa recta, aí a minha mente começa a subir na escala de abstracção e a interrogar-se.
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Será que faz sentido uma marca como a Volvo desenhar modelos como este XC60?
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Não estou contra o XC60, estou a pensar é se aquele modelo faz sentido na imagem, no modelo mental que a Volvo construiu na minha mente ao longo dos anos.
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O modelo até pode ser um sucesso de vendas para a Volvo, mas não contribuirá para desfocar, para descaracterizar a imagem que guardamos mentalmente da marca?
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Aranha, please help me!!!

Construir o futuro, sem depender do Estado

"“Sometime around 2015, manufacturers will be indifferent between locating in America or China for production for consumption in America,” says Mr Sirkin. That calculation assumes that wage growth will continue at around 17% a year in China but remain relatively slow in America, and that productivity growth will continue on current trends in both countries. It also assumes a modest appreciation of the yuan against the dollar."
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Qual a opinião da CIP sobre esta previsão?
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Em que medida Portugal poderá aproveitar oportunidades induzidas por este movimento? Há empresas e sectores que possam captar encomendas?
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Como temos escrito ao longo dos anos neste blogue: a proximidade, a rapidez, a flexibilidade, o inventário podem fazer milagres competitivos.
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"... a growing number of multinationals, especially from rich countries, are starting to see the benefits of keeping more of their operations close to home. For many products, labour is a small and diminishing fraction of total costs. And long, complex supply chains turn out to be riskier than many firms realised. When oil prices soar, transport grows dearer. When an epidemic such as SARS hits Asia or when an earthquake hits Japan, supply chains are disrupted. “There has been a definite shortening of supply chains, especially of those that had 30 or 40 processing steps,” says Mr Ghemawat.

Firms are also trying to reduce their inventory costs. Importing from China to the United States may require a company to hold 100 days of inventory. That burden can be handily reduced if the goods are made nearer home (though that could be in Mexico rather than in America).

Companies are thinking in more sophisticated ways about their supply chains. Bosses no longer assume that they should always make things in the country with the lowest wages. Increasingly, it makes sense to make things in a variety of places, including America."
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Qual a opinião da CIP sobre estas correntes e marés, sobre estes ventos, em suma, sobre esta paisagem competitiva em recomposição?
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A CIP tem alguém a trabalhar isto, a andar de "porta-em-porta" a desafiar, ou a simplesmente a informar os associados a aproveitarem as oportunidades que se desenham?
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Ah... um país livre é isso, gente que arregaça as mangas e não precisa do Estado, nem de "amiguinhos" no poder.
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Trechos retirados de "Moving back to America"

Sem conserto

O tempo não é uma coisa elástica, o tempo é o nosso recurso mais escasso.
Robert Simons de Harvard fala mesmo do indicador ROA (return-of-attention). Se dedicamos o nosso tempo a uma coisa não o dedicamos a outra.
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Por outro lado, quem ocupa posições de chefia tem de pensar sempre no exemplo das suas acções, as suas acções, a sua agenda, é seguida por muita gente em busca de orientação.
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A CIP parece-me um caso perdido...
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"Confederação da Indústria diz que "tem faltado bom senso" na pré-campanha"
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Onde se pode ler:
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"O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, durante um debate com empresários, que "tem faltado bom senso na campanha eleitoral", embora os portugueses estejam "obrigados" a entenderem-se.

"Tem faltado bom senso nesta campanha" eleitoral, criticou o dirigente da CIP, advertindo que, no entanto, "o próximo governo deverá ter uma ampla base de apoio", ou seja, "deverá ser de coligação".

