domingo, setembro 30, 2012

Agora percebo o Logos, têm de acertar o Ethos e o Pathos.

A 17 de Maio de 2011 escrevi aqui no blogue:
  • "Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Tirando o caso das commodities, associadas a grandes empresas, o preço não é o order-winner das nossas exportadoras. Só conheci o paradoxo de Kaldor na semana passada.
  • Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo.
  • Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
Pela primeira vez, preto no branco:
"Aquele responsável discordou ainda que com a TSU se proceda a uma transferência dos rendimentos do trabalho para o capital, já que o problema do país é estar "completamente descapitalizado".
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"Não estamos a transferir rendimentos de ninguém para ninguém, estamos a tentar manter postos de trabalho. Isto é do interesse de todos, não é só de alguns", sublinhou."
Só não o disse pela minha ordem.
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O resto, prima pela falta de capacidade de comunicação, e levanta hostilidades desnecessariamente.
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Agora percebo o Logos, têm de acertar o Ethos e o Pathos.
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Trechos retirados de "António Borges: Empresários que criticaram medida da TSU são "ignorantes"

2 horas de passeio ao longo da ria

Phalacrocorax carbo (corvo-marinho) Fonte da imagem.
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Egretta garzetta (garça branca). Fonte da imagem.
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Ardea cinerea (garça-real). Fonte da imagem
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E uma série de borrelhos que, sem binóculos, não consegui identificar.

sábado, setembro 29, 2012

Subsidio dependência

Subsidio dependência.
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Por cá, na agricultura, segundo o INE em "A Atividade das Empresas Agrícolas em Portugal
2004-2010":
"A atividade agrícola foi a atividade mais subsidiada em 2010, detendo 20,4% do total de subsídios à exploração afetos às empresas não financeiras, apenas seguida de perto pela Educação (19,2%).
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Esta situação está em linha com os resultados do RA 09, em que 60% dos produtores agrícolas declararam beneficiar de ajudas/subsídios, dos quais 11% indicaram que a sua importância no rendimento da exploração agrícola foi superior a 25%."
Em Espanha, nas pescas, o relato do caos em "Bound to Sea but Buried in Debt, Spain’s Fishermen Blame Bloc’s Policies" onde se pode ler:
"In one of the more daunting estimates of decline, a study published a year ago by Oceana, which promotes ocean conservation, said that of the bloc’s 27 countries, 13 had been getting more subsidies than the value of the fish that arrive in their ports."
O artigo é deprimente... pescadores que não assumem erros próprios, as consequências da "Tragedy of the commons" no ecossistema, a interferência doentia e criadora de incentivos a-económicos de governos e da U(RS)E.
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BTW, a migração de valor em Espanha:
"Spanish consumers are downgrading to cheaper and largely imported fish, with prices for products like swordfish dropping 40 percent this year.
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was now paying less than 35 cents for a pound of mackerel, down almost 9 cents since two years ago, he said."

Flexibilidade, paixão e iniciativa


"A notable facet of the fashion industry is that the barriers to entry are low. Etsy is full of items sewn in someone's spare bedroom. Many big-name designers started small. Thakoon Panichgul sold his first collection from an upturned trash can in a lower-Manhattan warehouse, and Zac Posen sold his concept from his parents' living room.
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While that gives new entrants hope, it also creates a big risk. Stores are full of clothes from brands that disappear too quickly to recall. Standing out is a challenge.
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They planned to sell it the way they had sold luxury products—with attentive service and attractive packaging. They would sell online initially and wholesale to stores later. Products would launch individually, with a men's polo next.
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Finished shirts are sent to their home in Atlanta. There, they juggle caring for their 10-month-old son with fulfilling daily orders. "We knew how to fold," Ms. MacLane says."
Gosto destes exemplos. Exemplos que que põe a nu velhas concepções do mundo, entretanto tornadas obsoletas.
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Falham quando relacionam preço com custo, deviam concentrar-se na mensagem do valor.
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Trechos retirados de "Polo Puzzle: What Goes Into a $155 Price Tag?"

Contrarian, sempre!!!

Este artigo "Why Big Companies Can't Innovate" começa por contar uma história  passada em 1974.
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A Gestão de Topo de uma empresa muito grande identifica uma tendência a aparecer no mercado, tendência que hoje podemos concluir facilmente que veio a representar um mercado muito grande, e tenta agarrar a oportunidade e... falha.
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Falhou porque não conseguiu deixar de pensar como empresa estabelecida, como empresa condicionada a procurar ser eficiente em tudo o que fazia.
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Hoje já não estamos em 1974...
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Hoje, os humanos são ainda muito menos normais e mais weirdos, os mercados estão muito mais estilhaçados em segmentos e mais segmentos. A velocidade a que a informação circula entre os clientes é muito maior, por vezes parece que a assimetria de informação tombou para o lado dos clientes e estes sabem mais do que quem fornece, a origem das ofertas é mais diversificada, a velocidade a que surgem novas categorias e subcategorias é maior do que nunca.
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Assim, hoje, mais do que nunca:
"Big companies are really bad at innovation because they're designed to be bad at innovation.
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Once a business figures out how to solve its customers' problems, organizational structures and processes emerge to guide the company towards efficient operation. Seasoned managers steer their employees from pursuing the art of discovery and towards engaging in the science of delivery. Employees are taught to seek efficiencies, leverage existing assets and distribution channels, and listen to (and appease) their best customers.
Such practices and policies ensure that executives can deliver meaningful earnings to the street and placate shareholders. But they also minimize the types and scale of innovation that can be pursued successfully within an organization. No company ever created a transformational growth product by asking: "How can we do what we're already doing, a tiny bit better and a tiny bit cheaper?"
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But Gerber faced the internal pressure of its organization, the need to operate efficiently, to deliver billion-dollar growth businesses every year, to satisfy existing customers — and to do all this without threatening existing net income levels. The problem wasn't the idea; the problem emerged from the relentless pursuit of incremental profit within mature organizations. It's a pursuit that drives us towards incremental wins by leveraging underutilized assets. And you know what's wrong with this pursuit? Nothing. That's the paradox."
 Por isso, enquanto muitos continuam a acreditar na vantagem de ser grande, cada vez mais acredito nas vantagens de se ser pequeno, na paciência com a quota de mercado ou com o volume de vendas.
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Ser pequeno pode significar: decidir rapidamente; agir ainda mais rapidamente; experimentar em escala reduzida; estar mais próximo da tribo; corrigir o tiro inicial muito mais rapidamente; ter mais  paciência e não se amesquinhar por causa do próximo relatório de contas; ter mais paixão.
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O que mais me entristece e ver empresas pequenas a pensarem como empresas grandes... uma empresa pequena nunca poderá competir de igual para igual com uma empresa grande. Uma empresa pequena devia concentrar-se em tornar-se uma grande empresa.
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Uma empresa pequena pode ser uma grande empresa, assim como uma empresa grande pode nunca ser uma grande empresa.
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Uma empresa pequena a caminho de ser uma grande empresa é a empresa que reconhece que o seu campeonato não é o da eficiência, mas o da arte, o da originalidade, o da rapidez, o da flexibilidade, o da proximidade, o da autenticidade, o da tradição, o da diferença... o caminho menos percorrido.

sexta-feira, setembro 28, 2012

Um gosto para os olhos

Esta manhã, no jardim de casa:
Saltou do limoeiro para o mosaico cerâmico e começou a catar pequenos insectos do chão e da parede da casa e sempre a olhar para mim.
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De certeza uma felosa, talvez uma Phylloscopus collybita... mas as manchas brancas no painel secundário...
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De qualquer forma, um gosto para os olhos.
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Foto roubada a este artista.

Uma oportunidade e os mitos

O que ouvimos e lemos, ao longo de mais de uma década, de políticos, de académicos e de taxistas acerca dos trabalhadores escravos na China.
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Decididamente acreditar em tendências longas é para tolos, decididamente não acreditar no pensamento sistémico, na dinâmica dos sistemas, na previsão de que o futuro é sempre diferente do presente traz dissabores a quem o faz.
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Decididamente acreditar em histórias simplificadoras da realidade, a preto e branco, com bons e maus, não dá!
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Não é a primeira vez que este tipo de mensagem aparece aqui no blogue:
Que oportunidade para uma re-industrialização cá no burgo.
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Entretanto, neste jogo de relações e interacções:

