sexta-feira, dezembro 26, 2008

Martelar modelos "hard" para explicar a realidade

Não há ninguém tão adepto do uso de indicadores na gestão das organizações e das pessoas como eu.
.
É importante pensar em resultados mensuráveis, sem eles estamos reféns dos dotes de oratória e da capacidade de alguns em endrominar mentes menos preparadas ou menos resistentes. Ou seja, sem resultados entramos facilmente no domínio da treta.
.
No entanto, percebo perfeitamente, aceito e partilho da mentalidade que levou a este texto:
.
"Se você vai dirigir um negócio competitivo hoje, precisa equilibrar os números visíveis e invisíeis. Se você gerenciar seguindo apenas sua intuição ou experiência, não será competitivo. Se gerenciar apenas com base nos números visíveis, não será competitivo. O Dr. Deming disse muitas vezes: "Aquele que dirige sua empresa apenas pelos númros visíveis logo deixará de ter uma empresa e números visíveis com os quais trabalhar." As pessoas tendem a olhar um dado visível e a trabalhar com ele, sem realmente compreenderem as suas limitações." (William Scherkenbach in "O caminho de Deming para a Qualidade e Produtividade")
.
É esta tendência para olhar para os dados "hard", para os dados matematizáveis, e a trabalhar única e exclusivamente com eles que vejo vezes sem conta na mente dos burocratas de Bruxelas ou dos macro-economistas que comentam a realidade.
.
Por exemplo, os apoios ao arranque de vinha para combater o excesso de produção de vinho: aqui, aqui e aqui.
.
O que os burocratas e macro-economistas não conseguem incluir nos seus modelos matemáticos são os dados "soft", é o rasgo, é o golpe de asa, é a capacidade humana para surpreender.
.
Os burocratas e macro-economistas, por que estão longe da realidade concreta das pessoas e organizações que operam no terreno, só conseguem modelar segundo as leis de Lanchester e equacionar guerras de confronto aberto, em que o mais fortes, os mais armados, os mais poderosos estão em vantagem e ganham sempre.
.
Continua

Sem comentários: