quinta-feira, dezembro 22, 2011

Not to dare is to lose oneself

Conseguem recordar aquele anúncio radiofónico em que dois indivíduos na selva são descobertos por um leão.
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Um começa a correr desenfreadamente, o outro senta-se e calça umas sapatilhas.
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O primeiro pergunta-lhe, pensas que vais correr mais do que o leão?
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E o segundo responde, não preciso, basta-me correr mais do que tu.
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Muita gente anda tão preocupada com o futuro da economia em 2012 que se esquece do seu próprio futuro... que se esquece que a economia não existe como uma entidade autónoma... a economia é o resultado, é o agregado do desempenho de todos os actores.
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Muitos esperam pela famosa retoma, esperam pela subida da maré, para subir, como todos os barcos sobem com a maré.
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A minha receita é outra, a minha receita passa por Mt 25, 14-39.
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Se cada agente pensar no seu próprio futuro...
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"G. K. Chesterton wrote, “If you leave a thing alone you leave it to a torrent of change. If you leave a white post alone it will soon be a black post. If you particularly want it to be white you must be always painting it again; that is, you must be always having a revolution.”
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Without intervention, without progressive change, without revolution, everything in our work and our lives gets worse. Our bodies degrade, our relationships fizzle, our jobs disappear, and our ideas become obsolete (it has happened to countless organizations and to most of my friends).
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The Danish philosopher Søren Kierkegaard wrote, “To dare is to lose one’s footing momentarily. Not to dare is to lose oneself.” Lose your footing in 2012, experience life fully and perhaps, just perhaps, you’ll find yourself again."
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Ler o excelente postal de Tom Asacker "Breakout, breakthrough or breakdown."
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E recordar o desconforto com "Algo não me soa bem"

Co-criação de propostas de valor

Uma vantagem da aprendizagem do auto-didacta é que quando descobre, ou quando emerge na sua consciência, a importância de um tema, a sua mente está receptiva a sorvê-lo. E, talvez por isso, de repente começa a descobrir esse tema em todo o lado... parece que eles vêm ter consigo.
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Ainda há dias escrevi sobre as propostas de valor recíprocas, a propósito de um artigo de 2008 de Ballantyne que li muito recentemente.
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Pois bem, esta semana aproveitei a disponibilização ao público dos papers apresentados na conferência OTAGO 3 na nova Zelândia para ler "Introducing the concept of a value proposing platform: A practice-centric view of value cocreation" de David Sörhammar e Christian Kowalkowski:
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"It has theoretically been argued that value propositions are not predefined by firms, but are jointly crafted and established in interactive processes of reciprocal communication. This dialog facilitates a process in which the value perspectives of interdependent resource‐integrating actors become linked through interactions, recognizing that not only sellers but also customers can initiate value propositions. Hence, a value proposition is defined as a reciprocal promise of value, operating between resource integrating actors seeking an equitable exchange. (Moi ici: Cá estão as propostas de valor recíprocas... cá está a justificação para o armadilhar, cá está a justificação para o pensar que, assim como o cliente escolhe o fornecedor, o fornecedor pode/deve escolher o cliente. Como aprendi com Terry Hill: as encomendas mais importantes são as que se rejeitam)
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the cocreation of a value proposition in practice is conditioned both by the activities taking place on the value proposing platform and by elements that are external to the resource‐integrating participants’ dialogue. ... As the value proposing platform both delimits and enables participation in a cocreative practice, it is crucial for managers to thoroughly reflect on what a proper outline of a value proposing platform is in each cocreative endeavor. (Moi ici: "Value proposing platform"... há dias, numa acção de formação perguntaram-me "Qual é a sua finalidade para a acção como formador? Pensei logo na diversidade de expectativas dos formandos... diferentes sectores, diferentes economias, diferentes experiências, diferentes histórias, diferentes desafios... um formador e uma acção de formação... uma plataforma para tentar ir ao encontro de muitas expectativas e histórias pessoais)
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A fundamental viewpoint within S‐D logic is that firms cannot deliver value unilaterally but can only facilitate the creation of value through initiating or participating in developing value propositions, since value is always determined by the beneficiary and is subjectively measured as value‐in‐use. (Moi ici: Este período é fundamental. Não há valor acrescentado... só valor acrescentado em potencial. Por mais trabalho que se incorpore numa oferta... se ela não tiver valor para um cliente... não vale nada) Thus, an essential argument is that firms ought to approach the creation of value with a cocreative mindset.
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The common denominator within these streams of literature is their illustration of the phenomenon of value creation as a process taking place in larger value‐configuration spaces, involving several value creating networks. (Moi ici: "Several value creating networks"... os many to many de Gummesson, a porta aberta para as jogadas não lineares... e a explosão de combinações que gera Mongo)
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value constellations are configurations of firms and customers who are linked through a coordinated set of activities with the purpose of creating value. In accordance with the move from value chains to value constellations, Prahalad and Ramaswamy discuss the necessity for firms to have robust “experience networks” in order to take the step away from the firm‐centric supply chain view. Experience networks are discussed as formations of firms who strive towards providing individual customers with experience environments in which value is cocreated. (Moi ici: Isto é pura poesia... uma frase simples, enxuta que encerra em si o essencial: a criação de um conjunto de experiências durante o uso, que fazem emergir a sensação de valor junto do cliente. O valor não é criado no acto de compra, no acto de troca. No acto de troca, troca-se dinheiro por uma expectativa de valor futuro durante o uso. Só a experiência de uso pode servir de confirmação, ou não, da expectativa)
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Cocreated value being embedded in personalized experiences implies that value propositions are not predefined by the firm but, rather, jointly crafted and established in interactive processes of reciprocal communication. Hence, unidirectional communication is replaced by dialog, facilitating a process in which the value perspectives of interdependent resource‐providing parties become linked in reciprocal promises. (Moi ici: "unidirectional communication is replaced by dialog"... quantas empresas dialogam com os seus clientes? Nem a Apple, nem o Continente o fazem... poucas, muito poucas o fazem)
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The cocreative practice of crafting and establishing a value proposition means that the value proposition becomes a starting point for negotiation with participating resource‐providing actors and if the parties involved wish it, a reciprocal promise is cocreated over time.
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the freedom users have to apply their knowledge with the purpose of developing a firm’s products and services, either individually or collectively. The solution space is in turn conditioned by what is called the firm‐constructed design limit; a firm’s prerequisites for, and decisions about, users’ freedom to individually and collectively innovate. Thus, the firm‐constructed design limit can be seen as establishing the platform upon which cocreation of innovation emerges. Cova et al. (2011) have recently argued that the platform, on which consumer practices can take place, is pivotal for cocreation of value as it frees creativity and know‐how of consumers, and channels their activities in the direction desired by the firm.
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an agora that enables the development of a value proposition that is crafted and established through dialog between resource‐integrating participants who apply their knowledge and competence, and who consider, adapt and adopt the knowledge and competence having been applied by the other participants.
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Cocreation of a value proposition is thus conditioned by the value proposing platform in that it delineates – both delimiting and enabling – the cocreative practice. (Moi ici: "both delimiting and enabling" uma proposta de valor co-criada resulta de uma trade-off. As restrições e constrangimentos aceites definem para quem trabalhar e com que vantagens. Definem também, para quem não trabalhar)
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the value proposing platform constitutes the delimitations an instigator outlines at the initiation of a cocreative endeavor. The platform is that which enables participation from resource‐instigators, and is as such crucial for the entire cocreative endeavor. Managers ought to strive towards finding a suitable balance in the outline of the value proposing platform as regards its openness; a too open platform could enable a dialogue that will not lead to that the instigator’s wants and needs are satisfied, whereas a too closed outline means that the possibility for the other participants to satisfy their wants and needs are reduced. Thus, managers outlining a value proposing platform must clearly establish its boundaries by framing and explicating the wants and needs vis‐à‐vis the cocreative endeavor of the firm that they represent."