António Saraiva falava, esta sexta-feira à tarde, numa unidade hoteleira da Mealhada (Aveiro), num debate sobre "as opções político-partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP)."
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Onde está o by-pass ao país?
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Enquanto se perdem com as tricas politico-partidárias, não têm tempo para iniciarem, para aprofundarem, para darem consistência a um "grass-roots movement" junto dos empresários, longe da política, para aproveitarem as oportunidades e minimizarem as ameaças que cada sector tem pela frente.
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Assim, dão a ilusão aos associados que o poder político vai resolver os problemas de um sector económico... uma versão moderna, e para adultos, da história das prendas trazidas pelo Pai Natal... treta da grossa.

sábado, maio 21, 2011

Os ignorantes só percebem do preço

Uma pessoa bebe um copo de vinho... e vinho é vinho. Há vinho branco, há vinho tinto, e pouco mais.
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Um escanção, um 'connaisseur', prova, saboreia, degusta um vinho e é capaz de encontrar n cambiantes de textura e paladar.
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Uma pessoa desliga o rádio mal começa a dar música clássica.
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Um musicólogo aprecia a melodia, avalia a interpretação do maestro quanto ao ritmo imposto, situa a música na história da música e na expressão dos sentimentos humanos através dos sons.
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Um urbano come uvas.
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Um lavrador conhece os vários tipos de bagos e dá-lhes nomes: Crista-de-Galo; Engana-Rapaz; ...
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Até esta tarde só conhecia mirtilhos.
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Esta tarde visitei uma exploração produtora de mirtilhos em Avanca, concelho de Estarreja, e aprendi que existem, pelo menos naquele campo, 4 ou 5 variedades diferentes, com sabores e tamanhos diferentes, com época de maturação diferente.
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Como é que um ignorante de vinhos compra vinho?
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Como é que um produtor de vinho pode vender vinhos diferentes, vinhos que se distinguem, a um ignorante que só compra vinho?
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Quanto mais ignorante é o cliente mais ele desvaloriza o que compra, porque, como mete tudo dentro do mesmo saco, acha que tem muita oferta da mesma coisa à sua disposição.
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Até que ponto as empresas investem na educação dos seus clientes actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos influenciadores/prescritores actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos utilizadores actuais e futuros?
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Não está na altura de incorporar este investimento na estratégia das empresas?

Dados vs variáveis

Lembram-se dos exercícios na escola secundária? Na antiga escola secundária, não desta vergonha.
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Havia o enunciado do problema, tínhamos os dados do problema e o desafio era resolver o problema.
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Muitas empresas, perante o desafio de conquistar um lugar no futuro, também tentam equacionar uma estratégia para encontrar a solução.
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Porém, ao equacionar essa estratégia, normalmente cometem o erro de se auto-condicionarem. Por exemplo, consideram os clientes como um dado do problema.
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Por que é que os clientes, por que é que o tipo de clientes, não é tratado como uma variável?
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Os dados condicionam, limitam, afunilam.
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Ás vezes, a simples transição do tipo de clientes do lado dos dados  para o lado das variáveis, é o suficiente para caírem uma série de barreiras mentais e se começar a ver o mundo com outros olhos, com outras oportunidades que sempre estiveram lá mas que estavam tapadas pela leitura do problema.

O futuro do Marketing (parte II)

Continuado daqui.
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O meu amigo Aranha esmerou-se e fez um comentário super interessante que acho que os leitores deste blogue deviam ler.
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O comentário na íntegra está aqui.
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Alguns sublinhados da minha responsabilidade:
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"Quero com isto dizer que é normal que o Marketing descure os aspectos essenciais que refere. Esta gente não vê. Têm um orçamento e têm que o gastar em coisas que se vejam: publicidade! Depois não sobra nada pra fazer a correcta definição dos serviços, para pensar o cliente (o cliente, não no cliente), pra adequar os recursos, pra pensar em relação.
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Prestei serviços numa empresa de gestão de crédito. Tinham eleito o mercado bancário como alvo dum dos produtos. Sabe que plano de ataque (de Marketing) lhes foi apresentado por uma reputada empresa de Marketing e Comunicação? Eu digo-lhe, publicarem uns anúncios no Correio da Manhã! (esse bastião da informação procurada pelos bancários!)
Portanto…
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(mas não desacredite o Marketing a partir destas minhas palavras, só não acredite é em tudo o que ele lhe pareça ser) 
Em suma, o Marketing como Kotler o desenhou é altamente relevante. O Marketing como tem vindo a ser disseminado é escandalosamente incompetente (mas não será assim, també, nas outras áreas do conhecimento?). E Kotler é, hoje por hoje, um produto de comunicação, assente no estatuto (é uma espécie de Rolling Stones – ninguém conhece uma música recente deles, mas toda a gente vai aos concertos, porque são eles…)."
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Aranha este último sublinhado ... a metáfora está genial

