quarta-feira, março 08, 2017

" It is impossible for any company, even yours, to be better or best at everything"

"you need to keep in mind that differentiation does not always work in your favor. Put down the rose-colored glasses and be honest about how well your features perform against competitors.
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There is no such thing as "better" without "worse," and there is no 'best" without a "worst." It is impossible for any company, even yours, to be better or best at everything. That is tantamount to saying you are perfect, and I don't know of a single B2B market where that is a credible argument. You have to account for the things you are less good at. Focus on finding the positive, but recognize the negative.
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think of differentiation in three ways: "nice to have," "must have," and "true." It is the true differentiation that ultimately wins you the business.
Competitive prices are also a must-have, but don't fall into the perception trap that so many suppliers fall prey to and that so many purchasing departments encourage. A competitive price is not synonymous with a low price. It is the right price for the right value you deliver."
Trechos retirados de Stephan M. Liozu. em "Dollarizing Differentiation Value: A Practical Guide for the Quantification and the Capture of Customer Value"

terça-feira, março 07, 2017

"power comes ... from controlling consumption"

"Start with production: there certainly was a point in human history when economic power was derived through the control of resources and the production of scarce goods:
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However, for most products this has not been the case for well over a century; first the industrial revolution and then the advent of the assembly-line method of manufacturing resulted in an abundance of products. The new source of economic power became distribution: the ability to get those mass-produced products in front of customers who were inclined to buy them:
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Today the fundamental impact of the Internet is to make distribution itself a cheap commodity — or in the case of digital content, completely free. And that, by extension, is why I have long argued that the Internet Revolution is as momentous as the Industrial Revolution: it is transforming how and where economic value is generated, and thus where power resides:
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In this brave new world, power comes not from production, not from distribution, but from controlling consumption: [Moi ici: Daí que o texto citado aqui dê tanta ênfase aos influenciadores] all markets will be demand-driven; the extent to which they already are is a function of how digitized they have become."
Trechos retirados de "Manifestos and Monopolies"

"e não gostam de esperar um semestre"

A propósito de "H&M aposta no ver agora/comprar agora" e de:
"«Trazer a moda imediatamente da passerelle para a loja assinala uma nova era para a indústria da moda e estamos muito ansiosos para testar este novo formato emocionante»,
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«Acho que é apenas uma questão de estar um pouco mais perto dos nossos clientes, porque alguns deles são realmente impacientes e não gostam de esperar um semestre para comprar depois de ver a coleção»"
Perante isto penso logo numa consequência, a aceleração temporal e a concretização desta tendência:
"Preparando-se para pequenas quantidades, muita flexibilidade e em vez de duas épocas por ano… 52 épocas por ano. Com 52 épocas por ano, como é que uma empresa poderia encomendar produções na Ásia?" (Maio de 2006)
Ou:
"In the future, the lifecycle of products will be significantly shorter, making product innovation an even more critical differentiator of high performance. [Moi ici: Não só a inovação no produto, como a flexibilidade, como a proximidade. Não a China não vai ser a fábrica do mundo] “Fast fashion”, in fact, will be the dominant business model — not just in apparel and consumer electronics, where it is already evident, but also in all other retail categories. Fast fashion will also necessitate more supple supply chains—a challenge for many."(Agosto de 2011
Ou:
"Everything in fashion is now, now, now."(Setembro de 2011
E nas consequências das consequências, a criticidade:

  • da proximidade entre o consumo e a produção; 
  • da interacção entre criativos e a produção; e
  • da robustez do cluster do lado da produção.  