Boleias de passageiro clandestino que permitem viver mais um dia mas não ensinam a pescar

Os encalhados da tríade andam nesta guerra "Feriados, férias e produtividade"
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Estas medidas prejudicam as empresas?
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Esta medidas não prejudicam as empresas no curto prazo... sinceramente não sei se não as prejudicam no longo prazo.
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Estas medidas contribuem para o aumento da produtividade do que se faz:
Estas medidas concentram-se na redução dos custos. 
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Só que têm uma particularidade para as empresas... elas não precisam de fazer nada, tal como aquando de uma desvalorização monetária, regras impostas de fora isentam as empresas de se reformarem.
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E aumentar a produtividade através da transformação do que se faz? E aumentar a produtividade através da originação de mais valor potencial?
Por que é que os encalhados nunca falam desta parte?
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Peter Klimek, Ricardo Hausmann (não é a primeira vez que cito os seus trabalhos aqui no blogue) e Stefan Thurner publicaram há dias "Empirical confirmation of creative destruction from world trade data":
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"We find a tendency that more complex products drive out less complex ones, i.e. progress has a direction."
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Aquelas medidas lá em cima, tornam mais pertinente para as empresas o recurso a esta última tendência? A única que permite aumentar preços sem perda de clientes...
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Não creio!
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Não esquecer:
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"National economies can be viewed as complex, evolving systems, driven by a stream of appearance and disappearance of goods and services. Products appear in bursts of creative cascades. We find that products systematically tend to co-appear, and that product appearances lead to massive disappearance events of existing products in the following years. The opposite – disappearances followed by periods of appearances – is not observed. This is an empirical validation of the dominance of cascading competitive replacement events on the scale of national economies, i.e. creative destruction."
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Parece que os encalhados só concebem a defesa do status-quo, têm medo da destruição criativa... pois, não conhecem a primeira citação da coluna de citações aqui no blogue.
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Os finlandeses são quem mais estuda este fenómeno e com Maliranta aprendi que a produtividade de um país não sobe uniformemente como um pistão. A produtividade de um país sobe através da morte das empresas menos produtivas, expulsas pelas empresas mais produtivas... não, não o presidente da Galp não sabe mais do que Marn e Rosiello.
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Atenção, verdadeiramente não consigo estar contra estas medidas, duvido é que elas tenham o efeito pretendido. Só quando as pessoas de uma empresa queimam as pestanas para conseguir aumentar a produtividade é que as pessoas crescem no sentido correcto... tudo o resto são boleias de passageiro clandestino que permitem viver mais um dia mas não ensinam a pescar.

