sábado, maio 09, 2015

Poça! Até pareço defensor de um governo socialista!

Ontem, no programa Contraditório da Antena 1, a jornalista Ana Sá Lopes comentou a vitória eleitoral de Cameron no Reino Unido, justificando-a com a capacidade que o governo de Londres teve de minorar a austeridade e fazer diminuir o desemprego
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O que Ana Sá Lopes não disse, acredito que porque não sabe, porque não estudou, porque comenta como se comenta num café entre amigos, sem preparação e sem receio do contraditório, porque está entre pares que praticam o mesmo ofício.
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O Reino Unido criou mais emprego nos últimos 5 anos que toda a zona euro junta. Por que baixou o desemprego no Reino Unido?
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Segundo Ana Sá Lopes, o sucesso britânico deveu-se ao facto de terem moeda própria.
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O que é que Ana Sá Lopes não sabe?
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Com base em "TSU 2.0 (parte II)"
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Em vez de subir o SMN, o governo baixou a tributação sobre os baixos salários, tornou-os mais atractivos:
"The take-home pay of a minimum-wage worker has risen by about 20 per cent over the past five years, twice as fast as the average salary."
E onde é que o governo britânico foi buscar a compensação?
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Para baixar o défice e para compensar a quebra na receita fiscal, o governo britânico fez aquilo que, segundo o racional de Ana Sá lopes, só se pode fazer fora do euro, ou se o Quim deixar:
"At the start of this government, Ed Miliband predicted a jobs armageddon — austerity would inevitably mean mass unemployment. Osborne would cut 500,000 public sector jobs, he said, with ‘no credible plan to replace them’. And surely government spending is synonymous with prosperity? Boldly, he forecast a ratio: one private job would be lost for every public sector job lost — leading to the loss of ‘a million jobs in all’."
Sim, leram bem, o governo britânico começou por fazer o que faz sentido, para minimizar o impacte sobre a comunidade, despediu meio milhão de funcionários públicos.
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Depois, tornou mais difícil estar no desemprego e rejeitar oferta de trabalho.
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Depois:
"Osborne’s corporation tax cuts have helped: he inherited a rate of 28 per cent and has lowered it each year — it will fall to 20 per cent next month. This has given a massive stimulus to the economy: companies that pay less tax have more money to spend on hiring workers.""
Sim, baixou o IRC...
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O que diria Ana Sá Lopes desta receita da troika?
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Não é ciência de foguetões, até o Gaspar a quis aplicar e, contudo, não pôde... não é constitucional.
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Todos os dias temos esta treta nos media, treta tão vergonhosa que me conseguem pôr a defender o governo socialista de Passos e Portas.

Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte V)

Parte I, parte IIparte III e parte IV.
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Há mais de 13 anos que conheço o J. foi no âmbito de um projecto em que eu era o consultor e, o J. era o responsável do sistema de gestão da qualidade de uma empresa. Desde então, com alguma frequência, e na companhia de outro amigo que tinha conhecido no ano anterior, o Aranha, realizamos um jantar de francesinha, para pôr a conversa em dia.
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No entanto, só recentemente no Facebook é que percebi que o J. tem um hobby, pega em aquários de vidro e cria obras de arte:

Julgo que não estou a cometer nenhum erro ao chamar a este tipo de aquário um aquário "plantado", porque o J. planta verdadeiras florestas mergulhadas, verdadeiros ecossistemas vivos. Um aquário como o da foto não resulta de comprar peças e juntá-las. É preciso jogar com a sensibilidade das plantas, com a dose certa de nutrientes, com a dose certa de luz, com a dose certa de CO2, com a dose certa de cálcio, se o aquário tiver camarões como os do J. costumam ter. É preciso ciência e arte para jogar com todos estes parâmetros e muitos mais, para criar um ecossistema vivo e saudável.
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Tive de marcar uma francesinha a dois para conhecer melhor esta faceta do J.
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O J. contou-me que os pais tinham uma loja de animais de estimação. Depois, com a chegada dos centros comerciais, primeiro, e das vendas online depois, acabaram por ter de fechar a loja. O J. é o primeiro a contar que muitas vezes tentou convencer o pai a deixar a prática antiga de ser uma loja generalista, uma loja que tem tudo para todos e, passar a ser uma loja especializada em algo que os "chineses" do sector não pudessem oferecer. Infelizmente não teve sucesso nessa missionação.
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O J. começou a interessar-se pelos aquários plantados e a fazer algumas experiências. Bateu contra a parede algumas vezes e nunca desistiu. Depois, começou a pesquisar, a estudar e a ler (o que surpreendentemente poucos fazem) o que conseguia encontrar na internet sobre o tema. É interessante perceber que estamos a falar com um habitante de Mongo, um típico membro de uma tribo, alguém capaz de:
  • referir a importância do caudal de CO2 que bomba para o aquário em função do volume do mesmo;
  • alterar o padrão de agitação da água consoante se se está de dia ou de noite, porque de noite as plantas não consomem CO2 e o excesso de CO2 pode matar os peixes;
  • dissertar sobre o padrão de iluminação, os comprimentos de onda mais adequados para o melhor crescimento das plantas num aquário;
  • discutir sobre a potência de iluminação em função da altura do aquário;
  • apresentar o resultado dos seus estudos sobre os macronutrientes e micronutrientes e, como começou a preparar as suas próprias receitas de fertilizantes;
  • entusiasmar-se com as diferentes técnicas de crescimento inicial das plantas e, porque prefere o "dry start" a outras;
E, quando tentamos não fazer figura de ignorantes e referimos algo que ouvimos há anos sobre a introdução de peixes em aquários, o J., em duas penadas, leva facilmente um engenheiro químico a perceber que esse conselho está completamente errado... pois, nitritos.
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Ontem à noite, com base no que apanhei da interessante conversa, desenhei um canvas para um modelo de negócio baseado na arte dos aquários plantados:
O J. tem uma vida estabilizada e não tem ideia de transformar o seu hobby num negócio. No entanto, um dia que queira, desde que não pense pequeno e se limite ao mercado nacional...
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Neste caso, comecei o canvas pela proposta de valor, o que é que o J. pode oferecer? Aquários "plantados", hitec (acho que é isto que chamam quando há introdução de CO2 num aquário), verdadeiras obras de arte. Para quem, quem serão os clientes, particulares entusiastas deste tipo de aquário e lojas que podem servir de intermediários para a venda de aquários, para a venda das combinações de fertilizantes feitas pelo J., que podem organizar workshops onde o J. pode lançar mais gente na arte, que podem servir de ligação com clientes que precisam de manutenção planeada (negócio de subscrição) ou manutenção de emergência (por exemplo, salvar um aquário da invasão de algas). Como se vê, tem claramente potencial para ser mais do que um hobby, tais as fontes de rendimento que se descobrem sem grande reflexão.
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Por que coloquei o "postit" "zoos" no bloco dos parceiros? Foi um desafio que lancei ao J. Quando vamos a um zoo como o da Maia, ou o de Avintes, não seria bom ter por lá uns aquários plantados "made by J." com espécies animais num ecossistema muito mais bonito do que aqueles que vemos? Os milhares de visitantes ficariam a conhecer a referência do J. Por cada 10000 visitantes, quantos visitariam o site do J. e seriam tentados a fazer um workshop ou a encomendar um aquário?

