terça-feira, agosto 13, 2024

Curiosidade do dia

O académico versus o empírico.



 

Come on. Como se pode ser tão básico?

Acerca do vinho tenho escrito alguns postais ao longo dos anos. Recordo de há anos um focado no problema de fundo, a incapacidade de subir na escala de valor: O crescimento canceroso (de Dezembro de 2018).

Recentemente escrevi sobre a incapacidade de todos os intervenientes, desde o governo aos produtores de uva, enfrentarem a situação de frente e falarem verdade. Não falando verdade, qualquer hipótese de melhoria fica ferida de morte (recordar o que Roger Martin escreveu recentemente). Por isso escrevi:
Em Julho escrevi "Julgo que nunca verei esse dia... uma tristeza." onde citei dados da produção e consumo mundial de vinho e do crescente desencontro. Consumo desce e produção sobe. Qual a reacção em Portugal? Destilar vinho e culpar importações. E mudar? Não isso não é com os produtores.

Ontem, no FT li "Australian wine sector suffers from shift upmarket":
""Three years ago, the industry was in the best position it has been in. Now it's the worst it's been," he said.
The woes of the sector, which employs more than 160,000 full and part-time workers, have prompted an exodus of established operators.
Treasury Wine Estates, Australia's largest wine producer and the maker of some of the best-known labels on UK supermarket shelves, including Wolf Blass and Blossom Hill, announced this week that it would sell its commercial wines division with a A$290mn (US$189mn) writedown.
It was the latest in a series of deals involving Australian wine.
...
Globally, wine consumption has also been declining. UK per capita wine consumption peaked in 2009, except for a temporary boost during the coronavirus pandemic, with British drinkers now consuming 14 per cent less than they did in 2000.
Some of the world's largest alcohol companies are shifting from the commercial end of the wine marketbrands that retail for less than $10 a bottle - towards higher-margin and faster growing segments, such as spirits and premium wine.
...
"The reality is biting in Australia. [Moi ici: Esta é a linguagem de olhar para os factos e não de arranjar culpados ou pedir botijas de oxigénio, aka destilação] We are in a global oversupply situation. This is a crucible moment in the industry."
Trevor Stirling, an analyst at Bernstein, said winemakers globally had been forced to cut prices to remain competitive. "Wines that were once upon a time considered premium are now seen as mainstream," he said. "The only bit of 'Three years ago, the industry was in the best position it has been in.
Now it's the worst it's been' the wine industry in the world making money is rosé and upmarket wines.""

Também ontem, mas no JdN, apanhei, "Exportações de vinhos crescem até junho 8,6% em volume, mas só 1,25% em valor" [Moi ici: Esta matemática é impressionante!]

"As exportações totais de vinho português aumentaram nos primeiros seis meses deste ano 8,58% em volume, mas apenas 1,25% em valor, comparativamente com o mesmo período de 2023. 

...

[Moi ici: Os dois parágrafos que se seguem são de chorar. Não percebem como isto não tem nada a ver com sustentabilidade? Basta recordar os números de Simon e Dolan e o impacte assimétrico da redução de preços na rentabilidade. Esta gente não percebe que vender mais, e ganhar menos dinheiro, apesar de ter mais trabalho, mais custos, mais inventário é uma forma antieconómica de operar?] Em seu entender, "o aumento de 8,58% em volume demonstra a forte procura pelos nossos vinhos nos mercados internacionais, contribuindo para a sustentabilidade do setor".

No entanto, salienta que "continuamos a ter um desafio no que toca ao preço médio, que reduziu em vez de aumentar, como era a nossa expectativa"."

Não enfrentamos os problemas de frente, não olhamos para os dados e iludimos-nos com "vanity metrics": aumentar vendas, enquanto se perde dinheiro. Come on. Como se pode ser tão básico?

O mundo muda e temos de mudar de vida, mudar de estratégia, mudar de mercado, mudar de clientes, mudar de produto, mudar de modelo de negócio. Não podemos querer perpetuar uma postura de mercado e esperar que outros nos paguem para a manter.

O mais grave é ninguém falar como adulto suportado em números... sempre a velha estória da festa de Natal do nosso filho de cinco anos...

segunda-feira, agosto 12, 2024

Curiosidade do dia

"Things must not go on as they have been. The test of the UK's democracy is whether that reality is recognised and options for improvement discussed. That, one might have thought, is what a general election is for. But political commentators mostly seem to agree that this is hopelessly naive: the electorate does not want to be told the truth and could not understand it if they were. They should be kept in the dark and fed on manure, like the mushrooms they are. This is what the sophisticated political gurus advise. What has been the result? Disenchantment. Any political system, especially a democracy, has to deliver results."

Trecho retirado de "UK election draws a veil of silence over bitter economic truths

Exportações dos primeiros seis meses de 2024

 


Portugal exportou bens no valor de 40 mil milhões de euros no primeiro semestre, uma quebra de 0,9%, o que equivale a menos 376 milhões de euros do que em igual período de 2023.

De salientar o grande salto nas exportações de produtos farmacêuticos. Nos primeiros cinco meses as exportações caíam mais de 10% face ao valor homólogo e agora estão a crescer 3,9%. Julgo que isto tem a ver com o ciclo trimestral de exportações para alguns mercados.

As exportações de calçado e dos animais vivos continuam o seu calvário. 

domingo, agosto 11, 2024

Curiosidade do dia

"You don’t get to support those things without consequences, buddy."

Em tempos no Twitter brinquei com o que ouvia no programa Prós e Contras. Se tantas empresas de sucesso no mundo nasceram numa garagem, então, quanto mais garagens forem construídas, mais empresas inovadoras serão criadas. Este é o erro de quem confunde correlação com causalidade.

Em 2008 escrevi um postal aqui no blogue onde citei:

"if companies are not hiring, job training is irrelevant.

...

if you really want to reduce unemployment and poverty, it is obvious from recent history that job training has nothing to do with it."

Mais educação não quer dizer menos desemprego, não quer dizer melhores empresas.  

Recordo isto na sequência da leitura de um texto no Público de 8 de Agosto passado, "Notícia de um país sábio, mas pobre":

"numa década, o número de doutorados a residir no pais aumentou 73%, chegando à muita razoável cifra de 43 mil. 

...

Tanta ciência e tanto estudo serve, afinal, para quê, se os salários continuam baixos, se a economia permanece débil e o destino parece condenado à eterna e desesperada luta por uma casa para alugar ou dinheiro para o fim do mês? [Moi ici: O autor espera uma causalidade entre mais doutorados e melhor economia. Depois, no parágrafo que cito a seguir, culpa os patrões por a causalidade não se verificar]

...

Por muito mais sábios e competentes que os portugueses sejam, as suas aspirações continuam a ser travadas por uma espécie de imposto cobrado pelos arcaísmos do antigamente. A qualificação dos donos das empresas é baixa e amarra-os à condição do velho patrão."

O que é que o autor quer? Se a economia que nunca precisou de doutorados não morrer, ou não for complementada por outra economia que precise de doutorados continuará a não haver causalidade. Recordo de 2007:

"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled." [Moi ici: A crença do autor do texto e de muitos outros, a maioria] In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants."[Moi ici: O nosso foco está totalmente ao lado]

BTW, também seria interessante saber quais as áreas de doutoramento, se a maioria for em Sociologia ou História...

E volto à cena dos mastins dos Baskerville e à lição das duas economias na Irlanda. Só que o autor do texto está alinhado com esta mentalidade “Descida do IRC é injusta”.

