segunda-feira, março 19, 2012

Espero estar errado e a ver fantasmas onde eles não existem.

Na sequência de "Afinal há quem tenha a coragem de dizer a verdade" quem não faz o esforço de subir na escala de valor, quem não procura criar uma marca, quem não tenta ver para lá do seu comprador directo, tenta a velha receita portuguesa... a cunha.
"O presidente da República, Cavaco Silva, foi confrontado, este sábado, em Alijó, por um pedido de "ajuda, influência e esforço" para resolver a crise que afeta os pequenos e médios viticultores da Região Demarcada do Douro."
"Os viticultores queixam-se de uma quebra nos rendimentos, consequência dos baixos preços de venda dos vinhos e da redução do benefício, a quantidade de vinho do Porto que cada um pode produzir."
Outro exemplo da agricultura, primeiro o título "Empresa de Mora exporta mais de 90% da produção". Interessante, não?
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Só que o final do artigo deixa-me desconfiado ou desconcertado:
"A partir deste ano, explicou o responsável, os produtores recebem "uma ajuda desligada completamente da produção, o que poderá comprometer o setor".
"Há uma desmotivação grande dos produtores de tomate", salientou António Praxedes, defendendo que "as ajudas deveriam continuar ligadas à produção", para "uma motivação" desta atividade.
O administrador da empresa realçou que "este é um setor que tem condições para se desenvolver em Portugal", e, por este motivo, "deve ser preservado"."
Não ficam também desconcertados?
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Uma empresa exporta 90% do que produz, compra e paga a matéria-prima aos seus fornecedores, os produtores de tomate, e isso não chega para que os produtores tenham "motivação" para continuar a actividade? Hummm!!! Estranho!
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Será que no limite temos aqui uma espécie de Qimonda? Uma empresa que só consegue exportar porque a matéria-prima é subsidiada? Então, numa economia saudável a motivação para um fornecedor continuar a sua actividade não está no rendimento que tira da venda que faz do fruto da sua actividade?
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Espero estar errado e a ver fantasmas onde eles não existem.

Por que é importante o pensamento estratégico

  • Só 3 em cada 10 gestores pensam em estratégia  (Harris Interactive Survey of 154 companies, 2009)
  • A causa número um das bancarrotas é uma má estratégia (Paul Carroll and Chunka Mui, “7 Ways to Fail Big,” Harvard Business Review (September 2008).
  • 70% do mau desempenho de uma empresa tem por base más decisões estratégicas (Matthew Olson, “When Growth Stalls,” Harvard Business Review (March 2008).
  • 85% das equipas directivas dedicam menos de uma hora por mês para discutir a estratégia das suas empresas, cerca de 50% não dedicam tempo nenhum (Robert Kaplan and David Norton, “The Office of Strategy Management,” Harvard Business Review (October 2005).
  • 80% do tempo das equipas directivas é dedicado a assuntos que representam menos de 20% do valor a longo prazo das empresas (Michael Mankins, “Stop Wasting Valuable Time,” Harvard Business Review (September 2004)
  • As empresas com estratégias claramente definidas, em média, vencem a concorrência tendo margens de lucro superiores, com mais 304% de margens de lucro, e tendo vendas superiores, com mais 332% ao longo de um período de 10 anos  (William Joyce, Nitin Nohria, Bruce Roberson, What Really Works [book] (New York: HarperBusiness:2003).

domingo, março 18, 2012

Não há sectores obsoletos, há, sim, estratégias obsoletas.

