domingo, junho 14, 2015

O bode expiatório

Recordam-se de "O impacte da China nos preços mundiais" (4 de Junho de 2015):
"Ah, e já agora, antes que comecem a dizer que o preço do leite deriva do fim das quotas leiteiras"
As vozes socialistas* começaram o coro habitual "Bruxelas "não pode continuar a ignorar" queda do preço do leite":
""O boicote da Federação Russa [aos lacticínios europeus] e a retração de importações por parte da China e de Angola -- destino de 80% das exportações de produtos lácteos portugueses fora da Europa", contradizem "as perspetivas mais otimistas dos defensores do fim do regime de quotas leiteiras", afirma Neto Viveiros, citado num comunicado do Governo açoriano."
Os três factores indicados não têm nada a ver com o fim das quotas leiteiras. Se estas não tivessem acabado qual seria agora o bode expiatório?
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Qual é mesmo o racional do senhor? Se não tivesse acontecido o fim do regime de quotas leiteiras, não teria acontecido o boicote russo? Não teria havido retracção chinesa e angolana? Come on!


* não tem nada a ver com partidos

sábado, junho 13, 2015

Curiosidade do dia

"Além disso, Tyler Cowen referiu que ter um curso superior é menos importante no emprego do futuro, salientando que "temos que aprender coisas por nós" e que todo este processo será avaliado constantemente e com menos tolerância para erros. "Vamos todos ser candidatos políticos no futuro", realçou."
A velha ideia deste blogue:
"Ainda ontem falava disto numa empresa, a escola, o ideal da escola democrática é produzir exércitos, fornadas sucessivas de gente com iguais habilitações, que ninguém saia beneficiado ou prejudicado." (Março de 2007
"O modelo de escola que temos segue a missão de homogeneizar os alunos. A escola, desenhada durante a revolução industrial, pensada no tempo em que a oferta era inferior à procura, pretende criar clones que seguiram um mesmo percurso escolar, que tiveram o mesmo programa, que leram os mesmos livros, que... homogeneização, homogeneização, homogeneização!!!!" (Janeiro de 2011
"…as standardized work keeps getting automated, the only work left for people will be complex and creative. This type of work requires a culture of continuous learning.
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The good news is that everyone can learn. The bad news is that many have forgotten how. Learning is the key requirement in dealing with complexity, because you first have to try something new, and then learn from the experiment." (fonte)

Trecho retirado de "Tyler Cowen: "A meritocracia pode ser opressiva""

Para reflexão sobre a batota

"The freestanding retailer sells both discount brands like Maybelline and prestige department store lines such as Clinique, side by side, in an open-sell environment.
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It’s also creating a destination for all things beauty with in-store salons. Offering a service in addition to merchandise is just what retailers need to be doing these days: It’s about creating experiences for shoppers to woo them into stores in an era when they can buy most anything online."


Trechos retirados de "Why Ulta's Winning In Retail's Increasingly Crowded Beauty Sector"

Merkel também diz asneiras

"A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou hoje que um euro "forte" tornava mais difícil recolher os frutos das reformas feitas nos países europeus, designadamente Portugal e Espanha.
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"Um euro muito forte faz com que eles (Espanha e Portugal) só possam muito dificilmente pôr em prática as reformas e recolher os frutos destas nas exportações", declarou Merkel, imediatamente depois de ter elogiado as "importantes reformas realizadas por Portugal e Espanha"."
Merkel continua, tal como a tríade, formatada no modelo mental pré-Mongo. Nesse modelo mental o factor-chave para conquistar clientes é o preço.
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Qual tem sido a evolução das exportações portuguesas de 2009, exclusivé, para cá? Tem alguma relação com a força relativa do euro?
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Quando a troika chegou cá, qual o sector que estava mais saudável? O exportador, o mais aberto à concorrência. Ano após ano qual o sector exportador que não bate o recordes de vendas do ano anterior? Do calçado aos têxteis, do mobiliário ao vinho, da cerâmica à floricultura, ...
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A economia já está noutro paradigma e a maioria das pessoas educadas no modelo mental anterior não tem consciência que usa umas palas, que está dentro de uma caixa que a impede de processar a informação de outra forma.
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Como não recordar Max Planck e Napoleão:
"Uma nova verdade científica não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo-os ver a luz, mas porque seus oponentes finalmente morrem e uma nova geração  que está familiarizada com ela cresce" 
"Napoleon said: To understand someone, you have to understand what the world looked like when they were twenty." 


Trecho retirado de "Merkel. "Um euro forte faz com que 'eles' dificilmente possam pôr em prática as reformas""

Inovação sem estratégia, cuidado

Em "E a sua empresa, vende tudo da mesma maneira?" escrevi:
"Em tempos trabalhei com uma entidade que fazia projectos de investigação com PME. Muita dessa investigação era convertida em produtos inovadores que tinham ... pouco sucesso.
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Muitos dos produtos inovadores não tinham sucesso, acreditava e acredito ainda hoje, porque as PME os tentavam vender da mesma forma que sempre venderam os seus produtos, usando os mesmos comerciais, com os mesmos argumentos e através dos mesmos canais."
E em "Once again, I rest my case (parte II)" dei um exemplo de como trabalhar uma estratégia baseada na inovação a nível de ecossistema da procura:
Isto a propósito de "You Need an Innovation Strategy":
"The ProblemInnovation remains a frustrating pursuit. Failure rates are high, and even successful companies can’t sustain their performance. The root cause is that companies fall into the trap of adopting whatever best practices are in vogue or aping the exemplar innovator of the moment.
The SolutionManagers should articulate an innovation strategy that stipulates how their firm’s innovation efforts will support the overall business strategy. This will help them make trade-off decisions so that they can choose the most appropriate practices and set overarching innovation priorities that align all functions.
The StepsCreating an innovation strategy involves determining how innovation will create value for potential customers, how the company will capture that value, and which types of innovation to pursue. Just as product designs must evolve to stay competitive, so must innovation strategies as the environment changes.
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I have found that firms rarely articulate strategies to align their innovation efforts with their business strategies.
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An explicit innovation strategy helps you design a system to match your specific competitive needs.
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Finally, without an innovation strategy, different parts of an organization can easily wind up pursuing conflicting priorities—even if there’s a clear business strategy."


O poder das plataformas

A propósito de "Your Company’s Networks Might Matter More than Its Strategy" (apesar do título não ser do meu agrado):
"Today, ..., the most important capabilities and resources often lie outside of an organization. So executives need to leverage platforms in order to access ecosystems. Therefore, the ability to manage operation and the capacity to inspire employees is no longer enough.  Today, we must learn how to shape networks around a shared purpose."[Moi ici: Recordar a importância que damos aos ecossistemas da procura, há muitos anos]
Conjugar com "Seeking competitive advantage with service infusion: a systematic literature review", de Ville Eloranta e Taija Turunen , e publicado por Journal of Service Management, Vol. 26 Iss 3 pp. 394 - 425, (2015):

Como fazer da sua empresa uma plataforma ganhar-ganhar para vários intervenientes em simultâneo?



BTW, o primeiro artigo faz o relato de como a cultura interna da Blockbuster derrotou as medidas, do seu CEO, que, tudo indica, estavam a salvar a empresa.



sexta-feira, junho 12, 2015

Curiosidade do dia

Quantos mais ainda não realizaram isto?
"We have spent a lot of money shouting at customers and they were becoming tired of it and not listening."
Trecho retirado de "Asda spent a lot of money shouting at customers"

Sinal ou ruído?

