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domingo, agosto 16, 2009

O rácio da Procura sobre a Oferta

Neste postal "Cenários: O que diz Roubini (parteI)" desenvolvi uma série de esquemas que acabaram por culminar no da figura que se segue:
Enquanto a Procura for muito menor do que a Oferta vamos ter: deflação; desemprego a subir; confiança a descer (os estímulos governamentais estão a ajudar a mantê-la); falências a subir.
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Ontem, Evans-Pritchard escreveu no Telegraph sobre o tema do rácio da Procura sobre a Oferta: "There's no quick fix to the global economy's excess capacity":
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"Excess plant will hang over us like an oppressive fog until cleared by liquidation, or incomes slowly catch up, or both. Until this occurs, we risk lurching from one false dawn to another, endlessly disappointed.

Justin Lin, the World Bank’s chief economist, warned last month that half-empty factories risk setting off a “deflationary spiral”. We are moving into a phase where the “real economy crisis” bites deeper – meaning mass lay-offs and drastic falls in investment as firms retrench. “Unless we deal with excess capacity, it will wreak havoc on all countries,” he said.

Mr Lin said capacity use had fallen to 72pc in Germany, 69pc in the US, 65pc in Japan, and near 50pc in some poorer countries. These are post-War lows. Fresh data from the Federal Reserve is actually worse. Capacity use in US manufacturing fell to 65.4pc in July"

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Este rácio é o busílis da questão na economia real...
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Será que isto vai de alguma forma ajudar?

domingo, dezembro 28, 2008

Isto dá quer pensar ...

"What Are The Chances That We Just Hit The Second Great Depression Out In Ukraine?"
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Impressionante sequência de gráficos que ilustram o colapso da procura traduzido na queda abrupta da produção industrial.
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E os governos vão apoiar todas as empresas?
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Por que é que apoiaram as que já apoiaram?
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Será que se julgam com informação suficiente para saber o que é bom e o que é mau?
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"Socialists are wrong because they disregard the fact that modern civilization naturally evolved and was not planned. Additionally, since modern civilization and all of its customs and traditions naturally led to the current order and are needed for its continuance, any fundamental change to the system that tries to control it is doomed to fail since it would be impossible or unsustainable in modern civilization." ("The Fatal Conceit" de Friedrich Hayek)
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segunda-feira, dezembro 22, 2008

A tentação é grande

Basta olhar para o modelo acima, feito com base nas previsões de Roubini para perceber a tentação de quebrar estes ciclos atacando o rácio Procura sobre a Oferta.
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Se a Procura está em derrocada há uma caixa de Pandora que pode ser aberta ... trucidar (está na moda) parte da Oferta. Como? Apelando ao proteccionismo.
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Algumas reflexões sobre o tema "Protectionist dominoes are beginning to tumble across the world" por Ambrose Pritchard no Telegraph.
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O António Maria já há muito tempo que anteviu a cena ao falar de um novo Tratado de Tordesilhas para os tempos modernos.

terça-feira, novembro 04, 2008

O fim da globalização?

Voltando ao esquema desenhado com base no artigo de Roubini, quero voltar ao canto inferior direito, ao rácio Procura/Oferta.
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Como percebi aqui, a solução de Bernanke para combater um cenário de deflação passaria por lançar dinheiro pondo as fotocopiadoras de dólares a funcionar ainda com mais ênfase. O que Bernanke não considera no artigo é o sobre-endividamento das empresas e famílias e a tremideira em simultâneo do sector financeiro.
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Olhando para o rácio Procura/Oferta... há uma solução possível para cortar rapidamente o problema... não gosto dela por questões filosóficas e por proteger quem não evolui... o proteccionismo.
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Se se elevarem barreiras alfandegárias de respeito... diminui-se rapida e drasticamente a oferta sem ser à custa da destruição prévia da procura.
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Quem pode não gostar desta solução são os países emergentes, são os BRICS... podem fazer uso das matérias-primas, do petróleo e gás natural como armas de defesa e, sobretudo a China e o Japão... podem fazer mossa no sistema financeiro mundial com o capital que acumularam.

