sábado, novembro 05, 2022

A morte das empresas a dois níveis

O que quero dizer com "deixem as empresas morrer"?

Vejo o tema em dois níveis, ou duas perspectivas diferentes:

  • a perspectiva da empresa individual; e 
  • a perspectiva da sociedade.
Quando afirmo "deixem as empresas morrer" estou a pôr-me na perspectiva da sociedade. Como sociedade, precisamos que empresas menos produtivas deixem de actuar como zombies que consomem recursos que poderiam estar a ser usados noutras áreas da economia, ou noutras empresas, e não os rentabilizam de forma adequada. Sem a morte de empresas não há flying geeses capazes de acompanhar o aumento da produtividade das sociedades mais dinâmicas economicamente. Recordar Maliranta e Taleb, recordar Hausmann e os seus macacos que não voam, apenas trepam árvores. Recordar Portugal não irá crescer se continuar a “exportar ‘mais do mesmo’”

Ainda recentemente usei a pirâmide de Larreché:
A economia portuguesa só alcança a produtividade média europeia através da originação de valor. Recordar o exemplo irlandês - produtividade irlandesa: empresas nacionais versus empresas internacionais.

Vejamos a gora a perspectiva da empresa individual. Cada empresa individualmente deve fazer tudo o que é ética e legalmente possível para sobreviver. Ninguém de fora deve ter autoridade ou poder para dizer que uma empresa deve morrer porque ...

Cada empresa individual, tendo em conta o seu contexto interno e externo, tendo em conta os requisitos e as expectativas das suas partes interessadas, deve trabalhar para capturar mais valor ou para extrair mais valor. Recordar Marn e Rosiello:
Também se aumenta a produtividade vendendo melhor ou sendo mais eficiente, mas nada bate a capacidade de aumentar preços sem perder clientes, algo que só se consegue com a base da pirâmide de Larreché. 

Assim, enquanto como cidadão defendo que a sociedade deve deixar as empresas morrerem, como consultor trabalho para apoiar as empresas individuais a darem a volta quando estão em más circunstâncias. Ou a melhorarem o que já está bem, mas tem de melhorar porque amanhã as partes interessadas (clientes, trabalhadores e o sócio-estado) vão querer mais. Até porque se as empresas de mais baixa produtividade morrerem todas hoje não há empreendedores suficientes para pôrem a render os recursos entretanto libertados. Recordar Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas.

E algumas, não todas, das empresas com baixa produtividade, quando encaram de forma sistemática o desafio do aumento da produtividade para sobreviver, descobrem dentro de si recursos adormecidos, desprezados, inúteis, que se tornam preciosos para uma vida 2.0 onde as regras do jogo mudam e a empresa pode começar a viver, mais do que sobreviver. Como, por exemplo, aconteceu com o calçado quando mudou de modelo de negócio e de cliente-alvo e passou a vender sapatos que se vendem na loja a 300€ e não a 30€.

Fornece apoio técnico ...

De ontem cito: 

““O Estado não oferece qualquer contrapartida financeira, mas fornece apoio técnico às empresas participantes(através de um serviço especializado em assessorar as empresas nesta mudança),"

E recordo:


 

sexta-feira, novembro 04, 2022

E estamos entregues a isto...

Ainda na sequência do tema 4 dias e produtividade.

Ainda a propósito da produtividade e da semana de 4 dias foi pedagógico ler o texto de Maria Lurdes Rodrigues no JN de ontem, “Quatro dias por semana”. Pedagógico porque ilustra como é Portugal. Um país de palpites, de fezadas, de querer copiar o que os outros fazem porque sim.

O meu barbeiro, o comandante L, cobra-me 8 euros por um corte de cabelo. Como esteve em Londres no mês passado aproveitou, por curiosidade para ver os preços do corte de cabelo em Londres. Julgo que me referiu um valor próximo do equivalente a 30 euros. Será que um barbeiro londrino é mais produtivo que um barbeiro gaiense em número de cabeças trabalhadas por hora? Nope! Então, como justificar a diferença? Aprendi com Erik Reinert, a boleia dos outros sectores. Como ele escreveu, um motorista de autocarro sai de Luanda e vai trabalhar como motorista de autocarro em Copenhaga e passa a ganhar 5 ou 6 vezes mais a fazer praticamente a mesma coisa. Ou um cavador de Lahore que vem para Almeirim, deve ganhar 8 ou 9 vezes mais.