- You don’t get to support those things without consequences, buddy.

sábado, agosto 10, 2024

Curiosidade do dia

Salazar também tinha um lápis azul do mal. 

Como se definem objectivos? (parte II)

Parte I.

Consideremos a Goodhart’s Law: “When a metric becomes a target, it ceases to be a good metric".

O NHS do Reino Unido implementou uma meta para garantir que os doentes eram atendidos num período de tempo específico nas Emergências, normalmente no prazo de 4 horas.

Embora a intenção fosse melhorar os cuidados prestados aos doentes e reduzir os tempos de espera, os hospitais começaram a concentrar-se em cumprir a meta em vez de melhorar a qualidade global do serviço. Alguns hospitais manipularam os números, mantendo os doentes em ambulâncias ou áreas de detenção temporária até que pudessem ser admitidos dentro do prazo previsto, melhorando assim artificialmente as suas métricas sem necessariamente melhorar os resultados dos doentes.

A métrica (tempo de espera de quatro horas) passou a ser a meta e, com isso, deixou de ser um indicador fiável da real qualidade dos cuidados de emergência prestados.

Lembro-me de me contarem o caso de uma empresa pertencente a uma multinacional com um objectivo ditado pela casa-mãe de reduzir o consumo de água por tonelada de produto produzida. A água que contava para o cálculo era a água comprada à companhia fornecedora. O que fez a empresa? Fez um furo, legalizou-o e começou a usar água que não contava para o cálculo do objectivo.

Exemplos recentes em Portugal.

  • Nos últimos anos, o governo português colocou uma grande ênfase na redução do défice orçamental para cumprir as exigências da União Europeia.

Efeito da Lei de Goodhart: Embora a redução do défice seja importante, a fixação nesse alvo levou a cortes em áreas críticas, como a saúde e a educação. A obsessão com o défice fez com que outras métricas de bem-estar económico e social fossem negligenciadas. Por exemplo, os cortes no investimento em infraestruturas hospitalares contribuíram para a degradação da qualidade dos serviços de saúde, um efeito colateral negativo que não é capturado pela simples métrica do défice orçamental.

  • O governo português adoptou várias políticas para melhorar o desempenho de Portugal em rankings internacionais de educação, como o PISA.
Efeito da Lei de Goodhart: Em resposta à pressão para melhorar os resultados nestes rankings, algumas escolas começaram a focar-se excessivamente em "treinar" os alunos para os exames, baixando o nível e o governo em baixar o grau de dificuldade das provas. Isso pode resultar em melhorias nos rankings, mas não necessariamente em melhorias reais nas competências dos alunos ou na sua preparação para o futuro.

Continua.


sexta-feira, agosto 09, 2024

Curiosidade do dia

Não use máscaras, dão uma falsa sensação de segurança. 

 


Se for verdade ...

No DN do passado dia 7 de Agosto li "Consumo de calçado cresceu 9,5% em Portugal à boleia das compras dos turistas" de onde sublinho:

"A atestar a maior atenção dos fabricantes portugueses pelo mercado nacional está o facto de a orientação exportadora da indústria portuguesa ter sido, em 2023, de 81,9%, face aos 89,1% de 2022."

Aindo segundo o artigo:

"Os dados são do World Footwear 2024, o anuário estatístico que a APICCAPS publicou pelo 14.° ano consecutivo. "É um facto que hoje há cada vez mais consumidores portugueses a procurarem calçado nacional e Portugal é já um mercado relevante na estratégia de muitas das nossas empresas. Por outro lado, essas são compras feitas por portugueses, mas também pelos muitos turistas que visitam o país", diz o porta-voz da associação." 

O que escrevo aqui no blogue há vários anos? Basta recordar o comentário que fiz acerca de uma opinião do Bicicletas: 

"O nível de vida em Portugal não é alto. Por isso, os portugueses optam por comprar bens transaccionáveis baratos. Esses bens entram em Portugal, importados da Ásia a preços muito baixos, e levam a melhor sobre o "Made in Portugal". Por exemplo, Portugal exporta sapatos caros e importa sapatos asiáticos para consumo interno. Portugal exporta mobiliário caro e importa mobiliário asiático para consumo interno."

Recordo o que escrevi acerca das conservas e do custo de oportunidade: Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros???

"Os portugueses importam produtos baratos e exportam os produtos mais caros. Olhando para os dados de 2016, o kg de conserva importada era cerca de 73% do kg de conserva exportada."

Se for verdade que os fabricantes portugueses estão a dar mais atenção ao mercado nacional, então estarão a dar menos atenção ao mercado de exportação, então estarão a enterrar-se com um mercado que não pode suportar melhores margens, que leva a produtividades mais baixas numa altura em que os custos sobem acma da taxa de inflação.

Por favor, assumam os problemas de frente, não os escondam, não os embelezem.

quinta-feira, agosto 08, 2024

Curiosidade do dia

Recentemente mão amiga mandou-me este link "China picks Morocco for Europe's EV battery supply" com uma pergunta interessante: "Tornar-se-á Marrocos o que o México tem sido para os EUA?"

Também recomendo "Made in Morocco - industrial giants just keep on investing".


Começar de onde se está.

Em 2015 tomei consciência da diferença entre o que penso sobre formulação de uma estratégia e o que os livros de gestão apresentam e escrevi este postal: Do concreto para o abstracto e não o contrário. Hoje, sinto que a coragem para assumir a diferença teve a colaboração do que aprendi com a effectuation (começar com o que se tem à mão).

Esta semana li mais um artigo de Roger Martin que me deixou com um sorriso, "The Best Place to Start - It's Where You Are".

O título de Roger Martin realça a importância de iniciar qualquer processo de melhoria ou mudança a partir da realidade actual. 

O título sugere que, para abordar eficazmente qualquer problema ou desenvolver uma estratégia, é necessário primeiro entender e aceitar a situação actual. O planeamento estratégico e a resolução de problemas devem estar fundamentados nas circunstâncias reais e existentes, em vez de em cenas idealizadas ou teóricas. Check!

Roger Martin usa o termo POSIWID, o princípio POSIWID para “The purpose of a system is what it does." Começando de onde se está, pode-se avaliar com precisão o que o sistema actual produz, o que é crucial para tomar decisões informadas e realizar melhorias. Check!

Roger Martin refere um incidente com a equipa de futebol do Canadá nos Jogos Olímpicos que decorrem agora em Paris (a equipa usava um drone para espiar os treinos dos adversários, foram descobertos e o treinador desculpou-se dizendo que aquilo não representava a equipa e os seus valores) para sublinhar a importância de reconhecer e aprender com os resultados reais de um sistema, em vez de negá-los ou distanciar-se deles. Começar de onde se está envolve assumir os resultados e comportamentos presentes do sistema. Check!

Assim, desenvolver uma estratégia deve passar pela compreensão dos resultados reais e das lacunas entre os estados actuais e desejados. Começando pela realidade presente, as estratégias podem ser desenvolvidas e implementadas mais eficazmente, contrastando com começar a partir de uma visão imprecisa ou aspiracional da situação. Check!

quarta-feira, agosto 07, 2024

Curiosidade do dia

Hoje a SIC publicou este texto "Imigrantes que vivem no Reino Unido contribuem mais em impostos do que recebem".

Estranhei, porque a experiência dinamarquesa é bem diferente.

Lendo o artigo e indo às fontes percebem-se duas coisas:

  • afinal a experiência dinamarquesa confirma-se,
  • "The fiscal impact of migration to the UK is small and differs by migrant group (e.g. EEA migrants vs. non-EEA migrants, recent migrants vs. all migrants)."

Pagamento de capacidade?

Pelos vistos no sector eléctrico existe algo que se chama pagamento de capacidade, uma compensação financeira fornecida aos geradores de electricidade para garantir que eles estejam disponíveis para fornecer energia quando necessário. Este mecanismo é utilizado para assegurar a segurança do fornecimento eléctrico, especialmente em momentos de pico de procura ou em situações em que há risco de escassez de energia.

Fiquei a namorar este conceito depois de ler este artigo num WSJ do final de Julho, "A U.S. Maker of a Critical Antibiotic Struggles to Survive in Tough Industry":
"A cavernous factory in northeastern Tennessee is one of the last in the country that makes a vitally important medicine.
Each day the USAntibiotics plant churns out a million doses of the crucial antibiotic amoxicillin that promise to cure Americans of everything from ear aches to pneumonia— and ease a pressing shortage for children. But the plant's prospects are dim. It can't charge enough to cover overhead, because competitors sell their wares at bargain prices. USAntibiotics isn't close to breaking even.
...
[Moi ici: Ao ler os próximos dois parágrafos a resposta de um liberal económico pode ser: Azar, temos pena!] The generic drug business has become a hostile environment for U.S. companies. Prices for the medicines have dropped so low that it has become difficult for U.S. manufacturers to compete with companies overseas.
One after another, generic drug makers have gone bankrupt or moved their operations overseas or cut the number of products they offer. The number of facilities making generic drugs in their final form in the U.S. has dropped by roughly 20% since 2018, to 243, according to federal data.

[Moi ici: Agora começa o outro lado] Drug shortages have become common. Today, 300 medicines are in short supply, according to the American Society of Health-System Pharmacists. Regularly now, hospitals and patients must scramble to find doses of the drugs they need if there is one hiccup in a pinched supply chain or a quality problem shuts down a manufacturing line.
...
Today some crucial generic drugs now sell for $2 or less a pill or injection. India is now the No. 1 supplier of solid-form generic drugs to U.S. patients, according to the nonprofit U.S. Pharmacopeia. When it comes to making drugs, Asian countries usually have a cost structure 40% to 60% lower than Western nations, University of Minnesota economist Stephen Schondelmeyer told Congress earlier this year.
...
Clients typically pay USAntibiotics $5 for a common 30 pill amoxicillin pack, before marking it up more for patients, Jackson said. That covers the Bristol plant's production costs, which amount to about $4 per unit, but isn't enough to pay for overhead and other facility costs, he said.
To break even, USAntibiotics must double its commercial sales-or line up the U.S. government as a customer."

Queremos medicamentos baratos. Isso consegue-se com uma cadeia de fornecimento baseada na Ásia. No entanto, a incerteza da variabilidade na procura vai gerar falhas no fornecimento.

Por que nunca se pensou num sistema de compensação semelhante ao do pagamento de capacidade no sector eléctrico para o sector farmacêutico? E já agora, por que nunca se pensou num sistema de compensação semelhante ao do pagamento de capacidade no sector eléctrico para o sector agrícola

terça-feira, agosto 06, 2024

Curiosidade do dia

Se o partido comunista tivesse tomado conta do poder no 25 de Novembro de 1975 a vacina teria sido tomada ... infelizmente ...

Tomar consciência é o ponto de partida.

Há tempos vinha num comboio Alfa, após mais dois dias num projecto de mapeamento de processos, e dei de caras com esta frase atribuída a Carl Jung:

“Until you make your unconscious choices conscious, they will direct your life, and you will call it fate.”

Usei-a neste postal "Os NPCs".

Entretanto, no meio de uma conversa sobre processos e sobre o que fazer depois do exercício de mapeamento de processos dei comigo a usar a frase de Carl Jung para ilustrar o que deve ser feito, ou a consequência de realizar o mapeamento de processos.

Mapear processos é como tirar fotografias. Tirar fotografias não altera a realidade, mas melhora a percepção e a consciência sobre essa realidade.

Esta nova percepção ajuda a explicar os resultados obtidos não como fruto do acaso, mas como um produto natural da forma como se trabalha. Ao tomarmos consciência dos processos, podemos compreender as causas subjacentes aos resultados.

Se pretendemos resultados diferentes no futuro, temos de criar uma realidade diferente e modificada. O primeiro passo é reconhecer a realidade actual através do mapeamento. Depois, podemos identificar onde e como podemos intervir para transformar os processos e, consequentemente, os resultados. Portanto, o mapeamento de processos não é apenas uma ferramenta de diagnóstico, mas um ponto de partida crucial para a mudança e melhoria contínua.

É aqui que faço entrar o BSC com o mapa de processos.

segunda-feira, agosto 05, 2024

Curiosidade do dia

Segundo o jornal Público de hoje:

"Governo prevê que apoio de 2,5 milhões servirá para formar mil imigrantes no turismo"

 Sector a bombar como nunca e não tem dinheiro para formar os seus próprios trabalhadores?

Os 2,5 milhões de euros gastos nisto não são gastos noutra coisa, ou são impostos que não baixam.

Recordar a necessidade de aplicar o princípio do empregador-pagador

Um sector económico com acesso privilegiado ao poder usa esse acesso para artificialmente baixar custos distribuindo-os pela sociedade e permitindo perpetuar a alocação de recursos escassos a actividades de baixa produtividade.

Este dinheiro gasto agora pouco ou nenhum retorno trará para a comunidade porque o valor criado pelas actividades que apoia é baixo.

Os trabalhadores vão para onde há melhores salários.

Li ontem no JN o artigo "Fuga de talento mina desenvolvimento no Norte de Portugal":

"No relatorio europeu, as regiões com uma baixa percentagem de trabalhadores altamente qualificados podem cair numa "armadilha" que limita a sua capacidade de construir uma economia sustentável, competitiva e baseada no conhecimento.

Para se chegar aqui, houve uma acumulação de fatores. No Interior de Portugal, explica João Cerejeira, professor de economia na Universidade do Minho, "não houve uma industrialização como no Litoral" e aqueles territórios ficaram muito dependentes do setor primário e setores de baixa produtividade, onde os níveis salariais são baixos, o que empurrou muitas pessoas para outras regiões do país ou para o estrangeiro. Sem capacidade de atração de empresas com atividade de maior valor, os salários permanecem baixos."

E ainda:

"Na equação, também entram as políticas públicas. "Não houve investimento para fazer algumas vias e outros investimentos públicos significativos" nem atração de investimento privado, que alavancasse as regiões do Interior."

Este anónimo da província tem uma opinião diferente:

Este anónimo da província tem uma opinião diferente, a verdadeira "armadilha" não é a falta de trabalhadores qualificados, mas sim a falta de condições para atrair empresas com produtividade mais elevada. Os trabalhadores vão para onde há melhores salários. 

domingo, agosto 04, 2024

Curiosidade do dia

 Foto de um centro de saúde em Gaia na semana passada.




Thou shall aim high!

"In 2023, Portugal (down by 3.6% to 81 million pairs) once again performed better than Italy (down by 8.6% to 148 million pairs). In fact, over the last decade, Italian production fell by 26.7% (from 202 million pairs produced in 2013 to 148 last year), while Portuguese production increased by 8% (from 75 million pairs in 2013 to 81 in 2023)."

Terá sido mesmo melhor? Como evoluiu o preço médio de um par? Como evoluiu a margem por par?

Quando o futuro passa por encolher o sector como interpretar os números?

E estamos a falar de calçado ou de calçado de couro? Os números da APICCAPS de 2022 são tão diferentes!!!

  • Em 2022, Itália 216 milhões de pares exportados com um preço médio de 61,54 USD
  • Em 2022, Portugal 75 milhões de pares exportados com um preço médio de 27,99 USD

Os números da APICCAPS de 2019:

  • Em 2019, Itália 201 milhões de pares exportados com um preço médio de 57,11 USD
  • Em 2019, Portugal 76 milhões de pares exportados com um preço médio de 26,26 USD

Estes dados demonstram que, embora Portugal tenha aumentado a produção e exportação em termos de volume, o valor médio por par ainda está muito abaixo do italiano, reflectindo diferentes segmentos de mercado e posicionamento.

Portanto, é crucial analisar os números com cuidado. Não adianta ir de vitória em vitória até à derrota final. É necessário fazer a revolução que criará o futuro do sector do calçado em Portugal. Vai ser doloroso? Vai! Mas sem a revolução resta o definhamento.


Texto inicial retirado de um e-mail recebido há dias, "Global footwear production drops by 6%"

sábado, agosto 03, 2024

Curiosidade do dia

No JdN de ontem de um artigo intitulado "A Alemanha precisa de esteroides":

"A economia alemã está deprimida.

Ponto. Foi o único país do G7 que contraiu no ano passado e, de acordo com as mais recentes projeções do FMI, deverá ser este ano das que menos cresce em todo o grupo das sete economias mais avançadas do mundo. A economista-chefe do Fundo Monetário questionava há dias na rede social X: "O que está a impedir a Alemanha de avançar? Já não são os elevados preços da energia". E ensaiava uma resposta: "Os verdadeiros desafios são o envelhecimento, o subinvestimento e o excesso de burocracia".

Entretanto, há dias, mão amiga enviou-me, "Pension wave brings companies into a swim":

"A wave of pensions is rolling into the German labor market, as the dpa informs. Because the so-called baby boomers will soon retire. But in times of a shortage of skilled workers, German companies are literally running out of time. By the middle of the next decade, around four million employees of the strong birth cohorts of 1954 to 1968 will disappear from the labor market, it is said. According to calculations by the local Chamber of Industry and Commerce (IHK), the Berlin economy alone will lack more than 400,000 skilled workers in around 10 years. However, around 90,000 qualified employees were already missing.

Many also want to retire early

To make matters worse, many older people even want to retire early."

Não é impunentemente (parte IV)

Antes de lerem o que cito abaixo quero deixar claro que conheço alguns "contabilistas" que fazem um trabalho notável.

Alinho o que cito abaixo com alguns postais que escrevi recentemente:

Não é impunemente que se contrata alguém com uma experiência que o moldou na forma de ver o mundo e a tomar decisões.

"Call it the revenge of the bean counters. Headhunters say that finance talent is in high demand across the board. Even when CFOs aren't moving into the top job, their sway and stature are growing. 

...

Part of what's driving the ascendance of CFOs is their reputation as staid, risk-averse leaders at a time when the world is in turmoil. During periods of uncertainty, boards tend to default to a steady (some might even say boring) hand at the helm. Managing complex issues such as regulatory challenges, geopolitical tensions, market volatility and higher interest rates-and knowing how to adeptly talk to Wall Street about all of it—plays to a CFO's strengths. "It's absolutely indicative of the current feeling about the global economy," says Ty Wiggins, a leadership adviser to CEOs.

...

But more than anything else, the CFO-turned-CEO movement is a symptom of the priorities prevailing in corporate America right now, many of them of the slashing-and cutting and financial engineering variety.

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It's that very mindset, one focused on profit rather than growth, that historically held CFOs back from climbing further up the corporate ladder. But now that an emphasis on the bottom line is in fashion, so are CFOs. 

...

Some data suggest that letting the finance folks run the joint doesn't always pay off big. Of the four most common paths to the top job, the CFO-turned-CEO is the least likely to outperform based on gains in shareholder value, according to a 2023 study by executive search company Spencer Stuart. 

...

Human nature may be to blame for the lagging performance. People focus on and excel at the things they're most familiar with-and, no surprise, for finance executives that's profitability. "As CFO, they have to act as the disciplinarian to let the CEO lean into growth," says Claudius Hildebrand, a Spencer Stuart consultant who conducted the study. So when a CFO moves to the top job, "it's a huge mindset shift," he says. "You cannot save your way to prosperity. At some point you need to be careful to not cut too close to the bone."

...

The bigger risk to a company comes when the rise of the CFO reflects a board's desire to make cost-cutting a top priority. Across corporate America, worshipping at the altar of efficiency has taken hold, and that can easily cross over into cutting corners, with disastrous consequences.

There is no more apt case study than Boeing Co. "It's a classic example of what happens when cost-cutters take over a company," says Bill George, the onetime CEO of Medtronic who is now an executive fellow at Harvard Business School. "Boeing had four financially oriented CEOs running the company, and it's paying a tremendous price now."

...

In a 2004 interview with the Chicago Tribune, then-Boeing CEO Harry Stonecipher said the quiet part out loud: "When people say I changed the culture of Boeing, that was the intent, so that it's run like a business rather than a great engineering firm. It is a great engineering firm, but people invest in a company because they want to make money."

That right there is the risk of what happens when you let the number crunchers take over the place. Suddenly a company can forget that its job is to make a quality product, not just a profit."

Trechos retirados de "More CFOs Are Getting CEO Jobs. Beth Kowitt on what's behind that trend"

sexta-feira, agosto 02, 2024

Curiosidade do dia

 

Arte, estratégia e epifanias

"Eisner is known most for being a champion of art in education. He argued that the de-prioritization of the teaching of art across the formal educational system is bad for students and for the world in general. 

...

Sadly, their fight (and mine too) has been like attempting to hold back the tide. Art was continuously deprioritized throughout Eisner’s career and has continued to be ever since. The things with greatest sex appeal in business today are data analytics and artificial intelligence (AI). Quants and coders dominate — and the education system has followed suit. It is sad but true.

...

Perhaps what was most outraging was that Eisner argued that it is possible to be rigorous in qualitative research. That is an anathema to most: rigor is associated solely with quantitative research. And I felt that way when I was first exposed to his thinking. But in due course, I came to appreciate that he was right and virtually everything I had been taught about rigorous analysis was substantially wrong.

It took me on a long journey of connoisseurship. For the three decades since, I have been working on my ability to make ever finer qualitative distinctions in my field of strategy. In some sense, I have been working to become a sommelier of strategy. That is, I want to be able to determine that this strategy is superior to that one in these subtle ways — like a sommelier can make distinctions between different wines. My task requires the ability to understand how qualitative dimensions relate to one another — i.e., this aspect of customers interacts with that aspect of competitor dynamics in this particular way.

...

We are all taught to converge on the ‘right answer.’ If you get the right answer, you get a red check, a gold star, and/or full marks. The quest is for that singular right answer. It characterizes powerfully our entire educational experience.

In contrast, Eisner argued that in most domains of human endeavor there are multiple solutions to problems. There isn’t one answer that is obviously ‘right’ and the rest therefore ‘wrong.’ There are different solutions each of which with its own set of benefits and drawbacks."


Trechos retirados de "Artistry & Strategy" escrito por Roger Martin.