Cenários: o que diz Roubini (parte 2)

Continuado daqui (parte I e parte I +(1/2))
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Falemos então da perspectiva de deflação:
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Ben Bernanke em Novembro de 2002 fez o seguinte discurso "Deflation: Making Sure "It" Doesn't Happen Here":

Por que é que a economia americana estaria protegida da deflação?
"A particularly important protective factor in the current environment is the strength of our financial system: Despite the adverse shocks of the past year, our banking system remains healthy and well-regulated, and firm and household balance sheets are for the most part in good shape"
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Acerca da 'bondade' de taxas de juro quase zero para os devedores:
"Deflation great enough to bring the nominal interest rate close to zero poses special problems for the economy and for policy. First, when the nominal interest rate has been reduced to zero, the real interest rate paid by borrowers equals the expected rate of deflation, however large that may be. To take what might seem like an extreme example (though in fact it occurred in the United States in the early 1930s), suppose that deflation is proceeding at a clip of 10 percent per year. Then someone who borrows for a year at a nominal interest rate of zero actually faces a 10 percent real cost of funds, as the loan must be repaid in dollars whose purchasing power is 10 percent greater than that of the dollars borrowed originally. In a period of sufficiently severe deflation, the real cost of borrowing becomes prohibitive. Capital investment, purchases of new homes, and other types of spending decline accordingly, worsening the economic downturn.
Although deflation and the zero bound on nominal interest rates create a significant problem for those seeking to borrow, they impose an even greater burden on households and firms that had accumulated substantial debt before the onset of the deflation. This burden arises because, even if debtors are able to refinance their existing obligations at low nominal interest rates, with prices falling they must still repay the principal in dollars of increasing (perhaps rapidly increasing) real value."
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Segundo Bernanke:
"a central bank, either alone or in cooperation with other parts of the government, retains considerable power to expand aggregate demand and economic activity even when its accustomed policy rate is at zero."
Como?
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Bernanke refere o trabalho de Irving Fisher:
"potential connections between violent financial crises, which lead to "fire sales" of assets and falling asset prices, with general declines in aggregate demand and the price level. A healthy, well capitalized banking system and smoothly functioning capital markets are an important line of defense against deflationary shocks."
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E como é que Bernanke se propõe a tratar uma deflação?
"Like gold, U.S. dollars have value only to the extent that they are strictly limited in supply. But the U.S. government has a technology, called a printing press (or, today, its electronic equivalent), that allows it to produce as many U.S. dollars as it wishes at essentially no cost. By increasing the number of U.S. dollars in circulation, or even by credibly threatening to do so, the U.S. government can also reduce the value of a dollar in terms of goods and services, which is equivalent to raising the prices in dollars of those goods and services. We conclude that, under a paper-money system, a determined government can always generate higher spending and hence positive inflation.
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To stimulate aggregate spending when short-term interest rates have reached zero, the Fed must expand the scale of its asset purchases or, possibly, expand the menu of assets that it buys. ...
prevention of deflation remains preferable to having to cure it. If we do fall into deflation, however, we can take comfort that the logic of the printing press example must assert itself, and sufficient injections of money will ultimately always reverse a deflation. "
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Não tem a ver mas já aqui escrevemos sobre os métodos Taguchi, método de design experimental onde todas as variáveis de um sistema são alteradas em simultâneo. Escrevo isto porque a cura do senhor Bernanke parece que encara e actua sobre as variáveis do sistema isoladamente, uma a uma: segurança e solidez dos bancos e sobre-endividamento das famílias e empresas.
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O artigo de Irving Fisher referido por Bernanke "The Debt-Deflation Theory of Great Depressions" (o artigo 24 que começa na página 340 salienta o papel do sobre-endividamento no rebentamento de uma bolha), já agora: as páginas 340 a 347 são um convite ao desenho de bonecos.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Cenários: o que diz Roubini (parte 1+(1/2))