Portugal não tem a escala necessária para o preço

"Sara Ahmed, crítica de vinhos e jurada do Decanter World Wine Awards, não poupa elogios aos vinhos nacionais, mas acredita que o país precisa de tornar a sua cultura gastronómica “mais proeminente” no mundo para ajudar à divulgação do produto, algo que França, Espanha e, sobretudo, Itália fizeram de forma magistral..A autora do blogue The Wine Detective defende, ainda, que “há muito trabalho” a fazer a nível da profissionalização dos produtores, que têm de se tornar pró-ativos na comunicação. “Acho que Portugal ocupa um lugar muito especial no mundo dos vinhos. Para mim, tudo se resume à capacidade [dos produtores] de venderem os seus vinhos em mercados de nicho, onde a diferença que trazem é apreciada”, defende.
...Sara Ahmed cita a nova geração de produtores como Dirk Nieeport, Álvaro Castro ou Luís Pato que, precisamente por não serem vitivinicultores formados, conseguiram “pensar fora da caixa, [Moi ici: Outra vez gente livre de mapas cognitivos castradores] o que os ajudou a serem mais criativos e a entenderem que o sucesso no mundo dos vinhos depende também da capacidade de olhar para fora e não, apenas, para a sua própria realidade”. Porque não basta fazer vinhos excelentes, é preciso saber vendê-los. [Moi ici: Produzir é o mais fácil, difícil é vender] “É importante valorizar e ter em grande conta aquilo que se tem, mas é fundamental que se seja capaz de colocar tudo num contexto internacional que é muito competitivo. E, por isso, é preciso conhecer muito bem a linguagem do negócio do vinho. Até pode fazer o melhor vinho do mundo, mas se não for capaz de o vender…”, diz. Sobre Portugal no contexto internacional, Sara Ahmed defende que a grande distribuição não é a melhor aposta. “O país consegue comportar-se muito bem em pontos de venda de preço baixo, consegue produzir vinhos de entrada de gama muito bons, mas esse não é o melhor posicionamento. Aliás, essa não é a melhor aposta para a maioria dos países produtores porque é um mercado muito sensível ao preço e Portugal não tem a escala necessária”, lembra. [Moi ici: Preço não é para quem quer é para quem pode] E defende a aposta em mercados de nicho. “Esse é o grande objetivo de toda a gente no mundo dos vinhos, ser capaz de produzir algo ligeiramente diferente, conseguir acrescentar-lhe muito valor e tornar o negócio sustentável”, frisa....Mas um dos problemas que ele tem, que eu também notei no negócio do vinho, é uma falta de profissionalismo, uma falta de entendimento dos mercados de exportação, do que é preciso fazer para se estar nos mercados externos ao nível da comunicação e da atitude pró-ativa…. É nestas coisas que eu acho que Portugal precisa de trabalhar muito”, defende. Sara Ahmed destaca, ainda, o papel do turismo. “Tenho falado com retalhistas independentes que me dizem que as pessoas estão a procurar crescentemente os vinhos portugueses porque estiveram em Portugal. É fundamental reconhecer a importância do turismo para a indústria do vinho e, sobretudo, de ambas trabalharem de mãos dadas porque há aí excelentes sinergias a explorar.”"
Um discurso alinhado com a mensagem deste blogue: a aposta no Evangelho do Valor, a fuga ao vómito industrial.

Trechos retirados de "Sara Ahmed. Portugal ocupa um “lugar muito especial” no mundo dos vinhos"

segunda-feira, março 06, 2017

"Focus is a qualifier, obsession is a differentiator"

"High performing organizations, and people, are great at putting talent to work. Mostly because it’s about repetition. The problem is repetition doesn’t transcend; it stagnates. While obsessive people keep pushing the boundaries, stretching out beyond what is known into the unknown, trying different stuff.
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The most interesting and successful people I know have an obsession with something. Whether it’s plants, fitness, drawing, painting, laughing, you name it; their mindset and drive is extreme compared to others who merely enjoy the same activities. Obsessive people look beyond the obvious, push boundaries, challenge assumptions to outperform themselves.
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I see many people in business obsess over the wrong things all the time.
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Focus is a qualifier, obsession is a differentiator
I know many talented operators (VP’s, General Managers) who obsess over metrics because that is how they’re evaluated, but this focus on metrics blinds you from the bigger picture: what matters to customers.
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The most innovative and successful companies obsess over their customers to the point of being silly. They create their own practices to fulfill that obsession because existing practices are mediocre. This is what it take to be great, different and transcend beyond life as usual.
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Passion and talent are necessary ingredients to achieve success in any endeavor. But, obsession is what separates the great from the good."
Como não recordar: Only the paranoid survive!

Em Mongo, com a explosão de tribos, teremos cada vez mais empresas a ter de servir nichos, a ter de servir pessoas que não ficam satisfeitas com a média.

Como não recordar o meu tempo de birdwatcher e as intermináveis discussões sobre qual o melhor guia de campo, o da Collins ou o da Hamlyn.

Sempre acreditei nisto, pessoas obcecadas acabam sempre por ter vantagem sobre as pessoas talentosas ou competentes. Só pessoas obcecadas têm a energia por trás da paixão de fazer diferente e de testar o que os outros evitam.