A aposta na batota!

Há anos que escrevo aqui no blogue sobre a importância da batota (ver marcador).
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Esta semana na TV vi que também Gordon Ramsay acredita na batota. Neste vídeo:

Do minuto 6 ao minuto 9:30 Gordon aposta na batota!

E na sua empresa? Também se aposta na batota?
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Delicioso aquele pormenor ao minuto 8:30 em que Gordon diz:
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"This all thing is theatre. This restaurant has to become a showcase"
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A recordar Pine & Gilmore "The Experience Economy: Work Is Theater & Every Business a Stage"

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Finalmente!!!

Esta noite, pelas 5h30 de 22 de Dezembro temos o começo do Inverno.
Finalmente os dias vão começar a crescer!!!
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Aproveito para saudar a Dª Anabela, motorista de táxis na Pontinha, sei que também celebra este dia

À atenção dos jornalistas

Através do twitter é possível ver a mesma notícia com o mesmo título aparecer, no espaço de breves minutos, nos tweets sucessivos de vários jornais.
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Todos dizem o mesmo, todos usam a mesma fonte...
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Talvez seja de seguir o conselho de Seth Godin:
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"The hard part of professional journalism going forward is writing about what hasn't been written about, directing attention where it hasn't been, and saying something new."
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E cada vez é mais fácil fazer a diferença no meio da uniformidade da manada.

Spin-off à vista?

Tudo começa pela observação da realidade... uns números interessantes:
"Foram os números que chamaram a atenção da Impetus, empresa têxtil de Barcelos, especializada no fabrico de roupa interior. Em Portugal, 600 mil pessoas têm problemas de incontinência, mais de metade dos residentes em lares de terceira idade são incontinentes e 28,7% dos atletas entre os 14 e os 40 anos sofrem de perdas de urina devido ao esforço físico. Em França, há quatro milhões de pessoas com este problema; nos Estados Unidos, são 30 milhões."
Depois, a descoberta de um trabalho por fazer:
""Para além da roupa interior e das marcas que possuímos, entendemos que poderíamos ir mais além. Com o nosso conhecimento e o da Universidade do Minho, poderíamos produzir produtos que iriam além da moda, nomeadamente na área da saúde", diz Alberto Figueiredo, presidente da Impetus, numa declaração enviada por email."
Depois, o desenvolvimento dos materiais e produtos capazes de serem contratados para a realização desse trabalho: 
"Com esta ideia em mente, a empresa têxtil que também representa em Portugal as marcas Eden Park e Coup de Coeur, lançou o desafio ao Grupo de Investigação em Materiais Fibrosos (FMRG - Fibrous Materials Research Group) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho para delinear um projecto de inovação. Raul Fangueiro, coordenador do FMRG, explica que a intenção é desenvolver "vestuário interior multifuncional para áreas técnicas avançadas, como a saúde e a protecção pessoal, recorrendo a fibras e estruturas fibrosas avançadas de última geração"."
Depois, o teste junto de potenciais utilizadores:
"O produto foi testado não só em laboratório, mas também por 30 doentes do Instituto Português de Oncologia que sofriam de pequenas perdas de urina e eram utilizadores regulares de pensos. Cada um recebeu dois exemplares do Protech Dry e os resultados foram animadores. Revelaram uma satisfação de 100% no conforto, absorção e desempenho, mesmo após repetidas lavagens. "O contacto com pacientes sofrendo desta patologia deixou transparecer o forte carácter emocional ligado a este problema, com impacto significativo na sua auto-estima", sublinha Raul Fangeiro. Depois de testado e aprovado, o produto foi certificado pelo Infarmed como dispositivo médico (classe I).
Por fim:
"O primeiro resultado visível desta parceria já está à venda nas farmácias e parafarmácias, e através da Internet. Trata-se do Protech Dry, roupa interior para homem e mulher que pode ser usada em situações de perda de urina ligeira e moderada."

 NOTA: "diz Alberto Figueiredo, presidente da Impetus, numa declaração enviada por email.
O empresário está em constante movimento, com o tempo apertado pela agenda e dividido num negócio que arrancou em 1974 e foi crescendo até atingir, em 2010, uma facturação de 32 milhões de euros, 775 trabalhadores e presença em 35 mercados."
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Em constante movimento mas com tempo para ler e reflectir. Foi o primeiro empresário a contactar-me para fazer uma apresentação das ideias do livro "Balanced Scorecard - Concentrar uma organização no que é essencial" à sua equipa.
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Na minha opinião, separava já uma unidade específica para tratar deste vector saúde. Os cliente-alvo, as experiências procuradas e valorizadas são diferentes, os materiais são diferentes, os ciclos de compra são diferentes... a evolução vai seguir por outros caminhos... outro mosaico!
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E não esquecer esta verdade "Actually, small companies are better at innovation than large companies"
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ADENDA: A melhor inovação é a que se faz para resolver problemas 

O mundo não existe para nos servir, nós é que existimos para servir o mundo... e o resto é treta.

