quarta-feira, maio 25, 2011

O mundo não é plano!

"Things such as culture, language, and the industry you're in all matter a great deal. Managers sometimes focus very heavily on geographic distance and may not give much weight to cultural dimensions."
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Como isto é verdade e como isto é importante para Mongo!!!
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"Creating a Smart Export Strategy"

Cuidado com a experiência

Interessante poesia do grande James March:

"The Jungles of Novelty

Someone who consistently sticks to old ideas

Will ultimately become obsolescent,

But in the meantime will almost always do better

Than someone who insists on embracing new ones.

Old ideas have been tested and refined,

And we have grown competent in them.

So, trying something different

Is usually unrewarding.

Of course, since the world is changing,


Old ideas grow stale and fresh new ones


Become necessary if we are to survive for long.

So we look hopefully for creative new ideas

To replace the old tired one we have already.

But when we do that, we discover once again

How hard it is to find good ideas

In the jungles of novelty."

Eu é que devo estar errado

Ouvi agora um anúncio na rádio onde se associa a marca Mercedes a preços baixos e a redução de preços nas oficinas ... nem fixei o nome.
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Faz-me lembrar esta promoção hoteleira num hotel algarvio.
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As empresas só conhecem o preço? É a única alavanca que conhecem? Até parece que se auto-desclassificam.
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E quem compra Mercedes por outros motivos que não o preço fica satisfeito com a companhia? Será que gosta que o associem a este grupo?
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Ei! Eu é que devo estar errado, não sou um tipo do marketing!

terça-feira, maio 24, 2011

Teoria vs prática

"The Theory Fetish: Too Much of a Good Thing?"

Realmente, às vezes, leio uns artigos em revistas técnicas com umas interpretações tão complexas, tão distantes da realidade, minha nossa.
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Vantagens do euro

O quanto os nossos políticos sonham por voltar a fazer isto:
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"Belarus devalues by 36 per cent"
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O euro é a pequena e frágil fronteira que nos protege.

Prática e mestria, a preparação que, quando encontra a ocasião, faz a sorte

"Practice time can lead to mastery, but it also creates the opportunity for new alternatives to be discovered. When perceived for the first time, original ideals, ideas, and experience can be startling to mastery, but they can also be so unfamiliar as to be completely overlooked."
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Escreve Hilary Austen em "Artistry Unleashed".
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Uma outra forma de expressar a mensagem do provérbio japonês:
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"As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas!"

É preciso aterrorizar com números

Nuno, há aqui muito trabalho para profissionais... para os novos profissionais de uma coisa que em tempos se chamou contabilidade mas que hoje pode ser muito mais do que foi.
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"Here's the really big question: if the budget process is a central determinant of a company's performance, why do so many companies have so much embedded unprofitability?
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In virtually every company today, 30-40 percent of the business is unprofitable by any measure, 20-30 percent of the business is so profitable it provides all the reported earnings and subsidizes the losses, and no one is responsible for managing profitability (i.e. managing the interaction of costs and revenues customer-by-customer and product-by-product). The upside? Over 30 percent profit improvement within a year, and every year after."
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"Lack of granular profitability information. Virtually all companies have accurate financial reporting information, but poor micro-level profitability information. Think about this: if I selected five of your accounts at random, and in each account I selected five products, could you tell me how profitable each was? Could you explain exactly how to increase the profitability of each? If I asked your sales and operations managers, would they know? Would they agree?"
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"Lack of granular coordination. Because most companies lack the granular profitability information that profit mapping provides, managers throughout each company are not able to identify the exact ways in which they must coordinate with each other in order to maximize their company's profitability. Importantly, these measures will vary from account to account, and product to product.
This causes a big problem. When a company's managers cannot coordinate to optimize the profitability of individual accounts and products, they are forced, without realizing it, to focus on creating incremental improvements in their respective areas of responsibility."
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Há aqui muito potencial para ajudar as empresas definirem quem são os seus clientes-alvo.
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Como diz John Kotter: See, Feel, Change! Se mais empresas tivessem este retrato, aterradas, não perderiam tempo em começar a mudar apara trabalhar só com clientes-alvo rentáveis.

Trechos retirados de "Getting Under the Hood of a Flawed Budgeting Process" de Jonathan Byrnes

segunda-feira, maio 23, 2011

Produtores aprendam!!!

Produtores aprendam!!!
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Acabo de ver na TV um anúncio do MEGA PIC-NIC do Continente onde os participantes têm oportunidade de contactar com os fornecedores, os produtores nacionais.
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É importante criar, reforçar, desenvolver relações com os consumidores.
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Não esquecer o exemplo do by-pass feito pela Purdue à grande distribuição, criando um lugar na mente dos consumidores!!!
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APRENDAM!!!

Custos da proximidade

"lembrou os investimentos realizados pelo executivo socialista na educação ou na saúde, mas também no interior -- "foi por isso também que nunca deixámos o interior para trás e sempre fizemos no interior as obras e as infra-estruturas que eram devidas a uma política de coesão", disse."
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Agora, com a transformação do IP4 em auto-estrada, qual será o futuro da fábrica de embalagens plásticas que se encontra ao km 131 do actual IP4? Assim que a auto-estrada abrir, torna-se-á mais rápido e, por isso, económico, para os tubarões do litoral chegar à Terra Fria, com preços mais competitivos.
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Espero que estejam a preparar-se para esse cenário.

Já não é canário, vai ser a 1ª peça de dominó

Basta clicar na foto:

Consegue-se perceber como rapidamente a coisa pode ficar completamente fora de controlo numa espiral que vai levar a Liga Hanseática a criar o super-euro e deixar o euro para os outros.