"Antiga fábrica Cintra atinge lucros pela primeira vez"
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Reparem:
"Dez anos depois de ter sido construída, a fábrica de cervejas Cintra - criada pelo empresário Sousa Cintra - deu pela primeira vez lucro, em 2011, embora ainda residual. "É um acontecimento histórico. Vamos ter resultados positivos e pagar alguma coisa do imposto de sociedades em Portugal", realça o director-geral da Font Salem Portugal - grupo espanhol que adquiriu a fábrica há cerca de três anos -, em entrevista ao Diário Económico."
Como é que o conseguiram?
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Mudaram de estratégia. Como viabilizar uma fábrica concebida para produzir grandes quantidades?
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Produzindo grandes quantidades!!!
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Mas produzir é fácil, difícil é ter procura... como ter procura em grande sem marca?
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Abandonar este ecossistema da procura:
 Se a empresa não consegue arranjar massa crítica de consumidores para suportar a sua estrutura... tem de abraçar um outro ecossistema da procura
"Espanhóis da Font Salem apostaram no fabrico de cerveja para a grande distribuição. A estratégia permitiu facturar 30 milhões de euros em 2011."
Quem não tem cão caça com gato! A velha máxima: Não há sectores obsoletos, há, sim, estratégias obsoletas.
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E a sua empresa? Não precisa de mudar de modelo de negócio? Não precisa de mudar de clientes-alvo? Não precisa de reflectir sobre o futuro do negócio? Não precisa de fazer batota, antecipando um hipotético futuro?

Grande metáfora


O que quer dizer? (parte II)

Parte I.
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Ontem o Paulo Vaz chamou-me a atenção para uns números que vêm corroborar muitas das mensagens que este blogue procura transmitir.
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António Borges disse que os salários estão a baixar e que, por isso, a nossa economia fica mais competitiva e, por isso, exporta mais. O que sempre aqui escrevemos é que este raciocínio é típico de economista longe da realidade e que não consegue sair do modelo da concorrência perfeita onde foi educado e enformado.
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Reparem nestes números do 3º Trimestre de 2011 relativos à região Norte "Norte Conjuntura":
O emprego no Norte está a perder muito menos emprego que o resto do país. Mas preparem-se para o que aí há-de vir.
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Onde é que está a ser criado emprego? E onde é que está a ser destruído?

Interessante, perde-se mais emprego na Educação do que na Construção...
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E o que é que está a acontecer aos salários e aos custos do trabalho?
 Estão a imaginar qual será a evolução dos salários reais na região de Lisboa e Vale do Tejo?
Como é que António Borges e a tríade explicam estes números?
As exportações crescem, os salários crescem, os custos do trabalho crescem, o emprego na indústria transformadora cresce e quase não é destruído na região como um todo. Tudo ao contrário do que os macro-economistas prescrevem...
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Pena é que a maioria das pessoas, sobretudo dos empresários da região, não se apercebam disto e, como que lobotomizados pelos media sediados em Lisboa, não aproveitem a oportunidade, até no mercado interno, dado que o poder de compra da maioria dos operários da região vai subir este ano.



Será que o online também está a ajudar?

Estou envolvido em três projectos, de três empresas distintas,de sectores distintos, como consultor e advogado do diabo, em que as empresas pretendem comercializar um conjunto de produtos via internet.
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Daí que ao olhar para este artigo "Preços do vestuário a cair desde 2008" tenha pensado logo nessa vertente.
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Tudo o que o artigo diz é verdade, a quebra no poder de compra provoca uma migração de valor natural... mas será só isso? Sob a capa dessa mudança não estará também a compra online a mudar o panorama?
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BTW, já não ia ao Dolce Vita Dragão há uns tempos, por isso, para mim foi novidade. Uma sensação sempre agradável, descobrir num centro comercial uma loja de uma marca portuguesa de uma fábrica onde já estive.
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Neste caso a Eureka de Vizela... três anos depois, ainda está a abrir lojas, bom sinal.

sábado, março 17, 2012

O que quer dizer?

"Ainda assim, e apesar de o programa estar a ser cumprido e o país estar a trabalhar para alcançar também a estabilidade financeira, António Borges não esquece que é necessário também “recuperar a competitividade”. No entendimento de Borges essa tarefa está “também em curso”. “Tínhamos colocado no programa uma desvalorização fiscal, a alteração da Taxa Social Única (TSU) (…) e isso o Governo entendeu não fazer por razões que eles lá sabem”, afirmou. Porém, e mesmo sem uma alteração na TSU, “a verdade é que essa mudança de preços relativos está a acontecer”.
“É impressionante a forma como os salários estão a cair, tal e qual como se houvesse uma desvalorização da moeda”, acrescentou. Para António Borges “isto está a passar-se na economia com um extraordinário consenso e harmonia social” o que “é uma coisa inconcebível na Grécia e vamos ver se os espanhóis são capazes de fazer o mesmo que nós”. Para o ex-dirigente do FMI a redução dos salários está a acontecer com “consenso e harmonia social” porque os portugueses entendem que têm de apertar o cinto para assim recuperarem e tornarem a economia mais competitiva."
O que quer dizer António Borges com "tornar a economia mais competitiva?"
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Será que António Borges acha que as nossas exportações aumentam se reduzirmos os preços do que vendemos?  Será que António Borges acha que esta economia "o norte está a recuperar o estatuto de "motor do crescimento do país", representando mais 40 por cento do total das exportações." compete com base no preço mais baixo?
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Diz António Borges “É impressionante a forma como os salários estão a cair, tal e qual como se houvesse uma desvalorização da moeda”. Pergunto, que salários estão a cair? Os salários que se praticam nas empresas que exportam e que são competitivas (embora eu não saiba muito bem o que querem dizer quando falam de competitividade, a sério)? Ou os salários nos sectores de bens não-transaccionáveis e ligados ao Estado?
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Julgo que comete o mesmo erro de generalização que se pratica neste tipo de artigos "Portugal é o segundo país da Europa que mais emprego destruiu". Há emprego a ser destruído? Há.
"O número de pessoas com emprego em Portugal caiu 3,1% no último trimestre de 2011, uma queda superior à média da zona euro, que foi de 0,2%, indica o Eurostat."
 Contudo, o emprego destruído foi superior a 3,1%. Porquê? Porque também houve emprego criado! O saldo líquido é negativo e vale -3,1%.
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Onde está a ser criado emprego? Na economia exportadora, recordar o gráfico de "Austeridade e o efeito no desemprego"
Onde estão a ser cortados os salários? Não é na economia exportadora... é na economia que vive do mercado interno.
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BTW, se fizermos a a análise dos dados publicados pela AICEP relativos à variação homóloga das exportações em Janeiro de 2012, podemos verificar que 67% das exportações em euros vêm de descrições de produtos cm crescimentos homólogos superiores a 10%.
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Por exemplo:

  • Cacau e suas preparações +139,2%
  • Gorduras e óleos animais ou vegetais;produtos da sua dissociação; ceras, etc. +54,3%
  • Sabões, agentes orgânicos, ceras +42,8%
  • Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos +30,6%
  • Borracha e suas obras +25,2%
  • Vestuário e seus acessórios, excepto de malha +20,7%
  • Reactores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos +18,3%
  • Leite e lacticínios; ovos de aves; mel natural +13,8%
  • Plásticos e suas obras +10,3%
  • Calçado, polainas e artefactos semelhantes, e suas partes +9,9%
Este grupo só representa 22% das exportações de Janeiro de 2012 (um pouco mais do que as exportações de veículos e combustíveis que cresceram +14,2 e +72,3% respectivamente)

A redução de salários que está a acontecer não tem nada a ver com o aumento da capacidade exportadora, quando muito a redução de salários na economia de bens não-transaccionáveis e o aumento do desemprego, ao cortar procura interna, desvia as empresas para as exportações. A redução de salários na economia de bens não-transaccionáveis está a reduzir as importações (por exemplo, -23,9% de importação de veículos, cerca de 8% do total das importações em €).


Proteccionismo

"Brazil vows to protect manufacturing"
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Ao proteger o seu sector industrial com medidas proteccionistas, o governo brasileiro condena a maior parte das suas empresas a dependerem cada vez mais de uma barreira protectora dependente do papá-Estado.
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No curto prazo o desemprego industrial é sustido e as falências são adiadas. No entanto, o poder de compra dos consumidores é prejudicado e, a maioria das empresas não tem qualquer estímulo para subir na escala de valor.
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Quando o humano, condoído com o esforço da jovem borboleta a tentar sair do casulo, a ajuda a sair... condena-a à morte, porque o esforço que ela tem de fazer é a prova que lhe fortalece os músculos das asas.

