quarta-feira, julho 31, 2024
Curiosidade do dia
No futuro, em que negócio estar?
Ele há coisas ... há um mês escrevi este postal Cuidado com a miopia que terminei escrevendo:
"As empresas não devem definir-se de forma estreita pelo produto que fabricam, mas sim pela necessidade do cliente que servem. Para as empresas de componentes automóveis, isso implica:
- Redefinir-se como "fornecedores de soluções de mobilidade" ou "especialistas em engenharia de precisão".
- Encontrar aplicações das suas competências noutros sectores, como o aeroespacial, as energias renováveis ou a tecnologia médica.
...Assim, à medida que a indústria automóvel evolui, é crucial que os fabricantes de componentes portugueses se expandam para além dos mercados tradicionais. Abracem o desafio de:
- Explorar novos sectores.
- Focar em produtos de valor acrescentado.
- Inovar para outros sectores.
- Redefinir a identidade do seu negócio, deixarem de ser meros fabricantes para se tornarem fornecedores de soluções, atendendo a necessidades mais vastas de mobilidade e engenharia.
"O crescimento da indústria da aeronáutica a nível mundial e a vontade de Bruxelas de reduzir a dependência externa da Europa nesta área estão a levar os grandes fabricantes internacionais a desafiarem as empresas portuguesas de produção de componentes para o setor automóvel para passarem a produzir, também, para o setor aeroespacial. A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) confirma o interesse e tem condições para dar resposta.
...
O líder da AFIA explica que os empresários, fornecedores tradicionais do setor automóvel, estão a "enveredar por este caminho por necessidade de diversificação do negócio. Viram uma oportunidade. As margens de lucro são maiores na aeronáutica do que na indústria automóvel" ', concretiza ainda."
I rest my case.
terça-feira, julho 30, 2024
Curiosidade do dia
Kevin Piette, paraplegic since an accident, made history today by carrying the Olympic flame with his exoskeleton! 💪
— Kevin W. (@Brink_Thinker) July 23, 2024
pic.twitter.com/oejQHQRAwG
Recordar Ver para lá do que se conhece (parte III) ou manifestações em 3, 2, 1 ...
Picking winners
"Xi Jinping seeks "high quality" rather than "high speed" growth, [Moi ici: Hmmm, turismo] he told the Chinese Communist Party's Third Plenum, held last week to decide the country's economic policy over the next five years....Mr. Xi seeks to apply this approach to technologically important and advanced sectors as part of his high-quality-growth mantra. The problem is that there is no escaping the iron laws of economics. The massive assistance that the government provided to Chinese firms on solar led to a predictable oversupply of panels domestically and in global markets. Even as global demand fell, Chinese companies ramped up production of panels to remain in business, and this was possible only due to even more subsidies worth billions of dollars. China did achieve its objective of dominating the global solar-panel industry. But applying this state-led approach to an ever-expanding list of advanced and green sectors will only worsen the problems of overcapacity, indebtedness and inefficiency [Moi ici: Hmmm, rings a bell?] that Mr. Xi is seeking to alleviate....If Mr. Xi really wanted to supercharge growth in productivity, wages and household income, he could do it through the systematic transfer of economic access and opportunity away from state-owned firms and nominated national champions toward the much more efficient and innovative private sector. But this would foster a powerful independent business class and undermine Beijing's greater goal of further centralizing power and economic activity under his command.Finally, there is a broader problem that weighs on Mr. Xi's ambition. He openly criticizes predecessors for ideological laxness and impurity and for leaving China vulnerable to domestic and external threats. He insists that letting individuals and firms choose their paths will lead to national distraction and decay."
Trechos retirados do WSJ de 25.07 passado em "China Can't Evade the Iron Laws of Economics"
segunda-feira, julho 29, 2024
Curiosidade do dia
No último podcast de Joe Rogan com Jordan Peterson, o #1280, a certa altura ambos concordam que tudo o que é bom, em demasia, transforma-se em mau.
A tragédia dos baldios...
De vez em quando escrevo aqui sobre o bicicletas, com o qual estou sempre em desacordo em termos económicos. Desta vez sinto que o bicicletas tem um ponto a favor dele, "Quando vamos assumir que o turismo se tornou um problema?" no jornal Público de hoje.
Mais do que um jogo de soma nula.
Acerca da baixa do IRC tenho escrito:
- “Descida do IRC é injusta”
- Acerca da redução do IRC
- Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte II)
- Menos burocracia: O Texas oferece um ambiente de negócios com menos regulamentações e burocracia em comparação com estados como a Califórnia.
- Impostos mais baixos: O estado tem uma abordagem de baixa tributação, que é atraente para empresas que procuram reduzir seus custos operacionais.
- Incentivos Económicos: O governo estadual criou vários programas de incentivos para atrair empresas, incluindo cortes de impostos e redução de litígios.
- Custo de vida e operação: Historicamente, o Texas tem oferecido um custo de vida e operação mais baixo do que muitos outros estados.
- Infraestrutura e recursos: Além de ser um grande produtor de petróleo e gás, o Texas também é líder em energia eólica e solar, além de possuir uma força de trabalho qualificada.
- Crescimento económico: A chegada de empresas grandes contribui para o crescimento do PIB do estado, que tem superado a média nacional.
- Criação de empregos: A relocação de empresas para o Texas resulta na criação de empregos, tanto directamente pelas empresas que se mudam quanto indirectamente pelos negócios que surgem para apoiá-las.
- Diversificação da economia: A presença de empresas de diferentes sectores, incluindo tecnologia, energia e serviços financeiros, ajuda a diversificar a economia do estado e a torná-la mais resiliente.
- Aumento de receitas fiscais: Embora o estado tenha uma política de baixa tributação, o aumento no número de empresas e na actividade económica resulta em maiores receitas fiscais gerais.
- Atracção de talentos: Com a chegada de empresas grandes, o estado torna-se um ímã para profissionais qualificados, fortalecendo ainda mais a força de trabalho local.
- Desenvolvimento urbano: A migração de empresas e pessoas impulsiona o desenvolvimento urbano, levando à melhoria de infraestrutura e serviços em várias regiões do estado.
domingo, julho 28, 2024
Curiosidade do dia
O governo do País de Gales decidiu armar-se em Robin dos Bosques e começar a taxar os proprietários de segundas casas, com o objetivo de redistribuir a riqueza e resolver a escassez de habitação. Mas, como sempre, a realidade é mais complicada.
Em vez de ajudar os locais, os novos valores de imposto municipal criaram o caos. Os proprietários de segundas casas, nada interessados em pagar até 300% a mais, estão a inundar o mercado com propriedades, levando a um excesso de casas caras e inadequadas que os compradores de primeiras casas vez não querem ou não podem pagar. Portanto, em vez de casas de férias movimentadas que contribuem para a economia, agora há muitas casas vazias que ninguém compra.
Os locais estão frustrados, sentindo que o verdadeiro problema reside na incapacidade de se construir mais habitação social suficiente nas últimas três décadas. Ironicamente, os proprietários das segundas casas, que muitas vezes gastam mais na economia local, estão agora a ser afastados, deixando uma lacuna nos gastos locais. Os locais acham o vida demasiado cara para beber cerveja ou jantar fora de casa.
Ver "Town where taxing second homes has failed to turn the tide" no The Times de hoje.
