domingo, setembro 13, 2009

There is gaping whole in world demand. It is being filled by governments, all nearing the limit of fiscal stimulus.

Evans-Pritchard strikes again "Lehman is a footnote in the great East-West globalisation crisis"
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E chama a atenção, mais uma vez para aqueles circulos de causa-efeito que reconheci nos escritos de Roubini.
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"There is gaping whole in world demand. It is being filled by governments, all nearing the limit of fiscal stimulus. Some have exceeded it: Spain is to raise taxes by 1.5pc of GDP, and Japan's Democrats are retreating from spending pledges. China is trying to plug the gap, belatedly, by ramping up credit 70pc this year, but it will take a cultural revolution to induce the Chinese to spend. The liquidity is leaking into stocks, metals, and property.
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Yes, markets are sizzling, but industrial production is still down 23pc in Japan, 17pc in the eurozone, 13pc in the US and 11pc in Russia. We have a global glut of manufacturing plant. This is why companies will have to slash staff. Don't be deceived: profits can look good at first when firms cut into the bone. It is no strategy for an economy."
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Ontem transcrevi: "As debt is a mechanism through which we pull demand forward, the debt and consumption has meant we have been growing today at the expense of future growth." Evans-Pritchard é mais cáustico e chama os nomes aos bois "Couldn't they see that this was cheating: stealing from the future?" O que seria de esperar da Geração TuTuTu dos egoístas de Maio de 68?
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Roubar o futuro, não o nosso por que nós estamos cá e se não sabemos defender-nos a responsabilidade é nossa, mas o daqueles que ainda não nasceram ou ainda não podem influenciar o governo da cidade.
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Como é que se compram estas evoluções da confiança?
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Roubando o futuro outra vez!
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Não posso concordar com esta visão da coisa "El 'error Lehman'". A falência do Lehman não foi a causa, foi um sintoma. Let us wait for the Spanish banks future...

A Lei de Gresham aplicada aos clientes?

Receio que as pessoas estejam a confundir uma eventual recuperação (?) financeira de uma recuperação económica. Mas adiante.
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Um dos meus contactos no Facebook, Claus Vistesen, está a redigir a sua tese de doutoramento. Um dos papers que vai pôr cá fora defende a tese de que quanto mais envelhecida é uma sociedade mais dependente ela fica das exportações.
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O Público de hoje traz uma entrevista a Daniel Bessa intitulada "Empresas que exportam devem pagar menos impostos":
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"Se se perguntar individualmente às empresas se são inovadoras, todas responderão que sim. Mas qual é a verdade?
Trabalhei durante muitos anos com alguns dos sectores mais tradicionais e uma das coisas que mais me surpreendeu foi o facto de haver muitas mais empresas em Portugal na área do têxtil, vestuário e calçado do que em França, Alemanha e Reino Unido. Há uma pulverização muito grande, mas há todo um trabalho de reconversão que se começou a fazer, e isso tem a ver com a inovação. Normalmente as pessoas ligam a inovação a produtos e processos. Eu acho fundamental que esteja ligada também a outras duas componentes: a inovação na gestão e na comercialização."
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Sem inovação na gestão não há reflexão estratégica séria, não há medição, não há planeamento a médio longo prazo, não há aposta nos intangíveis.
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Sem inovação na comercialização, não há a noção de clientes-alvo, não há a definição de proposta de valor e todos os clientes são bons.
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Lembram-se da polémica nos jornais quando Cavaco Silva escreveu sobre a boa e a má moeda? Ficou célebre a Lei de Gresham. Interrogo-me se nos negócios não é a mesma coisa, quando as empresas não distinguem os clientes-alvo dos que não interessam, não será verdade que os clientes que não interessam acabam por expulsar os clientes que interessam?"

Passar das marcas

Thomas Jefferson presidente dos Estados Unidos entre 1801 e 1809, no seu discurso de tomada de posse disse, acerca dos governos e da su arelação com os cidadãos:

"Still one thing more, fellow citizens — a wise and frugal government, which shall restrain men from injuring one another, which shall leave them otherwise free to regulate their own pursuits of industry and improvement, and shall not take from the mouth of labor the bread it has earned."
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Com um milhão de penhoras de certeza que já passamos das marcas.

sábado, setembro 12, 2009

Portugal e Espanha; irmãos

"Roca aseguró ayer que “tendría prestigio un político que sea capaz de reconocer que estamos mal y decir abiertamente que se han acabado las demandas y que nadie venga a pedir nada en tres años porque no se concederá y vienen tiempos muy duros; con eso ganaría prestigio”. (Moi ici: não sei se o povo português espanhol, povos inveterados amadores de bilhar, já estão maduros ou não para este tipo de político. Mas é só uma questão de tempo. Por cá, nos debates toda a gente fala de dar, de dar, de dar, com o dinheiro de quem?.)

“En Italia, Silvio Berlusconi, que es un personaje dudoso, aunque divertido, genera más confianza que nuestros políticos en España, hacía años que no había unos índices tan bajos de la moralidad colectiva española”, apuntó."

Recorte daqui.

