Ouvi o elogio de JMF ao Norte a partir da perspectiva que concordo. Deixo no entanto aqui o desafio: sendo uma região tão bem sucedida em termos económicos, porque é então uma das mais pobres de toda a UE?
— pvsalvador (@pvsalvador1) July 6, 2022
Uma excelente pergunta.
Julgo que a razão está ilustrada nesta figura:
Figura usada em:
- Mea culpa (parte II) - Novembro de 2021
- Competitividade sem competitividade? Mas o que é ser competitivo? - Junho de 2022
Muitas empresas da região Norte conseguem ser competitivas, mas não são produtivas (aqui no sentido de produtividade que gera margens superiores). Conseguem ser competitivas porque os clientes não compram simplesmento de acordo com o preço mais baixo, também valorizam a rapidez, a flexibilidade e algum design. No entanto, como estão em sectores tradicionais, os preços conseguidos nunca conseguem libertar margens superiores porque o preço unitário nunca pode atingir um valor que os consumidores não são capazes de suportar em loja. O que José Manuel Fernandes e muitos economistas defendem é que estas empresas precisam de crescer para serem mais produtivas, só que isso não é possível. Empresas maiores nestes sectores tradicionais já não competem com base na flexibilidade e rapidez, mas no preço custo puro e simples. Isso requer outro tipo de organização interna, outro tipo de hardware da produção, outro tipo de actividade comercial para outro tipo de clientes.
Por mais que se pressione estas empresas tradicionais a aumentarem a sua produtividade, os ganhos possíveis serão sempre baixos e não permitirão colmatar o gap com a média europeia. Porque os ganhos necessários dependem do crescimento do numerador na equação da produtividade (recordar o Evangelho do Valor).
Quer dizer que estamos condenados a estes níveis de produtividade? Não, mas para mudarmos de paradigma temos de ter outros agentes económicos, temos de, sem atacar as empresas existentes, criar as condições para que outras apareçam para que esta evolução ocorra:
Recordar, por exemplo este postal - The "flying geese" model, ou deixem as empresas morrer!!! de Novembro de 2021.- Mais bofetadas e a turbulência em curso - Novembro de 2019
- Bofetadas e locus de controlo - produtividade é que não. - Novembro de 2019 (Estávamos no mundo pré-covid, com o turismo a bombar ... recuem a esse tempo. O que tínhamos? "Sector a bombar como nunca esteve, sector com falta de pessoal para trabalhar e pede que os contribuintes os apoiem com dinheiro para manter a empregabilidade!!!"
- Uma bofetada que recebo como um aviso - Agosto de 2019
1 comentário:
tenho de escrever sobre o exemplo das bolas de baseball
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