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sexta-feira, março 30, 2012

A primeira palavra é do fornecedor

"If you listen to every customer and do what they ask you to do, you can't have a strategy. Like so many ideas that get sold to managers, there is some truth to it, but the nuances get lost. Strategy is not about making every customer happy. When you've got your strategist's hat on, you want to decide which customers and which needs you want to meet." 
Que melhor forma de terminar a leitura de "Understanding Michael Porter" de Joan Magretta do que relacionar este trecho com  a frase:
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O cliente pode ter a última palavra na escolha do fornecedor, mas o fornecedor deve ter a primeira. O fornecedor deve escolher o tipo de clientes que quer e pode servir com uma vantagem competitiva.

quinta-feira, março 29, 2012

Estratégias emergentes

Quando se olha para o mapa da estratégia da Southwest Airlines, quando se olha para a sinergia conseguida no mosaico de actividades do seu “activity system map” 

não podemos deixar de apreciar a beleza do encaixe, o poder de alavancagem que tudo aquilo, a trabalhar em harmonia, traz.
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No entanto, podemos ser levados a pensar que tudo saiu de um esforço analítico bem amanhado.
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Resposta fácil, rápida e … errada.
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A Southwest Airlines era uma operadora com 3 aviões que voava no estado do Texas. A sua administração achou por bem comprar um quarto avião para poder fazer voos para fora do Texas. 
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Comprou-se o quarto avião, abriram novas rotas no estado do Texas e para fora dele e, tudo corria bem quando um juiz declarou que era ilegal a Southwest voar para fora do estado do Texas.
A empresa decidiu vender o quarto avião… mas não queria perder as novas rotas já abertas e a funcionar dentro do estado… mas só com três aviões era impossível… impossível?!
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Sim impossível, para conseguir manter essas rotas só com três aviões não poderiam demorar mais de 10 minutos com o avião parado na pista…
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Hummmm, talvez seja possível se …
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E, assim, emergiu uma das características base das verdadeiras low-cost, as únicas que ganham dinheiro, fazer tudo para que o avião esteja sempre no ar.
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“Good analysis is essential, but t’s a mistake, he argues, to think that a strategy should be fully defined in its entirety before the fact. There are simply to many variables and too much uncertainty to anticipate everything. Over time, in the course of serving its customers and vying with its rivals, an organization develops important insights about its strategy that it might not have had at the start. Over time, new opportunities emerge.”
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BTW, por que é que a Southwest conseguiu? Porque os seus administradores não tinham passado na indústria, não tinham as palas da tradição… como o suíço que produz azeite.
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Trecho retirado de "Understanding Michael Porter" de Joan Magretta.

terça-feira, março 27, 2012

Concentrar uma organização no que é essencial!!!

Continuado de "Passar a ser menos reactiva e mais estratégica".
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Outro comentário na mouche que Michael Porter faz acerca das empresas dos países em vias de desenvolvimento é:
"Outro problema que vejo passa pelo facto das empresas desses países tenderem a estar muito diversificadas. Elas ainda concorrem em muitos negócios que são muito diferentes.
É importante reconhecer quando chega o momento de abandonar esse modelo, e concentrar o foco naqueles grupos de negócios onde é possível criar sinergias que reforçam as vantagens competitivas, e ajudam a tornar a posição competitiva mais única."
Pois, concentração é o meu nome do meio... Balanced Scorecard - Concentrar uma organização no que é essencial!!!
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E a sua empresa?
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Está concentrada? Ou está atolada no lodo do meio-termo, do querer ir a todas, do querer estar em todas?

segunda-feira, março 26, 2012

Passar a ser menos reactiva e mais estratégica

Há dias, num comentário a este postal, "Proteccionismo", defendeu-se que o proteccionismo pode ser útil para dar espaço ao aparecimento e desenvolvimento de empresas em países em vias de desenvolvimento.
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No entanto, quantas empresas aproveitam o tempo em que estão protegidas para subir na escala de valor? Para fugir da vantagem do custo? Para ganharem músculo estratégico?
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Na última sexta-feira, no semanário Vida Económica, neste artigo "Metade dos concessionários de automóveis vão encerrar" temos uma ilustração do que acontece quando os apoios e protecções imperam, a maioria das empresas não pensa no futuro, não precisam de pensar, o papá-Estado está lá para as proteger... só o choque da concorrência é que faz as empresas mudarem (a maioria). É o mesmo em todo o lado, a maioria das empresas agarra-se até à última ao modelo de negócio que conhecem e não pensam para lá do dia de amanhã.
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Vemos o que aconteceu em tantos dos nossos sectores industriais, primeiro habituados às protecções alfandegárias, depois habituados à desvalorização deslizante do escudo que lhes permitia triunfar no negócio do preço, só começaram a mudar quando começou a haver "sangue nas contas"... e, para a maioria, foi tarde demais.
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E vemos o que está a acontecer com o vinho do Douro e, pressentimos o que vai acontecer ao azeite, ...
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Assim, nem de propósito este texto de "Understanding Michael Porter" em que Joan Magretta conversa com Michael Porter:

"Magretta – Será que a estratégia é relevante para empresas que operam em economias de países em vias de desenvolvimento? Será que também se aplicam os mesmos princípios estratégicos?