Como se definem objectivos? (parte I)
Há tempos numa empresa perguntei como definiam as metas para os seus objectivos e fiquei chocado com a resposta.
Vou dar um exemplo com um indicador criado por mim para medir o desempenho dos atrasos nas entregas em 2023 numa empresa-exemplo:
Ou seja, uma taxa média de atrasos nas entregas de 27,5%. Um desempenho nada invejável. Reparar no pico superior a 45% e no mínimo inferior a 15%.sábado, julho 27, 2024
Curiosidade do dia
92 year -year-old big brother says goodbye to his younger brother pic.twitter.com/scMqV4C5Mx
— Fascinating (@fasc1nate) July 26, 2024
Et honte ?
Ainda bem que preferi ver Hill Street Blues e o A-Team no canal RTP Memória
Friends, my thoughts on the opening ceremony of the Paris Olympics. #Olimpiadas2024 #OlympicGames pic.twitter.com/xU1ljFMZft
— Bishop Robert Barron (@BishopBarron) July 27, 2024
Sou mesmo um anónimo provinciano.
"Volume is Vanity, Profit is Sanity"
"A 1975 study conducted at the Harvard Business School using the PIMS (which originally stood for Profit Impact of Market Share) database of historical market performance of leading global companies had reported a strong, consistently positive, correlation between a company's market share and its relative profitability within an industry. In the Harvard Business Review, the authors proposed multiple plausible reasons why a larger market share could enable a company to operate more profitably. That led to an explosion of literature by marketing theorists and leading consultancies advocating aggressively low pricing as an "investment" in growth that would eventually create "cash cows" - exceptionally profitable revenue streams requiring little investment to maintain them.Unfortunately, companies that adopted this approach to pricing more often than not found the theory, and the eventual profitability it promised, lacking. As the PIMS database grew, more nuanced relationships were revealed. Although a cross-sectional correlation between market share and profitability proved durable, the better predictor of financial success is determined by how a company invested to grow. Most importantly, it was shown that profitable companies are better able to invest in growth opportunities and subsequently enjoy long-term success. Reflecting this more accurate analysis, the PIMS organization cleverly redefined their acronym to stand for Profit Impact of Marketing Strategy.Research by Deloitte Consulting LLP has brought further clarity to the relationship between growth and profitability. Deloitte compiled a time-series dataset of 394 companies, covering the period from 1970 to 2013 with exceptional, mediocre and poor performers matched by industry. The researchers defined "exceptional performance" as a company achieving superior profitability (return on assets), stock value, and revenue growth for more than a decade and sought to understand how a small minority of firms manage to achieve it. Their conclusion:...a [near term] focus on profitability, rather than revenue growth or [stock] value creation, offers a surer path to enduring exceptional performance...-So how do marketing and financial managers at exceptional companies achieve sustainable exceptional profitability? It is not the result of slashing overhead more ruthlessly than their competitors. In fact, Deloitte's data indicates that exceptional performers tend to spend a bit more than competitors (as a percent of sales) on R&D and SG&A. Their exceptional profitability and, eventually, exceptional stock valuations are built on higher margins per sale that fund initiatives to grow future revenues.Unfortunately, many companies fail to understand that making sales profitably should be the first priority not an afterthought to a growth strategy."
- Challenger Brands: 20%
- Legacy Brands: 80%
- Challenger Brands: 36%
- Legacy Brands: 64%
Nike said in late June it would roll out sub $100 sneakers around the world.
"The first growth priority should be to gain share in your market — regardless of how fast it is growing. And the share I care most about is $ share, not unit share. Apple has only 20% share of smartphone units but over 50% of revenue share. The latter is its real share!"
sexta-feira, julho 26, 2024
Curiosidade do dia
Hoje, ao almoço com o parceiro das conversas oxigenadoras, contaram-me uma estória real.
Na empresa A, ao utilizarem um determinado produto incorporado no seu próprio produto descobriram que conseguiam um desempenho excepcional. Resolveram contactar o fabricante para tentar perceber o porquê do referido desempenho excepcional.
Descobriram que o dono da empresa, recentemente falecido, é que sabia como se concebiam os produtos. A empresa A dizia-lhes que tinham um diamante em mãos, mas eles não o conseguiam reproduzir ou explicar o porquê desse desempenho.
A nossa conversa derivou para o artesanato, na pior acepção da palavra, recordámos Taylor e o seu desafio de profissionalizar o controlo dos processos.
Durante a condução, após o almoço, recordei Roger Martin e a sucessão: mistério - heurística - algoritmo
Agora, encontro este rolo de tweets:
Today I will introduce one more concept critical for understanding of how the manufacturing industry has evolved over the last few decades. It is the shift of technological knowledge from esoteric to exoteric
— Kamil Galeev (@kamilkazani) July 25, 2024
In the pre-digital era, manufacturing used to be mysterious, esoteric pic.twitter.com/gp6VF9lORG
Os NPCs
Olho para o mundo através dos meus olhos, da minha mente, das minhas experiências. Acredito que só vêmos o que a nossa mente nos deixa ver.
Por isso, posso fazer, faço, julgamentos injustos ou incompletos.
Há momentos encontrei esta citação no Twitter adaptada de uma frase de Carl Jung:
“Until you make your unconscious choices conscious, they will direct your life, and you will call it fate.”
Jung sugere que muitas das nossas decisões são feitas inconscientemente, influenciadas por experiências passadas, crenças e padrões de pensamento dos quais não estamos cientes. Essas escolhas inconscientes moldam a nossa vida de maneiras significativa, afectando as nossas relações, profissão e bem-estar geral. Quando não reconhecemos a origem dessas escolhas, tendemos a atribuir os resultados ao "destino" ou a forças externas, em vez de à nossa própria agência.
Jung enfatiza a importância de tornar essas escolhas conscientes, o que envolve um auto-exame e uma reflexão profunda.
Há dias apanhei este tweet:
— Elon Musk (@elonmusk) July 20, 2024
E fiquei a pensar na quantidade de pessoas que eu sinto, se calhar erradamente, que atravessam a vida como autênticos NPCs.
Depois, relacionei tudo isto com um texto publicado por Seth Godin há dias, The paradox of lessons . As lições, por sua vez, levaram-me a Ortega Y Gasset. Se vivo como se não tivesse agência, não penso no futuro. Por isso, não ajo para mudar o meu presente:
“O meu presente não existe senão graças ao meu futuro, sob a pressão do meu futuro. Pois bem, isto significa que neste agora do tempo que um relógio mede eu sou de cada vez o meu futuro e o meu presente”
“Digo, pois, que eu agora sou conjuntamente futuro e presente. Esse meu futuro exerce pressão sobre o agora e dessa pressão sobre a circunstância brota a minha vida presente”
quinta-feira, julho 25, 2024
Curiosidade do dia
Na primeira página do Jornal do Fundão pode ler-se: "Empresários alertam Governo para quebra no setor do turismo":
""Temos empresários do ramo da restauração, da hotelaria e da distribuição a falarem em quebras que podem chegar aos 40%". ", relata o vice-presidente da AEBB, apreensivo com o que se está a passar e que será reflexo das dificuldades que as famílias estão a viver.
