Há cerca de um mês escrevi Depois, vamos ficar admirados com a falta de produtividade do país. Na semana passada escrevi A brutal realidade de uma foto.
À medida que vou envelhecendo é cada vez mais frequente detectar, encontrar, "cheirar" situações em que supostos "experts" debitam um discurso sobre um tema em que não conseguem passar de superficialidades e de pedidos de estudos. Ainda me recordo da primeira vez, foi sobre Camarate, mas se quiserem uma galeria de cromos tenho uma série de 25 - Aprenda a duvidar dos media (parte XXV).
Por que ficamos admirados com a falta de produtividade do país? Ela é uma consequência natural da nossa mentalidade. Ei-la em todo o seu esplendor:
"O presidente da delegação regional da Ordem dos Economistas, [Moi ici: Não é uma pessoa qualquer] Francisco Bettencourt, alerta para possíveis problemas de "tesouraria" e "viabilidade" das empresas açorianas, devido ao aumento previsto do ordenado mínimo para 2023, defende medidas que ajudem a "compensar" o incremento dos custos. [Moi ici: Reparem na solução para o aumento do salário mínimo ... não é o aumento da produtividade, não é o repensar da forma de trabalhar, não é o encerramento e concentração, não é o aumento dos preços, é a ajuda de Deus ex machina]
"O aumento do ordenado mínimo, embora não compense a subida da inflação para as famílias, porque abrange uma franja muito grande de trabalhadores, implica sempre um investimento muito considerável por parte das empresas, o que pode complicar a sua viabilidade. Acredito que as empresas venham a ter problemas de tesouraria devido a este aumento", [Moi ici: Não diz uma palavra contra o aumento do salário mínimo, mas está preocupado com a incapacidade das empresas para o pagarem. E não acha estranho, e não se questiona] alerta Francisco Bettencourt.
Nesse sentido, o economista realça que esta medida "tem de ser compensada, [Moi ici: Já cá faltava o pedido do apoiozinho, o choradinho pelo subsídio] pelo menos numa fase inicial, de forma a que as empresas possam suportar também os consequentes aumentos da segurança social e de outros impostos, até porque estamos a recuperar de dois anos de pandemia e as empresas ainda não estão com a sua tesouraria equilibrada", ressalva.
Para Francisco Bettencourt, esta compensação terá de partir do Governo da República, uma vez que se trata de uma decisão a nível nacional. "A decisão sobre o aumento do ordenado mínimo é do Governo da República. Como tal, qualquer compensação que haja a esse nível também deverá ser efetuada pela República", afirma.
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Francisco Bettencourt fala, por isso, num "ano de 2023 mais complicado" e defende que, ao nível das famílias, terá de haver uma preocupação grande com as camadas mais vulneráveis" por parte do Go- verno açoriano.
Quanto às empresas, destaca que será importante a aposta em "créditos a fundo perdido ou com bonificação dos juros para que possam continuar a sua atividade, [Moi ici: As empresas, segundo o economista, não conseguem suportar o aumento do salário mínimo. Por isso, têm de ser apoiadas. E para fazer face a um 2023 complicado a solução é: créditos a fundo perdido, quem será que paga esse crédito? E mais dívida. E dizer às empresas para mudarem de vida? E dizer às empresas que não têm direito à vida, que têm de fazer pela vida? Dá a ideia que o economista vê a economia como estando, ou devendo estar em estado de equilibrio e não se pode mexer na população das empresas] já que muitas delas ainda não conseguiram recuperar dos dois anos de pandemia", salienta."
Trechos retirados de "Economistas defendem compensações às empresas pelo aumento do ordenado mínimo" publicado no jornal Açoriano Oriental de 9 de Outubro de 2022.
NOTA: Não me promuncio sobre a existência de salário mínimo.