Porter – As empresas de países em vias de desenvolvimento normalmente têm custos mais baixos, tais como os custos salariais, e isso permite-lhes concorrer com rivais fora do país mesmo que não sejam eficientes e que os seus produtos não sejam diferenciados. Contudo, a vantagem dos custos tende a diminuir ao longo do tempo até que, eventualmente, as empresas dos países em vias de desenvolvimento, têm de, necessariamente, abordar esses dois desafios: eficiência operacional e diferenciação dos produtos.

Primeiro, têm de colmatar a lacuna da eficiência operacional. Têm de ultrapassar as insuficiências no nível de competências dos trabalhadores, na tecnologia e nas capacidades de gestão.

Depois, têm de começar a pensar em desenvolver estratégias a sério.

As empresas de países em vias de desenvolvimento têm de fazer a transição, têm de deixar de ser muito reactivas e oportunistas, para passarem a ser mais estratégicas, para se focarem na construção de uma posição única, para desenvolverem uma qualquer distinção no mercado. Isto significa mudar o foco, deixar de confiar na vantagem do custo, e começar a pensar em termos de valor, de preferência num valor único no mercado.”
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Qual é a receita da tríade? 
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O que é que a sua empresa está a fazer para passar a ser menos reactiva e mais estratégica?
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Existe uma estratégia? As pessoas dentro da empresa conhecem essa estratégia? As pessoas dentro da empresa sabem como podem contribuir para a execução dessa estratégia? Que investimentos tem a empresa feito em sintonia com a estratégia?

quinta-feira, março 22, 2012

Para macro-economistas, políticos e comentadores de coisas económicas

Parece retirado deste blogue:
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"Por que é que a Zara gosta tanto de Portugal?"
" Portugal é «absolutamente estratégico» para a Inditex, dona da Zara, tanto pela «proximidade» e pela flexibilidade dos seus produtores como pela qualidade do seu produto, afirmou esta quarta-feira o responsável da empresa."
Recordo o "activity system mapping" da Zara, recolhido de "Understanding Michael Porter" de Joan Magretta (sublinhados meus):
 O mundo do fast-fashion está aí, ainda está a crescer...
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Lembrar esta frase:
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"Há anos que escrevo aqui que a vantagem mais importante das nossas PMEs é a flexibilidade que a sua localização permite, muito mais importante que a flexibilidade laboral (importante sem dúvida nos momentos maus). A proximidade tem o potencial de gerar relação, gerar troca, gerar conhecimento sobre o outro, gerar cooperação, gerar parceria."

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

O anónimo engenheiro da província tem companhia

Frequentemente escrevo aqui sobre a tríade de encalhados e sobre as suas propostas para que o país ganhe competitividade.
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As minhas propostas e as da tríade não podiam ser mais diferentes. Podem perguntar, mas o que é que um anónimo engenheiro da província sabe que os doutores que falam nos media não sabem?
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O que é que os elementos da tríade entendem por competitividade? E as receitas que propõem vão ao encontro desse entendimento?
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Quando falam de produtividade é a mesma coisa. São capazes de repetir definições que associam o aumento da produtividade à melhoria do nível de vida dos trabalhadores. Depois, para aumentar a produtividade, propõem uma série de medidas que passam por  reduzir o nível de vida dos trabalhadores
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Por tudo isto, este anónimo engenheiro da província, sentiu-se agradado com isto:
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"America [Portugal] cannot address its economic prospects without a clear understanding of what we mean by competitiveness and how it shapes U.S. prosperity. The concept is widely misunderstood, with dangerous consequences for political discourse, policy, and corporate choices that are all too evident today.

The United States  [Portugal] is a competitive location to the extent that companies operating in the U.S. are able to compete successfully in the global economy while supporting high and rising living standards for the average American  [Portuguese] . (We thank Richard Vietor and Matthew Weinzierl for helping to articulate this definition.) A competitive location produces prosperity for both companies and citizens.
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(Moi ici: Agora, preparem-se para o que aí vem)
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Lower American [Portuguese] wages do not boost U.S. [Portuguese] competitiveness. Neither does a cheaper dollar. (Moi ici: Os primeiros dois coelhos da tríade) A weakened currency makes imports more expensive (Moi ici: Será que a tríade não vê que nós nunca vamos produzir petróleo? Sem contar com as importações de petróleo, no último trimestre de 2011, Portugal exportou quase 1,6 euros por cada euro importado) and discounts the price of American exports—in essence, it constitutes a national pay cut. Some steps that reduce firms’ short-term costs, then, actually work against the true competitiveness of the United States [Portugal]. 