Enquadrei esta história sobre a arte do J. nesta série, pois é mais um exemplo do que se passa em tantos e tantos sectores em que a oferta, comoditizada, é demasiado homogénea. Em qualquer sector, existe uma parte do mercado que está underserved:
O grosso do mercado, clientes overserved, é servido pelas lojas dos centros comerciais com funcionários ignorantes. O J. defende-os, são ignorantes porque ganham pouco e o patrão não lhes arranja formação. Não nego nada disso! No entanto, rematei logo:
- Mas também são míopes! Se vissem um bocadinho mais à frente, estudavam, apaixonavam-se por algo e deixavam de ser vendedores e passavam a ser consultores de compra. Passavam a ser empregados mais valiosos e cobiçados pelos patrões actuais ou futuros.
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Durante o jantar até lhe recordei a história do Pedro Lomba e a do El Corte Ingles.
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No entanto, haverá sempre uma parte do mercado que fica underserved e não pode ser servida pelas lojas dos centros comerciais. E com a internet, o truque alemão pode ser seguido por muito mais gente (definir um alvo-premium e viajar pelo mundo a servir esse tipo de cliente).
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O que o exemplo de J. me recorda são as sábias palavras de Suzzane Berger:
"… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor"
Costumo escrever aqui no blogue que há sempre uma alternativa, para uma situação em que um negócio parece não ter futuro. Ontem, via Twitter, descobri esta citação:
"There's always a choice, say the Sisters, but there's always a twist..."
As Sisters são o equivalente na mitologia nórdica às 3 irmãs que na mitologia grega criavam, teciam e cortavam a linha da vida dos humanos, as Parcas da minha infância.

Evolução do desemprego, o que mais ninguém lhe diz

O gráfico que se segue regista a evolução mensal do número de desempregados em Portugal, registados pelo IEFP, entre Janeiro de 2002 e Março de 2015.
Cada coluna representa o número total de desempregados em cada mês.
Cada coluna está dividida em 5 cores. Na base temos o peso do número de desempregados na Construção. Depois, a vermelho, temos a contribuição do número de desempregados no Alojamento e restauração. Depois, a contribuição do sector do Comércio por grosso e a retalho. Depois, a cor laranja a contribuição do sector do imobiliário. Por fim, a castanho a contribuição de todos os outros sectores (restantes Serviços, Indústria e Agricultura).
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Algumas observações:

  • O número de desempregados nos quatro sectores descriminados, em Março de 2015, é igual ao total de desempregados que se registava em Janeiro de 2002.
  • O número de desempregados nos outros sectores, em Março de 2015 está quase a chegar ao número de desempregados nos mesmos sectores, em Janeiro de 2002.(figura acima)
Como é que que se criam 200 mil empregos nos sectores (Construção, Imobiliário, Comércio e Restauração) sem introduzir insustentabilidade na economia?
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Como é que se criam incentivos para que as pessoas aceitem emprego em novos sectores de actividade?

sexta-feira, maio 08, 2015

Curiosidade do dia

Este artigo, "The four global forces breaking all the trends", é tremendo. Mais um exemplo das mudanças brutais que estão a mudar o mundo, sem o percebermos.
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Alicia Juarrero lembra-nos esta verdade:
"It's very difficult to change the background assumptions"
 O artigo alerta-nos para essas "background assumptions" a sofrerem reset prático, sem que nos apercebamos disso. Salientando só os números:
"By 2025, when China will be home to more large companies than either the United States or Europe, we expect nearly half of the world’s large companies—defined as those with revenue of $1 billion or more—to be headquartered in emerging markets.
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Perhaps equally important, the locus of economic activity is shifting within these markets. The global urban population has been rising by an average of 65 million people annually during the past three decades, the equivalent of adding seven Chicagos a year, every year. Nearly half of global GDP growth between 2010 and 2025 will come from 440 cities in emerging markets—95 percent of them small- and medium-size cities that many Western executives may not even have heard of and couldn’t point to on a map.
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Or Tianjin, a city that lies around 120 kilometers southeast of Beijing? In 2010, we estimated that the GDP of Tianjin was around $130 billion, making it around he same size as Stockholm, the capital of Sweden. By 2025, we estimate that the GDP of Tianjin will be around $625 billion—approximately that of all of Sweden.
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But by 2013, about 60 percent of the world’s population lived in countries with fertility rates below the replacement rate. [Moi ici: A culpa deve ser do Gaspar e da troika] This is a sea change. The European Commission expects that by 2060, Germany’s population will shrink by one-fifth, and the number of people of working age will fall from 54 million in 2010 to 36 million in 2060, a level that is forecast to be less than France’s. China’s labor force peaked in 2012, due to income-driven demographic trends. In Thailand, the fertility rate has fallen from 5 in the 1970s to 1.4 today.
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Asia is becoming the world’s largest trading region. “South–south” flows between emerging markets have doubled their share of global trade over the past decade. The volume of trade between China and Africa rose from $9 billion in 2000 to $211 billion in 2012. Global capital flows expanded 25 times between 1980 and 2007. More than one billion people crossed borders in 2009, over five times the number in 1980."

Acerca dos têxteis técnicos

Um artigo, "Fitas de Arouca "atam" milhões aos correios de França", três apontamentos:
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Artefita - uma empresa que vende no mercado do preço mais baixo (ganhou concurso público para fornecer a La Poste, fornece a Wal-Mart). Portanto, potencial pouco explorado em produtos de maior valor percepcionado (sectores automóvel, agrícola, náutico e protecção e segurança).
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ERT - apreciei este trecho "[A ERT] Começou em 1992 com forros para sapatos e está a entrar nos protectores respiráveis e impermeáveis para colchões, tendo cinco pessoas na equipa de inovação, dedicado à integração de electrónica em substratos têxteis.[Moi ici: Um exemplo concreto de "É meter código nisso"] Apresentou à BMW um couro que descarrega música para o "smartphone" e registou na semana passada a patente de um sistema incorporado no tecido da ca-deira de bebé, que detecta e alerta caso ele fique esquecido no carro."
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ASM - Apesar de todo o respeito e consideração pela ASM (Associação Selectiva Moda), será que é o melhor enquadramento para uma feira técnica?