Arranjar um tempo

A certa altura, Joseph Campbell em "The Power of Mith" diz qualquer coisa como:
"Isto eu sei sobre o desporto, o atleta que está num pico de forma de campeão tem um lugar calmo, um local de repouso, no interior de si, e é daí que vem a sua acção. Se ele estiver todo virado para a acção, não vai ter o nível de desempenho adequado."
Assim que ouvi isto fiz logo a ponte para um texto de Max McKeown retirado de "The Strategy Book":
"Strategy is about out-thinking your competition. It’s about vision first and planning second. That’s why it’s so important that you think before you plan. And that the thinking part of what you do is given a priority. Strategists who don’t take time to think are just planners.
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if you start the planning before thinking, you can end up with the wrong solution to the right problem. Or perhaps the right solution to the wrong problem. Or the least imaginative solution to a really important problem. You might miss out on all the creative ways you could have grabbed the very biggest opportunities. Your objective should be to make sure that imaginative, open, playful, passionate thinking happens before the serious work of planning begins. That's what strategy is about - thinking strategically.
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Strategy is about the shortest route between means and ends. It’s either about out-thinking the competition – or – even better – about finding new, even greater opportunities. Opportunities the competition hasn’t found yet. Or opportunities the competition doesn’t understand because it has done the kind of thinking that you have.
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There are always better ways of doing anything. There are always shorter routes for getting from where you are to where you want to be. ... There are forever methods, relationships and ideas just waiting to be discovered, and these can only be discovered by creating room - slack - for thinking."
As empresas bem sucedidas conseguem ter tempo para pensar, para planear e para actuar.
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E a sua empresa, quanto tempo, que espaço interior dedica a reflectir sobre o que pode ser, sobre as tendências que ainda estão mal distribuídas, sobre as oportunidades, sobre um futuro diferente do presente?
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E não basta arranjar tempo, tem de ser um tempo de qualidade, como diz David Rock em "Your Brain at Work":
"Awareness is a state in which the brain focuses lightly on an impasse. In the awareness state, you want to put the problem on the stage, but ensure it takes up as little space as possible so that other actors can get on. To minimize activation of the prefrontal cortex, don’t focus too hard, quiet the mind of other thoughts, and simplify the problem as much as possible. A good way to simplify a problem is to describe it in as few words as possible.
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In the reflection phase, you hold the impasse in mind, but reflect on your thinking processes, rather than on the content of thoughts.
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The objective is to see your impasse from a high level, not to get detailed. This activates right hemisphere regions that are important for insight, and allows loose connections to form. You also want to activate the easy, unfocused mental state that occurs as you drift awake in the morning, when ideas dreamily flow into mind.
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The insight stage is fascinating. At the moment of insight, there is a burst of gamma band brain waves. These are the fastest brain waves, representing a group of neurons firing in unison, forty times a second. The gamma frequency signifies brain regions communicating with one another."
E  o ponto:
"Our brains love an insight. Mostly it’s about getting the prefrontal cortex out of the way, and allowing deeper signals to be heard."

Campeões escondidos versus campeões nacionais

Mão amiga (obrigado caro Pedro) fez-me chegar mais uma história de um Portugal anónimo, de um Portugal escondido, de um Portugal que não aparece nas primeiras páginas dos jornais ou das TVs, de um Portugal que arregaça as mangas e tenta construir um futuro em vez de estender as mãos para o peditório que a todos carrega.
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Conhecem a Fenabel?
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Eu também não sabia da sua existência. E de certa forma fico contente com isso, fico contente porque isso significa que há muitas mais, que todos os dias podem aparecer novas "fenabeles".
"O leitor imagine-se proprietário de uma empresa que decide ir a uma feira do setor em Shangai mostrar os seus produtos. Pense que, na mostra, tem 3000 expositores de uma dezena de países a ombrear consigo (Moi ici: Lembrei-me logo deste relato da feira de Milão). Convenhamos que, estando num evento de dimensão e importância grande como é (foi) o "Furniture China 2012", pelo menos um friozinho na barriga o há de apoquentar, quando chega a hora de saber se algum dos produtos que levou à feira entusiasmou o júri. Por mais confiante que esteja, é preciso contar com a fortíssima concorrência.
O leitor imagine agora que um dos seus produtos sai vencedor numa das categorias a concurso. O esforço de anos, as dificuldades quotidianas que foi obrigado a ultrapassar, as apostas que resultaram da estratégia definida, o trabalho dos seus colaboradores, tudo acaba de ser reconhecido. O prémio é recompensador, no mínimo. O prémio é a prova de que vale a pena lutar, desde que a alma não seja pequena."
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"Claro: o sucesso da empresa de Paredes (conhecida como "o alfaite de cadeiras do Mundo", por ter um serviço capaz de responder às necessidades específicas de cada cliente, como o alfaite faz com os fatos) não é fruto do acaso. É fruto da flexibilidade na produção proporcionada pelo know-how, pela tecnologia e pela organização. Quer dizer: é resultado de uma estratégia com cabeça, tronco e membros."
Nunca esquecer que enquanto as "fenabeles" lutam, sonham, queimam pestanas, têm acidentes, ganham prémios, dão emprego, co-criam valor, espalham bosta no terreno, os gurus de "Lesboa" pensam isto:
Os gurus de "Lesboa" adoram os campeões nacionais... oh wait 

Trechos retirados de "Notícias do bom Portugal"

quinta-feira, setembro 27, 2012

E a corda rebentou...