"O que está a aumentar é a procura pelos parques de campismo", anota Jorge Pessoa, explicando que o decréscimo da procura é transversal ao país, mas que é o Interior que mais se está a ressentir. A preocupação é partilhada por muitos empresarios e a Associação Empresarial da Beira Baixa promove nesta quinta-feira, um encontro no Parque Empresarial do Tortosendo para os empresários e instituições ligadas ao turismo avaliarem a situação e definirem medidas para apresentar ao secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, num encontro que vão solicitar para o efeito."
This is Portugal!
Empresas têm um problema, em vez de uma reflexão sobre o que precisam de mudar, sobre o que podem fazer, porque têm o locus de controlo no exterior, recorrem ao papá-estado.
E dizer a verdade?
🗣️ "O vinho faz parte do nosso modo de vida, do modo de vida europeu"
— José M. Fernandes (@JMFernandesEU) July 24, 2024
O #vinho faz parte da nossa #história e #cultura.
Não podemos aceitar as campanhas europeias e nacionais contra o consumo de vinho.
O vinho português destaca-se pela sua #qualidade crescente, contribuindo… pic.twitter.com/MjYw5w2xYs
Relacionar este discurso do ministro da agricultura com:
- Produção de vinho ascende a 7,4 milhões de hectolitros em 2023, a mais alta desde 2001
- Global wine consumption has been in decline since it peaked at about 25bn litres in 2007. Last year that fell to an estimated 22.1bn litres,
- Fugir do crescimento canceroso
- "Tradition is not a business model. The past is no longer a reliable guide to future success."
- Should" is not a business model. You can say that people "should" pay for your product but they will only if they find value in it."
- "I want to" is not a business model. My entrepreneurial students often start with what they want to do. I tell them, no one - except possibly their mothers - gives a damn what they *want* to do."
- "Virtue is not a business model. Just because you do good does not mean you deserve to be paid for it."
- "Begging is not a business model." [Moi ici:Muito comum nas empresas portuguesas, pedintes]
- "There is no free lunch. Government money comes with strings." [Moi ici: Uma relação pedo-mafiosa que cobra juros muito altos]
- "No one cares what you spent."
- "The only thing that matters to the market is value. What is your service worth to the public?"
- "Value is determined by need. What problem do you solve?"
quarta-feira, julho 24, 2024
Curiosidade do dia
Cuando te asesinan en directo en tu propio programa de radio… pic.twitter.com/nbumgSdiU4
— Javi Rodrigo (@JaviRodrigo11) July 23, 2024
Faz-me lembrar a Ana Sá Lopes a lançar uma diatribe contra os empresários com empresas que apresentam prejuízo ano após ano, e incapaz de ver o que se passa nos jornais ano após ano.
E coragem?
Do que eu gosto no texto que se segue é a postura tão pouco portuguesa de não usar paninhos quentes e olhar o touro bem de frente.
Nem Costa, nem Montenegro, nem mesmo Rui Rocha têm coragem para dizer a verdade.
"Japanese carmakers are alarmed by the rapid development of Chinese electric vehicles and risk becoming "followers" if they do not innovate more quickly, the head of Sony-Honda's joint venture has warned.Yasuhide Mizuno said Japan's companies needed to change their conservative corporate culture and called for a breakthrough in manufacturing to keep up with Chinese rivals, which within a few years have become some of the world's leading vehicle exporters."Chinese competitors are very strong, and I'm very scared of their implementation and execution speed," saidMizuno, chief executive of Sony Honda Mobility, at the company's headquarters in Tokyo. "Japanese carmakers are a bit nervous or sensitive before launching a car. We need to change this kind of behaviour, otherwise China will be first and we will always be followers," added Mizuno, who led Honda's China operations until 2020....Mizuno added that Japanese carmakers should not be complacent after the US quadrupled tariffs on Chinese electric vehicles to 100 per cent, in effect shutting out groups such as BYD and Nio from the market."
Trechos retirados de "Japanese carmakers 'very scared' by China's rapid EV development"
Entretanto, ontem de manhã, mão amiga tinha-me enviado um link para "Chinas Autobauer sind bereits innovativer als viele deutsche Konkurrenten" que defende que as empresas chinesas de carros eléctricos já são mais inovadoras do que as suas congéneres alemãs. Recordar esta "Curiosidade do dia".
terça-feira, julho 23, 2024
Curiosidade do dia
O chefe de uma associação patronal alemã, a Gesamtmetall, lançou uma proposta que em Portugal poria muita gente em estado de histeria: Trabalhadores de escritório só deveriam reformar-se aos 70 anos.
Não sei se é a solução mais adequada, o que destaco é haver gente na Alemanha sem paninhos quentes, a abordar o problema e a apresentar propostas de solução. Por cá, isto não é assunto, não há problema, nem há urgência.
Julgo que nunca verei esse dia... uma tristeza.
Há quase dois meses escrevi Mais uma razão para apoiar a causa irritante. Há pouco mais de uma semana escrevi Fugir do crescimento canceroso. Agora no FT apanho:
"Champagne is more closely associated with celebration than wine.
But Pernod Ricard boss Alexandre Ricard would be justified in cracking open a celebratory bottle of red, after the French drinks group's deal to sell most of its wine business, including the Jacob's Creek and Campo Viejo brands. It is a wise move: global wine consumption continues to ebb.
Pernod is selling its wine assets in Australia, New Zealand and Spain representing annual production of 90mn litres - to a consortium of investors led by Bain Capital. The same group this year took over Australian wine producer Accolade Wines, owner of Hardys.
...
Global wine consumption has been in decline since it peaked at about 25bn litres in 2007. Last year that fell to an estimated 22.1bn litres, according to the International Organisation of Vine and Wine.
In recent years, wine prices have risen as producers passed on higher costs. But alcohol consumption is also dropping as consumers become more health-conscious.
The result is that global wine production in 2023 was 7 per cent higher than consumption. Volume should decline by an average 1 per cent a year out to 2028, according to drinks research group IWSR. And no growth is expected from rising prices either - even if parts of the market, such as rose, are more resilient."
Então, vão continuar a destilar vinho e a apelar ao proteccionismo? Gostava de saber quando é que um ministro da Agricultura terá uma conversa séria com os agricultores.
Julgo que nunca verei esse dia... uma tristeza.
Trechos retirados de FT de ontem, "Wine market's sales decline means future is far from rosé".
segunda-feira, julho 22, 2024
Curiosidade do dia
"As Western companies quake at the latest onslaught of cheap Chinese -goods, a similar drama is playing out in China, where manufacturers are struggling as Beijing boosts industrial capacity without stimulating new demand.
Consider Jiangsu Lopal Tech, a company that supplies lithium iron phosphate to make batteries. The company lost $169 million in 2023, wiping out nearly three years of profit, according to its most recent annual statement. It blamed the red ink on overcapacity in China's lithium iron phosphate market and a slowdown in demand from domestic battery makers.
A similarly plaintive song is heard throughout China's corporate landscape. Rampant overcapacity combined with weak consumer demand is pushing many Chinese companies to the brink, forcing them to slash prices and crushing profits.
With the property bubble that powered growth for years deflating, Beijing has been funneling investment into manufacturing, yet taking few significant steps to boost consumption that would soak up the resulting supply-mainly because Chinese leader Xi Jinping sees U.S.-style consumption as wasteful and contrary to his goal of making China an industrial and technological powerhouse.
