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sexta-feira, dezembro 22, 2017

E porque não somos plankton (parte VIII)

Leiam o título "Nestle to Sell U.S. Chocolate Business as Market Melts". Oiçam o video com os comentários e justificações. Leiam:
"The U.S. chocolate market is sputtering, and in August, Lindt & Spruengli AG blamed North America when it forecast the weakest revenue growth in at least eight years."
Depois, olhem para a evolução do mercado do chocolate nos Estados Unidos:

E para "Chocolate Industry Analysis 2017 - Cost & Trends":
"Growth of the chocolate industry over the last decade has been driven in large part by an increasing awareness of the health benefits of certain types of chocolate and growing popularity in Asian Pacific countries.
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Chocolate is broadly classified by the amount of cocoa it contains. Milk chocolate accounts for more than 50% of all chocolate consumption but may contain as little as 10% cocoa. Hershey's milk chocolate has approximately 11% cocoa, with a whole lot of milk and sugar added in. Chocolate is considered “dark” if it has more than 60% cocoa.
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Instead of being something to avoid or consider a special treat, consumers are finding out that many diets and even doctors are recommending regular consumption of dark chocolate.
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Premium and dark chocolate are the strongest segments of the market in the United States in terms of growth, though not market share. Unique products and consumption experiences are keeping consumers coming back for more.
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There are an abundance of chocolate franchise opportunities for the interested entrepreneur! Much of the variety comes from niche products such as chocolate drink fountains, premium selections or unique recipes.
Knowing your local market and providing a product or experience that can not be found is key to finding the right business."
Se ouviram os comentários do vídeo talvez tenham recordado que Mongo is gigantes-unfriendly (como a P&G et al).

A Nestlé gosta de vender aquele chocolate com 10% de cacau (na minha primeira entrevista de emprego, o director de produção de uma fábrica de chocolate dizia-me que o chocolate era um excelente veículo para o que interessava, vender açúcar. Foi na segunda-feira a seguir à primeira maioria absoluta de Cavaco) mas em Mongo a tendência é outra.

Parte VII.

domingo, fevereiro 12, 2017

Outro exemplo analógico de Mongo; o chocolate

Na coluna do lado direito, nas citações, encontra-se:
"When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"
Ontem, ao ler "Little Chocolate’s Big Moment" sorri quando encontrei:
"“When you have increasing concentration of producers in the center, you leave room on the periphery for specialization,”
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In other words, as all the stuff in the middle, whether it’s from Hershey’s or Budweiser, gets more similar, there’s more room for outliers, whether from Dandelion or Brooklyn Brewery."[Moi ici: Vêem a lógica do canadiano e por que ela pode resultar?]
O artigo, para um missionário do Evangelho do Valor, um adepto da concorrência imperfeita que prevê um paradigma económico chamado Mongo, é das coisas mais deliciosas que se podem ler.
"Craft chocolate, like beer and coffee before it, is ready to go mainstream."
Lá chegaremos ao tempo em que o craft estará de volta, para alimentar e ser alimentado num baile de co-criação, a todos os sectores de actividade económica:
"The backlash against Big Food has crept from the supermarket’s beer and coffee aisles into the chocolate aisle—a rejection of candy as commodity, its units identical and cheap."
E para os que acreditam que tudo se resume a custos:
"At Whole Foods, for example, which sells only bars that it considers "ethically sourced,” the number of chocolate suppliers has increased 50 percent in the last four years.
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“I don’t think Mars or Hershey has anything to worry about,” says Clay Gordon, a craft chocolate adviser, teacher, and author. The difference between craft chocolate (small, artisanal) and industrial stuff (mass-made, consistent), he says, is so fundamental that they aren’t really competitors."[Moi ici: Por isto é que deixei de pensar em David vs Golias e passei a David e Golias]
BTW, os problemas da Hershey com a compra da anterior marca craf Scharffen Berger só ilustram aquele repelão das tribos:
"-Tu não és meu irmão de sangue!"

sábado, março 26, 2016

Será mesmo o El Niño?

