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sexta-feira, abril 15, 2016

A realidade é muito mais complexa

Há aquela frase: há sempre uma solução rápida, bonita, pacífica e... errada!
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Muitas vezes as empresas arranjam uma resposta desse tipo para evitar ir ao fundo de uma questão. Por exemplo: por que é que as vendas baixaram?
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- Ah! É a crise!
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Entretanto, agora apanho "Setor do café duplica faturação em Portugal":
"Entre 2009 e 2015, o setor do café duplicou a faturação em Portugal, para 257 milhões de euros."
Ou seja, no auge da crise, nos anos mais negros da troika, nos anos de chumbo da austeridade o sector do café duplicou a facturação em Portugal.
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Recordar os exemplos, durante esses anos:
A realidade é muito mais complexa do que a prevista pelos modelos económicos povoados por econs.

Recordar “Commodities only exist in the minds of the inept"

sábado, março 26, 2016

Será mesmo o El Niño?

Ontem em "A dualidade de critérios" o artigo citado referia que o aumento do preço do chocolate se deve ao efeito do El Niño:
"E a explicar estas subidas estão as condições climatéricas. O tempo mais seco do que é habitual, devido ao fenómeno "El Niño", tem afectado as plantações e, assim, estimulado o preço das matérias-primas."
Estranho! Sempre associei o El Niño ao oceano Pacífico.
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Basta uma pesquisa à produção de cacau de 2015 para perceer que o único produtor mundial de relevo banhado pelo Pacífico, o Equador até aumentou a produção em 2015!
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Ainda com a leitura fresca da evolução da produção do café no Kénia e no Uganda:
"COFFEE was once Kenya’s biggest foreign-exchange earner, but these days the industry looks less perky. The country’s record, 127,000-tonne crop was all the way back in the 1987-88 season. Output plunged by 40% the following year, after the global coffee cartel axed its quotas, exposing the industry to competition. It has been falling ever since: last year it was less than 45,000 tonnes, a mere 0.5% of coffee production worldwide.
...
Coffee production in neighbouring Uganda has more than doubled since 1990, to 285,000 tonnes. In 2010, the most recent year for which comparative data are available, Kenyan coffee farmers received 20% of the export price of their crop, compared with more than 80% in Uganda."
Acredito que o preço do chocolate depende mais do aumento da procura na Ásia, das doenças nas plantas e nas  pessoas (o ébola andou pela Costa do Marfim, por exemplo) e das instituições extractivas que mais tarde ou mais cedo cometem o erro de Veneza.

quinta-feira, outubro 29, 2015

Mongo e o café

Um exemplo português, "Delta Q vai disponibilizar plataforma para personalizar o café", onde se jogam os conceitos de:
  • customização (personalização);
  • diferenciação;
  • algo também sobre single-serve food (?)
Um exemplo de Mongo.
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Dúvida sincera: Haverá massa crítica?


segunda-feira, junho 03, 2013

E os chás dos Açores?

Começo a ler "Cash brews robust U.S. craft coffee market":
"The new generation of upscale coffee shops and roasters includes dozens of operators around the country. They are in a race to find rare and distinctive beans and hope to elevate one of the world's oldest and most popular drinks in the same way that craft beer brewers, boutique wineries and olive oil makers won fans by focusing on high-quality ingredients and production."
E lembro-me logo do Estranhistão e da caixa com cada vez menos gente lá dentro.
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E, como apreciador de chá, faço logo o paralelismo para os chás dos Açores...

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

O mercado interno não está morto

Para todos aqueles que acham que o mercado interno está morto.
"Desde que chegou a Portugal, no ano 2000, a Bimby nunca tinha vendido tanto. Em 2012, este robot de cozinha da alemã Vorwerk, ... vendeu mais de 35 mil unidades no mercado nacional. E superou todas as expectativas.
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O objectivo inicial era vender 29 mil máquinas, antecipando uma quebra face às 32 mil Bimby vendidas em 2011. «Com tudo o que se previa para 2012, com subidas de impostos e cortes nos subsídios, jamais pensei que pudesse ter o melhor ano de sempre», assume a presidente executiva da Bimby Portugal, Isabel Padinha, em entrevista ao SOL.
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Comercializada exclusivamente por venda directa – o vendedor começa por fazer uma demonstração em casa do potencial comprador – uma Bimby custa 966 euros. Em Portugal, 40% dos aparelhos são pagos a pronto."


Trechos retirados de "Bimby com recorde de vendas em Portugal em 2012"

BTW, "Cada vez mais portugueses estudam alemão para fugir à crise"

BTW, recordar "Dá que pensar"

O mercado interno não está morto!
É claro que o rendimento disponível caiu muito mas estes desempenhos querem dizer algo. As pessoas perante novos contextos têm trabalhos novos que querem ver realizados, têm objectivos novos que querem alcançar, têm experiências novas que querem viver.
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A sua empresa tem feito alguma coisa para acompanhar esta migração de valor?
Não chega cortar e poupar, há que pensar no futuro e o futuro começa quando se seduzem clientes.

terça-feira, maio 22, 2012

Commodity ou Experiência?