Ontem à noite, enquanto ouvia Eduardo Barroso na SIC Notícias, escrevi no twitter:
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"acredito q a maior parte das responsabilidades atribuídas ao euro são porque tem as costas largas... e a entrada da China na OMC?"
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Eduardo Barroso defendia que os problemas da economia portuguesa começaram com a entrada no euro.
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Durante esta década dentro do euro, o que aconteceu ás economias dos países desenvolvidos que estavam e estão fora do euro?
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Em todo o mundo desenvolvido acelerou-se a concentração da distribuição, a compra em grande escala para distribuir em grande escala, apostando em preços baixos comprando na China.
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A diferença de salários entre portugueses e chineses era tão, tão grande que o modelo de produção baseada no preço mais baixo estava condenada ao fracasso:
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"A indústria têxtil é um dos sectores que estão a utilizar de forma mais acentuada a China como centro de fabrico. O país já era líder mundial nas exportações desde 1990, posição que reforçou em 2005 com a adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC). O levantamento das imposições às importações inundou o mundo com os têxteis chineses.
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No primeiro trimestre de 2005, a exportação de camisolas e outros produtos disparou, estimando-se que tenha agora uma quota de mercado 62% no mundo livre. (Moi ici: Há anos que não lia esta expressão) E há já muitos produtores europeus a deslocalizarem a sua produção para a China.""
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Eric Beinhocker escreveu:
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"What was the best strategy in the end? What Lindgren found was that this is a nonsensical question. In an evolutionary system such as Lindgren's model, there is no single winner, no optimal, no best strategy." 
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As estratégias, os modelos de negócio não são eternos, são sempre transientes. Independentemente da nossa adesão ao euro ou não, as nossas empresas habituadas a competir pelo preço nunca teriam hipóteses assim que a China entrou na OMC... recordem a tabela.
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Mesmo que a nossa empresa, mesmo que o nosso país não mude... o mundo muda e não quer saber de nós. O mundo não existe para nos servir, nós é que existimos para servir o mundo... e o resto é treta.


Mongo e a Lei de Ashby

Ontem à noite Dave Gray brindou-nos com uma série de reflexões sintonizadas com a narrativa deste blogue:
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Acerca de Mongo:
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"Competitive intensity is rising all over the world. Global competition and the web have given customers more choices that they have ever had before. This means customers can choose from an ever-widening set of choices, and it seems that variety only breeds more variety. The more choices that become available, the more choices people want.
Customers have lots of things they are trying to do, and lots of ways they are trying to do them. And you have lots of competitors who are trying to offer them better, cheaper, faster, easier ways to do those jobs.
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In the coming century the world will create a lot of variety. This is great for individuals but creates a real problem for companies.
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From drugs to microchips, from food service to entertainment, your customers will be throwing a lot of variety at you. They will demand more from you. They will want better quality, and they will want it faster and cheaper. They will expect you to respond quickly to their demands for personal and customized services. This change is real and it’s accelerating."
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Se a variedade vai aumentar... convém recordar a Lei de Ashby:
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"You can reduce variety by simplifying your system and finding ways to limit your inputs. 
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You can absorb variety by developing a capability to accept a wider variety of inputs into the system. 
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In the real world you probably will want to reduce variety in some parts of your business and absorb it in others. Tradeoffs like this are at the core of company strategy and design."
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"Another core idea from the industrial revolution is the concept of, interchangeable parts. Standardization does make it easier to mass-produce quality products. Standards also make it easier to connect things.
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We run into problems, though, when we try to apply standards to things that inherently have a high degree of variety: for example, a customer service call. Customer problems come in all shapes and sizes, and even problems that might seem very similar on the surface can be subject to a lot of variability based on the context.
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We have gotten so used to the idea of standards as a good thing that we tend to apply them in the wrong places. For example, consider the idea of a “best practice.” The concept of a best practice assumes that there is one “best way” to solve a problem: that every problem can be isolated from its context, and a single best way of solving it can be described and shared. Unfortunately, this has caused a lot of problems in the business world, because it’s impossible to isolate problems from their context.
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A system is not just the sum of its parts. What makes a system work is not the parts in isolation, but the interactions between them, and the inherent tradeoffs that must be made to achieve different kinds of system performance. Standardization is something you apply to the parts of a system, not a whole. A best practice from one company, or from one part of a company, cannot necessarily be applied successfully elsewhere."
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Lembram-se da minha crítica à malta da Qualidade encalhada na normalização?
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Se se vai meter, pelo menos considere o alinhamento

A propósito de "Governo quer aumentar eficiência dos 'clusters' nacionais" onde se pode ler:
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""O futuro da economia portuguesa tem que ser assente na inovação, cooperação e estabelecimento de parcerias e a configuração de pólos e 'clusters' é a solução para uma maior competitividade nos mercados internacionais", sobretudo sendo o tecido empresarial nacional dominado por "pequenas e médias empresas [PME] sem a massa crítica necessária para se internacionalizarem" sustentou Carlos Oliveira.
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A este propósito, o secretário de Estado destacou como "fundamental a colaboração entre PME e grandes empresas", quer na internacionalização, quer pela opção pelo abastecimento das segundas com produtos fabricados pelas primeiras."
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Não esquecer o alinhamento de propostas de valor, não esquecer as propostas de valor recíprocas e cuidado com a pedofilia empresarial.
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Recomendo recordar dois postais e a leitura de um artigo sobre o alinhamento das propostas de valor numa cadeia de valor:
Ou seja, se o Estado se vai meter na relação entre empresas pequenas e empresas grandes pelo menos tenha em conta o alinhamento de propostas de valor.