Hoje, Seth Godin explicou como chegamos a uma situação que tinha de degenerar nisto:
"Cerca de duas mil empresas ligadas ao sector da construção entraram em falência desde Janeiro deste ano, revela hoje a FEPICOP"
Basta ler "Overstimulated"
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Algures, os indicadores deixam de ser um ponto de chegada, para medir como estamos, e passam a ser um ponto de partida. O que precisa de ser feito para não obtermos aquele resultado?

As graçolas d'Hollande


 "A ideia principal é encarecer de tal ordem os despedimentos que não compense às empresas [fazê-lo]"
Por que será que a maioria dos despedimentos que se fazem actualmente na Europa Ocidental acontece? Qual a sua razão de ser? Qual a sua motivação?
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Mais uns meses e vai legislar a obrigatoriedade dos consumidores comprarem certas quotas de produtos e serviços a certas empresas...
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Trecho retirado de "França vai encarecer despedimentos para combater o desemprego de 10%"

Que indicadores usar?

"We made a mistake that’s exceedingly common in business: We measured the wrong thing. The statistic we relied on to assess our performance - revenues - was disconnected from our overall objective of profitability. As a result, our strategic and resource allocation decisions didn’t support that goal.(Moi ici: E na sua empresa, o que se mede? Que indicadores são acompanhados? Por exemplo: que tipo de clientes consegue identificar no seu portfolio? O que compram? Onde, quando e como compram? Que experiência procuram? Que actividades internas mede? Que investimentos faz e como os acompanha? E como os justifica? Que rentabilidades proporcionam?)
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Businesses continue to use the wrong statistics. (Moi ici: E tem um sistema da qualidade? E quais são os seus objectivos? Manter a certificação? Acha que se reduzir os defeitos é mesmo isso que lhe vai salvar o negócio?)
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Many business executives seeking to create shareholder value also rely on intuition in selecting statistics. The metrics companies use most often to measure, manage, and communicate results - often called key performance indicators - include financial measures such as sales growth and earnings per share (EPS) growth in addition to nonfinancial measures such as loyalty and product quality. Yet, as we’ll see, these have only a loose connection to the objective of creating value. Most executives continue to lean heavily on poorly chosen statistics, (Moi ici: Qual a lógica, qual o critério para os indicadores que a gestão de topo da sua empresa acompanha?)
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To determine which statistics are useful, you must ask two basic questions. First, what is your objective? In sports, it is to win games. In business, it’s usually to increase shareholder value.(Moi ici: Este objectivo é muito enganador, criar valor para o accionista não é um objectivo directo, é uma consequência de criar as condições para que os clientes, ou melhor, o ecossistema da procura,  percepcionem a criação de valor na sua vida, na sua realidade) Second, what factors will help you achieve that objective? If your goal is to increase shareholder value, which activities lead to that outcome?
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What you’re after, then, are statistics that reliably reveal cause and effect. (Moi ici: Matéria-prima para um mapa da estratégia) These have two defining characteristics: They are persistent, showing that the outcome of a given action at one time will be similar to the outcome of the same action at another time; and they are predictive—that is, there is a causal relationship between the action the statistic measures and the desired outcome.
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To identify useful statistics, you must have a solid grasp of cause and effect. If you don’t understand the sources of customer satisfaction, for example, you can’t identify the metrics that will help you improve it. (Moi ici: É todo um volume, só com postais deste blogue, sobre quem são os clientes-alvo e porque é que ficarão satisfeitos) This seems obvious, but it’s surprising how often people assign the wrong cause to an outcome. This failure results from an innate desire to find cause and effect in every situation—to create a narrative that explains how events are linked even when they’re not.
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companies also use nonfinancial performance measures, such as product quality, workplace safety, customer loyalty, employee satisfaction, and a customer’s willingness to promote a product. In their 2003 HBR article, accounting professors Christopher Ittner and David Larcker wrote that “most companies have made little attempt to identify areas of nonfinancial performance that might advance their chosen strategy. Nor have they demonstrated a cause-and-effect link between improvements in those nonfinancial areas and in cash flow, profit, or stock price.” The authors’ survey of 157 companies showed that only 23% had done extensive modeling to determine the causes of the effects they were measuring. The researchers suggest that at least 70% of the companies they surveyed didn’t consider a nonfinancial measure’s persistence or its predictive value. Nearly a decade later, most companies still fail to link cause and effect in their choice of nonfinancial statistics.(Moi ici: Estamos a falar do universo norte-americano, não venham depois dizer que os empresários portugueses são isto e são aquilo, são humanos como os outros)
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Start with a blank slate and work through these four steps in sequence.
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1. Define your governing objective. A clear objective is essential to business success because it guides the allocation of capital.
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2. Develop a theory of cause and effect to assess presumed drivers of the objective.
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3. Identify the specific activities that employees can do to help achieve the governing objective. The goal is to make the link between your objective and the measures that employees can control through the application of skill. The relationship between these activities and the objective must also be persistent and predictive.
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4. Evaluate your statistics. Finally, you must regularly reevaluate the measures you are using to link employee activities with the governing objective. The drivers of value change over time, and so must your statistics."