...
The resulting overcapacity means that prices that producers charge at the factory gate have been in free fall for almost two years. That is dragging the overall economy closer to outright deflation, and eating into earnings. Around a quarter of the companies listed in mainland China are now unprofitable, compared with 7% a decade ago, according to a Wall Street Journal analysis of listed companies' financial statements."...Overcapacity in China eventually leads to default and insolvency, just as in the U.S. The difference is that in China, the state plays a lead role in deciding which companies survive and which fail. In the past, when losses mounted in bloated sectors such as steel and solar, China has withdrawn subsidies, ordered companies to cut capacity, and merged a multitude of minor players into a smaller group of bigger, more competitive firms able to turn a profit."
Trechos retirados de "China's Cheap Goods Hurt Its Companies Too" publicado no WSJ de hoje.
Acerca de monumentos fálicos
Julgo que foi assim que nos encontramos, o Peliteiro e eu:
Aqui e ali, muito esparsamente, vamos aproveitando a enorme potencialidade da rede nacional de farmácias a favor do SNS.
— Mário de Sá-Peliteiro 🔬☣️ (@Peliteiro) July 20, 2024
Podia ser muito mais, há capacidade para muito mais, se o doente, e não os interesses e os preconceitos, fosse o centro das atenções. pic.twitter.com/5U7TKZoRj3
Abril de 2008 - Um caminho para a farmácia do futuro?
Balanço de 2018 - A farmácia do futuro (parte VII)
BTW, julgo que a minha estória com o tema começou em Abril de 2007 - Estava escrito nas estrelas...
Há uma teoria que procura explicar o comportamento dos empreendedores bem sucedidos que dá pelo nome de "effectuation". Um dos seus princípios é:
"Bird in Hand Principle – Start with your means - Entrepreneurs start with what they have"
Algo na linha do que aprendi sobre a America Latina Logística. Por que engonhamos tanto? Porque temos políticos que nunca tiveram a experiência de vida que os preparasse para o "Bird in Hand Principle". Por isso, o seu modelo mental é mais: ir ao poço sem fundo da impostagem aos saxões para fazer grandes monumentos fálicos (tretas) que não funcionam. Por isso, falta-lhes a humildadee agilidade para aproveitar o que têm à mão.
domingo, julho 21, 2024
Acabou, há mais para o ano
Mais um ano, mais um Tour de France.
Este teve a despedida de Cavendish.
“We’re just fighting to stay in this beautiful race…and show the Tour de France the respect it deserves.”
— NBC Sports Cycling (@NBCSCycling) July 20, 2024
Mark Cavendish on what the Tour de France has taught him about perseverance through the hard stages. #TDF2024 pic.twitter.com/WzaFSEaI2j
Sir Mark Cavendish 🫡❤️
— Tour de France™ (@LeTour) July 20, 2024
Congratulations for finishing your last Tour de France, you can now enjoy tomorrow's last stage! We are going to miss you, a legend of our sport🥲🥰 #TDF2024 l @MarkCavendish pic.twitter.com/4nKXwbHsv9
Este teve a particularidade da minha presença no local:
Para o ano há mais.
Acerca do valor para o cliente
O que é valor para um cliente?
Quando eu era criança era tudo uma questão de racionalidade, de especificações. Depois, o choque ... é muito mais do que isso, e abandonei a doença anglo-saxónica:
"But that is just the economically rational side of the issue — where the proverbial curves cross. I guess I once naïvely thought that the price was set by how much purchasers wanted and valued the good for themselves. But the accelerator on that is the purchasers' recognition that to a segment of society important to them, it is meaningful that the good in question is ownable by them and not by somebody else. That is, ownership of the good positions the purchaser favorably with a segment of society that matters to the purchaser....Understanding customer value has always been and will always be tricky. We used to be told it was all rational and functional. Then behavioral economics came along and demonstrated that there are many emotional elements involved that go well beyond the traditional functional definitions. And now it is clear that value is clearly socially constructed.
So, when you think about your customers, make sure to consider all the elements of value not just functional value and not just emotional value within the customers themselves. Over and above that, ask to what segment of society does possession of your good helps them to be a member. That final piece may be much more important than you may think at first blush."
Em que é que isto é importante para as PME?
Elas devem:
- adoptar uma abordagem abrangente para compreender o que é valor para o cliente. Isto inclui considerar elementos funcionais, emocionais e sociais,
- considerar a que segmento da sociedade os seus produtos ou serviços ajudam os clientes a pertencer. Este aspecto social pode ser crucial na definição da proposta de valor global.
A compreensão final de qual o segmento social que o seu produto ajuda os clientes a aderir pode ser mais importante do que parece inicialmente. As PME devem considerar isso estrategicamente nos seus esforços de marketing e desenvolvimento de produtos.
Roupas Sustentáveis:
- Funcional: Qualidade e durabilidade.
- Emocional: Sensação de estar a contribuir para um mundo melhor.
- Social: Pertencer a um segmento de consumidores conscientes e ambientalmente responsáveis.
Cervejas Artesanais:
- Funcional: Sabor diferenciado e produção local.
- Emocional: Prazer e satisfação ao experimentar algo único.
- Social: Integração numa comunidade de apreciadores de cervejas artesanais.
Produtos de Beleza Orgânicos:
- Funcional: Benefícios para a saúde da pele.
- Emocional: Sentimento de autocuidado e bem-estar.
- Social: Participação numa tendência crescente de cuidados naturais e orgânicos.
Móveis Artesanais:
- Funcional: Durabilidade e design personalizado.
- Emocional: Orgulho e satisfação em ter uma peça única.
- Social: Pertença a um grupo que valoriza a autenticidade e o artesanato.
Tecnologia de Apoio a Idosos:
- Funcional: Facilidade de uso e segurança.
- Emocional: Tranquilidade e independência.
- Social: Inclusão num segmento que preza pela qualidade de vida na terceira idade.
Alimentos Gourmet:
- Funcional: Ingredientes de alta qualidade e sabor superior.
- Emocional: Prazer e experiência gastronómica.
- Social: Pertença a uma comunidade de amantes da culinária gourmet.
Joias Personalizadas: (recordar o postal recente Marcas e customização será que a Rolex ainda não chegou lá?)
- Funcional: Qualidade e durabilidade.
- Emocional: Sentimento de exclusividade e identidade.
- Social: Integração num grupo que valoriza peças únicas e personalizadas.
sábado, julho 20, 2024
Curiosidade do dia
"At the higher levels, economics is a complex subject involving a deep understanding of equations and maths. At a basic level, however, it is pretty simple. Resources are scarce. Prices are signals. Incentives matter. Markets are efficient, and supply and demand always find a way of matching in the end - even if it involves some painful adjustments along the way. Those are the fundamental lessons drilled into students on any introductory course....Such as? Let's start with a few obvious examples. In the legislation set out in the King's Speech this week, the Government said it plans to equalise the minimum wage for young and older staff. Sounds fair, right? After all, why should a teenager not be paid the same as a 40-year-old colleague doing the same job? The problem is, if you were running a warehouse would you rather hire a forklift truck operator with 20 years of experience, or someone who left school last week, if the wages are the same? That's right. You would prefer the guy with experience. Young people will find it very hard to get that crucial first job. Prices matter, as it turns out, and that includes the price of labour....Everybody just games the system. In one famous example, hospital managers in Moscow met their target to reduce the numbers of old people dying in their beds by kicking them all out into the streets in the middle of the Russian winter. Sure, they all died, but the target was met. If we really wanted to build more houses, we would liberalise the planning rules so it is easier and more profitable. Because, hey, incentives work. But it seems no one in the Starmer administration is aware of that."