Ontem escrevi sobre os modelos mentais, sobre as caixas em que estamos metidos em "Ask how many boxes you can think inside".
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Depois, encontrei "Innovation Is The Art Of Understanding Noise And Signal":
"as the availability of data has increased exponentially, there is a growing desire to more clearly separate signal from noise, in order to more closely attend to what is relevant, rather than what is incidental.
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The stronger your desire to predict and control, the more likely you are to misinterpret data, the more likely you are to make bad choices about what is noise and what is signal.
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Information then becomes the place you go to hunt for things to support what you have very likely already decided is true or important, rather than what you might discover to be true or important. This being the case, your organization, even when  it seems secure and successful and productive, is likely to be on a quick path to irrelevance, because almost certainly you will miss critical, differentiating opportunities to be innovative. Your focus on the signal, in service to prediction,  means that you will lose sight of the the rich value inherent in the noise.
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How is it that you distinguish noise from signal in organizations? And, perhaps  more important with regard to innovation, how do you decide what is noise and  what is signal? Signal is not an externally verifiable fact; it’s a bias in how we think, usually unconscious and unintentional. Both signal and noise are rich, robust inputs, and there is great risk in excluding one in favor of the other. So, the difference between an innovative way of thinking and a non-innovative way of thinking might be simply the ability to attend to information in an open, curious and creative way, and to avoid seeing information as either this or that, noise or signal."

"Hits" versus nichos

Em "Why Does Your Chocolate Taste So Bad?" um exemplo de como empresas mais pequenas, focadas em nichos podem coabitar com gigantes focados em "hits", focados na eficiência e no eficientismo:
"“The chocolate industry has lost sight of its fundamentals, which include flavor,”
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Actually, corporate chocolate giants such as Lindt, Hershey’s and Mars have long had an interest in genetics - but mostly as a tool for preserving and propagating cacao beans that consistently provide the highest yield and can withstand drought and diseases.[Moi ici: Eficiência e redução da incerteza, consistência de quantidade produzida. Sabor? Isso é secundário, ninguém nota, sobretudo se é um veículo de venda de açúcar a preço premium]
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Two of the most popular high-volume, fast producing varieties are CC-N51 in Ecuador and Cacao Mercedes in West Africa, which can both conceivably produce fruit in as little 18 months after being grafted. But cacao of this pedigree is generally low quality when it comes to taste and better suited for bulk production of cocoa butter and cocoa mass - critical for making Snickers but a detriment when it comes to crafting a quality bar with few ingredients."
Face a isto, empresas mais pequenas focadas em clientes que se distinguem da massa, podem fazer a diferença:
"The program is utilizing the industry’s most discerning palates, along with genetic analysis, to identify - and hopefully preserve - the fine-flavored cacaos of the world. HCP’s purpose is to increase the availability of quality cacao and encourage farmers to grow it in a market that’s currently overwhelmed by flat-taste, high-yield varieties.
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He’s part of a burgeoning new wave of chocolate production in the U.S. that focuses on the bean and nothing else.
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Whereas, industrial chocolate for a long time has been concerned solely with consistency and low cost. There’s nothing wrong with that, but it’s a different set of priorities.”
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The premium beans go for $5,600 per metric ton, which is approximately $2,600 more than the current world market price for cacao beans,
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flavor has currency again.” In recent years, companies such as Dandelion and Brooklyn-based Mast Brothers have proved there is a place in the market for a gourmet bar. Kimmerle says consumers would purchase even higher-end chocolate if businesses were willing to take the risk."

Já olhou para o low-cost desta maneira?

Em "Os modelos low-cost podem ser seus aliados" escrevemos:
"Portanto, os modelos low-cost podem ser seus aliados, se não os quiser copiar. Podem ser seus aliados se surgir como uma extensão natural para os que entraram pelo low-cost mas descobriram que querem experiências mais elaboradas"
Mensagem que foi reforçada em "Ter uma estratégia clara = escolhas claras = ideias claras = desejar sucesso à concorrência (parte VI)":
"We observe that over 35% of our members [Moi ici: Modelo de negócio low-cost] who join each month have never visited a health dub, sports centre or gym before, which is driven by a number of things."
Entretanto em "Easy Bikes, No Spandex Required" encontro outro exemplo desta realidade que muitas vezes descuramos: O low-cost pode ser e é uma porta de entrada para novos clientes.
"Running participation in the U.S. jumped 20% from 2009 to 2014, according to the Sports & Fitness Industry Association. That growth is tied to how inclusive the sport has become. For every hard-core distance runner, there are plenty of others just looking for a bit of exercise and enjoyment. An explosion of costumed 5K races and wine-country half-marathons has prized fun over finishing times. Meanwhile, bicycling participation has barely budged.
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Cycling has an unusual problem: Bikes are too often too awesome. Frequently made of expensive materials and featuring up to 33 speeds, bicycles can be intimidating. It is a reason that the number of people cycling has barely budged in recent years, while participation has soared for running.
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A core group of enthusiasts remains happy to shell out $3,000 to $10,000 or more for models with ultralight carbon-fiber skeletons and parts.
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But members of the bike industry admit that they’ve done a lousy job recruiting many new riders."
A mentalidade clássica, fácil de seguir por empresas grandes  mais distantes do contacto com as pessoas, quando pensa em servir melhor os clientes, pensa em mais atributos, pensa em mais acrescentos à oferta.
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O pensamento é qualquer coisa do género: existe o Fiat e o Ferrari. Todos os clientes quereriam ter um Ferrari mas não o podem ter porque não têm dinheiro suficiente. Os clientes são basicamente todos iguais nos seus desejos e necessidades, o que limita e condiciona é o poder de compra.
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Uma outra abordagem, uma outra mentalidade, começa por se centrar nos clientes como pessoas todas muito diferentes entre si e, em vez de se concentrar na oferta, pergunta: "Como podemos ajudar?"
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Muita gente resiste a entrar no mercado, intimidada pela tecnologia:
"“I ride my bike purely to get from one place to another—not, ‘I’m going to take this out for exercise for like 20 miles,’ ” says Cassie Rae DuBay, a 28-year-old law librarian in Dallas. She says she aims to “add a little exercise to my day by riding 2 miles, as opposed to driving.”
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For nearly a year, Ms. DuBay had put off buying a bike. First she felt she would be out of place with the geared-up cyclists in Seattle, where she attended graduate school. Then she was paralyzed by the hundreds of models and styles to choose from."
Ao nunca entrar, nunca vai subir na escala de relacionamento, conhecimento e paixão.
"But members of the bike industry admit that they’ve done a lousy job recruiting many new riders. So manufacturers, led by small, independent companies, have retooled one of the biggest obstacles to getting into cycling: the bikes themselves.
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there is new hope for cycling. Bike makers are paying more attention to people interested in zipping to the coffee shop instead of through the Pyrenees. These riders want the health benefits that come with pedaling without ending up drenched in sweat.
The most basic bikes—those without exotic parts or elaborate gears—are suddenly selling.
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Larger companies are following smaller firms’ urban trail. Performance Bicycle, a bikeshop chain with more than 100 locations in 19 states, recently launched a line of singlespeed and three-speed urban bikes for around $200 aimed at cost-conscious 20-somethings."
Da próxima vez que tiver vontade de insultar e culpar os membros low-cost do seu sector de actividade pare e pense:
  • o seu negócio é low-cost? E se é, está preparado para isso? Amanhe-se, está a navegar num mar repleto de tubarões, seja adulto e vá para a guerra!
  • o seu negócio não é low-cost? Então, agradeça aos membros low-cost o trabalho de "mineração" que fazem, eles criam os seus potenciais futuros clientes. Eles "ensinam-lhes" o bê-à-bá da actividade. Depois, alguns ficarão sempre por aí, mas outros ganharão uma paixão e sentirão uma necessidade genuína de subir para outros desafios. É aí que entra a sua empresa, dedicada a servir um grupo que quer mais do que o básico. Para isso, precisa de ter uma estratégia clara e estar alinhado com ela.