(Moi ici: Reparem nesta outra proposta que é comum nas mensagens deste anónimo engenheiro da província, a concentração no valor!!!Whether a nation is competitive hinges instead on its long-run productivity— (Moi ici: Segue-se a parte preciosathat is, the value of goods and services produced per unit of human, capital, and natural resources. Only by improving their ability to transform inputs into valuable products and services can companies in a country prosper while supporting rising wages for citizens. Increasing productivity over the long run should be the central goal of economic policy. This requires a business environment that supports continual innovation in products, processes, and management. (Moi ici: Ou seja, a chave da melhoria da produtividade não está em correr mais depressa, em debitar mais do mesmo. É mudar a qualidade do que se faz!!! É subir na escala de valor)
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Boosting productivity over the short run by firing workers, as many U.S. firms did at the onset of the Great Recession in 2008, is a reflection not of competitiveness but of weakness. An economy in which many working-age citizens cannot find or do not even seek jobs may appear to enjoy high productivity in the short run, but in fact it has underlying competitiveness problems. It is a nation’s ability to generate high output per employable person—not per currently employed person—that reveals its true competitiveness.
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(Moi ici: Agora, outra das minhas mensagens, o emprego não é um objectivo, é uma consequência!)
Improving competitiveness is not the same as creating jobs. Policy makers can stimulate employment in the short run by artificially boosting demand in labor-intensive local industries not exposed to international competition, such as construction. (Moi ici: Qual foi a receita de sucessivos governos, no continente e nas ilhas? Ainda hoje continuam a querer apostar nessa tecla - Seguro e o túnel do Marão, Álvaro Pereira e velocidade elevada, e Filipe Menezes e a avenida para as praias) Creating jobs without improving productivity, however, will not result in sustainable employment that raises the nation’s standard of living. Rather than defining the sole goal as job creation, the U.S. must focus on becoming a more productive location, which will generate high-wage employment growth in America, attract foreign investment, and fuel sustainable growth in demand for local goods and services.
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Government efforts to stimulate demand are also different from improving competitiveness. Governments commonly play an important role by temporarily increasing outlays to soften the impact of recessions. Such moves may hold up living standards and company performance in the short run, but they typically don’t improve the fundamental drivers of productivity and therefore cannot improve living standards and company performance in the long run.
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Competitiveness is not a zero-sum game, in which one country can advance only if others lose. Long-term productivity—and, along with it, living standards—can improve in many countries. Global competition is not a fight for a fixed pool of demand; huge needs for improving living standards are waiting to be met around the world. Productivity improvements in one country create new demand for goods and services that firms in other countries can pursue.(Moi ici: Como ilustra o crescimento das exportações portuguesas para a China em mais de 65% em 2011) Greater productivity in, say, India can lead to higher wages and profits there, boosting demand for pharmaceuticals from New Jersey and software from Silicon Valley. Spreading innovation and productivity improvement allows global prosperity to grow."
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Trecho retirado de "The Looming Challenge to U.S. Competitiveness" de Michael E. Porter e Jan W. Rivkin.
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quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Nem de propósito!!!

Em "Os mercados existem para..." descrevi os pressupostos sobre os quais assenta o modelo da concorrência perfeita.
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Assumindo que os clientes são semelhantes, que as ofertas são semelhantes, que as empresas são semelhantes, que todos operam de forma racional, o preço é a variável crítica para ter sucesso.
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E quem é que tem o melhor preço? A melhor empresa!
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É o mundo da concorrência para ser o melhor.
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E o que é que Porter diz sobre esse objectivo?
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"Michael Porter on Why 'Best' Isn't the Right Goal"
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"The granddaddy of all [strategy] mistakes is competing to be the best, going down the same path as everybody else and thinking that somehow you can achieve better results."
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"really robust strategy is based, instead, on delivering unique value on both the customer side and the ‘supply’ side.
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In other words, if a company creates products or services that fulfill their customers’ needs in ways not available from others, and designs the organization to meet those needs in uniquely efficient and effective ways…that‘s good strategy. The key is envisioning and then figuring out how to serve your customer in ways that are substantively different from the competition, rather than simply trying to do what they do, but better (faster, cheaper, slightly better quality, etc.)."
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Nem de propósito!!!