Trechos retirados de "Obsession: The Difference Between Good and Great"

PS: A memória fez-me recuar a 2007 e a este postal.

Too big to care

"When people [companies] get rich [big], they shed their skin-in-the game driven experiential mechanism. They lose control of their [customers] preferences, substituting constructed preferences to their own [theirs obtained from direct interaction], complicating their lives unnecessarily, triggering their own misery."

Recordar "Too Big To Care"

Palimpsesto sobre trecho retirado de "Only The Rich Are Poisoned: The Preference of Others"

"When it comes to strategy, however, efficiency and productivity are very different."

"Business leaders often think of “efficiency” and “productivity” as synonyms, two sides of the same coin.
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When it comes to strategy, however, efficiency and productivity are very different. At a time when so many companies are starved for growth, senior leaders must bring a productivity mindset to their business and remove organizational obstacles to workforce productivity. This view differs substantially from the relentless focus on efficiency that has characterized management thinking for most of the last three decades, but it is absolutely essential if companies are going to spur innovation and reignite profitable growth."
Um trecho em sintonia com a mensagem do Evangelho do Valor propagado por este blogue. Em vez do foco na eficiência para reduzir o custo unitário, focar a produtividade, via numerador, para aumentar o preço unitário.

Recordar "Acerca da produtividade"

Trecho retirado de "Great Companies Obsess Over Productivity, Not Efficiency"

domingo, março 05, 2017

Mongo e reshoring juntos

Tendo em conta factores externos como:

  • reshoring;
  • mongo e a diminuição do tamanho das encomendas e das séries, e o aumento da personalização;
Tendo em conta factores internos como:
  • tradição no sector;
  • know-how existente;
  • localização;
  • salários praticados.
Podemos enquadrar sintomas como:
"A empresa faz o que o cliente quer, não produz grandes séries e não tem produto próprio."
"A AMOB, líder mundial no fabrico de equipamentos para a indústria metalomecânica, faz “fatos à medida do cliente”, não produz equipamentos em série." 

O contexto é quase tudo

"purchasing decisions are not made in a vacuum — context matters.
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context matters more than anything else.
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The way to think about this context switch is that John hires dollar pizza for the Job of “filling me up and preventing a hangover when I’m wasted.” John’s context is more important than who John is, and consequently understanding John’s Jobs and needs is more important than understanding his persona."
A consideração do contexto ajuda as empresas a perceber a "infidelidade" de muitos clientes. As empresas têm tendência a considerar que os seus clientes têm um contrato de fidelidade com elas, pelo menos enquanto forem bem servidos. E muitas vezes ficam indignadas porque sabem que um cliente vem ter com elas para certos trabalhos e para outros trabalhos vão ter com um concorrente, de forma recorrente.

O contexto é tudo

Trechos retirados de "Jobs To Be Done: Context Matters"

Competitividade e capital de reivindicação?

Há dias guardei este artigo "Regiões em Portugal são pouco competitivas" porque achava-o representativo da mentalidade do século XX que perdura quase na entrada da segunda década do século XXI.

Como é que se pode dizer que Portugal é pouco competitivo quando tem um desempenho, não a nível de indicadores proxy mas a nível do resultado fundamental para a competitividade, as exportações e o ganho de quota de mercado, deste calibre:


No século XXI, a caminho de Mongo e de uma paisagem enrugada, não existe uma única via para ter sucesso, como no século XX do preço, do volume e da eficiência.
Entretanto, sexta-feira passada apanho esta narrativa "Portas "bastante preocupado" com perda de competitividade da Europa" que logo comentei no Twitter:

Ontem, o @nticomuna mandou-me esta notificação:

Então não se queixam dos superavit da balança comercial europeia? 

Cheira-me a gente com medo de perder o capital de reivindicação... ou será gente que ainda anda embalada no mito gringo da competitividade?

sábado, março 04, 2017

Curiosidade do dia



Altri em 2015 teve um lucro de quase 120 milhões de euros.
Altri em 2016 teve um lucro de quase 80 milhões de euros.

Os novos DDT manifestam-se desta forma: Governo permite que a carga de matéria orgânica no efluente triplique. Coisas que mereciam comissões parlamentares de inquérito. Que estudos de impacte ambiental suportaram este brutal aumento?