Afinal, antes de Bernanke e a deflação, alguns textos que se enquadram no texto de Roubini de que aqui falamos.Do artigo do The New York Times "Fear of Deflation Lurks as Global Demand Drops" salientamos os seguintes trechos:
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A - "the prospect that goods will pile up waiting for buyers and prices will fall, suffocating fresh investment and worsening joblessness for months or even years."
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B - "With economies around the globe weakening, demand for oil, copper, grains and other commodities has diminished, bringing down prices of these raw materials. But prices have yet to decline noticeably for most goods and services, with one conspicuous exception — houses. Still, reduced demand is beginning to soften prices for a few products, like furniture and bedding, which are down slightly since the beginning of 2007, according to government data. Prices are also falling for some appliances, tools and hardware."
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C - "the end of inflation may be the beginning of something malevolent: a long, slow retrenchment in which consumers and businesses worldwide lose the wherewithal to buy, sending prices down for many goods. Though still considered unlikely, that would prompt businesses to slow production and accelerate layoffs, taking more paychecks out of the economy and further weakening demand."
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D - "an economy may remain ensnared by deflation for many years, even when interest rates are dropped to zero: falling prices make companies reluctant to invest even when credit is free."
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E - "As layoffs increased and purchasing power declined, prices fell lower still, in a downward spiral of diminishing fortunes."
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F - "In past crises, like those that devastated Mexico in 1994 and much of Asia in 1997 and 1998, weak economies managed to recover by exporting aggressively, not least to the United States. But American consumers are battered this time. After years of borrowing against homes and tapping credit cards, consumers are pulling back.
From Asia to Latin America, exports are slowing and should continue to do so as the global appetite shrinks. This is spawning fears that major producers like China and India — which vastly expanded production capacity in recent years — will have to dump products on world markets to keep factories running and stave off unemployment, pressing prices lower."
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G - "But many of the finished goods China produces with these materials have ultimately landed in the United States, Europe and Japan. When consumers pull back in those countries, Chinese factories feel the impact, along with their suppliers around the globe."
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H - "Now, a glut of products may be building in the United States. Orders for trucks used by business have plummeted. Investments in industrial equipment are declining. Yet inventories have grown."
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I - Da Bloomberg a queda acentuada do Baltic Dry Index, e da India a desconfiança face aos bancos ocidentais "Banks saying no to payment guarantee from foreign peers" como sinais de uma derrocada do comércio internacional.
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J - Do Telegrah o artigo "The fate of Britain's small businesses is now political dynamite" que ilustra o garrote bancário às micro-empresas.
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K - Do Telegraph o artigo "China's toy makers face bleak Christmas as factories shut down" após a má publicidade dos brinquedos tóxicos, do leite e dos ovos melaminosos, a queda da procura tem arrastado as empresas chinesas para a falência.
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"Action by the authorities stems from the fear that the factory closures could spark riots. There have been sit-ins and protests across the Guangdong region in the last few weeks, as more and more factories have closed. On the day The Sunday Telegraph visited Dongguan, hundreds of unemployed workers gathered outside the city government's offices protesting over the failure to pursue factory owners who fail to pay their workers."

domingo, novembro 02, 2008

Cenários: o que diz Roubini (parte I)