terça-feira, dezembro 20, 2011

A explosão de médias... não comparáveis

A propósito de "Average Is Over. What's Your Extra? começo por chamar a atenção para um comentário que  diz:
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"Have you heard of the bell/gaussian curve? Average can never be over - it is a quintessential part of evolution."
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Mais do que dizer que a média acabou, acho mais correcto dizer que em vez de uma única distribuição com uma média, temos uma explosão de distribuições lado a lado sem concorrerem entre si, em muitos casos, cada uma com a sua própria média.
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Assim como não se compara o número de golos do melhor marcador da primeira liga com o do melhor marcador da 2ª liga, porque pertencem a campeonatos diferentes, também não faz sentido comparar entre si médias de diferentes distribuições.
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Faz sentido comparar a música clássico mais ouvida, em média, com a de rap, ou de rock, ou de folclore? E depois, dentro do rock, não será possível desdobrar o tema em n variações que também não se misturam?
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Mais uma leitura que podemos encaixar na narrativa em construção sobre o que será o planeta Mongo.

Something wonderfull


E sem TSU...

Depois do calçado, dos têxteis, da cerâmica, do vinho, da horticultura, da floricultura, da cortiça, da ... mais um exemplo num sector tradicional:
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"Exportação de mobiliário bate recorde":
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"Embora não estejam ainda disponíveis os dados relativos a Novembro e Dezembro, a associação antecipa que 2011 termine com um crescimento na ordem dos 9% face a 2010, o que, "a verificar-se, coloca, pela primeira vez, as exportações da indústria de mobiliário e colchoaria acima dos mil milhões de euros"".
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Como é que Moedas explica isto?
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Como é que Vítor Bento explica isto?
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E a Malásia e a Tailândia, não exportam mobiliário a preços da uva mijona?
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E estamos no mesmo campeonato?
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Recordar Gause e os seus protozoários...
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Lembrem-se de Spence...
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BTW, na Alemanha ainda se produziram 30 milhões de pares de sapatos em 2010, a um preço médio de 41 USD. A produção está a crescer desde o ano 2000 pelo menos. Por cá, produzimos em 2010 62 milhões a um preço médio de 29,65 USD, também sempre a crescer desde 2006.
A China em 2010 exportou 9 939 milhões a um preço médio de 3,39 USD.
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Estão a ver 3 espécies de protozoários a alimentarem-se de mercados diferentes?
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À atenção dos jogadores de bilhar amador

O jogador de bilhar amador é como eu a jogar bilhar. Estou tão preocupado com a próxima jogada que não sou capaz de jogar agora pensando já na jogada seguinte, como faz um profissional.
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Esta manhã na Antena 1 já ouvi alguém ler uma reflexão deste tipo:
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Há que pensar se é correcto pagar juros elevados em vez de usar o dinheiro para alimentar os pobres. 
Admitamos que se deixa de pagar os juros... haverá mais dinheiro para alimentar os pobres?
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Ou seja, quais são as consequências das nossas jogadas actuais no futuro?
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Sim, eu sei que pensar no futuro a médio-prazo é pouco português ...
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Convinha que quem defende o proteccionismo perceba esta realidade "Emerging economies will import more than the rich world in 2012"

