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quinta-feira, dezembro 11, 2014

É isto que a UE e o euro minimizam

Volto ao exemplo brasileiro "Manifesto por um Brasil mais rico, não um Brasil mais caro":
"Nesta semana, tivemos mais um. Para lidar com dificuldades da nossa indústria, o governo e o Banco Central vem adotando uma série de medidas, incluindo redução temporária de impostos para alguns subsetores, aceleração da queda da taxa de juros, adoção de restrições à entrada de capitais estrangeiros para enfraquecer nossa moeda e elevação de impostos sobre produtos importados.
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Além de sujeitarem o país a eventuais retaliações comerciais, estas medidas criam um Brasil mais caro, não mais rico. Quem pagará a conta do encarecimento dos produtos importados e da redução da competição com os nacionais é você, o consumidor. Aliás, já paga. No ano passado, impostos sobre importação arrecadaram mais que o Imposto de Renda Pessoa Física. Você pagou ambos. Os primeiros, nos preços elevadíssimos praticados no Brasil e o IRPF, na fonte."
Lá, como cá, o monstro do gasto público é insaciável.

terça-feira, dezembro 09, 2014

"é impossível em democracia. Outra coisa boa que a UE nos trouxe"

Interessante como a realidade do têxtil é tão diferente dos dois lados do Atlântico.
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No Brasil:
Imaginem Portugal fora do euro e da UE, estaríamos, como o Brasil, numa corrida para o fundo com a China. Apostando no proteccionismo, na desvalorização cambial, na retórica de guerra... sem resultados. O Brasil ainda tem o seu mercado interno, Portugal nem isso teria. O choque da primeira década deste século não teve origem no euro mas na China, essa é a minha explicação. Nunca esqueço este quadro:

Entretanto, em Portugal:
"Numa altura em que muitos países europeus perdem as valências industriais, a fiação em Portugal está a registar um ligeiro renascimento, com o investimento de algumas empresas na criação e renovação de unidades para a produção de fios “made in Portugal”."
O proteccionismo brasileiro tenta proteger a sua indústria têxtil, como resultado, empurra-a para uma corrida para o fundo, empurra-a para uma competição com a Ásia.
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Em Portugal, o facto de estarmos na UE não permitiu esse proteccionismo. O sector sofreu, transformou-se e recriou-se. Recordar "O desassossego é bom".
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Permitir esta destruição criativa no Brasil, que aconteceu em Portugal, é impossível em democracia. Outra coisa boa que a UE nos trouxe.

quinta-feira, setembro 04, 2014

A culpa é sempre dos outros

Há dias no Twitter, a 31 de Agosto, escrevi este tweet:
"Tão português este Guido Mantega link1 … a culpa é dos outros, por isso é q link2"
Entretanto, neste relatório "The Shifting Economics of Global Manufacturing" da BCG, encontro isto:
"In some cases, the shifts in relative costs are startling. Who would have thought a decade ago that Brazil would now be one of the highest-­cost countries for manufacturing - or that Mexico could be cheaper than China?" 
 E, num país onde as empresas estão protegidas da concorrência estrangeira... qual o incentivo para subir na escala de valor para exportar?
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Voltaremos a este relatório.
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BTW, hoje num jornal, outro exemplo de ser português, de ser tuga refinado "Socialistas querem saber se troika tem culpa do que aconteceu no BES". Com esta gente a culpa é sempre da caneta, nunca de quem escreve.

domingo, fevereiro 10, 2013

Curiosidade do dia

"A China tornou-se no maior pólo comercial do mundo em 2012, com o peso da sua balança comercial a ultrapassar o dos Estados Unidos, segundo os mais recentes dados oficiais dos dois países.
O Departamento de Comércio norte-americano revelou na sexta-feira que a balança comercial do país, a soma de importações e exportações, totalizou 3,82 biliões de dólares (2,86 biliões de euros), poucas semanas depois de as alfândegas chinesas terem anunciado uma subida da sua balança para 3,87 biliões de dólares (2,9 biliões de euros)."
Trecho retirado de "China ultrapassa Estados Unidos"
"O Brasil é o país que menos importa no mundo, como proporção do seu PIB. Os dados são do Banco Mundial, e mostram como a economia brasileira é fechada, apesar das reclamações de empresários sobre a concorrência externa."
Trecho retirado de "Brasil é o país com menor importação no mundo" e recordar as aves que fazem o ninho no chão.

domingo, junho 24, 2012

Mais indicadores a ficarem obsoletos?