A festa que Lurdes Rodrigues propõe encontra-se justificada em:

“Nos países da OCDE, os trabalhadores portugueses são dos que mais horas trabalham por ano, enquanto holandeses, alemães, dinamarqueses e franceses dos que usufruem de horários mais reduzidos. Há certamente, em Portugal, problemas de produtividade relacionados com a qualificação dos trabalhadores e a organização do trabalho, ou défices de competência empresarial e de gestão que explicam piores resultados com mais trabalho. Porém, horários de trabalho prolongados são parte do problema, não da solução. Menos horas de trabalho tornariam possível a promoção de políticas efetivas de aprendizagem ao longo da vida, [Moi ici: Lurdes Rodrigues quer obrigar as pessoas a usar o que será o seu futuro tempo livre, o seu tempo, para o usarem em formação? Lurdes Rodrigues acha que o trabalhador comum considera a frequência de formação uma festa? Lurdes Rodrigues acha que a baixa produtividade pode ser colmatada com mais formação dos trabalhadores? E se a baixa produtividade não resulta da maior ou menor contribuição dos trabalhadores, mas das decisões dos gestores, ou sobretudo da capacidade dos gestores?] proporcionando condições para que jovens e adultos com mais baixas qualificações completassem ou atualizassem as suas competências. Com os horários de trabalho atuais, mesmo com cursos pós-laborais, é muito difícil o sucesso alargado daquelas políticas. [Moi ici: Aí vem a fezada!!! Se diminuirmos o tempo de trabalho, os desmotivados operários conseguirão produzir 20, ou até mesmo mais, 30% de unidades e, assim, mais do que compensador as horas com um aumento da produtividade. Uma verdadeira festa!!!] Talvez tenha chegado a hora de contrariar mais um mito e demonstrar que é possível aumentar a produtividade diminuindo o tempo de trabalho e aumentando salários.

Entretanto, no Expresso online apanho mais uma pérola, “Governo apresenta semana de 4 dias: vem sem corte de salário e com redução de horas semanais. Será voluntária e reversível”:

““O Estado não oferece qualquer contrapartida financeira, mas fornece apoio técnico às empresas participantes(através de um serviço especializado em assessorar as empresas nesta mudança), [Moi ici: Eheheheh! Isto cheira-me a negócios ao estilo Stayaway. Que empresa(s) vai/ão fornecer tal tipo de serviço? |Onde adquiriram know-how? Como o validaram? Que experiencia têm?] com o foco na alteração dos processos internos e na resolução dos problemas que naturalmente surgem com uma mudança organizacional deste âmbito”, lê-se no texto da proposta, ponto único do CPCS de quarta-feira.”

Não acreditam em Lurdes Rodrigues e na sua fezada? Reparem como com 4 dias é possível aumentar a produtividade da Herdmar.

Não acreditam em Lurdes Rodrigues e nos seus palpites? Reparem como com 4 dias os trabalhadores desperdiçariam menos tempo a fumar e a tomar café.

E estamos entregues a isto... 

Até dá vontade de copiar os meus conhecidos, conspiracionistas, e adivinhar em tudo isto uma conspiração do governo para acelerar a morte de empresas existentes e libertar recursos para uma nova economia. 

quinta-feira, novembro 03, 2022

4 dias e produtividade

Ontem colocaram-me esta questão via Whatsapp:

"Bom Dia Carlos, tenho observado sobre o que é dito sobre a semana de 4 dias, que a produtividade se mantém. Se a produtividade se apenas se mantém com menos horas de trabalho, o resultado final é a diminuição de faturação ou a menor criação de riqueza? A produtividade terá que aumentar para tudo ficar igual? será?"

Primeiro, recuo a 2019 e a 2009 com Aquilo que qualquer gestor de pessoas numa empresa que trabalha 24 horas por dia e 7 dias por semana sabe.

Qual o output de uma organização, um produto físico ou um serviço intangível?

Se o output é um produto físico menos horas de trabalho é menos quantidade produzida, logo a produtividade baixa. Dizer que a produtividade aumenta porque as pessoas ficam mais motivadas, porque têm mais tempo livre, é o mesmo que dizer que a produtividade pode ser baixa porque as pessoas são preguiçosas. A produtividade que interessa é independente da maior ou menor motivação das pessoas, depende do valor do produto.