sexta-feira, maio 20, 2011

As voltas que o mundo dá

Lembram-se como é o que PSOE chegou ao poder em Espanha?
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Atentado a 11 de Março e dias depois, durante o Sábado de reflexão, manifestações, espontâneas ou não, não é isso que está em causa aqui.
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Hoje no noticiário das 14h na TSF ouvi o Ministro do Interior, do PSOE, afirmar com toda a lata do mundo, o Sábado de reflexão é sagrado e tem de ser respeitado.
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As voltas que o mundo dá...

Eu preferia outras montras

No semanário Vida Económica encontro:
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"Vicaima aproxima-se de segmentos premium"
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"Com o objectivo de mostrar, junto dos targets mais exigentes, a sua mais recente e luxuosa colecção de portas de interiores, a Vicaima decidiu marcar presença, através de publicidade estática, no Clube de Golfe dos Economistas. A empresa familiar portuguesa, que se dedica à transformação e distribuição de madeiras e derivados, reforça, assim, o seu envolvimento na valorização de uma modalidade desportiva ligada aos segmentos Premium."
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Olhando para o ecossistema da procura:
Privilegiaria o contacto com os prescritores, gabinetes de arquitectura que podem influenciar quer os aplicadores, quer os consumidores.
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Privilegiaria o contacto com futuros arquitectos, futuros profissionais de design e de decoração, focando a transmissão de informação técnica sobre o desempenho dos produtos nas respectivas escolas, não falo de publicidade, falo de transmissão de conhecimento, de know-how... para cimentar a referência da marca como especialista, como inovadora, como premium.
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Quanto aos consumidores... são os homens que escolhem as coisas da casa à medida ou são as mulheres? Quantas mulheres praticam golfe? Que locais é que essas mulheres frequentam? Onde se aconselham? Onde buscam informação?

Como é que os economistas do mainstream explicam isto?

Esta tabela aparece com frequência neste blogue.
Acredito que os números não são tudo, mas há coisas em que é fundamental ter os números em conta, sob pena das discussões serem da treta entre ignorantes, tipo Forum TSF.
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Olhem bem para os números, são de 2007, em 17 anos o custo da mão-de-obra na indústria do têxtil e vestuário cresceu cerca de 260%. Comparem os valores de Portugal com os dos outros países!
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Agora considerem, só a título de exemplo, esta tabela:
A última linha é a que me interessa aqui, qual o peso dos salários nos custos totais.
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Quanto mais competitivas as empresas, menor o peso dos salários nos custos totais... será porque as pessoas ganham menos? Ou será porque além do custo dos tangíveis também se somam mais custos dos intangíveis?
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Agora reparem nisto "No primeiro trimestre - Exportações têxteis ultrapassam fasquia dos mil milhões de euros":
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"As exportações de produtos têxteis cresceram cerca de 26%, nos três primeiros meses, face a igual período do ano passado, enquanto as de artigos acabados (vestuário e têxteis para o lar) aumentaram 6%, sendo que foram exportados mais 99,8 milhões de euros. Também as importações de produtos têxteis cresceram 6%, mas as importações de produtos acabados tiveram uma quebra de 5,7%, no período em análise.
As exportações totais ascenderam a 1,018 mil milhões de euros. O mês de Fevereiro foi aquele que apresentou o crescimento mais significativo (17,5%), sendo que o capítulo do vestuário e acessórios de malha continua a liderar as vendas para um exterior, com mais 9,4%, num valor de 405 milhões de euros. De salientar ainda que a ITV teve um crescimento de 0,4% em termos de produção, de 6,3% no volume de negócios e de 2,3% nos preços à saída da fábrica."
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Como é que os economistas do mainestream explicam isto?