Empreendedorismo e saúde

Para promover a micro-economia, para promover o micro-capitalismo, para apoiar os empreendedores, e porque faz bem à saúde:
No passado Sábado desloquei-me a Avanca, concelho de Estarreja, a uma exploração de mirtilhos propriedade de uma jovem Engª Agrícola natural de Estarreja.
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Além do preço muito competitivo, pude colher os frutos que queria levar, pude provar várias variedades. Fiquei fã!!!
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Quem quiser visitar, provar e comprar, pode combinar visita através do e-mail biobaga@sapo.pt
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O mirtilho é o fruto número um no que respeita a proteger as células dos danos dos radicais livres e do envelhecimento.
Protegem os olhos, a pele e os vasos sanguíneos, combatem a diabetes e o colesterol e diz-se que podem combater o declínio cognitivo.

Dicas para iniciar a exportação

Simples, directos e, em minha opinião, muito importantes conselhos para quem quer começar exportar "Five Tips for Getting Started in Exporting".
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"1. Get connected. To find buyers overseas, it helps to have a contact in the country you're targeting.
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2. Put yourself out there. To find contacts, you may need to travel. Barlett recommends attending trade shows where foreign buyers and distributors might be in attendance. (Moi ici: Mas cuidado com as feiras em que se participa, vão lá os clientes-alvo? Por exemplo, algumas empresas de calçado deixaram de frequentar feiras de calçado! Já não se revêem como empresas de calçado! Frequentam feiras de moda! São empresas de moda!)
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3. Advertise. Whether it's through trade magazines that have an international reach or online advertising -- it's important to spread the word about your company," (Moi ici: Mas cuidado com os marketeiros com que trabalha, há que recordar os avisos do Aranha)

Modelos de negócio para empreendedores

"Silicon Valley Guru Steve Blank Welcomes The New Bubble And Says Microsoft Is Doomed":
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"BI: So explain your concept of lean startups, what that is and why it works.


SB: Venture capital and technology entrepreneurship is at best 50 years old in its modern form. What we did for the first 50 years of startups was get it wrong. We treated startups as smaller versions of large companies. We said "everything you do for these large companies -- business plans, you need to write one. VPs of sales -- you need to have one. Revenue plans -- you need to execute that. Everything they do at IBM, you need to do in your startup, just a smaller version."
It took 50 years to realize why that's wrong. Large companies execute known business models, while startups search for a business model. The distinction between execution and search is huge. People who execute are incredibly uncomfortable in a chaotic environment, and people who are wonderfully comfortable in chaos go crazy in an execute environment. Business plans, which are great for your second and third product in a large company, are a joke in a startup when it's all a series of unknowns"
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Estão a ver os projectos de empresas e os empreendedores a terem de apresentar volumosos planos de negócio para suportar pedidos de apoio a subsídios e apoios?
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"BI: You've written about the secret history of Silicon Valley. What makes this place unique for entrepreneurs?
SB: Do you know what they call a failed entrepreneur here? Experienced.
Anywhere else in the world you've got to change your name. You've got to leave your town. Think about any conversation you've had with a failed entrepreneur. Here you tell somebody "I just blew through a couple million dollars" and what's the next question your friend asks you? "So what company are you doing next?"
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Há pequenas cidades portuguesas onde um empresário falido pensa seriamente no suicídio.

domingo, maio 22, 2011

Canário à deriva

O primeiro ministro grego é uma espécie de Luís Duque:
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Hoje de manhã rejeitava categoricamente a hipótese de reestruturação da dívida grega.
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Agora grita, ó tio, ó tio:
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"Papandreou: Grécia vai entrar "em colapso" se não receber trecho da ajuda externa em Junho"
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Só falta, agora com as eleições municipais e autonómicas em Espanha, que os novos alcaides comecem a encontrar esqueletos nos armários deixados pelos incumbentes derrotados para que o dominó fique perfeito.
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Não esquecer "Here Is What Happens After Greece Defaults"

Futebol e modelos de negócio

Ontem, durante o meu jogging do final da tarde, ouvi na rádio que o Feirense subiu à Super-Liga.
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BTW, o Feirense tem um restaurante com umas francesinhas que não são más!
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Alguém disse que era a 4ª vez que o Feirense subia ao escalão máximo do futebol nacional, que a última vez que tinha conseguido esse feito tinha sido há 21 anos. Pelo que percebi, sempre que o Feirense subiu, no ano a seguir desceu ficando sempre em último lugar.
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E isto deixou-me a pensar...
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Para um clube vencer a liga que disputa tem não só de ter uma equipa tecnicamente competente no campo e no banco, como tem de ter um modelo de negócio capaz de suportar essa equipa sem salários em atraso, sem falta do mínimo de condições de apoio à equipa.
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Quando um clube é promovido, ou despromovido, à liga seguinte, o seu modelo de negócio tem forçosamente de mudar.
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Como será um business model canvas para um clube que quer vencer a Liga Orangina e qual a diferença para um business model canvas de um clube na Super-Liga que não quer descer de divisão?
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Parabéns ao Feirense

Reflexões sobre a evolução das marcas

Chego ao cruzamento, não tenho prioridade, páro.
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Olho para a esquerda para ver se vem lá alguém.
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Sim, um carro preto. Pela grelha verifico que é um Volvo.
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Espero, aproxima-se, passa por mim...
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Fico a pensar, isto é um Volvo?!?!!
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Ponho o carro em marcha e coloco-me atrás do Volvo, não sou um expert em carros, nunca comprei uma revista sobre automóveis, e descubro que o modelo se chama XC60:
E pensei, olha a Volvo também produz Hummers:
Cerca de 600 metros à frente, viro à direita e entro numa recta, aí a minha mente começa a subir na escala de abstracção e a interrogar-se.
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Será que faz sentido uma marca como a Volvo desenhar modelos como este XC60?
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Não estou contra o XC60, estou a pensar é se aquele modelo faz sentido na imagem, no modelo mental que a Volvo construiu na minha mente ao longo dos anos.
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O modelo até pode ser um sucesso de vendas para a Volvo, mas não contribuirá para desfocar, para descaracterizar a imagem que guardamos mentalmente da marca?
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Aranha, please help me!!!