"Manifestação contra a poluição no Tejo junta centenas em Vila Velha de Ródão"

Entretanto, "Altri ameaça travar investimentos se Portugal "demonizar" o eucalipto"

BTW, a Altri continua neste registo "maximização do retorno ao accionista", típico de rapace, o que denota alguma coerência, quando até Jack Welch já deixou de defender isso.

sexta-feira, março 03, 2017

Curiosidade do dia

"O que estrutura o debate estratégico em Portugal é a necessidade de esconder os erros - dos que nacionalizaram e dos que privatizaram, dos que distribuíram e dos que endividaram, dos de esquerda e dos de direita, dos do BES e dos da CGD. Esquerda e direita são sombras que escondem os corpos ou são rótulos que enganam sobre o que é o conteúdo."
Certeiro!

Trecho retirado de "A bipolarização falsa"

quarta-feira, março 01, 2017

Workshop ISO 9001:2015 - Abordagem Baseada no Risco

Em colaboração com o Centro Tecnológico do Calçado, no próximo dia 14 de Março em São João da Madeira, animaremos um Workshop ISO 9001:2015 - Abordagem Baseada no Risco.

Estão convidados a aparecerem.

terça-feira, fevereiro 28, 2017

Curiosidade do dia

"Na Ética a Nicómaco, Aristóteles imagina o caso do capitão de um navio que deve levar uma determinada carga de um porto para outro. No meio da viagem levanta-se uma grande tempestade.
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O capitão chega à conclusão que não pode salvar o barco e a vida dos seus tripulantes se não lançar a carga pela borda para equilibrar a embarcação. De modo que a lança à água.
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Pois bem, atirou-a porque quis? Evidentemente que sim, porque teria podido não se livrar dela e arriscar-se a morrer. Mas é claro que o que ele queria mesmo era levar a carga ao seu destino final. De outro modo teria ficado em casa sem zarpar. Sendo assim, atirou-a fora querendo... Mas sem querer.
Não podemos dizer que a deitou fora involuntariamente, mas também não se pode dizer que deitá-la fora fosse a sua vontade. Às vezes poderíamos dizer que agimos voluntariamente... Contra a nossa vontade."
Agora imaginem que a tempestade passa, o mar amaina e começa uma revolta entre a tripulação contra o capitão porque defendem que ele não deveria ter mandado lançar a carga fora. Alguns chegam mesmo a argumentar que o capitão não passa de um sádico que se deleita em provocar a pobreza dos tripulantes porque sem carga não há salário.

Entretanto, o capitão é substituído e o novo capitão promete que com ele a carga nunca será lançada borda fora porque com ele nunca haverá tempestades.

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

Curiosidade do dia




E isto não vai ficar por aqui, a demografia está para a sustentabilidade como Ferro Rodrigues para o segredo de justiça.

Quando Tatcher era primeiro-ministro e veio a Portugal julgo que na altura o Reino Unido era representado por uma embaixatriz. Num dos jantares de cerimónia, no âmbito das conversas de circunstância, tiveram de explicar três vezes à senhora como funcionava o sistema de pensões e reformas em Portugal. Ela não conseguia perceber como era possível Portugal ter um sistema tão super-generoso quando comparado com o inglês.

Basta comparar o sistema português com o suíço ou o espanhol, por exemplo, onde existem valores máximos muito baixos, coisa que por cá não existe.

Do not try this at home


Recuo a Agosto de 2008 e a esta especulação:
"A China aproxima-se rapidamente de um cenário em que terá uma parte da população (cerca de 400 milhões de habitantes, números do The Mckinsey Quarterly) com um rendimento médio semelhante ao das famílias na União Europeia. Especulemos pois!
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E se...
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... algures entre o final dos Jogos Olímpicos e o final deste ano a China deixar de apoiar a moeda americana, resolvesse apreciar o renminbi e optasse por fazer da sua procura interna o motor do crescimento da economia?
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Mesmo sem este cenário especulativo o The McKinsey Quarterly prevê que em 2025 os lares chineses consumam tanto como os lares japoneses."
Quem acompanha este blogue sabe a importância do marcador reshoring.  Por exemplo, os últimos postais:

Ou por exemplo recuar a Maio de 2006, quando ainda não havia marcadores e recordar "O regresso dos clientes".