Para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!

Vasconcellos e Sá, em entrevista ao semanário Vida Económica "Portugal tem falta de liberdade económica", põe o dedo na ferida, replicando vários dos temas que missionamos neste blogue:
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O primeiro é delicioso e está relacionado com os nossos marcadores "macroeconomia" e "macro-economistas":
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"Vida Económica - Que opinião tem relativamente à geração actual dos economistas? É muito diferente da anterior?
Jorge A. Vasconcellos e Sá - Há dois aspectos. A maioria (nem todos) dos economistas estão hoje reduzidos à condição de simples comentadores e totalmente incapazes de desenvolver quaisquer políticas. É como se analisassem um jogo de ténis pelo marcador, em vez de pelas tácticas dos jogadores.
Porquê? Porque perderam os instrumentos para actuarem (e não se actualizaram para aprender outros): a política cambial, a política monetária, e (também em grande parte) a política orçamental e de preços e rendimentos. O que resta pois de verdadeiramente importante? A gestão. Que para muitos economistas sempre foi uma caixa negra. (Moi ici: Só sabem mexer no preço e nos custos, não fazem a mínima ideia do que é o valor. Na linha da tareia que achamos que a academia merece! )
Por (em segundo lugar) sempre a terem desprezado, dado (na opinião deles) não ter o formalismo da economia, e ser assim uma ciência menor.
O que é obviamente um duplo erro. Pela acusação infundada: basta ver a elevada percentagem de artigos científicos, empíricos, nas melhores revistas académicas de gestão.
E a esquizofrenia de não reconhecer as suas próprias debilidades: muitos artigos económicos não passam de meras construções abstractas, matemáticas, "baseadas em pressupostos de vacas redondas para assim se resolver a crise do leite". (Moi ici: Pagãos que ainda não ouviram o Evangelho do Valor, cegos que ainda não percorreram a Estrada de Damasco, para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!)
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O segundo tema é o da liberdade económica:
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"VE - A situação difícil por que Portugal está a passar é culpa dos economistas ou de outros factores, entre os quais a falta de liberdade económica?
JAVS - Um desastre destas proporções - uma economia abrilista que não consegue sobreviver sem os balões de oxigénio do FMI, apesar de inserida no bloco económico mais rico do mundo (em valor absoluto), beneficiando da moeda única e recebendo até 2,5% de fundos líquidos de Bruxelas -, uma catástrofe económica destas, dizia, não tem obviamente apenas uma causa. Tem várias. Entre elas, a falta de liberdade económica.
A correlação entre o índice de liberdade económica e o PIB per capita dos 55 países mais ricos do mundo é altíssima (0,74). E é simples de ver porquê. Liberdade económica significa concorrência, em que, um, cada empresa é incentivada a dar o seu melhor; dois, as companhias que fazem um mau trabalho e destroem valor são afastadas do mercado; e, três, quem manda é o consumidor, com a sua soberania relativamente ao preço, qualidade e entrega. Não há tachos. Há uma meritocracia. Como dizia o povo: "quem não trabuca não manduca".

VE - A falta de liberdade económica continua a ser um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do país?
JAVS - Sem dúvida. E defender o contrário é um "barrete" que muitos políticos continuam a enfiar aos portugueses, criando-lhes medo da liberdade económica."

Apostar no cavalo errado

Os professores de uma escola particular, reunidos em plenário, discutem o problema do estudo dos alunos para os testes.
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Reconhecendo que a maioria dos alunos só estuda para os testes, e reconhecendo que a larga maioria, desses que só estudam para os testes, só o faz na véspera dos testes, os professores concluem que os meninos têm pouco tempo para estudar.
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Assim, decidem começar a marcar os testes com 10 dias de antecedência, em vez dos actuais 7 dias.
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Alguém acha que a maioria dos alunos vai deixar de só estudar na véspera, porque foi avisado com mais tempo?
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Muitos políticos e economistas deste país fazem-me lembrar os professores desta escola!!!

