sábado, dezembro 27, 2008

Martelar modelos "hard" para explicar a realidade (parte II)

Continuado daqui.
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Ontem escrevi isto ...
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"Os burocratas e macro-economistas, por que estão longe da realidade concreta das pessoas e organizações que operam no terreno, só conseguem modelar segundo as leis de Lanchester e equacionar guerras de confronto aberto, em que o mais fortes, os mais armados, os mais poderosos estão em vantagem e ganham sempre."
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... inspirado pelo que li neste artigo do WSJ "Is Productivity Growth Back In Grips of Baumol's Disease?"
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Segundo Baumol, o crescimento da produtividade vai ser cada vez mais baixo porque os serviços têm cada vez mais peso na economia. Como os serviços requerem normalmente mais pessoas e essas pessoas não podem ser 'cortadas' ("Their famous example was a classical string quartet -- there are always four players in a quartet and it always takes about the same amount of time to perform a set piece of music. You can't get any more music out of the same number of musicians over that same period of time.").
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Na indústria é que podíamos assistir a importantes aumentos na produtividade porque era/é possível automatizar e 'cortar' pessoas e, assim, produzir mais com menos ("Sectors where productivity is high and average labor cost low "are those things that can be automated and mass-produced," Mr. Baumol, now in his mid-80s and still teaching, said in an interview. "And things where labor-saving is below average are things that need personal care -- these are health care, education, police protection, live stage performance... and restaurants."")
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São textos destes que me tiram do sério com uma facilidade que nem imaginam. Porque são escritos por gente longe, distante da realidade. Gente que vê os humanos como máquinas racionais que seguem modelos matemáticos à la Lanchester. E que têm a sua mente manietada por essas leis. Não conseguem sair dali.
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Exemplo flagrante é este:
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"Going back to Baumol's disease, it still takes a bartender the same two minutes it always has to make a gin-and-tonic. And an "end to the drops" in productivity referred to in the Fed paper may not be enough to sustain living standards over generations."
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Julgo que esta banda desenhada que se segue é suficiente para ilustrar como a doença de Baumol não faz sentido.
Os macro-economistas só conseguem lidar com a guerra de confronto aberto das 4 primeiras tiras. O que costumo mostrar a seguir nas minhas acções de formação é uma imagem de um míssil SS20.
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Esta guerras de confronto aberto levam sempre a vitórias pírricas, levam sempre à "Destruição mútua assegurada" ("If the sides are pretty evenly matched, the outcome of a war of attrition is likely to be a pyrrhic victory." aqui)
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A quinta tira mostra como se cura a doença de Baumol ponto.
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O bartender pode continuar a fazer gin-tónicos e a demorar dois minutos, mas pode fazê-lo num ambiente diferente. Se ele se concentrar no produto básico, o gin-tónico, então concentrou-se em algo que é fotocopiável e portanto produz uma commodity.
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O bartender pode, além de gin-tónicos, preparar outras bebidas.
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Aquele pormenor "And things where labor-saving is below average are things that need personal care" revela tudo!!!
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Os macro-economistas só conseguem olhar para o denominador da equação da produtividade, onde se cortam os custos, por que isso é algo que podem matematizar e meter nos seus modelos hard.
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Agora meter num modelo hard o lado soft, o lado da criação de valor, o lado do numerador da equação da produtividade, a mensagem principal do gráfico de Rosiello ... isso é matéria de outra galáxia.

Bom trabalho Hugo!

Ía dar o título "Boa sorte Hugo!" mas rapidamente percebi que o negócio do Hugo não passa pela sorte.
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"Histórias de jovens e qualificados emigrantes do Norte 8" no Norteamos.
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"Desde medicina 'a informática, os recém-licenciados não tem hipótese nenhuma de se impor e fazer um real uso do seu valor."
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Em tempos vi a capa de um livro ou de um relatório que tinha um título bem descritivo do que escreve o Hugo, "A Conspiração Grisalha" ... os mimados que fizeram o Maio de 68 continuam a ser o grupo etário dominante, por isso, vão moldando tudo à sua passagem.

A espuma que nos rodeia

Este postal no Blasfémias "Mudar os nomes ", assinado por Carlos Abreu Amorim:
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"Dá a ideia de que as reformas começam e acabam nas denominações e que o resto é secundário.
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Este é o nosso país ano após ano: mudam-se os nomes e quase tudo o resto fica na mesma."
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Recordou-me este outro "Mudança no IAPMEI" (quase dois anos depois apetece perguntar: Objectivamente, o que é que mudou?)

Para quem aqui chega por causa do livro "From Good to Great"

Já em tempos referi aqui uma crítica de Robert Sutton ao trabalho de Collins.
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Pois bem, Sutton volta à carga aqui: "Good to Great: More Evidence That "Most Claims of Magic are Testimony to Hubris""
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Continuo a apreciar muito do que Collins escreveu e continuo a achar que são boas práticas a seguir... pero todavia, não acredito que sejam um remédio milagroso.
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A vida é demasiado complicada.

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Martelar modelos "hard" para explicar a realidade

Não há ninguém tão adepto do uso de indicadores na gestão das organizações e das pessoas como eu.
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É importante pensar em resultados mensuráveis, sem eles estamos reféns dos dotes de oratória e da capacidade de alguns em endrominar mentes menos preparadas ou menos resistentes. Ou seja, sem resultados entramos facilmente no domínio da treta.
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No entanto, percebo perfeitamente, aceito e partilho da mentalidade que levou a este texto:
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"Se você vai dirigir um negócio competitivo hoje, precisa equilibrar os números visíveis e invisíeis. Se você gerenciar seguindo apenas sua intuição ou experiência, não será competitivo. Se gerenciar apenas com base nos números visíveis, não será competitivo. O Dr. Deming disse muitas vezes: "Aquele que dirige sua empresa apenas pelos númros visíveis logo deixará de ter uma empresa e números visíveis com os quais trabalhar." As pessoas tendem a olhar um dado visível e a trabalhar com ele, sem realmente compreenderem as suas limitações." (William Scherkenbach in "O caminho de Deming para a Qualidade e Produtividade")
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É esta tendência para olhar para os dados "hard", para os dados matematizáveis, e a trabalhar única e exclusivamente com eles que vejo vezes sem conta na mente dos burocratas de Bruxelas ou dos macro-economistas que comentam a realidade.
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Por exemplo, os apoios ao arranque de vinha para combater o excesso de produção de vinho: aqui, aqui e aqui.
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O que os burocratas e macro-economistas não conseguem incluir nos seus modelos matemáticos são os dados "soft", é o rasgo, é o golpe de asa, é a capacidade humana para surpreender.
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Os burocratas e macro-economistas, por que estão longe da realidade concreta das pessoas e organizações que operam no terreno, só conseguem modelar segundo as leis de Lanchester e equacionar guerras de confronto aberto, em que o mais fortes, os mais armados, os mais poderosos estão em vantagem e ganham sempre.
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Continua

This is something!!!

"Households must not rule out the prospect that the UK's economy shrinks by between 5 per cent and 10 per cent next year if the financial crisis sets off an even more vicious cycle of cutbacks, according to the Centre for Economics and Business Research."
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"Recession will 'set British economy back five years'"

Um bom exemplo

"Agriões e nabiças foram a saída do beco em que estava" um artigo de Jorge Fiel no DN de hoje.
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Um exemplo da aplicação das palavras de Covey:
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"Highly proactive people recognize that responsibility. They do not blame circumstances, conditions, or conditioning for their behavior. Their behavior is a product of their own conscious choice, based on values, rather than a product of their conditions, based on feeling."
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"Many people wait for something to happen or someone to take care of them. But people who end up with the good jobs are the proactive ones who are solutions to problems, not problems themselves, who seize the initiative to do whatever is necessary, consistent with correct principles, to get the job done."

terça-feira, dezembro 23, 2008

Este é o tempo para repensar a estratégia (parte VI)