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Os alicerces da concorrência imperfeita

Quando falamos de mosaico de actividades sintonizado com uma proposta de valor, falamos disto:
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"When a company focuses on delivering a different kind of value to a different set of customers - (Moi ici: Os clientes não são todos iguais, não têm todos os mesmos gostos e necessidades, procuram e valorizam diferentes experiências na sua vida) for Porter, the essence of strategic positioning - the list of value chain differences can be extensive.
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Choices in the value proposition that limit what a company will do are essential to strategy because they create the opportunity to tailor activities in a way that best delivers that kind of value. Tailoring is possible only if there are limits, only if you are not trying to be all things to all people. In other words, limits make it possible to develop a value chain that is different from that of rivals who have chosen to offer a different kind of value.
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This is a crucially important test that should be applied to any strategy. If the same value chain can deliver different value propositions equally well, then those value propositions have no strategic relevance. Only a value proposition that requires a tailored value chain to deliver it can serve as the basis for a robust strategy. This is the first line of defense against rivals.
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Strategy, then, defines a way of competing, reflected in a set of activities that deliver a unique value in a particular set of users or for a particular set of customers, or both. In most industries, there can be many strategically relevant value propositions. This simply reflects the great diversity in customers and needs, and the fact that different activity configurations are often required to meet those needs most effectively.
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robust strategies always involve a significant degree of tailoring. To establish a competitive advantage, a company must deliver its distinctive value through a distinctive value chain. (Moi ici: Diferentes cadeias de abastecimento, diferentes cadeias de valor, diferentes estruturas empresariais, diferentes produtos e serviços...)
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Thus the value proposition and the value chain - the two core dimensions of strategic choice - are inextricably linked. The value proposition focuses externally on the customer. The value chain focuses internally on operations."
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É isto que permite a diferenciação estratégica. É isto que permite minar o conceito de concorrência perfeita.
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Quando há trade-offs, quando há opções que obrigam a seguir diferentes caminhos, as empresas podem diferenciar-se ... têm de diferenciar-se para ter sucesso, têm de ter estruturas diferentes, têm de realizar actividades diferentes, têm de apresentar produtos e serviços diferentes, tudo porque os clientes não são todos iguais... estes são os alicerces da concorrência imperfeita.
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Trechos retirados de "Understanding Michael Porter" de Joan Magretta.

terça-feira, janeiro 31, 2012

Não faz sentido, para uma PME, procurar "ser o melhor" (parte IV)

Parte Iparte IIparte III.
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Em vez de competir por ser o melhor as empresas devem procurar competir por serem únicas, por serem diferentes. Isso implica seguir o caminho menos percorrido (aqui, aqui e aqui).
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Seguir o caminho menos percorrido significa apostar no valor, significa pensar no valor criado e na forma como é criado.
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Competir para ser único reflecte uma mentalidade diferente e uma forma distinta de pensar acerca da concorrência. Na competição por ser único, as empresas perseguem caminhos diferentes apostando em servir diferentes grupos de clientes e necessidades. O foco, por outras palavras, está em criar mais valor para os clientes escolhidos, não em imitar e copiar os rivais. Neste caso, como os clientes têm possibilidades reais de escolha, o preço é só uma das variáveis competitivas.
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Os clientes pagarão mais (ou menos) dependendo de como percebem o valor que lhes é oferecido.
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Competir para ser único, ao contrário da analogia do campo de batalha, não implica que uma empresa para ter sucesso tenha de eliminar os seus rivais. Competir para ser único, não é como a concorrência desportiva porque cada empresa pode decidir criar o seu próprio jogo, com as suas próprias regras. Uma analogia melhor do que o desporto ou a guerra é a das artes performativas. (aqui e aqui) Podem existir muitos cantores, ou actores, ou pintores - cada um brilhante e bem sucedido de uma forma distinta. Cada um encontra e cria uma audiência. Quantos mais bons artistas existem, mais as audiências crescem e as artes florescem.
Este tipo de criação de valor é a essência da competição de soma positiva.
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Enquanto que a competição de soma nula é bem descrita como uma corrida para o fundo, a competição de soma positiva produz melhores resultados. Atenção, nem todas as empresas podem ser bem sucedidas. A concorrência liquidará sempre os que tiverem pior desempenho. Mas as empresas que façam um bom trabalho podem auferir retornos sustentáveis porque criam mais valor. A competição por ser o melhor alimenta-se da imitação. A competição por ser único assenta na inovação.
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A concorrência toma muitas formas quase tantas quantas as indústrias existentes. Num extremo está a competição por ser o melhor, no outro está o seu pólo oposto, a competição por ser único.

Trechos adaptados, com alguma liberdade, do primeiro capítulo de "Understanding Michael Porter" de Joan Magretta.
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segunda-feira, janeiro 30, 2012

Por que?

Que título perigoso "Zon libertou-se da PT mas tem de provar que tem garras para a enfrentar"!!!
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Se a Zon decidir enfrentar a PT, se decidir tentar ser melhor que a PT, e vice-versa, quem fica a ganhar são os consumidores, e mais valor será destruído.
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Por que é que a Zon não há-de procurar ser diferente da PT? Por que se há-de concentrar na quota de mercado? Por que não se há-de concentra no retorno do capital?

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Não faz sentido, para uma PME, procurar "ser o melhor" (parte II)


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Competir para ser o melhor leva, inevitavelmente, a uma competição destrutiva de soma nula que ninguém pode vencer. À medida que as ofertas convergem, o ganho de uns é a perda de outros. Esta é a essência de um jogo de soma nula. Eu só ganho se tu perderes.