De há cerca de 3 anos para cá comecei a sentir, de forma ténue inicialmente, o regresso de clientes não por causa da rapidez, da flexibilidade, da proximidade, da marca Portugal mas por causa do ... preço, por causa da China estar mais cara e do efeito do banhista gordo.

Eis que agora o Financial Times aparece para se juntar ao coro com "Chinese wages now higher than in Brazil, Argentina and Mexico":
"Average wages in China's manufacturing sector have soared above those in countries such as Brazil and Mexico and are fast catching up with Greece and Portugal after a decade of breakneck growth that has seen Chines pay packets treble.
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Across China's labour forces as a whole, hourly incomes now exceed those in every major Latin American state apart from Chile, and are at around 70 percent of the level in weaker eurozone countries, according to data from Euromonitor International, a research group."

Como não recordar esta tabela e este título de 2011 "It's not the euro, stupid! (parte I)":


Percebem agora porque usei esta figura há dias:
Mesmo com a geringonça a erguer barreiras ...

Cuidado, não cometam o erro do consultor-criança, o de querer usar o que resulta num país com um mercado interno de 1400 milhões de consumidores e que valoriza o lucro, a acumulação de capital e o sucesso empresarial, num país de mentalidade socialista e que adora rendas e incumbentes.

Recordo agora o empresário de calçado que em 2009 acreditava que o futuro eram mais 5 anos no máximo, porque os chineses acabariam com tudo... gente que não lê e dedica o pouco tempo que tem a ouvir os supostos sábios que regista sem capacidade de crítica:
"Do exaustivo trabalho realizado por Daniel Bessa ao sector do calçado nacional não é possível tirar duas conclusões. As empresas que não tiverem a capacidade de sair do território nacional estão condenadas."
Como não pensar neste anónimo da província versus estes engravatados e sorrir ao ler "Surgeons Should Not Look Like Surgeons".

Termino com "Turn, turn, turn" e os mundos de Lindgren.

Este postal será provavelmente o único que será escrito esta semana, por causa de uma mudança de casa em curso que altera rotinas e rouba tempo dedicado à reflexão e leitura.

domingo, fevereiro 26, 2017

Curiosidade do dia


"intimate with the cosmetic details, but are clueless about the subject"

Como é que eu não posso gostar de Nassim Taleb?
"I would seek the butcher as a third option if my choice was between two doctors who looked like doctors. Why? Simply the one who doesn’t look the part, conditional of having made a (sort of) successful career in his profession, had to have much to overcome in terms of perception. And if we are lucky enough to have people who do not look the part, it is thanks to the presence of some skin in the game, the contact with reality that filters out incompetence, as reality is blind to looks.
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When the results come from dealing directly with reality rather than through the agency of commentators, image matters less, even if it correlates to skills. But image matters quite a bit when there is hierarchy and standardized “job evaluation”. Consider the chief executive officers of corporations: they not just look the part, but they even look the same. And, worse, when you listen to them talk, they will sound the same, down to the same vocabulary and metaphors. But that’s their jobs: as I keep reminding the reader, counter to the common belief, executives are different from entrepreneurs and are supposed to look like actors.
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Now there may be some correlation between looks and skills; but conditional on having had some success in spite of not looking the part is potent, even crucial, information."
Como não pensar logo na procissão de membros da tríade (recomendo a leitura da série desde o número I) que costumamos sovar aqui periodicamente?
"In any type of activity or business divorced from the direct filter of skin in the game, the great majority of people know the jargon, play the part, are intimate with the cosmetic details, but are clueless about the subject." [Moi ici: Olha lembrei-me de Frasquilho]
O Cortes não vai gostar desta:
"Some rules. People who have always operated without skin in the game (or without their skin in the right game) seek the complicated, centralized, and avoid the simple like the pest. Practitioners on the other hand have opposite instincts, looking for the simplest heuristics.
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People who are bred, selected, and compensated to find complicated solutions do not have an incentive to implement simplified ones
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In other words, Many problems in society come from the interventionism of people who sell complicated solutions because that’s what their position and training invites them to do. There is absolutely no gain for someone in such a position to propose something simple: you are rewarded for perception not results. They pay no price for the side effects that grow nonlinearly with such complications."