Belmiro de Azevedo no Público

"a cultura da Sonae é uma cultura de mudar, e mudar em ambientes de crise. Aliás, quando entrei na Sonae, a 2 de Janeiro de 1965, a empresa vivia uma crise e eu vinha de uma outra empresa, a primeira onde trabalhei depois de me licenciar, a Efanor, porque ao fim de dois anos percebi que ia falir. A Efanor não tinha estratégia, não se deu conta que tinha um só produto - algodão de grande qualidade - mas que estava ameaçado pelos novos materiais que estavam a chegar ao mercado, como as fibras sintéticas. (Moi ici: é preciso jogar bilhar como um profissional. Não basta jogar a tacada actual, há que pensar nas tacadas seguintes: O que vem aí? É preciso futurizar!!!) Vi que ia morrer, como acabou por suceder, e por isso decidi sair e aceitar o convite da Sonae. Quando lá cheguei, verifiquei que aquela empresa, naquela altura, estava mesmo a necessitar de uma experiência "schumpeteriana", isto é, destruir para recriar. (Moi ici: Infelizmente, a maior parte das vezes só os que vêm de fora têm a liberdade de espírito e a isensão sentimental para fazer o corte com o passado. Drucker escreveu sobre isto, sobre a dificuldade em matar um filho, um produto ou um departamento tornado obsoleto.) O meu primeiro trabalho foi enviar para a sucata metade do equipamento e a metade que ficou está em tão bom estado como quando lá cheguei. Depois houve que adaptar a empresa à única lei que, como costumo dizer, vale a pena conhecer em economia: a lei da oferta e da procura."
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"Em Portugal devia-se apoiar mais as pequenas e médias empresas?
Nem todas as pequenas e médias empresas são boas e merecem ser ajudadas. O que temos de saber é quais são as boas e as más. As más não devem ser apoiadas.
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A política deve ser criar um melhor ambiente para todas as empresas ou apoiar as que têm dificuldades?
Apoiar essas seria contrariar Schumpeter: uma empresa que não tem futuro não deve ser apoiada. Se é má, nunca mais tem solução; uma perna podre tem de ser amputada. (Moi ici: a embrulhar e enviar por correio urgente à atenção do ex-ministro Pinho e a todos os "so-called" empresários que passam a vida de mão estendida ao governo. Ah! E não esquecendo os famosos produtores de leite e cereais.)
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Discorda então dos programas de apoio às pequenas empresas?
Claro, até porque são muito politizados. Então em períodos eleitorais é o que se vê: andam por aí a prometer tudo.
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Portugal sairá melhor ou pior desta crise?
Vai depender das empresas. O Estado não tem uma mina de dinheiro e cada vez que dá subsídios ou realiza grandes investimentos vai buscar dinheiro aos mercados financeiros, o que torna o dinheiro para a economia ou mais escasso, ou mais caro. Isso é muito mau." (Moi ici: Belmiro de Azevedo deve estar equivocado certamente, pelo menos tendo em conta o à vontade com que os governos normandos esbanjam dinheiro...)

Para reflexão

"I have problems with GDP as a measure because of quality. Robust 4% growth that is underpinned by savings and capital investment is not the same as robust 4% growth underpinned by debt and consumption.

The problem I have with the recent history of growth in the United States, the United Kingdom, Spain and Ireland in particular is that the growth was underpinned by high debt accumulation and low savings. As debt is a mechanism through which we pull demand forward, the debt and consumption has meant we have been growing today at the expense of future growth.

Low quality growth can go on for a long time

This dynamic can continue for a very, very long time. In the United States, by virtue of America’s possession of the world’s reserve currency, an increase in aggregate debt levels has been successfully financed for well over twenty-five years."
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Recortado de "Is economic boom around the corner?"
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E já agora, por causa da engenharia eleitoral este escândalo:
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"For example, while GDP is supposed to measure the value of output of goods and services, in one key sector - government - we typically have no way of doing it, so we often measure the output simply by the inputs. If government spends more - even if inefficiently - output goes up. In the last 60 years, the share of government output in GDP has increased from 21.4 percent to 38.6 percent in the U.S., from 27.6 percent to 52.7 percent in France, from 34.2 percent to 47.6 percent in the United Kingdom, and from 30.4 percent to 44 percent in Germany. So what was a relatively minor problem has now become a major one."
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Trecho retirado de "Joseph E. Stiglitz: Rethink GDP fetish"

Da próxima vez que o governador...

... do Banco de Portugal e outros amadores do bilhar propuserem a fusão de bancos vou recordar-me deste texto "Top Economists Say We Must Break Up the Insolvent Banks (Government Says Let’s Make Them Bigger)"
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sexta-feira, setembro 11, 2009

Porto 1979

O meu irmão mandou-me uma apresentação com fotografias do Porto de 1979.
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Olhando para estas fotografias com 30 anos é possível fazer o paralelismo com o que é o Porto exterior de hoje.
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O Porto mudou muito.
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Na oitava foto, vê-se um Fiat 850... o meu pai tinha um nessa altura.

Uma casta?