Mais um encalhado

Depois de ler “Out of The Box” ou “Out of The Euro”, escrito por Carlos Moedas... confirmo que este governo segue a tradição dos anteriores e também está repleto de encalhados no tempo.
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"O que nós necessitamos é de um Programa de Estabilidade e Competitividade capaz de nos traçar o caminho para a cura da maior doença que o nosso país sofre actualmente, a falta de competitividade (Moi ici: Sinceramente, gostava de perceber o que é que querem dizer quando falam de competitividade)
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A nossa competitividade, ou falta dela, está intrinsecamente relacionada com a nossa produtividade e com os nossos custos unitários de trabalho. A nossa produtividade medida em PIB por hora trabalhada aumentou em apenas 3% entre 2000 e 2009, quando comparada com a média europeia (ver Gráfico 4), enquanto os nossos custos nominais unitários do trabalho aumentaram exponencialmente em mais de 30% nesse mesmo período, quando comparados com um aumento de 20% na Zona Euro e de apenas 7% na Alemanha (ver Gráfico 3). É este gap entre a produtividade e os custos do trabalho que nos vai tornando incapazes de competir com os outros países (Moi ici: Escrevo muito a sério, engraçado, pensava que eram as empresas que competiam entre si e não os paísese que afecta directamente a nossa capacidade de exportação. (Moi ici: Escrevo muito a sério, engraçado, pensava que eram as empresas que competiam entre si e não os países. O que é que afecta mais a nossa capacidade de exportação, o nível de preços que as empresas portuguesas praticam, ou a inadequação dos produtos aos mercados externos, ou a falta de visão dos gerentes? Será que Moedas conhece estes números? Duvido... )
Países como a Grécia e Portugal têm sempre um caminho imediato para aumentar a competitividade que é o de sair do Euro e desvalorizar a moeda. (Moi ici: Aposto que Moedas não conhece a tabela comparativa de custos da mão-de-obra... seguindo o modelo mental de Moedas, o mesmo da tríade, nem uma desvalorização em 50% nos tornava mais baratos que a Turquia e Marrocos, quanto mais da China) Obviamente este caminho seria impensável, ou pelo menos gostaríamos de acreditar que assim fosse, por isso resta-nos reduzir os custos do trabalho para conseguir aumentar a nossa competitividade. (Moi ici: Moedas precisa de pensar na economia como 3 realidades distintas - a que vive do Estado, a que vive do mercado interno e a que exporta. As duas primeiras precisam de reduzir os custos do trabalho não para aumentar a sua competitividade mas para sobreviver. A terceira já está noutro campeonato, um campeonato com outras regras... regras e campeonato que Moedas e os outros elementos da tríade desconhecem, dado que sempre viveram dentro da redoma da estufa das duas primeiras economias) Uma das formas mais imediatas seria reduzir os impostos sobre o trabalho sem descer a massa colectável.
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Sejam estas ou outras ideias fora do baralho, faltam em Portugal governantes e políticos que pensem de forma pragmática, diferente e que não se contentem em repetir as ideias (ou PECs) do passado." (Moi ici: Aqui Moedas estava a ser profético, faltava e continua a faltar... )

Será que Moedas sabe que existe uma coisa chamada distribuição de produtividades intra-sectorial? Isso não lhe desperta curiosidade?
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Nem lhe causa comichão intelectual descobrir que há mais dispersão da distribuição de produtividades dentro de um mesmo sector do que entre sectores?

segunda-feira, dezembro 19, 2011

A tríade precisa de ler isto para aprender

"In several European countries that now confront fiscal and growth challenges, the pattern was somewhat different: most of the excess consumption and employment was on the government side. But the effect was similar: an unsustainable pattern of income and employment generation, and lower productivity and competitiveness in these economies’ tradable sectors, leading to trade deficits, stunted GDP, and weak job creation.
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One could argue that the euro has been and still is overvalued, and that this has hindered many eurozone economies’ productivity relative to non-eurozone countries. But the relative productivity deficiencies within the eurozone are more important for growth, and have nothing to do with the exchange rate.
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The focus on currencies as a cause of the West’s economic woes, while not entirely misplaced, has been excessive. Developing countries have learned over time that real income growth and employment expansion are driven by productivity gains, not exchange-rate movements." (Moi ici: A tríade precisa de ler isto)
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Indicadores obsoletos

Esta semana, a propósito de uma formação sobre "Indicadores de monitorização de processos" colocou-se a questão:

