sexta-feira, abril 22, 2016

Outro momento Janus

Dois no mesmo dia... sintoma de algo mais profundo ou apenas a variabilidade a funcionar?
.
Em linha com a previsão da democratização da produção, com o advento de Mongo e o seu impacte nos paradigmas do emprego, da produção e do comércio do século XX:
"It was, of course, a messy, often ugly, nonlinear process. The single hardest task was internal: Americans had to change how they thought about themselves. Not only did some of the iconic jobs of the 20th century not exist in the 19th century; they weren’t conceivable. There weren’t many large corporations, so there was less of a tradition of specialized jobs with narrow tasks. People had to learn to think of national markets, huge firms, accredited professions, new forms of urban identity.
...
 Today, lots of people are finding ways to improve their own lot — and overall productivity — on their own. They sell crafts on Etsy, get funding on Kickstarter, build toys with 3-D printers. They learn through online classes and prove their skills on sites like Topcoder.
.
Right now, the benefits of this digital, shared, distributed economy are accruing only to a tiny group of people and, even more, to the companies that serve them. But it’s at least conceivable that digital technology could help build new models of education, new ways for workers to collectively bargain, new tools to allow more people to identify and sell their skills and ideas to those who want them. There could be financial products that make it easier to withstand increasing volatility and insecurity. There could be an easier path to entrepreneurship, so more people with good ideas could present them to the market."
Isto por contraponto com:
"In the last century, the main way a person’s productivity rose was by going to work at a large company and doing what the boss said." 
Conseguem imaginar a litania, a ladainha, a procissão de coitadinhos, os bandos de incumbentes a protestar, a violentar, a reclamar contra o progresso porque lhes vai roubar o queijo?
.
Por mim, começo logo a imaginar comunidades locais mais dinâmicas a permitirem trocas onde o IVA ou a SS não entra.

Trechos retirados de "Are We Doomed to Slow Growth?"

Um momento Janus

Recomendo vivamente a leitura deste texto "Remaking Make in India".
.
Num curto espaço, um resumo interessante do que aconteceu com a globalização:
"It makes little sense today to play catch-up with a Chinese model that may have worked well in its own time and place, but one which the next wave of the digital technology looks set to steam-roll into oblivion."
O que conhecemos e resultou nos anos 60 e 80 em Portugal está morto e enterrado, o mundo muda, o contexto e as soluções têm de ser outras:
"The end of the last century heralded the third wave of industrialisation that led to the globalization of manufacturing. Rapid advances in information technology and global connectivity made for the seamless integration of design, the sourcing of raw materials, labour, capital and manufactured components across multiple locations. The rapidly evolving ecosystem created networked global supply chains located wherever comparative advantages made them most cost effective. The world shrank. Emerging economies betting on low labour costs became the world’s sweat shops, but prosperity also spread. So did entrepreneurship. Asia became the centrepiece of this boom and China the world’s factory. From a 5% share of the world’s manufacturing in 1995, by 2011 China’s share had climbed to 27%.[Moi ici: STOP! Voltar a ler este sublinhado e deixar assentar a ideia do impacte que isto terá tido nas PME de Portugal... esqueça o euro]
...
In the forthcoming wave now, information technology is once again set to disrupt the way products are manufactured, shipped, and sold. Notably, this disruption is happening not just by way of moving manufacturing jobs back to the developed world.[Moi ici: O mainstream acredita que o futuro passa por automatizar a produção e remover o último humano das fábricas]
...
As both manufacturing and services more and more integrate robotics, 3D printing, the internet of things comes into its own – the need to outsource to regions with low cost labour is off set by the far lower supply chain risks of local manufacturing. Economies of scale lose their relevance. Future manufacturing sees greater advantage in decentralization which places it closer to the consumer. Robotics aided additive manufacturing can customize products to individual needs at costs only marginally higher than mass produced batches, and the cost difference is shrinking. The smart manufacturing facility of the future provides flexible assembly lines that can be re-programmed. [Moi ici: "The smart manufacturing facility of the future" não vai ter linhas de montagem! Recordar a Canon há 10 anos] The age of mass production, yields to mass customization. In the new automated factory of the future the manufacturing itself becomes a service.[Moi ici: Até se remover o factor "mass" e a democratizção da produção fazer desaparecer o paradigma da fábrica do século XX e o paradigma do emprego do século XX]
Tudo coisas que já escrevemos por aqui há anos e que ainda não chegaram em toda a sua plenitude aos media porque isso seria reconhecer o fim do modelo que as suporta a elas ou aos seus financiadores.

O mundo da micro economia: uma beleza e surpresa que não passa pela mente da tríade

Ao longo dos anos aqui no blogue uso o rótulo de "tríade" para identificar o conjunto de académicos, políticos e comentadores que, estando nós no século XXI, estando nós a entranhar-nos em Mongo, estando a economia a evoluir para uma explosão de propostas de valor, canais e, sobretudo, uma explosão do lado da procura em termos de tribos, cada vez mais tribos e mais segmentadas e mais intransigentes no seu gosto e mais informadas, continuam a ver o mundo e a propor soluções que resultaram no século XX da produção e do consumo de massas.
.
Recomendo a leitura desta excelente metáfora "Ye gods: an efficient orchestra!"
.
Torna viva e materializa de forma fácil a treta que é a conversa da tríade:
"If this student had instead chosen a factory, nobody would be laughing, perhaps least of all the people in that factory."
Como já aqui escrevi muitas vezes e afirmei em muitas salas de reunião, o que salvou as PME exportadoras foi o não ligarem à tríade. Imaginem que um empresário do calçado em 2005, (quando o sector atingiu o ponto mais baixo e Daniel Bessa passava a certidão de óbito e André Macedo enterrava o caixão), ouvia as previsões de Ferreira do Amaral, ou as bocas dos gurus desta série e as levasse a sério... teria desistido certamente.
.
Daí ter favoritado:



Por isso, a tríade não percebe este desempenho, aliás, aposto que nem o conhecem:
Uma empresa que compete no mercado pelo custo mais baixo compete de forma diferente e dirige-se a clientes diferentes dos de uma empresa que compete pela rapidez e flexibilidade, dos de uma empresa que compete pela autenticidade, dos de uma empresa que compete pela inovação, dos de uma empresa que compete pela marca, dos de uma empresa que compete pela ...
.
Claro, a tríade acha que é tudo igual, recordar "Voltar ao Lugar do Senhor dos Perdões".
.
BTW, foi por este tema que estranhei a escolha de alguém com a cultura SONAE (custo) para a Viriato.