O desemprego aumenta no sector privado.
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A inflação está negativa.
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Os governos viram as suas receitas baixarem drasticamente (cerca de 20% em Portugal, por exemplo).
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As falências crescem.
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E o que fazem os governos português e espanhol?
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"El Gobierno acepta mantener el poder adquisitivo de los funcionarios en tres años"
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Quem paga? De onde vem o dinheiro? Onde está a criação de riqueza para alimentar os normandos?
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Há qualquer coisa de pôdre nesta lógica dos direitos adquiridos à custa dos mais fracos.
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Gostava de ler Daniel Amaral sobre este tema.

Clientes-alvo e outra possibilidade de competir

Encontrei no livro “Value Creation: Strategies for the Chemical Industry” uma defesa das minhas ideias de promoção de propostas de valor que fujam do preço mais baixo.


O livro, de 2006, apresenta os mesmos números do artigo “Managing Price, Gaining Profit” de Michael V. Marn & Robert L. Rosiello, em Setembro-Outubro de 1992.

A figura é eloquente. Um aumento de 1% no preço aumenta a rentabilidade em quase 12%, enquanto que a redução de 1% nos custos fixos aumenta a rentabilidade em cerca de 2,5%.

Uma outra figura que devia ser interiorizada por muito boa gente é a que se segue:

20% dos clientes representam 90% do lucro! (Please rewind and read!!! Please rewind and read!!!)

Os autores escrevem sobre a indústria química, contudo, o mesmo raciocínio pode ser alargado a outros sectores.

“Once a differentiated understanding of the marketplace has been obtained, it is important to decide which segments and specific customers the organization aspires to serve and, equally importantly, which ones it will not target. In most chemical companies today, this is a significant mindset shift. In general, most chemical companies are volume-focused, and have never met an unattractive customer. (Moi ici: quantas empresas sabem quem são os seus clientes-alvo? Quantas empresas sabem que alguns clientes são autênticos presentes envenenados?)


The dilemma for most chemical companies today is that a 20/90 rule applies to customer performance – 20 percent of customers typically account for 90 percent of profit margin. The challenge is what do with the long tail of customers that add little incremental margin to the overall bottom line. In most instances, companies have decided that the best thing to do is to enhance the profitability of the tail through aggressive pricing actions. In other situations, they have decided to redefine the value proposition and overall offering to enhance the profitability of this customer group or move these customers to distributors. (Moi ici: quantas empresas fizeram e fazem esta reflexão?)

Será que reduzir salários é de esquerda?!

Em Janeiro de 2008 Miguel Frasquilho fez um desenho, apresentou um gráfico sobre o tema. Hoje, Daniel Amaral no Diário Económico volta ao tema no artigo "A gestão dos salários".
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Estranho é que Daniel Amaral coincida com Ferraz da Costa e Vítor Bento na solução de reduzir os salários!!!
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"Uma análise aos últimos cinco anos revela que os salários sempre cresceram mais do que a inflação e, nalguns casos, até mais do que a conjugação dos preços com a produtividade. (Moi ici: isto não é novidade, só os jogadores de bilhar amadores é que podem surpreender-se com isto ao fim de 5 anos!!! Os jogadores de bilhar profissionais teriam previsto, teriam visualizado o que iria acontecer ainda mesmo da tomada de decisão) E 2008 reivindicou a cereja no bolo: com a economia estagnada e a produtividade a cair, os salários aumentaram 3,4%! Há quem desvalorize estes números e lhe chame acção social; eu chamo-lhe acelerador de falências. (Moi ici: E voltamos ao tema da competitividade. Como é que Manuel Maria Carrilho lhe chamou? Voluntarismo! "Por isso, as lideranças do futuro terão de resistir à armadilha do voluntarismo, seja na forma que conduz a contraproducentes provas de força com a sociedade seja quando ele se refugia num qualquer tipo de determinação mais ou menos iluminada." Isto por causa de quem defende que as empresas que falirem, por não serem capazes de resistir aos aumentos salariais, não fazem falta? Impor-mo-nos aos outros é tão fácil... arvorar-mo-nos em vanguarda que sabe tudo para todos... enfim!)

Claro que isto se repercute na vida das empresas, sejam exportadoras ou não. No primeiro caso, não conseguem competir na ordem externa - as exportações baixam. No segundo, não conseguem competir na ordem interna - as importações sobem. O resultado final é um múltiplo atentado ao país: caem o investimento e a produção, disparam o desemprego e o endividamento. Como é que ainda ninguém reparou? (Moi ici: Onde estava Daniel Amaral quando se discutiu o último aumento do salário mínimo?)