Se o output é um serviço intangível, penso que devemos considerar duas possibilidades:

  • serviço de baixo valor acrescentado;
  • serviço criativo de alto valor acrescentado.
Quanto ao primeiro tipo, este recorte do Público de ontem diz tudo:
Quanto ao segundo tipo, acredito que será possível conciliar menos horas de trabalho com mais produtividade horária, uma vez que a facturação não depende do contador de horas, mas da qualidade do que resulta durante as horas trabalhadas.



quarta-feira, novembro 02, 2022

Usar o passado para avançar para o futuro

Em tempos aqui no blogue escrevi:
"O repovoamento e o revigoramento do interior começa quando a ideia de copiar o litoral é substituída por um sentimento de individualidade que leva a apostar naquilo em que pode fazer a diferença, naquilo que pode ser a sua essência."

Algures, num outro postal que não consigo localizar, escrevi que as localidades do interior deveriam olhar para o seu passado para encontrar o que poderia ser a base para o seu futuro. ... Já o consegui localizar, é de Outubro de 2012 - A riqueza da terra.

Recordei isto tudo ao começar a ler "To See the Way Forward, Look Back":
"using the purpose to inspire strategies, policies, and operational decisions that remain true to your company’s essence while positioning it for future success.
...
To use the past as a pathway to the future, leaders must first excavate the company’s early history, arriving at a deep understanding of how and why it came to be. ... that excavation can include various subprocesses, such as discovering key elements of the past, assessing or interpreting it in the new context of the present, and reclaiming it as “authentic” for use by the company. The goal is to grasp the very essence, or “soul,” of the organization as best one can—not just the founding ideals, ambitions, and purpose that animated stakeholders, but also the values that informed that early thinking and the principles or heuristics that drove day-to-day decision-making." 

Depois, o acaso no Twitter levou-me a "Stuck in a 'Dead-End' Job? Consider Steve Jobs's Advice on Connecting the Dots by Looking Backward". O propósito do texto é outro, mas o título ajusta-se à mensagem inicial. 

terça-feira, novembro 01, 2022

Again, deixem as empresas morrer!

Domingo passado publicamos aqui - E noção?

Falta de mão de obra, baixa produtividade, empresas que precisam de apoio para pagar o salário mínimo ...

Entretanto:

"O próximo ano adivinha-se difícil. De acordo com as previsões da Allianz Trade, que foram divulgadas esta quinta-feira, as insolvências deverão subir cerca de 20% em Portugal, por efeito do agravamento das pressões inflacionistas, bem como devido à crise energética e às perturbações nas cadeias de abastecimento.

“Este ano, o crescimento do número de insolvências entre as empresas portuguesas deverá ser de cerca de 2%. Contudo, o cenário deverá alterar-se de forma muito significativa em 2023: a Allianz Trade estima uma subida de 20% das insolvências”, projeta a seguradora, numa nota divulgada esta manhã.

...

Entre os vários países europeus, os analistas da Allianz Trade antecipam que a economia francesa vai enfrentar uma subida de 46% das insolvências neste ano e de 29% no próximo ano. Já a Alemanha deverá assistir a uma subida de 5% das insolvências em 2022 e uma expansão de 17% em 2023."

Deixem as empresas morrer! Deixem os recursos serem encaminhados naturalmente para quem é mais produtivo.

Trechos retirados de "Insolvências devem subir 20% em 2023 por causa da crise energética e cadeias de abastecimento

segunda-feira, outubro 31, 2022

Oficialmente ...

No tempo de Passos Coelho ... lembram-se da sexta-feira 7 de Setembro de 2012? Sei a data por causa de Crédito fácil e barato. Nesse dia o primeiro ministro de então disse, olhos nos olhos, o que pretendia fazer sobre a TSU. Era mais transparente e claro, era o mundo dos orçamentos pré-cativações.

No tempo de Passos Coelho como primeiro ministro eu criticava os orgãos de comunicação social por se focarem no sofrimento das pessoas e não darem uma luz de esperança sobre o que poderia ser o futuro.

Hoje, vejo Passos Coelho como um caseiro que aplicou a receita da troika, mas que ele próprio não a entendia. Por isso, a sua incapacidade para um discurso de esperança sobre o futuro. A sua grande virtude foi dizer não aos "funcionários" do BES dentro do governo.

Assim, Setembro de 2013 chegou como uma surpresa para quase todos - E falta um mês para Agosto de 2013!!! e E Agosto de 2013 chegou. BTW, (Vítimas são presas).