Recordar os postais neste blogue, ao longo dos anos, sobre a arte:

Por fim recordo as palavras do presidente do so-called Forum para a Competitividade e como se relacionam com a arte.





quinta-feira, agosto 01, 2024

Curiosidade do dia

 "A gestão da Inapa acusou o Governo de ter decidido deixar cair a empresa sem dados para tomar essa decisão. É justa a critica e, por outro lado, quanto é que o Estado arrisca perder numa liquidação da empresa? 

A situação da Inapa decorre da gestão da empresa. A empresa ViU-se com uma situação de ruptura de tesouraria na Alemanha e aquilo que o Governo fez foi defender o dinheiro dos contribuintes. Colocar dinheiro numa empresa, numa operação para proteger 800 empregos na Alemanha, não nos pareceu a melhor utilização dos dinheiros públicos, e não quisemos ter, ao contrário do Governo anterior, uma nova Efacec a sugar dinheiro dos contribuintes, a despejarmos dinheiro dos contribuintes nessa empresa. Veremos o que é que acontece, se há compradores para aqueles activos ou se a empresa segue um processo de insolvência."

Trecho retirado de entrevista com Ministro das Finanças, Miranda Sarmento, no jornal Público de hoje 

O princípio do empregador-pagador (parte II)

Externalidades Negativas são custos não reflectidos directamente no preço de mercado de bens ou serviços e que são geralmente suportados por terceiros não envolvidos directamente na transacção económica. 

No passado dia 30 de Julho no DN li "Febre dos frutos vermelhos gera milhões, mas paga impostos no estrangeiro". O artigo lista toda uma série de custos em que a sociedade incorre por causa de uma entrada elevada de imigrantes num espaço limitado.

"Desde que o Sudoeste Alentejano foi descoberto como o melhor lugar da Europa, tão bom ou melhor que os vales da Califórnia, para produzir frutos vermelhos, o setor não mais parou de crescer e o Concelho de Odemira nunca mais foi o mesmo. Atraídos pelo oásis alentejano de brisa atlântica, vieram as multinacionais que lideram o mercado mundial e chamaram muitos produtores nacionais, expandiu-se a área de cultivo para 12 mil hectares e importou-se mão-de-obra de forma massiva para um território que estava em risco de desertificação. De 2800 imigrantes em 2011, o número quintuplicou para cerca de 15 mil em dez anos e já equivalem a 37%, mais de um terço da população. ... Hoje, após mais de uma década de expansão e de investimento privado intensivo, o setor das frutas e legumes Made in Odemira é reconhecido no mercado internacional como um polo de excelência e representa negócios de mais de 300 milhões de euros anuais, sobretudo para exportação. O outro lado da moeda é uma transfiguração da paisagem e do tecido social do concelho, onde convivem 80 nacionalidades, de culturas e religiões muito diversas que, na sua esmagadora maioria, não falam Português e "exercem uma brutal pressão urbanística e em todos os serviços públicos", disse o presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro, em entrevista ao DN.

...

O Reagrupamento Familiar criou também pressão sobre os Serviços de Saúde, relacionada com a saúde materna", diz o autarca. "Tivemos de abrir cinco salas de aula em Brejão, Cavaleiro e São Teotónio, pois quase todas as semanas chegavam crianças, e também no Pré-escolar". O problema, como aponta o edil, é que "não temos funcionários públicos suficientes". No caso das escolas, por exemplo, "se tivermos uma turma de 20 alunos com 15 nacionalidades diferentes, como aqui acontece em Almograve, é complicado de gerir. Nesses casos precisamos de mais de um professor por turma".

...

"Faltam agentes de segurança, mais 10 pessoas nas Finanças, três na Segurança Social, 14 na Saúde e quatro na conservatória, sem esquecer as escolas e a Autoridade para as Condições do Trabalho e ASAE, "porque a atividade económica precisa de Estado no território".

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Segundo o autarca socialista de Odemira, devido à acelerada metamorfose social do concelho, e à "dificuldade de aceder com facilidade aos Serviços Públicos", que agora têm uma procura cinco vezes maior, "a população local tem a sensação de que a sua qualidade de vida baixou, o mesmo acontecendo à coesão social".

...

Mesmo que o setor retire mais de 300 milhões de euros anuais do solo abençoado que vai de Sines a Lagos, "os impostos pagos, a título de Derrama, são apenas da ordem dos 70 mil euros anuais", disse o autarca. O maior volume de negócios é gerado por multinacionais e, essas, "têm as sedes fora", o que significa que pagam impostos nos países onde estão sedeadas. Diferente é o contributo a nível de Segurança Social, mas essa coleta é feita a nível nacional e não municipal.

...

Outra fonte de preocupação é a carência de habitação para a nova e acrescida procura. O município lançou um aviso no âmbito do Instituto de Reabilitação Urbana (IHRU) - para investir 15 milhões de euros em habitação, ao abrigo do PRR. "Mas não temos sinal de que venha a ser aprovado", disse Hélder Guerreiro. Do Governo, a autarquia reclama também melhores acessibilidades, nomeadamente ao litoral, para, por exemplo, encurtar a distância de um hospital."

Recordar o que escrevemos no passado Sábado, "O princípio do empregador-pagador."

Pensar nas empresas e na poluição que podem gerar. 

quarta-feira, julho 31, 2024

Curiosidade do dia

Li algures que em 2024 a SATA ainda tem várias lojas abertas, apesar de perder dinheiro, apesar dos clientes que a elas recorrem serem residuais. Agora que resolveu fechá-las parece que há uns partidos políticos preocupados com o seu encerramento.

Ninguém olha para os números? Parece que há anos que a medida está prevista mas nunca avança, será desta?

No futuro, em que negócio estar?

Ele há coisas ... há um mês escrevi este postal Cuidado com a miopia que terminei escrevendo:

"As empresas não devem definir-se de forma estreita pelo produto que fabricam, mas sim pela necessidade do cliente que servem. Para as empresas de componentes automóveis, isso implica:
  • Redefinir-se como "fornecedores de soluções de mobilidade" ou "especialistas em engenharia de precisão".
  • Encontrar aplicações das suas competências noutros sectores, como o aeroespacial, as energias renováveis ou a tecnologia médica.
...
Assim, à medida que a indústria automóvel evolui, é crucial que os fabricantes de componentes portugueses se expandam para além dos mercados tradicionais. Abracem o desafio de:
  • Explorar novos sectores.
  • Focar em produtos de valor acrescentado.
  • Inovar para outros sectores.
  • Redefinir a identidade do seu negócio, deixarem de ser meros fabricantes para se tornarem fornecedores de soluções, atendendo a necessidades mais vastas de mobilidade e engenharia.
Ontem, no JN encontrei, "Indústria automóvel aliciada a produzir para aeronáutica"

"O crescimento da indústria da aeronáutica a nível mundial e a vontade de Bruxelas de reduzir a dependência externa da Europa nesta área estão a levar os grandes fabricantes internacionais a desafiarem as empresas portuguesas de produção de componentes para o setor automóvel para passarem a produzir, também, para o setor aeroespacial. A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) confirma o interesse e tem condições para dar resposta.

...

O líder da AFIA explica que os empresários, fornecedores tradicionais do setor automóvel, estão a "enveredar por este caminho por necessidade de diversificação do negócio. Viram uma oportunidade. As margens de lucro são maiores na aeronáutica do que na indústria automóvel" ', concretiza ainda."

I rest my case.

terça-feira, julho 30, 2024

Curiosidade do dia

 

Recordar Ver para lá do que se conhece (parte III) ou manifestações em 3, 2, 1 ...