Como se vê, temos aqui um paradoxo: os salários de miséria... são altos de mais. O choque, que se adivinha terrível, vai ocorrer lá para o final do ano, gerido por um Governo previsivelmente minoritário no Parlamento. Adivinho o pior: o Executivo apelará ao realismo dos sindicatos; as oposições cantarão loas ao "social" e serão todas contra. A questão central fica de pé: como é que se explica a uma pessoa com menos de 400 euros que a solução para a crise está na redução dos salários?" (Moi ici: Custa-me que os macro-economistas só consigam equacionar manobras de Lanchester ... julgo que têm de primeiro descobrir e estudar Skinner, enquanto os macro-economistas lutam pelo aumento da eficiência... Skinner chama a atenção para a meta-eficiência, para a eficácia. Skinner doutorou-se muito tarde, trabalhou vários anos na vida real das empresas, sabia o que era a realidade para lá das teorias. Zapatero, durante a campanha eleitoral que o levou pela primeira vez à Moncloa, disse que aumentar impostos era de direita e reduzir impostos era de esquerda. Esta semana aumentou impostos... será de esquerda? Agora, desconfio que ainda vou ouvir que reduzir salários é de esquerda!!!)

Lucro e quota de mercado

Recorte retirado do livro “Value Creation Strategies for the Chemical Industry”:
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“There are two problems around growth in the commodity chemicals segment.
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First, too many companies have sought to achieve scale without paying enough attention to the return on their invested capital. The clearest finding of our research reinforces this basic point: return on invested capital matters far more than revenue growth. Even those companies with above-average returns on invested capital had the same market-to-book ratios, no matter whether they were growing quickly or slowly.”
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Isto faz recordar aquela máxima "Profit is sanity. Volume is vanity."
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Faz recordar também, Hermann Simon e o seu livro "Manage for Profit not for Market Share: A Guide to Greater Profits in Highly Contested Markets"
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Faz recordar ainda, estratégias puras e híbridas.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVII)

Perante este artigo "Crise faz aumentar fraude fiscal em Portugal, diz Saldanha Sanches"
lembrei-me das virtudes da estatística, referidas por Avilez Figueiredo.
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Esta manhã, ao fazer o meu jogging, ouvi na revista da imprensa do Rádio Clube Português a referência a esta notícia "Um milhão de penhoras fiscais espera 58 mil compradores".
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De entre esse milhão de penhoras fiscais qual será a % de casos de fraude fiscal? Não tenho números, mas custa-me a crer que sejam a maioria.
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Se a maioria não for de casos de fraude fiscal o que é que o número de 1 milhão de penhoras fiscais quer dizer? Que mensagem transmite esse número?A mensagem que chega à minha mente é traduzida e encaixa num modelo mental que conclui que o Estado português é demasiado grande e caro, para a capacidade de gerar riqueza da sociedade portuguesa. Assim, comporta-se como um enorme cuco alimentado pelos saxões impostados.
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Brevemente, quando acabarem as eleições alemãs e voltar a pressão para cumprir o défice, um primeiro cheirinho da coisa aqui "BCE defende “regresso célere” à consolidação orçamental sem aumento de impostos", como será a resposta de uma casta governativa que só sabe curar défices aumentando o saque impostado aos saxões contribuintes?

Engenharia eleitoral (parte II)

Lembram-se das encomendas da defesa alemã que empolaram o PIB germânico, so convenient in this election period...
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O Japão também teve eleições hà dias.
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Reparem nesta pérola de engenharia eleitoral:
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" Sept. 10 (Bloomberg) -- Japanese machinery orders fell to a record low in July, signaling companies burdened with idle factories are wary that a rebound in global demand will last.

Orders, an indicator of capital spending in the next three to six months, plunged 9.3 percent from June to 665 billion yen ($7.2 billion), the lowest level since the survey began in 1987, the Cabinet Office said today in Tokyo. The decline was more the twice the 3.5 percent drop forecast by economists."
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And now something completely different:
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"The decline in the machinery data was largely a reaction to a 9.7 percent jump in June that was driven by a single order for equipment used to generate nuclear power, the Cabinet Office said."
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Recortes retirados de "Japan Machine Orders Fall to Record Low as Factories Sit Idle"
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Lá se vai a retoma...

Paralelismos (parte V)

Continuado daqui.
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Volto ao artigo "The Productivity Paradox" escrito por Wickham Skinner e publicado pela Harvard Business Review em Julho-Agosto de 1986.
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Apreciem estes recortes que se seguem e vejam como este blogue não está sozinho no esforço missionário de tentar converter os actores económicos portugueses a uma outra estratégia, a um outro posicionamento que não o instintivo e indefensável preço mais baixo.
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"Chipping away at productivity...
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is mostly concerned with direct labor efficiency, although direct labor costs exceed 10% of sales in only a few industries. Thus even an immense jump in productivity - say 20% - would not reverse the fortunes of import-damaged industries" (Moi ici: é a isto que eu chamo mitos, é por isto que grito que muita gente fala, fala, fala mas não fez contas nenhumas.)
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"focuses excessively on the efficiency of factory workers. By trying to squeeze out hetter efficiency from improved attitudes and tighter discipline on a person-by-person and department-by-department basis, the approach detracts attention from the structure of the production system itself."
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"ignores other ways to compete that use manufacturing as a strategic resource. Quality, reliable delivery, short lead times, customer service, rapid product introduction, flexible capacity, and efficient capital deployment-these, not cost reduction, are the primary operational sources of advantage in today's competitive environment." (Moi ici: e as alternativas ao preço cresceram mais desde 1986)
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"Most of the productivity-focused programs I have seen blithely assume that competitive position lost on grounds of higher cost is best recovered by installing cost-reduction programs. This logic is tempting but wrong. These programs cannot succeed.
They have the wrong targets and misconstrue the nature of the competitive challenge they are supposed to address. Worse, they incur huge opportunity costs. By tying managers at all levels to short-term considerations, they short-circuit the development of an aggressive manufacturing strategy. But they also do harm."
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É impressionante como esta discussão de há mais de 20 anos continua a não entrar nas cabeças de muito boa gente.
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Senge, o homem dos arquétipos, tem um arquétipo para esta situação "Shift the Burden". Perante um problema de fundo (perda de competitividade) aplicamos medidas que atacam os sintomas e evitamos, atrasamos o inadiável, a implementação de uma solução fundamental, uma solução que ataca a causa dos sintomas.
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Estamos sempre a ver isto... por exemplo, os subsídios no sector do leite.