Que mil girassois floresçam


Quando Sócrates reuniu com os dez maiores exportadores escrevi que estava a repetir a tolice de Zapatero.
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Ghemawat vem defender o mesmo!!!
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1:14 A baylout maybe necessary but is far from being suficient
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2:30 Ghemawat não está a par do proteccionismo brasileiro?!!!
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3:10 Apostar na PMEs para a exportação, não nas grandes.
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5:10 A tolice de Zapatero em achar, como Sócrates, que o emprego tem a ver com as grandes empresas
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6:10 Se o desemprego é uma prioridade, o foco devia estar nas PMEs não nas empresas do regime
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6:20 É preciso é criar mais empresas, para isso é preciso mais liberdade económica

Cuidado

É muito lindo os ministros do Brasil virem cá a Portugal falar de fortalecer as relações comerciais, é muito interessante ir a feiras no Brasil e ficar contaminado com o clima de optimismo.
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Quando ouvimos publicidade a produtos financeiros, na rádio ou TV, aparece um disclaimer sobre os riscos em que podemos incorrer por apostar neles.
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Será que os organizadores desta feira "Exporta Portugal 2011 quer promover o potencial de Portugal em terras brasileiras - Brasil acolhe empresas portuguesas em feira dedicada ao país" também fazem o disclaimer aos potenciais expositores avisando-os das taxas alfandegárias que o Brasil aplica aos produtos importados?
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40 a 60% é muito dinheiro!!!

quinta-feira, maio 19, 2011

Por uma vez em desacordo com Camilo Lourenço!

Hoje não cheguei a ouvir a crónica de Camilo Lourenço, "Money Box" na M80 até ao fim!
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É nestas coisas que discordo de Camilo Lourenço. Perdoem-me a imodéstia mas falta-lhe dar um passo.
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Camilo Lourenço falava sobre as afirmações de Angela Merkel "Merkel quer menos férias e aumento da idade da reforma".
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Todo o raciocínio de Camilo Lourenço, de Angela Merkel e de tantos outros, como neste relatório do INE, está manchado com um pecado original. Merkel e Camilo Lourenço estão errados, mas os seus oponentes, CGTP e outros também o estão!
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O JdN mostra alguns factos estatísticos:
Como é que Camilo Lourenço abordou esta contradição? Dizendo que somos produtivos porque rendemos pouco, porque chegamos tarde, porque somos lentos, porque somos mal organizados.
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Como é que a CIP abordou o tema? OMG, ainda temos que trabalhar mais horas! (Embora eu concorde que isto de se ter prémio por cumprir uma obrigação é mais um exemplo da treta socialista que nos trouxe até aqui)
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A solução não está em trabalhar mais horas, ainda que isso dê jeito a algumas empresas em particular e contra o qual não estou contra, a falha na discussão está em comparar horas de trabalho portuguesas com horas de trabalho alemãs... estamos a comparar laranjas com limões!!!
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O que devíamos estar a comparar era o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho portuguesa versus o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho alemã!!!!!!!!!!!!!!!!
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Os alemães, no seu conjunto, produzem bens com muito mais valor acrescentado, logo a rentabilidade de cada hora é muito superior!!! (A nível de país, o que eles fazem é o que o gráfico 5 deste postal ilustra para o sector de calçado português)
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A postura da CIP é a que mais me entristece no meio disto tudo, porque se entretêm com esta guerra, não focalizam o recurso mais escasso, o tempo, em fazer ver aos seus associados aquilo que só os empresários, que só os gerentes, que só os administradores, que só os patrões podem fazer, temos de subir na escala de valor, temos de produzir produtos com mais valor acrescentado... tudo o resto é treta de política politiqueira.
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De pouco vale trabalhar mais horas a produzir o mesmo tipo de coisas que até aqui.