No último postal escrevi:
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As coisas são como são, as empresas não podem ter a veleidade de mudar a força da corrente ou inverter a maré, têm de se situar e posicionar, aproveitando o melhor que podem as circunstâncias...
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Sou um adepto incondicional da micro-economia! A micro-economia é o reino das pessoas concretas, das estratégias concretas, dos produtos e serviços concretos, é o domínio onde uma empresa, uma equipa, uma ideia, uma proposta de valor bem esgalhada deita por terra várias leis económicas. Enfim, é a terra natal dos tomba-gigantes.
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Contudo, as empresas não podem... ou não devem armar-se em parvas, as empresas não vivem isoladas do resto do mundo, as empresas fazem parte do mundo, são uma pequena parte do mundo, não vivem no limbo. Assim, ao formular estratégias de transformação as empresas devem ter em conta o futuro do mundo onde estão encaixadas...
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Recentemente a revista Forbes publicou um artigo de Nouriel Roubini intitulado "Get Ready For 'Stag-Deflation' " onde o autor, à semelhança do que prevê Pedro Arroja, prevê que os próximos anos possam ser de estagnação e deflação.
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A partir do texto de Roubini desenhei uma série de bonecos para melhor perceber as forças em jogo e como vão relacionar-se entre si:

A forte quebra do consumo vai traduzir-se numa redução do volume das vendas das empresas, o que vai gerar falências de empresas e redução do quadro do pessoal das que sobreviverem.
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As falências e os downsizings vão fazer engrossar os números do desemprego. O aumento do desemprego vai reduzir os cheques dos salários emitidos todas as semanas e meses reforçando ainda mais a quebra no consumo.
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O aumento do desemprego vai também gerar um abaixamento generalizado da confiança, pessoas com menos confiança consomem menos. Pessoas com menos confiança recorrem menos ao crédito por insegurança quanto ao futuro e à capacidade de honrar essas dívidas no médio-longo prazo. Pessoas com menos confiança procurarão poupar algo, por pouco que seja parafazer face ao futuro incerto. A redução do crédito solicitado e concedido e o aumento da poupança contribuirão para a redução do consumo.
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A figura que se segue procura ilustrar dois ciclos auto-catalíticos que se reforçam com cada passagem gerando desemprego, falências e redução da procura agregada.
A redução do consumo leva a uma redução da procura agregada mundial, o que leva a uma redução do preço das commodities. A redução do preço das matérias-primas e do consumo (aumento dos inventários) acarretará a deflação, a redução generalizada do preço dos bens (casas primeiro, outros bens duradouros e veículos motorizados depois) como se retrata na figura que se segue:
Podemos identificar mais dois ciclos auto-catalíticos:
Se o preço dos bens no próximo mês vai ser menor do que o preço dos bens hoje porquê comprar hoje? Não posso adiar a compra por mais um mês? O adiamento reforça a quebra do consumo o que reforça a queda da procura agregada e a quebra do preço das matérias-primas e... a continuação do abaixamento do preço dos bens.
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Por outro lado...
a deflação também alimenta ô aumento das falências, downsizings, layoffs, desemprego...
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A propósito há que realçar do texto de Roubini os seguintes pontos:
A - O preço do ouro, refúgio típico contra a inflação, está em queda e o mercado TIPS (Treasury Inflation-Protected Securities ) assinala que os investidores esperam que a inflação seja negativa nos próximos 5 anos.
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B - A procura agregada mundial está a colapsar nos mercados desenvolvidos e a desacelerar nos mercados emergentes (o discutido decoupling não se verifica). Atenção, o consumo interno americano é responsável por 2/3 do PIB americano... oopps!!!
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C - Existe um enorme excesso de capacidade mundial para a produção de bens industriais. Esse excesso ten tendência a aumentar à medida que baixa a procura global agregada.
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Para mim, que não sou economista, só vejo uma forma de quebrar estes ciclos... é dolorosa, penosa e não sei se demorada (talvez mais dolorosa mas menos demorada do que a que os governos têm em mente com o keynesianismo).
Antes desta crise a oferta já era superior à procura, com o colapso da procura, aumenta a oferta relativa e o rácio da figura cai para valores muito menores do que 1 (basta atentar no que está a acontecer ao preço das casas e à procura de automóveis).
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A figura que se segue é uma tentativa de explicação de como sair da deflação sem intervenção dos governos e com muita dor:
Enquanto o rácio for muito menor do que 1 estes ciclos autocatalíticos vão estar de saúde a dizimar procura e criação de riqueza. À medida que o rácio se for aproximando de 1 e a oferta se começar a conjugar equilibradamente com a procura de forma sustentada (este é um dos meus problemas com as grandes obras keynesianas, como não são investimentos reprodutivos representam uma procura artificial, assim que se retira esse combustível o rácio volta a baixar e a deflação a prolongar-se temporalmente). Com a chegada a um estado de equilibrio dinâmico entre a oferta e a procura os preços deixam de cair e as falências baixam. O retorno do consumo e de alguma inflação, aceleram o retorno do consumo e o aumento da confiança...
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Mas esta é a receita? de um engenheiro armado em feiticeiro, a tentar perceber os vectores que influenciarão a criação de cenários para as empresas nos próximos anos.
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Se há alguém que tenha escrito sobre deflação foi Ben Bernanke vamos procurar estudá-lo e trazer as suas receitas para a parte II