Está tudo ligado:
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Sexta-feira, ao final do dia, ouvia Luís Delgado proclamar pela enésima vez a chegada próxima do fim do mundo. Segundo ele até a poderosa China ia ajoelhar...
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Sim, de facto as coisas por lá não estão tão bem assim:

Já aqui escrevemos, por mais do que uma vez, que usamos indicadores com base em modelos que simplificam a realidade. Quando a realidade muda e, continuamos a usar os mesmos indicadores, as nossas conclusões deixam de ser válidas... nós é que ainda não sabemos.
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Mas quanto é que deste fenómeno na China é um reflexo, uma consequência de uma transferência de produção novamente para o Ocidente, para próximo do consumo?
"“In China, you have high minimum quantities you have to order, so you’re building a couple thousand of every guitar pedal,” Bethke says. “Your carrying costs start to get huge.” Today the company only makes those pedals it’s confident it can sell quickly."

" The cheap labor that is helping Mexico surpass China as a low-cost supplier of manufacturing goods to the U.S."
E na Europa?

BTW, não é difícil perceber o que vai acontecer à indústria brasileira num futuro a médio-prazo:

  • Mercado interno enorme;
  • Indústria protegida por barreiras alfandegárias que amolecem a sua capacidade inovadora;
  • Salários a crescer por causa do boom das matérias-primas;
  • Resultado: cada vez maior dificuldade em exportar.
Daqui a uns anos... o culpado será o neoliberalismo... a nossa Expo98 será os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol?

terça-feira, abril 24, 2012

Para arquivar e usar no futuro:

Para arquivar e usar no futuro:
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A conversa que encontro em "Como é que se muda isto?", por exemplo:
"Estas pessoas, ou algumas delas com quem falei demoradamente, querem reforçar a competitividade do Brasil no mundo e regulam os seus padrões pelos da América do Norte."
É conversa de diletante académico brasileiro para  enganar o tuga que não está atento e se ilude com as aparências. Um país com taxas alfandegárias tão altas alguma vez consegue uma massa crítica de empresas exportadoras?
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O Brasil vive a sua fase Expo98.
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Duvidam que um brasileiro chegado a Lisboa em 1998 não transmitiria o mesmo ao chegar à sua terra?
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BTW, "Brasil: dívida pública cresce 7,6 mil milhões num mês"
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Quando um dia começarem as manifestações contra o neo-liberalismo dos mercados que atacam a dívida do Brasil, não se esqueçam deste postal.
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O nível de vida dos brasileiros está a subir muito e muito rapidamente, julgo que foi em Dezembro de 2011 que li que o consumo de combustível no Estado de S. Paulo tinha crescido 37%. As exportações brasileiras não estão a subir, as protecções alfandegárias impedem a concorrência que faria com que a indústria brasileira subisse na escala de valor. Por exemplo, no calçado, com um salário mínimo cerca de metade do português, o sector está a sofrer com as importações chinesas... enquanto por cá exportamos 98% da produção, na boa, com preços quase iguais aos do calçado italiano.
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Tudo suportado em endividamento, suportado em petróleo... se vierem ao concelho de Estarreja, ou da Murtosa, falem com um reformado que tenha trabalhado nos anos 60 do século passado na Venezuela... vai  relatar-vos a história de um paraíso na terra.

sábado, março 17, 2012

Proteccionismo

"Brazil vows to protect manufacturing"
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Ao proteger o seu sector industrial com medidas proteccionistas, o governo brasileiro condena a maior parte das suas empresas a dependerem cada vez mais de uma barreira protectora dependente do papá-Estado.
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No curto prazo o desemprego industrial é sustido e as falências são adiadas. No entanto, o poder de compra dos consumidores é prejudicado e, a maioria das empresas não tem qualquer estímulo para subir na escala de valor.
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Quando o humano, condoído com o esforço da jovem borboleta a tentar sair do casulo, a ajuda a sair... condena-a à morte, porque o esforço que ela tem de fazer é a prova que lhe fortalece os músculos das asas.