Quem já assistiu às nossas sessões iniciais de formação sobre o balanced scorecard (BSC) pode comprovar que costumo usar esta imagem. A complacência que reina em muitas organizações e que vai corroendo a capacidade competitiva dificulta uma mobilização para a mudança. Assim, só perante uma “burning platform”, como a do bote de Tintin, é que muitas organizações decidem passar à acção.
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Em tempos normais, muitas organizações que vão assistindo à redução das suas margens, à deterioração da sua capacidade competitiva, à semelhança do sapo da estória vão ficando cozidas lentamente e nem se apercebem. Só quase uma catástrofe, ou uma experiência de quase-morte parece ter poder para as despertar do seu torpor zombie.
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Nos interessantes tempos que correm, a vida das organizações parece ter acelerado, todos estão muito mais despertos, a desconfiança face ao futuro e a derrocada da procura colocaram muita gente no estado de alerta.
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Realmente, há que reconhecer o poder das palavras de Adrian Slywotzky no seu livro "Value Migration - How to Think Several Moves Ahead of the Competition":
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“But perhaps the most dramatic market opportunities for new business designs are created by external shocks.
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These phenomena can abruptly upset the business chessboard, recasting both customer priorities and the economic viability of different business designs.
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External shocks can be very difficult to predict. What is not difficult to predict, however, is that shocks will create significant opportunities for new business designs. So while all organizations may not be able to afford the luxury of trying to predict the exact nature and timing of external shocks, there is no established competitor that can afford not to expand its competitive field of vision once a shock has occurred. In the wake of a significant external shock, the most important question becomes: What new business designs may be taking advantage of the situation to encroach on the incumbent's customer franchise?"
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Podemos fazer o paralelismo com a capacidade dos níveis elevados de work-in-progress esconderem os problemas de uma linha de fabrico. A derrocada da procura e a consequente redução da facturação tornam demasiado evidentes, e impossíveis de esconder, os problemas de deriva e desconcentração estratégica.
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Aquilo que noutros tempos é quase um luxo, ou o fruto da clarividência de alguns líderes, agora torna-se imprescindível.
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“It's counterintuitive but true that when the economy slows down, the pace of decision-making has to speed up, because you can't put off the tough choices anymore. The companies that are readiest to act on solid information are primed to shoot ahead of the business cycle.” (Ram Charan)

“Being on the downside of the business cycle is not much fun. That said, a slump can also be an opportunity if you use the sense of urgency to improve strategy, management, and discipline. In that sense, happy and unhappy times are alike: The companies that take charge and outcompete will win.” (Ram Charan)



A emenda, o soneto e o papel do marketing

Ainda a propósito deste artigo do Diário Económico de ontem "Exportações para a Europa entram no vermelho" e assinado por Mónica Silvares.
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O artigo termina com a frase:
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"“O problema é que as empresas portuguesas não são fortes do ponto de vista de marca e estão dependentes da negociação de preços. Com a crise acabam por sofrer mais”, afirma o professor do ISEG, Carvalho das Neves. Um problema que apenas se resolve com recurso ao marketing, uma solução de “médio, a longo prazo, que exige investimento” e o crédito é uma questão polémica."
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Concordo com a frase fazendo uma grande ressalva.
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O marketing é importante para criar, promover, fazer crescer a marca... mas o marketing só por si não passa de mensagens.
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Os clientes podem ser seduzidos, intrigados, despertados pelas mensagens... mas o que eles compram são os produtos. E se as mensagens são atraentes mas não pssam de slogans ôcos que não encaixam com a realidade dos produtos... é pior a emenda que o soneto.
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"advertising is the final coat of paint, but it can only work if what lies behind it has been thoroughly prepared. Nothing kills a bad product faster than lots of advertising."
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Nirmalya Kumar em "Privale Label Strategy".
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Vender a imagem de políticos é mais fácil que vender a imagem de sabonetes.

A questão central

"Mas o que é importante sublinhar é que Portugal tem um défice da Balança de Transacções Correntes (BTC) muito significativo, pois compramos muito mais ao exterior em bens e serviços do que vendemos.
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Ora é esse défice que tem que ser financiado. E ainda temos dívida que quer os bancos, quer a República contraíram no passado [de quase 20 mil milhões de euros] e essa dívida tem que ser refinanciada todos os anos.
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É a sua maior preocupação?
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Portugal é um dos países com um dos maiores défices da BTC do mundo. Quer em percentagem do PIB, quer em valor absoluto. O país com maior défice da BTC é os EUA, o segundo é a Espanha. E Portugal está nos dez primeiros. E o desafio é este, pois financiar este défice vai ser muito mais difícil do que foi até aqui. E pode até não ser possível.
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E se não for possível?
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Terá consequências negativas quer nos programas de investimento que queremos fazer em Portugal, quer no nível de vida dos portugueses. A necessidade de financiar um dos défices da BTC maiores do mundo e de refinanciar a dívida que emitimos no passado é a questão central.
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Em condições do boom financeiro dos últimos dez anos era facílimo, em condições da actual crise de crédito é muito complicado. Portugal, nas emissões internacionais de obrigações da República, que têm associado o melhor rating que existe, antes de começar a crise financeira pagava 0,2 por cento a mais do que a Alemanha. Neste momento as obrigações a 10 anos emitidas pela República já pagam mais um por cento do que a dívida alemã. Este é um sinal claríssimo do como o mercado está a fazer a selecção dos vários países. Na Grécia a situação ainda é pior, pois paga mais de dois por cento a mais do que a Alemanha, quando há um ano pagava mais 0,3 por cento, enquanto a Espanha paga quase tanto como Portugal, e a Itália e a Irlanda, que há um ano pagavam o mesmo que Portugal, agora até pagam mais. O mercado está a penalizar os países do Sul da Europa, e também a Irlanda, exigindo-lhes um preço cada vez maior para os financiar. O problema está muito para além dos bancos."
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Entrevista a Fernando Ulrich no Público de hoje por Cristina Ferreira.
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Parece que Ulrich também não está de acordo com a Inteli.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

O dia mais importante

No meu calendário profano este é um dos dias mais importantes... o solestício de Inverno.
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A partir daqui os dias começam a crescer!!!
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Urrah!!!

Este é o tempo para repensar a estratégia (parte V)

Esta época do ano é sempre boa para algumas arrumações.
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Ao empreender uma delas fui interpelado por um artigo de Ram Charan na revista Fortune de 18 de Fevereiro deste ano: "Ram's Rules".
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"Don't expect the good times to roll for quite some time, says one of the Fortune 500's favorite management gurus. But smart executives can use the downturn to make their companies better, stronger, and faster. Here's how"
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Eis as 4 regras que Ram Charan aconselha a seguir:
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"1. Keep building. When the top line looks shaky and the bottom line worse, the temptation is to go after discretionary spending. Fine - but do not consider product development, innovation, and brand building optional. Sacrificing your future for a slightly more comfortable present is not worth it. If you keep building, you can come back strong."
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"2. Communicate intensively. Get information from where the customer action is, and get it to the operating people - fast. Companies should do so routinely, of course. But they don't. It's counterintuitive but true that when the economy slows down, the pace of decision-making has to speed up, because you can't put off the tough choices anymore. The companies that are readiest to act on solid information are primed to shoot ahead of the business cycle."
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"3. Evaluate your customers. In good times, companies manage the P&L; in bad times, cash and receivables matter more. Therefore, you need to identify your higher-risk, cash-poor customers. You could decide to simply not supply them anymore - that's harsh but sometimes necessary. You don't want to be this decade's Nortel or Lucent, which continued to ship to companies whose ability to pay for equipment, it turned out, was nil. Alternatively, and this helps build good relations, work out a way to keep going - for example, by helping finance purchases or supplying smaller quantities. The point is, a downturn is a very good time to do a quality check on your customers."
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"4. Just say no to across-the-board cuts. By all means cut costs if it makes sense to do so, but make sure there is purpose in how you do it. It may be useful to clean out the metaphorical attic - for example, by pruning your product line. ... The key: If you have to cut costs, don't try to be fair about it. As I have said before, the world does not inflict pain evenly, and you have to deal with that reality."
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Chegados ao fim das ilusões...

... não sei se as ilusões do fim vão poder ir longe.
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São notícias destas que vão criar a pressão da rua para que Portugal saia do euro, para que o governo português volte a ter umas impressoras na cave e possa agir muito zimbabwenamente... como aliás estão a fazer os governos americano, inglês e suiço.