Nesta competição convergente, de cada vez que uma empresa faz um movimento, os seus rivais saltam logo para o igualar. Com todos a correrem atrás do mesmo cliente, cada venda será um autêntico concurso sobre quem desconta mais no preço. Assim, ao longo do tempo, os rivais começam a parecer-se cada vez mais uns com os outros à medida que as suas diferenças se esbatem.

Os clientes não ficam com mais nada senão com o preço como base para fazerem uma escolha entre fornecedores.

Esta inevitável descida para a competição pelo preço é, nos negócios, o equivalente da destruição mútua assegurada. E não são só os produtores que sofrem. Clientes, fornecedores, e empregados tornam-se muitas vezes danos colaterais quando os rivais são espremidos para serem forçados a cortar nos custos. Quando tudo o resto falha e a pressão nos preços acabou por destruir a rentabilidade de uma indústria, muitas vezes o remédio passa pela limitação da concorrência através da consolidação.

Naquilo a que a teoria económica clássica chama de “concorrência perfeita,” rivais mais ou menos equivalentes vendendo produtos mais ou menos equivalentes enfrentam-se e fazem descer os preços (e lucros). Esta é a essência da competição para ser o melhor. De acordo com a teoria clássica, a concorrência perfeita é a forma mais eficiente de promover o bem-estar social. A lição ensinada no primeiro ano de Economia é a de que o que é bom para os clientes (preços mais baixos) é mau para as empresas (lucros mais baixos), e vice versa.

Os clientes podem beneficiar de preços mais baixos à medida que os rivais se imitam entre si e igualam as ofertas, mas também podem ser forçados a sacrificar a possibilidade de escolha. Quando uma indústria converge em torno de uma oferta standard, o cliente “médio” pode tirar um bom partido da situação. No entanto, é preciso lembrar que as médias são compostas por alguns clientes que querem mais e outros que querem menos. Assim, existirão indivíduos em ambos os grupos que não serão bem servidos pela média. As necessidades de alguns clientes podem ser claramente excedidas pelas ofertas disponíveis enquanto que as necessidades de outros podem não ser atingidas pelas ofertas existentes. (Fantasmas estatísticos e aqui também)

Sempre que a escolha é limitada há valor que é destruído. Como cliente, ou se paga demasiado por extras que não fazem falta, ou se é forçado a ficar com o que é oferecido, ainda que não seja o que verdadeiramente se quer.

Na prática, a concorrência perfeita nunca é perfeita, quer para os clientes, quer para as indústrias que os servem. Contudo, Porter sublinha, com algum alarme, que é precisamente este tipo de concorrência de soma nula que representa o pensamento dominante no mundo da gestão. (e aqui)


Trechos adaptados, com alguma liberdade, do primeiro capítulo de "Understanding Michael Porter" de Joan Magretta.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Não faz sentido, para uma PME, procurar "ser o melhor"

Uma estratégia explica, descreve, ilustra, como é que uma empresa, operando num meio, num ecossistema, num habitat, num mercado, apesar da concorrência, e da escassez de "nutrientes", consegue alcançar um desempenho superior.
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O que se pensa acerca da concorrência vai influenciar não só as escolhas que se fazem sobre como uma empresa vai competir, mas também vai influenciar a capacidade de avaliar essas mesmas escolhas.
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Por isso, antes de se começar a falar acerca de estratégia, é preciso abordar a questão da concorrência e da vantagem competitiva..
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A ideia de concorrência mais em voga é a que teima em empurrar as empresas para que concorram entre si para ser a melhor. (Moi ici: Não existe um concorrente universal, não existe um óptimo) Esta é, segundo Michael Porter, a pior maneira de pensar acerca da concorrência. Se se começa com uma ideia deficiente sobre como funciona a concorrência, seremos levados a estratégias, também elas, deficientes. E isso, conduzirá as empresas a um desempenho medíocre.
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Ao contrário do desporto ou da guerra, nos negócios, as empresas podem ganhar sem necessitarem de aniquilar os seus rivais.
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Nos negócios, múltiplos vencedores podem prosperar e coexistir. A concorrência pode focar-se mais em servir as necessidades dos clientes do que em aniquilar os rivais, Basta olhar em volta. Por que existem tantas necessidades por servir, existem tantas formas de vencer. (Moi ici: E a hipótese Mongo significa que a diversidade de necessidades vai aumentar muito mais, nichos, nichos, nichos.)
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Nos desportos existe uma prova com um conjunto de regras. Só pode existir um vencedor por prova. A concorrência nos negócios é muito mais complexa, mais aberta, mais multidimensional. Dentro de uma mesma indústria, podem existir várias provas em simultâneo, em vez de uma única, tendo por base que clientes, com que necessidades, servir.
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As empresas, em vez de entrarem numa competição específica com um determinado rival, podem, pura e simplesmente, decidir criar a sua própria competição. (Moi ici: Os microeconomistas usam a imaginação e alteram as regras do jogo e criam jogos novos)
É sempre difícil quebrar um modelo mental, mas mais difícil ainda quando não se está ciente da sua existência. Esse é o problema da mentalidade focada na competição para ser o melhor. É uma forma de pensar, mais do que um modelo mental. A natureza da concorrência é aceite como um dado adquirido sem grande escrutínio. Mas, diz Porter, não devia nem tem de ser assim. Na maior parte dos negócios, simplesmente não existe tal coisa como "o melhor."
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Basta pensar em todas as indústrias da economia. Em quantas delas faz realmente sentido  pensar em "ser o melhor"? Na maior parte das indústrias, existem muitos diferentes clientes cada um com diferentes necessidades. (Moi ici: Mongo, um mundo de diversidade)
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Também não se pode falar de um melhor absoluto quando se pensa na realização de funções como produção, logística ou marketing. (Moi ici: Não existem boas-práticas!!! )
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O melhor, ser o melhor, depende do que se está a tentar alcançar. Assim, a primeira deficiência da lei da concorrência para ser o melhor, é que se uma empresa se prepara para ser a melhor, prepara-se para um objectivo impossível.
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Mas não é tudo. Se os rivais perseguem todos "o melhor meio" para concorrer, vão colocar-se todos em rota de colisão. Todos os actores da mesma indústria irão ouvir os mesmos conselhos e seguir as mesmas receitas. As empresas irão copiar-se umas às outras, fazendo o benchmarking dos produtos e práticas. (Moi ici: Correr atrás da concorrência em vez de servir os clientes-alvo)
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Trechos adaptados, com alguma liberdade, do primeiro capítulo de "Understanding Michael Porter"  de Joan Magretta.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Ainda acerca da estratégia