sábado, janeiro 28, 2012

Dois percursos divergentes

"the Sinos Valley in the southern Brazil had a cluster of small shoe manufacturers in the 1960s producing for the domestic market. In the 1980s, buyers from the US arrived and integrated Brazilian firms into the US footwear value chain. This facilitated upgrading as the “US buyers studied the market, developed models and product specifications, helped producers in the choice of technology, and organisation of production, inspected quality on site, and organised transport and payment.” Process and product quality rose. The author note: “The danger of this strategy became evident when Chinese producers undercut Brazilian products in the US market in the early 1990s, and Brazilian producers were faced with sharply declining prices.”
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The largest local firms upgraded in terms of production process by not in terms of design and marketing. Local business associations promulgated plans for raising the image of Brazil’s footwear and reinforcing design capabilities, but these came to nought."
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Foi isto que sucedeu em Portugal nos anos 80, 90 e 00.
(recorte do jornal Público em Setembro de 2009)
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Não me consta que o Brasil tivesse aderido ao euro... não me consta que o Brasil estivesse impedido de fazer batota e não pudesse desvalorizar artificialmente a sua moeda.
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O desafio era o nível de custos que se podiam obter na China.
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Qual a diferença na evolução do cluster do calçado português e do brasileiro?
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Suspeito e especulo que em parte se deve:
  • à proximidade do mercado do norte da Europa, com uma massa crítica de consumidores que apreciam e conhecem um bom produto;
  • ao discurso e acção das respectivas associações sectoriais;
  • reduzidas barreiras alfandegárias no caso português e elevada protecção no caso brasileiro. 

sexta-feira, outubro 07, 2011

A doença brasileira

Ainda ontem elogiei a mudança de atitude na ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal com este postal "Começa a entranhar-se o locus de controlo interno no têxtil. Cool!!!".
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Há dias chamei a atenção para a doença brasileira com o postal "The Better You Understand Economics, the More You Realize that Money Isn’t All that Matters (parte II)"
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Primeiro, observar a versão da revista The Economist sobre a evolução do real face ao dólar:
Segundo, apreciar o discurso do todo-poderoso ministro brasileiro da Fazenda Guido Mantega em "Temos um problema no sector industrial
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Reparem como o problema são os Outros, reparem como os Outros são maus, são traiçoeiros, e reparem como os brasileiros são vítimas inocentes que têm de ser defendidas pelo seu governo:
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"Sim, temos um problema que é o sector industrial. Mas o sector de ‘commodities' continua bem. Temos uma indústria automobilística com capacidade ociosa, electrónica também. Isso levou-nos a uma concorrência predatória. Até os americanos estão disputando nosso mercado: fazem uma política de desvalorização de moeda (Moi ici: Esta observação é desmentida pelo gráfico)  e vêm aqui. Vivemos uma concorrência desenfreada, do salve-se quem puder, com países muito agressivos indo atrás do ‘file mignon' que restou que são os nossos mercados. O mercado brasileiro cresce 10% ao ano, nos EUA o crescimento do consumo é de 1,5%. Aí todo mundo quer comer o pernil brasileiro e temos que nos defender dessa agressividade."
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"Temos de fazer defesa comercial. Por exemplo, o Brasil é um dos países que mais têm acções antidumping. Nós criamos uma lei contra a triangulação. Além disso, estamos tomando medidas para a guerra cambial que se intensificou. É nesse cenário que se insere a medida do IPI dos automóveis. O complexo automobilístico brasileiro é importante para a economia. Depois de passar por 2009 e 2010 muito bem, com a procura crescendo mais de 10%, em 2011 continua crescendo só que as importações crescem de forma desenfreada. Se toda expansão da procura se alimentar com importações, a indústria local vai estagnar."
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O salário mínimo português ronda os 485 € pagos 14 vezes por ano.
O salário mínimo no Estado de S. Paulo no ano passava rondava o equivalente a 275 € pagos 12 vezes por ano (se pesquisei bem).
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O ministro da Fazenda do Brasil, ao querer proteger a indústria local, retira-lhe a motivação para se aperfeiçoar e ser competitiva a nível internacional. Por exemplo, um fabricante de máquinas português que exporte para o Brasil tem de fazer frente a uma taxa alfandegária de 60%... isso impede a exportação? A maior parte das vezes sim! Isso protege as empresas brasileiras concorrentes? Claro que sim... só que essa protecção não é gratuita... a maior parte das empresas é como a vida. A vida não planeia, a vida responde e evolui perante restrições e desafios. Uma empresa protegida é uma empresa que não precisa de evoluir..
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Portugal, país de fronteiras abertas, apesar de dezenas de anos de governos com mentalidade socialista, por que as empresas não são protegidas, pelo menos as que não são dos amigos do poder, muitas fecharam após o choque chinês... mas com o tempo, aprenderam a dar a volta por cima:
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Ainda ontem escrevemos "Recordar Lawrence... nada está escrito (parte IX)" com os números mais recentes sobre o desempenho da indústria portuguesa, sobretudo o sector exportador.
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A transformação que a indústria brasileira precisa não tem de ser comandada pelo governo, seja ele qual for, tem de ser trabalho de cada empresa individual, com estratégia, com modelo de negócio, com know-how, ...
não há by-pass a essa etapa.
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O locus de controlo tem de estar no interior de cada empresa. O futuro de uma empresa é demasiado precioso para que o seu líder o coloque nas mão de um ministro que meses depois pode estar na praia a beber piñacoladas... o locus de controlo tem de estar no seu interior.