Ontem, ao ouvir o telejornal da noite da TVI dei comigo a pensar que tinha regressado ao tempo da troika, por causa do tempo dedicado ao sofrimento das pessoas. Ainda pensei, mas esta não é a TV do Sérgio, o amigo do Centeno sempre ao serviço de Costa?

Por que é que as TVs começam a dedicar cada vez mais tempo ao sofrimento das pessoas?

O primeiro ministro António Costa já nos disse que estamos em crise? Não, afinal segundo a "cartilha dos padres" ao serviço do partifdo do governo estamos a crescer mais do que o resto da Europa.

Se não há discurso sobre a crise, não há discurso de esperança sobre como sair da crise.

Isto tudo é estranho, do meu lado da vedação, no meu trabalho continuo a interagir com empresas exportadoras que têm algum receio do futuro, mas que estão bem, mas que estão muito bem. Suspeitam, receiam um futuro mais cinzento com a recessão nos mercados externos, sobretudo Alemanha. 

E as empresas do sector não-transaccionável? Como vai ser?

Oficialmente não há crise, mas na vida real ...

Extraordinário!!!

Então a inflação apareceu out of thin air!!!

domingo, outubro 30, 2022

E noção?

Ele há coisas ...

Esta semana seguia num táxi para uma empresa onde costumo ir semanalmente e o motorista, pessoa com quem já fiz várias viagens, contava-me que um edifício em ruínas que me tinha chamado a atenção era uma antiga vacaria. Depois na empresa após o almoço, durante o café, contavam-me que onde estava situada aquela empresa altamente produtiva tinha existido uma outra vacaria. Na minha mente, pensei no ganho de produtividade daqueles metros quadrados ...

Entretanto, ontem, um pouco atónito, dei de caras com este artigo, "Soberania alimentar nacional está comprometida, alertam produtores de lacticínios":

"O presidente da ANIL deixou ainda uma nota sobre a importância deste e doutros sectores para a revitalização e fixação de população no interior. [Moi ici: Ponham as coisas em perspectiva, um sector conhecido por estar sempre a chorar por falta de rentabilidade vem dizer que é um sector relevante para fixar pessoas no interior. Brincamos? E que salários é que essas pessoas vão ganhar?] “Com o devido respeito pelas novas tendências de trabalho geradas pela pandemia e potenciadas pela evolução das tecnologias de comunicação, não é com os nómadas digitais que vamos assistir à inversão dos fluxos populacionais para o litoral”, disse. 

"É sim, com a criação de condições para a sustentabilidade da produção e geração de valor em setores como este dos lacticínios", afirmou em defesa da importância da fileira láctea num pais que quer fixar populações em zonas agrárias e no interior, reduzir o fluxo migratório para o litoral, desenvolver áreas geográficas não urbanas." [Moi ici: No artigo, pela enésima vez um representante do sector apela aos apoios do estado - "e apelando ao Estado para a adoção de medidas orçamentais" - porque o sector não gera riqueza para remunerar os participantes. E o mesmo representante acha que o sector pode ser atraente para os trabalhadores]

E noção? Recordo os empresários têxteis... É verdade, não é impunemente que se diz mal

Recordar a Herdmar e A brutal realidade de uma foto.

Recordar Erik Reinert e Para reflexão de onde sublinho:

"a nation - just as a person - still cannot break such vicious circles without changing professions." [Moi ici: Talvez por isto as mais de 60 pessoas empregadas que responderam a um anúncio de emprego em Falta mão de obra? (parte II)]

Recordar The "flying geese" model, ou deixem as empresas morrer!!! onde Reinert nos conta como uma cidade de sapateiros, St. Louis, pagou os jogos olímpicos e uma feira mundial em 1904. 

sábado, outubro 29, 2022

Até que ponto?

"Key to understanding how a commercial operation functions is to understand the drivers of value, and the drivers of cost, in some depth and to understand them together. Being lean and curbing costs is often described as essential in supply chains, but this is too narrow a focus. Yes, cost reduction and improvements to efficiency and productivity are important and necessary, but only when conducted as part of understanding of the impact on the full value chain, otherwise they can be counter-productive. In extreme cases, they can even become a self-defeating compulsion, especially where incentives are not aligned with what the company needs to do to meet consumers' and retailers' needs."