O princípio do empregador-pagador.
- Encargos financeiros sobre os trabalhadores migrantes: Os trabalhadores agrícolas migrantes contraem frequentemente dívidas para cobrir custos iniciais, como voos e vistos, antes de conhecerem os seus rendimentos no Reino Unido, conduzindo a riscos de servidão por dívida.
"Farm workers coming to the UK are at risk of debt bondage because they often borrow money to cover flights and visas without knowing what they will earn, a report by the Migration Advisory Committee found."
- Recomendações do Comité Consultivo para a Migração (MAC): O MAC sugere que o sector alimentar deve cobrir estes custos iniciais para manter o acesso à mão-de-obra estrangeira, recomendando um "princípio do empregador-pagador", onde as despesas de recrutamento e deslocalização são suportadas pelos empregadores.
- "The food sector should cover upfront costs faced by migrant farm workers if it wants to keep access to the overseas labour it relies on, the government's advisers on migration have said."- "But workers also need more certainty over how much they will earn, the committee added, calling for a guarantee of at least two months pay, to ensure they could recoup the costs of coming to the UK."- "It urged the industry to accelerate action to move to an 'employer pays principle', so that recruitment and relocation expenses are borne by employers rather than workers."
- Esquema de Trabalhador Sazonal (SWS): O SWS permite aos produtores do Reino Unido contratar cerca de 45.000 pessoas anualmente com vistos de seis meses. O actual governo pretende reduzir o programa ao mesmo tempo que incentiva a automatização, e o Labour comprometeu-se a reformar o sistema de imigração para reduzir a dependência de trabalhadores estrangeiros.
- "To maintain current levels of food production, there was no immediate alternative given a lack of willing UK recruits to the seasonal worker scheme (SWS), the report published yesterday said, urging ministers to give industry certainty over the scheme's future."- "The SWS allows UK growers to hire around 45,000 people a year on six-month visas. The previous Conservative government said in May that the programme would run at least until 2029 but noted the aim would be to taper its size over time, while encouraging farmers towards automation."- "Labour pledged before the general election on July 4 to reform the immigration system with a view to reducing overseas hiring, by making employers' access to visas conditional on greater efforts to train UK workers."
- Grupo de Trabalho da Indústria: Um grupo de trabalho da indústria está a trabalhar na forma como o “princípio do empregador pagador” poderia ser implementado, mas está a fazer progressos lentos devido a divergências sobre a partilha de custos na cadeia de abastecimento.
- "An industry task force, including supermarkets, growers and recruiters, has said it will model ways an EPP model could work. But it has made slow progress because there is no consensus on how to share costs along the supply chain, given the tight margins imposed by retailers on UK growers."- "The MAC said the task force needed to work faster and urged it to set a timeframe to present proposals. Ministers should then confirm the scheme's continuation only if this timeframe was met, it said."
Recordo porque é que em 1904 St. Louis organizou uns Jogos Olímpicos e hoje não é conhecida pelos seus sapatos:
sexta-feira, julho 19, 2024
Curiosidade do dia
"Indian-Americans have achieved a breathtaking amount in this country in a couple of generations. What's impressive is both the range of their success and that they have succeeded entirely on their own steam. No ethnic or racial favors have come their way from schools, colleges or government. At least until the recent Supreme Court ruling on affirmative action, it was a disadvantage to be an Indian student applying to an Ivy League school.
...
I'm an ethnic Indian immigrant to the U.S., in the process of becoming an American, but I don't write this to be self-congratulatory. Instead, I do so to point out that contrary to claims of "systemic racism" and pervasive "white privilege," America has been a place where this ethnic minority has blossomed. Indians constitute just under 1.5% of the country's population, and yet we've had two IndianAmericans (Nikki Haley and Vivek Ramaswamy) compete for the Republican presidential nomination this year. Vice President Kamala Harris, lest we forget, was born to an Indian mother. Indian-American CEOs run Google and Microsoft as well as Novartis, Starbucks, FedEx, Adobe and IBM.
...
What Indians don't specialize in is grievance. There is no Indian lobby pushing for increased "representation" in this or that economic or political sector, no pressure group ululating for ethnic enclaves, or for information to be provided in a language other than English. You won't be told, when you call your bank, to "press 2 for Telugu." You won't have Indian parents at American public schools clamoring for special dispensations for their children. There is, instead, a quiet determination among Indian-Americans to take full advantage of being in a land that gives them a range of opportunities unavailable in their country of ancestral origin.
It is deeply unfashionable to speak these days of the American Dream. To do so marks you out, in certain circles, as anachronistic or sentimental. But if there's one group that holds fast to its belief in the American Dream, it's Indian-Americans. Unapologetic about their drive to thrive, they are rightly scornful of those who would say that America is a place that thwarts people on the basis of race."
Li este texto na tarde de ontem no WSJ do dia 17.07:
Depois, à noite apanhei no Twitter:
Some of the most successful people in the United States are from minority groups pic.twitter.com/FkzH8kg4jT
— The Rabbit Hole (@TheRabbitHole84) July 18, 2024
Livrem-se da decomposição do cristianismo
Primeiro a frase completa:
"Pour le colonisé, la vie ne peut surgir que du cadavre en décomposition du colon."
"Pour le colonisé [Moi ici: O mais fraco, o que merece cuidado na tradição cristã que impregnou o pensamento ocidental], la vie ne peut surgir que du cadavre [Moi ici: Desejar a morte do outro, algo pouco cristão] en décomposition du colon. [Moi ici: O outro é o forte, por isso merecedor do nosso desdém, ou o segundo na escolha. Como o camelo que passa mais facilmente pelo buraco da agulha que o rico. Sim, eu sei que a tradução do grego não foi a melhor]"
A frase foi construída para chocar. Usa o anticristianismo, o desejar a morte de alguém, para justificar uma mensagem do cristianismo.
Fiquei a pensar é que o apelo ao anticristianismo é também, uma licença para abandonar os preceitos do cristianismo. Como diz Tom Holland, só o cristianismo embebido na sociedade impede que hoje o mais forte tenha prioridade sobre o mais fraco. Sem cristianismo, poderemos ter sem quaisquer pruridos alguém a escrever:
"Pour le colon, la vie ne peut surgir que du cadavre en décomposition du colonisé."
O paradoxo de usar a retórica anticristã para transmitir uma mensagem cristã, sugere que o abandono dos valores cristãos pode levar a uma reversão em que os fortes dominam os fracos sem restrições morais.
Isto a propósito de uma frase de uma euro-deputada da França Insubmissa.
quinta-feira, julho 18, 2024
Curiosidade do dia
Suponha que todos os dias, dez homens saem para beber umas cervejas e a conta para os dez chega a 100€...
— Bruno Nunes (@brunoalexnunes) July 18, 2024
Se pagassem a conta da mesma forma que pagamos os nossos impostos, seria algo parecido com isto...