Picking winners

"Xi Jinping seeks "high quality" rather than "high speed" growth, [Moi ici: Hmmm, turismo] he told the Chinese Communist Party's Third Plenum, held last week to decide the country's economic policy over the next five years.
...
Mr. Xi seeks to apply this approach to technologically important and advanced sectors as part of his high-quality-growth mantra. The problem is that there is no escaping the iron laws of economics. The massive assistance that the government provided to Chinese firms on solar led to a predictable oversupply of panels domestically and in global markets. Even as global demand fell, Chinese companies ramped up production of panels to remain in business, and this was possible only due to even more subsidies worth billions of dollars. China did achieve its objective of dominating the global solar-panel industry. But applying this state-led approach to an ever-expanding list of advanced and green sectors will only worsen the problems of overcapacity, indebtedness and inefficiency  [Moi ici: Hmmm, rings a bell?] that Mr. Xi is seeking to alleviate.
...
If Mr. Xi really wanted to supercharge growth in productivity, wages and household income, he could do it through the systematic transfer of economic access and opportunity away from state-owned firms and nominated national champions toward the much more efficient and innovative private sector. But this would foster a powerful independent business class and undermine Beijing's greater goal of further centralizing power and economic activity under his command.
Finally, there is a broader problem that weighs on Mr. Xi's ambition. He openly criticizes predecessors for ideological laxness and impurity and for leaving China vulnerable to domestic and external threats. He insists that letting individuals and firms choose their paths will lead to national distraction and decay."

Trechos retirados do WSJ de 25.07 passado em "China Can't Evade the Iron Laws of Economics" 

segunda-feira, julho 29, 2024

Curiosidade do dia

No último podcast de Joe Rogan com Jordan Peterson, o #1280, a certa altura ambos concordam que tudo o que é bom, em demasia, transforma-se em mau.

A tragédia dos baldios...


De vez em quando escrevo aqui sobre o bicicletas, com o qual estou sempre em desacordo em termos económicos. Desta vez sinto que o bicicletas tem um ponto a favor dele, "Quando vamos assumir que o turismo se tornou um problema?" no jornal Público de hoje.

Mais do que um jogo de soma nula.

Acerca da baixa do IRC tenho escrito:

Quando oiço os políticos falarem sobre o IRC fico com a ideia que olham para o tema como um jogo de soma nula. Focam-se nas empresas que já estão a operar e nunca equacionam as empresas que podem entrar.


Por que é que as empresas vão para o Texas?
  • Menos burocracia: O Texas oferece um ambiente de negócios com menos regulamentações e burocracia em comparação com estados como a Califórnia.
  • Impostos mais baixos: O estado tem uma abordagem de baixa tributação, que é atraente para empresas que procuram reduzir seus custos operacionais.
  • Incentivos Económicos: O governo estadual criou vários programas de incentivos para atrair empresas, incluindo cortes de impostos e redução de litígios.
  • Custo de vida e operação: Historicamente, o Texas tem oferecido um custo de vida e operação mais baixo do que muitos outros estados.
  • Infraestrutura e recursos: Além de ser um grande produtor de petróleo e gás, o Texas também é líder em energia eólica e solar, além de possuir uma força de trabalho qualificada.

O que ganha o Texas com a chegada destas empresas?
  • Crescimento económico: A chegada de empresas grandes contribui para o crescimento do PIB do estado, que tem superado a média nacional.
  • Criação de empregos: A relocação de empresas para o Texas resulta na criação de empregos, tanto directamente pelas empresas que se mudam quanto indirectamente pelos negócios que surgem para apoiá-las.
  • Diversificação da economia: A presença de empresas de diferentes sectores, incluindo tecnologia, energia e serviços financeiros, ajuda a diversificar a economia do estado e a torná-la mais resiliente.
  • Aumento de receitas fiscais: Embora o estado tenha uma política de baixa tributação, o aumento no número de empresas e na actividade económica resulta em maiores receitas fiscais gerais.
  • Atracção de talentos: Com a chegada de empresas grandes, o estado torna-se um ímã para profissionais qualificados, fortalecendo ainda mais a força de trabalho local.
  • Desenvolvimento urbano: A migração de empresas e pessoas impulsiona o desenvolvimento urbano, levando à melhoria de infraestrutura e serviços em várias regiões do estado.
Nem a oposição nem o governo, sobretudo o governo, são capazes de olhar para a economia como mais do que um jogo de soma nula. Nem uma linha do lado do governo a defender o que pode mudar com a descida do IRC no sentido de criação de riqueza.

domingo, julho 28, 2024

Curiosidade do dia

O governo do País de Gales decidiu armar-se em Robin dos Bosques e começar a taxar os proprietários de segundas casas, com o objetivo de redistribuir a riqueza e resolver a escassez de habitação. Mas, como sempre, a realidade é mais complicada.

Em vez de ajudar os locais, os novos valores de imposto municipal criaram o caos. Os proprietários de segundas casas, nada interessados em pagar até 300% a mais, estão a inundar o mercado com propriedades, levando a um excesso de casas caras e inadequadas que os compradores de primeiras casas vez não querem ou não podem pagar. Portanto, em vez de casas de férias movimentadas que contribuem para a economia, agora há muitas casas vazias que ninguém compra.

Os locais estão frustrados, sentindo que o verdadeiro problema reside na incapacidade de se construir mais habitação social suficiente nas últimas três décadas. Ironicamente, os proprietários das segundas casas, que muitas vezes gastam mais na economia local, estão agora a ser afastados, deixando uma lacuna nos gastos locais. Os locais acham o vida demasiado cara para beber cerveja ou jantar fora de casa.

Amadores a jogar bilhar.

Ver "Town where taxing second homes has failed to turn the tide" no The Times de hoje.

Como se definem objectivos? (parte I)

Há tempos numa empresa perguntei como definiam as metas para os seus objectivos e fiquei chocado com a resposta.

Vou dar um exemplo com um indicador criado por mim para medir o desempenho dos atrasos nas entregas em 2023 numa empresa-exemplo:

Ou seja, uma taxa média de atrasos nas entregas de 27,5%. Um desempenho nada invejável. Reparar no pico superior a 45% e no mínimo inferior a 15%.

Olhando para este desempenho, se perguntássemos na tal empresa que objectivo propõem para 2024 a resposta provavelmente seria ... 

"- 15%."

Porquê?

"- Se já há meses em que conseguimos chegar a esse valor em 2023, se tivermos mais cuidado conseguiremos atingir os 15% em 2024"

Esta é a metodologia para definir a meta, o critério de sucesso, e a forma como se propõem atingir esse meta... tendo mais cuidado.

E as causas-raiz? E não há nada a mudar, só ter mais cuidado?

Continua.




sábado, julho 27, 2024

Curiosidade do dia

 

Et honte ?

 Ainda bem que preferi ver Hill Street Blues e o A-Team no canal RTP Memória

Sou mesmo um anónimo provinciano.