Construir o futuro, sem depender do Estado

"“Sometime around 2015, manufacturers will be indifferent between locating in America or China for production for consumption in America,” says Mr Sirkin. That calculation assumes that wage growth will continue at around 17% a year in China but remain relatively slow in America, and that productivity growth will continue on current trends in both countries. It also assumes a modest appreciation of the yuan against the dollar."
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Qual a opinião da CIP sobre esta previsão?
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Em que medida Portugal poderá aproveitar oportunidades induzidas por este movimento? Há empresas e sectores que possam captar encomendas?
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Como temos escrito ao longo dos anos neste blogue: a proximidade, a rapidez, a flexibilidade, o inventário podem fazer milagres competitivos.
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"... a growing number of multinationals, especially from rich countries, are starting to see the benefits of keeping more of their operations close to home. For many products, labour is a small and diminishing fraction of total costs. And long, complex supply chains turn out to be riskier than many firms realised. When oil prices soar, transport grows dearer. When an epidemic such as SARS hits Asia or when an earthquake hits Japan, supply chains are disrupted. “There has been a definite shortening of supply chains, especially of those that had 30 or 40 processing steps,” says Mr Ghemawat.

Firms are also trying to reduce their inventory costs. Importing from China to the United States may require a company to hold 100 days of inventory. That burden can be handily reduced if the goods are made nearer home (though that could be in Mexico rather than in America).

Companies are thinking in more sophisticated ways about their supply chains. Bosses no longer assume that they should always make things in the country with the lowest wages. Increasingly, it makes sense to make things in a variety of places, including America."
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Qual a opinião da CIP sobre estas correntes e marés, sobre estes ventos, em suma, sobre esta paisagem competitiva em recomposição?
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A CIP tem alguém a trabalhar isto, a andar de "porta-em-porta" a desafiar, ou a simplesmente a informar os associados a aproveitarem as oportunidades que se desenham?
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Ah... um país livre é isso, gente que arregaça as mangas e não precisa do Estado, nem de "amiguinhos" no poder.
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Trechos retirados de "Moving back to America"

Sem conserto

O tempo não é uma coisa elástica, o tempo é o nosso recurso mais escasso.
Robert Simons de Harvard fala mesmo do indicador ROA (return-of-attention). Se dedicamos o nosso tempo a uma coisa não o dedicamos a outra.
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Por outro lado, quem ocupa posições de chefia tem de pensar sempre no exemplo das suas acções, as suas acções, a sua agenda, é seguida por muita gente em busca de orientação.
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A CIP parece-me um caso perdido...
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"Confederação da Indústria diz que "tem faltado bom senso" na pré-campanha"
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Onde se pode ler:
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"O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, durante um debate com empresários, que "tem faltado bom senso na campanha eleitoral", embora os portugueses estejam "obrigados" a entenderem-se.

"Tem faltado bom senso nesta campanha" eleitoral, criticou o dirigente da CIP, advertindo que, no entanto, "o próximo governo deverá ter uma ampla base de apoio", ou seja, "deverá ser de coligação".

António Saraiva falava, esta sexta-feira à tarde, numa unidade hoteleira da Mealhada (Aveiro), num debate sobre "as opções político-partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP)."
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Onde está o by-pass ao país?
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Enquanto se perdem com as tricas politico-partidárias, não têm tempo para iniciarem, para aprofundarem, para darem consistência a um "grass-roots movement" junto dos empresários, longe da política, para aproveitarem as oportunidades e minimizarem as ameaças que cada sector tem pela frente.
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Assim, dão a ilusão aos associados que o poder político vai resolver os problemas de um sector económico... uma versão moderna, e para adultos, da história das prendas trazidas pelo Pai Natal... treta da grossa.

sábado, maio 21, 2011

Os ignorantes só percebem do preço

Uma pessoa bebe um copo de vinho... e vinho é vinho. Há vinho branco, há vinho tinto, e pouco mais.
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Um escanção, um 'connaisseur', prova, saboreia, degusta um vinho e é capaz de encontrar n cambiantes de textura e paladar.
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Uma pessoa desliga o rádio mal começa a dar música clássica.
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Um musicólogo aprecia a melodia, avalia a interpretação do maestro quanto ao ritmo imposto, situa a música na história da música e na expressão dos sentimentos humanos através dos sons.
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Um urbano come uvas.
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Um lavrador conhece os vários tipos de bagos e dá-lhes nomes: Crista-de-Galo; Engana-Rapaz; ...
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Até esta tarde só conhecia mirtilhos.
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Esta tarde visitei uma exploração produtora de mirtilhos em Avanca, concelho de Estarreja, e aprendi que existem, pelo menos naquele campo, 4 ou 5 variedades diferentes, com sabores e tamanhos diferentes, com época de maturação diferente.
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Como é que um ignorante de vinhos compra vinho?
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Como é que um produtor de vinho pode vender vinhos diferentes, vinhos que se distinguem, a um ignorante que só compra vinho?
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Quanto mais ignorante é o cliente mais ele desvaloriza o que compra, porque, como mete tudo dentro do mesmo saco, acha que tem muita oferta da mesma coisa à sua disposição.
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Até que ponto as empresas investem na educação dos seus clientes actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos influenciadores/prescritores actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos utilizadores actuais e futuros?
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Não está na altura de incorporar este investimento na estratégia das empresas?