Trechos retirados de "The True Measures of Success" publicado na HBR de Outubro deste ano. 

"Makers of the world unite"

A BBC está a acordar para o tema "Makers unite - the revolution will be home-made":
"We are undergoing a creative rather than an industrial revolution," he said.
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"It is not replacing large scale manufacturing but people can go quickly from an idea to realised design so it means that people are thinking differently,"
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"Regular people are designing extraordinary things and some may even be able to build a company around it,"
A grande revolução vai ser no dia-a-dia, não em coisas pomposas e espampanantes mas naquilo em que contactamos:
"Je casse une assiette aujourd’hui. Je prends ma voiture pour aller chez Ikea en acheter une autre (construit en Chine). Je casse une assiette demain. Je vais chercher sur Internet le fichier numérique « assiette », puis je demande à mon imprimante 3D de m’en créer une nouvelle sous mes yeux ébahis.
Et là où ça devient encore plus intéressant c’est quand l’imprimante tout comme le fichier sont libres, m’assurant alors que j’aurais une grande variétés de fichiers « assiette » à télécharger et que je pourrais même les modifier à ma guise avant de les imprimer :)"
O que poucos falam é sobre a influência que tudo isto vai ter sobre a forma como os Estados se financiam com impostos sobre as transacções... posso trocar as minhas peças com as peças dos meus vizinhos:
"Les consommateurs auront peu de difficultés à s’adapter à cette nouvelle ère de meilleurs produits rapidement livrés et créés près de chez eux. Les gouvernements pourraient toutefois commencer par résister au mouvement. Leur instinct est de protéger les industries et les entreprises qui existent déjà plutôt que de promouvoir les nouvelles qui les détruiront. Ils attirent les anciennes usines avec des subventions et stigmatisent les patrons qui voudraient délocaliser. Ils dépensent des milliards dans de nouvelles technologies qui, à leur avis, prévaudront dans l’avenir. Et ils s’accrochent à la croyance romantique que la fabrication est supérieure aux services, sans prendre en compte la finance.
... Les gouvernements ont rarement choisi les vainqueurs, et ils vont probablement mettre du temps à voir ces légions d’entrepreneurs et de bricoleurs qui s’échangent des plans en ligne, les transforment en produits chez eux et les vendent à l’échelle mondiale depuis un garage."
Trechos retirados de "La troisième révolution industrielle est en marche et nous pouvons tous y participer"

quarta-feira, setembro 26, 2012

É uma chatice, uma inconveniência,

Não é cool, não depende dos gurus de "Lesboa", não depende dos corredores e carpetes do poder:

O dinamismo de um sector económico é assim, tentativa e erro, novas marcas, cada marca é uma proposta de valor para um grupo de clientes-alvo, muitas falham porque não chegam a seduzir uma massa crítica de clientes. Má gestão? Não, não há folha de excel que preveja o que cai no goto dos clientes, tentativa e erro.
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É uma chatice, uma inconveniência, esta gente que tem sucesso nos sectores tradicionais, e que quase não precisa de prestar vassalagem a "Lesboa".
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Que maçada... "Sector têxtil resiste à crise"