Boas notícias

Não estou a ser irónico!
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O artigo de Mónica Silvares no Diário Económico de hoje "Exportações para a Europa entram no vermelho"
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No 'lead' do texto pode ler-se:
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"Os efeitos da crise financeira já estão a afectar negativamente as exportações nacionais. As vendas de mercadorias para a União Europeia registaram uma contracção de 0,4% de Janeiro a Outubro, de acordo com os dados preliminares da Aicep a que o Diário Económico teve acesso. Este é um comportamento inédito pelo menos desde 1993, um ano igualmente de recessão."
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Não basta olhar para os números. Há que olhar para eles inseridos num contexto específico.
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Para mim uma contracção de 0,4% é uma boa notícia... basta comparar com o que está a acontecer ao Japão:
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"Exports From Japan Fall at a Record Pace"
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"Exports fell 26.7 percent compared with a year earlier, the Finance Ministry said Monday in Tokyo, the sharpest drop since comparable data were made available in 1980."

A tentação é grande

Basta olhar para o modelo acima, feito com base nas previsões de Roubini para perceber a tentação de quebrar estes ciclos atacando o rácio Procura sobre a Oferta.
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Se a Procura está em derrocada há uma caixa de Pandora que pode ser aberta ... trucidar (está na moda) parte da Oferta. Como? Apelando ao proteccionismo.
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Algumas reflexões sobre o tema "Protectionist dominoes are beginning to tumble across the world" por Ambrose Pritchard no Telegraph.
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O António Maria já há muito tempo que anteviu a cena ao falar de um novo Tratado de Tordesilhas para os tempos modernos.

Migração de valor (parte XIII) ou Ersatz (parte IV)

"Over the past year Asda, which is owned by Wal-Mart, the world's biggest retailer, has seen a marked increase in spend by so-called AB1 shoppers, the kind of affluent consumers who have traditionally bought their food at Marks & Spencer or Waitrose."
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"Asda chief has eye on a good buy for every kind of shopper"

domingo, dezembro 21, 2008

Sessão I (3 horas) - Centro Tecnológico

Não esquecer a palavra-chave para os acetatos.
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Acetatos parte 1 - O arranque.
Na primeira parte abordamos a necessidade de mudança. Qunado as organizações aspiram a resultados futuros desejados diferentes dos actuais, têm de se transformar.
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Num processo de transformação é importante equacionar o futuro, a Visão, o nosso ponto de chegada. E a Missão, a nossa essência, a nossa razão de ser, a nossa autenticidade: acham que faria algum sentido uma fusão entre a Disney e a empresa responsável pelos Simpson?
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Quando penso em transformação penso logo na definição de sistema de gestão da ISO 9000.
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Acetatos parte 2 - O pensamento sistémico.
Não há acasos:
Acetatos parte 3 - Para viajar para o futuro precisamos de uma estratégia.
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Quando se fala de estratégia vem rapidamente à baila este artigo de Michael Porter "What is strategy?" publicado pela Harvard Business Review em Setembro de 1996 (uma cópia pirata pode ser conseguida aqui - digitar no PDF) (chamo a atenção para, na página 68, a secção "III. A Sustainable Strategic Position Requires Trade-offs", algo fundamental recordar quando abordarmos a definição dos clientes-alvo e da disciplina de valor a que nos vamos submeter, para os bem servir com vantagens competitivas sustentáveis.)
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Quando se fala em estratégia outros nomes que me vêm à mente são:
Acetatos parte 4 - A origem e a evolução do balanced scorecard (BSC)
Precisamos de transformar as organizações para poder viajar para o futuro desejado, o destino onde poderemos aspirar a obter os resultados desejados.
Viajar significa percorrer um caminho, significa concretizar e materializar uma estratégia no quotidiano de uma empresa.
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Ora formular estratégias é sexy... o problema é a sua implementação! Um BSC 3.0 é uma boa ferramenta para executar uma estratégia. É uma boa forma de descer da estratosfera e aterrar na realidade do dia-a-dia.
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Bibliografia sobre os temas a desenvolver nesta experiência formativa pode ser encontrada aqui: Introdução.
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Continua.

A dança da chuva

João Miranda escreve hoje no DN, num artigo de opinião intitulado "Mais um plano".
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O plano é este:
Procuremos então mergulhar dentro do plano, fazendo um zoom, para ...
... perceber como é que as entradas dão origem às saídas.
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Et voilá!!!
"No entanto, estes benefícios não passam de conjecturas que pressupõem uma relação causa-efeito entre as medidas tomadas e o crescimento económico."
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Eheheheh!!!
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Este mambo-jambo faz-me lembrar cada vez mais a dança da chuva:
Roubei esta imagem a um artigo que gosto muito e que julgo que é injustamente esquecido “Successful Change Programs Begin with Results", publicado pela Harvard Business Review em Jan/Fev. 1992 (mesmo número em que foi publicado o artigo original de Kaplan e Norton) da autoria de R. Schaffer & H. Thomson (Schaffer é autor de um livro que li em 1992 ou 1993 e que ainda hoje recomendo a quem queira liderar projectos de mudança numa organização "The Breakthrough Strategy").
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Nesta imagem os bonecos realizam uma dança-da-chuva...
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Schaffer no artigo tem esta frase espectacular “rain dance” is the ardent pursuit of activities that sound good, look good, and allow managers to feel good – but in fact contribute little or nothing to bottom-line performance."
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"“The government is looking at this from a purely macroeconomic level. They have to consider the microeconomics and buil a model up from that to macro to find a way to hopefully fix this. This would hopefully help the common man survive this turmoil with something left to show for years of hard work.” "
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O artigo remata enumerando o lado negativo certo destes planos:
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"Durante as recessões, determinados meios de produção ficam inactivos, a produção baixa e o desemprego aumenta. Um plano keynesiano, como o que o Governo apresentou, visa aproveitar os meios de produção inactivos. O Governo tem de saber não apenas quais são os meios de produção inactivos, mas também quais são as medidas exactas que poderão mobilizar esses meios de produção sem distorcer a economia.
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O trabalho de Friedrich Hayek sobre a importância da informação na economia sugere que este projecto é impossível. O Governo desconhece a informação relevante para determinar os meios de produção inactivos e a forma como eles podem ser mobilizados. Esta informação encontra-se dispersa por toda a economia e é ela própria o objecto da actividade económica. As medidas que constam do Governo não mobilizam apenas os factores de produção inactivos, mas todos os factores produção.
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Por exemplo, os projectos de obras públicas que o Governo pretende lançar não beneficiarão apenas as empresas sem clientes e os trabalhadores no desemprego. Estes projectos vão beneficiar empresas com uma boa carteira de clientes e trabalhadores que não correm qualquer risco de ir para o desemprego. O plano do Governo pode até criar problemas estruturais geradores de desemprego porque desloca recursos das actividades produtivas e sustentáveis para projectos públicos desnecessários."
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O que João Miranda se esquece é que o governo acredita profundamente na teoria do Grande Geometra, do Grande Planeador... apesar de pregar aos empresáros a necessidade de mudar de esquema mental, ainda não estão preparados para a humildade de Kepler.
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Há que não esquecer as lições do passado:
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"Although deep downturns are destructive, they can also have an upside. The Depression-era economist Joseph Schumpeter emphasized the positive consequences of downturns: the destruction of underperforming companies, the release of capital from dying sectors to new industries, and the movement of high-quality, skilled workers toward stronger employers. For companies with cash and ideas, history shows that downturns can provide enormous strategic opportunities"
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Tom Nicholas in "Innovation lessons from the 1930s " no The McKinsey Quarterly.

sábado, dezembro 20, 2008

O mundo das possibilidades

Ainda na quarta-feira recordei estas palavras de Covey:
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"Highly proactive people recognize that responsibility. They do not blame circumstances, conditions, or conditioning for their behavior. Their behavior is a product of their own conscious choice, based on values, rather than a product of their conditions, based on feeling.
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Because we are, by nature, proactive, if our lives are a function of conditioning and conditions, it is because we have, by conscious decision or by default, chosen to empower those things to control us.
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In making such a choice, we become reactive."
(...)
"It's not what happens to us, but our response to what happens to us that hurt us." (Isto é tão verdadeiro!!!)
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Foi delas que me lembrei ao começar ao recordar Benjamin Zander.
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Ainda há dias aqui e aqui defendíamos e explicávamos porque não devemos ser pessimistas por que devemos abrir a nossa mente ao mundo das possibilidades... por cada porta que se fecha há sempre uma janela que se pode abrir, desenhar ou construir.
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A atitude é fundamental!
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Via Presentation Zen cheguei a esta apresentação de Benjamim Zander. Começamos pela atitude, e depois... vejam como a táctica de começar pelo fim é proposta. Como ela é utilizada, nas palavras de Zander, para focar, para concentrar os esforços de aperfeiçoamento.
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Esta é a minha prenda de Natal para os meus amigos: Aranha; Duck; Raul e Teresa.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Talvez a luz ao fundo do túnel seja afinal...