O tal outro campeonato que o "bicicletas" ainda não aprendeu

Recordando "Outro campeonato, uma verdadeira curiosidade do dia" estes números de "É para a China que Portugal exporta os sapatos mais caros":
"Portugal duplicou as vendas de calçado para a China, onde vende a um preço médio de 42 euros o par, o mais alto de todos os 152 mercados de destino dos sapatos nacionais.
...
"Acresce que o preço médio do calçado português comercializado no gigante asiático é o mais alto de todos os 152 mercados de destino das exportações nacionais e ascende a 42 euros", destaca a última edição do jornal da associação do sector (APICCAPS).
.
Portugal exporta sapatos para a China 14 euros acima do preço médio, de 28 euros, a que vende para o exterior à saída da fábrica – um valor só ultrapassado pela Itália (44 euros)."
Enquanto a China (maior produtor mundial de calçado) exporta sapatos baratos e importa sapatos caros para os muitos milhões com um nível de vida mais alto, Portugal faz o contrário, exporta sapatos caros e importa sapatos baratos.
.
Algo que o "bicicletas" ainda não prendeu (parte I, parte II, parte III)

quinta-feira, abril 21, 2016

Obrigado senhor ministro

A propósito de "Ministro apela à compra de carne de porco nacional para ajudar a resolver crise", eu consumidor saúdo a rotulagem com a indicação do país de origem. Porque eu consumidor, depois deste dia "Decoupling", e depois das imagens que vi dos desacatos de Alcobaça, tenho receio de que alguns produtores já estejam a fazer o que pediam, por sua conta e risco:
"a reutilização das proteínas animais nas rações"  
Sabendo qual é a carne produzida em Portugal posso optar por não a comprar, tenho medo.

Curiosidade do dia

Que bonito, sem ironia, Sócrates a citar Atticus Finch:
"mesmo quando se sabe que se vai perder não se pode desistir".
Trecho retirado de "Sócrates soma críticas ao PS de Costa. "Nunca seria PM sem ter ganho eleições""

Pricing e experiências

Um excelente texto sobre a arte de fazer preços, "The first rule of pricing is that you don’t talk about pricing." de onde sublinho:
"The third rule of pricing is that experiments are the only way to make sense of it all"
Para relacionar com "Why businesses don’t experiment":
"experiments require short-term losses for long-term gains. Companies (and people) are notoriously bad at making those trade-offs. Second, there’s the false sense of security that heeding experts provides. When we pay consultants, we get an answer from them and not a list of experiments to conduct. We tend to value answers over questions because answers allow us to take action, while questions mean that we need to keep thinking. Never mind that asking good questions and gathering evidence usually guides us to better answers.”"

Acerca da autenticidade

Andamos há uns tempos aqui no blogue a relacionar agricultura com autenticidade como uma enorme oportunidade estratégica de negócio:

Agora, encontro, num suplemento do Jornal de Negócios, o título "Consumidores querem mais autenticidade nos alimentos":
"O consumo está a mudar e o consumidor também. Em particular os "millennials" (geração Milénio), que estão a trazer novas tendências de consumo na alimentação. A qualidade só já não chega. Agora acrescenta-se a diferenciação. A investigação é, por isso, na agricultura, mas também na indústria agro-alimentar. crucial. "O mercado está mais desperto para inovações." Se no virar do século o que contava era o preço.agora "a vontade de experimentar coisas novas, as implicações que os alimentos têm na saúde, os produtos funcionais", são argumentos de compra.
...
Os consumidores procuram, em qualquer um desses segmentos, autenticidade."

"The essence of a relational marketing strategy"

Em "Experiential marketing : secrets, strategies, and success stories from the world’s greatest brands" de Kerry Smith e Dan Hanover pode ler-se:
"With the long‐term benefits a relationship provided to brands came a transfer of power from companies to their customers. Gone were the days of using one‐way marketing to stimulate sales. A relationship, by definition, requires two active and willing participants who show intent to each other. Without relationship intent, there can be no relationship consent. And while brands can’t create relationship intent for the customer, they can foster, accelerate, and influence it—with
experiences
.
.
Successfully creating and using experiences to generate long‐term relationships requires an understanding of how an experience scientifically fosters a relationship.
...
Experiences create emotions that drive people to respond to each other and “feel” a certain way. ... an emotion technically emerges as the brain connects neurotransmitters, neuroactive peptides, and hormones—resulting in the musculoskeletal system generating a mental and emotional response.
...
Marketers use experiences to affect a target audience. No matter the audience or the company, there is always the intention to use an experience to distribute a message or content that incites an emotion or action (a behavioral response)."
Aquele sublinhado lá de cima joga bastante bem com:
"The essence of a relational marketing strategy is a tacit understanding that marketers and consumers are on equal footing. Anytime marketers employ a nudge to influence consumers, they are rejecting this status quo and claiming an informational or motivational superiority over their customers." 
E a sua empresa, como comunica com os seus clientes? Que tipo de relação desenvolve?
.
Trecho retirado de "Why Nudging Your Customers Can Backfire"

Viagem no tempo

A propósito deste números:
"Apesar da acentuada tendência para a concentração, traduzida no aumento do número de bovinos por exploração, que mais do que duplicou, passando de 13,8 cabeças em 1999 para 28,6 cabeças em 2009, e desta evolução ser ainda mais evidente nas explorações leiteiras (de 10,8 para 26,7 cabeças/exploração), continuam a existir muitas explorações pecuárias de reduzida dimensão. Cerca de 31% das explorações têm 1 ou 2 cabeças e cerca de 62% possuem menos de 10 bovinos."
Recordar o que Jaime Silva, ministro da agricultura, dizia, e bem, em 2009:
""Não podemos criar a ilusão de que um produtor que tenha uma dúzia de vacas vai continuar a produzir leite, porque não vai. Não vai conseguir ser competitivo", avisa Jaime Silva, para quem "é normal que, a curto prazo, passemos de 10 mil para sete mil produtores que produzirão tanto ou mais leite do que hoje"."

quarta-feira, abril 20, 2016

Curiosidade do dia

Um sintoma atrás do outro a desenharem uma paisagem que faz recordar uma previsão de Outubro de 2015.

"Remessas dos emigrantes caem 18,5% em fevereiro"

O que me deixa cheio de sede

A propósito de "Exportações de calçado travam a fundo no início do ano" o que me deixa cheio de sede:
"Inquiridos sobre as perspectivas de encomendas para o primeiro trimestre deste ano, 27% dos industriais do sector esperavam uma diminuição das compras de clientes estrangeiros e apenas 20% estimavam um aumento das encomendas do exterior, com os restantes 53% a contarem que a carteira permanecesse inalterada."
Quem está à espera de mais encomendas e porquê? De que mercados? Marca própria ou private label? Gama alta ou gama baixa?
.
Quem está à espera de menos encomendas e porquê? De que mercados? Marca própria ou private label? Gama alta ou gama baixa?

Jaime Silva deve sorrir

Ao ler "Fundão. Cerejeiras nunca interessaram a tantos investidores, até estrangeiros" como não recordar o odiado ministro Jaime Silva.