"First, you must choose a distinctive value proposition. Which needs will you serve, which customers, at what relative price? Have you staked out a positioning that's different from rivals? (Moi ici: Quem são os clientes-alvo? Como podemos conjugar aquilo em que podemos fazer a diferença, com as preferências de um grupo com o qual parece fazer sentido desenvolver relações?)

Second, and far less intuitive, you must choose to tailor your activities to that value proposition. Competitive advantage lies in the activities, in choosing to perform activities differently or to perform different activities than rivals. These ultimately are the choices that result in a company's ability to charge premium prices or to operate at lower cost. (Remember, we're talking about quantifiable performance.) (Moi ici: O truque de construir um mosaico de actividades)

The third test of strategy, making trade-offs, may well be the hardest. It means accepting limits — saying no to some customers, for example, so that you can better serve others. Porter explains why trade-offs are an important source of profitability differences among rivals, and why trade-offs make it difficult for rivals to copy what you do without compromising their own strategies. The essence of strategy, says Porter, is choosing what not to do.  (Moi ici: E Terry Hill sobre as encomendas mais importantes)

Fit is the fourth test. Great strategies are like complex systems in which all of the parts fit together seamlessly. Each thing you've chosen to do amplifies the value of the other things you do. That's how fit improves the bottom line. It also enhances sustainability. Says Porter, "Fit locks out imitators by creating a chain that is as strong as its strongest link."  (Moi ici: Esta é a base que suporta a explosão de variedade de Mongo. Quanto mais díspares são as "personas" no mercado, e quanto mais fácil se torna a customização, o serviço à cauda longa, mais hipóteses de mosaicos diferentes, autónomos, auto-sustentáveis surgem... e, como tão bem quantifica Byrnes e ilustram as curvas de Stobachoff, é perigoso para a saúde de uma empresa querer ir a todas e servir todo o mundo)

Continuity is strategy's fifth test. While managers are often berated for changing too slowly and too little, it is also possible to change too much, and in the wrong ways. Faced with the latest New Thing, managers must choose whether to embrace it or not. Continuity of strategy helps companies to make good choices about whether and how to change in the face of turbulence. Good choices will strengthen tailoring, sharpen trade-offs, and enhance fit. (Moi ici: Constância de propósito, alinhamento)
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sábado, novembro 26, 2011