sexta-feira, maio 20, 2011

Cuidado

É muito lindo os ministros do Brasil virem cá a Portugal falar de fortalecer as relações comerciais, é muito interessante ir a feiras no Brasil e ficar contaminado com o clima de optimismo.
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Quando ouvimos publicidade a produtos financeiros, na rádio ou TV, aparece um disclaimer sobre os riscos em que podemos incorrer por apostar neles.
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Será que os organizadores desta feira "Exporta Portugal 2011 quer promover o potencial de Portugal em terras brasileiras - Brasil acolhe empresas portuguesas em feira dedicada ao país" também fazem o disclaimer aos potenciais expositores avisando-os das taxas alfandegárias que o Brasil aplica aos produtos importados?
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40 a 60% é muito dinheiro!!!

quinta-feira, maio 19, 2011

Brasil surpreende-me

O Brasil quer refrear o consumo!
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O Brasil quer que o investimento aumente!
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"Puzzled by Brazil’s apparently ad-hoc approach to economic management? Somewhat confused by how president Dilma Rousseff’s government one week says it wants to bring inflation down by cooling the economy and letting the exchange rate rise, and then the next says it wants to maintain high investment while also getting the exchange rate down?

Well, worry no more about these seemingly mutually-exclusive goals. “Moderation” is the single word that best describes current economic policy, at least if you listen to Luciano Coutinho, the polished president of Brazil’s state development bank, the BNDES. “We [in the government] need to moderate demand, but we don’t want to moderate investment,” as he told journalists in London. “There has to be a balance; there are trade-offs”."
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Mas se o Brasil quer refrear o consumo quem vai consumir os bens que o investimento há-de colocar no mercado?
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A exportação?
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Mas como é que as empresas brasileiras, protegidas das importações com taxas alfandegárias de 40 e 60%, podem aprender a exportar bens de consumo?
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Competindo com a China?
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Recorte retirado de "Brazil’s nip, tuck economic management"
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Um dia, como cá, vão dizer que a culpa é das medidas neoliberais!!! Go figure!!!

segunda-feira, maio 16, 2011

Carpe Diem!

Foi esta medida "Brazil – prepare for devaluation" que impediu, no tempo do escudo, que a economia portuguesa subisse na escala do valor acrescentado. É esta medida que impede que a economia brasileira exportadora faça o mesmo e que a economia que trabalha para o mercado interno se torne mais requintada.
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Quando o Estado desvaloriza a moeda, as empresas ganham competitividade artificialmente, se o Estado faz isso por elas, a maioria dos gestores não vai queimar as pestanas a tentar ganhá-la com base no seu trabalho e esforço interno.
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A maioria dos gestores são humanos e, como diz Arroja, só uma elite é que pensa para lá do depois de amanhã, a maioria segue aquela máxima Carpe Diem!!!
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É disto que o euro nos protege!!!
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Claro que no curto-médio prazo é duro, mas são as dores de crescimento da economia!

quarta-feira, maio 04, 2011

Acerca do Brasil

"Brasil revê exportação para 2011 em alta"
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O título e o conteúdo da notícia é positivo, muito positivo.
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Mas tem um lado negro!
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"Brazil’s misleading trade surplus"
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Ainda assim, deviam ser organizados charters para levar empresários portugueses a visitarem feiras no Brasil. Não para vender, não para comprar, simplesmente para serem contaminados pela onda de optimismo que varre a economia brasileira. Quem de lá vem, vem com o astral bem acima e olha o futuro de outra maneira... vem cheio de ilusion à espanhola.