Os primeiros quatro homens (os mais pobres) não pagariam nada.
O quinto…
Marcas e customização
A propósito do artigo "Swiss Supreme Court Rules That Rolex Customizer Artisans de Geneve Is Legal"
Primeiro, a regulamentação legal sobre a customização:
- O Supremo Tribunal Suíço decidiu que a Artisans de Geneve (AdG) pode personalizar legalmente relógios Rolex a pedido do proprietário do relógio para uso pessoal. No entanto, a AdG não pode comercializar ou anunciar estes produtos modificados usando as marcas registadas da Rolex sem consentimento.
Em 2020 a Rolex entrou com uma acção judicial sobre este tipo de serviços. A AdG, desde então, mudou o seu modelo de negócios. Agora, eles personalizam apenas relógios que os clientes já possuem, em vez de vender relógios pré-personalizados. Esta adaptação evita infracções com as marcas registadas.
O Tribunal diferenciou entre personalização de uso pessoal e marketing comercial. A personalização para uso pessoal não infringe as marcas registadas, enquanto o uso comercial, incluindo marketing e venda de produtos modificados, requer autorização do proprietário da marca.
A decisão reforça o princípio do esgotamento da marca, ou seja, uma vez vendido um produto, o proprietário tem o direito de modificá-lo para uso pessoal. Isto não se aplica a actividades comerciais que possam prejudicar os consumidores em relação à origem ou endosso do produto.
Esta decisão tem implicações mais amplas para a indústria relojoeira e potencialmente para outras indústrias onde a customização está a crescer. Equilibra os direitos do consumidor de personalizar produtos com os direitos dos proprietários das marcas de proteger as suas marcas registadas.
As empresas especializadas em serviços de customização podem operar dentro dos enquadramentos legais, garantindo que os seus serviços são claramente para uso pessoal e não para revenda comercial. Isto incentiva a inovação em modelos de negócio que se concentram na customização e não na produção em massa.
O que me faz espécie é a incapacidade das marcas perceberem o potencial de mercado da customização. Por que não são elas próprias a tentar ganhar a preferência dos clientes para a realização destes serviços? Ou, por que não criam parcerias com customizadores para controlarem a qualidade e a representação da marca?
quarta-feira, julho 17, 2024
Para reflexão
Renda para um T2 (T2 em Portugal é um T3 em França) no centro da cidade de Annecy em França:
Oferta versus procura.
terça-feira, julho 16, 2024
Curiosidade do dia
🚢🔌Os navios eléctricos comprados para a Transtejo estão a ser carregados com geradores a gasóleo alugados. Este é o retrato de uma certa política ambiental que se esgota em decisões cujo principal impacto é na comunicação social e na propaganda.
— PCP (@pcp_pt) July 15, 2024
ℹ️ Conhece a pergunta que o PCP… pic.twitter.com/mMqtLoLRrZ
Impressionante sintoma da forma de gestão portuguesa... numa empresa privada, ela fecha ponto. Num organismo público, o dinheiro impostado aos saxões ajuda a esconder quase todos os descalabros de gestão pública.
Hoje, percebi mais um sintoma do que é viver na Suíça. A pintura periódica das paredes dos humildes túneis das passagens para peões nas estações de caminho de ferro.
Recordo:
Abençoados os que cuidam, criam, restauram pic.twitter.com/aXQFCSO7eE
— Carlos P da Cruz 🇺🇦🚜🇳🇱🇬🇪🇮🇱 (@ccz1) August 8, 2023
A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.
Volto à curiosidade do dia do passado Domingo:
Perceberam bem a mensagem deste gráfico ... deixem-na assentar bem no fundo da vossa consciência.segunda-feira, julho 15, 2024
Exportações dos primeiros cinco meses do ano
Olhando para os primeiros cinco meses do ano em termos gerais os números de 2023 e 2024 anda ela por ela, muito iguais. No entanto, a maioria dos sectores que acompanho estão com um desempenho homólogo negativo.
domingo, julho 14, 2024
Fugir do crescimento canceroso
Na revista do Público de ontem li o artigo "A grande mentira do vinho em Portugal".
O texto sublinha a importância de subir o preço do vinho em Portugal como uma solução mais eficaz para resolver os excedentes e melhorar a sustentabilidade do sector. O autor argumenta que a prática actual de tentar aumentar o volume de vendas, especialmente através de vinhos baratos, é um erro, dado que isso perpetua um ciclo vicioso de baixa rentabilidade. Em vez disso, sugere que vender menos, mas a preços mais altos, pode gerar mais receita e ajudar a equilibrar a oferta e a procura. Esta abordagem é comparada ao exemplo bem-sucedido da indústria de calçado italiana, que, apesar de vender menos em volume, consegue gerar mais receita.
Em linha com críticas já aqui feitas no blogue ao longo dos anos. Por exemplo em "O crescimento canceroso.
Outra crítica do autor, ao invés de expandir a área de vinha ou procurar novos mercados, o foco deveria ser em vender menos vinho, mas a preços mais altos, para aumentar a rentabilidade e a sustentabilidade do sector.
Recordar o recente "Mais uma razão para apoiar a causa irritante."
Estamos sempre a bater em exemplos de crescimento canceroso como no vinho temos o turismo, por exemplo. Corridas para o fundo.
sábado, julho 13, 2024
Curiosidade do dia
"O problema de Gustavo é já o de muitos outros recém-licenciados em Direito e, em setembro, quando muitos mais finalizarem o curso, ganhará uma “dimensão catastrófica”, antevê o presidente do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados (CRP/OA), Jorge Barros Mendes. Perante a obrigação de pagarem 1120 euros (125% do salário mínimo) durante os 12 meses do estágio, muitos escritórios não estão a abrir vagas, ou, mais exatamente, os seus advogados estão a recusar-se a ser patronos de novos estagiários.
“A medida tinha um objetivo nobre, porque o trabalho tem de ser remunerado, mas tem dificultado mais do que ajudado”, resume Gustavo Lopes."
Entretanto, na rádio ouvi a bastonária da ordem dos advogados a dizer que vai pedir aos deputados que obriguem os saxões (contribuintes) a pagar o ordenado aos estagiários.
É provável que tal aconteça, os deputados são quase todos advogados.
Trechos retirados do JN de hoje em "Escritórios de advogados fecham porta a novos estagiários para não pagar"
Mais do que com a Peste Negra
"When China launched its one-child policy more than four decades ago, it sped up an evolution toward smaller family sizes that would have happened more gradually.The policy supercharged the country's workforce: By caring for fewer children, young people could be more productive and put aside more money. For years, just as China was opening its economy, the share of working-age Chinese grew faster than the parts of the population that didn't work. That was a big factor in China's economic miracle.There was a price and China is now paying it. Limiting births then means fewer workers now, and fewer women to give birth.A United Nations forecast published on Thursday shows how quickly China is aging, a demographic crunch that the U.N. predicts will cut China's population by more than half by the end of the century."
Trechos retirados de "China Pays Price for Its One-Child Policy"
sexta-feira, julho 12, 2024
Curiosidade do dia
""Given market conditions, it's especially important that we carefully balance [summer working hours] with the needs of our clients, teams and work commitments, which should continue to take priority," Elliott said in a separate memo.Some partners had expected that the summer working hours benefit would be dropped entirely this year by the firm's new leadership, with one senior partner saying it was disruptive to a client-facing business."