A importância do que decidimos não fazer

Ouvir o conselho de Tom Peters "To-Don't List" e recordar Gordon Ramsay. É preciso fazer escolhas:
E o que não vamos fazer é tão, ou mais importante do que a decisão sobre o que vamos fazer, como aprendi com Porter e com Terry Hill.
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Quando Christensen fala das pequenas unidades de saúde vocacionadas para serviços específicos é sobre isto... isto vai estar na ordem do dia nos próximos anos na administração pública.
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Já não há dinheiro para fazer tudo para todos, a toda a hora
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Tudo começa por: Qual é a missão da organização? 
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"By September 1997, Apple was two months from bankruptcy. Steve Jobs, who had cofounded the company in 1976, agreed to return to serve on a reconstructed board of directors and to be interim CEO.
...
What he did was both obvious and, at the same time, unexpected. He shrunk Apple to a scale and scope suitable to the reality of its being a niche producer in the highly competitive personal computer business. He cut Apple back to a core that could survive.
...
Jobs cut all of the desktop models—there were fifteen—back to one. He cut all portable and handheld models back to one laptop. He completely cut out all the printers and other peripherals. He cut development engineers. He cut software development. He cut distributors and cut out five of the company’s six national retailers. He cut out virtually all manufacturing, moving it offshore to Taiwan. With a simpler product line manufactured in Asia, he cut inventory by more than 80 percent. A new Web store sold Apple’s products directly to consumers, cutting out distributors and dealers.
...
Having conflicting goals, dedicating resources to unconnected targets, and accommodating incompatible interests are the luxuries of the rich and powerful, but they make for bad strategy. Despite this, most organizations will not create focused strategies. Instead, they will generate laundry lists of desirable outcomes and, at the same time, ignore the need for genuine competence in coordinating and focusing their resources. Good strategy requires leaders who are willing and able to say no to a wide variety of actions and interests. Strategy is at least as much about what an organization does not do as it is about what it does."
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Trechos retirados de "Good Strategy Bad Strategy: The Difference and Why It Matters" de Richard Rumelt

domingo, julho 24, 2011

A diferenciação dentro da diferenciação

"Porter states that sustaining competitive advantage involves dealing with competitive forces within a sector of industry to become distinct from competitors.
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The competitive forces determine the rules of the game in doing business within a sector of industry. According to Porter, organizations act wisely if they obey these strategic rules. This implies that within Porter’s strategic reality it is not wise if organizations try to change the strategic rules, for that leads to a stuck-in-the-middle position within the sector of industry. The only two ways of becoming distinct are by adopting a ‘cost leadership’ strategy or a ‘strategy of differentiation’. Because Porter beliefs the strategic rules within a sector of industry are objective, all competitors will observe the same strategic rules and choose a strategy to become distinct accordingly. Paradoxically, this will result in the situation that strategy no longer concerns doing things differently, but by doing things the same as your competitors do. (Moi ici: O autor não está a ver bem a coisa... falta-lhe o ró) After all, if all organizations adopt either a strategy of ‘cost leadership’ or ‘differentiation’, ironically, the only way to become distinct from your competitors is to enact a ‘stuck-in-the-middle’ strategy that, according to Porter, should be avoided at all expense."
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O autor não está a ver o filme todo. A estratégia pode ser de diferenciação, e o que é que isso significa? Uns clientes gostam do amarelo, outros do azul, outros do verde, outros do preto, ... a estratégia genérica é diferenciação mas cada grupo homogéneo de clientes-alvo procura e valoriza experiências diferentes. Assim, organizar-se para servir os clientes que gostam do amarelo não é igual a organizar-se para servir os que gostam do verde. "Stuck-in-the-middle" é tentar servir em simultâneo os clientes que gostam do amarelo, e os clientes que gostam do verde, e os clientes que gostam do preto, e ... porque, como referi em "Go Mongo: "We will find a place (To settle) Where there's so much space" e em "O que não fazer é tão importante como o que fazer" o que descobri em "Positioning on a Multi-Attribute Landscape" de Ron Adner, Felipe A. Csaszar e Peter B. Zemsky, publicado em Março de 2010 obriga a fazer opções, impõe trade-offs.
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Trecho inicial extraído de "Developing strategic self-descriptions of SMEs" de Jan-Peter Vos, publicado por Technovation 25 (2005) 989–999.

terça-feira, dezembro 28, 2010

A evolução da ideia de mosaico estratégico (parte VII)