"quem pratica e não teoriza, só repete"

Um exercício interessante, o pensamento de Jorge Jesus sobre o futebol e o paralelismo com as empresas:
"A teoria é a reflexão da prática: quem pratica e não teoriza, só repete. E quem repete não evolui. Quando vou para casa, vou sempre a pensar no que aconteceu.”
Quantos empresários só repetem? Quantas chefias só repetem? Quantos trabalhadores só repetem?
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No futebol há o jogo e o pós-jogo. Ganha-se ou perde-se.
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E nas empresas? Quando se olha para trás e se avalia o que se fez e os resultados obtidos? Quando se avaliam os riscos e oportunidades e se perspectiva o futuro? Quando se decide fazer experiências para testar novas formas de trabalhar? Como se medem os resultados? Com que frequência? Quem os calcula? Quem os analisa?
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Há demasiada gente que se condena a repetir, que se limita a seguir modelos que resultaram no passado, se é que resultaram, e não abraça a possibilidade de fazer diferente, de evoluir, porque não há tempo para pensar, porque não há tempo para decidir.
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“Começo sempre por uma ideia pela forma como olho para o jogo e pela forma como quero que a minha equipa jogue, no processo ofensivo e defensivo”, afirma, dando depois o passo seguinte: “Trabalho a equipa por sectores, individuais e colectivos, trabalho os jogadores na componente individual. Depois começamos a trabalhar entre sectores colectivamente.”
Quantos empresários e gestores têm este exercício de abstracção feito e, têm identificado e estudado o seu modelo de jogo, o seu modelo de negócio?
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Sem a identificação e a tomada de consciência que uma empresa segue, bem ou mal, um modelo de jogo, é como se uma empresa só tivesse uma vida, a actual, a servir clientes de uma certa maneira. Com a consciência de que se segue um modelo de negócio e de que há várias possibilidades, várias alternativas, as empresas podem ganhar nova vida, experimentando novas combinações.

Trechos retirados de "Filosofia de jogo. O futebol pelos olhos de Jesus"

quinta-feira, junho 11, 2015

Curiosidade do dia

 
"As exportações portuguesas de vestuário e confeção voltam a crescer 9,35% até Abril de 2015, atingindo os 969.949 milhares de euros, dando assim continuidade à trajetória gradual sustentada de crescimento e contribuindo de forma efetiva para a evolução da atividade económica."



Trecho retirado de "Exportações de vestuário e confeção voltam a crescer. Em 2015 progressão é de 9,35%"

Iludidas com a democratização do luxo (parte III)

parte I e parte II, bem como, "De ajavardamento em ajavardamento".
"Luxury goods group Mulberry has found that there is one thing that supermodel, actress, designer and party attendee Cara Delevigne cannot do: sell £5,500 handbags in quantity.
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Mulberry has been combating falling sales and a string of profit warnings after an attempted brand repositioning into a more premium market segment saw core customers take their cash elsewhere. It recently introduced a range of cheaper handbags priced from £495 to appeal to a wider audience including younger shoppers."
Não basta decidir, é preciso ter uma história, ter um intangível que soe a autenticidade. Não basta ter os ingredientes, é preciso saber misturá-los na dose e na combinação certa:

Como não recordar o episódio (V ?) de Cosmos de Carl Sagan acerca de Marte (?) em que ele faz esta demonstração:


Este episódio é um clássico das minhas formações sobre sistemas de gestão, para ilustrar que o todo é mais do que a soma das partes.

Trechos retirados de "FT Opening Quote – Mulberry bags a loss"

"Ask how many boxes you can think inside"

"No One Can Think Outside the Box" pareceu-me um dos mais interessantes artigos que li nos últimos tempos:
"A box is a frame, a paradigm, a habit, a perspective, a silo, a self-imposed set of limits; a box is context and interpretation. We cannot think outside boxes. We can, though, choose our boxes. We can even switch from one box to another to another.
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Boxes get dangerous when they get obvious, like oft-told stories that harden into cultural truth. Letting a box rust shut is a blunder not of intention but of inattention.
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Boxes are invisible until we look for them. Let’s look.
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Almost no one questions whether those numbers are appropriate for the decision at hand. They silently adopt the supreme box of the corporate world: the financial accounting view of the company.
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I am not saying that a neat tabular arrangement of money over time is inherently right or wrong. I am saying that it is unwise not to notice what analytic framework you choose to answer a question.
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Whatever the company, the numbers and insights inside one box don’t include the numbers and insights from other boxes.
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don’t ask how you can think outside the box. Ask how many boxes you can think inside. Then, dive in. The revelations are fine."
E deu logo para fazer a ponte com os modelos mentais, as caixas, referidas em "Pensamentos sobre notícias do mundo empresarial"

Desafio

Indo à loja online do Continente e:
  • pesquisando com a palavra-chave "conservas de peixe";
  • filtrando por atum; e
  • considerando apenas embalagens de 110 a 125 gramas.
Obtém-se este panorama:

Comentários?

Ter uma estratégia clara = escolhas claras = ideias claras = desejar sucesso à concorrência (parte VI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IV e parte V.
E volto às entrevistas incluídas no relatório "European Health & Fitness Market - Report 2015" da Deloitte, desta feita com John Treharne, CEO do Gymn Group.
"Could you briefly describe the concept of The Gym Group? What sets your company apart from the competitors?
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We were the first low-cost operator open 24/7 in the UK. Furthermore, there are three other key parts of our business. First of all, we do offer competitive prices in relation to our 24/7-concept. Then, we implemented a very high technology-driven business, which differentiates us very much from the rest of the UK health club market. Another key part is that we have a no contract environment, so that members can join for any period. [Moi ici: Outra proposta diferente, outra combinação de oferta - low-price; aberto 24/7; muita tecnologia; e sem a amarra de um contrato. Como se houvesse uma lista de atributos e cada um destes entrevistados escolheu um modelo de negócio baseado em diferentes atributos e diferentes combinações, para servir diferentes segmentos da procura]
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From your point of view, what are the major trends and developments in the fitness industry that influence your company now and also in the future? ...
Work-life balance now receives higher significance. Additionally, I think the UK market is becoming more competitive in the local sector similar to the top market, which is also growing very quickly.
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I think the market will concentrate on special facilities, which might be special PT facilities, special cycling facilities or others. They will satisfy customers' wants and needs as well as their particular wishes and interests. So my guess is that the market requires more micro clubs, which offer only one special product so that customers can access exactly what they want without distraction from other things. [Moi ici: A caminho de Mongo, o acelerar do bailado entre o aumento da heterogeneidade da procura, a alimentar e a ser alimentado por um aumento da heterogeneidade da oferta]
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Is there further growth potential in the fitness industry in general; if so, in what regions or segments?
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What is happening already is the premium end of the market continues to grow and we will see the local sector grow very rapidly as it has done elsewhere in Europe. These concentrations lead to the mid-market being squeezed so that they have to move further up to the premium end of the market or have to become lower segment rather than to stay in the mid-market or stuck in the middle. [Moi ici: O velho fenómeno da polarização dos mercados e do "stuck-in-the-middle"]
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In recent years, low-cost operators have significantly impacted the European health and fitness industry. How would you characterise their role in the UK market today and will this trend continue in the near future?
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My personal belief is that the UK health market will continue to grow, but I do think it will be sector specific. We observe that over 35% of our members who join each month have never visited a health dub, sports centre or gym before, which is driven by a number of things. Prices reflect one important factor, but also the concept of 24/7 operation. This enables us to attract people like doctors, nurses, bus drivers etc. We are available to them, whenever they want. This is the key behind 24/7 operation."
Continua.