Baptistas da Silva ao ataque?

O título "Restauração perdeu quase 53 mil postos de trabalho em seis meses" deixou-me com duas interrogações:

  • E nos outros anos, qual foi a evolução?
  • 53 mil... não é muita fruta?
Por causa desta série estranhei logo o valor dos 53 mil postos de trabalho perdidos.
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A AHRESP recorre a números do INE. Eu, recorro a números do IEFP. OK, é justificável que existam algumas diferenças. Contudo, estas diferenças são enormes e mereciam ser justificadas por alguém.
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Vamos à evolução do desemprego no sector do Alojamento e Restauração, segundo os números do IEFP, ao longo dos anos.
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A evolução da diferença entre o número de desempregados em Março de um ano e o número de desempregados em Setembro do ano anterior, desde Setembro de 2002 até Março de 2015 está representada na figura.
A última evolução, a referida pela AHRESP no artigo, é a terceira mais baixa dos últimos 13 anos!
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Qual é a dimensão em números?
Como é que 50 mil desempregados do INE comparam com 4557 desempregados do IEFP?




 

Um novo modelo de negócio, para subir preços

Eis um excelente exemplo que pode ser replicado facilmente, "Plataforma Online para Eliminar Intermediários na Exportação de Produtos Agrícolas". Qual a motivação?
"Plataforma online espanhola tem feito sucesso naquele país, conseguindo aumentos de preço entre 20 a 50% para os produtores.
O Comércio internacional procura a compra direta, sem intermediários, de produtos agrícolas aos produtores, para ganhar em frescura, qualidade e preço. Este é o princípio da plataforma espanhola naranjasyfrutas.com, que pretende com isso eliminar os intermediários no processo de venda, dando aos agricultores a oportunidade de poder vender com maior rentabilidade e aos importadores de comprar a um custo mais baixo um produto mais fresco."
Escrevi que pode ser replicado facilmente... no entanto, talvez precise de uma abordagem diferente. Os produtores portugueses têm áreas produtivas mais pequenas, a produção não é tão comoditizada, não temos "Mar del Plastico", por isso, talvez a ideia deva ser trabalhada para a realidade portuguesa.
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Um exemplo prático do que significa investir numa alteração do modelo de negócio. Neste caso, uma nova prateleira, um novo canal de apresentação dos produtos..
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BTW, em Portugal, no dia em que alguém testar esta abordagem, corre o risco de ter um instalado intermediário a interpor uma providência cautelar a um tribunal, e um juiz a aceitá-la.

Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte IV)

Parte I e parte II e parte III.
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Em Junho de 2012 critiquei e classifiquei como errada a opinião do futuro presidente da república em "Agora é que vão começar as decisões políticas".
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Quando há dinheiro, quando há recursos, verdadeiramente não é preciso estratégia. Contudo, quando faltam os recursos, é preciso fazer escolhas, é preciso renunciar... é preciso ter uma estratégia, ter uma política.
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A nossa política passa por:
"baixar impostos, aumentar salários, reduzir importações, aumentar emprego, fazer obras, redistribuir pelos mais fragilizados, acabar com a austeridade, aumentar o défice e reduzir a dívida"
Estão a ver o resultado do teste de Roger Martin?
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Pois!
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Agora, voltemos ao mercado interno e ao sector da saúde. Consideremos este texto "Why Strategy Matters Now" de Michael Porter e Thomas Lee, publicado pelo "The New England Journal of Medicine.
"Until recently, most health care organizations could get by without a real strategy, as most businesses understand that term. They didn’t need to worry about how to be different or make painful decisions about what not to do. [Moi ici: Are you there Mr Rio?] As long as patients came in the door, they did fine, since fee-for-service contracts covered their costs and a little more. Success came from operational effectiveness: working hard, embracing best practices, and burnishing reputations that attracted both patients and talent. Virtually every provider was included in most payers’ networks, and patients could generally seek care wherever they pleased at modest or no extra cost. Most organizations maximized revenue by offering every possible service in volumes as large as possible and expanding the same well-reimbursed services to cross-subsidize less profitable ones. Typically, “strategy” defaulted to having the scale and market presence to secure good rates and be included in networks.
But that era is ending.[Moi ici: Nas estruturas de saúde do Estado ainda estamos na fase dos hospitais-cidade, organizações demasiado complexas para funcionarem, e dos hospitais separados entre si por 30 km e que competem entre si pelas especialidades todas]
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Many health care organizations today are running near full capacity but have flat or declining revenues. Bargaining power has shifted away from providers.
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The time has come for health care organizations to rethink the meaning of strategy. Strategy is about making the choices necessary to distinguish an organization in meeting customers’ needs.
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In the new era, strategy must reflect a health care organization’s fundamental purpose: what it is trying to achieve and for whom. Financial margins and growth targets will be the results rather than the drivers of strategy. Historically, organizations could pursue multiple goals, such as meeting all their communities’ health care needs, preserving physicians’ autonomy, educating clinicians, and conducting research. Today, one goal must become paramount: improving value for patients.
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IPUs need to differentiate themselves from competitors by emphasizing care for certain types of patients — those for whom they can achieve better outcomes and have particular expertise, or those for whom they have similar outcomes as competitors but can deliver care at a lower cost, more quickly, or more conveniently."

Para onde quer que olhemos, sempre o mesmo padrão. Ainda darei maus um exemplo na parte V.

Assim, talvez ter inimigos entre os clientes ou ex-clientes seja bom sinal

Já por várias vezes escrevi aqui no blogue sobre esta regra, simples e poderosa, usada por Roger Martin:
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Se olharmos para uma estratégia e escrevermos o seu contrário, teremos uma espécie de estratégia oposta. Essa estratégia oposta é estúpida?
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Se for estúpida, então é porque não estamos perante uma verdadeira estratégia.
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Por exemplo:
Estratégia: A nossa estratégia passa por aumentar a satisfação dos nossos clientes.
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Estratégia oposta: A nossa estratégia passa por diminuir a satisfação dos nossos clientes.
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eheheh esta nova versão é perfeitamente estúpida (ainda que seja seguida por muitas empresas). Logo, aquela estratégia não é uma verdadeira estratégia!
"The point is this: If the opposite of your core strategy choices looks stupid, then every competitor is going to have more or less the exact same strategy as you. That means that you are likely to be indistinguishable from your competitors and the only way you will make a decent return is if the industry currently happens to be highly attractive structurally."
Vamos desenvolver um pouco mais as consequências deste racional.
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Então, uma boa estratégia, só com base no teste, pode ser: Vou abrir um restaurante especializado em comida vegetariana.
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Por que é que é uma boa estratégia?
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Porque o contrário não é estúpido!
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O restaurante não proíbe a entrada a ninguém. Agora imaginem que um apreciador de carne entra no restaurante, distraído ou apertado com o tempo e com os compromissos. Será que ele vai ficar entusiasmado com este restaurante?
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Vai à procura dum bom bife de vaca e sai-lhe um "vol-au-vent" de tofu!
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WTF!!!
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Sigam o meu racional agora, por favor, uma empresa com uma boa estratégia vai sempre ter admiradores incondicionais, sobretudo se executar bem a estratégia, e... vai ter detractores, clientes muito insatisfeitos, inimigos mesmo!
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Já uma empresa com uma não-estratégia, terá gente que não apreciou, mas daí a fazer deles inimigos... julgo que não.
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Assim, talvez ter inimigos entre os clientes ou ex-clientes, talvez seja bom sinal
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Como o Justin Bieber... recordar "Justin Bieber e o preço da diferença"



Trecho retirado de "The First Question to Ask of Any Strategy"

quinta-feira, maio 07, 2015

Curiosidade do dia

Para melhor percebermos o mundo onde nos entranhamos.