Odiado por todos, desde o partido de Capoulas que governava até aos da oposição. Enquanto o coro dos media, dos políticos e do comentariado continuava a associar agricultura a cereal, a extensão, a quantidade, a commodity, um ministro tinha a distinta lata de dizer isto:
"Diospiro, figo kiwi, baga de sabugueiro e flores de ar livre são produtos considerados estratégicos para Portugal pelo Ministério da Agricultura.[Moi ici: O quanto o ministro foi atacado, criticado e gozado por causa disto]
...
"Questionado pelo Expresso, o Ministério da Agricultura explicou, por escrito, que "as fileiras estratégicas são aquelas que, tendo elevado potencial de desenvolvimento sustentado, associado a factores de mercados (competitividade), climáticos, ambientais e naturais, se encontram num nível de aproveitamento insuficiente face às suas potencialidades."
Ora vejamos:
"No dia em que a notícia chegou, Paulo Fernandes ainda duvidou do número: até ele, o presidente da Câmara do Fundão e um dos responsáveis pela estratégia da marca cereja do Fundão, ficou surpreendido com o preço da cereja em Helsínquia.   Um quilo custava, naquele maio, 52 euros.[Moi ici: Em Agosto em Paris já a vi a 14 € o kg, e lembrar-me que em Agosto em Alcanizes, ao lado de Bragança, as cerejas apodrecem nas árvores]
...
Talvez por isso também sejam cada vez mais os investidores portugueses e estrangeiros interessados em investir em cerejais. “Assistimos a um novo padrão de investidores. Tínhamos já uma economia familiar agrícola. Hoje temos muitos investidores com negócios noutras áreas e que aplicam as suas poupanças, o seu dinheiro, na produção agrícola, nos cerejais, em detrimento, por exemplo, de outro tipo de investimentos de caráter mais especulativo. Isso é uma excelente notícia para nós”, diz Paulo Fernandes.
.
Nos últimos seis anos, a área plantada de cerejeiras na região – a maior a nível nacional – tem aumentado cerca de 10% ao ano, o equivalente a mais 200 hectares anuais a juntarem-se aos atuais 2600 hectares.
...
Com uma produção muito próxima das 7000 toneladas anuais, assegurada por cerca de 400 produtores da região, a área de cerejais cresce a olhos vistos, assim como os negócios em torno do setor. ... Nunca se conseguiu pagar tão bem ao produtor – criámos formatos associados àquilo que se chama comércio justo e o preço médio da cereja durante toda a campanha ronda os 1,80 euros por quilo.[Moi ici: Falamos portanto de mais de 12,5 milhões de euros que entram por ano na região por causa da cereja. Cerca de 31 500 euros por ano por produtor]
.
E o paradigma dos agricultores, pouco organizados e com dificuldade em chegar ao mercado, mudou.
...
“Assistimos a um enorme rejuvenescimento do padrão de produtores com os jovens agricultores a chegarem em força. Fala-se de que, nesta região, apareceram nos últimos anos mais de 1000 projetos de jovens que estão, neste momento, no seu quadro de início ou desenvolvimento, o que altera completamente o patamar: traz mais conhecimento, mais sangue novo, mais energia para o processo, enquadrado numa região onde sempre mantivemos os agricultores tradicionais. Ou seja, podemos falar de novos investidores porque o conhecimento tradicional, esse ‘saber fazer’ nunca se perdeu”"

É só fazer as contas

Ontem, tive acesso a números de uma empresa que me fizeram recuar ao meu tempo de "catequista" no SNS a tentar converter índios que não queriam ser convertidos (em que traduzia o número anual de infecções em cesarianas não programadas em dias extra de internamento e, depois, esses dias extra em custo extra). Também recordei o meu tempo de indústria química, em que transformei um armazém de produto acabado vazio de uma coisa virtuosa numa perca de facturação relevante (Qual o preço médio do produto de primeira categoria vendido no ano passado? (100) Qual o preço médio do off-grade vendido no ano passado? (30) Quanto produziram no ano passado? (100 000) Se tivessem vendido tudo como primeira categoria quanto teriam facturado? (10 000 000) Quanto facturaram realmente? (8 000 000) OK, a não qualidade que ninguém vê e que não está no armazém impediu-vos de ganhar mais quanto? É só fazer as contas.
.
Falhas que não são contabilizadas como dinheiro passam facilmente ao lado da atenção que merecem.
.
Com umas contas de merceeiro transformei peças que eram recicladas e, por isso, invisíveis nos custos, em horas-máquina a mais de funcionamento que converti em dias e multipliquei pelo custo médio de um dia e... não queiram saber o valor desse fantasma!!!

O papel da relação, o trunfo da interacção

Em "Experiential marketing : secrets, strategies, and success stories from the world’s greatest brands" de Kerry Smith e Dan Hanover sublinhei:
"For decades, just three differentiators—or as we call them, core value propositions (CVPs)—distinguished brands from one another and drove all marketing campaigns: price, performance, and service.
...
But over the years, heightened competition and fragmentation eventually commoditized the three CVP drivers. In nearly every category, virtually every brand began to promote lower prices, high performance, and excellent service. Put another way, the marketing campaigns and the brand promises became nearly identical. The logos and taglines may have been different, but the messaging was the same.
.
It all begged the question: If marketers were no longer differentiating their brands, why were people choosing to buy them?
.
Because, as it turned out, there weren’t three core value propositions - there were four. Yes, purchase decisions had been primarily influenced by price, performance, and service. But we found that purchases, more and more, were actually being driven by a fourth CVP: relationship.
.
Studies, focus groups, and market research began to show that consumers who considered themselves to be “in a relationship” with a company were less influenced by price, performance, and service."
Como não pensar logo em ""Don’t let algorithms replace leadership"" e em "É isto que os humanos têm de procurar em Mongo!"

terça-feira, abril 19, 2016

Curiosidade do dia

Um hospedeiro é infectado por um vírus.
.
O vírus começa a fazer o seu trabalho, silenciosamente, pacatamente, anonimamente... até que subitamente o efeito potencial se manifesta em todo o seu esplendor e o hospedeiro começa a evidenciar sintomas de que está doente a a sua saúde a deteriorar-se.
.
Este é o exemplo desse trabalho silencioso do vírus "Portugal com défice externo pelo quarto mês seguido":
"As contas externas portuguesas atingiram em Fevereiro um défice de 430 milhões de euros, um agravamento face ao mesmo mês do ano passado (-280 milhões de euros) e contra Janeiro deste ano (160 milhões de euros).
.
Os dados do Eurostat, publicados esta terça-feira, 19 de Abril, mostram que Fevereiro foi já o quarto mês consecutivo de saldo negativo na balança de conta corrente em Portugal. Uma tendência que se segue a um período de quatro meses (entre Julho e Outubro de 2015) de excedente externo.
.
O valor do défice registado em Fevereiro é o mais elevado desde Maio de 2015, quando o saldo da balança de conta corrente foi negativo em 630 milhões de euros."
Quando este hospedeiro cair doente vão culpar alguma coisa ou alguém, é a reacção da populaça, quando cair doente é ao espelho que devem olhar.

Que desafio!!!

Na suinicultura, no calçado, na metalomecânica, no ... existem empresas bem sucedidas, ou não, que teimam em agarrar-se a modelos de negócio tornados obsoletos pela evolução do mundo, ou que hesitam em testar novos modelos de negócio para depois de amanhã porque o modelo actual continua a dar resultados.
"How can an organization both exploit and explore?
...
Managers exploiting current businesses develop mindsets based on what they have experienced in the past. Such mindsets become further embedded in systems, structures, processes, and cultures that are self-perpetuating. It’s hard for managers, especially those who excel in the current system, to explore new unchartered terrain. And even harder for them to notice that many entrenched mindsets have lost relevance in changing circumstances that require exploring for new businesses. Bottom line: Before you can create, you must forget.
...
You must have the courage to see the many ways in which the dominant logic of your legacy business can undermine your future business — and help your organization let go of what made it great."
E como isto é difícil!
.
Trechos retirados de "Let Go of What Made Your Company Great"