Ontem em "A dualidade de critérios" o artigo citado referia que o aumento do preço do chocolate se deve ao efeito do El Niño:
"E a explicar estas subidas estão as condições climatéricas. O tempo mais seco do que é habitual, devido ao fenómeno "El Niño", tem afectado as plantações e, assim, estimulado o preço das matérias-primas."
Estranho! Sempre associei o El Niño ao oceano Pacífico.
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Basta uma pesquisa à produção de cacau de 2015 para perceer que o único produtor mundial de relevo banhado pelo Pacífico, o Equador até aumentou a produção em 2015!
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Ainda com a leitura fresca da evolução da produção do café no Kénia e no Uganda:
"COFFEE was once Kenya’s biggest foreign-exchange earner, but these days the industry looks less perky. The country’s record, 127,000-tonne crop was all the way back in the 1987-88 season. Output plunged by 40% the following year, after the global coffee cartel axed its quotas, exposing the industry to competition. It has been falling ever since: last year it was less than 45,000 tonnes, a mere 0.5% of coffee production worldwide.
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Coffee production in neighbouring Uganda has more than doubled since 1990, to 285,000 tonnes. In 2010, the most recent year for which comparative data are available, Kenyan coffee farmers received 20% of the export price of their crop, compared with more than 80% in Uganda."
Acredito que o preço do chocolate depende mais do aumento da procura na Ásia, das doenças nas plantas e nas  pessoas (o ébola andou pela Costa do Marfim, por exemplo) e das instituições extractivas que mais tarde ou mais cedo cometem o erro de Veneza.

sexta-feira, junho 12, 2015

"Hits" versus nichos

Em "Why Does Your Chocolate Taste So Bad?" um exemplo de como empresas mais pequenas, focadas em nichos podem coabitar com gigantes focados em "hits", focados na eficiência e no eficientismo:
"“The chocolate industry has lost sight of its fundamentals, which include flavor,”
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Actually, corporate chocolate giants such as Lindt, Hershey’s and Mars have long had an interest in genetics - but mostly as a tool for preserving and propagating cacao beans that consistently provide the highest yield and can withstand drought and diseases.[Moi ici: Eficiência e redução da incerteza, consistência de quantidade produzida. Sabor? Isso é secundário, ninguém nota, sobretudo se é um veículo de venda de açúcar a preço premium]
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Two of the most popular high-volume, fast producing varieties are CC-N51 in Ecuador and Cacao Mercedes in West Africa, which can both conceivably produce fruit in as little 18 months after being grafted. But cacao of this pedigree is generally low quality when it comes to taste and better suited for bulk production of cocoa butter and cocoa mass - critical for making Snickers but a detriment when it comes to crafting a quality bar with few ingredients."
Face a isto, empresas mais pequenas focadas em clientes que se distinguem da massa, podem fazer a diferença:
"The program is utilizing the industry’s most discerning palates, along with genetic analysis, to identify - and hopefully preserve - the fine-flavored cacaos of the world. HCP’s purpose is to increase the availability of quality cacao and encourage farmers to grow it in a market that’s currently overwhelmed by flat-taste, high-yield varieties.
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He’s part of a burgeoning new wave of chocolate production in the U.S. that focuses on the bean and nothing else.
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Whereas, industrial chocolate for a long time has been concerned solely with consistency and low cost. There’s nothing wrong with that, but it’s a different set of priorities.”
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The premium beans go for $5,600 per metric ton, which is approximately $2,600 more than the current world market price for cacao beans,
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flavor has currency again.” In recent years, companies such as Dandelion and Brooklyn-based Mast Brothers have proved there is a place in the market for a gourmet bar. Kimmerle says consumers would purchase even higher-end chocolate if businesses were willing to take the risk."