Para reflexão

"Just as industrial society became a society of corporations, it developed into a society of employers and employees. [Moi ici: O mundo do século XX, o mundo de Metropolis, o mundo da eficiência, o mundo da massa] These were two different ways of looking at the same phenomenon, jobs. Almost all economic theories have made, and still make, the same assumption: the employer  - employee relationship is necessary to create jobs. We have taken that relationship as given.
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We should ask whether the current social construct of jobs is inevitable, or whether it is a social artefact that is over 100 years old, and should be redesigned. [Moi ici: Claro que os incumbentes não vão apreciar esta pergunta]
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Industrial workers used to do as they were told. This now creates a systemic inefficiency. Today, knowledge workers should negotiate solutions in active interaction with their peers. We also used to think that organizations outlived workers. The organization came first, and people served the organization. Today, workers’ careers outlive organizations, profoundly challenging our thinking."

Trecho retirado de "The future of jobs: not being an employee, but not quite like being a contractor either"

Todos os tipos de negócios interessam!

Ao longo dos anos, aqui no blogue, temos defendido o empreendedorismo, o genuíno empreendedorismo, todo o tipo de empreendedorismo, contra os seus detractores:
Também muitas vezes se comenta no Twitter, qual o papel das associações patronais e quem é que defendem. Já que o universo de empresas é tão heterogéneo, quem defendem os seus líderes associativos?
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Por que razão os líderes associativas patronais estão sempre disponíveis para dar o OK a um aumento do salário mínimo? Quem é mais prejudicado com o aumento do salário mínimo, as empresas grandes ou as empresas pequenas?
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Por isso, recomendo a leitura de "The 4 Types of Small Businesses, and Why Each One Matters" para reflexão:
"Sure, the local dry cleaner isn’t going to employ radically more people next year than it did this year. But these Main Street businesses employ a lot of Americans –as many as 57 million– and the policies they need are not the same as the ones required by startups. If policymakers really want to help small businesses — and they should - they need to understand that not all of them are alike. Each type has a way it contributes to employment and the vibrancy of the American economy.
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There are 28 million “small businesses” in America, defined as firms with fewer than 500 employees, and they fall into four different segments:
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Most of these small businesses don’t actually have employees. Almost 23 million are sole proprietorships, covering a wide range of sectors, from consultants and IT specialists to painters and roofers.
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The next-largest segment of small businesses is comprised of what I call Main Street entrepreneurs. These are the dry cleaners, restaurants, car repair operations, and local retailers that are part of the fabric of our daily lives. There are about 4 million of them, and they employ a significant portion of the workforce. Many of these businesses exist largely to support a family and are not principally focused on expansion. While these businesses have high churn rates—opening and closing frequently– they are critical to America’s middle class.
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An important but less well-documented type is comprised of an estimated 1 million small businesses that are part of commercial and government supply chains (referred to as suppliers). These businesses are often focused on growth, domestically or through exports, and operate with a higher level of management sophistication than Main Street firms.
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Of the remaining small businesses, about 200,000 qualify as high growth startups and firms. These are the companies that punch above their weight when it comes to job creation. A study by economist Zoltan Acs in 2008 found that only about three percent of all businesses can be classified as high growth businesses or “gazelles,” but that they are responsible for 20 percent of gross job creation.
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Each type of small business matters for different reasons. The key is to remember that what helps one group will not necessarily have the equal or any impact for another. Praise for small businesses is warranted because of the role they play in driving an innovative and competitive economy and promoting social mobility, but when it comes to helping them succeed it’s essential to avoid treating them all the same way."

Isto não é estratégia!

"And what appears to be strategy, isn’t.
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Best practices. “Follow the leader” is by definition a losing proposition. It immediately and forever relegates you to also-ran status.
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They neglect context entirely. They forego thinking in favor of the silver bullet.[Moi ici: Recordar "Não existem boas-práticas"]
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thinking is the main event of strategy…thinking about how to be unique, not be the same. Even if you fool yourself into believing that you can adopt a best practice and do it better, you’ll never hold a winning position that way. A same-but better approach will result in long-term mediocrity, in which case you’ll be easily comprised by another fast follower.
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Organizational effectiveness. Certainly the optimization of a firm’s resources and processes is important, and a critical component of long-term success. But it’s just that…a component. No firm I know of ever created a sustainable leadership position or competitive advantage solely on the basis of a method like lean or six sigma.[Moi ici: Pois, recordar "Cuidado com o que escreve, não culpe a caneta"]
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Corporate efficiency has ruled many a firm in the last decade. But that’s not strategy, because it neglects a real danger: resource exhaustion at the hands of overoptimization of the wrong capabilities and activities.
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Plans. Nice, dense, long documents or decks that spell out a detailed, tactical to-do list, complete with resource allocations, timelines, budgets, and even balance sheets. What’s missing, almost every time, is the clear thinking on how all these wonderful and ambitious actions will add up to a winning position, much less a sustainable one. [Moi ici: Alinhamento!]
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Denial. “Strategy doesn’t work in a fast-changing world.” Those aren’t the exact words I hear, but they reveal the sentiment. It’s a debilitating and defensive mindset which ignores the fact that the pace of change is being set by players with new and creative strategies. It’s a mindset that almost automatically puts a firm in an entirely reactive and defensive mode, ever vigilant for possible disruption. The old cliche of “the best offense is a good defense” simply doesn’t work over the long haul.
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None of these approaches are true strategy, which is always focused outwardly on the future, and all about making the difficult choices required to win with customers and against competitors."