Político, socialista e ignorante

Esta frase "É preciso evitar que redução da TSU se traduza em "mero aumento de lucros de empresas"" é absurda!!!
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É uma frase que só poderia vir de um político com uma mentalidade socialista!!!
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E o melhor exemplo de um político com mentalidade socialista é...o presidente da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo!!!
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Admirados?
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Há dias escrevi aqui no blogue:
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"Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo.
Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
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Quem não concorda comigo e acha que as empresas exportadoras precisam desesperadamente da redução da TSU para aumentarem a sua competitividade, acha que a redução da TSU vai ser usada pelas empresas para reduzirem preços e se tornarem mais competitivas (claro, nunca leram Marn e Rosiello, nunca leram Simon e Dolan), se concordam que a TSU é para reduzir preços, então, não é para aumentar margens.
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Quem concorda comigo e acha que as empresas exportadoras não precisam da redução da TSU para serem competitivas, então, não está de acordo com a TSU (eu continua a achar que a TSU deve baixar por causa dos motivos acima indicados, motivos que nunca são avançados) e ponto!!!
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O que é absurdo é estar a favor da redução da TSU e ter medo que ela sirva para aumentar margens e lucros!!!
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Por isso digo que é um político! Não pensa muito bem no que diz.
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É socialista porque acha que o lucro é uma coisa nociva.
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E acrescento... é ignorante!!!
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Se estudasse as obras e os escritos de um dos últimos prémio Nobel de Economia, por exemplo estes gráficos saberia que há mais variabilidade e dispersão de produtividades e margens dentro de um mesmo sector económico de um mesmo país, do que entre sectores económicos desse mesmo país. Ou seja, para este senhor a economia é como este paralelepípedo.

Lições islandesas

Ricardo Arroja fez um interessante recorte do IHT acerca da Islândia.
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Várias lições podem ser retiradas:
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""The real value of the economic crash, one young woman told me, was that 'people are rethinking, who am I as an Icelandic person?'" (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, repensarem-se!!!)
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"If Icelanders are truly interested in getting back to what they have always done best, that means getting back to fishing." (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, interrogarem-se sobre onde podem ser boas, questionarem-se sobre onde são melhores, onde fazem ou podem fazer a diferença)
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"No one knows that better than Armann Kr. Olafsson (...) Uncertain about his future, he accompanied his brother, the owner of a successfull fish farm, on a trip to Boston to attend the annual seafood convention there. (Moi ici: As nossas empresas deviam fazer mais disto, networking, procurar novidades, levantar a cabeça da secretária, tirar a cabeça de dentro do reactor, get ou of the building, estar atento às novidades, procurar activamente novidades) At the convention, an American asked Mr. Olafsson and his brother if they knew how to get hold of some fois gras de la mer. The brothers inquired what that was. Monkfish liver, the American explained, adding it was now a hot item at high-end sushi restaurants. "Our faces were just big question marks", Mr. Olafsson recalled. "In Iceland, we usually threw this liver out". Not anymore. Almost overnight, Mr. Olafsson became Iceland's leading exporter of fois gras de la mer.

When monkfish eason came to an end, he found another niche to capitalize on: codfish milt, or sperm. Mr. Olafsson discovered, after doing a bit of research, that milt was in demand in a number of upscale restaurants in the United States, Japan and Korea. One morning I accompanied Mr. Olafsson to the plant where he obtains his milt (...) "What's in those vats?", I asked uneasily. "That's the product", he replied proudly. He then scooped up a huge handful of milt. "This is the sperm. It has a lot of protein, just like your sperm." I marveled for a moment that what he was holding was a marketable commodity. But would he really eat the stuff? "You know", he replied, "in Iceland we eat ram's testicles, so believe me, it's no big deal to eat cod sperm"." (Moi ici: Empreendedorismo é isto, estar atento e aproveitar oportunidades que se multiplicam, não é andar de mão estendida a pedir protecção e apoio a um Estado numa relação pedo-mafiosa)