Isto foi crítico para o sucesso da maioria da economia exportadora portuguesa nos últimos 15 anos. O preço mais baixo não é tudo, não é o único critério. Num mundo com cada vez mais incerteza, resultante do contexto externo (política, tecnologia, economia, social), mas também do contexto interno (mais variedade, mais feedback, mais customização) a logística da resposta, da reposição, da criação tem um valor que o cálculo de custos não incorpora pelo lado positivo. 

Foi isto que nos permitiu ser competitivos sem ser produtivos, foi isto que me embalou e enganou nestes anos todos. 

Agora que o modelo estava a dar sinais de exaustão, desde 2018 mais ou menos, não pelo fim da importância da logística da resposta porque a incerteza continua a crescer, mas pelo alargamento da produção de proximidade noutras paragens mais próximas dos centros de consumo, veio o Covid primeiro, Taiwan como espelho da Ucrânia depois, e agora o império a revelar-se numa série de cenários potenciais perigosos, dar uma nova vida ao modelo da competitividade sem produtividade.

Até que ponto esse modelo se compadece com taxas de inflação elevadas?

Até que ponto esse modelo se conjuga com uma demografia envelhecida e uma emigração em crescendo? 

Trecho inicial retirado de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.

 

sexta-feira, outubro 28, 2022

"Lives of quiet desperation" (parte III)

Parte II.

"Venda da Efacec à DST caiu e o Governo está a preparar a reestruturação da empresa


Mateus 7, 16:20. 

É nisto que dá ser governado por falsos profetas.

Podem ter conversa, podem ter fanfarra, podem ter o apoio da comunicação social e do comentariado, mas quando chega a hora da verdade... os contribuintes incham e ninguém se retrata, ao menos podiam retratar-se, mas não, seguem para mais uma vitória eleitoral qualquer.



quinta-feira, outubro 27, 2022

We're not in Kansas anymore

A subida das taxas de juro, vai matar alguns projectos que conseguiram sobreviver até aqui.

A subida das taxas de juro vai aumentar a exigência de rentabilidade mínima necessária para pagar o custo do dinheiro.

Projectos que há um ano sobreviveriam, vão bater contra a parede com mais ou menos violência.

Há dias escrevia sobre esconder os stressors. Ontem li:
"BASF has said it will have to downsize “permanently” in Europe, with high energy costs making the region increasingly uncompetitive."

Quantos projectos novos não vão avançar? Quantos projectos vão falhar? Que projectos novos vão-se tornar atraentes? Por exemplo, há um mundo em explosão acelerada relativamente ao fotovoltaico.

Entretanto, o modelo económico português vai-se revelando na sua capacidade de gerar resultados:

"Mais de 40% dos seniores portugueses dá dinheiro aos filhos todos os meses" e "De acordo com a Population Survey da ONU, em 2100 seremos 6,6 milhões; de acordo com as projeções de um estudo de Vollset e outros, seremos apenas c. 4,5 milhões." [Moi ici: Bom para o ambiente!!!]

Acham que 80 mil em 2021 é fora do comum?

É preciso ter memória "Emigração estabilizou em 2019: saíram 80 mil do país" e vejam 2018 também.

Trecho retirado de "BASF to downsize 'permanently' in Europe

quarta-feira, outubro 26, 2022

Por que é importante ter uma estratégia.


"Willingness to pay (WTP): The maximum amount a customer is willing to pay for a company's goods or services

Price: The actual price of the goods or services

Cost: The cost of the raw materials required to produce the goods or services

Willingness to sell (WTS): The lowest amount suppliers are willing to receive for raw materials, or the minimum employees are willing to earn for their work

The difference between each component represents the value created for each stakeholder. A business strategy seeks to widen these gaps, increasing the value created by the firm’s endeavors."

Relacionar com Larreché:

WTP versus Originação de valor.
Price versus Captura de valor.
Cost versus Extracção de valor.


Trecho retirado de "What Is Business Strategy & Why Is It Important?


terça-feira, outubro 25, 2022

Acerca das mudanças

Tapar o sol com uma peneira.

Tratar os sintomas em vez de ir às causas.

Pregar uns valores e princípios e praticar o oposto.

Enganar as pessoas.

Não preparar as pessoas para aquilo que para elas vai ser uma surpresa.

Apresentar uma dança da chuva qualquer para enganar papalvos.