Para reflexão

"Financial analysts who study demography like popular author Harry Dent argue that one of the main drivers of a country's economic growth is the number of people in the country who are in their peak spending years.
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For example, Dent says that in the U.S., 46-50 year olds are the biggest spenders, because that is when - on average - they are paying for their kids' college, paying mortgage on the biggest house they will own during their life, etc.
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Dent argues that the American economy will tend to grow when the number of 46-50 year olds grows, and to shrink when it shrinks. Dent says this principle applies to all countries, although the peak spending years might vary slightly from country to country. For example, the peak Japanese spending range has been estimated to be comprised of 39-43 year olds."
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Como é a demografia na Europa?
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"The Age of the Population Affects Economic Growth"

Mais uma vez: a apologia da batota

A propósito deste artigo do jornal i de hoje "A solução para a crise? Lojas amigas do cliente" recordo a série "A apologia da batota" (primeira e segunda partes).

quarta-feira, setembro 09, 2009

Já fazia algum tempo...

... que eu não lia pensamento, reflexão política a sério. Posso não estar de acordo com tudo, mas estou de acordo com muita coisa. E vejo reflectido no texto com clareza e racionalidade, preocupações que sinto mas que não consigo verbalizar desta maneira.
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Por exemplo quando defendo que tenho saudades do comunismo soviético, corrijo, tenho saudades do medo do comunismo soviético, estou na verdade a traduzir de forma incompleta um sentimento que pode ser verbalizado da seguinte forma:
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"Em primeiro lugar, generalizou-se a ideia de que a queda do Muro de Berlim foi a vitória de uma forma de democracia que encontrava a sua forma final na pura e simples identificação com o mercado. Seguidamente, não se compreendeu que a globalização minava na sua raiz o compromisso social-democrata entre o trabalho e o capital, deixando o trabalho preso às suas raízes nacionais enquanto o capital se tornava cada vez mais livre num tabuleiro cada vez mais mundial. E a terceira razão encontra-se na identificação dos valores da modernidade com os da metamorfose do capitalismo na sua versão financeira - e aqui a "Terceira Via" inspirada por Tony Blair tem especiais responsabilidades. E tudo isto, note-se, sem nenhum pressentimento do brutal impacto que as economias emergentes (China, Índia, Brasil, etc.) viriam a ter no começo do séc. XXI."
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Ou a brilhante descrição:
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"Fala-se da crise actual, por exemplo, como se tudo não passasse de um filme, entre a "chegada" e o "fim" da crise. Durante meses, o assunto foi saber se ela já tinha chegado e, depois, passou a ser saber se ela já tinha partido! Tudo ao som de comentários e previsões de "especialistas" que antes não foram capazes de prever nada, mas mesmo nada do que aconteceu."
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Ou este pormenor sobre a construção europeia: "É preciso sublinhar ainda uma outra razão, que está na forma como, nas décadas de 80 e 90, o tema europeu funcionou como compensação das dificuldades que o socialismo enfrentou. Com Mitterrand, Soares ou Köhl, num primeiro momento, e depois com Jospin, Guterres ou Schroeder, procurou-se fazer da construção europeia o ersatz das ilusões perdidas do socialismo democrático."
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A não perder Manuel Maria Carillho no DN "O poder, afinal, para quê?"

Relatório de Competividade Global de 2009

Acerca do Relatório de Competividade Global de 2009 (e aqui) deixo uma pergunta:
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- Qual a semelhança entre o Relatório de Competividade Global de 2009 e os modelos ISO 9001 ou Europeu da Excelência para a Qualidade?
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Afinal deixo mais outra:
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- Onde é que os três nos enganam?
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Continua.

Para reflexão

Edward Hugh chama a atenção para estes números:
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"China's auto industry continued to post strong growth, with sales of passenger vehicles rising 90% in August. Some industry watchers see growth slowing dramatically next year, however.

Passenger-vehicle sales in China rose to 858,300 units in August, up 90% from a year earlier, the China Association of Automobile Manufacturers said in a statement Tuesday. China's overall auto sales rose 82% in August to 1.14 million units, CAAM said. It didn't provide the year-earlier figures."
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"China Auto Sales Surge" no WSJ.