De ranhura a canyon.
"what should organizations do when a promising innovative process fails to live up to expectations or a once-fresh innovation languishes over the years and eventually loses its effectiveness?A solution is reimplementation: rethinking an innovative process within an organization’s context, making the necessary changes, and then reintroducing it....Reimplementation is an inherently vulnerable process. Leaders must be willing to expose problems and confront failures. Staff may resist reimplementation, not wanting to change something with which they are familiar and consider good enough."...The success of process innovations can fade over time. Consequently, it is crucial for organizations to periodically check them so they can identify declines in performance early. Once leaders uncover such a deterioration, they should determine the cause instead of immediately trying to force people to “get with the program.” With this knowledge, they can then redesign and reimplement the process and enable it to once again to deliver on its promise."
Há um tempo em que um processo e a realidade estão razoavelmente alinhados. No entanto, como o contexto está sempre em evolução, a entropia a crescer, as pessoas a entrar e a sair, novas tecnologias surgem, novas exigências de clientes e tudo se conjuga numa amálgama que começa a desalinhar processo e realidade em termos de execução e/ou eficácia. Em algumas empresas só se olha para os resultados financeiros e não se consegue, ou não se faz o drill down para chegar às causas raiz. Por isso, o desalinhamento vai aumentando e aquilo que era uma ranhura transforma-se num desfiladeiro, num canyon.
Quanto mais tempo se demora a actuar, maior terá de ser a dimensão da acção.
Trechos retirados de "How to Salvage a Useful Process That Isn't Working Anymore"
quinta-feira, julho 11, 2024
Curiosidade do dia
Em muitas empresas privadas acontece isto, em praticamente todas as empresas nacionalizadas acontece isto.
The year 2004. A sugar mill in Uttar Pradesh, India. Steam engines at work. pic.twitter.com/aZS8ydTqDI
— Kamil Galeev (@kamilkazani) July 10, 2024
Quando se ignoram os custos do futuro, não é Mariana?
Estão a ver uma refinaria de açúcar? Eu também vejo a redacção de um jornal.
Aproveitar o reshoring
"GE Appliances, one of the largest home-appliances manufacturers in the U.s., says a$2 billion effort to remake its supply chain has helped it double revenue since 2017....It is an example of how companies are resetting their supply chains to be more flexible, moves that come after retailers and household goods companies navigated disruptions, shipping delays and dramatic shifts in consumer demand during a chaotic period marked by waves of stockouts and overstocking."A lot of companies are really striving to create increased visibility in their supply chains and also to build greater resilience in their supply chains,"...One of the biggest changes has been to bring more manufacturing into the U.S. from Asia. GE Appliances has added 4,000 manufacturing jobs across its nine U.S. plants over the past seven years. Shifting production from overseas has cut shipping costs by reducing the number of bulky appliances that are sent across the Pacific Ocean and has given GE Appliances more control over production."When you have something that's in a container on a boat for six weeks, it's difficult to change your orders and be able to adjust to shifts in demand," said North Carolina State's Handfield....The company previously tracked "weeks on hand," which measures finished products relative to how many units typically sell in a given week. It now tracks customer orders delivered on time and in full, a measure that prioritizes existing orders so the company doesn't spend time manufacturing items that aren't in demand, Brey said...."I want to make product as close to when the customer is going to want it as possible," Brey said."
- Mais flexibilidade da cadeia de abastecimento: Vão ter de investir em tornar as cadeias de abastecimento mais adaptáveis para lidar com perturbações e alterações nas condições do mercado.
- Repensar a localização da produção: Vão procurar aproximar a produção dos principais mercados para reduzir os custos de envio e melhorar os tempos de resposta à procura. Lidar com a incerteza e aumentar a rotação do inventário.
- Produzir no regime "make to order": Querem alinhar a produção mais estreitamente com os pedidos reais dos clientes para reduzir o excesso de inventário e melhorar a eficiência.
- As ferramentas digitais que usa para melhorar a visibilidade em toda a cadeia de abastecimento, desde a produção até aos pedidos dos clientes.
- Os métodos de rastreio do inventário para os tornar mais precisos, com o foco em ter os produtos certos, nos locais certos, no momento certo.
quarta-feira, julho 10, 2024
Curiosidade do dia
I’m stunned. I really mean that.
— Mike Galsworthy (@mikegalsworthy) July 9, 2024
Rishi Sunak has, since his loss, transformed into an eloquent, measured, witty, gracious, sombre statesman who is truly interesting to listen to… attentively.
Where was this man before? I’m asking in all seriousness. pic.twitter.com/Hw76rkW2Rz
O foco certo
Na passada Segunda-feira publiquei este postal "Não é só por cá. (parte IV)" onde volto a apresentar as minhas ideias para uma agricultura com futuro, demonstrando a irrazoabilidade de querer bons resultados com a continuação da postura actual. A certa altura recordo um postal de 2010 acerca de um canadiano: façam como o canadiano (2021) recordem a agricultura com futuro (2010). A mensagem é: Em vez de procurarem mercado para escoar os produtos, procurem mercados que valorizem algo que possam oferecer de forma distinta. Comecem pelo fim, comecem pelo outcome, não pelo output.
Ontem, no jornal The Times apanhei esta foto.
Com esta legenda:"Hot property Lee McKendrick, the Wasabi Company's farm manager, grows the plants, a staple of Japanese cuisine, in Dorset and Hampshire. The company sells its produce for £200 a kilo and also has to import from Japan to meet demand"
Agora, ao olhar para o verde desta foto recordo alguém que em tempos me contactou por causa da produção hidropónica de alface.
Olhemos para a equação da produtividade:
E para a foto da Herdmar:terça-feira, julho 09, 2024
Curiosidade do dia
Recordar desde 2007 a martirizada Ribeira dos Milagres. Interessante como ninguém é apanhado, nunca.
“Descida do IRC é injusta”
Atentem bem nesta mensagem:
Alexandra Leitão sobre novo pacote do Governo: “Descida do IRC é injusta” uma vez que “40% das empresas” não o pagam https://t.co/oPQsiZcYmi pic.twitter.com/DC15byzP7l
— Polígrafo (@JornalPoligrafo) July 7, 2024
Acham que a descida do IRC é para facilitar a vida às empresas portuguesas?
Por que precisamos de investimento directo estrangeiro?
Por que é que empresas estrangeiras viriam para Portugal?
Focar a discussão nas empresas existentes com a produtividade existente é não ver o filme. O foco é nas que não estão cá, os mastins dos Baskerville. Recordar como estes tempos são estranhos.
BTW, pergunta sincera: qual é a relação entre 40% das empresas não pagarem IRC com a descida ser injusta? Só vejo uma justificação para este racional: pensar que esta descida é uma benesse para as empresas existentes, e as que têm lucro não precisam de ser ajudadas, quem precisa de ajudas são as outras.
Não! As que não têm lucro, muito provavelente deviam fechar. O mercado está a dizer-lhes para mudarem de modelo de negócio, para mudarem de vida. Apoios a estas empresas às vezes funcionam, mas a maior parte das vezes são usados para artificialmente mantê-las vivas. Desperdício de recursos escassos. No entanto, o mais importante é saltar fora do jogo de soma nula e pensar nas empresas que virão, não nas que já existem.