Em "The Strategy and Tactics of Pricing" de Thomas T. Nagle, Georg Müller e Evert Gruyaert os autores voltam ao tema da relação entre quota de mercado e lucro. Recordo a máxima que sigo desde 2006:
"Volume is Vanity, Profit is Sanity"
"A 1975 study conducted at the Harvard Business School using the PIMS (which originally stood for Profit Impact of Market Share) database of historical market performance of leading global companies had reported a strong, consistently positive, correlation between a company's market share and its relative profitability within an industry. In the Harvard Business Review, the authors proposed multiple plausible reasons why a larger market share could enable a company to operate more profitably. That led to an explosion of literature by marketing theorists and leading consultancies advocating aggressively low pricing as an "investment" in growth that would eventually create "cash cows" - exceptionally profitable revenue streams requiring little investment to maintain them.
Unfortunately, companies that adopted this approach to pricing more often than not found the theory, and the eventual profitability it promised, lacking. As the PIMS database grew, more nuanced relationships were revealed. Although a cross-sectional correlation between market share and profitability proved durable, the better predictor of financial success is determined by how a company invested to grow. Most importantly, it was shown that profitable companies are better able to invest in growth opportunities and subsequently enjoy long-term success. Reflecting this more accurate analysis, the PIMS organization cleverly redefined their acronym to stand for Profit Impact of Marketing Strategy.
Research by Deloitte Consulting LLP has brought further clarity to the relationship between growth and profitability. Deloitte compiled a time-series dataset of 394 companies, covering the period from 1970 to 2013 with exceptional, mediocre and poor performers matched by industry. The researchers defined "exceptional performance" as a company achieving superior profitability (return on assets), stock value, and revenue growth for more than a decade and sought to understand how a small minority of firms manage to achieve it. Their conclusion:
...a [near term] focus on profitability, rather than revenue growth or [stock] value creation, offers a surer path to enduring exceptional performance...-
So how do marketing and financial managers at exceptional companies achieve sustainable exceptional profitability? It is not the result of slashing overhead more ruthlessly than their competitors. In fact, Deloitte's data indicates that exceptional performers tend to spend a bit more than competitors (as a percent of sales) on R&D and SG&A. Their exceptional profitability and, eventually, exceptional stock valuations are built on higher margins per sale that fund initiatives to grow future revenues.
Unfortunately, many companies fail to understand that making sales profitably should be the first priority not an afterthought to a growth strategy."
Escrevo isto por causa de um texto que me foi enviado por mão amiga. Assim, no Linkedin encontrei estes números:

Global sportswear market share:

2013
  • Challenger Brands: 20%
  • Legacy Brands: 80%
2023
  • Challenger Brands: 36% 
  • Legacy Brands: 64%
E agora este pormenor:
Nike said in late June it would roll out sub $100 sneakers around the world.

A Nike reportou lucro líquido de 1,5 mil milhões de dólares no quarto trimestre fiscal de 2024, o que representa um crescimento de 45,6% face ao mesmo período do ano anterior.

Na mesma base de comparação, as vendas caíram 1,6%, para 12,61 mil milhões de dólares

Quando Wall Street soube destes resultados a cotação da Nike caiu 20%. Portanto, a Nike vai lançar sneakers baratos para crescer nas vendas enquanto baixa o lucro por acção e todos ficam contentes.

Sou mesmo um anónimo provinciano. Recordar a Vista Alegre.

BTW, este trecho de um postal recente de Roger Martin:
"The first growth priority should be to gain share in your market — regardless of how fast it is growing. And the share I care most about is $ share, not unit share. Apple has only 20% share of smartphone units but over 50% of revenue share. The latter is its real share!"

sexta-feira, julho 26, 2024

Curiosidade do dia

Hoje, ao almoço com o parceiro das conversas oxigenadoras, contaram-me uma estória real.

Na empresa A, ao utilizarem um determinado produto incorporado no seu próprio produto descobriram que conseguiam um desempenho excepcional. Resolveram contactar o fabricante para tentar perceber o porquê do referido desempenho excepcional.

Descobriram que o dono da empresa, recentemente falecido, é que sabia como se concebiam os produtos. A empresa A dizia-lhes que tinham um diamante em mãos, mas eles não o conseguiam reproduzir ou explicar o porquê desse desempenho.

A nossa conversa derivou para o artesanato, na pior acepção da palavra, recordámos Taylor e o seu desafio de profissionalizar o controlo dos processos.

Durante a condução, após o almoço, recordei Roger Martin e a sucessão: mistério - heurística - algoritmo

Agora, encontro este rolo de tweets:

Os NPCs

Olho para o mundo através dos meus olhos, da minha mente, das minhas experiências. Acredito que só vêmos o que a nossa mente nos deixa ver.

Por isso, posso fazer, faço, julgamentos injustos ou incompletos.

Há momentos encontrei esta citação no Twitter adaptada de uma frase de Carl Jung:

“Until you make your unconscious choices conscious, they will direct your life, and you will call it fate.”

Jung sugere que muitas das nossas decisões são feitas inconscientemente, influenciadas por experiências passadas, crenças e padrões de pensamento dos quais não estamos cientes. Essas escolhas inconscientes moldam a nossa vida de maneiras significativa, afectando as nossas relações, profissão e bem-estar geral. Quando não reconhecemos a origem dessas escolhas, tendemos a atribuir os resultados ao "destino" ou a forças externas, em vez de à nossa própria agência. 

Jung enfatiza a importância de tornar essas escolhas conscientes, o que envolve um auto-exame e uma reflexão profunda.

Há dias apanhei este tweet:

E fiquei a pensar na quantidade de pessoas que eu sinto, se calhar erradamente, que atravessam a vida como autênticos NPCs.

Depois, relacionei tudo isto com um texto publicado por Seth Godin há dias, The paradox of lessons . As lições, por sua vez, levaram-me a Ortega Y Gasset. Se vivo como se não tivesse agência, não penso no futuro. Por isso, não ajo para mudar o meu presente:

“O meu presente não existe senão graças ao meu futuro, sob a pressão do meu futuro. Pois bem, isto significa que neste agora do tempo que um relógio mede eu sou de cada vez o meu futuro e o meu presente”

“Digo, pois, que eu agora sou conjuntamente futuro e presente. Esse meu futuro exerce pressão sobre o agora e dessa pressão sobre a circunstância brota a minha vida presente”

quinta-feira, julho 25, 2024

Curiosidade do dia

Na primeira página do Jornal do Fundão pode ler-se: "Empresários alertam Governo para quebra no setor do turismo":

""Temos empresários do ramo da restauração, da hotelaria e da distribuição a falarem em quebras que podem chegar aos 40%". ", relata o vice-presidente da AEBB, apreensivo com o que se está a passar e que será reflexo das dificuldades que as famílias estão a viver.

"O que está a aumentar é a procura pelos parques de campismo", anota Jorge Pessoa, explicando que o decréscimo da procura é transversal ao país, mas que é o Interior que mais se está a ressentir. A preocupação é partilhada por muitos empresarios e a Associação Empresarial da Beira Baixa promove nesta quinta-feira, um encontro no Parque Empresarial do Tortosendo para os empresários e instituições ligadas ao turismo avaliarem a situação e definirem medidas para apresentar ao secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, num encontro que vão solicitar para o efeito."

This is Portugal!

Empresas têm um problema, em vez de uma reflexão sobre o que precisam de mudar, sobre o que podem fazer, porque têm o locus de controlo no exterior, recorrem ao papá-estado. 

E dizer a verdade?