quarta-feira, junho 10, 2015

Curiosidade do dia

O que estará por trás desta história "Padaria troca máquinas por trabalhadores e sobe salários"?
"“A fábrica estava equipada com as máquinas mais modernas, mas estávamos a perder clientes e a receber queixas de que o pão já não era a mesma coisa”, acrescentou.
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Perante o número de queixas, César Ferreira decidiu dispensar algumas máquinas e investir no trabalho manual, contratando mais pessoas.
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“A faturação cresceu e está estável"
Será que as máquinas não eram as adequadas?
Será que faltaram competências para as utilizar?

De realçar a atenção ao feedback dos clientes.

"Vender o que o mercado procura"

Há dias em "O importante é não generalizar receitas" critiquei este trecho:
""onde é preciso convencer o consumidor a comprar os produtos. [Moi ici: Este trecho está muito mal metido, uma concepção obsoleta. Em vez de produzir produtos que têm de ser impingidos, que têm de ser empurrados, produzir produtos que são puxados pelos clientes, que são co-criados com eles]"
Pela forma como o texto do artigo foi escrito até se fica com a impressão que a mensagem é do português que depois o texto cita, Sérgio Rebelo. Entretanto, descobri outros textos onde Sérgio Rebelo expôs o seu pensamento na primeira pessoa, "5 ideias para Portugal vencer a crise" (Fevereiro de 2013):
"1. Vender o que o mercado procura"Os portugueses querem vender aquilo que funciona no mercado interno", defendeu Sérgio Rebelo. "Acham que sabem o que é a qualidade e é isso que querem vender", continuou o professor, "mas o mercado português é pequeno e idiossincrático, por isso a ideia não funciona". O economista deu o exemplo do vinho, defendendo que este é um sector onde as empresas precisam de apostar em marcas mais fáceis de internacionalizar."
e "Sérgio Rebelo: crise pode ser a oportunidade"  (Fevereiro de 2013):
"Outro dos aspectos a ter em conta, segundo Sérgio Rebelo, é "vender ao cliente o que ele quer e não o que acha que ele deve comprar", sendo o produtor que se deve adaptar ao mercado para onde quer exportar. "Os portugueses querem vender no exterior o mesmo que no mercado interno e não funciona","

Mixed feelings

Primeiro a mensagem que me deixa optimista:
"A empresa de Melgaço apostou em produções limitadas, com o foco comercial direccionado para o segmento da restauração.
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os vinhos Soalheiro são uma resposta "a toda a tendência gastronómica mundial", que está a optar "cada vez mais por pratos simples, elaborados, mas simples, associados a vinhos com baixo teor alcoólico, elegantes e com frescura". Nos últimos quatro anos, a empresa tem registado crescimentos nas vendas superiores a 20%.
...
A estratégia de António Luís Cerdeira "é a diversificação de mercados", até porque o foco comercial está na restauração.
...
As perspectivas para este ano são de um bom crescimento nos mercados externos, alavancadas nos recentes prémios que a marca recebeu.
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"o crescimento é mais lento, porque não temos volume". A estratégia da empresa assenta na qualidade das uvas e em pequenas produções. "O nosso objectivo não é crescer em volume, os vinhos esgotam todos os anos", realça. O objectivo "é valorizar o território, a uva, os parceiros viticultores, não queremos massificar o vinho que fazemos"."
Todo este discurso pode ser enquadrado num todo coerente, muito em linha com a mensagem geral deste blogue,

Depois, a parte que nos deixa um sabor estranho:
"Actualmente, a Quinta do Soalheiro produz cerca de 200 mil garrafas e estima que em 2016 possa chegar às 300 mil. A capacidade instalada permite uma produção de 500 mil."
Como é que esta perspectiva de crescimento se encaixa com o discurso da primeira parte?

Trechos retirados de "Soalheiro em 25 mercados com vinhos de baixo teor alcoólico"

Pensamentos sobre notícias do mundo empresarial

Já há dias escrevi em "Duas dúvidas de um anónimo da província" sobre as consequências da compra da Efacec nas escolhas estratégicas da empresa.
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Referi então que a aposta em direccionar a actividade para o mercado africano parece ser uma genuína escolha estratégica legítima.
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Não posso afirmar com segurança, ninguém pode, que será uma aposta bem sucedida. No entanto, é uma genuína escolha porque pressupõe que existe uma alternativa que se fosse verbalizada não soaria a algo estúpido ou absurdo.
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Qualquer genuína escolha estratégica pressupõe fazer algo de muito difícil, algo doloroso mesmo.
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Renunciar!
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Escolher algo em consciência e com intenção estratégica, porque os recursos são escassos, implica renunciar a opções que fariam todo o sentido sob uma outra orientação estratégica. Contudo, renunciar é muito difícil. Por isso, muita gente adia uma inflexão estratégica. Por isso, muitas empresas que poderiam fazer uma transição controlando o ritmo da mesma, acabam por adiar até serem condenadas a fazer algo já sem essa capacidade de controlo.
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Volto a encontrar nos media mais uma referência à Efacec, "Efacec vende negócio de logística a empresa alemã". Uma empresa que foi comprada recentemente... se a operação de venda estava acertada há cerca de dois meses, de certeza que os novos donos sabiam da mesma. Será que a pressionaram? Por que é que estas duas vendas ocorrem na mesma altura e nesta sequência?
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Muitas vezes, o que impede estas vendas é o muito humano sentimento de perda, "Endowment effect". Alguém, vendo o panorama de fora, pode propor, com independência e a objectividade possível, uma decisão que os de dentro recusam porque há muita bagagem emocional associada. Outras vezes, o que impede estas vendas é ainda mais perigoso, porque mais profundo e mais difícil de diagnosticar, a incapacidade de abandonar um modelo mental que limita os pensamentos e as opções.
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BTW, depois desta sequência de notícias sobre vendas, li "Grupo tailandês Minor oferece 82,5 milhões pelos Hotéis Tivoli" e pensei:

A caminho da Sildávia

Não pensei que a resposta viesse tão depressa. Começaram! Em Espanha, com "Industria prepara un impuesto contra la batería de Tesla".
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Em "Para reflexão (parte III)" terminei o postal com:
"Conclusão, sem a protecção dos governos, as utilities, are toasted."
E a protecção avança rapidamente, tão rapidamente, que a gente fica a desconfiar...
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Ontem em "Why Greece is not Ireland" li uma justificação interessante:
"Unmodernised capitalism
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The difference is: Greece is an unmodernised capitalism where you can’t impose austerity at this level and hope to modernise at the same time.
...
The problem is, the deep structures of Greek capitalism mean you can only modernise by unpicking things carefully and with consent."
Parece que no sul da Europa sofremos desta doença... cá, recentemente tivemos o exemplo da Uber. Será que os burocratas de Bruxelas nos podem salvar? (outra vez este weird feeling de que os burocratas de Bruxelas nos podem salvar de nós próprios) Será que queremos ser salvos? Será que, como comunidade, preferimos estar a caminho da Sildávia venezuelana, lenta mas seguramente?
Isto é tão triste... "Why nations fail"? por causa de instituições extractivas.