... outro comboio que se aproxima.
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Será que vem mesmo aí outra rodada de bordoada financeira?
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No António Maria "A segunda vaga da crise hipotecária".
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Via José Silva do Norteamos "Global systemic crisis – New tipping-point in March 2009: 'When the world becomes aware that this crisis is worse than the 1930s crisis' "
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Um cheirinho (fétido de sulfureto de hifrogénio, dado o conteúdo):
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"A whole range of psychological factors will contribute to this tipping point: general awareness in Europe, America and Asia that the crisis has escaped from the control of every public authority, whether national or international; that it is severely affecting all regions of the world, even if some are more affected than others (see GEAB N°28); that it is directly hitting hundreds of millions of people in the “developed” world; and that it is only worsening as its consequences reveal throughout the real economy. National governments and international institutions only have three months left to prepare themselves to the next blow, one that could go along severe risks of social chaos. The countries which are not properly equipped to cope with a surge in unemployment and major risks on pensions will be seriously destabilized by this new public awareness. "
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"we anticipate that the minimum duration of the decanting phase of the crisis is 3 years (1). It shall be finished neither in spring 2009, nor in summer 2009, nor at the beginning of 2010. It is only towards the end of 2010 that the situation will start stabilizing again and improving a little in some regions of the world, i.e. Asia and the Eurozone, as well as in countries producing energy, mineral and food commodities (2). Elsewhere, it will continue; in particular in the US and UK, and in all the countries depending on their economy, were the duration could approximate a decade. In fact these countries should not expect any real return to growth before 2018. Moreover no one should imagine that the improvement at the end of 2010 will correspond to a return of high growth. The recovery will take long."
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"Finally, among the various consequences of the crisis for dozens of millions of people in the US, Canada, UK, Japan, Netherlands and Denmark in particular (3), there is the fact that, from the end of the year 2008 onward, news about major losses on the part of the organizations in charge of managing the financial assets supposed to finance pensions will multiply. "
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Um comentário a um postal de Roubini ilustra bem a minha maior preocupação actual. Gosto de pensar em sistemas, em cadeias de relações de causa-efeito, em jogos de equilibrio e desiquilibrio entre vectores concorrentes ou divergentes, gosto de modelar o comportamento dos sistemas e tenho horror ao tratamento dos acontecimentos como eventos isolados. Por isso, não posso estar mais de acordo com este comentário e recear as consequências do que ele significa:
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"“The government is looking at this from a purely macroeconomic level. They have to consider the microeconomics and buil a model up from that to macro to find a way to hopefully fix this. This would hopefully help the common man survive this turmoil with something left to show for years of hard work.” "
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Adenda: a primeira vez que usei aquele marcador "desde que ouvi o ministro pinho dizer que a crise financeira não afectará a economia" neste blogue foi a 15 de Setembro de 2007... mais uma vez "Não há acasos, todas as coincidências são significativas)

Não há acasos...

... todas as coincidências são significativas.
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Para ilustrar este postal de Pedro Arroja "o custo da trapalhice" que tal descobrir que o principal grupo normando faz destas: "Fisco reembolsa contribuintes com cheques fora da validade"
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Este é o tempo para repensar a estratégia (parte IV)

Continuando com a reflexão de Rumelt do artigo da Mckinsey Quarterly e em linha com estes outros conselhos.
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  • "If you can’t survive hard times, sell out early. Once you are in financial distress, you will have no bargaining power at all.
  • In hard times, save the core at the expense of the periphery. When times improve, recapture the periphery if it is still worthwhile.
  • Any stable source of good profits—any competitive advantage—attracts overhead, clutter, and cross-subsidies in good times. You can survive this kind of waste in such times. In hard times you can’t and must cut it.
  • If hard times have a good side, it’s the pressure to cut expenses and find new efficiencies.
  • Cuts and changes that raised interpersonal hackles in good times can be made in hard ones.
  • Use hard times to concentrate on and strengthen your competitive advantage. If you are confused about this concept, hard times will clarify it. Competitive advantage has two branches, both growing from the same root. You have a competitive advantage when you can take business away from another company at a profit and when your cash costs of doing business are low enough that you can survive in hard times.
  • Take advantage of hard times to buy the assets of distressed competitors at bargain-basement prices. The best assets are competitive advantages unwisely encumbered with debt and clutter.
  • In hard times, many suppliers are willing to renegotiate terms. Don’t be shy.
  • In hard times, your buyers will want better terms. They might settle for rapid, reliable payments. Focus on the employees and communities you will keep through the hard times.
  • Good relations with people you have retained and helped will be repaid many times over when the good times return."

Este é o tempo para repensar a estratégia (parte III)

Continuado daqui.
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A revista The Mckinsey Quarterly publicou um interessante artigo de Richard Rumelt intitulado "Strategy in a ‘structural break’ ".
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Mais um convite para a reflexão estratégica que se impõe neste momento, e recheado de interessantes conselhos:
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Alguns trechos que destaco do pensamento de Rumelt são:
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"There is nothing like a crisis to clarify the mind. In suddenly volatile and different times, you must have a strategy. I don’t mean most of the things people call strategy—mission statements, audacious goals, three- to five-year budget plans. I mean a real strategy."
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"By strategy, I mean a cohesive response to a challenge. A real strategy is neither a document nor a forecast but rather an overall approach based on a diagnosis of a challenge. The most important element of a strategy is a coherent viewpoint about the forces at work, not a plan."
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"I think we are looking at a structural break with the past—a phrase from econometrics, where it denotes the moment in time-series data when trends and the patterns of associations among variables change.A corporate crisis is often a sign that the company’s business model has petered out—that the industry’s underlying structure has changed dramatically, so old ways of doing business no longer work."
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"We know in our bones that the future will be different. When the business model of part or all of the economy shifts in this way, we can speak of a structural break."
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"Structural breaks render obsolete many existing patterns of behavior, yet they point the way forward for some companies and at times even for whole economies."
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"The wrong way forward in a structural break during hard times is to try more of the same. The break and the hard times are sure indications that an old pattern has already been pushed to its limits and is destroying value"
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"So during structural breaks in hard times, cutting costs isn’t enough. Things have to be done differently, and on two levels: reducing the complexity of corporate structures and transforming business models. At the corporate level, the first commandment is to simplify and simplify again. Since companies must become more modular and diverse, eliminate coordinating committees, review boards, and other mechanisms connecting businesses, products, or geographies. The aim of these cuts is to provide lean central and support services that don’t require business units to spend time and energy coordinating their activities."

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Só fazendo desenhos

Depois destas lições one-on-one pedir mais a Pedro Arroja... só se for pedir-lhe que faça um desenho ... e eu, que sou um visual, mesmo sem desenho, percebi.
Não esquecendo este precioso comentário de CN:
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Este é o tempo para repensar a estratégia (parte II)

Continuado daqui.
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Acerca da necessidade de repensar as estratégias das empresas, li um artigo que vai directo ao assunto.
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Um artigo que devia ser lido por muita boa gente, sobretudo por quem grita a plenos pulmões que os bancos têm de emprestar dinheiro às empresas, às cegas.
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Ler e estudar este artigo é um mustRethink Your Strategy: An Urgent Memo to the CEO” da autoria de Paul Branstad, Bill Jackson e Shumeet Banerji.
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“the events of October 2008 should cause you to rethink the strategy for your business. The purpose of this article is to explain why this is so important and what to do next.