Dados vs variáveis

Lembram-se dos exercícios na escola secundária? Na antiga escola secundária, não desta vergonha.
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Havia o enunciado do problema, tínhamos os dados do problema e o desafio era resolver o problema.
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Muitas empresas, perante o desafio de conquistar um lugar no futuro, também tentam equacionar uma estratégia para encontrar a solução.
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Porém, ao equacionar essa estratégia, normalmente cometem o erro de se auto-condicionarem. Por exemplo, consideram os clientes como um dado do problema.
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Por que é que os clientes, por que é que o tipo de clientes, não é tratado como uma variável?
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Os dados condicionam, limitam, afunilam.
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Ás vezes, a simples transição do tipo de clientes do lado dos dados  para o lado das variáveis, é o suficiente para caírem uma série de barreiras mentais e se começar a ver o mundo com outros olhos, com outras oportunidades que sempre estiveram lá mas que estavam tapadas pela leitura do problema.

O futuro do Marketing (parte II)

Continuado daqui.
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O meu amigo Aranha esmerou-se e fez um comentário super interessante que acho que os leitores deste blogue deviam ler.
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O comentário na íntegra está aqui.
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Alguns sublinhados da minha responsabilidade:
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"Quero com isto dizer que é normal que o Marketing descure os aspectos essenciais que refere. Esta gente não vê. Têm um orçamento e têm que o gastar em coisas que se vejam: publicidade! Depois não sobra nada pra fazer a correcta definição dos serviços, para pensar o cliente (o cliente, não no cliente), pra adequar os recursos, pra pensar em relação.
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Prestei serviços numa empresa de gestão de crédito. Tinham eleito o mercado bancário como alvo dum dos produtos. Sabe que plano de ataque (de Marketing) lhes foi apresentado por uma reputada empresa de Marketing e Comunicação? Eu digo-lhe, publicarem uns anúncios no Correio da Manhã! (esse bastião da informação procurada pelos bancários!)
Portanto…
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(mas não desacredite o Marketing a partir destas minhas palavras, só não acredite é em tudo o que ele lhe pareça ser) 
Em suma, o Marketing como Kotler o desenhou é altamente relevante. O Marketing como tem vindo a ser disseminado é escandalosamente incompetente (mas não será assim, també, nas outras áreas do conhecimento?). E Kotler é, hoje por hoje, um produto de comunicação, assente no estatuto (é uma espécie de Rolling Stones – ninguém conhece uma música recente deles, mas toda a gente vai aos concertos, porque são eles…)."
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Aranha este último sublinhado ... a metáfora está genial

sexta-feira, maio 20, 2011

As voltas que o mundo dá

Lembram-se como é o que PSOE chegou ao poder em Espanha?
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Atentado a 11 de Março e dias depois, durante o Sábado de reflexão, manifestações, espontâneas ou não, não é isso que está em causa aqui.
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Hoje no noticiário das 14h na TSF ouvi o Ministro do Interior, do PSOE, afirmar com toda a lata do mundo, o Sábado de reflexão é sagrado e tem de ser respeitado.
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As voltas que o mundo dá...

Eu preferia outras montras

No semanário Vida Económica encontro:
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"Vicaima aproxima-se de segmentos premium"
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"Com o objectivo de mostrar, junto dos targets mais exigentes, a sua mais recente e luxuosa colecção de portas de interiores, a Vicaima decidiu marcar presença, através de publicidade estática, no Clube de Golfe dos Economistas. A empresa familiar portuguesa, que se dedica à transformação e distribuição de madeiras e derivados, reforça, assim, o seu envolvimento na valorização de uma modalidade desportiva ligada aos segmentos Premium."
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Olhando para o ecossistema da procura:
Privilegiaria o contacto com os prescritores, gabinetes de arquitectura que podem influenciar quer os aplicadores, quer os consumidores.
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Privilegiaria o contacto com futuros arquitectos, futuros profissionais de design e de decoração, focando a transmissão de informação técnica sobre o desempenho dos produtos nas respectivas escolas, não falo de publicidade, falo de transmissão de conhecimento, de know-how... para cimentar a referência da marca como especialista, como inovadora, como premium.
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Quanto aos consumidores... são os homens que escolhem as coisas da casa à medida ou são as mulheres? Quantas mulheres praticam golfe? Que locais é que essas mulheres frequentam? Onde se aconselham? Onde buscam informação?

Como é que os economistas do mainstream explicam isto?

Esta tabela aparece com frequência neste blogue.
Acredito que os números não são tudo, mas há coisas em que é fundamental ter os números em conta, sob pena das discussões serem da treta entre ignorantes, tipo Forum TSF.
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Olhem bem para os números, são de 2007, em 17 anos o custo da mão-de-obra na indústria do têxtil e vestuário cresceu cerca de 260%. Comparem os valores de Portugal com os dos outros países!
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Agora considerem, só a título de exemplo, esta tabela:
A última linha é a que me interessa aqui, qual o peso dos salários nos custos totais.
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Quanto mais competitivas as empresas, menor o peso dos salários nos custos totais... será porque as pessoas ganham menos? Ou será porque além do custo dos tangíveis também se somam mais custos dos intangíveis?
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Agora reparem nisto "No primeiro trimestre - Exportações têxteis ultrapassam fasquia dos mil milhões de euros":
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"As exportações de produtos têxteis cresceram cerca de 26%, nos três primeiros meses, face a igual período do ano passado, enquanto as de artigos acabados (vestuário e têxteis para o lar) aumentaram 6%, sendo que foram exportados mais 99,8 milhões de euros. Também as importações de produtos têxteis cresceram 6%, mas as importações de produtos acabados tiveram uma quebra de 5,7%, no período em análise.
As exportações totais ascenderam a 1,018 mil milhões de euros. O mês de Fevereiro foi aquele que apresentou o crescimento mais significativo (17,5%), sendo que o capítulo do vestuário e acessórios de malha continua a liderar as vendas para um exterior, com mais 9,4%, num valor de 405 milhões de euros. De salientar ainda que a ITV teve um crescimento de 0,4% em termos de produção, de 6,3% no volume de negócios e de 2,3% nos preços à saída da fábrica."
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Como é que os economistas do mainestream explicam isto?