HT ao João Pereira da Silva.

terça-feira, junho 09, 2015

Curiosidade do dia

"Em termos das variações homólogas mensais, em abril de 2015 as exportações  aumentaram 9,7%, principalmente devido à evolução do Comércio Intra-UE (traduzindo  o acréscimo generalizado a quase todos os grupos de produtos, em especial nos Combustíveis minerais, Máquinas e aparelhos e produtos Agrícolas). As importações aumentaram 16,0%, devido à evolução tanto do Comércio Intra-UE como do Comércio Extra-UE, reflexo dos aumentos registados na totalidade dos grupos de produtos, mas sobretudo nos Combustíveis minerais, produtos Químicos e Veículos e outro material de transporte. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, em abril de 2015 as exportações aumentaram 5,5% e as importações aumentaram 13,2% face ao mês homólogo (respetivamente +8,7% e +9,9% em março de 2015)."
Isto apesar das exportações para um dos nossos principais mercados Extra-UE, Angola, terem caído quase 24% durante o primeiro trimestre de 2015, dada a situação provocada pela queda da cota-


Trecho retirado de "Estatísticas do Comércio Internacional Abril 2015" publicado pelo INE

Continua a não bater certo ...

Em Abril passado escrevemos "Decididamente há aqui alguma coisa que não bate certo..."
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Agora, chegados a Junho, continua a não bater certo com o discurso do presidente da Associação da Hotelaria de Portugal:
"Volvidos os primeiros 6 meses do ano, e em jeito de balanço, este comparador de preços de hotéis realizou uma análise comparativa dos preços da hotelaria em Portugal face ao ano passado e apresenta como principal conclusão que Portugal tem apresentado um perfil de crescimento crescente. Segundo o estudo, em janeiro (+4,1%), fevereiro (+4,2%), março (+6,5%) e abril (+7,9%) o nosso país registou subidas cada vez mais expressivas nos preços; em maio este crescimento atingiu a marca dos 10% e agora, no mês de junho, situa-se nos 14,3%."

Os modelos low-cost podem ser seus aliados

Ao ler "Medium is not a publishing tool" fiquei interessado na descrição histórica do Blogger e nas possíveis analogias para muitas empresas.
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Por exemplo, acerca do papel dos modelos de negócio low-cost para atraírem novos clientes, novos utilizadores, para o sector. Clientes que depois podem evoluir nas suas necessidades e serem atraídos por outras empresas com outras propostas de valor mais elaboradas:
"Twelve years ago, I was heading Blogger at Google and frustrated we kept losing users to our competitors, like Movable Type from Six Apart. A common phenomenon at the time was that people would start blogging on Blogger — because it was free, popular, and easy to set up — and then “graduate” to more powerful tools.
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Movable Type, Greymatter, and, later, Wordpress, had a much higher barrier to entry (before WP had turnkey hosting). But once someone had discovered the joys of sharing thoughts on the Internet, they were willing to invest the effort in order to get the added features and flexibility that the install-on-your-server software afforded.
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Understanding Blogger as we did at the time — as a software tool for creating and publishing web sites — we found ourselves in the race many software makers  know well: Add features, get more users. Competitor adds more features, lose  users.
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Today, we all understand the Internet business is not the software business. We strive to build networks and platforms. We compete on user experience (and marketing, to some extent). Features and flexibility are far down the list of  competitive tactics, at least when you’re dealing in consumer software (make that, services)."
Portanto, os modelos low-cost podem ser seus aliados, se não os quiser copiar. Podem ser seus aliados se surgir como uma extensão natural para os que entraram pelo low-cost mas descobriram que querem experiências mais elaboradas

Medo de subir preços?

A sua organização produz vómito industrial ou artesanato? Produz produtos maduros ou co-cria arte, ou personaliza?
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Arranje um tempo para ler e reflectir sobre "Can't Sell Your Art? Try Jacking Up Your Prices..."

Para reflexão (parte VIII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte V, parte VI e parte VII
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Acerca da importância da experimentação:
"One way to improve forecasts is to seek more data. But new research suggests that with fashion products, this doesn’t always help.
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Because creative industries are highly dynamic, historical data isn’t always useful on its own.
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They found an interesting wrinkle: We make better judgments about volatile demand when we consider only contextual data. Historical data seemed to impair the A&R managers’ ability to interpret context.
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Because algorithms can forecast linear relationships much better than the human brain can, Seifert’s team suggests letting a computer make decisions in stable environments where the predictions depend solely on historical data. But when asking someone to make a judgment call in a volatile environment, consider withholding historical information so that he or she can focus on contextual information. More data isn’t always better."

Trechos retirados de "When to Forget the Rearview Mirror"

Ter uma estratégia clara = escolhas claras = ideias claras = desejar sucesso à concorrência (parte V)

Parte I, parte IIparte III e parte IV.

Muito interessante esta linguagem colorida e o comprovar de que Mongo é uma realidade também no fitness
"Small, specialised, independent fitness studios – classed collectively as boutique studios – have the potential to take significant market share from the large, big-brand, ‘big box’ fitness centres and DIY gyms, as well as becoming the drivers of overall market growth, reveals a new industry report published today. The boutiques can command hourly fees the others only dream of, they build loyal communities, they are attractive to investors, they have proven business models and they cannot simply be replicated, absorbed or priced out by big brand muscle.
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The rise of the boutique fitness studio is set to transform an otherwise mature and sluggish industry that is inward-looking, over-absorbed with mergers, acquisitions and defensive strategies and not paying enough attention to what today’s customers, [Moi ici: Profundo! Falta de atenção para com os clientes actuais, muita preocupação com a defesa do status-quo] especially those with slightly deeper wallets, are willing to pay for.”
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Boutique studios generally specialise in just one activity, with indoor cycling and spinning common specialisms. Others include machine-based circuits, high intensity workouts and quality dance, pilates and yoga. Such activities are often to be found in ‘big box’ centres but the difference is that boutique studios stick just to their core offer and provide high quality, expert-led sessions that stretch their customers far more than self-led, DIY training but at a much lower price than one-to-one coaching. [Moi ici: Identificam os clientes-alvo, estudam a proposta de valor que vai ao seu encontro, não se concentram nos custos mas nas experiências, nos resultados, no JTBD]
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They also seek to provide a holistic quality experience, from meet and greet to deluxe changing rooms, coupled with technological convenience (eg apps to book sessions and monitor progress). And each boutique brand adopts an attitude throughout its marketing and service provision that reflects the mores and aspirations of its ‘tribe’, engendering identification and community loyalty.
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Boutiques charge much more than their larger counterparts per visit but do not have lock-in memberships: instead they live and die on a sustained quality of service that has people coming back for more."