sexta-feira, março 16, 2012

Espanto

Caso para dizer com espanto...
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- Olha! Olha!
"Portugal está a provar ser mais flexível e competitivo que vaticinado; mais uma vez o ajustamento está a ser mais veloz do lado do sector privado que público. Buscam-se novos mercados e produtos; adequa-se procura a rendimentos. Porém, para a alteração do modelo ser viável, o produto português tem de mudar em termos de valor: têm de produzir-se bens e serviços que permitam remunerar os factores produtivos como na Irlanda ou Espanha. Têm de existir mercados internos, infra-estruturas, qualificações, instituições compatíveis. Ensaia-se o primeiro passo enquanto se anseia pelo salto fundamental da criação de valor (com volume)."
Estas palavras são de Cristina Casalinho no JdN de hoje em "Nem tudo é mau"... interessante, muito interessante. A economista-chefe de um banco a falar em "criação de valor" é uma novidade primaveril. Será um sinal?
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Até que enfim que na classe dos macro-economistas se começa a falar em criação de valor, se começa a perceber que em vez de reduzir salários se pode modificar o que se produz e, assim, aumentar a produtividade, aumentar o valor acrescentado por trabalhador.

Por que não fazer o exercício agora? (parte III)

Um artigo interessante, porque põe, quem o lê, a pensar no futuro.
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No entanto, também tem de ser analisado com cuidado, como é baseado nas opiniões de uma amostra que não conhecemos (cerca de 200 fabricantes de vários sectores industriais nos Estados Unidos), e que é necessariamente heterogénea. Costumo chamar a atenção para os fantasmas estatísticos, quando a amostra é heterogénea retratam uma realidade média que não existe.
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No entanto, vou puxar a brasa à minha sardinha e reforçar algumas mensagens que costumam ser frequentes neste blogue:

  • 2. o futuro será cada vez menos produzir para inventário, e será cada vez mais trabalhar após pedido do cliente. Seja através de montagem de componentes numa plataforma comum para satisfazer uma encomenda, seja através de produções únicas segundo o pedido do cliente.
  • 3. menos fábricas grandes capazes de servir o mercado global e mais plataformas modulares conjugadas com customização após encomenda. Não acredito no progresso do outsourcing, a proximidade vai ser importante.
  • 4. papel de relevo para as TI. Fomentar a circulação da informação sobre a procura, agilizar a tomada de decisões, reduzir o tempo da encomenda à entrega, do desenho à entrega...
  • 7. importância crescente do design... uma chamada de atenção para os velhos jovens.
  • 8. estruturas de gestão cada vez menos "controleiras" e mais descentralizadas e colaborativas. Infelizmente, não é incomum descobrir que ferramentas como o CMR são mais usadas como instrumentos de controlo de tarefas do que para conhecer os cliente-alvo.
Como vai ser o futuro do mercado onde opera a sua empresa?
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Diz-se que o futuro já cá está, está é mal distribuído. O que faz para o procurar? O que faz para não ser surpreendido por ele?
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O que faz para o aproveitar?
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O que faz para o construir à sua maneira?
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Não é ser do contra, é ir para além de...

Esta mensagem de Russell Ackoff:


Por que é que 2/3 dos gestores classificam os esforços de Melhoria Contínua como um fracasso?
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Recordar esta frase publicada aqui em Julho de 2006:
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"Quantos projectos de implementação de um sistema de gestão da qualidade começam pelos resultados que se pretendem obter? Para a maioria os objectivos são algo que se acrescenta à última hora, qual tal um enxerto. Só que já é tarde de mais, nessa altura o ADN do sistema já está definido e ele assumiu que o objectivo é: obter e manter a empresa certificada."
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A melhoria contínua é importante, mas a melhoria descontínua é ainda mais importante!!!
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Estão a ver onde isto vai dar? Recordar Março de 2008 e "O Perigo da Cristalização"
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Depois, no final da comunicação, uma mensagem que parece retirada deste blogue... a eficácia é mais importante que a eficiência, o valor é mais poderoso que a eficiência.
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Tão preocupados a reduzir a variabilidade (a reduzir o sigma, lembram-se? Foi assim que comecei, foi daí que veio a marca Redsigma) que se esquecem da riqueza da variedade!!!

quinta-feira, março 15, 2012

O têxtil de regresso a Inglaterra...