Diz-me quem apoias com os teus subsídios?!!!

No livro "O Medo do Insucesso Nacional" de Álvaro Santos Pereira chama a atenção para dois gráficos interessantes. Sobretudo se pensarmos nesta descoberta e posterior proposta do Parlamento.
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O gráfico 27 na página 230 que ilustra que Portugal tem uma percentagem de empresas inovadoras superior à média europeia.
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O gráfico 28 na página 231 que ilustra que as empresas inovadoras não recebem muita ajuda estatal.
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"É incompreensível e totalmente injustificável que tal aconteça. Como Portugal é um dos países da União Europeia onde as ajudas do Estado às empresas são mais elevadas, tudo indica que, mais uma vez, não estamos a utilizar os nossos recursos eficientemente ou, no mínimo, estamos a conceder ajudas às empresas e aos sectores menos dinâmicos e inovadores. Dito de outro modo, protegemos as indústrias e sectores mais estabelecidos e mais conservadores e não recompensamos as empresas que se esforçam por inovar."

Paralelismos (parte IV)

Continuado daqui.
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Entre os artigos escritos por Wickham Skinner que julgo serem muito úteis para a nossa realidade actual não posso deixar de salientar um publicado pela Harvard Business Review em Julho-Agosto de 1986 com o sugestivo título "The productivity paradox".
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Por vezes neste blogue escrevo sobre os mitos. Mitos são conversa da treta, mitos são palavras e enredos que as pessoas usam e arremessam a outros sem conhecimento da realidade, sem terem a percepção profunda do que estão a propor, basta-lhes ficar pela superfície.
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Mitos são por exemplo o que se ouve sobre a formação, ou sobre a produtividade. Atentemos no caso da produtividade.
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A produtividade é muito importante e ponto. O nível de vida de uma sociedade só pode aumentar de forma sustentada se estiver assente em aumentos da produtividade. O que é isso de produtividade? De que falamos quando falamos de produtividade? O que significa o rótulo produtividade?
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Skinner escreve "(Productivity is defined by the Bureau of Labor Statistics as the value of goods manufactured divided by the amount of labor input. In this article "productivity" is used in the same sense, that is, as a measure of manufacturing employees' performance.)"
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BTW, não existe uma forma única de medir a produtividade, há muitas produtividades como bem demonstra Dinis Carvalho neste artigo "Produtividade Portuguesa".
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Voltando ao recorte do artigo de Skinner encontro algo que julgo inquina grande parte das discussões sobre a produtividade, olhar para a produtividade como uma medida da eficiência dos trabalhadores. É verdade mas é muito redutor e cada vez mais enganador e gerador de discussões sem sentido.
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Num mundo muito mais estático, em que o tipo de produtos que se produzem hoje é o mesmo que o tipo de produtos que se produzirão dentro de 2, 5 ou 10 anos, faz sentido pôr a responsabilidade, pôr o radar, pôr a ênfase na eficiência dos trabalhadores. Contudo, no mundo dinâmico em que vivemos pôr a eficiência dos trabalhadores como a grande preocupação é um erro!!!
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Vai gerar uma preocupação exagerada, reparem bem eu repito exagerada, na redução dos custos, como se a poupança de dinheiro fosse equivalente ao ganho de dinheiro. É muito mais importante ganhar do que poupar.
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A aposta na melhoria da produtividade através do aumento da eficiência dos trabalhadores vai produzir, é sempre assim, vai gerar resultados medíocres, melhorias incrementais insignificantes. Como escreve Skinner "Few companies have failed to measure and analyze productivity or to set about to raise output/input ratios. But the results overall have been dismal."
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"Unfortunately, XYZ's frustration with a full-out effort that achieves only insignificant competitive results is typical of what has been going on in much of American industry. Why so little competitive return -even a negative retum- on so much effort? Is it the high value of the dollar, which cheapens imports? Is the cost gap just too great for us to overcome? Or are we going at the problems in the wrong way? What is going wrong? Why this apparent paradox?"
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"But the harder these companies work to improve productivity, the less they sharpen the competitive edge that should be improved by hetter productivity.
Elusive gains and vanishing market share point not to a lack of effort but to a central flaw in how that effort is conceived. The very way managers define
productivity improvement and the tools they use to achieve it push their goal further out of reach.
Resolutely chipping away at waste and inefficiency-the heart of most productivity programs - is not enough to restore competitive health. Indeed, a focus on cost reductions (that is, on raising labor output while holding the amount of labor constant or, better,reducing it) is proving harmful.
Let me repeat: not only is the productivity approach to manufacturing management not
enough (companies cannot cut costs deeply enough to restore competitive vitality); it actually hurts as much as it helps. It is an instinctive response that absorbs
managers' minds and diverts them from more effective manufacturing approaches."
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Nestes tempos em que se propõem reduções de salários para aumentar a produtividade e a competitividade, era importante que se estudassem os textos de Skinner.
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Continua