  • Qual a diferença, em termos práticos, de usar como indicador o "Número de reclamações" ou o "Números de reclamações por unidade quantidade vendida"?
Se a economia e a empresa estão com um volume de actividade estável não há diferença. Contudo, se a economia e/ou, sobretudo, a actividade da empresa, estão em ebulição, com grandes flutuações, positivas ou negativas, então o indicador com o valor absoluto de reclamações pode ser enganador. O número, a quantidade de reclamações pode estar a aumentar em valor absoluto a par de um crescimento importante das vendas da empresa. Assim, o desempenho junto dos clientes está a melhorar, apesar do aumento do número absoluto de reclamações.
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Depois, a evolução da conversa levou a que alguém contasse um caso pessoal e referisse a importância do alinhamento dos indicadores com o ciclo de vida das empresas. Há indicadores que faz sentido monitorizar em certas etapas da vida de uma empresa e não em outras e vice versa.
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Olhemos para a economia como um todo nos últimos 70 anos... faz sentido usar hoje os mesmos indicadores que se usavam nos anos 50 do século passado?
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A propósito deste artigo "Hora de trabalho em Portugal e na Irlanda é mais barata" (Cuidado está cheio de imprecisões. Por exemplo, o título pode induzir alguns a pensar que uma hora de trabalho é mais barata em Portugal do que na Roménia ou na Bulgária)
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Reparem como isto de trabalhar com médias é terrivelmente enganador:
O artigo lida com o indicador "custo nominal do trabalho ajustado por dias úteis"... reparem:
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"As duas principais componentes do trabalho são os custos directos e indirectos. As empresas suportam ainda outro tipo de encargos, como a energia ou os transportes. Na zona euro, os salários e os salários por hora trabalhada cresceram 2,6% até ao terceiro trimestre deste ano, enquanto a componente não salarial aumentou um pouco mais, 3,2%, quando comparados com os 3,2% e 3,8%, respectivamente, registados em 2010. Ou seja, no ano passado houve uma distribuição mais equitativa entre as duas variáveis, ao contrário do que sucedeu este ano, onde factores não ligados directamente aos salários tiveram um crescimento maior do que aqueles." (Moi ici: Este indicador é tão enganador num mundo tão "mexido" como o nosso!!! Este indicador é tão enganador quando estamos a caminho de uma economia Mongo...)
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O que diz a tradição?
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"Este indicador é uma das medidas de competitividade habitualmente usadas para realizar comparações internacionais."
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E aqui reside o problema... medir a competitividade com este indicador faz cada vez menos sentido... medir a competitividade com este indicador, não explica como é que o calçado português exporta 95% da sua produção a um preço médio de 23€, apesar do preço médio do calçado chinês chegar à Europa a 3€. Este indicador não explica como é que os dois melhores anos da última década nas exportações de têxteis são 2010 e 2011 apesar dos números:
"Com um valor exportado de cerca de 3,1 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o setor nacional do têxtil e vestuário continua a aumentar o volume das suas exportações e a provar que o comércio internacional é algo que "está já no seu ADN""
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"São os "fatores excecionais" que caracterizam o setor nacional do têxtil e vestuário, nomeadamente "a capacidade competitiva, a qualidade e as vantagens comparativas que a nossa indústria tem em termos europeus", que explicam o crescimento registado nas exportações do setor nos primeiros nove meses de 2011, garante Paulo Vaz. O diretor-geral da ATP, explica que Portugal "possuí hoje uma das indústrias têxtil e vestuário mais evoluídas a nível mundial, das mais conceituadas sobre o ponto de vista da qualidade e de inovação tecnológica e à qual também é reconhecida a capacidade de incorporar criatividade". Comparando a fileira da moda nacional à italiana, as únicas a nível europeu que são "completas, fortes e estruturadas", Paulo Vaz garante que o desempenho que esta indústria tem tido ao longo de 2011 beneficia "daquilo que é produção de proximidade, de nicho, de alto valor acrescentado" e de "um regresso dos clientes e das encomendas" em algumas marcas de média dimensão." (Moi ici: Vêem alguma referência ao custo? Também não. Bom sinal... BTW, Paulo Vaz está a aprender o que se está a passar, está a aprender com a realidade... há 2 anos, há 1 ano ainda andava colado ao CDS a protestar contra as importações de têxteis do Paquistão")
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O que os economistas não percebem... a maioria deles, é que estão encalhados a usar indicadores para descrever um mundo que já não é o de 1950.
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Olhar para o indicador "custo nominal do trabalho ajustado por dias úteis" é olhar para parte da realidade e esquecer de perguntar:
  • E esse trabalho, foi usado para produzir o quê?
Este é o nó górdio da questão. Os economistas assumem, partem do princípio, que o output se mantém constante... não é bem isso, eles até aceitam e explicam os aumentos da produtividade com o aumento do ritmo de produção, com o aumento da eficiência. O que eles não sabem nem pensam, o que não entra nas suas contas é que pode mudar a natureza do que se produz, a qualidade (aqui qualidade não tem nada a ver com defeitos, aqui qualidade é ter mais atributos, é ter mais valor potencial acrescentado) das saídas produzidas pode mais do que compensar o aumento dos custos nominais do trabalho ajustado por dias úteis... o truque alemão que descobri quando tentei resolver o puzzle do sucesso alemão com salários altos, com moeda forte e com a pista de Marn e Rosiello na figura 1 de "Managing Price, Gaining Profit".
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A minha guerra é "Work to raise prices" mas cuidado, esta semana jantei com alguém que me dizia que a sua empresa aumentava os preços há 2 anos seguidos e estava a perder quota de mercado de forma preocupante.
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Aumentar os preços só, é estupidez!!! Foi essa a reacção que eu, jovem engenheiro tive em 1992 ao ler Marn e Rosiello. Como é que é possível aumentar preços num mercado livre sem que a concorrência aproveite... estes autores são tôlos!!!
Depois, muitos anos depois, percebi o truque, aumentam-se os preços porque acrescentamos mais valor potencial ao produto e o cliente reconhece e experiencía esse valor na sua vida durante o uso. E quando entramos nessa espiral virtuosa... os custos deixam de ser determinantes.
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No fundo é apostar no valor com capacidade infinita de crescer: o valor originado, os outros dependem da poupança... e poupar não é o mesmo que ganhar.

Não posso estar mais em desacordo

Não posso estar mais em desacordo com Mark Pagel "Infinite Stupidity":
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"Now, the reason this might be interesting is that, as the world becomes more and more connected, as the Internet connects us and wires us all up, we can see that the long-term consequences of this is that humanity is moving in a direction where we need fewer and fewer and fewer innovative people, because now an innovation that you have somewhere on one corner of the earth can instantly travel to another corner of the earth, in a way that it would have never been possible to do 10 years ago, 50 years ago, 500 years ago, and so on." (Moi ici: E a vontade de individualizar? E a customização para nichos cada vez mais pequenos? E Mongo? E a explosão de criatividade que um mundo sem patentes gera? E o World 3.0 de Ghemawat? E o fim da globalização com o triunfo do gosto particular de cada um, da rapidez, da flexibilidade? E a democratização da produção? E a explosão de diversidade que um mundo de produtores consumidores - prosumers - vai acarretar? O mundo do mercado de massas foi um acidente passageiro que está rapidamente a ser despachado para os livros de história. Falo por mim, a internet permite-me um contacto com um mundo intelectual, técnico e profissional incomparavelmente superior ao possível no passado por uma fracção do custo de outros tempos)
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Recordar "8: Most new ideas aren't"

Um exemplo a seguir

Na revista Portugalglobal encontro a história da Vipex:

"a Vipex não se limita a fabricar as peças, (Moi ici: A velha geração de injectadores era assim, produzr, produzir, produzir. O cliente encontra-nos, traz os moldes e nós produzimos... visão adequada a tempos de escassez na oferta, incompatível com os tempos de sobre-capacidade agregada) mas sim a “arquitectar a industrialização de plásticos para produção”. A sua abordagem ao mercado é igualmente inovadora, já que a Vipex tem um modelo de negócio que, no processo de desenvolvimento, assegura uma correcta e pró-activa avaliação das funções e especificações dos produtos em conjunto com os clientes, (Moi ici: O futuro é deixar de ser um injectador e passar a ser um parceiro de desenvolvimento com especialização em moldes, materiais e injecção. Não alguém a quem se entrega a tarefa final de uma cadeia de valor, mas um parceiro colaborativo com dignidade, know-how próprio útil e necessário) que permite realizar uma adequada industrialização e uma eficiente produção, segundo refere fonte da empresa.
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A Vipex diferencia-se, assim, pelo valor gerado para o cliente, através de processos de gestão mais eficientes e eficazes. Este factor de diferenciação surgiu, e foi reforçado, após uma reflexão estratégica através da utilização do método Oceano Azul. ( Moi ici: Uma curva de valor ajuda a identificar onde estão os "sweet spots" por criar, e onde estão os oceanos vermelhos de sangue infestados por tubarões de onde as PMEs têm de fugir. Recordar "O que é isso da curva de valor?" e "Proposta de valor e curva de valor") “Esta metodologia permitiu-nos avaliar o nosso posicionamento e do mercado tendo em conta os factores competitivos que considerámos críticos, construindo uma estratégia de negócio diferenciadora onde nos apresentamos com maiores vantagens competitivas”, explica Jorge Santos, administrador da empresa.
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A mudança na forma de abordar o mercado foi, e ainda está a ser, acompanhada pela introdução de novos programas, novas metodologias, novas atitudes, com a avaliação Moi ici: É mais do que uma ferramenta de avaliação, é uma ferramenta de medição, de orientação, de comunicação, de alinhamento, de definição e ilustração da estratégia) através do Balanced Scorecard, conta o mesmo responsável."

Once again, I rest my case (parte II)

Consideremos o desafio que uma empresa que quer apostar na criação de produtos inovadores tem pela frente. A empresa tem de convencer os consumidores que os seus produtos são inovadores e de confiança e, também, tem de seduzir os lojistas, os donos das prateleiras visitadas pelos consumidores interessados e dispostos a pagar por produtos inovadores de elevado desempenho.
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Consideremos a representação simplificada de um ecossistema económico:

Consideremos o acetato 6 desta apresentação "Qual é a proposta de valor?" e retiremos as imagens que caracterizam as experiências procuradas e valorizadas pelos consumidores-alvo e pelos lojistas-alvo:
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Na revista Portugalglobal encontro a história da Polisport que vamos dissecar:
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"A Polisport exporta 97 por cento da sua produção, sendo a Itália, França, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Japão os seus principais mercados na área das bicicletas. Líder europeu de vendas de cadeiras porta-bebés para bicicletas, a empresa registou um volume de vendas de 16,2 milhões de euros em 2010, prevendo este ano atingir os 17,2 milhões de euros e, em 2012, 18,5 milhões de euros.
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Anualmente, a Polisport (1) investe na inovação e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, (2) apostando numa estratégia de registo de propriedade intelectual, ao nível de patentes e de design. Paralelamente, (3) desenvolve operações de marketing em segmentos específicos que permitam, no seu todo, manter a competitividade da empresa, aumentar a sua quota de mercado e a (3) notoriedade da marca. Para além de (4) parcerias com vários “leading players” nos sectores de injecção de plástico e outros, existe, por exemplo, uma associação forte à (5) promoção de desportos de “duas rodas”, (6) da vida ao ar livre e de aposta na (7) divulgação da Polisport em meios orientados para determinados públicos-alvo. Estas parcerias, aliadas às (8) presenças constantes nos principais certames mundiais de Bicicletas como a Fietsvak (Holanda), EuroBike (Alemanha), Taipei Cycle Show (Taiwan) e China Cycle Fair (China) (9) “têm permitido granjear prestígio junto de muitos públicos entusiastas, bem como afirmar-mo-nos como um (10) parceiro prioritário no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias que permitam chegar ao mercado global com mais valor acrescentado”, afirma fonte da empresa."
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Vamos mostrar como estas 10 actividades listadas acima formam um mosaico de sinergias que concretizam uma estratégia:
A actividade (10) pertence a um outro ecossistema, o trabalhar como OEM:
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"A médio prazo, a Polisport vai reforçar a sua posição como Original Equipment Manufacturer (OEM) de componentes e acessórios para alguns dos mais prestigiados fabricantes de bicicletas"
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BTW