Para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!

Vasconcellos e Sá, em entrevista ao semanário Vida Económica "Portugal tem falta de liberdade económica", põe o dedo na ferida, replicando vários dos temas que missionamos neste blogue:
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O primeiro é delicioso e está relacionado com os nossos marcadores "macroeconomia" e "macro-economistas":
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"Vida Económica - Que opinião tem relativamente à geração actual dos economistas? É muito diferente da anterior?
Jorge A. Vasconcellos e Sá - Há dois aspectos. A maioria (nem todos) dos economistas estão hoje reduzidos à condição de simples comentadores e totalmente incapazes de desenvolver quaisquer políticas. É como se analisassem um jogo de ténis pelo marcador, em vez de pelas tácticas dos jogadores.
Porquê? Porque perderam os instrumentos para actuarem (e não se actualizaram para aprender outros): a política cambial, a política monetária, e (também em grande parte) a política orçamental e de preços e rendimentos. O que resta pois de verdadeiramente importante? A gestão. Que para muitos economistas sempre foi uma caixa negra. (Moi ici: Só sabem mexer no preço e nos custos, não fazem a mínima ideia do que é o valor. Na linha da tareia que achamos que a academia merece! )
Por (em segundo lugar) sempre a terem desprezado, dado (na opinião deles) não ter o formalismo da economia, e ser assim uma ciência menor.
O que é obviamente um duplo erro. Pela acusação infundada: basta ver a elevada percentagem de artigos científicos, empíricos, nas melhores revistas académicas de gestão.
E a esquizofrenia de não reconhecer as suas próprias debilidades: muitos artigos económicos não passam de meras construções abstractas, matemáticas, "baseadas em pressupostos de vacas redondas para assim se resolver a crise do leite". (Moi ici: Pagãos que ainda não ouviram o Evangelho do Valor, cegos que ainda não percorreram a Estrada de Damasco, para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!)
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O segundo tema é o da liberdade económica:
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"VE - A situação difícil por que Portugal está a passar é culpa dos economistas ou de outros factores, entre os quais a falta de liberdade económica?
JAVS - Um desastre destas proporções - uma economia abrilista que não consegue sobreviver sem os balões de oxigénio do FMI, apesar de inserida no bloco económico mais rico do mundo (em valor absoluto), beneficiando da moeda única e recebendo até 2,5% de fundos líquidos de Bruxelas -, uma catástrofe económica destas, dizia, não tem obviamente apenas uma causa. Tem várias. Entre elas, a falta de liberdade económica.
A correlação entre o índice de liberdade económica e o PIB per capita dos 55 países mais ricos do mundo é altíssima (0,74). E é simples de ver porquê. Liberdade económica significa concorrência, em que, um, cada empresa é incentivada a dar o seu melhor; dois, as companhias que fazem um mau trabalho e destroem valor são afastadas do mercado; e, três, quem manda é o consumidor, com a sua soberania relativamente ao preço, qualidade e entrega. Não há tachos. Há uma meritocracia. Como dizia o povo: "quem não trabuca não manduca".

VE - A falta de liberdade económica continua a ser um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do país?
JAVS - Sem dúvida. E defender o contrário é um "barrete" que muitos políticos continuam a enfiar aos portugueses, criando-lhes medo da liberdade económica."

Apostar no cavalo errado

Os professores de uma escola particular, reunidos em plenário, discutem o problema do estudo dos alunos para os testes.
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Reconhecendo que a maioria dos alunos só estuda para os testes, e reconhecendo que a larga maioria, desses que só estudam para os testes, só o faz na véspera dos testes, os professores concluem que os meninos têm pouco tempo para estudar.
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Assim, decidem começar a marcar os testes com 10 dias de antecedência, em vez dos actuais 7 dias.
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Alguém acha que a maioria dos alunos vai deixar de só estudar na véspera, porque foi avisado com mais tempo?
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Muitos políticos e economistas deste país fazem-me lembrar os professores desta escola!!!

Que mil girassois floresçam


Quando Sócrates reuniu com os dez maiores exportadores escrevi que estava a repetir a tolice de Zapatero.
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Ghemawat vem defender o mesmo!!!
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1:14 A baylout maybe necessary but is far from being suficient
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2:30 Ghemawat não está a par do proteccionismo brasileiro?!!!
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3:10 Apostar na PMEs para a exportação, não nas grandes.
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5:10 A tolice de Zapatero em achar, como Sócrates, que o emprego tem a ver com as grandes empresas
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6:10 Se o desemprego é uma prioridade, o foco devia estar nas PMEs não nas empresas do regime
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6:20 É preciso é criar mais empresas, para isso é preciso mais liberdade económica

Cuidado

É muito lindo os ministros do Brasil virem cá a Portugal falar de fortalecer as relações comerciais, é muito interessante ir a feiras no Brasil e ficar contaminado com o clima de optimismo.
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Quando ouvimos publicidade a produtos financeiros, na rádio ou TV, aparece um disclaimer sobre os riscos em que podemos incorrer por apostar neles.
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Será que os organizadores desta feira "Exporta Portugal 2011 quer promover o potencial de Portugal em terras brasileiras - Brasil acolhe empresas portuguesas em feira dedicada ao país" também fazem o disclaimer aos potenciais expositores avisando-os das taxas alfandegárias que o Brasil aplica aos produtos importados?
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40 a 60% é muito dinheiro!!!

quinta-feira, maio 19, 2011

Por uma vez em desacordo com Camilo Lourenço!