Mongo e a customização dos carros

"Gone are the days when Ford’s factories would turn out cookie-cutter copies of a particular model, truck after truck after truck. The River Rouge Complex here can produce 600,000 variations of the F-150, giving a distinct, made-to-order touch to many of the 1,300 vehicles that roll off its assembly lines daily.
.
That kind of variety helps keep demand high for the F-150 — the best-selling truck in the United States for four decades — and that sort of innovation, some think, could help revive American manufacturing.
...
Even as automation has bolstered productivity, it has taken a toll on American autoworkers, whose wages flat-lined as their employers shed jobs. Since 2000, U.S. carmakers have trimmed by 30 percent the number of employees in parts and manufacturing, according to federal data.[Moi ici: Quem estará mais avançado, a Ford ou a Mercedes? A Ford ou a Toyota?]
...
The flexibility made possible by smarter manufacturing also improves the buying experience for customers, analysts say. Mass customization is the future,
...
With that level of specificity, customers have more control over the details in products they buy.
.
A vehicle is really becoming a part of an individual,” Dearborn plant manager Brad Huff said. “So we’ve seen it go from, in this particular vehicle line, being just a tool for work to being a family vehicle. I see that going even further: people putting their own stamp on it.”[Moi ici: Quanto mais investimento pessoal, mais tribos, mais oportunidades para projectos alternativos para micro produções]
.
And if carmakers can do it, other manufacturers can, too. Think about custom textiles or electronics, manufacturing analysts say. Companies in scalable industries — those that can generally step up production without sacrificing performance — probably can afford, and benefit from, investment in technology to optimize mass customization."
Trechos retirados de "Is that a robot in the driver’s seat at Ford’s F-150 plant?"

PME e código, já pensou nisso? (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.

Meter código nisso não precisa de começar pelo produto, pode muito bem começar por um destes vectores:

Imagem retirada de "Perspectives on Digital Business"

Estratégia não é matemática nem física newtoniana (parte II)

Parte I.
Se uma estratégia não é matemática nem física newtoniana, se uma estratégia é contextual, transitória, pessoal e subjectiva, duas pessoas perante os mesmos factos podem tomar decisões bem diferentes.
.
Por isso, diferentes empresas a operarem no mesmo país com as mesmas leis têm desempenhos tão diferentes. Por isso, a variabilidade dentro de um sector de actividade é sempre maior que a que existe entre sectores de actividade.
.
Estratégia é uma escolha pessoal, muitas vezes solitária, que o líder de uma empresa assume, para o bem ou para o mal.
.
Assim, ao ler títulos destes "“Falta uma estratégia, uma visão de futuro para Portugal”" só me apetece dizer:
Por favor, deixem-me ser humano, deixem-me errar, deixem-me fazer as minhas escolhas, deixem-me ser responsável ou irresponsável e arcar com as consequências.
.
Portugal não é um ser não é uma pessoa, Portugal não é uma criação top-down, por muito que custe às elites. Portugal é um substantivo colectivo que é tanto mais feliz e tanto mais antifrágil quanto mais bottom-up conseguir ser, quanto mais estratégias diferentes albergar, quanto mais diversidade permitir.

segunda-feira, abril 18, 2016

Curiosidade do dia

Começar por "Americans prefer low prices to items that are 'Made in USA'" depois avançar para "California minimum wage hike hits L.A. apparel industry: 'The exodus has begun'" e, por fim ler "LA unions call for exemption from $15 minimum wage they fought for". Sim, é mesmo isso:
"Los Angeles city council will hear a proposal on Tuesday to exempt union members from a $15 an hour minimum wage that the unions themselves have spent years fighting for."

Lealdade e clientes satisfeitos vs rentabilidade

Não consigo deixar de relacionar "Do Happy Customers Lead to Happy Shareholders?" com "Price Discounting – The Dark Side of Customer Loyalty" e com o gráfico do "Evangelho do Valor".
"higher discount received by loyal customers is entirely due to two factors – (1) the customer’s intention to negotiate a lower price and (2) the salesperson’s goal of retaining a loyal customer.
...
loyal customers (even based on a manipulation) are more likely to (1) have an expectation of being rewarded for their loyalty and (2) perceive that they have more negotiation power due to their loyalty."
Recordo que a relação entre satisfação dos clientes e rentabilidade não é assim tão linear:
""The best customers, we're told, are loyal ones."
...
"What we've found is that the relationship between loyalty and profitability is much weaker - and subtler - than the proponents of loayalty programs claim."" (aqui)
Se os clientes procuram e valorizam uma estratégia baseada no preço estão a exercer a sua natureza.
.
Se os clientes procuram e valorizam outras estratégias que não o preço, até que ponto os fornecedores os alimentam com novos produtos/serviços?
.
Como refere Mintzberg as empresas pertencem a espécies diferentes. Por isso, cuidado com leis gerais e universais.

Não basta definir os indicadores

Depois da construção do mapa da estratégia

definem-se os indicadores estratégicos.
.
Alguns desses indicadores são novos, nunca foram calculados. Outros são aplicáveis só a uma parte da actividade da empresa.
.
Assim, depois da sua definição é preciso planear a sua implementação e monitorização.
.
Primeiro ponto, os indicadores são claros? É claro como os calcular de forma objectiva e reprodutível? É preciso um algoritmo do cálculo? É preciso esclarecer o âmbito, o que deve ou não ser contado?
.
A figura que se segue sistematiza o tipo de pontos a considerar:
Até proponho que se calendarize cada uma das fases até termos todos os indicadores monitorizados e com metas:

Plataforma nos materiais de construção

Os trechos que se seguem, retirados de "Rethinking the Value of Customers in a Digital Economy", estão escritos com exemplos e a pensar na economia digital:
"As platform companies ... relentlessly disrupt — and redefine — mainstream industries, we see network effects as their “secret sauce” for success. Network effects increasingly determine innovation opportunity, value creation, and growth in digital markets.
...
Technically, economists say network effects — known also as network externalities — exist when the value of a product or service to users increases as the number of users grows. But this traditional definition is woefully incomplete. Quality of use — and users — matters as much or more to value creation as quantity. In other words, how networks are used is as important as how much they are used.
...
The crucial economic and business insight should be obvious: Network effects turn users into assets. Enabling network effects empowers users/customers to both directly and indirectly create new value. Network effects don’t merely create more value for more users, they make users more valuable to both the enterprise and to each other. Network effects, therefore, are special economic phenomena because they make their contributors more valuable to everyone in and on the network.
...
The more users participate, and the more innovatively they engage, the more value — and valuable data and experiences — can quickly be generated. In turn, the more value created, the more users — and innovative uses — materialize.
...
Understanding the impact of network effects should fundamentally shift strategic investment perspectives toward investing in one’s users. As noted, in digital economies, sustainable success comes not just from improving products, services, and user experiences, but from improving customers, clients, channels, and suppliers, as well. Networks make that possible and affordable. The next step is for marketing and innovation executives to explicitly address key questions about assessing returns on their network-effects investments and making it easier for users to participate and create connections.
...
network effects are about “customers creating value for other customers.”
.
If customers are viewed as king in today’s platform markets, it’s only because the kingdoms they rule are now larger and more valuable thanks to their networked nature."
E recuo ao final dos anos 90... quando conheci e trabalhei com um grupo de empresas: a casa-mãe produzia um material de construção e tinha uma empresa industrial que usava esse material como matéria-prima.
.
A casa-mãe controlava essa empresa com uma preocupação: o objectivo não era maximizar o lucro ou o poder dessa empresa a jusante mas o de criar valor para todos os clientes da casa-mãe. A empresa funcionava como criador de novos mercados, desenvolvendo novos produtos que disponibilizava aos "concorrentes", dando apoio técnico para resolver problemas com máquinas e receitas de fabrico aos "concorrentes". Por exemplo, a empresa recomendou-me a vários "concorrentes" para os apoiar na certificação da qualidade ou na marcação CE. Quanto mais os concorrentes da empresa estivessem bem, mais a casa-mãe vendia e mais a categoria como um todo seria forte.
.
Tudo começou a ruir nos últimos dias de Outubro de 2008... mas a plataforma estava lá e a funcionar bem num sector o mais analógico-tradicional possível.