But the speculative bubbles have burst, and now, the most critical thing is to see the dynamics clearly—not as an investor, but as a decision maker with a company to steer.
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Given the potential for discontinuous changes in the structure of your industry, playing your hand well means changing your stance. It also means preparing your company to move aggressively to seize strategic opportunities. These opportunities will likely present themselves sooner rather than later. That’s why the preparation cannot be postponed. The prescriptions for the weak are different from those for the strong.“
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Neste blogue tenho escrito sobre o tema da “Migração de valor” (por exemplo: Migração de valor (parte XII) ou Ersatz (parte III), da frugalidade (Frugalidade e ilusionismo) e da poupança (A Via Espartana).
Os autores do artigo ilustram as mudanças no padrão de consumo dos consumidores da seguinte forma:

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Depois, à boa maneira anglo-saxónica, os autores entram a matar:
“If your company is not well positioned right now, it is time to face the facts. (e se uma empresa que não está bem posicionada pede dinheiro emprestado a um banco, para arranjar tempo para suster a respiração, sem estudar previamente o que tem a fazer) You are probably going to be up against the wall—or, at best, your business will be much reduced. It doesn’t matter how you rationalize the circumstances that brought you here. The important thing is to prepare to take bold action to save as much value as you can. Denial will not add value.
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The most precious thing you have is time—and you may not have much. Do not waste it as some others recently have,
notably at The Bear Stearns Companies and Lehman Brothers Holdings. Instead, look dispassionately at your business.
Judge its relative position honestly, by answering a few tough, value-testing questions:”

Depois, continuam no mesmo estilo “If you honestly conclude you are weak, time is of the essence. Figure out how to best position your assets and your people and take the right steps to give every piece of your company its best chance to succeed, even if under different ownership.
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Para as empresas que não estão encostadas à parede os autores propõem:
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“For everyone else—all those companies that aren’t up against the wall— the first objective is to become as strong as possible, as fast as possible. We are entering a period in which it will be enormously valuable to be able to act decisively from a position of strength and in a long-term, genuinely strategic manner.”
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Em cima da mesa estão 5 jogadas estratégicas possíveis neste ambiente de turbulência.

Já à muito que escrevo e prego a máxima “concentrar uma organização no que é essencial”. Deitar fora, eliminar, vender tudo o que não é essencial para chegar ao futuro desejado.
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“First, reexamine your portfolio of businesses and shed the marginal ones.“

“For each business, ask: Is it core to your company’s future value? Can you envision it as the basis for a sustaining stream of attractive rowth opportunities? Does it offer a path to building financial performance that is greater than what investors can earn elsewhere in their equity portfolios?
Concentrate your corporate strategy on the businesses for which you can answer “yes” to all three questions— and monetize the rest. There will be too many good opportunities for you to build on this core to bother with anything else.“
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Como Portugal vive em crise há oito anos, as receitas que tenho pregado neste blogue e junto das empresas são as mesmas que os autores propõem agora para as empresas neste ambiente de crise global. Reparem bem na linguagem…
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“Also answer this question: Who are your most important customers? Focusing on your most valuable customers will be just as important as focusing on your most valuable businesses.
On the demand side, these are the customers whose missions will grow the fastest and who reward you with loyalty and respect. If you are a business-to-business producer, seek out customers who recognize your product or service as the one that delivers the greatest surplus value relative to their next best alternative—regardless of its price or your profits.
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On the supply side, your most valuable customers are those with critical needs for the products that offer you the greatest ability to compete not just on price but on value. Forget about your also-ran, me-too offerings.
Bet your business on the products and services in which you have a competitive advantage through your capabilities: your technology, your cost position, your design and manufacturing skills, and your ability to reach and serve customers effectively.
If you are strong, you will always see opportunities to better serve your most valuable customers and to gain more market share. You only have to be willing to challenge yourself to look. Spare extra cash for the customers that matter. Stay focused on your best businesses, your best products, and your best customers.”
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Convém analisar as outras 4 propostas de acção.
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“Prepare to Weather the Storm”: “We are and will continue to be in a recession. Consumer demand is not coming back to superheated levels anytime soon, and pressure on prices and margins will only increase (Não tenham ilusões!!! Não vão voltar!!!). So don’t wait. Reduce your breakeven now—by a lot. (E os bancos não têm razão ao serem prudentes sobre emprestar dinheiro neste momento?)
If at all possible, you should make your company profitable even in the worst-case scenario, if for no other reason than to demonstrate its staying power. This means lowering your break-even volume, your break-even volume as a percentage of capacity, and your capacity, all at the same time.”
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“Anticipate the Future Industry Structure”: (Esta proposta devia ser enviada a muito boa gente. Gente que fala muito e reflecte pouco ou, apesar da pouca experiência que tem no terreno, não se coíbe de mandar postas-de-pescada). “do your economic homework and decide how your industry should be structured as it moves into recovery.
Anticipate that major changes may now be possible whereas before you may only have thought incrementally.
This downturn is a once-in-a-century opportunity to redefine your competitive position.
(Atenção a este pormaior) “Voices arguing for simple, rapid solutions should be suppressed. The situation you are in is unique and you probably do not yet know enough. Most likely, you do not already have an established process within your business for rigorously constructing fact-based industry perspectives. You need to direct your company to create such a process.” (Pois, recorrer a empréstimos sem qualquer reflexão estratégica, para suster a respiração debaixo de água faz-me lembrar esta estória, infelizmente verdadeira À espera da retoma).
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“Resolve Your Game Plan”: “The key for these expenditures is prioritization. In good times, companies are known to become sloppy with some investments. R&D, new product development, and capital expenditures are the places where your priorities should play out most clearly.
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Within your core businesses, you will want to be strategically aggressive— to fight for increased market share and the conversion to your brands of the most valuable product and customer segments. But avoid using pricing to secure the volume you need to cover fixed costs you shouldn’t have in the first place. Maintaining both the value you deliver to customers and your ability to get customers to recognize and pay for that value will be particularly critical in the quarters ahead. Required rates of return have gone up (Está escrito nas estrelas… crédito mais caro implica que o dinheiro investido no negócio tem de render mais do que era o padrão no universo económico anterior onde vivíamos). Market demand is going down.

Quanto às conclusões:
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“… Understand and plan for the worst-case scenario (atenção spin-doctors estão a seguir a opção errada nesta estórias da gestão das expectivas), and manage your balance sheet tightly.
Concentrate on your core businesses and on your most strategically valuable customers. These are your only priorities. (Agora ainda mais importante do que nunca)
• Rethink your growth and investment strategy for those core businesses, anticipating the opportunities that will come to you. Seek out opportunities to restructure the industries around these businesses.”
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Se um banco pedir evidências deste tipo de reflexão estratégica a uma empresa que lhe peça dinheiro emprestado o que é que vai receber?

Por tudo isto não creio que este seja um bom título, ou um bom tema "Conferência “Como Crescer em Tempo de Crise”".

Adenda das 08:08 - "Fresh credit strains in Europe as Deutsche Bank shocks markets"

"Standard & Poor's warned that a fifth of all lower-rated companies in Western Europe and the UK are likely to default over the next two years, greatly exceeding the scale of bankruptcies after the dotcom bust." ...

"The European Central Bank warned in its Financial Stability Report this week that lenders are at risk from a deeper slowdown than expected. "Banks need to be especially vigilant in ensuring that they have adequate capital and liquidity buffers to cushion the risks that lie ahead," it said."

Sem comentários...

"O empresário acrescentou que a sua firma não tem recebido o reconhecimento devido por parte do Governo e lamenta que a Energie só tenha conhecimento de apoios para a indústria quando "já é demasiado tarde" e os "players habituais" se apropriaram das verbas disponíveis. E exemplificou com o facto de a empresa não ter recebido qualquer informação sobre o recente lançamento de um pacote de 60 milhões de euros de ajudas para o sector das energias alternativas."
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O pão nosso de cada dia...
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"e Portugal perderia um pólo de produção na área da "energia limpa"." tanta preocupação do governo com 35 postos de trabalho numa empresa 'marginal'... então, os amigos que recebem os apoios não são pólos de produção na área da "energia limpa".
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Artigo "Ministério tenta travar deslocalização para Espanha de fábrica de painéis solares" assinado por Ângelo Teixeira Marques no Público de hoje.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Minha alma está parva!!!