Just as stack-em-high giant supermarkets are struggling against smaller, localised competitors, so the big brand chain fitness centres could soon find significant market share slipping away to the insurgent, upstart boutiques that understand their customers’ needs so well.” 


Trechos retirados de "Boutique fitness studios fire warning shots at big brand fitness chains"

segunda-feira, junho 08, 2015

Curiosidade do dia

Notável!
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Apesar dos governos socialistas que vamos tendo por cá, segundo os dados do Banco de Portugal:

  • Em 2005 as exportações representavam 28,5% do PIB (Boletim Económico | Inverno 2006);
  • Em 2007 as exportações representavam 33% do PIB; (Boletim Económico | Verão 2008.
Agora, no Boletim Económico | Verão 2015 pode ler-se:
"Esta evolução traduz uma recomposição significativa da estrutura da despesa no sentido de uma crescente orientação de recursos produtivos para setores com maior exposição à concorrência internacional, à semelhança do que se tem observado nos últimos anos. Neste sentido, o peso das exportações no PIB em termos reais deverá aumentar 14 p.p. entre 2008 e 2017, situando-se em cerca de 46 por cento no final do horizonte de projeção."
"Banco de Portugal mantém previsão de recuperação assente nas exportações"

Muitas vezes o que falta é ...

Muitos empresários deveriam ler e reflectir sobre o conteúdo deste breve artigo "Wine Prices : How Marketing Changes Your Brain's Pleasure Experience of  Wine"
"people get more enjoyment from a wine they’re told is expensive and less pleasure from one they’re told is cheap—even if they are actually drinking the same wine.
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“Expectations truly influence neurobiological responses,” write the authors.
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Previous blind tasting studies have also found that when prices are hidden, most people don’t enjoy expensive wines more than cheaper bottles. Surprisingly, they even tend to rate inexpensive bottles slightly higher."
Num mundo cada vez mais sedento de experiências, cada vez mais atento à componente intangível que acompanha a oferta tangível, muitas vezes não é preciso produzir mais depressa, não é preciso produzir outras ofertas. Muitas vezes o que falta é a aposta nas histórias, no intangível, no marketing, muitas vezes o que falta é o conhecimento dos "bias" que a mente humana usa, como por exemplo, o associar "mais caro a mais qualidade". Recordar "Acerca das escolhas que fazemos" e as escolhas influenciadas pelo "priming"

Dúvida

Recordando esta imagem:
E estes dois postais AAA e BBB.
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É um bom começo para enquadrar este artigo "Europe’s Top Airlines to Spend Billions in Battle to Win Back Passengers":
"Europe’s two biggest airlines are rolling out more than €4 billion ($4.5 billion) in cabin upgrades in an attempt to arrest the hemorrhaging of lucrative premium passengers to Middle East rivals that have stolen their customers in part by wowing them with luxurious amenities aboard flights."
Ao ler o artigo não pude deixar de recordar o exemplo da Fiat que, no início dos anos 70 do século passado, tentou lançar topos de gama para o segmento de luxo. Contudo, foi um insucesso. Os consumidores eram incapazes de dissociar a marca Fiat de uma marca de carros familiares, não de topos de gama. Será que o mercado do transporte aéreo está preparado para pensar de forma diferente?
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Recordar isto "CCC".
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Será que faria mais sentido criar marcas próprias para servir apenas este segmento?
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Estas companhias aéreas não têm sabido lidar com o segmento low-cost, será que serão capazes de lidar com o segmento high-price?

Disrupção na banca, o que pode vir aí

Um conjunto de 3 artigos todos sobre o mesmo tema, a disrupção do sector bancário e financeiro, muito interessante. Por cá, estas espécies que vivem perto das fumarolas, devem conseguir tornar isto inconstitucional, ou avançar com providências cautelares que parem a coisa, a menos que Bruxelas proteja os consumidores... tão weird escrever isto sobre Bruxelas..
"I think technology is impacting commercial banking in three main ways:
  1. Increasing access to information thereby allowing businesses (businesses here refers broadly to small, medium and large businesses which would be the clients of commercial banks) to make better decisions
  1. Reducing the friction/offering better experiences for businesses in conducting common activities
  1. Lowering the fees on transactions for businesses by serving as a cheaper middleman

To show how the above unbundling is beginning to happen, I’m going to start with the key activities performed by a commercial bank to see how startups have emerged to serve as a better platform or help perform them more efficiently:
  1. Checking and account management services
  1. Loans and financing
  1. Merchant services



"Finance has the three main characteristics of an industry likely to be transformed by technology:
  1. It traffics in bits, not atoms.
  1. Its services are often delivered remotely.
  1. There is little need for human contact.
Unlike other sectors with these characteristics — e.g., media, advertising, and travel services — finance hasn’t been disrupted.
...
These are major obstacles to change in financial services. All of them, however, are now falling away:"
Por exemplo:
"Technology is changing how we think about scale in finance. There is a growing recognition that scale can come from the network, not just from a single large firm. It is increasingly true that “the network is the bank.” The notion that security comes from a large institution seems increasingly dated, especially when one “too big to fail” bank can be replaced by a network of “so small no-one cares” innovators."
"The financial industry is on the cusp of being transformed in a way that may make it unrecognizable. Changing demographics, changing technology, regulatory flexibility, and new open payment protocols are transforming the very idea of money and finance. Opportunities are legion to rethink old business models based on dated assumptions about costs, scarcities, time, and even the nature of money. The unbundling of financial services is ahead, and it looks transformative, with huge opportunities for startups and for incumbents."

"In a world where everything is being unbundled, allowing consumers to pick and choose from things like television shows and college courses, financial services are becoming à la carte, as well. People, particularly millennials, are moving away from single monolithic banking institutions serving the majority of their financial needs to hand picking the specialized services that work for them.
...
What’s being disrupted: checking accounts, savings accounts and checks.
...
What’s being disrupted: ATM cards, cash and checks.
...
What’s being disrupted: large investment corporations like Fidelity and Vanguard.
...
What’s being disrupted: credit card companies.
...
What’s being disrupted: big banks with restrictive loan approval policies.
...
What’s being disrupted: accounts payable departments."

...

Como não pensar na ...

Ao ler "How Siggi's Grew From A Nostalgic Experiment To An Icelandic Yogurt Empire":

  • como não pensar na incapacidade dos incumbentes em perceber que há gente insatisfeita, ou disponível para testar novas experiências, como não pensar que estão tão concentrados a seguir a sua religião da eficiência que pouco mais lhes interessa;
  • como não pensar na importância de factores imprevistos no desenvolvimento das empresas, para o bem ou mal;
  • como não pensar na importância da autenticidade;
  • como não pensar na importância da motivação pessoal para testar e arriscar.