Virtudes da estatística

Avilez Figueiredo no jornal i "Eis a virtude da estatística: enquadra os debates. Quando todos falam de PME, descobre-se que em Portugal 80% das empresas não têm mais de quatro trabalhadores. É esta a nossa economia".
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Há anos, ao estudar um daqueles cadernos do Público sobre as 1000 maiores empresas portugueses fiquei surpreendido com uma das conclusões que tirava dos números.
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Um dos resultados que não esperava foi este: as 1000 maiores empresas deste país só representavam cerca de 8% do emprego em Portugal.

terça-feira, setembro 08, 2009

Gold jumps to $1,000

"Gold jumps to $1,00" casa bem com "China's political elite alarmed by US money printing"
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"Gold is definitely an alternative, but when we buy, the price goes up. We have to do it carefully so as not to stimulate the markets," he added.
The comments suggest that China has become the driving force in the gold market and can be counted on to buy whenever there is a price dip, putting a floor under any correction."

Más de lo mismo

Outros recortes do conto de Verão "Cuento sistémico de Verano" retirado do blogue Pensamiento Sistémico:
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Cuento sistémico de verano

"Hasta ahora no he hecho más que dejarme llevar por los acontecimientos o también, haciendo honor a mí apellido Másdelomismo, he repetido con más esfuerzo si cabe las soluciones que sabía. Pero no he conseguido nada, sigo igual o peor que al principio. Este es mí sino, en ocasiones me siento triste y no veo ninguna salida. ¿Será mi destino, Proalimentadorix?.

Es probable que lo que observas o analizas como “tú problema” (que en realidad es una “dificultad”, siendo “el verdadero problema” la manera de afrontar “la dificultad”, pero de eso hablaremos después) no esté en el “qué (es)” sino en el “cómo (lo resuelves)”. Es entonces cuando puede emerger como “problema” lo que antes era una “dificultad”. ¿Me sigues?.

la causalidad lineal sigue operando sutilmente en los hábitos mentales. Muchas veces pensamos que a tal “dificultad” le sigue (linealmente) tal “solución”, como cuando concluimos que a tal “causa” le sigue (linealmente) tal “efecto”, omitiendo la secuencia circular causa-efecto-causa que bien conoces. Es decir, olvidamos que el binomio dificultad-solución es un “sistema” donde también se puede dar una circularidad que aprisiona y esclaviza, creando entonces un círculo vicioso, una amalgama que entonces sí, podemos llamar “problema”, un “problema” que emerge de la realimentación de una “solución” aplicada sobre una “dificultad” dada. ¿Me sigues?.

- Totalmente de acuerdo –dijo Circuloso que abría los ojos como platos.

- Bien, pues continuo. Como has afirmado anteriormente, hasta ahora has intentado dos tipos de cambio: dejarte llevar por los acontecimientos y repetir con más esfuerzo las mismas soluciones una y otra vez. En efecto, estos son dos tipos de cambio muy conocidos. El primero es el no-cambio o cuando la falta de iniciativa es el problema o cuando “sucumbimos” al cambio impuesto desde otras instancias. Es decir, cuando los cambios “ocurren”, no se provocan conscientemente. Y el segundo es el cambio dentro de un sistema dado. Cuando hay iniciativa, voluntariedad, incluso voluntarismo, pero miope o cortoplacista. Cuando “la solución es parte del problema”. Este es precisamente, y disculpa que te lo diga así, el cambio “más de lo mismo” que hace honor a tu apellido.”


Tudo isto joga bem com esta notícia do jornal i “Embalagens de leite poderão passar a indicar origem do produto” sobretudo neste ponto:

“outra proposta promovida pela França e Alemanha e sancionada por representantes de outros 14 Estados-membros - incluindo Portugal -, é a de duplicar para 15.000 euros a regra do "minimis", a ajuda estatal que não necessita do aval de Bruxelas.

Portugal defende ainda o aumento do preço de intervenção, ou seja da compra pelo Estado de manteiga e leite em pó, de modo a manter os preços do mercado."

(No Público de hoje "Crise do leite provoca braço-de-ferro entre países-membros da União Europeia" o mesmo tema)

Em que é que estas propostas mudam o sistema existente? Não serão antes um paliativo “más de lo mismo”

Reflectir sobre estes exemplos

Proposta de valor da inovação, da liderança tecnológica.
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Campeões escondidos.
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Mercados seleccionados, clientes-alvo.
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"Niche producers find hot prospects"

Um grande, senão talvez o maior exemplo positivo dos últimos anos

Quando se fala ou escreve de PMEs competitivas, exportadoras, da necessidade de subir na escala de valor, de fugir da proposta de valor do preço, imediatamente vêem-me à mente os vários campeões escondidos que tenho tido a felicidade de conhecer no sector do calçado português no último ano:
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"Segundo salienta a APICCAPS, nos últimos 10 anos a indústria portuguesa de calçado "evoluiu de forma notória", conseguindo "migrar a produção para segmentos de cada vez maior valor acrescentado e afirmar-se internacionalmente como um produtor de calçado de excelência, que alia a tradição e o saber acumulado às tecnologias de ponta".