Trechos retirados de "What Appears To Be Strategy…Isn’t"

"Reach for the head, heart and hands"

"Reach for the head, heart and hands
The communication of strategy and its execution comes in different shapes and forms: from individual conversations during objective setting over group interactions around the Balanced Scorecard, and from intranet postings to writing a memo regarding a strategy shift. But they all serve one purpose: to get the strategy into the heads, hearts and hands of the people.
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Heads, hearts and hands
  • Heads: You want everyone to understand the strategy.
  • Hearts: You want everyone to be motivated by the strategy.
  • Hands: You want everyone to take action to get things done.
Strategy communication is crucial to strategy execution success.
Communication of the strategy and its execution is an essential, ongoing component of your implementation efforts. And although some elements might seem trivial and simplistic on the surface as everyone can communicate to some degree, the reality shows that it demands substantial skill and knowledge to communicate the relevant information to the desired person that results in the required action.
So the question isn’t so much if you communicated but how well. In other words, don’t focus on the question ‘Was my message communicated?’ but rather on ‘Was my message effective?’. Look beyond the send button and shift your focus to the receiving end."
Recordar a citação:
"The single biggest problem in communication is the illusion that it has taken place."

Trechos retirados de "Strategy Execution - The definitive guide" de Strategy Jeroen De Flander

quarta-feira, maio 06, 2015

Curiosidade do dia

Nestes tempos de greve na TAP, é interessante ler artigos como este "Super-connecting the world".
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Quando dizemos, quando percepcionamos a mudança que vai no mundo, não é só no desenvolvimento de novos modelos de negócio, não é só na vertigem da inovação tecnológica. É também no papel cada vez mais secundário que o asilo europeu vai entranhando na sua identidade:
"A decade ago Emirates, Qatar Airways and Etihad Airways, based in Abu Dhabi, were insignificant. But these three “super-connectors”, in recent years joined by Turkish Airlines, increasingly dominate long-haul routes between Europe and Asia.
..
Last year the four carriers flew about 115m people into and out of their hubs in the Gulf or Istanbul, compared with 50m in 2008. Their combined fleet has swollen to more than 700 aircraft and they have a further 900 or so on order.
...
Europe’s struggling national airlines, such as Lufthansa and Air France KLM (AF-KLM), were among the first to start losing market share to the super- connectors. They are now suffering the same devastation on long-haul routes that low- cost carriers (LCCs) like Ryanair and EasyJet have inflicted on their shorter routes. As Andrew Charlton of Aviation Advocacy, a consulting firm, puts it: “The LCCs ate European airlines’ lunch; the Gulf carriers are coming to eat their dinner.” Lufthansa says its Frankfurt hub has lost nearly a third of its market share on routes between Europe and Asia since 2005, with more than 3m people now flying annually from Germany to other destinations via Gulf hubs.
...
Now the grumbling is getting louder from across the Atlantic, as America’s airlines begin to feel the heat. This week a lobby group backed by Delta, American and United Airlines released documents to back up a report it put out in February, accusing the three Gulf carriers of having been given $42 billion in assistance by their state owners in the past decade.
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If anything, matters can only get worse for the legacy carriers. If Norwegian makes a go of low-cost transatlantic flights, Ryanair and others will pile in. China’s huge, state- backed airlines are surely planning to boost their market share on Pacific routes. And the high profits that America’s airlines have recently been enjoying at home are likely to encourage the expansion of low-cost carriers there. In all, the future looks poor for investors in the legacy airlines. For travellers, however, the age of cheap flying is set to go on and on."

"-THERE WILL BE TURBULENCE!" por isso, safe-fail

Na semana passada, através de um tweet de Esko Kilpi cheguei a este vídeo:
Safe-Fail, NOT Fail-Safe - Alicia Juarrero from William Evans on Vimeo.
Já o vi 3 vezes. Excepcional.
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A certa altura dei comigo a pensar que se viajasse atrás no tempo, humildemente, recuaria a 9 de Agosto de 2007, para o dar ao então primeiro-ministro.
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Quantas pessoas nas empresas, menos, é certo, e sobretudo na política, assumem que o futuro será estável? A mensagem de Alicia Juarrero é:
"-THERE WILL BE TURBULENCE!"
Como não recordar Vítor Bento em "O anónimo engenheiro da província pensava...", quando Alicia Juarrero retrata o pensamento dominante acerca da economia, como quando se adia o lançamento do space-shuttle em Cabo Canaveral, por causa do mau tempo, aguarda-se pelo retorno da normalidade.
"They both assume equilibrium, stability as a model, as a framework to work with."
Depois, Juarrero chama a atenção para a diferença entre a mecânica newtoniana e a economia... com as pessoas, o contexto é fundamental.
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Como não pensar nos "cofres cheios por um lado" e no canto da sereia que convida ao retorno à orgia despesista por outro, ao ouvir coisas como:
"Haverá instabilidade, haverá perturbação, haverá turbulência, virão problemas. Por isso, o objectivo é sobreviver aos problemas que virão. Quem acredita na estabilidade, os fragilistas, anda na corda bamba, estica a corda, coloca-se numa posição de fragilidade. Quando chega a turbulência, e ela acaba sempre por chegar, não há capacidade de resistir, de aguentar..."
Mais citações:
"Complex adaptive systems and evolution select for resilience, not stability."
  ...
"Stability gets killed by next disease, next pest, next competitor, next predator, next crisis
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Resilience is evolving towards greater evolvability, enabling creativity and emergence
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Biology is the metaphor" [Moi ici: Uma frase que tão bem se encaixa da narrativa e no sistema de crenças deste blogue]


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Estratégia = Alinhamento na acção

"2. Strategy Execution definition.
There are quite a few different strategy execution definitions. When I define what strategy execution, I like to start from a famous Mintzberg quote.
Professor Henry Mintzberg is an internationally renowned strategist. He has written more than 150 articles and 15 books on business and management. One of Mintzberg’s insights, “Strategy is a pattern in a stream of decisions,” helps us to better understand how to define strategy execution.
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A long time ago, I learned this phrase by heart—but it took me 5 years to really grasp the point of it. The trick I use to understand Mintzberg’s cryptic statement is to approach decisions in 2 steps. First, there’s the overall decision - the big choice - that guides all other decisions. To make a big choice, we need to decide who we focus on - our target client segment - and we need to decide how we offer unique value to the customers in our chosen segment. That’s basic strategy stuff. But by formulating it this way, it helps us to better understand the second part, the day-to-day decisions - the small choices - that get us closer to the finish line. When these small choices are in line with the big choice, you get a Mintzberg Pattern.
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So if strategy is a decision pattern, strategy execution is enabling people to create a decision pattern. In other words, strategy execution is helping people make small choices in line with a big choice. That’s my strategy execution definition.
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This notion requires a big shift in the way we think about execution. As a strategist looking at strategy execution, we should imagine a decision tree rather than an action plan. Decisions patterns are at the core of successful strategy journeys, not to-do lists. To improve execution speed and accuracy, we should shift our energy from asking people to make action plans to helping them make better decisions."[Moi ici: É claro que uma estratégia, IMHO, precisa de ser convertida em planos de acção, em iniciativas, em acções a desenvolver , por quem, até quando. No entanto, a caminho do futuro desejado, durante a viagem, surgem imprevistos, surge a necessidade de enfrentar situações não previstas, situações novas, situações difíceis. Aí, a rapidez de actuação é fundamental... Blitzkrieg, Schwerpunkt (parte I e parte II)]