Para reflexão (parte VII)

No semanário Sol do passado dia 5 de Junho, no artigo "Exportar a arte dos alfaiates" encontrei um pormenor interessante:
"Além da Noruega, há outros três países em estudo para a primeira aposta, que replicará o modelo testado em Portugal - primeiro nas Amoreiras e depois no Norte Shopping, em Matosinhos, num investimento estimado de 800 mil euros nos próximos dois anos. «Já temos o alfaiate nas lojas, mas queremos que passe a olhar o cliente olhos nos olhos. A alfaiataria é uma tradição muito portuguesa e uma verdadeira arte, que tem grandes raízes em Alcains»,"
Bem na linha da experimentação e da abordagem bayesiana desenvolvida nesta série.
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Interessante, como em poucas linhas foram capazes de resumir a evolução da empresa face à evolução do meio, na última década:
"Durante décadas, a Dielmar não teve marca própria, colocando nas peças a etiqueta do cliente, nacional ou estrangeiro. Essa prática ainda hoje se mantém - a empresa não revela o nome das marcas internacionais para as quais trabalha -, mas na viragem para um novo século a administração soube antever a crise do têxtil. Apostou no valor acrescentado de uma marca própria, criou uma rede de lojas que compensou o declínio dos pequenos retalhistas e acompanhou a proliferação dos centros comerciais." 
Numa caixa a empresa critica o modelo actual em que as empresas que não são PME não têm acesso a fundos comunitários. A não ser que sejam multinacionais, acrescento eu.

domingo, junho 07, 2015

Curiosidade do dia

No ano passado tive uma reunião com o gerente de uma empresa de balões. STOP!!!
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Pára tudo!!!
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Balões?!?!?!
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Pois, também eu pensava o mesmo. Balões são balões, fabricam-se algures na Ásia e vendem-se por tuta-e-meia. Ignorância minha!!! Percebi que sim, que existe esse mundo, mas que também existe o mundo dos balões de qualidade no acabamento, não para as festas de aniversário da pequenada, mas para animar congressos, seminários, feiras, ...
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Foi disso que me lembrei ao ver estas imagens:
É animador e, sobretudo, revelador, perceber que em todos os sectores existe espaço para uma panóplia de abordagens estratégicas:


O importante é não generalizar receitas


Há dias o JdN publicou o artigo "O crescimento nos extremos da cadeia do valor". Confesso que a mensagem me surpreendeu:
"As cadeias de valor mudaram radicalmente com a abertura ao comércio da China e de outros países em vias de desenvolvimento, a existência de tecnologia de informação e a modernização da logística. Com esta transformação, o valor concentrou-se nos extremos da cadeia de valor. O design, o branding, a concepção dos produtos que o consumidor quer comprar e, depois a distribuição, as vendas a retalho, onde é preciso convencer o consumidor a comprar os produtos. [Moi ici: Este trecho está muito mal metido, uma concepção obsoleta. Em vez de produzir produtos que têm de ser impingidos, que têm de ser empurrados, produzir produtos que são puxados pelos clientes, que são co-criados com elesA produção, que ficou no meio, perdeu o seu atractivo.
...
Por isso, para capturar um maior valor nestas cadeias as empresas têm de se especializar nas fases com maior capacidade de diferenciação e externalizar as restantes. "Tipicamente,as actividades que agregam mais valor são as que se encontram a montante da cadeia de valor (como inovação. desenvolvimento de produto e design) ou a jusante (como, por exemplo, o marketing, a gestão da marca e o controlo dos canais de distribuição)"
Depois, o artigo termina com:
"Os caiaques Nelo deviam ser uma bandeira da indústria portuguesa, pois qualquer canoísta quer ter um caiaque Nelo"
Ou seja, o artigo termina com um exemplo baseado na produção nacional.
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Pessoalmente, prefiro que se mantenha a produção por cá e se suba na escala de valor, como o têm feito os sectores tradicionais, incorporando os "extremos da cadeia" junto da produção. Realmente a produção tem menos valor se a oferta for básica, for madura, for standard, for ... obsoleta e baratucha. Contudo, quando fazemos uso da flexibilidade, da proximidade, das pequenas séries, da rapidez, da autenticidade, é fundamental ter a produção por perto.
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O importante é não generalizar receitas, por exemplo, no mobiliário vemos o casamento de empresas que dominam os extremos com empresas que produzem, e a combinação parece resultar. No calçado vemos cada vez mais empresas que dominam a produção, a dar o salto, com marca própria, para ocuparem também os extremos ao seu ritmo, sem pôr em causa o private-label.

“Who is our customer?”

"Customer Confusion
Ask 10 random people in your organization “Who is our customer?” How many different answers would you get?
Ideally, the answer is the same. There is only one customer. Your strategy, resources and goals and objectives must be aligned around a singularly defined customer.[Moi ici: Um dos temas mais queridos neste blogue, a importância fundamental de definir quem são os clientes-alvo. Ao longo dos anos marcadores como: clientes-alvo; miudagem, fantasmas estatísticos. É fundamental perceber quem são os clientes-alvo, para poder desenhar uma proposta de valor talhada para os servir]
...
A lack of clarity and alignment about the customer leads to confusion and uncertainty about critical organizational priorities. A consistent definition of customer, can break down silos, unlock lost productivity and empower your people.
...
Getting consensus about a single definition about who your customer is can be a very powerful driver of high performance, but very difficult to achieve. You will have to contend with identifying who is not your customer, just as much as you will have to define who your customer is. Once the senior leadership team is aligned on the customer definition then it will be critical to define how each of the units led by the senior leadership team fits into the value chain of the customer.
Misalignment about the customer at the senior leadership team impacts the entire organization."
Vale a pena ler o artigo para perceber algumas consequências de não ter definido e comunicado quem são os clientes-alvo.


Trechos retirados de "Customer Clarity … Exactly who is your Customer?"

Acerca do futuro, a caminho de Mongo

Três textos, três temas que se relacionam permitindo perspectivar, espreitar, um pouco do futuro em Mongo.
"Solar PV works differently: it converts sunlight directly into electricity.
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This difference sounds technical, but it is enormously consequential. It brings three obvious advantages, often touted by solar proponents.
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First, a solar cell has no moving parts, so operation and maintenance costs tend to be very low. It has to be kept clean, but that's about it.
Second, a solar cell requires no fuel — so fuel costs are zero. Once the initial investment is paid off, and subtracting modest O&M costs, the power produced is  free.
And third, a solar cell generates power without any pollution."
Os painéis solares vão ser cada vez mais eficientes e mais presentes no dia a dia, em locais que hoje não imaginamos, como a fachada de um edifício. A energia estará disponível em todo o lado, mesmo sem rede eléctrica (parte I e II).
 "[Moi ici: O choque da passagem da máquina a vapor como alimentadora de energia de uma fábrica, para a electricidade] Electrification enabled, for the first time, equipment that could operate independently of others in the factory, with the introduction of local electrical motors. Instead of being dependent on one or more line shafts, each piece of machinery could operate with a unit drive. This possibility completely confounded the designers and operators of the existing plants. Indeed, the magnitude of the potential change in plant design and possibility was so significant that many operators simply could not comprehend how vast the changes would be.
...
With the advent of commercial 3-D printing, we are on the cusp of yet another seismic change in our assumptions of how manufacturing is conducted. Entire concepts that have underpinned the gospel of manufacturing, including lean manufacturing, six sigma quality, supply chain management, and many others will be challenged in the same, difficult-to-grasp way that electric motors called into question the gospel of plant design back in the 1900s. Many will have the same difficulty making the transition as their predecessors who depended on a centralized source of power did."
"Within days of Perry’s performance, he began to sell his Left Shark figurine on Shapeways, a central marketplace for 3-D-printed objects,
...
The following day, Shapeways heard from Perry's lawyers. They demanded that the site swiftly remove Left Shark from the site, claiming that Perry owned the copyright on the shark suit. [Moi ici: Weird! Patentes no vestuário?] Within hours, the site complied.
...
Familiar with the terrain, Sosa moved his Left Shark to Etsy and his personal website, then took to Twitter to drum up awareness of Perry’s lawyers’ accusations. As Sosa’s tweets went viral, NYU law professor Christopher Sprigman, who specializes in intellectual property conflicts, offered to represent him.
...
Second, the copyright claim was erroneous to begin with. Perry didn’t own the copyright on the shark suit, because the suit wasn't necessarily copyrightable to begin with. Costumes fall into the category of "functional goods,"[Moi ici: Eu sabia] legal jargon for something that serves a useful purpose, as opposed to just being ornamental, Springman explains.
...
It isn't clear yet if the rapidly growing technology of 3-D printing is straining other potentially competitive industries. At the moment, the NPD Group reports that action figures, accessories, and role-play toys accounted for $1.26 billion of $20 billion in U.S. toy sales in 2014.[Moi ici: Como não pensar no exemplo da indústria discográfica, nos jornais, na ...]
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"We have all learned a lot from technological disruptions in the past decade or two, and the biggest lesson seems to be that the best response to your customers adopting a new technology is to meet them there," he says. More legal battles over 3-D printing are coming, and uglier ones too. Weinberg underscores the upside to all the fighting for the future of the technology as a whole. "The good news is that all of this is a sign of a growing industry, and is really only happening because we are starting to see success."[Moi ici: Não pensei que começassem tão cedo]"