Alguns conselhos, "Don't just Tell Employees Organizational Changes Are Coming - Explain Why":

"Inspire people by presenting a compelling vision for the future. During times of uncertainty, people experiencing change want a clear view of the path ahead. It’s important to share what you know – including what’s changing, when, and how. But for most change initiatives, it is also helpful to start with a narrative or story that clearly articulates the “big picture” – why change is important and how it will positively affect the organization long-term. This should serve as the foundation for how you communicate about the change moving forward.

...

Keep employees informed by providing regular communications. Change communications is never a one-and-done event; keeping employees informed is something that you will have to do throughout every step of the change process. Studies have found that continual communication is a leading factor in a transformation’s success. When thinking about how to communicate, keep the following in mind:

Be clear and consistent: All of your communications should tie back to the narrative that you developed, reiterating the case for change and presenting a compelling future vision.

You will not have all the answers:

...

Don’t forget to articulate “What’s in it for me?”:"

Payback time is coming ...

 


Nunca serei capaz de agradecer o suficiente aos ex-parceiros da geringonça por terem dado a maioria absoluta ao partido no poder.



segunda-feira, outubro 24, 2022

Sem stressors não há informação

Hoje é mais ou menos pacífico dizer-se que algumas estratégias, baseadas em mão de obra barata, são impossíveis de sustentar em Portugal.

Apesar disto, Pode ser que cole à parede, chegaremos um dia à conclusão que estratégias baseadas em energia barata são impossíveis de sustentar em Portugal.

Taleb ensinou-me: "Stressors are information"

Entretanto esta semana:


Sem stressors não há informação, se não há informação, não há sinal de que a mudança seja mesmo necessária.

Se recuarmos a Outubro de 2021 percebemos que o preço da energia não tem nada a ver com a guerra.

domingo, outubro 23, 2022

Evolução não planeada

Imaginem este cenário de evolução do VAB numa empresa:


Conjuga bem com:
"To understand why it’s so important to go with organizational strengths, we need to explore just how diametrically opposed the two models of business really are. The first kind of company competes on a complex-systems model
...
The second kind of company competes on volume operations.
...
If you think business is business, you’re simply wrong. In truth, business takes two distinct forms, and they could scarcely be less alike. One kind of business, as shown in the exhibit “Complex-Systems Model,” is geared toward delivering customized solutions to demanding and deep-pocketed customers. The other, as shown in the exhibit “Volume-Operations Model,” is designed to package a company’s proprietary strength (its core technology, which may or may not be very high-tech) into standard products that meet the generic needs of mass markets."
O que se passa com a empresa acima é a consequência natural da evolução não planeada (folhas na corrente) em que se transitou de um modelo baseado no volume (poucos clientes, pouca variedade e encomendas grandes) para um modelo mais próximo do complexo (muita variedade, encomendas mais pequenas e ... a falha ... o número de clientes não cresceu o suficiente para compensar a mudança).

A empresa não decidiu mudar, não alterou a sua estrutura produtiva ou a sua mentalidade, foi conduzida pelo mercado... não teve voto na matéria, não teve consciência.

Trechos retirados de "Strategy and Your Stronger Hand"




sábado, outubro 22, 2022

Curiosidade do dia

Depois de ter ouvido o podcast de Lex Fridman com John Vervaeke, tenho ouvido diariamente os podcasts de John Vervaeke sobre "Awakening from the Meaning Crisis". Esta semana tive oportunidade de ouvir o nº 20, "Ep. 20 - Awakening from the Meaning Crisis - Death of the Universe".

John Vervaeke continua a ser capaz de me surpreender!!! Que episódio: UAU!

Começa com Santo Agostinho com um conjunto de ideias tão fortes que duraram quase 1000 anos, continua com Tomás de Aquino e como ele resolveu o problema de então recorrendo à ideia do mundo natural e do mundo sobrenatural, à separação da razão do coração. Uma ideia tão bem sucedida que representa o princípio do fim do mundo pré-ciência.

A introdução na Europa dos algarismos indo-árabes que facilitou o cálculo e fez explodir a matemática. O surgimento dos bancos em Itália e da sociedade comercial que começou a expandir a vida sem recurso ao sobrenatural de Tomás de Aquino. Segue-se Copérnico e a sua ideia sobre o heliocentrismo, algo do género: "Fica mais fácil fazer as contas se colocarmos o Sol no centro". Ele não afirma que o Sol está no centro, ele foca-se na Matemática. 