Hoje não cheguei a ouvir a crónica de Camilo Lourenço, "Money Box" na M80 até ao fim!
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É nestas coisas que discordo de Camilo Lourenço. Perdoem-me a imodéstia mas falta-lhe dar um passo.
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Camilo Lourenço falava sobre as afirmações de Angela Merkel "Merkel quer menos férias e aumento da idade da reforma".
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Todo o raciocínio de Camilo Lourenço, de Angela Merkel e de tantos outros, como neste relatório do INE, está manchado com um pecado original. Merkel e Camilo Lourenço estão errados, mas os seus oponentes, CGTP e outros também o estão!
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O JdN mostra alguns factos estatísticos:
Como é que Camilo Lourenço abordou esta contradição? Dizendo que somos produtivos porque rendemos pouco, porque chegamos tarde, porque somos lentos, porque somos mal organizados.
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Como é que a CIP abordou o tema? OMG, ainda temos que trabalhar mais horas! (Embora eu concorde que isto de se ter prémio por cumprir uma obrigação é mais um exemplo da treta socialista que nos trouxe até aqui)
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A solução não está em trabalhar mais horas, ainda que isso dê jeito a algumas empresas em particular e contra o qual não estou contra, a falha na discussão está em comparar horas de trabalho portuguesas com horas de trabalho alemãs... estamos a comparar laranjas com limões!!!
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O que devíamos estar a comparar era o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho portuguesa versus o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho alemã!!!!!!!!!!!!!!!!
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Os alemães, no seu conjunto, produzem bens com muito mais valor acrescentado, logo a rentabilidade de cada hora é muito superior!!! (A nível de país, o que eles fazem é o que o gráfico 5 deste postal ilustra para o sector de calçado português)
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A postura da CIP é a que mais me entristece no meio disto tudo, porque se entretêm com esta guerra, não focalizam o recurso mais escasso, o tempo, em fazer ver aos seus associados aquilo que só os empresários, que só os gerentes, que só os administradores, que só os patrões podem fazer, temos de subir na escala de valor, temos de produzir produtos com mais valor acrescentado... tudo o resto é treta de política politiqueira.
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De pouco vale trabalhar mais horas a produzir o mesmo tipo de coisas que até aqui.

Político, socialista e ignorante

Esta frase "É preciso evitar que redução da TSU se traduza em "mero aumento de lucros de empresas"" é absurda!!!
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É uma frase que só poderia vir de um político com uma mentalidade socialista!!!
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E o melhor exemplo de um político com mentalidade socialista é...o presidente da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo!!!
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Admirados?
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Há dias escrevi aqui no blogue:
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"Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo.
Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
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Quem não concorda comigo e acha que as empresas exportadoras precisam desesperadamente da redução da TSU para aumentarem a sua competitividade, acha que a redução da TSU vai ser usada pelas empresas para reduzirem preços e se tornarem mais competitivas (claro, nunca leram Marn e Rosiello, nunca leram Simon e Dolan), se concordam que a TSU é para reduzir preços, então, não é para aumentar margens.
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Quem concorda comigo e acha que as empresas exportadoras não precisam da redução da TSU para serem competitivas, então, não está de acordo com a TSU (eu continua a achar que a TSU deve baixar por causa dos motivos acima indicados, motivos que nunca são avançados) e ponto!!!
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O que é absurdo é estar a favor da redução da TSU e ter medo que ela sirva para aumentar margens e lucros!!!
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Por isso digo que é um político! Não pensa muito bem no que diz.
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É socialista porque acha que o lucro é uma coisa nociva.
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E acrescento... é ignorante!!!
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Se estudasse as obras e os escritos de um dos últimos prémio Nobel de Economia, por exemplo estes gráficos saberia que há mais variabilidade e dispersão de produtividades e margens dentro de um mesmo sector económico de um mesmo país, do que entre sectores económicos desse mesmo país. Ou seja, para este senhor a economia é como este paralelepípedo.

Lições islandesas

Ricardo Arroja fez um interessante recorte do IHT acerca da Islândia.
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Várias lições podem ser retiradas:
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""The real value of the economic crash, one young woman told me, was that 'people are rethinking, who am I as an Icelandic person?'" (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, repensarem-se!!!)
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"If Icelanders are truly interested in getting back to what they have always done best, that means getting back to fishing." (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, interrogarem-se sobre onde podem ser boas, questionarem-se sobre onde são melhores, onde fazem ou podem fazer a diferença)
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"No one knows that better than Armann Kr. Olafsson (...) Uncertain about his future, he accompanied his brother, the owner of a successfull fish farm, on a trip to Boston to attend the annual seafood convention there. (Moi ici: As nossas empresas deviam fazer mais disto, networking, procurar novidades, levantar a cabeça da secretária, tirar a cabeça de dentro do reactor, get ou of the building, estar atento às novidades, procurar activamente novidades) At the convention, an American asked Mr. Olafsson and his brother if they knew how to get hold of some fois gras de la mer. The brothers inquired what that was. Monkfish liver, the American explained, adding it was now a hot item at high-end sushi restaurants. "Our faces were just big question marks", Mr. Olafsson recalled. "In Iceland, we usually threw this liver out". Not anymore. Almost overnight, Mr. Olafsson became Iceland's leading exporter of fois gras de la mer.

When monkfish eason came to an end, he found another niche to capitalize on: codfish milt, or sperm. Mr. Olafsson discovered, after doing a bit of research, that milt was in demand in a number of upscale restaurants in the United States, Japan and Korea. One morning I accompanied Mr. Olafsson to the plant where he obtains his milt (...) "What's in those vats?", I asked uneasily. "That's the product", he replied proudly. He then scooped up a huge handful of milt. "This is the sperm. It has a lot of protein, just like your sperm." I marveled for a moment that what he was holding was a marketable commodity. But would he really eat the stuff? "You know", he replied, "in Iceland we eat ram's testicles, so believe me, it's no big deal to eat cod sperm"." (Moi ici: Empreendedorismo é isto, estar atento e aproveitar oportunidades que se multiplicam, não é andar de mão estendida a pedir protecção e apoio a um Estado numa relação pedo-mafiosa)

Brasil surpreende-me

O Brasil quer refrear o consumo!
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O Brasil quer que o investimento aumente!
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"Puzzled by Brazil’s apparently ad-hoc approach to economic management? Somewhat confused by how president Dilma Rousseff’s government one week says it wants to bring inflation down by cooling the economy and letting the exchange rate rise, and then the next says it wants to maintain high investment while also getting the exchange rate down?