BTW, lembrem-se que o Público, a Visão e o DN têm prejuízo e não fecham.
Será que a credibilidade se compra numa prateleira?
Há algum tempo, talvez no final de Junho passado, encontrei na revista MoneyWeek o artigo "Sweet deal for Tate & Lyle?".
A Tate & Lyle, sujeita a um cada vez maior escrutínio sobre os alimentos ultraprocessados, como os iogurtes aromatizados e os snacks doces, com investigações que os ligam cada vez mais a doenças como o cancro e a diabetes tipo 2, resolveu ir ao bolso, tirar a carteira e comprar um fabricante de ingredientes para produtos alimentares saudáveis.
"Tate & Lyle hopes the deal will ensure the combined entity can supply "producers looking to make food which is healthier but still tasty enough to fly off the shelves"."
O que me deixou a pensar no tema: Será que a credibilidade se compra numa prateleira?
segunda-feira, julho 08, 2024
Curiosidade do dia
Não consigo pensar numa cena melhor para descrever a Europa, enquanto o país arde muita gente continua como se nada tivesse acontecido a encher as esplanadas. pic.twitter.com/5c7EiAL2fm
— Sarzuelas (@Sarzuelas) July 7, 2024
Não é só por cá. (parte IV)
Parte I, parte II e parte III.
Afinal vamos ter mais partes. Vejamos agora um exemplo ao vivo e a cores da metáfora que aqui costumo usar (por exemplo aqui e aqui)
Volto à metáfora:
"Alguém diz ao filho com 5 anos?
- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"
A actuação foi uma valente porcaria, mas os pais fazem um sorriso amarelo e batem palmas (As crianças não são burras, mas não foram ensaiadas, nenhum adulto investiu a sério em ensaiar o espectáculo).
No Sábado passado li "Montenegro quer inverter problema geracional do setor agrícola nacional" e automaticamente pensei: Olha! Um exemplo ao vivo e a cores da metáfora.
Associações de agricultores fazem o seu número no espectáculo e o papá-primeiro-ministro em vez de chamar a atenção para a realidade, resolve bater palmas e, qual Tony Robbins, fazer um discurso motivacional.
Vamos lá sublinhar alguns tópicos:
"O primeiro-ministro afirmou hoje que é fundamental o país inverter o problema geracional do setor agrícola, considerando que tal é uma ameaça para a soberania alimentar nacional."
Os pais querem o melhor para os seus filhos. Os filhos querem perspectivas de vida. O que levará os filhos dos agricultores/produtores de leite a quererem continuar no sector com toda a informação negativa que vêem com os seus olhos na vida dos seus pais, e ouvem nos media? Recordo que não é impunemente que se diz mal.
Onde é que no cálculo dos custos entra o valor da soberania nacional? Produtores são tótós se forem nessa canção de embalar. Consumidores, distribuidores e governos não pagam nada extra pela soberania nacional. Soberania em quê? Trigo? Leite? Brincamos?! Os agricultores não podem esperar ganhar a vida a serem macro-salvadores do mundo. Não é essa a sua função, não é assim que podem ser competitivos, não é assim que podem prosperar. Tal como na indústria, devem procurar o nicho, o segmento que podem servir com vantagem e servi-lo. Como costumo dizer: façam como o canadiano recordem a agricultura com futuro.
"O governante lembrou que o setor do leite representa 9% de todo o valor agrícola, envolve 1999 milhões de euros de volume de negócios e gera mais de 648 mil empregos diretos e indiretos, mas que 60% dos produtores têm mais de 55 anos e só 11% têm menos de 34."
Pena que o governante não tenha posto as cartas da verdade em cima da mesa. Produzir uma commodity num mundo cada vez mais concorrencial só é vantajoso para quem tem vantagem competitiva. Nunca esquecer a 1ª lei da teoria dos jogos: "Do not play a strictly dominated strategy". Por isso, não dá dinheiro aos produtores.
""A Agricultura e as Pescas, todo o nosso setor primário, são estratégicas para o futuro de Portugal. Gera-nos capacidade de autonomia alimentar, capacidade de independência do exterior e cria postos de trabalho. Sem uma agricultura forte, não temos capacidade de garantir a coesão territorial", apontou o primeiro-ministro."
Eehehehe! Basta estar no largo da praça de touros de Almeirim, ao principio ou fim do dia, para perceber a criação de postos de trabalho e a coesão territorial.
""As orientações que têm sido dadas e que têm sido cumpridas é que o Ministério da Agricultura e Pescas e o Ministério do Ambiente e Energia estejam de mãos dadas. Se conseguirmos tirar esses obstáculos de burocracia, regulamentação e exigências, temos a capacidade de aumentar o valor deste setor", vincou."
Gostava de perceber qual a relação de causa-efeito entre a remoção dos obstáculos de burocracia e o aumento de valor acrescentado. A sério que gostava de perceber. Só há uma via séria para o aumento do valor acrescentado, o aumento do preço de venda. Aumentar o preço de venda de commodities é uma impossibilidade económica.
""Não podemos ter um conjunto de regras e obrigações tão restritivas, e que encarecem tanto o produto, que gera o absurdo de tirarmos rentabilidade aos nossos agricultores e, ao mesmo tempo, enchermos as prateleiras dos supermercados de produtos de outras geografias que não aplicam as mesmas exigências que cá temos na Europa", referiu."
Ehehehehe! O primeiro-ministro devia conhecer o karma associado ao sector do leite.
O discurso do primeiro-ministro Luís Montenegro, embora bem intencionado, deixa de abordar algumas questões fundamentais que afectam o sector agrícola português. Em primeiro lugar, o governante falha em reconhecer explicitamente as dificuldades inerentes à produção de commodities agrícolas num mercado altamente competitivo. Este sector enfrenta uma concorrência forte de países que possuem vantagens competitivas claras, como climas mais favoráveis, custos de produção mais baixos e economias de escala.
A aplicação do princípio dos rendimentos decrescentes na agricultura é uma realidade que não pode ser ignorada. À medida que se tenta aumentar a produção, os custos adicionais tendem a ser maiores que os benefícios obtidos, resultando em margens de lucro cada vez menores. Este fenómeno é particularmente relevante em Portugal, onde a estrutura fundiária e as pequenas propriedades dificultam a implementação de práticas agrícolas mais eficientes e competitivas.
Além disso, o primeiro-ministro não aborda adequadamente a questão das regulamentações e das exigências europeias, que muitas vezes colocam os agricultores portugueses em desvantagem em relação aos seus concorrentes de fora da União Europeia. A simplificação burocrática é mencionada, mas não é especificado como será alcançada, nem se reconhece o impacte desproporcional que essas regras têm sobre os pequenos e médios agricultores.
Outra omissão significativa é não referir o esforço que os agricultores terão eles próprios de fazer para sair do buraco e não esperar que seja o papá-estado a salvá-los.
A sustentabilidade e a rentabilidade do sector não serão alcançadas apenas com discursos motivacionais, mas com a tomada de consciência que se calhar é preciso alterar o que se produz para se ganhar rendimento, que se calhar é preciso ser criativo e não esperar salvação milagrosa de quem não tem conhecimento e não tem o problema.