A União das Republicas Socialistas Europeias nunca esteve tão próxima.
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"Estado admite entrar no capital de empresas a reestruturar"
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O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, admitiu hoje a possibilidade de o Estado entrar "transitoriamente" no capital das empresas que vierem a ser reorganizadas e que recorram ao fundo de reestruturação industrial.
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O governante, que falava na Comissão de Orçamento e Finanças, adiantou ainda que a criação deste fundo, aprovado sábado no conselho de ministros extraordinário, no âmbito do plano anti-crise, prevê "investimentos e participações no capital para que, caso as empresas assim o queiram, o Estado possa ser sócio transitoriamente no processo de reestruturação da empresa."
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A medida visa essencialmente pequenas e médias empresas."
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Ouvi esta manhã o presidente do Sporting na TSF. O homem disse algo do género "O dinheiro é um bem cada vez mais escasso que tem de ser usado com sabedoria."
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"The freedom to fail is an essential part of freedom." (hat tip para o Gabriel Silva)
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Estes governantes americanos e europeus parecem lemingues em marcha ordenada para o irresistível precípicio.

Paulatinamente...

... a onça de ouro hoje já 'tocou' os 880 dolares.
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E o dolar já vale menos de 87,8 yenes.

E já olharam bem para eles?

Raquel Martins no Jornal de Negócios de hoje escreve:
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"Metade dos funcionários públicos não tem objectivos definidos
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Quase metade dos funcionários públicos não tem objectivos definidos para 2008 não podendo por isso ser avaliados, o que terá consequências graves na progressão na carreira e na atribuição de prémios de desempenho no próximo ano."
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E olhando para os objectivos já definidos o que se vê? Já olharam bem para eles?
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Já avaliaram até que ponto estão alinhados com os objectivos do departamento ou organização?
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Já perguntaram a um funcionário público com objectivos definidos como é que estes objectivos foram estabelecidos?
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Conheço alguns que têm os objectivos definidos por eles próprios a pedido das chefias.
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E as metas? Outro filme...

Gestão de pessoas

Diferentes propostas de valor requerem diferentes culturas organizacionais e pessoas com diferentes características de personalidade.
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Se a sua empresa aposta na inovação, na diferenciação pela novidade, pela surpresa, pelo desempenho superior, então, é uma empresa que tem de caminhar por terrenos novos, que tem de abrir estradas e caminhos, que tem de ir à frente, que tem de testar novidades e arriscar.
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Nesse caso faz todo o sentido ler e emular estas práticas tão bem descritas por Robert Sutton em "Extraordinary Contempt and Defiance Beyond the Normal Call of Engineering Duty"
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Pero todavia, se a sua empresa aposta na competição pelo preço mais baixo... cuidado com as prima donnas, el@s vão, de boa-fé, querer introduzir alterações que vão perturbar a eficiência dos processos. Imagine um empregado criativo na cozinha de um MacDonald's!
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Pero todavia, se a sua empresa aposta na competição pelo serviço feito à medida ... cuidado com as prima donnas, el@s vão, de boa-fé, esquecer que as ideias dos clientes são mais importantes que as suas próprias ideias e vão querer introduzir novidades não desejadas.
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Este é o tempo para repensar a estratégia (parte I)

Na passada segunda-feira, num comentário ao postal Como eu olho para a crise o meu amigo Aranha comentou:
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“Eu hoje em dia sinto-me esmagado! Cansado do tema Crise...”
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Por que escrevo e procuro o máximo de informação sobre a Crise?
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Não, não é para chorar!!!
Não, não é por masoquismo!!!
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Não, não é para ganhar pontos políticos!!! (Prisioneiros da sua natueza... sem alternativa para escapar?)
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Não, não é para …
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É para melhor compreender a realidade que me rodeia, o que se passou, o que se está a passar e as janelas de possibilidades para o que poderá se passar no futuro.
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É para melhor identificar as forças motrizes em jogo e melhor articular as relações de causa-efeito entre elas.
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É para melhor caracterizar o terreno onde as organizações com que trabalho vão ter de actuar.
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Podemos não ter poder para mudar o oceano e as correntes onde as organizações operam, mas podemos tentar percebê-los um pouco menos mal para nos situar-mos e melhor conceptualizar-mos as opções disponíveis.
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Se procuro retratar e sentir os fluxos da realidade, e a energia em jogo nas regiões de subducção das placas tectónicas do mercado, não é para me queixar ou melhor aconselhar as organizações a pedirem subsídios e apoios (essa é uma guerra onde não entro). O segundo homem da minha vida profissional, Stephen Covey (o primeiro foi Peter Drucker) chama a atenção no seu livro, "The seven habits of highly effective people", para:
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"It means more than merely taking initiative. It means that as human beings, we are responsible for our own lives. Our behavior is a function of our decisions, not our conditions."
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"Highly proactive people recognize that responsibility. They do not blame circumstances, conditions, or conditioning for their behavior. Their behavior is a product of their own conscious choice, based on values, rather than a product of their conditions, based on feeling.
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Because we are, by nature, proactive, if our lives are a function of conditioning and conditions, it is because we have, by conscious decision or by default, chosen to empower those things to control us.
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In making such a choice, we become reactive."
(...)
"It's not what happens to us, but our response to what happens to us that hurt us." (Isto é tão verdadeiro!!!)
(...)
"Many people wait for something to happen or someone to take care of them. But people who end up with the good jobs are the proactive ones who are solutions to problems, not problems themselves, who seize the initiative to do whatever is necessary, consistent with correct principles, to get the job done."
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Percepcionando a realidade, percepcionando as mudanças em curso, chega-se a uma situação onde se torna imperativa a frieza da análise à la Greenwald e Kahn: Faz sentido continuar a apostar num negócio?
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O governo e as associações empresariais pressionam os bancos para que emprestem dinheiro às empresas "Teixeira dos Santos: ”É preciso pressionar os bancos para que façam chegar o dinheiro às empresas”" (que comentei aqui: Comunicamos por sombras através de biombos)
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No entanto, as mudanças em curso muito cedo desenharam um cenário muito mais exigente para as empresas no futuro, ainda antes da derrocada na procura que ocorreu no último mês, com o aumento da exigência de rentabilidade do negócio:
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“Pelo contrário, se o crédito se tornar mais escasso e com taxas de juro superiores (cuidado com os spreads), as empresas terão de apostar em estratégias com um maior grau de pureza, risco e taxas de mortalidade mais elevadas, mas taxas de rentabilidade mais atractivas.” que avancei aqui: Que futuro? e esquematizei assim:
O governo e as associações empresariais querem que os bancos emprestem dinheiro às empresas!
Para que serve um banco?
O dinheiro não é do banco, é dos seus depositantes e investidores. A função do banco é salvaguardar os interesses dos donos do dinheiro.
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Que garantias têm os bancos de que as empresas vão aplicar bem o dinheiro?
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E as empresas vão aplicar o dinheiro onde? A fazer o quê?
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Que reflexão estratégica fizeram?
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Se o dinheiro for para suster a respiração e manter tudo como está quase de certeza que vai ser mal aplicado. Para evitar esse desperdício há que repensar o futuro das empresas e das suas estratégias nestes tempos turbulentos e no “day after”.
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Quando há um terramoto de grande magnitude comparam-se fotografias do aspecto de construções, de bairros, de estradas e pontes antes e depois do acontecimento.
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Nós estamos a viver um desses terramotos só que em slow-motion, não dura apenas os 40-70 segundos da praxe.
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Assim, antes que o futuro fique desenhado convém aproveitar o tempo para rever a estratégia, para rever o posicionamento de uma empresa e agir.
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Do livro "Confronting Reality - Doing what matters to get things right" de Larry Bossidy & Ram Charan relembro:
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“To confront reality is to recognize the world as it is, not as you wish it to be, and have the courage to do what must be done, not what you’d like to do.”
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"The most widespread unrealistic behavior when the game changes drastically is to violate the First Law of Holes (when you're in one, stop digging). People redouble their efforts to do waht they know best. They often achieve heroic results - which are, alas, almost as often pointless, because they fail to confront the new realities.”
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Se o dinheiro dos bancos chegar às empresas quanto dele não será para cavar ainda mais o buraco?
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Este é o tempo para repensar o futuro e a estratégia. Sem isso emprestar dinheiro é pôr dinheiro sobre os problemas e não sobre as oportunidades.
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Este é o tempo de voltar ao fundamental (back to the basics) e o fundamental foi capturado por Peter Drucker no livro “Managing in Turbulent Times. Para tempos turbulentos propunha:
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“The manager will have to look at her task and ask, “What must I do to be prepared for danger, for opportunities, and above all for change?”
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First, this is a time to make sure that your organization is lean and can move fast. So this is a time when one systematically abandons and sloughs off unjustifiable products and activities—and sees to it that the really important tasks are adequately supported.”