A propósito de "O seu café já baixou de preço?"
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Segundo o artigo, o consumo das bicas de café está a cair e, os culpados são as cápsulas e a crise.
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Segundo artigo, o consumo das bicas está a cair porque:

  • as cápsulas levam ao consumo em casa (conveniência);
  • as cápsulas e "vending machines" nas empresas levam ao consumo nas empresas (conveniência);
  • as pessoas têm de poupar dinheiro 
Qual a reacção dos comerciantes? Reduzir o preço! Sabem o que acontece ao lucro quando se baixa o preço? Recordar o Evangelho do Valor!
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E a redução do preço vai ser convidativa para quem opta pela conveniência?
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Como é que a restauração trata o café? Não será como uma commodity?
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Para recuperar os que optam pela conveniência por que não tentam a carta da experiência? Por que não repensam o papel do seu estabelecimento na comunidade? Se uma loja anima sessões sobre bordados, por que é que um café não pode organizar torneios de sueca? Tertúlias sobre futebol ou poesia?


"workers become actors, intentionally creating specific effects for their customers. And it's the experiences they stage that create memorable-and lasting-impressions that ultimately create transformations within individuals.
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Experiences are the foundation for future economic growth.
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In fact, the idea of staging experiences to leave a memorable impression is now more relevant than ever. With an ongoing torrent of brands attacking customers from all sides, how do you make yours stand out?
Your brand is now a promise of an experience. Here are five approaches to leverage your brand experience:
Customization of a service can make it an experience. Anything digitized can be customized.
Gamification uses game thinking and game mechanics to enhance non-game contexts.
Subscriptions can stimulate "using" as an experience.
Admission Fees can force you to think what can be done differently.
Transformation is the result of customizing an experience.
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You are what you charge for! At the end of the day:
- If you charge for stuff, you are in the commodities business
- If you charge for tangible things, you are in the goods business
- If you charge for activities you execute, you are in the service business
- If you charge for the time customers spend with you, you are in the experiences business
- If you charge for the demonstrated outcome the customer achieves, then and only then you are in the transformations business
Try this exercise with your leadership team. Shift your team's perspective to experience and transformation for your customers. This frame shifting can produce a difference in what you charge for."

Trecho retirado de "The Experience Economy - You Are What You Charge"

terça-feira, março 22, 2011

E o negócio da Nespresso é café?

Não me parece que a Nespresso esteja no negócio do café.
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A Nespresso não vende café, a conversa do preço do café nos mercados internacionais é quase tão sem sentido quanto os produtores calçado português que se vende a 100, 400 e 4000 euros o par estarem preocupado com o aumento do preço das peles.
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É interessante conjugar estes diferentes artigos:

Estranho, estranho é esta conjugação da Nespresso nos jornais "Café gourmet. Escolhido a dedo para as 12 mil cápsulas consumidas a cada minuto"
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Estranho, estranho é esta diferença de opiniões:
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 "Richard Girardot, afirmou que o crescimento da empresa passará pela "expansão geográfica", uma vez que a empresa de café por cápsulas ainda só representa 8% do consumo mundial de café, em volume"
e
"Um dos maiores pilares do crescimento dos próximos anos será o negócio da Nespresso para estabelecimentos, como hotéis, escritórios e restaurantes. É nesta categoria que a marca irá lançar duas novas máquinas em 2011."

sexta-feira, março 18, 2011

Dá que pensar...

Defendo neste blogue que a economia ´portuguesa é composta por três economias (aqui também):

  • a economia que é paga (salários, pensões e reformas) pelo Estado;
  • a economia de bens não-transaccionáveis;
  • a economia de bens transaccionáveis;
É claro que os próximos anos serão maus para as duas primeiras economias.
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No entanto, não podemos dizer que o mercado nacional não vale a pena ou está perdido.
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É claro que é compreensível este tipo de pensamento ""O mercado nacional não tem mais por onde crescer"" (acerca do vinho verde). No entanto, este outro título "Segmento do café de cápsulas cresce de forma exponencial" dá que pensar..."Excluíndo o canal Horeca, mercado vale já 49% do total "
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"A crise não afecta o mercado do café. Excluíndo o canal Horeca, consumiram-se, em Portugal, em 2010, oito mil toneladas deste produto, mais 25% do que em 2009, gerando-se, assim, 89 milhões de euros, de acordo com os dados da consultora Nielsen. As empresas do sector estão, naturalmente, satisfeitas e prevêem que o segmento do café de cápsulas, o grande responsável por esta evolução - este cresceu 75% em valor e 61% em volume, valendo já 49% do total -, continue a sua escalada ascendente."
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Num mercado interno em crise, um produto mais caro consegue ganhar adeptos.
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Ou seja, a novidade, a conveniência, associada à promoção podem desafiar a gravidade...
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Sobretudo este ponto "Os responsáveis da Nestlé, proprietária da marca Nescafé Dolce Gusto, destacam os números deste segmento. "O mercado de cápsulas vendidas no retalho vale, actualmente, 38 milhões de euros. O que representa cerca de 1100 toneladas e está a crescer tanto em valor, +94%, como em volume, +85%"" ou seja, crescem mais no preço do que no volume... super-interessante.
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E os macro-economistas o que dizem?
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Os consumidores são seres racionais que tomam decisões racionais e... pois! A realidade passa-lhes completamente ao lado!