Acerca do JTBD

"According to “jobs” theory, people do not buy products or services—they hire them to do a job.
...
At a deeper level, what this means for innovators and marketers is that they must replace a customer-need and product-benefit mindset with a “circumstance of struggle” mindset.
...
The product was placed where we experienced the struggle—like at a convenience store,
...
Of course, customer needs and product features factor into the success of 5-hour Energy. However, those needs and features are clearer and easier to specify when framed from a jobs-first perspective."
E na sua empresa, também se usa esta abordagem?
.
Por exemplo, criar calçado de caça.
E a caça é toda igual? É caça aos patos, zona húmida, ou caça ao coelho, ou caça de espera ao javali?
Diferentes tipos de caça, diferentes exigências, diferentes contextos. O que serve para uma não serve para outra.
.
Trechos retirados de "Its packaging is weird, it tastes bad, and it dominates its market"

domingo, abril 17, 2016

Curiosidade do dia

Este Stiglitz, "Stiglitz: "A austeridade foi um fracasso para Portugal"", faz-me lembrar um tipo sóbrio que, por maldade, ao ver passar um alienado mental, lhe oferece bebidas brancas e isqueiros e põe-no a caminho do paiol mais próximo.

Os outsiders vêem oportunidades onde os incumbentes vêem paredes

Meu Deus... fico a pensar no que os portugueses poderiam fazer neste campeonato se saíssem mais do modelo mental padrão. Como esse modelo resulta, têm de ser os outsiders a entrar e aproveitar:
"one of a number of custom retailers disrupting the luxury market, luring consumers with cheaper options and the ability to design their own products. [Moi ici: Interacção! Personalização!!!] As the proliferation of fast fashion and e-commerce creates an increasingly detached shopping landscape, these companies are working to rebuild relationships with consumers by adding a touch of personalization to the digital space. The challenge comes in building name recognition and expanding variety amid a mass customization market.
...
custom companies hold a level of accountability to their customers that you don’t see in the traditional retail space.
.
There’s this sense of stewardship. You want to make sure the customer is making the right choices, and you want to inform them to make the right choices,”
...
“bringing back old-school craftsmanship” and responding to a shift in men’s wear from off-the-rack styles to customizable pieces.
.
Increased accessibility and lower price points become a selling point by minimizing the middle men, in this case wholesalers, distributors, retailers, salespeople and the costs associated from typical brick-and-mortar style stores.
...
“The biggest challenge with the space is that this is all mass customization,” Mulpuru-Kodali said. “The companies generally are limited by the few items they can customize. They’re like pizza restaurants with lots of variants around a few core items. To scale, they’ll need to offer much more variety and choice.”
...
Beyond a return to tradition, custom wear gives the consumer a sense of ownership and artistic jurisdiction over their apparel, an integral element of building truly unique personal style.[Moi ici Tribos de Mongo!]
...
“People are looking to be part of the process,” Pagano said. “For millennials, expression is such a core value of what we espouse and what we purchase.”
.
Jodie Fox, co-founder of custom women’s shoe company Shoes of Prey, echoed Pagano, and said that giving the consumer the ability to design their own products helps enhance custom brands and gives them an edge over standard retailers.
.
“Customization is a really important thing now, really having that ownership and connection to what [consumers] want,”
...
“I think that a lot of brands that have been around for a long time have to think about how they’re going to exist in a digital environment,” said Hamilton, whose company was founded by his father before the dawn of the Internet age. “Especially custom, which is so special because there’s this interaction with somebody who’s guiding you through all these decisions."


Trechos retirados de "Customization is the next front for luxury retailers"

Uma espécie de "Lot"?

A propósito deste texto "Na Bolsa do Porco acerta-se o preço à porta fechada" um pedido a Ana Rute Silva que assina o texto:
- Por favor não perca a oportunidade e investigue melhor o negócio desse senhor António Gameiro. Não perca a oportunidade Descubra o significado de:
"Cada associação designa um representante. “Normalmente tenta-se que tenham representatividade no mercado pela sua dimensão ou, não tendo, que sejam respeitados pela sua experiência e conhecimento”, detalha Nuno Correia, dando como exemplo António Gameiro, que produz carne com a sua própria marca, a Ti António.
...
“Os matadouros vendem à grande distribuição relativamente barato. Não têm outra possibilidade, se não, ficam com a carne. E depois vêm à retaguarda, ao produtor e formam um preço consoante uma tabela de classificação, coisas que não há em Espanha. Além do peso, calculam a formação da carcaça, a isenção de gordura… tudo define o preço final”, detalha. António Gameiro, que decidiu produzir animais diferentes e “ligar-se ao consumidor”, lamenta a concentração na grande distribuição, que limita as hipóteses de venda a meia dúzia de cadeias de supermercados, pressionando ainda mais os preços. Mas também assume que houve falta de dinamismo dos próprios produtores. “Cometemos o erro grande, não evoluímos para a exportação”, refere."
Gostava de ouvir esta espécie de "Lot", gostava de conhecer a sua experiência, gostava de perceber se o seu caminho, mais em linha com o que propomos aqui no blogue e na nossa consultoria, o está a levar a ter melhores resultados, ou resultados menos maus. Além disso é sempre bom ouvir alguém com espírito de auto-crítica.
.
Essa espécie de "Lot", o senhor António Gameiro, tem marca própria, escolheu produzir outro tipo de animais e optou por outros canais de distribuição

PME e código, já pensou nisso? (parte III)

Parte I e parte II, a que há que juntar "Um exemplo concreto e ao vivo do "é meter código nisso!"".
.
Não pense que a sua PME terá de investir uma fortuna para meter código nos seus produtos. Alguns conselhos de alguém que o está a fazer, misturar código com produtos/serviços clássicos:
"Start small.
...
We had the classic minimum viable product approach, starting with small businesses and what we knew well, and working our way up."
...
Choose investors carefully, and educate them well.
...
Structure is crucial.
...
Balance the culture between old and new.
...
"At Flexport, we have people from startups and Silicon Valley working alongside people who have been working in the freight logistics industry for years. The two cultures are naturally very different. I think the secret to our company's success so far has been getting both of those groups, who normally would never talk to each other, be friends and solve each other’s problems.
...
You have to get good at checklists and managing expectations. It means slowing down your salespeople when they're closing a deal. It means having engineers work on something boring related to compliance instead of some amazing cool feature they want to build. I had a customs attorney I was paying before I paid any employees. You have to take it more seriously than the average startup, and instill it at every level."