sexta-feira, abril 22, 2011

Acerca do achamento de Pandora

Gostava que os portugueses tivessem consciência que hoje, há 511 anos, acharam um planeta chamado Pandora. Só que dessa vez os Na'vi não tiveram a mesma sorte que a do filme "Avatar".
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Não é para renegar a nossa história, é para pôr-mos as coisas em contexto e habituar-mo-nos a ver o mundo pela perspectiva do outro, seja índio, na'vi, finlandês ou alemão.

terça-feira, janeiro 18, 2011

A diferença entre o calçado brasileiro e o português

Já ontem referi esta diferença.
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Ao longo dos últimos anos o real tem-se desvalorizado face ao euro, de acordo com a macro-economia: uma moeda mais fraca torna os seus produtos mais competitivos.
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O salário mínimo português foi, durante o ano de 2010, de 475 euros pagos 14 vezes por ano.
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O salário mínimo brasileiro foi, no Estado de S. Paulo, durante o ano de 2010, de 570 reais (julgo que pagos 12 vezes por ano mas não tenho a certeza).
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Ao câmbio de sexta-feira passada 570 reais são cerca de 254 euros.
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Agora reparem na diferença:
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Brasil
"Foi um mês de Novembro absolutamente terrível para a indústria brasileira de calçado, que perdeu cerca de cinco mil postos de trabalho.
Para o Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) “esta queda está directamente associada ao aumento das importações de países como Malásia, Indonésia e Vietname”. “As importações continuam a afectar gravemente o sector brasileiro”, lamentou Milton
Cardoso.
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De Janeiro a Novembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 44 milhões de pares de calçado, mais 26% do que no período homólogo do ano anterior.
“Estes dados são a clara evidência de que há concorrência desleal e mesmo indícios de triangulação. Em outras palavras, as empresas asiáticas que exportam grandes volumes para o Brasil, reexportam depois as suas colocações para outros mercados”, sublinhou o Presidente da Abicalçados."
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Portugal
"O preço médio do calçado português disparou em 2010. Segundo dados do INE, há a assinalar, de Janeiro a Outubro, um acréscimo de 11% para 22,57€, um dos valores mais elevados a nível mundial.
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O calçado português está literalmente em alta. Nos primeiros dez meses do ano, Portugal exportou sensivelmente 50 milhões de pares de calçado, no valor de 1.098 milhões de euros. Relativamente ao ano anterior, há a assinalar um crescimento de 2,4%. Um registo particularmente significativo se atendermos a que, neste período, o sector ficou privado das duas maiores empresas de calçado de capital estrangeiro, a Rodhe e a Aerosoles. Em termos práticos, em 2010, a grande força motora do crescimento da indústria de calçado foram as PMEs de capital exclusivamente nacional, que asseguram actualmente mais de 90% do total exportado.
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Por mercados, o calçado português cresce em praticamente todos os países, em especial em França
(mais 2,4% para 327 milhões de euros), na Holanda (mais 7,3% para 150 milhões de euros) e em Espanha (mais 5% para 106 milhões de euros). O calçado português parece, ainda, estar a «regressar em força» ao Reino Unido, com um crescimento de 13,1% para 102 milhões de euros. O desempenho menos favorável, muito provavelmente por via do encerramento da Rodhe, verifica-se na Alemanha, com um recuo de 2,7% para 196 milhões de euros."
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(Moi ici: E agora acerca dos mercados onde o euro se tem valorizado)
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"Fora do espaço europeu, há a registar desempenhos muito positivos em vários mercados como a Rússia (mais 34% para 10,6 milhões de euros), os EUA (mais 46% para 9,6 milhões de euros), o Canadá (mais 43% para 6,5 milhões de euros) e o Japão (mais 32% para 6,5 milhões de euros). Nota negativa apenas para o recuo em Angola (menos 25% para 8,6 milhões de euros)."
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IMHO, o principal problema da indústria de calçado brasileira é ...
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quem a dirige!!!
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O discurso de que a culpa é da China et al... desculpabiliza os empresários brasileiros, eles não têm de fazer nada, o governo é que tem de fazer algo para proteger a indústria.
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Esse nunca foi o discurso da APICCAPS, honra lhe seja feita e com as consequências que se vêem.
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Trechos retirados daqui.