quarta-feira, janeiro 01, 2014

Acerca do chocolate e da estratégia

Ainda consigo rastrear o dia, 20 de Julho de 1987. Fácil, foi o dia seguinte à eleição que levou à primeira maioria absoluta de Cavaco Silva e toda a gente na fábrica falava nisso.
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Fui entrevistado por um alemão(?), radicado em Portugal há muitos anos, mas a coisa não chegou a bom porto e, por isso, nunca cheguei a ingressar na fábrica de chocolates Imperial.
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Isso nunca me impediu de seguir de perto com curiosidade o percurso dessa empresa. Ao ler este artigo "O segredo da fábrica de chocolates", sublinho duas notas, uma positiva e, uma outra que me parece negativa, esperemos que o erro seja meu.
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Vamos à positiva:
" a Imperial prepara-se para fechar o ano com um doce crescimento de dois dígitos no volume de negócios, que ronda os 25 milhões de euros. Claro que o aumento da exportação deu uma ajuda. Um quarto da faturação é feita fora de portas, numa geografia variada
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Mas o aumento das vendas não se esgota na exportação. Num mercado interno anémico e parado, a Imperial vai cometer a proeza de crescer 10%, o que significa que está a roubar quota à concorrência estrangeira."
Como é que se justifica este desempenho? Voltemos ao texto do artigo para obter a resposta da fábrica:
"O segredo da fábrica de chocolates Imperial consiste numa ágil combinação entre diferentes ingredientes: inovação, flexibilidade, qualidade e o hábil manejar do marketing na relação emocional forte que as suas marcas têm com o consumidor." (Moi ici; Sublinho só estes dois factores porque os restantes são só para o mercado nacional
Agora vamos à parte... talvez não seja negativa, talvez seja só a pulga atrás da orelha:
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Tenho medo desta conjugação:
"O segredo da fábrica de chocolates Imperial consiste numa ágil combinação entre diferentes ingredientes: inovação, flexibilidade, qualidade"
A que acrescento:
"só no último trimestre lançou no mercado 30 novos produtos - o que ajuda a perceber porque é que a Cotec a distinguiu com o Prémio Inovação 2012." 
Com esta outra informação:
"e a Suíça, onde bate o coração da indústria de chocolate e a maior cadeia alimentar do país acaba de encomendar toda a linha Jubileu." 
A minha pulga atrás da orelha é esta; de um lado, uma aposta na inovação, do outro, desconfio, uma aposta no volume se calhar com margens mais baixas, incapazes de suportar a aposta na inovação no médio-longo prazo. Ainda na passada segunda-feira tentei comprar uns produtos congelados da Maggi numa loja do Continente e fui informado que deixaram de trabalhar com o Continente. Há marcas que não estão para aturar as "tiranices" da distribuição grande. E, convém recordar:
"Concentration in food retailing in Hungary and in Switzerland surpasses the US’s retail concentration."
E perceber a situação na Suiça:

Quanto custa servir a cadeia de distribuição na Suiça? Que margens são praticáveis? Sobretudo quando não há uma marca forte para lhe fazer frente... recordar a Purdue.
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Provavelmente é uma especulação minha, mais uma, sem razão de ser. É tudo uma questão de saber o preço a que lhes fica o dinheiro... recordar que não há almoços grátis. Como estarão a evoluir as margens? Qual o retorno da inovação?
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BTW, recordar "Empresa do grupo RAR registou em 2012 o seu melhor ano de sempre, com um crescimento de 17% nas vendas"
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Volume is Vanity, Profit is Sanity.

Imagem retirada de "Retailization - Brand Survival in the Age of Retailer Power"... Uau, grande livro...

sábado, agosto 11, 2012

Notável!!!

"No primeiro semestre deste ano, o volume de negócios da Imperial, detida pelo Grupo RAR, ‘engordou’ 18% face a Junho de 2011, para 13 milhões de euros. «O grande responsável por este crescimento foi o mercado interno, onde crescemos 17%. No mercado externo crescemos 19%»,"
Um país que mexe...
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"Para este ano, o objectivo é adicionar mais 10% ao volume de negócios de 2011, que rondou os 21,2 milhões de euros, com lucro de um milhão.
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«O ano 2012 vai ser, provavelmente, um dos melhores que a Imperial já teve», acredita a responsável. O negócio «pode vir a crescer este ano cerca de 25% no mercado externo», prevê."
 Comparar com o discurso que satura os media portugueses, sobretudo as televisões.
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Trechos retirados de "Regina e Pintarolas adoçam império"

terça-feira, novembro 01, 2011

E vão viver de quê?

"Com um volume de vendas de 20,4 milhões de euros, a Imperial registou, em 2010, um aumento de 14 por cento no seu volume de vendas para o mercado externo, destacando-se os países da América Latina, África e Europa de Leste. A previsão de crescimento da exportação em 2011 é de 15 por cento e o peso das vendas no exterior representam já 20 por cento do total. É de sublinhar que a taxa de crescimento das vendas nos últimos 5 anos foi de 30 por cento."
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Trecho retirado de "Imperial - Chocolates nacionais conquistam mercados externos"