Estratégia não é matemática nem física newtoniana

A propósito de melhores-práticas, a propósito da paranóica concentração no que faz a concorrência, a propósito das idiossincrasias nas empresas, a propósito da concorrência imperfeita, a propósito de consultores com respostas enlatadas:
"strategy is not only about analysis, positioning, clever planning and effective implementation, but also about the experiences, convictions and beliefs of the people behind it. It is built on mental constructs, belief systems and ideologies, that are used to make sense of the world, and that determines visions as well as the way goals are pursued (i.e. different strategies to meet an end). Consequently, committing to one ideology almost makes you immune to the arguments at the other end of the spectrum, and even immune to change.
...
Hence, awareness of our own business ideologies could be a first step to a more flexible approach to business and business strategy, rather than one based solely on unquestioned beliefs. Understanding the dominating ideology of your peers and of your organisation may also help you understand everyday conflict."
Estratégia não é matemática nem física newtoniana, estratégia é contextual, transitória, pessoal e subjectiva.

Trechos retirados de "Business Strategy: Are You Inside-Out or Outside-In?"

sábado, abril 16, 2016

Curiosidade do dia

Isto é mais um repositório de elementos que vão caracterizar o nosso futuro próximo:
Quando o governo vier culpar o exterior pela deterioração da situação económica e colocar a inevitabilidade de reforçar a austeridade convém recordar o que é um fragilista:

Liars, bulshiters e enganados (parte I)

A primeira parte desta série irá abordar precisamente a parte do título que não é considerada no excelente artigo "How politicians poisoned statistics" de Tim Harford.
.
O artigo é sobre os que usam a estatística e mentem sabendo que estão a mentir e, sobre os que a usam recortando informação para usarem os resultados de forma interesseira sem estar a mentir.
.
Quem são os enganados? Os enganados são um terceiro tipo de utilizadores da estatística, gente que usa os números de boa-fé mas é enganada nas conclusões que retira porque não se apercebe que os números retratam uma realidade diferente daquela que retratavam antes.
.
Por exemplo, quando se comparam os números do emprego hoje e no passado. O que é que lemos acerca do desenvolvimento de novas formas de trabalho? Cada vez mais gente trabalha por conta própria. E essas pessoas entram nas estatísticas do emprego? O INE não conta com elas. Recordar "Estou sempre a aprender". Como é possível comparar os números do emprego hoje com os números do emprego em 1997 sem ter em conta quantas pessoas descontam para a Segurança Social e não estão incluídas como empregados?
.
Quando se olha para a evolução salarial na Alemanha fala-se muito de estagnação dos salários. E se olharmos para a idade média dos alemães?
Assim, como na agricultura portuguesa, todos os anos reformam-se muitos mais alemães no topo da carreira salarial e os que entram são jovens que vão directos para a base da carreira salarial. O que é que os analistas que só olham para o número agregado concluem? Os salários alemães não crescem!
.
Medina Carreira quando compara as taxas de crescimento do PIB em Portugal nos anos 60 com as taxas actuais nunca considera o efeito que tinha o simples crescimento da população.
.
Acredito que muitos macro-economistas que olham para os números do Japão interpretam-nos sem considerar o efeito da demografia, por exemplo: Será que o Japão teve mesmo uma década perdida?
.
BTW a Itália é vista como outro país europeu com uma economia doente... tem a segunda idade média mais alta...
.
Continua.

Um exemplo

"Somewhere Between Granny Panties And Thongs, New Underwear Brands Find Fans Online" ilustra o exemplo de uma categoria em plena revolução criada pelo abaixamento das barreiras à entrada de novos players.
.
Agora imaginem os incumbentes começarem a protestar contra o uso do online, contra a escolha de outros segmentos como alvos em vez dos tradicionais...
.
Mongo é e será cada vez mais estas explosão de marcas e tribos e esta hibridação entre online e offline.
"the underwear industry: It's a $110 billion market worldwide, but the landscape is monopolized by a few key players that have been around for decades, if not centuries.
...
"The market is dominated by one brand, with one point of view," Grant tells Fast Company, referring to Victoria's Secret's emphasis on sexiness.
.
Grant decided that there was room for an underwear brand that offered an alternative approach.
...
Brands like MeUndies and Thinx, which launched in 2012 and 2014, respectively, have been growing quickly.
...
They’ve demonstrated that it is possible to sell underwear online and paved the way for dozens of other companies—including Lively—to start their own e-commerce underwear brands.
...
Between 2012 and 2014, a spate of online companies—including Dear Kates, Knix Wear, and Thinx—began to offer high-tech period underwear, designed to prevent leaks.
...
"The very idea of 'period underwear' goes against Victoria's Secret's branding,"
...
since the barriers to starting an e-commerce company were so low, Griffiths decided to invent her own period underwear and sell them online. She bought swaths of high-tech fabric from companies like Invista to construct underwear that was both comfortable and functional. Some underwear even has a layer of carbon to absorb odors. She's now expanded into a range of other performance underwear for sport, including a high-tech bra that earned $1,514,492 in a crowdfunding campaign.
...
there's a market for their high-tech products and alternative message,"

A mentalidade extractiva

Veneza.
.
Veneza.
.
Veneza.
.
Veneza.
.
Veneza.



Ontem saíram os dados do INE sobre o turismo em Portugal em Fevereiro de 2016. Alguns números:
"A hotelaria registou 989,9 mil hóspedes e 2,6 milhões de dormidas em fevereiro de 2016, equivalendo a aumentos homólogos1 de 14,1% e 15,1% (+9,4% e +10,0% em janeiro2).
...
A estada média aumentou (+0,9%; 2,58 noites), tal como a taxa líquida de ocupação cama (+2,5 p.p., situando-se em 32,3%).
.
Os proveitos registaram acréscimos significativos (+20,6% para os proveitos totais e +20,7% para os de aposento), superiores aos registados em janeiro (+13,5% e +15,6%)."
Um desempenho muito bom em cima do de um ano que bateu o record de 2014 que por sua vez tinha batido o record de 2013.
.
E recordo o que li no cadermo de Economia do semanário Expresso do passado dia 9 de Abril numa entrevista com o novo presidente da Associação da Hotelaria de Portugal com o título "Sem estrelas nos hotéis, é a confusão total"
.
Em vez de celebrar este sucesso, o espírito era o mesmo daqueles mercadores de Veneza que, com uma mentalidade extractiva, transformaram Veneza de um centro do comércio e finança da Europa numa cidade-museu, como aprendi com Acemoglu em "Why nations fail".
.
Em vez de celebrar o sucesso do sector da hotelaria, está mais preocupado com o que o alojamento local está a ganhar. Em vez de perceber que o turismo não é todo igual, e que muitos que ficam no alojamento local nunca ficariam num hotel, está preocupado com "a lei do alojamento local que foi feita pelo anterior Governo com excesso de liberalismo está a provocar situações de conflitos na sociedade que hoje estão à vista". (BTW, dá exemplos do que classifica como "mal" do alojamento local e que eu vivi hospedado num hotel esta semana no centro de Almeirim)
.