Trechos retirados de "Strategy Execution - The definitive guide" de Strategy Jeroen De Flander

Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte III)

Parte I e parte II.
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Outro sector do mercado interno onde se pode aplicar a reflexão da Parte I é o da farmácia comunitária.
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Primeiro, por causa de acções de formação sobre o balanced scorecard que realizei em 2005 e 2006 para a Ordem dos Farmacêuticos e, por causa de alguns trabalhos de consultoria com empresas farmacêuticas em 2003 e 2007, escrevi algumas reflexões sobre o sector em postais como estes:

Segundo, voltemos à citação da parte I:
"what steps to take when looking for a new way to compete in a relatively stable and homogeneous industry
...
When you are in an industry where the firms are more homogeneous than the customers,"
Actualmente, porque ando a facilitar o desenvolvimento de um balanced scorecard para uma farmácia comunitária, acabo por, nas pesquisas na internet, encontrar textos muito interessantes, por exemplo "Designing Pharmaceutical Services Using the Multilevel Service Design Methodology" (tese de mestrado na FEUP). A página começa assim:
"The pharmacy sector has led a rather static business model for the last decades, highly depending on the sale of pharmaceutical drugs to ensure its economic viability. In Portugal, such business model was threatened with the decrease in the sale margins of pharmaceutical drugs. The decline in margins’ values which were implemented since 2010 triggered the average revenue from the Portuguese pharmacy sector to be negative for both 2011 and 2012."
Claro que este "decline in margins" obrigou a actuação, uns seguiram o caminho mais fácil, o instinto, o preço, o desconto, o "Grab & Go". Outros, o caminho menos percorrido, o do valor (volto à tese de mestrado):
"In order to face the loss of profitability and the low integration in the healthcare system, the pharmacy sector as a whole was forced to change customers’ perception of pharmaceutical services and how these can deliver tangible value to clients. Pharmacists are diversifying the settings in which they practice by expanding and upgrading their business operations while evolving towards providing services beyond the dispensing of medicines. In fact pharmacies are now differentiating in number, level, type and quality of services they provide, developing service offerings aiming at increasing their customer satisfaction.
...
a new paradigm is emerging within the definition of pharmaceutical services which can be defined as “an action or set of actions undertaken in or organized by a pharmacy, delivered by a pharmacist or other health practitioner, who applies their specialized health knowledge personally or via an intermediary, with a patient/client, population or other health professional, to optimize the process of care, with the aim to improve health outcomes and the value of healthcare”" 
 O interessante é estar a abordar o desafio recorrendo à service-dominant logic, e ao poder da interacção, para co-criar valor, bem na linha de Gronroos, por exemplo:
E, depois, perceber que os especialistas do sector e eu andamos sintonizados. Em "Are YOU a “value-driven” pharmacy?":
"Pharmacy is the fastest growing occupation in Canada, he added. “This is a problem in an industry with an internal focus on costs savings and cost containment, where the only differentiation between pharmacies is based on price and product offerings,” he said.
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With value-driven pharmacy, however, the focus is from the customer’s perspective and pharmacy is seen as a consultative service.
In order to facilitate the shift to value driven pharmacy, a longitudinal focus is required. This involves focusing on the customer/ patient, seeing health not products, assessing what needs the pharmacist is satisfying per patient, and determining what the pharmacist’s job is actually doing for the customer. “Pharmacy should be practiced as a specialized service. This is where the focus has to change,”"

 Momentos de mudança exigem reflexão estratégica e escolhas!
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Continua.

Evolução do desemprego, o que os Baptistas da Silva não lhe dizem... nem o governo (parte VII)

Parte I (Construção).
Parte II (Couro)
Parte III (Vestuário)
Parte IV (Alojamento e Restauração)
Parte V (Comércio por grosso e a retalho)
Parte VI (Imobiliário e...)
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Nesta parte VII resolvi juntar o desemprego de quatro sectores não-transaccionáveis e apreciar a sua evolução:
  • Construção;
  • Retalho;
  • Restauração; e
  • Imobiliário.
Segue-se a evolução do somatório do desemprego nestes quatro sectores:
Impressionante!!!
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Comparemos agora o peso do desemprego nestes quatro sectores no total do desemprego em Portugal, ao longo dos anos:
Em Janeiro de 2002, o desemprego nestes quatro sectores representava 38,5 % do desemprego total.
Em Março de 2015, o desemprego nestes quatro sectores representava 58,0 % do desemprego total. Foi sempre a crescer!!!
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Como veremos mais pormenorizadamente em futuro postal, o desemprego na Indústria, sem a Construção, depois de uma primeira metade da década do século XXI terrível, tem vindo a baixar. Ainda ontem o Jornal de Notícias trazia um artigo de duas páginas com o título "Indústria têxtil com falta de mão de obra".
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Por outro lado, o desemprego nestes quatro sectores tem vindo a a baixar a uma velocidade mais baixa, pelo que o seu peso no bolo total vai aumentando.
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Tomando Janeiro de 2002 como a base 100, a evolução do somatório do desemprego nestes quatro sectores foi:
Desde Janeiro de 2013 que o desemprego, também no somatório destes quatro sectores, está a baixar mas a um ritmo inferior ao dos outros sectores.
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Quando os políticos dizem que é preciso baixar o desemprego, em que é que estão a pensar?
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Criar artificialmente mais emprego nestes quatro sectores? Se sim, suportado em quê? Como pode ser sustentável?
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Pensam em programas que ajudem as pessoas destes quatro sectores a reconverterem-se para outros sectores mais dinâmicos?
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Pensam em programas que ajudem as pessoas destes quatro sectores a poderem migrar internamente para regiões com emprego noutros sectores?
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Cheira-me a muitos Baptistas da Silva que mandam postas de pescada... recordei-me agora do Nuno e do Mourinho em Espanha:


terça-feira, maio 05, 2015

Curiosidade do dia

Há dias li este artigo de Paul Krugman, "Jobs and Skills and Zombies", e não conseguia acreditar no que estava a acontecer, lia Krugman e concordava com ele. Tive de aguardar uns dias e reler, para concluir que efectivamente estamos de acordo:
"multiple careful studies have found no support for claims that inadequate worker skills explain high unemployment.
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But the belief that America suffers from a severe “skills gap” is one of those things that everyone important knows must be true, because everyone they know says it’s true. It’s a prime example of a zombie idea — an idea that should have been killed by evidence, but refuses to die.
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for example, that workers who know how to operate a sewing machine are seeing significant raises in wages, but I very much doubt that these are the skills people who make a lot of noise about the alleged gap have in mind."
Na onda do que James Galbraith escreveu em "The Predator State" e que referi, ao longo dos anos em:

A recuperação continua

"De acordo com os dados, foram criadas 11.646 empresas entre janeiro e março deste ano, mais 8,7% que há um ano, registando-se 3.603 encerramentos, menos 7,9% que no primeiro trimestre de 2014.
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Também as insolvências diminuíram face a igual período, um recuo de 9,7% para 1.228.