Fragmentos do mundo que está a caminho

Ao longo dos anos, aqui no blogue, temos defendido um modelo assente na metáfora de Mongo, uma explosão de diversidade, assente na paixão, nas relações amorosas, na proximidade, na personalização, na autenticidade, na originalidade, na customização.
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Assim, é com interesse e cumplicidade que reúno aqui este conjunto de casos que auguram um novo mundo:
"O "alfaiate de bicicletas" de Ílhavo já tem encomendas do estrangeiro" (Obrigado André pela chamada de atenção)
Ao ler este artigo, ao perceber que o Dinis Ramos é designer, lembrei-me logo de "Tão novos e já tão velhos".
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O artigo refere o poder da internet, dos blogues e das redes sociais como forte potenciador da procura dos "weird", dos nichos, dos apaixonados que não se conformam com a padronização igualitária e vulgarizadora:
"Todas as peças e componentes das bicicletas que saem da oficina caseira de Noca Ramos, instalada na garagem da casa dos pais, são escolhidas a dedo.
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Depois de ter as peças todas, Noca Ramos "enclausura-se" na oficina para dar corpo às suas bicicletas, que, quando completas, são absolutamente originais. Até as tintas são criadas por adição gota a gota, de modo a atingirem uma tonalidade irrepetível. E o toque personalizado lá está à vista, tanto na cor escolhida, como nos pormenores decorativos acrescentados. "Podem dizer respeito a uma música de que a pessoa gosta muito, a algo que a marcou na vida", especifica o designer. A originalidade não se fica pelas bicicletas. É também a imagem de marca da linha de t-shirts que o designer criou a pensar na indumentária dos ciclistas - e já há muitos vestidos com elas pelo mundo fora - e que lhe permitem materializar, no tecido, outra paixão: o desenho.
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Nestes três anos, produziu apenas uma dezena, e não parece muito interessado em aumentar esse número. "Dificilmente. Para isso, teria de contratar outras pessoas e remeter-me apenas a um papel de coordenador, e não é isso que quero", confessa. Ao mesmo tempo, sublinha que a verdadeira essência do seu trabalho está na ligação pessoal que consegue estabelecer com cada projecto."
Arte, originalidade, autenticidade, nicho, ... um modelo longe da escala e volume, longe do século XX e de Magnitogorsk. E aqui entra um outro artigo "Our Obsession with Scale is Failing Us", sobre o quão obsoleto está o modelo que herdámos do século XX. Como escreveu Seth Godin, we are all weird, a massa está a encolher e a dar lugar a uma explosão de diversidade:
"size is not the advantage it once was, because the nature of scale itself has changed.
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In the industrial era and even the early web era, size was central to scale.
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The new reality is this: The ability to scale is no longer a direct function of size.
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We’re at an inflection point where work and value creation can reach “scale” without having to be done by a large, single firm. We can see today that Social is more than tools, information-enabled efficiency, products, services, or processes.
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Today, value creation can happen through the organizing and connecting individuals together."
Quando escrevemos e falamos de David vs Golias:
Escrevemos e falamos sobre duas perspectivas, a de David e a do gigante Golias:
"Giants have a view of the world that often makes new markets “too small” to pursue. When we see scale as the thing they must do all by ourselves, then only “big” opportunities are worth investing in. Scale, in the traditional view, means that what they produce and how they function has to be about efficiency, productivity and being bigger than the other guy — because that is, above all, the source of profits. And for sure, it means they skip right past $50M or $100M or even $500M opportunities because they are not “big enough” to work on.
And it is this thinking — this mindset — that is the central reason so many industries (automotive, financial, health care, and even education) and their companies are failing all around us today. It’s not that our economy is stalled, but that our thinking has stalled. (Moi ici: E não esquecer MFL e o avatar e a sua fixação obsoleta na volume)
Reparem nesta poesia tão fora da moda que domina os nossos media e os modelos mentais das "elites":
"Profits are not going to be a function of size. It’s not enough to get big, get efficient, and control the supply chain. It might have made sense in the 20th century, and might still be a winning combination for McDonalds and Exxon, but there are other options available to us if we consider what scale means.
Many organizations that once dominated now struggle to meet the rapidly changing demands of a volatile, global marketplace. And the issue isn’t stupidity, or lack of urgency. No. It’s that Giants are systematically eliminating options that they need to actually embrace."
Ainda na mesma onda este interessante artigo "Jovens com o futuro nas mãos".
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Nuns sectores queixo-me dos engenheiros bibelôs, aqui imagino o que esta gente com capacidade crítica  e mãos na massa poderá vir a fazer:
"Num mercado de trabalho cada vez mais saturado de doutores e engenheiros, os velhos ofícios como a costura e a carpintaria renovam-se pelas mãos de jovens licenciados.
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«Desde que comecei a restaurar e a criar peças, só estive um mês sem trabalho e isso foi logo no início. Agora tenho sempre imenso para fazer».
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«Já considerei arranjar alguém por umas horas para me ajudar porque tenho vários trabalhos a acontecer ao mesmo tempo», admite Rita, (Moi ici: Outro artigo sobre a Rita e o seu blogue) firme em manter a produção a bom ritmo. «Não posso recusar trabalhos nem quero que as pessoas percam o entusiasmo entre o primeiro contacto e a entrega».
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«A partir do momento em que comecei a receber o feedback de desconhecidos, muitas vezes para dizerem apenas que viram o blogue e gostaram do aspecto dos pratos, comecei a questionar o meu caminho». (Moi ici: Outra vez o poder da internet e das redes sociais para tornar a geografia irrelevante)
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Do desacompanhamento à escolha de uma licenciatura estrangulada pela falta de saídas profissionais, Dina, hoje com 34 anos, recorda apenas três meses de experiência na área. É por isso sem reservas que se entrega ao negócio da família: «Não me atrapalha nada pôr as mãos na massa porque nada disso apaga o que aprendi no curso. A diferença é que agora tenho a oportunidade de trabalhar em actividades que sempre encarei como hobby».
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Licenciada em Direito, com especialização no ramo administrativo e alfandegário, a aprendiz de costureira troca sem hesitações o destino no meio judicial pelas linhas do pronto-a-vestir.
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Aos 25 anos, esta técnica de qualidade ambiental, desde a infância sugestionada para a área da saúde, assume em pleno a entrega ao circuito da estética. «Trabalho como maquilhadora profissional há três anos e não tenho dúvidas de que estou melhor assim do que se tivesse continuado na minha área». A certeza, alimentada pelo encerramento de uma série de laboratórios – habitat natural da sua formação académica – reforça-se nas respostas do consumo.
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Além de manter uma clientela fiel nas Caldas da Rainha, a cidade de todos os dias, não olha a geografias na hora de arregaçar as mangas e deitar as mãos aos pincéis, pós e cremes de embelezamento.
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«Percebi que tinha mercado, resolvi investir em formações e acho que o retorno compensa bastante. Já cheguei mesmo a ter situações em que passei o trabalho para uma colega por não ter hipótese de o fazer»." 
 E por fim, a colar isto tudo, na sequência de Hilary Austen, esta reflexão "Business Needs More Art" ... e voltamos aos pincéis.
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PS: Outro gigante a tentar aguentar um modelo antiquado num mundo cada vez mais diversificado e fragmentado e mais outro.
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PS1: Até que ponto o apodrecimento dos Estados não é também uma manifestação do fim do modelo do século XX? Em Portugal ainda se estão a concentrar e a construir mega-hospitais, mega-escolas, mega-tudo ... quando o futuro é a proximidade e a especialização.
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PS2: O mundo em que vamos viver é assim, temporário, transiente, flexível, oportunista, sem dramas, sem ilusões.