"In turbulent times, the first task of management is to make sure of the institution’s capacity for survival, to make sure of its structural strengths, of its capacity to survive a blow, to adapt to sudden change, and to avail itself of new opportunities."
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“The greatest and most dangerous turbulence today results from the collision between the delusions of the decision makers—whether in governments, in the top managements of businesses, or in union leadership—and the realities.
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But a time of turbulence is also one of great opportunity for those who can understand, accept, and exploit the new realities. One constant theme is, therefore, the need for the decision maker in the individual enterprise to face up to reality and resist the temptation of what “everybody knows,” the temptations of the certainties of yesterday, which are about to become the deleterious superstitions of tomorrow. To manage in turbulent times, therefore, means to face up to the new realities. It means starting with the question: “What is the world really like?” rather than with the assertions and assumptions that made sense only a few years ago.”
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Continua brevemente.

terça-feira, dezembro 16, 2008

O canário grego

Antes de ler este postal "Why We All Need To Keep A Watchful Eye On What Is Happening In Greece" convém arranjar um tempo para o ler com clama e para reflectir no seu conteúdo.
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Como já confessei neste blogue um bom 'soundbyte' é um isco enrolado no anzol a que raramente resisto, e o Joaquim do Portugal Contemporâneo conseguiu um com o título "vai ser bonita a festa, pá"... mas voltemos ao artigo assinado por Edwar Hugh no Europe EconoMonitor.
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"The above quited paragraph from the IMF is a very good example of what used to be the orthodox wisdom about Greece's economic imbalances - that given EMU membership the availability of external financing should not be a concern, and that the Greek economy is effectively too small for it to constitute a menace to the stability of the eurozone itself, even on a worst case scenario. Well, if we look at the growing yield spreads you can see in the chart above (please click for better viewing) the first premiss seems to be in real danger of falling, EMU membership no longer gives an automatic guarantee of oncost-free external financing, and if you look at the names of the other countries lining up in the queue behind Greece - Italy, Spain and Portugal in particular - you can begin to see the outline of a contagion mechanism whereby the coming to reality of the worst case Greek scenario might just extend itself into a problem of sufficient magnitude to transmit Greek vulnerabilities across and into the entire euro area. No one is too small to be a problem when it comes to financial crises, ..."
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"In addition to the evident weaknesses which have now come to light in the Greek (pode sempre optar-se por trocar o nome do país por outro ...) financial system, the other worrying development we are seeing in Greece at the present time - apart that is from the largescale social conflict that has been hitting the headlines in recent weeks - is the movement in what is know as the yield spreads.
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What this means is Greek government bonds are sold cheaper (ie the government receives less for them) than their German counterparts, but their yields are higher and this is because external investors increasingly see Greece as a less creditworthy country. If Greece itself was fully self sufficient in finance (like say Japan is) then this wouldn't present a problem for bond yields (as we can see in the case of an equally indebted Japanese govenment) since domestic investors could be relied on to buy up the bonds (in a process known as "home bias"), but Greece is not self sufficient, and has to depend on external finance to fund a current account deficit of around 15% of GDP (12% para o nosso país). Thus the opening up in these spreads over the last two months most now constitute the biggest headache those responsible for managing European Monetary Union have had to face since the creation of the eurozone, since according to the well know neo-classical theory of contingent convergence they should be disappearing, and not increasing.
...
These widening spreads mean more expensive bond auctions for the Greek government, and this is just where the trouble comes, since Greece has a very hefty accumulated debt to continually refinance (around 90% GDP), and it is partly because investors don't see how a government with a damaged banking system and an economy which may soon start shrinking as the recession bites can shoulder the weight of this debt, especially given the evident difficulty faced by the Greek government in enforcing measures to reduce it (claro, aposto que por lá também há direitos adquiridos), that the widening is occuring."
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"Basically, if I could sum all this up in a nutshell I would ask, just why are we seeing rioting out on the streets of Greece, and calm placidity down there on the Spanish highway. Well, apart from the evident differences in national cultures (which I am certainly not in any way equipped to get into) I would say there is one single fact that marks out the difference: Spanish Prime Minister Jose Luis Rodriguez Zapatero can still sign any cheque he wants to to try to fend off the worst of the Spanish crisis, while Greek Prime Minister Kostas Karamanlis no longer can. Words of warnings left unheard are now coming home to roost and the Greek government's room for fiscal manoeuvre is very very limited indeed at this point. Undoubtedly time will also run out on the Spanish Prime Minister too if we continue on the present course but my point here is that we should be aware that events in Greece, depending on how badly things go, or how quickly they go bad, could end up cutting the available time for Spain (e outros, vocês sabem de quem estou a falar...) even further, via a nasty little process which is frequently known to go to work during financial crises: regional contagion."
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"The core of the problem we have before us lies in the Greek twin deficit - Greece has a very large and continuing current account defcit (around 15% of GDP) (12% para Portugal) and a very large accumulated government debt (around 90% of GDP). (mais de 60% para Portugal)"
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"Part of the reason for the recent surge in Greek external debt has been a rapid rise in domestic investment which was not matched by a similar increase in national saving (esta ideia de que o dinheiro cresce nas árvores...) - in fact household savings have been more or less stagnant - and this has meant that the gap between national saving and investment has been steadily growing since 2001" (um filme que também passou por cá e vai continuar a passar no próximo ano e a agravar-se).
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"To a large extent the decline in household saving and the increased demand for housing as a private investment vehicle can be explained by the increased access to and demand for credit in the context of financial liberalization and the lower interest rates which have followed from Greece's euro participation (same for us here in the West Coast). Undoubtedly during the years in which Greece "enjoyed" negative real interest rates, it seem a much more attractive proposition to buy a piece of property whose price it was imagined would "never fall" rather then watch savings steadily lose their value in time deposits which were effectively being ravaged by inflation attrition. On the other hand it is worth bearing in mind that gross Greek household debt - at a little over 40% of GDP - never reached the heady levels attained in Spain of around 90% of GDP."
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"In contrast, the Greek corporate sector has been running a net savings surplus throughout the entire period (and this of course is another big difference from Spain) (e de nós), with rising saving repeatedly exceeding investment. This notable increase in corporate saving has largely been the result of the strong profitability in the shipping and financial sectors, and it is this profitability which is now, suddenly, under threat in the current downturn.
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Greek government debt, on the other hand is somewhere in the region of 90% of GDP, while the deficit is currently somewhere around 3% of GDP, but none of us (including the European statistics agency Eurostat or the EU Commission) can really be too sure of all this, since the goalposts seem to be being constantly moved in more than the football stadia down in Greece, and while it would be an exaggeration to say the data changes on a weekly basis, sometimes it seems we are not so far away from that point."
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"And so it went on, until it simply couldn't go on any more, which is where we are now, and why Prime Minister Karamanlis cannot simply keep signing the cheques to buy social peace (Se houver um Medina Carreira grego há-de estar a repetir "I told you!) and satve off the downturn, although it is quite clear that this evident reality still hasn't been gotten across to Greece's two largest union federations who last week held a nationwide general strike to protest a set of government's remedial policies which, if they are anything, are already too little and too late."
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"Given the difficulties Greek banks are having in raising finance in the global financial and capital markets, the ensuing tightening credit conditions are bound to lead to a further slowdown in private consumption." (wait and you will see)
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Há uma diferença...

João Miranda explica de forma clara e pedagógica, ou direi antes andragógica, o caso Madoff Escândalo Madoff explicado aos portugueses.
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Esquece-se é de uma pequena grande diferença; é que no caso Madoff a adesão é voluntária, no caso da Segurança Social a adesão é obrigatória.