"Em todos os setores decresceu o número de insolvências", no entanto "em número de processos, o retalho passou a ser o setor com mais insolvências".
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A construção, que liderava as insolvências no ano passado, registou uma quebra de 21,4%."
Imagens retiradas do "Barómetro Informa DB Abril de 2015"
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Trecho retirado de "Empresas criadas no 1.º trimestre sobem 8,7% e insolvências recuam"

Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte II)

Parte I.
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Em Portugal, um sector ao qual julgo que se aplica a reflexão e a metodologia da parte I é, em minha opinião, o do fitness. Há dias, o autor do artigo "Construção do Mapa Estratégico do Fitness" disponibilizou-o no Twitter e eu aproveitei.
"o ponto em comum para os grandes exemplos de sucesso, seja a nível individual ou colectivo é saberem exactamente o que pretendem ser e terem as suas metas perfeitamente claras. Mais do que quem somos, aquilo que verdadeiramente nos alimenta para o êxito é quem queremos ser!"
Para que seja o devir que nos puxa para o futuro. Algo que me fez recordar "Identity and strategy: how individual visions enable the design of a market strategy that works" de Olaf G. Rughase:
"The organization’s identity reflects what members think about ‘who they are as an organization’ as well as ‘who they should be as an organization’.
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Only due to the fact that organizations have a choice of purpose can these organizational members decide what the purpose of the organization ‘should be’. However, this meaningful decision is closely related to what people ‘want to do’."
Como diz Flander, estratégia é escolher e renunciar.
"estratégia é saber escolher e saber renunciar, pelo que o mais relevante de tudo é a resposta à pergunta: Qual é o nosso negócio? Vender? Atender? Educar? [Moi ici: O nosso negócio nunca é o que está na descrição estatística ou no CAE, o nosso negócio são experiências, são sonhos, são objectivos, são resultados na vida dos clientes]
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Logo de seguida, vem a quem queremos chegar, o que vamos oferecer e, por fim, como o vamos fazer. Normalmente, esta ultima é a única pergunta que os responsáveis fazem e para a qual procuram uma resposta. "As vendas baixaram? Vamos, então, fazer uma super promoção ou baixar o valor da mensalidade para atrair mais pessoas…”.
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Definir a sua Estratégia é (1) saber escolher para quem trabalhar e para quem não trabalhar,"[Moi ici: Como isto é difícil]
O autor avança com uma proposta de segmentação dos ginásios:
 "Para apresentar o meu modelo-estudo do mercado do fitness, identifico actualmente 7 segmentos de mercado:
1. Low cost: ginásios com um preço médio igual ou inferior a €25
2. Midmarket: ginásios com um intervalo de preços entre os 25 e os 60 euros
3. Premium: clubes com preço médio igual ou superior a €60
4. Micro ginásios/boutiques: clubes geralmente especializados num ou dois tipos de treino (muitas vezes exercício de grupo)
5. Instalações públicas: gestão de instalações públicas em diferentes modelos de exploração
6. Instalações com finalidades médicas: abordagem muito clínica na intervenção junto dos membros
7. Tecnologia - Online, virtual: um novo mundo que se abre por força dos wearables e App’s
...
A análise dos Grupos Estratégicos permite conhecer os concorrentes mais directos e distinguir as características do ambiente competitivo com que cada grupo se movimenta."
A segmentação permite a focalização, permite a concentração, melhora o ajuste.
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Voltando à parte I:
"what steps to take when looking for a new way to compete in a relatively stable and homogeneous industry:
1.Focus: Don’t try to be attractive to everyone.
2.Eliminate all things superfluous for your chosen customer base.
3.Replace them with new offerings found by analogy.
...
 Focusing on that particular group often enables a new way to compete because the firms that try to be everything to everyone will inevitably be imperfect in their offering."
Em vez de tentar ser tudo para todos, em vez de ser um ginásio, ser um espaço único, específico, um espaço que a designação ginásio peque por insuficiente como caracterização.
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Continua.

Evolução do desemprego no sector do Imobiliário e... (parte VI)

Parte I (Construção).
Parte II (Couro)
Parte III (Vestuário)
Parte IV (Alojamento e Restauração)
Parte V (Comércio por grosso e a retalho)
Esta foi a grande surpresa na minha análise da evolução do desemprego em Portugal.
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Pensem no que os políticos dizem sobre o que é preciso fazer para reduzir o desemprego... só Baptistas da Silva!
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Em Janeiro de 2002 no sector "Actividade imobiliária, informática, investigação, serv. prest. a  empresas" existiam 26574 desempregados.
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A quebra da construção de habitação, que começou em 2001, iniciou o agravamento do desemprego no sector:
Considerando o desemprego em Janeiro de 2002 como a base 100, em apenas um ano tinha crescido para 150, em Fevereiro de 2005 tinha crescido para 196. Depois, com a crise internacional deu-se a explosão final que chegou a atingir 464 em Janeiro de 2013.
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No próximo postal, vamos juntar a evolução do desemprego em 4 sectores:

  • Construção;
  • Retalho;
  • Restauração; e
  • Imobiliário.
E, demonstrar que quando se fala sobre desemprego em Portugal, normalmente, quem fala não está a ver o filme.
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Só este sector do "Imobiliário ..." representa quase 50% do aumento do desemprego entre Janeiro de 2002 e Março de 2015.