Continuado daqui: parte Iparte II, parte IIIparte IVparte V e parte VI.
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Retirei este trecho do arranque do capítulo 13 "Organizational Capabilities in Complex" de Daniel Levinthal que faz parte do livro “The Nature and Dynamics of Organizational Capabilities”, editado por Giovanni Dosi, Richard R. Nelson, Sidney G. Winter.
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“For much of its modern history, microeconomics has focused on the behaviour of markets as its units of analysis. (Moi ici: Tema que descobri no artigo de Nelson) In analysing such questions, the field was largely satisfied with relatively trivial characterizations of firms. A central element of the contribution of Nelson and Winter has been the introduction of a new, more microlevel, unit of analysisthat of organizational routines.
Recently, the idea that knowledge is largely tacit and embedded in organizational routines (Moi ici: As actividades que constituem um processo são estas rotinas organizacionais. Algo na onda do que referia Porter no artigo de 1996, "What is Strategy?") has been applied to gain insights into the relative competitiveness of national economies.
Complementarities are central to the existence and formation of routines, but routines themselves are critical building blocks for broader assemblages of capabilities.(Moi ici: Outra forma de designar o mosaico de actividades que se reforçam e fazem nascer as diferenças de desempenho intra-sectoriais... atractores num mundo complexo e caótico) In some cases, these broader assemblages become a sufficiently distinct and coherent set of practices that they are given a label, such as the Fordist or Toyota production system. A central element of such systems of behaviour is the degree to which they are coherent; the degree to which one element reinforces or complements other elements(Moi ici: Comecei ontem a ler "The Essential Advantage" de Paul Leinwand e Cesare Mainardi, livro comentado por Ram Charan da seguinte forma "It demonstrates that coherence - treating your internal practives and your external business environment as interrelated and mutually focused - leads to competitive advantage")
The presence of complementarities raises important issues for the nature of selection processes. Selection operates at the level of the organization or, in the terminology of biology, at the level of the phenotype. An organization earns a profit or loss. The environment does not directly reward a particular business practice. … While it is possible to make intelligent inferences, there is inevitably some degree of ambiguity(Moi ici: Às vezes nem as próprias empresas reconhecem esses seus traços distintivos e, por isso, subestimam-se, qual Flávio Silva.)
For a system to effectively adapt, whether it be an individual organization or the economy as a whole, actions that are associated with favourable outcomes need to be reinforced relative to those actions associated with less favourable outcomes. At the level of the economy, this is reflected in the flow of financial capital to organizations that succeed, or demonstrate the prospect of succeeding, in product markets.
issues of unit of analysis and complementarities raise important questions about the desirability of the identification and transfer of best practices. Implicit in such efforts is the assumption that best practiceis independent of the firm's context. Such a perspective not only ignores external contingencies but also ignores issues of internal coherence and consistency. Are best practicesin fact decomposable from the broader set of organizational processes of which they are a part? (Moi ici: Claro, não existem boas-práticas em teoria, num limbo desligado dos clientes-alvo e da proposta de valor)
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By the same token, the identification and measurement of performance of isolated business processes represent a profound change in the unit of selection. Rather than market forces operating on the overall organization, the phenotype, selection-like pressures are brought to bear on a particular practice, the genotype. This fundamental shift in unit of analysis has, in many instances, led to dramatic discoveries on the part of firms regarding the effectiveness or ineffectiveness of particular practices”
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Continua.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Acerca do futuro...

Um excelente artigo de Kramer e Porter, a publicar na HBR de Janeiro de 2011, que aborda temas recorrentes neste blogue como a criação de valor e a vantagem da proximidade.
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"Michael Porter: Rethinking Capitalism the Next Major Business Transformation"

sexta-feira, dezembro 10, 2010

A principal contribuição das empresas para a responsabilidade social

Quando concluí que era mesmo verdade, que Vara iria ser administrador do BCP, resolvi mudar de banco e acabar com uma relação exclusiva de mais de uma dezena de anos.
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A primeira opção que considerei foi tornar-me cliente do Santander.
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Dirigi-me à agência do banco em Estarreja e entrei.
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E esperei...
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E esperei...
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E esperei...
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Esperei cerca de 3 a 5 minutos à espera de alguém. Em vez de um espaço aberto com um balcão vi-me no que parecia ser um hall de entrada mal iluminado e silencioso.
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Desisti e perguntei-me, qual é o banco que tem a agência mais pequena?
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E escolhi-o!
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Escrevo isto a propósito de "Santander Totta é a 1ª empresa em Portugal a ser certificada como Entidade Familiarmente Responsável". Nunca esquecer as palavras de Porter:
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A principal contribuição de uma empresa para a responsabilidade social assenta nos empregos que mantém.
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E de onde vem o sustento para esses empregos?

sábado, novembro 27, 2010

À atenção de Sócrates

Agora que fala da necessidade de exportar... faz-me lembrar o jovem cuco no ninho a gritar ao verdelhão:
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- Mais comida! Eu quero mais comida!
Ou o postal "Ide, ide" trouxas!
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As mesmas asneiras de Zapatero... (era interessante saber qual a % do total das exportações portuguesas que é feita por essas 10 empresas... somos capazes de ter uma surpresa)
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Mas já agora, a propósito da prioridade às exportações convém ouvir Porter aos 30 segundos:

quinta-feira, novembro 25, 2010

Não se escolhem primeiro as pessoas sem saber qual é a estratégia.

Há dias escrevi "Não há boas-práticas!!!"
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E expliquei porquê. Não há boas-práticas em abstracto, tudo depende de quem são os clientes-alvo de qual é a proposta de valor.
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Já Porter no seu "What is Strategy?" alerta para a necessidade de fazer trade-offs para criar um mosaico, expressão usada por Markides, um tecido que torne mais sustentável a estratégia escolhida.
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Steve Blank mostra várias vezes como é perigoso pôr gestores habituados a lidar com empresas estabelecidas, a comandarem startups ainda na fase do Customer Discovery e Customer Development.
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Gary Klein chama a atenção para a importância da experiência prévia para ajudar as pessoas na tomada das decisões.
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Assim, faz sentido pôr em causa "Primeiro quem... depois o quê"... não faz sentido escolher as pessoas sem primeiro equacionar qual é a estratégia, quem são os clientes-alvo, qual é a proposta de valor.
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