A importância de um modelo

Quando me pedem a opinião sobre ideias para oportunidades de negócio procuro sempre descortinar qual é a máquina para ganhar dinheiro e se a mesma tem pernas para andar, ou seja ser sustentável, ser auto-reprodutora.
Algo que permita chegar a
Se isto é uma condição básica para investir num negócio ... não faria sentido pensar no mesmo para um qualquer plano governamental?
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Por exemplo:
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como é que pessoas mais qualificadas conseguem arranjar emprego?
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como é que o mais recente plano anti-crise nos vai tirar do buraco?
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Ou seja, antes de gastar um euro que seja, com papel e um lápis procurar testar a razoabilidade do que se pretende fazer.

Solidariedade?

Como copiamos aqui:
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"Solidarity means, if it means anything, that everyone shoulders some part of the burden in difficult times, and that people behave responsibily with their national resources and heritage, and accepting that when there is no money to pay for something, then there simply is no money to pay for it."
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Quanto é que o PIB cresceu em 2007? Quanto é que o PIB cresceu em 2008? Quanto é que o PIB vai crescer em 2009?
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Quanto é que vai aumentar a facturação das PME's no próximo ano de 2009?
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Now, for the stunner:
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"As grandes universidades como o Porto, Coimbra, Lisboa e a Técnica, tiveram um crescimento de 2%, que é completamente insuficiente para o próximo ano. O que me preocupa"
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Trech retirado de “Escolas entram todas no vermelho em 2009” assinado por Madalena Queirós no Diário Económico.
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Não há aqui gente abstraída, alienada da realidade?
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Knock!Knock! Helloooooooo!!!

"Are We A Bunch Of Hypocrites In Southern Europe?

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One question I often ask myself when speaking with Spanish government employees who timidly ask me the predictable "crisis, what crisis? (BTW será sempre um dos meus dois albuns preferidos, together with The Allan Parson's Project... God I'm getting old!!!) Can't you see, all the bars are still full!" question is just what is meant by that much used and little understood word "solidarity". We are proud to note down here in Southern Europe that we have a complex set of collective institutions which are driven by objectives of "social solidarity", not like those nasty little anglo saxon types (you know, the "neo-liberals") who live up north. But why is it, I ask myself, that I don't here this "crisis, what crisis" stuff from those working in the private sector, who spend the best part of the day at the present time looking across the factory or office floor at their colleagues and asking themselves who it is who will find themself going out of the door this week?
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Solidarity means, if it means anything, that everyone shoulders some part of the burden in difficult times, and that people behave responsibily with their national resources and heritage, and accepting that when there is no money to pay for something, then there simply is no money to pay for it. If you find yourself having to depend on the stringent demands of others from outside your country, then the best thing you can do is to get your country out of the debt which is the cause of the problem, and then you can freely decide your own future for yourself. But while I can well understand how a relatively poor country like Ecuador gets itself into such a dependence-based mess, I am at a loss to understand how comparatively rich countries like Spain, Greece and Portugal have allowed things to come to the pass they have now come to, or how their citizens have let them get to the point they are at now.
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Trecho roubado a Edward Hugh "Why We All Need To Keep A Watchful Eye On What Is Happening In Greece"

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Acerca da gestão de expectativas

"While the IMF seem to be more aware of the scale of the problem than the Spanish government currently are, they do seem to be putting all of the emphasis for recovery on some much needed labour market reforms, but personally I don't think even these are playing in the right ball park, we need a big picture "breakout" escape plan, to cut loose from the pincers of cash drought, corporate bankruptcy, construction dependency, large scale contraction and price deflation. (Também acredito que quem confia nas reformas laborais só confia num mito e nunca fez as contas que interessam) It's a big mess, and will need an equally bold and ambitious plan to get to grips with it."
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Tenho referido muitas vezes esta história da gestão de expectativas: Outra vez a gestão das expectativas ; Gestão de expectativas (parte III) ; Gestão de expectativas (parte II); Gestão de expectativas.
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"One point which is obvious at this stage is that Spanish government forecasting - which has currently built a 1% expansion into the 2009 budget - is getting ever more out of line with the economic dynamic. Really this is the first thing which has to change. Spain urgently needs someone leading the country who is able to turn the page, put some realistic numbers on the table, and try to work to meet objectives, instead of simply failing to achieve them time after time. (Confesso que pensei nisto na véspera das eleições em Espanha, o PSOE devia ter, eu sei que era impossível, apresentado outro candidato a primeiro-ministro, não por causa das ideias de Zapatero, mas porque esta legislatura seria diferente da anterior, seiam precisas outras ideias, outras posturas, seria preciso romper com alianças e práticas antigas). (Spins doctors do governo português aprendam como se faz no que vem a seguir) What do I mean by this, well, if you seriously think that the contraction next year will be of 2% of GDP then it is better to say 3%, and beat your target, than say its going to be 1% growth and come in with a 2% contraction. Not only will your citizens be getting more and more fed up with all of this (and the impact on morale should not be treated lightly) but much more to the point, since Spain is heavily dependent on foreign finance to buy the debt that the government is going to need to issue (see more below) to finance the fiscal deficit, then each and every failure to achieve target is likely to be punished with a higher cost of financing debt (as the yield spread on the risk rises). So as well as the credibility cost, this kind of playing fast and loose with the forecast is now likely to carry a real financial cost."
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Prepare to be dazzled:
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"So Just How Much Will The Spanish Economy Contract In 2009?
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Well, I think this is a very hard question to answer. I think a 1% contraction is a done deal, and my own previous best guess was in the 3% to 5% contraction range, which is, of course, very strong indeed. And there I was happy to leave it, until that is Deutsche Bank came out with their latest 2009 forecast for the German economy, where chief economist Norbert Walter has said that Germany's gross domestic product could contract by as much as 4 percent next year. This has to be "bottom of the range" estimate, but then, it might happen, I mean these are not just numbers spun out of thin air, they are backed by analysis, German manufacturing is contracting very rapidly at the moment (but not as rapidly as Spanish manufacturing). The German government itself is forecasting a 1% contraction, and the IFO institute came out today with 2% contraction for 2009 estimate (the median forecast?). At this point I won't go so far as to modify my original forecast for Spain, but what I will say is that if German GDP contracts by 4% in 2009, then Spain's will contract in the 5% to 7% range, since on every important reading Spain is contracting more rapidly than Germany at this point, and there really is no bottom in sight, just what appears to be a "black hole", sucking us down."
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Aqui estamos melhor que Espanha, ora vejamos:
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"At the risk of boring to tears all my regular readers I would first like to stress that what we have in Spain is not a simple garden-variety housing correction. Spain is a country which was allowed across the 2000-2007 period to develop massive macroeconomic imbalances, which to some extent were reflected in a huge housing boom. But the imbalances (current account deficit of 10% of GDP, massive migrant flows - 5 million people in 8 years, rapidly rising household and corporate debt - rising at 20% pa, and reaching around 90% and 120% of GDP in 2008 respectively) and not the housing are the key to the problem. Thus Spain's economy is not reeling under the weight of the unwinding of the property boom, but rather Spain's property boom is reeling under the impact of the unwinding of the macro imbalances, and this unwinding became more or less inevitable once the US sub prime crisis broke out in August 2007. I think it is no accident that the two countries who noticed most the shell shock from the sub prime turmoil were Spain and Kazakhstan, since these two countries were the most dependent on selling some type of paper or other in the wholsale money markets to finance their imbalances, and the doors to these markets effectively closed in September 2007."
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"Spain's big problem is the current account deficit, which reached 10% of GDP last year (o nosso é de 12%). At the present time this deficit is dropping slightly as imports collapse, but it is not falling as fast as it should be, and meantime, as I am saying, the Spanish government is raising its borrowing needs (também o nosso). Spain has movied in 2008 from having a 2% of GDP surplus in January to a 3% deficit in December (ie a shift of 5% of GDP), in 2009 we will move up to at least 5% (as the IMF suggest, and we could even move higher depending on what happens to GDP)."
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Trechos retirados de "So Just When Does Spain's Twin Deficit Problem Become Unsustainable?" de Eward Hugh.