"a flash in the pan is no basis for a long-range strategy"

"Success will not always breed success. In fact, it may be harder to manage a team that has reached a peak — particularly a peak that virtually nobody predicted. Big football clubs such as Spain’s Real Madrid, or England’s Chelsea, have over time created a culture of success that allows them to maintain momentum. But a flash in the pan is no basis for a long-range strategy. Research into the results of decades of US basketball playoff games has confirmed what is often obvious: that victories sometimes lead to overconfidence and failure, “whereas failure at earlier tasks can motivate individuals toward greater achievement in the future”.
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By exposing flaws, failure often teaches more than success, which glosses over errors. So business schools should now redouble their efforts to enlist Mr Ranieri for a lecture series. Provisional title: “How the laurels of victory contain the seeds of disappointment: my part in Leicester’s rise and fall.”
Trechos retirados de "Leaders can learn more from Ranieri’s failure than his success"


Biologia e economia


"One particularly memorable set of meetings we had involved a CEO who represented the third generation of his family to run a major public company which his grandfather started. When we met with him he was nearly always focused on macroeconomic issues like Federal Reserve interest rate policy and forecasts about the economy. Talking about these macro issues seemed to make him feel better. He never seemed to know much about his actual business. Over the years that business has declined to a point where all that is left today is the brand. It is a tragic story that negatively impacted not only him and his family, but tens of thousands of people. Of course, startup founders can fail for essentially the same reason at this CEO when they spend too much time on macro, attending industry conferences and shows and posing for photo shoots.
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The CEO I am referring to attended one of the most well-known business schools in the world where he was taught that the systems his company had to deal with could be explained by concepts borrowed from physics like “equilibrium.” This was both unfortunate and fatal since the reality is that a capitalist economy is an evolutionary system and the best metaphor for how it works is biology rather than physics. Charlie Munger agrees: “I find it quite useful to think of a free-market economy – or partly free market economy – as sort of the equivalent of an ecosystem.” Unfortunately for people like this CEO there is no formula that will tell someone like him what to do. People who claim to have such a formulas are never right more than once in a row. The good news is that there are processes which can be followed that will greatly increase the probability of success. One process that killed the huge business was customer development. The pace at which new products were developed at his company was so ponderous and expensive that they were unable to react with sufficient speed when customer demand changed."
Como não recordar o que já escrevemos aqui acerca da relação entre a biologia e a economia e os ecossistemas.

Como não recordar o que aqui critico na academia que ainda está no século XX a pensar o Normalistão quando já estamos no Estranhistão. Ah! Mt 11, 25

Como não recordar a superioridade da micro-economia face à macroeconomia quando trabalhamos num mundo repleto de tribos e pleno de idiossincrasias.

Aceleração

Ao ler:
"The world has been fundamentally changed by digital networks and software. Businesses and customers which are connected by networked digital systems create amplified network effects which means the velocity of business and the level of competition and innovation are higher than they ever been ever been. To survive in this new environment every business, from the largest enterprises to the smallest sole proprietor, must accelerate and fundamentally change their customer development processes. Increasing the ability of a business to adapt to a changing world has never been more important."
Lembrei-me logo da citação de Jack Welch:
“If the rate of change on the outside exceeds the rate of change on the inside, the end is near.”
O que me fez fazer a ponte com uma daquelas conversas de circunstâncias que se têm enquanto se espera que a escritura de uma casa seja redigida. Ouvi alguém dizer:
- Já compararam a velocidade, a quantidade de estímulos visuais, entre um episódio de desenhos animados de 1980 com um de 2010? Uma criança de hoje não tem pachorra para o ritmo de caracol dos anos 80.
E o bolbo raquidiano deixou-se tocar e fez-me recuar aos anos 80 e à série documental na televisão onde Alvin Toffler visitava uma fábrica abandonada, onde na sua juventude tinha trabalhado, e tentava mostrar como as instituições políticas nascidas no século XIX teriam dificuldade em adaptar-se à velocidade de Mongo.

E fecho com uma recordação dos primeiros tempos da minha vida profissional no final dos anos 80 do século passado. Ainda não se usava fax mas usava-se o telex e o telefone. Em visita com o meu chefe, o director técnico da empresa onde trabalhava, a um cliente. Um deles, ás tantas, diz com saudade:
- Lembra-se de quando as encomendas eram feitas por carta?
 Como é que a sua empresa evolui para aproveitar este aumento da velocidade?