Biologia e economia - cuidado com as "leis universais"


Em Novembro passado escrevi "Cuidado com o título", acerca do cuidado a ter quando se estuda o que resulta numa empresa grande para o aplicar numa PME. As empresas grandes e as PME são seres vivos que habitam um ecossistema e ocupam diferentes nichos ecológicos. Por isso, o que resulta para um tipo de empresa não resulta para outro e vice versa. Por isso, as paramécias de Gause e os rouxinóis de MacArthur. Por isso, o sucesso das PME exportadoras portuguesas apesar da China e da Alemanha.
.
Assim, para alguém que gosta de afirmar que a economia é a continuação da biologia por outros meios, como não apreciar e sublinhar esta reflexão de Mintzberg, "Species of Organizations":
"This may seem obvious, but while we recognize the different species of animals, we often mix up the different species of organizations. How often have management consultants come into one kind of organization and treated it like another
...
Our vocabulary for understanding organizations is really quite primitive. We use the word organization the way biologists use the word mammal, except that we can’t get past it. Imagine if this was the case in biology.
...
Each of these species requires its own kind of structure, its own style of management, very different power relationships, and so on."
No artigo Mintzberg identifica quatro grandes grupos genéricos de organizações. Um deles é o da organização tipo-máquina eficientissima:
 "Yet if you read the popular literature on organizations with these species in mind, you will find that the vast majority of it is about machine organizations, without ever admitting or even realizing it. The bulk of this is about how to become more machine-like: get better systems, do more formal planning, measure everything in sight, tighten up, become more “efficient”."
E lá voltamos ao gerente da PME que lia Adriano Freire...
.
Nota: À atenção do meu amigo Paulo de Natal.

sexta-feira, abril 15, 2016

Curiosidade do dia

A propósito de "Secretário de Estado diz que reversão da carga fiscal será “gradual e seletiva”"


Conseguem imaginar os job-to-be-done? (parte II)

"Implante no cérebro permite que tetraplégico volte a jogar Guitar Hero"
.
"This Could Be the Wheelchair of the Future"
.
Recordar "Conseguem imaginar os job-to-be-done?"
.
O impacte potencial da internet das coisas, do código, na vida destas pessoas...

Um exemplo concreto e ao vivo do "é meter código nisso!"

Um exemplo concreto e ao vivo do que aqui se recomenda com frequência: "é meter código nisso!"
.
Pegar num produto e transformá-lo numa plataforma.
.
Criar um mercado para que programadores desenvolvam aplicações e serviços associados a esse produto.
.
Criar parcerias com outros produtores para que queiram fazer parte da plataforma numa relação ganhar-ganhar-ganhar.
.
Ver "GoPro Launches Developer Program":
"GoPro announced the public launch of its developer program.
.
The initiative, which was quietly rolled out with a few partners a year ago, is aimed at offering official support of third-party companies that want to build products with seamless GoPro integration.
...
First is having their mobile apps connect directly with GoPro cameras,
...
Second is the ability for developers to build devices that can connect with GoPro cameras either physically or wirelessly
...
Finally, third parties will be able to build mounting and housing products that specifically meet GoPro specifications,
...
To date, 100 companies have joined the developer program.
...
And GoPro’s initiative is launching with a certification program called Works with GoPro that offers third-party companies integrated marketing help and an official logo."
E à sua escala, como é que a sua PME pode começar algo deste tipo? Espero que os fabricantes de máquinas, por exemplo, estejam nesta onda.

Riscos, factores externos e ISO 9001

A ISO 9001:2015 propõe a abordagem baseada no risco e define risco como sendo o efeito da incerteza num resultado esperado. Na abordagem baseada no risco a ISO propõe-nos que determinemos os riscos associados a cada processo.
.
Numa outra cláusula, a ISO 9001:2015, propõe que as empresas façam uma avaliação do contexto em que estão inseridas, determinando factores externos que a possam afectar.
.
Na infografia que se segue usa-se a terminologia de risco, no entanto, à luz da ISO 9001:2015, aqueles riscos são factores externos:


No extremo direito de cada figura encontra-se uma tipificação que pode facilmente relacionar-se com a análise PESTEL.

A realidade é muito mais complexa

Há aquela frase: há sempre uma solução rápida, bonita, pacífica e... errada!
.
Muitas vezes as empresas arranjam uma resposta desse tipo para evitar ir ao fundo de uma questão. Por exemplo: por que é que as vendas baixaram?
.
.
- Ah! É a crise!
.
Entretanto, agora apanho "Setor do café duplica faturação em Portugal":
"Entre 2009 e 2015, o setor do café duplicou a faturação em Portugal, para 257 milhões de euros."
Ou seja, no auge da crise, nos anos mais negros da troika, nos anos de chumbo da austeridade o sector do café duplicou a facturação em Portugal.
.
Recordar os exemplos, durante esses anos:
A realidade é muito mais complexa do que a prevista pelos modelos económicos povoados por econs.

Recordar “Commodities only exist in the minds of the inept"

quinta-feira, abril 14, 2016

Curiosidade do dia

"O perfil médio de escolaridade dos portugueses adultos é “bastante baixo” quando comparado com o dos restantes países da Europa e mesmo assim os que procuram melhorar qualificações são uma minoria, indica um estudo que é divulgado, esta quarta-feira, em Lisboa.
...
Das conclusões salienta-se que só uma minoria dos entrevistados procura melhorar as qualificações ao longo da vida, sendo os mais escolarizados os que também mais procuram aumentar o nível na educação."
Sugestão: nas próximas novelas, em vez de temas fracturantes, incluam estórias de vida com exemplos de pessoas que procuram melhorar as qualificações e acabam recompensadas pela vida. É capaz de fazer mais efeito do que muita conversa da treta.

Trechos retirados de "Portugueses com nível baixo de escolaridade e pouca vontade de melhorar"

"Don’t let algorithms replace leadership"

"True markets create maximum efficiency; they offer buyers the lowest price and sellers the greatest demand , but they also slash search costs for everyone in the process. And that’s really the point of markets: efficiency gains for all.
...
Make it a network, not just a market. Markets aren’t always the right answer. They work best for interchangeable commodities — soybeans, bonds, car rides. When it comes to hiring an accountant, lawyer, or doctor, price competition probably isn’t the only factor, because high-value services aren’t commodities. So in these industries, don’t build markets. Build networks, ones where people can compare and contrast similar, but not the same , services along multiple dimensions of quality.
...
Create relationships. The best and most enduring way of minimizing risk is also the oldest and simplest one: Do business with people you’ve come to trust. ... So the most prosperous and viable micromarkets will probably be those that can leverage natural social dynamics to manage risk, lower search costs, and create a better deal for everyone. Relationships beat transactions every time; they’re simply more economical.
...
Don’t let algorithms replace leadership. In the brave new world of micromarkets, the algorithm is the boss. It issues the orders, tracks performance, and guarantees delivery, quality, and reliability. But let’s admit it: Algorithms don’t make very good bosses.
...
When an algorithm’s been programmed for brutal efficiency, it’s the job of the wise leader to know when efficiency’s not the right goal. We often think that algorithms can replace leaders. But the truth is the opposite. Algorithms make leaders more necessary. Micromarkets need leaders who can make sure that the algorithm is not only a machine that grinds up human potential  but also a ladder that offers people ways up.
.
And that’s exactly where micromarkets are most failing today."