Uma das mensagens deste blogue é: o custo não é tudo, a eficiência não é tudo. O mais importante é o valor potencial reconhecido, percepcionado pelos clientes.
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Em sintonia com esta história:
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"Marcas como Chanel, Louis Vuitton e Prada estão a fazer fila nas fábricas britânicas de lanifícios, calçado e couro, que são famosas pela sua especialização no fabrico de produtos de qualidade. ... O interesse renovado na fabricação de produtos especializados de alta qualidade tem visto um número crescente de designers britânicos a explorar as suas opções para ajudar a financiar estágios com o objectivo de manter a indústria em crescimento, uma mudança bem-vinda depois de 15 anos de declínio constante."
Claro que os macro-economistas não conseguem explicar estas movimentações que põem em causa os seus modelos mentais.
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Trecho retirado de "Produção regressa ao Reino Unido"
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Um dos papéis das associações sectoriais devia ser este, explicar, mostrar, ilustrar, as alternativas para captar produções de alto valor acrescentado potencial... não é o de combater as importações dos pobres paquistaneses, isto é um mundo que pode ser de soma positiva se assumirmos essa postura.
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E a sua empresa?
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O que está a fazer para subir na escala de valor?

Em que ficamos?

Em Janeiro último "Daniel Bessa: "Portugal tem que ser um dos países mais baratos"", agora, ""Daniel Bessa considera a redução salarial dos mais qualificados “dramática”".

Em que ficamos?
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Parece o Pinto Balsemão na SICN a falar com emoção sobre os desempregados da classe média-alta... quantos despedimentos já fez a SIC?

Será sinónimo de...

Neste artigo "Cardiologista alemão avisa que o ómega barato sai caro" sublinho um pormenor que pode ser interessante, especulo:
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"Clemens von Schacky esteve em Portugal a convite da última conferência da Fileira do Pescado, que reúne organizações do sector de captura, transformação e comercialização de pescado."
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Será isto sinónimo de gente a pensar no futuro? Sinónimo de gente a pensar em valorizar a sua oferta com o conceito de breakaway brands?
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Pode ser interessante!

O fim de uma citação

Uma das citações que costumo usar e que tenho de colocar na prateleira dos obsoletos é:
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"Não competir com a China nos custos e com a Wal-Mart no preço"
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Por um lado, a China vai vendo a sua vantagem sofrer uma erosão, fenómeno que tenho ilustrado profusamente aqui no blogue. Por outro lado, a internet e outros projectos começam a morder os calcanhares à Wal-Mart:
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"Emulate Wal-Mart And Dare To Be Bad?"
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Para a empresa portuguesa-tipo recomendo a reflexão:
"Now it’s true that this pattern is pervasive in large corporations today. But is “daring to be bad” a pattern be emulated?"
O dono da prateleira é poderoso, mas mais poderoso que ele é o consumidor anónimo:
"Today Wal-Mart is caught in the middle. If we want something quick, we go to a convenience store. If we want something cheap, we go to Amazon. Wal-Mart? Sorry. We don’t need you any more."
E agora para toda a gente que está no retalho, o desafio:
"The reality is that Wal-Mart’s business model in the US is broken. It is suffering a slow and agonizing death in the Amazon jungle. Instead of Wal-Mart thinking through which aspects of its customer service can be cut back, Wal-Mart, if it is to have a real future, needs to fundamentally re-think its business model with the customer at the center: what would it really take to delight its customers in today’s marketplace?"

Duas correntes

Duas correntes: a dos fazedores e a dos nichos.
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"Doce da Casa. Cupcakes com receitas da avó sem glúten nem açúcar"
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BTW, um regresso aos fazedores também aqui: "Lojas de miudezas voltam a estar na moda"... reparar no pormenor da loja que além de vender os produtos, criou uma escola para se aprender a bordar e crochet... e vender uma experiência, e criar uma tribo, e vencer a solidão. Lembrei-me logo das sugestões deste postal.

quarta-feira, março 14, 2012

No entanto...