terça-feira, outubro 28, 2008

Resiliência

Segundo o Diário Económico "Belmiro de Azevedo preferia investimentos mais pequenos às obras públicas"
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"O chairman da Sonae, Belmiro de Azevedo, preferia "300 investimentos mais pequenos de 100 ou 200 milhões de euros", do que "dois ou três que levem muitos mil milhões" e que obriguem à importação de mão-de-obra, referindo-se ao programa de obras públicas do Governo."
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A isto chama-se não por todos os ovos no mesmo cesto. Mais uma vez:
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Em tempos de elevada incerteza o truque é emular a Vida, a Natureza na Terra: promover a biodiversidade, promover várias experiências.

domingo, outubro 26, 2008

O fim do modelo dos centros comerciais

A SIC apresentou recentemente esta peça sobre a crise dos shoppings, um sintoma em linha com o relatado neste postal.
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Parece ser o fim de uma era "Shopping Center Economic Model is History".
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Ainda me lembro da novidade que era o Shopping Center Brasília na cidade do Porto, algures nos anos setenta do século passado.
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OK, muito valor está a evaporar-se e a ser dizimado. Mas o restante, para onde está a migrar?
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A arte de jogar bilhar como um profissional

Eu nunca tive jeito para jogar bilhar!
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Mas se há coisa que aprecio nesse jogo é a capacidade dos bons jogadores planearem-jogarem-planearem.
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Um bom jogador de bilhar ao realizar a jogada actual executa-a com a preocupação de preparar já a jogada seguinte. Um bom jogador não se limita ao cenário actual, tal como Gretzky, pensa já sobre o cenário seguinte.
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Tudo isto a propósito do agrado do ministro das finanças:
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"BCP, BES, BPI e Santander Totta admitem recorrer às garantias do Estado" (uma tacada)
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"Teixeira dos Santos agradado com possibilidade de principais bancos recorrem às garantias do Estado"(tacada seguinte)
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Parece uma jogada combinada para endrominar os papalvos cá do burgo... só que o mundo é muito maior do que o burgo.
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"The market took careful note on Friday that Portugal’s biggest banks, Millenium, BPI, and Banco Espirito Santo are preparing to take up the state’s emergency credit guarantees." (oops estas tacadas não estavam previstas...)
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"O que é que se prepara e cujo risco este texto deixa antever? Uma saída maciça de capitais estrangeiros do país. Consequências: os bancos accionam as garantias do Estado. O Estado vai ter de ir tomar dinheiro de empréstimo ao estrangeiro para satisfazer as garantias, a taxas de juro (spreads) penalizantes. Um bail out ao Estado português por parte do FMI ou da UE torna-se necessário. Contracção severa da despesa pública e privada no país. Desemprego sobe em flecha. Grande queda da Bolsa de Lisboa." (sequências de tacadas seguintes descritas por Pedro Arroja)
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Depois disto tudo ... continuo sem perceber os motivos para o ministro se sentir agradado.

sábado, outubro 25, 2008