Trechos retirados de "To Manage a Platform, Think of It as a Micromarket"

Mais um exemplo de onde o "é meter código nisso" pode chegar

"The small private company in New Hampshire has climbed steadily up the economic ladder of its industry to produce specialized fabrics that weave in ceramics, metals and fiberglass. These high-value fabrics are used in products like safety gloves for industrial workers and body armor for the police and military.
...
"These would be high-tech offerings that change the game for the companies involved and for the industry,"
...
The advanced fabrics project, which is being announced on Friday, represents a new frontier for the Internet of Things. The term describes putting sensors and computing in all manner of physical objects — jet engines, power generators, cars, farm equipment and thermostats, among others — to measure and monitor everything from machines in need of repair to traffic patterns. [Moi ici: E recuo a 1990 e às primeiras experiências de manutenção condicionada que vi serem feitas na indústria. E recordo que há tempos fiz este esquema para um projecto:

Queríamos saber o perfil de utilização de uma máquina que era o gargalo da produção. Com a IoT isto será imediato]
...
 The products of this emerging field are being called "functional fabrics," "connected fabrics," "textile devices" and "smart garments."
...
Clothes filled with sensors and chips could give new meaning to the term wearables,
...
"This is about reimagining what a fabric is, and rebirthing textiles into a high-tech industry,"
...
For some companies, the functional fabrics are a potential add-on market. For others, they could disrupt their businesses.
...
Until about two years ago, VF did not really have a R&D operation, said Marty Lawrence, a general manager for innovation. Instead, it mainly tapped research efforts at universities and by its suppliers.
But eying trends in the industry and technology, VF has hired scientists and set up four innovation centers in the United States that focus on areas including new fabrics for bluejeans and cognitive science.
.
The functional fabrics project, Mr. Lawrence said, represents "the future of apparel.""
Tem a certeza que a sua empresa não tem de se antecipar e testar oportunidades neste campeonato?

Trechos retirados de "U.S. Textile Industry Turns to Tech as Gateway to Revival"

O papel da estratégia

"more than half of senior executives don’t think they have winning strategies.
...
Another survey of 500-plus senior executives found 90% believed they were missing major market opportunities, and 80% said company strategies were not well understood internally.[Moi ici: Papel fundamental para um mapa da estratégia: poderosa ferramenta visual de comunicação]
...
Instead of focusing outside on areas to grow or markets to seize, a company should look to its core and ask:
.
Who are we going to be? What few capabilities do we have that nobody else has?
...
 “Shape the future rather than respond to it.”" [Moi ici: Locus de controlo no interior, aposta na concorrência imperfeita]

Trechos retirados de "Successful Companies Strategize To Rise, Become Super Competitors"

Os que fazem a diferença

E a sua empresa, que indicadores usa? Que metas usa? Que monitorização faz? Que seriedade e exigência põe nisto?
"In a survey, they asked businesses whether they employed management essentials such as targets, incentives, and monitoring. Firms that did do these things, they found, were more productive and more likely to endure.
...
Overall, we learned three things. First, according to our criteria, many organizations throughout the world are very badly managed. Well-run companies set stretch targets on productivity and other parameters, base the compensation and promotions they offer on meeting those targets, and constantly measure results — but many firms do none of those things. Second, our indicators of better management and superior performance are strongly correlated with measures such as productivity, return on capital employed, and firm survival. Indeed, a one-point increment in a five-point management score that we created — the equivalent of going from the bottom third to the top third of the group — was associated with 23% greater productivity. Third, management makes a difference in shaping national performance. Our analysis shows, for example, that variation in management accounts for nearly a quarter of the roughly 30% productivity gap between the U.S. and Europe.
...
Taken together, better workers and better managers explain between a quarter and half of the link between good management and productivity that the researchers established in earlier work.
...
The paper can’t prove that good managers cause good management, but it seems likely that they do. “I think it probably runs in both directions,” Van Reenen said of the causal relationship, noting that wellmanaged firms are better positioned to attract good managers and that “better managers are more likely to get their firms to adopt best practices.”"
Locus de controlo no interior!!!

Trechos retirados de "Proof That Good Managers Really Do Make a Difference"

quarta-feira, abril 13, 2016

Curiosidade do dia

"A economia portuguesa encontra-se num compasso de espera que se manifesta num adiamento da recuperação do investimento"
Num compasso de espera que começou em Outubro de 2015.
"A confirmarem-se estas previsões, a economia portuguesa continuará num ritmo de abrandamento, que já se observou no segundo semestre do ano passado."
Lembram-se do "acelerou"?

O país a entrar pelo cano. Mais uma previsão de que o país está a entrar pelo cano, enquanto os pirómanos brincam com isqueiros no armazém de pneus e no depósito do fogo de artifício.
.
Pena que os portugueses, quando a austeridade acelerar, não reconheçam que o verdadeiro culpado pela degradação económica do país não é o malabarista-ignorante Costa mas aquele que vêem quando se olham ao espelho.
.
Triste porque aquela previsão de 2008 continua alive and kicking!

Quem?

"O aumento das importações de produtos lácteos no início de 2016 está a preocupar a indústria de laticínios que estima um défice superior a 250 milhões de euros no final do ano, se a tendência se mantiver.
.
Os últimos dados do INE referentes ao valor acumulado de fevereiro, citados pela Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL), revelam uma subida de 2,8% das importações e uma queda de 25,7% das exportações, em valor."
Quem é que tem de vender?
.
Quem é que tem de ir à procura de clientes?
.
Quem é que tem de desenvolver novos produtos que seduzam novos mercados e novos clientes?
""Estamos perante regras que não são justas, porque Espanha conseguiu - não sabemos como -- que toda a distribuição aderisse à produção nacional. Estamos perante situações de desequilíbrio comercial que nos afetam","
Não sabemos como?
.
Quem é que tem de saber?
.
Quem é que tem de seduzir a distribuição nacional?

Trechos retirados de "Indústria do leite alerta para aumento das importações e estima défice superior a 250 milhões de euros"

Acerca da criação de valor

"Value Creation is less about products and solutions, and more about customer centricity, customer experience, people, and relationships.
Value Creation is not about a specific business case — our value propositions may focus on a specific decision and business case for our solutions.  Value Creation is about how we sustain value over the life-cycle of our relationship with the customer.
Value Creation is not about a transaction—but about 100’s and 1000’s of interactions that create meaning for our customers—as enterprises and individuals.
Value Creation can never be reduced to price—but it’s about the importance–or value–we bring in a long term relationship.  It becomes inconceivable to all parties not to have this relationship—the costs are too high."


Trechos retirados de "Your Value Proposition Is No Longer Sufficient"

PME e código, já pensou nisso? (parte II)

Parte I.
"First came steam and water power; then electricity and assembly lines; then computerization… So what comes next?
.
Some call it the fourth industrial revolution, or industry 4.0, but whatever you call it, it represents the combination of cyber-physical systems, the Internet of Things, and the Internet of Systems.
...
there are also grave potential risks. Schwab outlines his concerns that organizations could be unable or unwilling to adapt to these new technologies
...
It seems a safe bet to say, then, that our current political, business, and social structures may not be ready or capable of absorbing all the changes a fourth industrial revolution would bring, and that major changes to the very structure of our society may be inevitable.
...
In order to thrive, business leaders will have to actively work to expand their thinking away from what has been traditionally done, and include ideas and systems that may never have been considered. Business leaders must begin questioning everything, from rethinking their strategies and business models, to discovering the right investments in training and potentially disruptive R&D investments."

Trechos retirados de "Why Everyone Must Get Ready For The 4th Industrial Revolution".