Um título mal escolhido

Título mal escolhido este,"Nunca o Porto pesou tão pouco no Douro", muito mal escolhido.
"O contributo do vinho do Porto para o negócio do vinho na Região Demarcada do Douro baixou dez pontos percentuais em oito anos, segundo os cálculos do Negócios com base nos números oficiais. Em 2014, nas vendas totais de 493,4 milhões de euros - onde cabem Porto, DOC (denominação de origem controlada) Douro, moscatel, espumante e vinho regional duriense -, o peso relativo do mais famoso vinho português fixou-se nos 73,6%. Ou seja, bem abaixo dos 84% que valia em 2006, o ano em que começa a série longa de estatísticas do instituto público que controla e certifica a actividade vitivinicola na região (IVDP).
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Para este efeito contribuiu, por um lado, a quebra de vendas de Porto neste período, de 393 para 363 milhões de euros no ano passado, em que recuaram ligeiramente (-0.5%) pela pressão dos maiores mercados externos: França e Reino Unido. Por outro lado, há uma subida consistente dos DOC Douro, que cresceram a dois dígitos (11,8%) em 2014, com as exportações a representarem já 40% da comercialização. Se não houver surpresas negativas - e elas podem chegar de Angola, o melhor mercado externo -. no final de 2015, estes vinhos tranquilos com denominação de origem podem atingir um terço do valor do vinho do Porto."
Parece que o vinho do Porto está em quebra.
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Primeiro, o vinho do Porto tem caído, pouco, porque os produtores grandes, finalmente, abriram os olhos e deixaram de vender quantidade e passaram a apostar no preço. Recordar "volume is vanity profit is sanity". Ou seja, uma queda positiva.
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Segundo, as vendas de DOC Douro têm crescido robustamente, em vez de granel, marcas trabalhadas com cuidado, actividade comercial e marketing como nunca se viu no passado.
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Recordar o outro lado, o dos que se vêem como simples produtores de uvas, sempre prontos a protestar "Pior do que um governo socialista..."
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Em suma, um título mal escolhido. Induz decadência do vinho do Porto e a realidade é bem diferente.

segunda-feira, maio 04, 2015

Curiosidade do dia

"Não, senhores juízes, a concorrência não é um risco para os utentes, é um risco para os instalados. É isso que convinha que entendessem de uma vez por todas.
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A questão da concorrência é, de resto, central não apenas ao bom funcionamento da economia de mercado, como ao progresso social e económico. A concorrência estimula a inovação, aumenta a produtividade da economia, sobretudo traz vantagens à comunidade mesmo quando cria problemas a quem tem posições dominantes no mercado. Uma das razões do nosso atraso – um atraso secular que se alimentou de maus hábitos que, como continuamos a ver, não foram ainda erradicados –, é que os poderes públicos sempre tiveram maior propensão para o proteccionismo do que para a abertura."
Trechos retirados de "Taxistas, tribunais e um país que recusa a inovação"

BTW:

Desta vez, sem esquizofrennia

Ao longo dos anos, as opiniões dos governos acerca da evolução da criminalidade em Portugal, têm-me merecido comentários:
Ontem, por causa deste artigo "Governo destaca a criminalidade mais baixa de sempre", resolvi fazer o teste.
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Primeiro, há variação na carta da variabilidade?
Não, estatisticamente está tudo na mesma.
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Depois, há variação na carta do valor individual?
UAU!!!
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Finalmente!
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Estatisticamente, é muito pouco provável que o valor de 2014 pertença à mesma distribuição que os valores anteriores.
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É muito provável que tenha acontecido algo do género:
A distribuição evoluiu para um ponto em torno de uma nova média.
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Agora sim, agora podem celebrar o valor porque é realmente menor e sintoma de uma melhoria que não de mera flutuação estatística.
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O que varia de 2013 para 2014?
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Eis a variação na frequência dos vários tipos de crime, entre o relatório da segurança interna de 2013 e o de 2014.


Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte I)

Um excelente artigo, "3 Steps to Break Out in a Tired Industry", carregado de mensagens para os sectores não transaccionáveis deste país, como vou tentar transmitir em sequelas deste postal.
"Both men thought that the industry [hotel industry] was stable and too homogeneous relative to the diversity of customers it sought to serve. [Moi ici: Este é, para mim, o ponto-chave, ofertas demasiado homogéneas, apesar da diversidade da procura. O cliente não é um substantivo colectivo. Não é o cliente, é um cliente. É a diferença entre miudagem e o filho concreto de um pai e de uma mãe] The industry had largely been unaltered since the onset of hotel chains over half a century ago.
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what steps to take when looking for a new way to compete in a relatively stable and homogeneous industry:
  1. Focus: Don’t try to be attractive to everyone.[Moi ici: Pois, um clássico deste blogue. Escolher os clientes-alvo, evitar a miudagem]
  2. Eliminate all things superfluous for your chosen customer base.[Moi ici: Algo que faz lembrar a Blue Ocean strategy]
  3. Replace them with new offerings found by analogy.
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When you are in an industry where the firms are more homogeneous than the customers, it should be possible to define a subgroup whose needs are alike, which may well cut across traditional demographics. Focusing on that particular group often enables a new way to compete because the firms that try to be everything to everyone will inevitably be imperfect in their offering.
As Levie put it: “I think that when you decide on a niche market, what you decide on what you want to be doing, do that extremely well and don’t do other things.
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When having defined a subgroup, companies often proceed to think of things that those customers would value and be willing to pay for. But citizenM took another step first; it asked “what things can be eliminated for this particular group, without much affecting its willingness to pay?
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Focusing on a core customer, eliminating unneeded elements, and its active use of analogies enabled citizenM to develop a new model in its industry."

Continua.

“I don’t know what I can do to help”

"3.[Moi ici: Grandes estrategasThey facilitate our decision process
When employees complain about the company strategy, they say things like “The strategy is not clear”, or “Our organization doesn’t have a strategy.” But the underlying point they want to make is “I don’t know what I can do to help”.
Bad strategists don’t pay attention to this hidden message. If the strategy message is clear for them, they assume it’s clear for everyone.
Great strategists strive to get everyone onboard the strategy ship. They will provide strategy information in a language people understand. They provide prioritization guidelines to align day-to-day choices with the big choice."
Como não recordar as palavras de Spender sobre a retórica como ferramenta de persuasão. Persuasão não para iludir, não para enganar, mas para que o outro perceba qual o intuito, qual a viagem, qual o racional, qual o seu papel e contributo.
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Como escrevi em "Acerca da execução de uma estratégia":
"Por isso, o ponto de Spender... a importância da retórica, da persuasão, da capacidade de pôr as pessoas que vão executar a estratégia, a percebê-la, a apoderar-se dela, mais do que transmitir, embebe-la no sistema de pensamento de quem está no terreno. Mais tarde ou mais cedo essa pessoa vai enfrentar uma situação imprevista... como se age alinhado com a estratégia nesse caso?"
Se não for capaz de reinterpretar a estratégia, para essa nova situação, quanto perderá a organização?
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Gosto de cruzar estratégia com o mapa dos processos e, pedir a cada pessoa com uma função, que descubra como pode contribuir para a execução da estratégia. Recordar "Uma forma de lidar com a perspectiva de recursos e infra-estruturas de um balanced scorecard", "Há funções mais importantes que outras." e "Estratégia e pessoas (parte II)"
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Trecho inicial retirado de "Strategy Execution - The definitive guide" de Strategy Jeroen De Flander