Nem uma tentativa...

Tanta falta de informação, tanta conversa com base em mitos, tantas ideias feitas com base em modelos que cristalizaram no tempo, tanta treta sem sustento factual, tanta ilusão provocada pela selectividade dos media...
"Las citas de Barcelona y Oporto se enmarcan en un contexto de crisis económica, pero a su vez, cuentan a su favor con el retorno de la producción en proximidad en la cuenca euromediterránea."
Segundo os números do IEFP o têxtil é o único sector que nos últimos 12 meses tem um saldo positivo na criação de emprego. E, no entanto, nem uma palavra, nem uma tentativa de explicar o fenómeno...
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Na última década abriram 200 a 300 empresas têxteis por ano... quem fala delas?
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Trecho retirado de "Los salones de tejidos de Barcelona y Oporto cierran la temporada de presentaciones"

terça-feira, setembro 25, 2012

O status-quo é tão aliciante...

Na semana passada, numa conversa inicial exploratória, alguém de uma empresa dizia-me que estava interessado no balanced scorecard como uma forma de obrigar a empresa a fazer uma reflexão estratégica, e daí chegar a objectivos realmente estratégicos, em vez do costumeiro ritual de atribuir metas a indicadores tradicionais sem equacionar o seu interesse ou validade. Sobretudo nos tempos que correm, manter o status-quo é a pior opção quando o mundo à nossa volta muda.
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Contudo, manter o status-quo é o pensamento mais fácil, é a opção de quem não quer fazer opções difíceis, de quem não quer ser confrontado, de quem não quer se visto como mau, de quem não quer matar uma área de negócio que virou um sorvedouro de recursos porque é como se fosse da sua carne.
"The “strategy as addition” mentality is persistent, despite it’s lack of effectiveness. It persists because the reality of strategy is much harder to engage with. At its core, strategy is about choice. Strategic planning is about looking at trends in the environment, as well as past results, and making deliberate choices about what activities to begin, what activities to continue, and what activities must be ceased. These choices are hard to make. No one wants to stare down a fork in the road at two unknown paths and be forced to choose. No one wants to be the one blamed for making the wrong choice.
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But not choosing is a choice – it’s a choice for the status quo. It’s a choice that says, even though the environment has changed, we choose to pursue the same activities but set our sales goals a little higher. That choice may be a comfortable one to make, but it’s outcome is as unknown as the other possible paths.
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Strategy as choice is uncomfortable – which is probably why discomfort is the key signal that you and your team are truly engaged in strategic planning."
Para uns a manutenção do status-quo traduz-se  numa previsão de mais vendas, porque sim (por exemplo, o Sporting Clube de Portugal prevê um aumento das receitas em 40% durante esta época), para outros traduz-se no aumento continuado de impostos. Quando os contribuintes líquidos falirem ...