A frase é:
"Nunca se é demasiado grande para agir como uma empresa pequena"


"Startups e empresas pequenas raramente são sobrecarregados com a burocracia, a tradição, e a pressão de lucros trimestrais que atrasam as empresas grandes. Portanto, elas tendem a mover-se mais rapidamente  e estão dispostas a assumir mais riscos na busca de seu objectivo."

No entanto, não é nada incomum encontrar empresas pequenas carregadas de burocracia, cegas pela tradição, e dependentes de tudo o que gere cash mesmo à custa do lucro futuro.

Trechos retirados de "5 New Rules For A Winning Brand Launch "

Cuidado com a proliferação da oferta

Outro mal de muitas empresas é o da proliferação de produtos:
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"Product proliferation is often a function of improving customer service and experience. A customer says they love product A and would buy millions of them — if only you could change the color from black to green.
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From that point on, it’s a slippery slope to where if one customer can make a special request, then another makes a special request. The next thing you know, you’re managing an ever increasing number of SKUs (Stock Keeping Units) and the amount of paperwork and quality system management has gone up exponentially.
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What you may NOT notice is that product proliferation creates a quiet profitability leak . Over time, that customer that said they would buy millions of units, only ends up buying a couple hundred thousand. And in a couple of years, the number of units starts decreasing and before you know it, your profit margin is as thin as a human hair. Even worse, you may not even notice how many products you have that fall into this category. All you see is a steadily shrinking margin."
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E então, nestes tempos de redução na procura, um comercial quer ter à mão muitas referências para tentar chegar e conseguir vender algo a alguém.
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Mas perde foco.
Mas confunde os clientes.
Mas aumenta custos de stock.
Mas não escolhe clientes-alvo.
Mas não treina e aperfeiçoa argumentos de compra.
Mas não mergulha a fundo em cada um dos produtos que vende.
Mas não se especializa nos problemas dos clientes que os produtos/serviços tentam resolver.
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Recordar as lições de Gordon Ramsay sobre a proliferação de oferta nos menus: aqui e aqui

Tanto reset mental a precisar de ser feito

Hoje de manhã ao sair de Estarreja, bem cedo, antes das 7 da manhã, já estava uma camioneta com grua a descarregar postes de electricidade.
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Durante o meu jogging, nos últimos dias, tenho encontrado vários pontos onde estão depositados postes deste tipo à espera de serem levantados e instalados.
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Continuei a viagem e ao volante a minha mente recuou no tempo... lembrei-me de um gráfico que coloquei aqui no blogue em Setembro de 2007. Um gráfico que retrata o poder da inércia... o mundo muda, e os decisores continuam a decidir com o modelo mental que os enformou.
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No município de Estarreja nos últimos meses tem-se cortado na iluminação nocturna em várias estradas em zonas rurais, penso que para poupar dinheiro. Por que renovar postes em zonas onde a luz está desligada?
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Há um modelo mental a renovar, a precisar de um reset... não se perdia nada com a divulgação das 4 regras de Duilio Calciolari.
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Estou a escrever isto aqui e agora na laboriosa cidade de Felgueiras e penso...
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Também eu tenho de mudar de modelo mental.
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Engraçado, desde 1995 que me preparei para esta situação do país. Para mim, anónimo engenheiro da província o que estamos a viver sempre esteve no horizonte temporal.
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Agora, devo começar a preparar o cenário para o depois-disto-que-estamos-a-viver.
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E a sua empresa? Que modelos mentais a enformam?

terça-feira, março 13, 2012

O que acontece num mundo sem patentes

"For Creators of Games, a Faint Line on Cloning"
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Num mundo sem patentes... tudo é acelerado.
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A única forma de uma empresa se manter à tona é nunca parar, é estar sempre à frente da onda.
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Talvez o mundo da moda dê pistas sobre a tipologia das estratégias viáveis.