Ter uma estratégia clara = escolhas claras = ideias claras = desejar sucesso à concorrência (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.
Um intervalo no comentário das entrevistas no relatório "European Health & Fitness Market - Report 2015" da Deloitte, para sublinhar alguns pontos interessantes em "Comment on Pure Gym buying LA fitness":
"What does this mean for the UK fitness industry?.
As the LA fitness clubs convert over to the Pure Gym brand it means one of the industry’s founding gym brands will leave the high street, subject to CMA approval of course. It’s a little sad but also a reflection of how the gym landscape has changed and how consumers have quickly embraced new fitness trends. The longer established gym brands have recently been re-defining their core offering to ensure they remain relevant in an era of abundant gym and broader fitness offerings. I believe this is the year they need to demonstrate a real leap in value for their members otherwise they face a bleak outlook.
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Has the fitness industry become increasingly stratified by cost?.
I see the UK health and fitness market bifurcating or forking along two distinct pathways – ‘self-service’ and ‘supported’. ... Low-cost gyms have tapped this phenomenon very effectively, attracting members seeking a more ‘narrow’ gym-led fitness experience and content to serve themselves. However, perhaps less conspicuous is the second pathway, which I describe as ‘supported’, where customers seek and pay for a more guided experience. This is where the very best specialist studios are to found purposely engaged in helping customers reach a desired health and wellbeing aspiration. So one pathway serves up outputs (facilities) and the other outcomes, a critical difference. [Moi ici: Muito bom. Uns disponibilizam equipamentos, disponibilizam instalações, outros ajudam a atingir objectivos. É o "How can we help?". Costumo usar esta comparação]
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I think the issue for legacy brands such as LA fitness is that the consumer has been receiving more of a self-service experience, but at monthly fees far higher than offered by low-cost gym brands.[Moi ici: Outra vez muito bom!!! Em sintonia com o meu diagnóstico. O que só revela o quanto há por fazer nas "legacy brands"]
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What future moves do you anticipate in the sector?.
The low-cost gym brands will continue building momentum and their geographic reach in order to bring affordable and accessible fitness to all corners of the UK. However, also look out for the specialist boutique-style studios such as Psycle, Heartcore Fitness, Barry’s Bootcamp and 1Rebel that attract a fanatical following from customers seeking expert-led sessions. These people are prepared to pay £20 for a single 45-minute class, which is proof that parts of the industry are not commoditising."
BTW, não esquecer esta citação retirada da coluna de citações:
"When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"
O mundo económico é, cada vez mais, não o triunfo de um modelo, mas a explosão de diferentes modelos, dedicados a diferentes tribos, permitindo a coabitação pacífica


sábado, junho 06, 2015

Curiosidade do dia

"A newly-released headset hopes to wake people up or calm them down by manipulating the electricity in their brain.
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Thync costs $299 and has just been released to the public. It provides “calm or energy on demand”, the company says, by using “neurosignalling” to activate nerves and change people’s state of mind."
Isto pode ser mau para o ecossistema que vive da venda de comprimidos para as depressões e para dormir.

Trecho retirado de "Thync: company launches mood-changing wearable that zaps brains"

Limpinho, limpinho, limpinho

"Um regime económico baseado na dívida é diferente do regime económico estruturado pelo capital. O capital vale mais do que o seu valor actual, porque nele está inscrito o padrão de relações económicas, sociais e políticas que permitiram no passado a sua acumulação e que contém a potencialidade de continuar a gerar mais capital no futuro. A dívida revela que foi gerada por um padrão de relações que é inviável, pelo que só tem interesse como via de entrada para quem, tendo capital, quiser impor a dominação e a subordinação, é uma canga que se põe ao pescoço.
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Na estimativa de Francisco Louçã, a dívida de toda a economia portuguesa será de 702 mil milhões de euros, quatro vezes o PIB, a que corresponde uma dívida por habitante de 70 mil euros. É melhor descobrir esta realidade tarde do que nunca, mas já não chega a tempo de evitar as consequências. Quando a esfera da dívida interfere na articulação das esferas económica, social e política, tudo fica distorcido e perturbado e as relações em que se baseiam as decisões já não podem insistir nas ilusões do passado."
Trecho retirado de "A canga e o pescoço"

Mais material, sim, mais material para reflexão

Por várias vezes ao longo dos anos, neste blogue, tenho criticado a Centromarca por desperdiçar tanta energia numa guerra com os seus clientes, a distribuição grande, e não se concentrar no mais importante, naqueles que mandam na distribuição grande, os consumidores, os clientes dos seus clientes.
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Por isso, não surpreende um resultado como este:
"E se, de repente, as marcas que conhecemos desaparecessem?
Na maior parte dos casos, isso não teria qualquer impacto para a vida dos portugueses. Pelo menos, isso é o que dizem os resultados do estudo Meaningful Brands Portugal 2015. Este estudo mostrou que as únicas marcas que fariam falta são as marcas relevantes, que representam apenas 26% do total de 96 marcas  analisadas no País. São aquelas que são imprescindíveis, porque fazem de facto uma diferença na vida das pessoas.
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Este fenómeno não é exclusivo de Portugal e, a nível global, os valores são os mesmos. Resultados, aliás, que se têm vindo a agudizar desde 2011, o primeiro ano em que foi realizado o Meaningful Brands. Se nesse ano 71% das marcas poderiam desaparecer sem as pessoas se importarem, em 2015 o número aumentou para 74%, confirmando uma tendência generalizada de cepticismo e desconexão dos consumidores em relação às marcas."
Num mundo a entranhar-se em Mongo, em que há cada vez mais gente fora da caixa, os consumidores apreciam menos as marcas?
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Julgo é que desconfiam cada vez mais das marcas gigantes herdades do século XX, não admira que depois vejamos isto "These Are The Giant Corporations That Own Your Favorite Organic, Mom-And-Pop Brands" (e não querem que se saiba), procuram autenticidade e atenção a pontos que vão contra a religião dominante, a da eficiência.
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Trecos retirados de "E se de repente as marcas que conhecemos desaparecessem?"