Trecho retirado de "Strategy is about choice".

A base de uma proposta de valor

"To create a compelling value proposition (Moi ici: A proposta de valor é fundamental, é o que uma empresa comunica, promete aos clientes. Que experiência vão viver se optarem pela sua oferta), you have to know your three C's: competencies, customers, and competitors.
Know Your Competencies.

The first step in creating a value proposition is knowing what you are good at (and what you are not). These core competencies serve as the building blocks for determining how your business creates value. What will you provide customers that they cannot get today, and how can you provide it in a way that uniquely differentiates your business?
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These competencies are the foundation of your value proposition, and you should consistently work to further develop and improve them to maintain a compelling offering."
Costumo escrever aqui no blogue, e defender nas empresas, que tudo começa pela identificação dos clientes-alvo. Tudo começa por identificar para quem vamos trabalhar.
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Contudo, não deixa de ser verdade que essa escolha inicial "Quem são os clientes-alvo" não pode ser feita no limbo, não pode ser feita no ambiente asséptico de uma sala de reuniões. Sobretudo para uma PME, a escolha dos clientes-alvo é fortemente influenciada pela sua história, pelo percurso e escolhas anteriores que levaram até ao ponto em que a questão se discute. Assim, faz sentido clarificar e tornar explícito o que já implicitamente influenciava a escolha dos clientes-alvo.
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É o que a "hipótese da efectuação" propõe, começar pelas perguntas:

  • quem somos?
  • o que sabemos?
  • quem conhecemos?
  • o que podemos fazer?
É da reflexão e iteração sobre as respostas a estas perguntas que surge a matéria-prima para a escolha dos clientes-alvo:
  • a empresa de materiais de construção que reconheceu em si a competência para inovar e fazer o que mais ninguém podia fazer;
  • a empresa de calçado que reconheceu o knowh-how que dispunha e os influenciadores que ajudariam a fazer a diferença;
  • a empresa farmacêutica que reduzida ao mínimo descobriu que o que tinha era precioso se orientado para outro modelo de negócio;
  • a empresa...

Testar antes de avançar em grande

Duas notas acerca deste artigo "300 lojas para concorrer com os CTT":

  • é acerca do "home delivery" que vai ter de explodir nos próximos anos, com a chegada de Mongo, com a explosão das vendas online, com o progressivo regresso à economia dos "fazedores", numa aldeia maior que já não olha para as distâncias como antigamente;
  • de acordo com o artigo, "a ideia foi testada durante dois anos nos postos-piloto". Nada está garantido, ninguém pode assegurar o sucesso da medida. No entanto, não é um tiro no escuro, dois anos de testes terão permitido adaptar meios, competências e iterado um modelo de negócio viável pronto para agora ganhar escala e volume.
Quantos projectos falham rotundamente (e este pode falhar porque nada está garantido) porque não testam o modelo de negócio previamente e avançam em grande?

segunda-feira, setembro 24, 2012

Era interessante, muito mais

Este texto "What happens when news organizations move from “beats” to “obsessions”?" discute se existe um futuro para um jornalismo de especialistas.
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Tirando algumas excepções, o que vejo é um jornalismo de "estagiários" (sem ofensa para os próprios que são os menos responsáveis).
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Um exemplo recente, na semana passada grande alarido porque apesar da crise "Custos do trabalho sobem 1,6 na zona euro, Portugal com 3ª menor subida" e "Custo do trabalho subiu no sector privado acima da média no euro".
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Quantos referiram isto:
"A redução das horas trabalhadas e o custo de indemnizações por despedimento (que entram nos custos não-salariais) podem ajudar a explicar a subida expressiva neste segundo trimestre."
Não é por nada mas esta foi a realidade "Mais 74% de despedimentos colectivos até Agosto" e esta é a realidade:
"Salários baixam pela 1.ª vez em termos absolutos em 2012"
Não era interessante termos um jornalismo que, antes de nos querer iludir, por exemplo com o seu feeling de que o melhor para todos era sairmos do euro, estudasse o que recebe e o descodificasse, para que o cidadão comum não se sinta perdido?
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BTW, olhem bem para o gráfico:

E para o subtítulo "% change".
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Cada barra compara a evolução dentro de cada país.
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BTW2, a propósito disto:
"Em 2011, o custo médio por hora de trabalho em Portugal subiu 10 cêntimos, atingindo 12,10 euros. Na Zona Euro subiu 70 cêntimos, para 27,60 euros."
Este número nunca devia ser apresentado sozinho, devia ser apresentado a par de um gráfico que compara o peso dos salários no PIB.