Trecho inicial retirado de "Why has the level of business competition levels been turned up to 11? Or: Why is the lean customer development process important?"

sábado, fevereiro 25, 2017

Curiosidade do dia

"O mundo ocidental está hoje extraordinariamente endividado, mas há democracias que têm crescido e sem tanta dívida.Há excepções, sim, mas quase todos os governos fazem défices e mais défices, acumulam mais e mais dívida, e muitos fazem­-no porque acham que é a maneira de crescer mais e, por essa via, de manter a paz social. É preciso travar essa corrida para o fundo.
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Porque "fazer" crescimento com défices desta maneira é fazer batota. Os défices são a diferença entre despesas superiores às receitas. É impossível dizer que parte da despesa fez o défice. Eu defendo muito o Estado Social, não estou a pô-lo, de todo, em causa. Mas quero muito contas equilibradas, quero défices zero. Quero que, a cada ano, cada governo encontre as receitas necessárias para financiar as despesas sem recorrer a mais dívida."

Trecho retirado de "Tomas Sedlacek: Temos de confiscar aos governos o poder de emitir dívida"

Dúvida sincera

Há um ano vivia-se a incerteza de um novo governo. Muitos, a começar por mim, não acreditavam que o novo governo resistisse.

Agora, temos um governo com um ano, temos o ministro da Economia a falar de uma aceleração do crescimento.

Pessoalmente, acompanho cerca de 50% da economia do país, a economia do sector transaccionável, e essa está muito bem.

Ao olhar para os números do desemprego do IEFP fiquei com uma dúvida sincera:


Por que será?

A importância do contexto do cliente

Quem lê este blogue com alguma regularidade sabe que:

Acontece que ontem fiz a escritura da minha nova casa e à tarde resolvi passar o contrato da energia e do gás para meu nome.

Tentem perceber o contexto de uma pessoa, de manhã faz a escritura, carregam-no de obrigações em termos legais com prazos curtos, como a alteração do cartão de cidadão, mantém uma checklist de coisas a fazer, desde limpar a nova casa, fazer a mudança, alterar os contratos da água, gás e electricidade, comprar alguns electrodomésticos, tratar dos CTT, fazer uma proposta até terça-feira, fazer e enviar relatório de auditoria até domingo, preparar sessão de trabalho de quarta que vai ser particularmente exigente, ir buscar o mais novo a Albergaria que vem passar o Carnaval a Estarreja, ainda.

Recordem o esquema:

Onde fica a EDP Comercial em Vila Nova de Gaia? É lá que está registado o contrato dos anteriores proprietários da casa. Procura-se na internet.

Chega-se a um site que não é da EDP mas de alguém que os representa, imagino eu e encontro que posso alterar a titularidade do contrato por telefone: sem deslocações, sem espinhas, ... POR TELEFONE!!! Assim ainda consigo fazer a água e a electricidade e gás tudo no mesmo dia.

Experimentei e funcionou mesmo!!!

Pelo menos durante um ano a EDP Comercial ganhou um cliente que não o previa fazer só pela facilidade concedida num contexto de stress.

Recordar o caso da Rodonorte, depois da primeira viagem a inércia entra em campo. 

Ainda tenho de fazer a proposta e o relatório.

Ideia a copiar?

Mal li o título "Escolas de Turismo emprestam cozinhas a empreendedores" a primeira coisa que me veio à cabeça foi: e as PME? Até que ponto PME poderiam fazer o mesmo e disponibilizar activos para empreendedores?

Seria uma forma de criar condições para algum spillover, seria uma forma de estar atenta às tendências mais fora da caixa.

Hoje em dia há muita capacidade produtiva ociosa. O mundo mudou e Mongo implica um tipo de produção diferente do modelo herdado do século XX. Por outro lado, muitas das empresas criadas neste século e bem sucedidas lutam com falta de capacidade.

BTW, há alguma plataforma que ligue estas duas partes? Produtores com capacidade ociosa e produtores com falta de capacidade produtiva? (operação de corte no calçado, por exemplo). Também poderia relacionar com agentes, com empreendedores, com universidades, com ...

"calçar os sapatos do outro"

É muito difícil calçar os sapatos do outro e procurar ver o mundo sob a sua perspectiva.

Por exemplo, foi muito fácil dizer mal dos finlandeses no tempo da troika sem cuidar perceber a crise tremenda que estavam, e estão, a viver, tendo eles de fazer sacrifícios que por cá consideramos inconstitucionais.