"O sector apostou igualmente nos factores imateriais da competitividade", realça, afirmando que o "design, moda, qualidade, inovação, marca e diferenciação passaram a constituir argumentos competitivos cada vez mais preciosos para uma indústria que exporta mais de 90 por cento da sua produção".

Em 2008, as exportações portuguesas de calçado somaram 1.348 milhões de euros, mais 2,15 por cento do que no ano anterior e em alta pelo terceiro ano consecutivo.

Segundo dados da APICCAPS, desde 2005 as vendas do sector para o exterior cresceram mais de 10 por cento, o que faz de Portugal "um dos principais exportadores à escala mundial" nesta indústria.

Actualmente, a indústria portuguesa de calçado representa cinco por cento da produção, sete por cento das exportações e 17 por cento do emprego a nível europeu."
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Recorte retirado do Público "Sector do calçado apresenta amanhã nova imagem e plano de promoção no estrangeiro"
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Em simultâneo, a situação da Rhode e a lista deste postal de há bocado vem demonstrar aquela frase que aprendi com Suzzane Berger:
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"No livro “How we compete” de Suzanne Berger and the MIT Industrial Performance Center, publicado em Janeiro de 2006, pode ler-se:
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Na página 255: “… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor” (Moi ici: Please rewind and read again!!! Then rewind and read again!!! Then rewind and read again!!!! Repetir a leitura até perceber o significado, o poder da mensagem incluída na frase, e o mundo novo de oportunidades que abre.)

Go figure

No jornal i de hoje esta notícia toda promotora da moda "Olha agora sem mãos, sem pés ..."
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Comparar com o título sobre o mesmo tema na revista Der Spiegel "Fixies Hit Germany
New Bike Trend Could Be Deadly
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Quer dizer, se um hipermercado colocar à venda uma bicicleta sem reflectores nas rodas essa bicicleta não está em condições de andar na rua ponto. Ah, mas se for fixed-gear não há problema.
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Go figure!!!

Engenharia Eleitoral

"Encomendas à indústria alemã subiram 3,5 por cento em Julho"
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"Mesmo assim, as encomendas do estrangeiro de bens da Alemanha, um dos países líderes mundiais de exportações, caíram 2,3 por cento em Julho, enquanto as encomendas domésticas subiram 10,3 por cento. “Tal mostra que existe ainda alguma actividade na Alemanha”, comentou o economista Carsten Brzeski."
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Oh que bom!
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Mas há algo que não bate certo. Como é que um país idoso consegue pôr as pessoas a consumir?
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"German industrial orders increased 3.5% m/m in July, which was well above expectations (we had expected 2.5% m/m, consensus 2.0% m/m). This follows a 3.8% m/m increase in June (revised down from 4.5%), signalling that the German manufacturing sector is in the early phase of a robust and strong rebound although there is a caveat. The increase was driven solely by domestic orders, which increased 10.3% m/m while foreign orders declined 2.3% m/m. The key driver is domestic capital goods orders, which increased 17.2% m/m. This is almost too good to be true and it certainly is. A spokesman for the Federal Statistics Office said this was in part thanks to a big order for military vehicles in July."
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Ah!
Ah!
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Já percebi... Ah! A Alemanha também tem eleições a 27 de Setembro!
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Fonte Danske Markets
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Fonte via Filipe Garcia.

Calçado e Proposta de valor

Neste postal, escrevi:
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"Há uns meses realizei uma auditoria a uma empresa de calçado na zona de Felgueiras. No final da auditoria, um dos sócios lançou-se numa "saudável" diatribe contra o calçado de S. João da Madeira, como não conheço o sector achei interessante a diatribe. Depois, em conversa com alguém que conhece muito bem o sector percebi a diatribe, ou antes, percebi a diferença que motiva a diatribe.
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O calçado tradicional português era made in S. João da Madeira! As empresas de calçado de S. João da Madeira nasceram, cresceram e prosperaram a trabalhar para o mercado nacional.
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Nos anos oitenta do século passado, surge em força o calçado em zonas como Felgueiras, quase sempre ligado a capital estrangeiro e vocacionado para a exportação.
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Com a adesão da China à OMC e com o derrubar da comporta dos direitos aduaneiros, o paradigma do calçado dos anos oitenta e noventa desapareceu.
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As empresas vocacionadas para competir pelo preço, multinacionais estrangeiras voltaram a fazer o que as tinha cá trazido, deslocalizaram-se, as empresas portuguesas tradicionais entraram quase todas numa espiral de definhamento... porque continuaram a aplicara modelos mentais que deixaram de funcionar com a alteração do paradigma do sector. As empresas da zona de Felgueiras, que tinham nascido viradas para a exportação, tinham no ADN algo de diferente e deram a volta (por exemplo aqui e aqui)."
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Recordei tudo isto por causa da lista de empresas de calçado que encerraram e que estão incluídas neste artigo no Público de hoje "Multinacionais do calçado continuam a fugir do país" (onde estão localizadas as empresas portuguesa de calçado da lista?)
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Ver também este artigo no Jornal de Negócios "Alemã Ara fecha fábrica de Vila Nova de Gaia"