 

Relacionar este discurso do ministro da agricultura com:

Relacionar este discurso do ministro da agricultura com Algumas verdades de onde cito:
  • "Tradition is not a business model. The past is no longer a reliable guide to future success."
  • Should" is not a business model. You can say that people "should" pay for your product but they will only if they find value in it."
  • "I want to" is not a business model. My entrepreneurial students often start with what they want to do. I tell them, no one - except possibly their mothers - gives a damn what they *want* to do."
  • "Virtue is not a business model. Just because you do good does not mean you deserve to be paid for it."
  • "Begging is not a business model." [Moi ici:Muito comum nas empresas portuguesas, pedintes]
  • "There is no free lunch. Government money comes with strings." [Moi ici: Uma relação pedo-mafiosa que cobra juros muito altos]
  • "No one cares what you spent."
  • "The only thing that matters to the market is value. What is your service worth to the public?"
  • "Value is determined by need. What problem do you solve?"
Numa nota irónica podia brincar e dizer que o ministro está a roçar a islamofobia ao dizer que a Europa consome vinho. As mudanças trazem consequências. 

quarta-feira, julho 24, 2024

Curiosidade do dia

Faz-me lembrar a Ana Sá Lopes a lançar uma diatribe contra os empresários com empresas que apresentam prejuízo ano após ano, e incapaz de ver o que se passa nos jornais ano após ano. 

E coragem?

Do que eu gosto no texto que se segue é a postura tão pouco portuguesa de não usar paninhos quentes e olhar o touro bem de frente. 

Nem Costa, nem Montenegro, nem mesmo Rui Rocha têm coragem para dizer a verdade. 

"Japanese carmakers are alarmed by the rapid development of Chinese electric vehicles and risk becoming "followers" if they do not innovate more quickly, the head of Sony-Honda's joint venture has warned.
Yasuhide Mizuno said Japan's companies needed to change their conservative corporate culture and called for a breakthrough in manufacturing to keep up with Chinese rivals, which within a few years have become some of the world's leading vehicle exporters.
"Chinese competitors are very strong, and I'm very scared of their implementation and execution speed," said
Mizuno, chief executive of Sony Honda Mobility, at the company's headquarters in Tokyo. "Japanese carmakers are a bit nervous or sensitive before launching a car. We need to change this kind of behaviour, otherwise China will be first and we will always be followers," added Mizuno, who led Honda's China operations until 2020.
...
Mizuno added that Japanese carmakers should not be complacent after the US quadrupled tariffs on Chinese electric vehicles to 100 per cent, in effect shutting out groups such as BYD and Nio from the market."

Trechos retirados de "Japanese carmakers 'very scared' by China's rapid EV development

Entretanto, ontem de manhã, mão amiga tinha-me enviado um link para "Chinas Autobauer sind bereits innovativer als viele deutsche Konkurrenten" que defende que as empresas chinesas de carros eléctricos já são mais inovadoras do que as suas congéneres alemãs. Recordar esta "Curiosidade do dia".


terça-feira, julho 23, 2024

Curiosidade do dia

O chefe de uma associação patronal alemã, a Gesamtmetall, lançou uma proposta que em Portugal poria muita gente em estado de histeria: Trabalhadores de escritório só deveriam reformar-se aos 70 anos.

Não sei se é a solução mais adequada, o que destaco é haver gente na Alemanha sem paninhos quentes, a abordar o problema e a apresentar propostas de solução. Por cá, isto não é assunto, não há problema, nem há urgência.



Julgo que nunca verei esse dia... uma tristeza.

Há quase dois meses escrevi Mais uma razão para apoiar a causa irritante. Há pouco mais de uma semana escrevi Fugir do crescimento canceroso. Agora no FT apanho:

"Champagne is more closely associated with celebration than wine.

But Pernod Ricard boss Alexandre Ricard would be justified in cracking open a celebratory bottle of red, after the French drinks group's deal to sell most of its wine business, including the Jacob's Creek and Campo Viejo brands. It is a wise move: global wine consumption continues to ebb.

Pernod is selling its wine assets in Australia, New Zealand and Spain representing annual production of 90mn litres - to a consortium of investors led by Bain Capital. The same group this year took over Australian wine producer Accolade Wines, owner of Hardys.

...

Global wine consumption has been in decline since it peaked at about 25bn litres in 2007. Last year that fell to an estimated 22.1bn litres, according to the International Organisation of Vine and Wine.

In recent years, wine prices have risen as producers passed on higher costs. But alcohol consumption is also dropping as consumers become more health-conscious.

The result is that global wine production in 2023 was 7 per cent higher than consumption. Volume should decline by an average 1 per cent a year out to 2028, according to drinks research group IWSR. And no growth is expected from rising prices either - even if parts of the market, such as rose, are more resilient."

Então, vão continuar a destilar vinho e a apelar ao proteccionismo? Gostava de saber quando é que um ministro da Agricultura terá uma conversa séria com os agricultores.

Julgo que nunca verei esse dia... uma tristeza.

Trechos retirados de FT de ontem, "Wine market's sales decline means future is far from rosé". 

segunda-feira, julho 22, 2024

Curiosidade do dia

"As Western companies quake at the latest onslaught of cheap Chinese -goods, a similar drama is playing out in China, where manufacturers are struggling as Beijing boosts industrial capacity without stimulating new demand.

Consider Jiangsu Lopal Tech, a company that supplies lithium iron phosphate to make batteries. The company lost $169 million in 2023, wiping out nearly three years of profit, according to its most recent annual statement. It blamed the red ink on overcapacity in China's lithium iron phosphate market and a slowdown in demand from domestic battery makers.

A similarly plaintive song is heard throughout China's corporate landscape. Rampant overcapacity combined with weak consumer demand is pushing many Chinese companies to the brink, forcing them to slash prices and crushing profits.

With the property bubble that powered growth for years deflating, Beijing has been funneling investment into manufacturing, yet taking few significant steps to boost consumption that would soak up the resulting supply-mainly because Chinese leader Xi Jinping sees U.S.-style consumption as wasteful and contrary to his goal of making China an industrial and technological powerhouse.

...

The resulting overcapacity means that prices that producers charge at the factory gate have been in free fall for almost two years. That is dragging the overall economy closer to outright deflation, and eating into earnings. Around a quarter of the companies listed in mainland China are now unprofitable, compared with 7% a decade ago, according to a Wall Street Journal analysis of listed companies' financial statements."
...
Overcapacity in China eventually leads to default and insolvency, just as in the U.S. The difference is that in China, the state plays a lead role in deciding which companies survive and which fail. In the past, when losses mounted in bloated sectors such as steel and solar, China has withdrawn subsidies, ordered companies to cut capacity, and merged a multitude of minor players into a smaller group of bigger, more competitive firms able to turn a profit."

Trechos retirados de "China's Cheap Goods Hurt Its Companies Too" publicado no WSJ de hoje.

Acerca de monumentos fálicos

 Julgo que foi assim que nos encontramos, o Peliteiro e eu:

Abril de 2008 - Um caminho para a farmácia do futuro? 

Balanço de 2018 - A farmácia do futuro (parte VII)

BTW, julgo que a minha estória com o tema começou em Abril de 2007 - Estava escrito nas estrelas...

Há uma teoria que procura explicar o comportamento dos empreendedores bem sucedidos que dá pelo nome de "effectuation". Um dos seus princípios é:

"Bird in Hand Principle – Start with your means - Entrepreneurs start with what they have"

Algo na linha do que aprendi sobre a America Latina Logística. Por que engonhamos tanto? Porque temos políticos que nunca tiveram a experiência de vida que os preparasse para o "Bird in Hand Principle". Por isso, o seu modelo mental é mais: ir ao poço sem fundo da impostagem aos saxões para fazer grandes monumentos fálicos (tretas) que não funcionam. Por isso, falta-lhes a humildadee agilidade para aproveitar o que têm à mão.

domingo, julho 21, 2024

Acabou, há mais para o ano

Mais um ano, mais um Tour de France.

Este teve a despedida de Cavendish.

Este teve a particularidade da minha presença no local:


Para o ano há mais.