Well, worry no more about these seemingly mutually-exclusive goals. “Moderation” is the single word that best describes current economic policy, at least if you listen to Luciano Coutinho, the polished president of Brazil’s state development bank, the BNDES. “We [in the government] need to moderate demand, but we don’t want to moderate investment,” as he told journalists in London. “There has to be a balance; there are trade-offs”."
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Mas se o Brasil quer refrear o consumo quem vai consumir os bens que o investimento há-de colocar no mercado?
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A exportação?
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Mas como é que as empresas brasileiras, protegidas das importações com taxas alfandegárias de 40 e 60%, podem aprender a exportar bens de consumo?
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Competindo com a China?
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Recorte retirado de "Brazil’s nip, tuck economic management"
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Um dia, como cá, vão dizer que a culpa é das medidas neoliberais!!! Go figure!!!

quarta-feira, maio 18, 2011

Só o aumento da procura gera emprego!!!

O que as empresas precisam mesmo é de procura, é de clientes.
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Tudo o resto é efémero, tudo o resto é passageiro, tudo o resto não é sustentável e presta-se a manipulações para os "amigos do costume".
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Todo o mundo está preocupado, e com razão, com o nível do desemprego e com as perspectivas da sua evolução nos próximos tempos.
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Mentes bem intencionadas querem reduzir o desemprego criando emprego.
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Só que a coisa não funciona assim.
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As leis, os políticos e as empresas não criam empregos.
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Mais, numa sociedade que não conhece Mongo, só se conhece uma forma de aumentar a produtividade: através da redução dos custos. Assim, a lógica do mundo que não conhece Mongo é a de cortar postos de trabalho como reacção instintiva para reduzir custos.
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O que as empresas precisam mesmo é de procura, é de clientes.
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E quando a procura aumenta... as estruturas de uma empresa são esticadas até ao máximo, até que as empresas são obrigadas a contratar mais pessoas para não pôr em causa a capacidade de servir os clientes, a capacidade de dar resposta à procura.
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Só o aumento da procura gera emprego!!!
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Quando o Estado aumenta os impostos, baixa o poder de compra dos cidadãos. O abaixamento do poder de compra dos cidadãos reduz a procura... a redução da procura só pode criar mais desemprego.
Só escapa quem faz by-pass ao país e exporta grande parte da sua produção.
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Só que a economia que pode exportar representa apenas cerca de 30% da economia do país, não se lhe pode exigir que leve às costas semelhante cuco.

A política misturada com os negócios?

Antes de mais uma nota sobre os têxteis-lar portugueses, neste postal "Já tenho dado para este peditório ao longo dos anos neste blogue" chama-se a atenção para o sucesso dos têxteis-lar portugueses que estão a dar cartas na Ásia com produtos topo-de-gama e, sobretudo para o texto:
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“Já temos alguns casos de sucesso na China, e também estamos a vender relativamente bem para a Coreia do Sul, mas com colecções caras e dirigidas a nichos de mercado”, acrescentou."
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Agora atentemos nesta notícia "Banca nacional compra três empresas têxteis":
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"O Fundo de Reestruturação detido pelos cinco principais bancos portugueses e que conta ainda com uma participação directa do Estado de 8% comprou a Coelima, a António Almeida & Filhos e a José Machado de Almeida. Com esta aquisição evitou-se a falência das três empresas, dando origem ao maior grupo no segmento dos têxteis-lar (Moi ici: Colecções caras e dirigidas a nichos de mercado não são produzidas por empresas com milhares de trabalhadores ...), de acordo com o “Público” e o “Diário Económico”.

As três empresas vão manter por enquanto as estruturas industriais autónomas, mas os sindicatos temem a redução dos postos de trabalho, uma hipótese que não foi descartada pela MoreTextile, a nova dona das três empresas. Ao “Diário Económico”, fonte oficial da MoreTextile disse que “será necessária a realização de ajustamentos para responder às efectivas necessidades do mercado e garantir a sustentabilidade das empresas”.

As três empresas situadas no Norte do País facturam mais de 100 milhões de euros e empregam 2.000 pessoas. Segundo a nova holding comum, as empresas foram penalizadas pela concorrência dos países asiáticos e pela subida dos custos de produção." (Moi ici: Cheira-me a política metida nos negócios, ou mais uma característica dos portugueses identificada por Arroja, a incapacidade para ir directo ao assunto e resolver. Não, empurrar com a barriga para a frente é o mote. O têxtil português teve no ano passado o melhor ano da década, no entanto, muitas empresas têxteis fecharam. As que competem com a Ásia não têm hipóteses, as que competem nos mercados do valor acrescentado, da rapidez, da moda, da flexibilidade, dão cartas. E os sindicatos estão à espera de quê?)

Passion Rules!!!

Há dias li este artigo "Forget passion, focus on process" e coloquei-o logo nos favoritos para o criticar.
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Não concordo com a mensagem, embora perceba a opinião do autor. O livro Rework, que já aqui comentei, e que foi escrito pelo mesmo autor, descreve uma empresa que define uma ideia e a segue até ao fim. O seu lema é a simplicidade e o "lean". O livro ilustra uma cultura em que o cliente compra o que lhe é oferecido e ponto.
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Eu sou um apaixonado defensor da paixão nos negócios, gosto de trabalhar com gente apaixonada pelo seu negócio.
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Claro que a paixão tem um lado perigoso, é um pau de dois bicos.
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Por que comento agora este artigo? Porque li e apreciei, li e saboreei  este delicioso texto de Steve Blank "Philadelphia University Commencement Speech – May 15th 2011".
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Os nossos deolindeiros deviam ler e reflectir...
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Quem é que hoje segue a sua paixão? Quem é que hoje aparece e oferece-se para ajudar?