Um outro exemplo é o pensamento mainstream nos media e inteligentsia portuguesa acerca do sistema fiscal irlandês para as empresas. Até lhe chamam uma offshore plantada em plena UE. O que dirão essas sumidades acerca desta offshore em pleno Portugal "Suécia queixa-se a Centeno das condições dadas aos reformados"?

Por isto, encontramos comunidades de holandeses na zona de Tábua, de franceses um pouco por todo o país, de ...

É um bom investimento, dinheiro gasto capilarmente na base da economia. Por exemplo, na zona entre Tábua e Arganil há um restaurante modesto no meio do nada, usado por trabalhadores e que conheço por motivos profissionais há quase 15 anos. Durante 12 anos, sempre que lá fui nunca tive fila e havia mesas vazias apesar da freguesia regular. De há 3 anos para cá, ao almoço, fila e mais fila (se chover) por causa de uma comunidade de holandeses reformados que escolheu aquele restaurante para almoçar praticamente todos os dias.

BTW, a notícia da queixa não liga muito em com outra notícia do mesmo jornal "Suécia queixa-se de receber demasiado dinheiro em impostos"


sexta-feira, fevereiro 24, 2017

"reasonable-seeming people are often totally irrational"

"“Once formed,” the researchers observed dryly, “impressions are remarkably perseverant.”
...
Even after the evidence “for their beliefs has been totally refuted, people fail to make appropriate revisions in those beliefs,” the researchers noted. In this case, the failure was “particularly impressive,” since two data points would never have been enough information to generalize from.
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The Stanford studies became famous. Coming from a group of academics in the nineteen-seventies, the contention that people can’t think straight was shocking. It isn’t any longer. Thousands of subsequent experiments have confirmed (and elaborated on) this finding. As everyone who’s followed the research—or even occasionally picked up a copy of Psychology Today—knows, any graduate student with a clipboard can demonstrate that reasonable-seeming people are often totally irrational."


"Why Facts Don’t Change Our Minds"

Build on Your Strengths

"2. Build on Your Strengths
Your company has capabilities that set it apart, things you do better than anyone else. You can use them as a starting point to create greater success. Yet more likely than not, your strongest capabilities have been obscured over the years. If, like most companies, you pursue opportunities that crop up without thinking much about whether you have the prowess needed to capture them, you can gradually lose sight of what you do best, or why customers respond to it.
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Take an inventory of your most distinctive capabilities. Look for examples where you have excelled as a company, achieving greatly desired outcomes without heroic efforts. Articulate all the different things that had to happen to make these capabilities work, and figure out what it will take to build on your strengths, so that you can succeed the same way more consistently in the future.
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The more knowledge you have about your own capabilities, the more opportunities you’ll have to build on your strengths. So you should always be analyzing what you do best, gathering data about your practices, and conducting postmortems. In every case, there is something to learn — about your operations, and also about the choices you make and the value you’re able to deliver."
Trecho retirado de "10 Principles of Strategy through Execution"

VRIO (parte II)

Parte I.

"The VRIO Model: The acid test of differentiation
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Instead of burdening you with a complex process you would never use anyway, I recommend a set of four questions as the means to begin defining and quantifying your value. This is an excellent discussion starter that also yields insightful answers to help you recognize and appreciate your own value. Pick what you think is an important feature of one of your best-selling products. Can this feature pass the following four-question test?
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• Is it Valuable to the customer? Customers should be able to tell why they want it, what pain point it addresses, or what gains it enables. The feature is clearly something that makes customers better off, and you have dear, ready answers to describe why.
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• Is it Rare? The fewer options the customer has, the rarer your feature is. You have something customers want, and few others (if any) offer the same feature.
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• Can it be Imitated? In other words, if you gave a competitor a few months, could they perform that same function just as easily as you do, and thus offset or neutralize your advantage? Ideally you would have a sustainable advantage, which means it would take considerable resources—if not a strategic decision—for one or more competitors to challenge you on it. Here we touch on switching cos., which may be technical, marketing, or relationship-based.
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• Are you Organized to exploit this differentiation? Sometimes companies have too much of a good thing. They have the potential to offer superior value, but they can't exploit it, either because they lack the processes to market and support the feature, or they lack the talent or the means to exploit its full potential. Sometimes a company is just plain had at executing. They have breakdowns in execution excellence and spend their time fixing their issues.
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If you can honestly answer "yes" to all of these questions, you are truly differentiated. But most companies will answer at least one question with "no.