Pérolas

Na passada semana, a convite do Nuno, tive oportunidade de visitar duas empresas, duas pérolas preciosas, que em plena Terra Fria Transmontana dedicam parte significativa da sua produção para exportação.
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Quem podia acreditar que uma pequena empresa algures numa freguesia desconhecida pudesse enviar todas as semanas um semi-trailer de produção para França e um contentor de produção para Angola. Faz ver a muito boa gente.
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- Mas como é que começaram a servir o mercado francês? - perguntei eu.
- Começou por uma brincadeira. Um vizinho emigrado em França desafiou-nos a produzir para uma entrega e a partir daí nunca mais paramos.
- É como o ditado chinês: as oportunidades multiplicam-se à medida que são aproveitadas!!!
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A outra empresa, exporta produtos típicos da região e tem um potencial fantástico.
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Dois exemplos, longe do litoral e que mostram como gente anónima não precisa de planos do Estado sobre o que se deve produzir e para quem.
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Mao costumava dizer: Que mil giras-sóis floresçam!
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Que milhares de empreendedores destes continuem o seu trabalho.
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Acham que esta gente tem medo do FMI?

terça-feira, maio 17, 2011

MEDO!!!

Primeiro esta recordação sobre a treta que é o cálculo do PIB:
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 "If Washington spends $1 a year on a bureaucrat’s salary, for example, GDP numbers will register growth of exactly $1, whether or not the employee has produced any value for that money. By contrast, if a firm pays an engineer $1, that $1 only shows up in the GDP if the engineer produces $1 worth of stuff to sell. This distinction biases GDP numbers—and the policies based on them—toward ever-increasing government spending."
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Se o Estado gastar dinheiro a abrir buracos e gastar dinheiro a seguir a tapar esses buracos... o PIB sobe... treta!
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Assim, quando leio "Portugal tem de crescer a curto prazo para enfrentar elevados juros, diz João Proença" fico logo com medo que volte a receita de sempre... o cainesianismo tuga!!!
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Acerca do efeito multiplicador dos estimulos:
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"Also, the Zandi and Phillips models are based on the Keynesian view that government spending produces recovery. According to that theory, $1 in government spending produces substantially more than $1 in growth, a phenomenon known as the “multiplier effect.” The Goldman Sachs study assumes a multiplier greater than three—i.e., more than $3 in additional GDP for each dollar of government spending. But a review of the empirical literature reveals that in most cases a dollar in government spending produces less than a dollar in economic growth. And these findings often don’t even take into account the impact of paying for that government dollar via increased taxes.
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The Harvard economists Robert Barro and Charles Redlick estimate that the multiplier for stimulus spending is between 0.4 and 0.7. In another study, the Stanford economists John Taylor and John Cogan concluded that the stimulus package couldn’t have had a multiplier much greater than zero."
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Fica bem recordar as palavras de Wim Kok, ex-primeiro-ministro holandês feitas há exactamente 2 anos ao jornal Público:
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"As medidas tomadas até agora de estímulo à economia são as mais correctas?


Sim. Não se trata apenas de colocar dinheiro na economia, mas de pensar como vamos pagar as dívidas assim que os mercados começarem a funcionar. Neste aspecto, vejo algumas diferenças na União Europeia. Penso que a Alemanha e os países escandinavos estão mais inclinados a considerar o futuro e a pensar no que devem fazer quando chegar a recuperação. Não quero especificar, mas alguns países põem muito ênfase no "estímulo, estímulo, estímulo" e não conseguem saber se essas medidas vão funcionar quando a economia crescer. E alguns desses países já têm défices elevados.


Como Portugal.


Sim. Penso que é preciso fazer um equilíbrio entre os pacotes de estímulos e as medidas que é preciso tomar depois da crise. Se isso não acontecer, haverá problemas durante muito tempo. Aumentar a dívida não será um problema apenas para o Governo, os cidadão terão de a pagar de uma forma ou de outra."

Esta doeu!!!

Ainda esta manhã escrevi "O que falta no relatório".
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E o que escrevi está em linha com o meu esforço missionário neste blogue:

É um esforço titânico contra as forças do status-quo!!!
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Vejam lá se não tenho razão... com os salários chineses a crescerem ao ano a uma taxa com 2 dígitos a solução é... não, não é cortar os salários!!!
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A solução é... subir na escala de valor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Sim, a tal que é só a longo prazo... pois...
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"China: the end of cheap? Not so fast…"
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"China’s export makeup is changing (and has already changed significantly). Shoes, textiles and garments that once made around half of Chinese exports a decade ago, now only account for just over 20 per cent. Instead, electronics, machinery, cars and car parts are taking over"
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O tempo que se perde com discursos e masturbações de gente que não sai de gabinetes nem da academia e não percebe como Mongo pode ser fantástico para todos!!!

Desafio

E que tal marcar um jantar de trabalho subordinado ao tema:
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O que vai mudar com o fim do euro como o conhecemos?
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Vamos, por inépcia dos políticos que nos desgovernam, ter de pertencer a um outro bloco monetário que não aquele onde estará a Liga Hanseática.
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Como nos devemos preparar para esse novo mundo?
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Gostava de participar num brainstorming sobre o tema.
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Já sinto saudades do euro... pelo que poderíamos ter sido, se tivéssemos a governar, gente que soubesse o quanto custa o dinheiro.
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A propósito do "Plan B for Europe"