Depois, Vervaeke apresenta-me um Galileu que nunca ninguém me tinha apresentado. O Galileu matemático, o Galileu que muda a noção do mundo, daí o título do episódio. Até Galileu, humanos e o resto do cosmos viviam e faziam parte do mesmo caldo solidário, com vontade, com personalidade. Depois de Galileu, que introduziu termos como inércia e resistência, os humanos ficaram sós, separaram-se do resto do universo. A palavra cosmos antes e depois de Galileu quer dizer coisas diferentes. O mundo resiste aos humanos.

Galileu pensa: vemos o sol levantar-se num lado de manhã e pôr-se num outro lado de noite e afinal o sol não se mexe. Ou seja, somos enganados pelos nossos sentidos. Como nos podemos precaver contra outros enganos? Com a Matemática!!! Galileu introduz ou desenvolve as equações matemáticas que depois Pascal e Descartes expandiriam.

É uma viagem e pêras! No 21 segui-se Lutero e agora no 22 Descarte e Pascal. Já agora, uma curiosidade, como é que Descarte inventou o referencial cartesiano? Por causa de uma mosca que não o deixava dormir. Num quarto, como o da minha mais antiga recordação de infância, com paredes em tijolo-burro, às tantas ele começou a pensar que podia descrever onde estava a maldita mosca se contasse quantos tijolos havia desde a esquina da parede.

Quem vem do Afeganistão para a Europa nunca foi sujeito a uma cultura que evoluiu deste caldo evolutivo.

À espera da autópsia

Ontem de manhã, durante a caminhada matinal li "Ach.Brito foi vendida por um euro. Empresa passou a ser detida por um fundo de capital de risco":

"A Ach.Brito, que inclui as marcas de sabonetes e outros produtos de beleza Claus Porto e Musgo Real, tinha no mercado do turismo um dos seus principais clientes e o plano a seis anos, revelado ao PÚBLICO em 2017, visava “aumentar as vendas da marca [Claus Porto] no estrangeiro”, num investimento de cinco milhões de euros. Mas as suas intenções viriam a ser goradas com a chegada da pandemia, a meio do processo."

Por acaso, ontem de manhã numa empresa usei este esquema de 2008:


Por acaso gosto da marca Ach. Brito e costumo comprá-la. Sempre me questionei sobre a sua presença nos hipermercados.

Gostava de ver estes casos reais da economia portuguesa autopsiados pelas revistas de gestão nacional. Talvez daqui a uns anos possa encontrar algo numa tese de mestrado.

sexta-feira, outubro 21, 2022

A responsabilidade pela formação

Ao ler isto: 

"Perhaps the single most important piece of advice I gave my children as they were growing up, and that I offer in this chapter, is to treat every day as a learning opportunity. Don't make assumptions and check the beliefs of yourself or others against the actual evidence. Keep an enquiring mind. Don't assume that a convenient soundbite tells an accurate story and always recognize that you have more to learn. A comment I have heard from individuals who feel frustrated at work is: “I’ve been in this role two/three years and I haven't learned anything. They haven't provided any courses.” I find that an extraordinary viewpoint - it's your responsibility to be continually learning. There were two glaring issues that struck me when I heard such sentiments: firstly, you can always book your own course, or buy the textbooks."

Recordei logo 2008:

"A formação profissional de cada um, é um assunto demasiado importante para ser delegado em regime de outsourcing a quem quer que seja." 

E 2011:

"O seu futuro é demasiado importante para ser colocado nas mãos do seu chefe, ou patrão. É que, por mais que ele genuinamente o valorize... a empresa pode ter de fechar. Por isso, não confie a sua formação a mais ninguém." 

Trecho retirado de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.

quinta-feira, outubro 20, 2022

Quais as consequências destas falências?

Ontem, apanhei isto no Twitter:

Entretanto, no dia anterior tinha lido:

"The backbone of German innovation and a major source of future growth are its small to medium sized businesses. Almost 40% of total corporate turnover is generated by these enterprises, and they account for 55% of value added in the German economy. They also train the future industry workforce, and are responsible for 1.3 million of the 1.5 million training places in German companies. Keen innovators, smaller companies are often investing twice as much in research and development as their larger competitors. Unfortunately, the current crisis is hitting precisely this sector of the economy hardest, driving up insolvencies among Germany’s so called ‘Mittelstand’."

Mais do que uma consequência da guerra, recordo do Sábado passado Pode ser que cole à parede, julgo que isto é consequência de uma transição energética feita por políticos. Ou seja, às três pancadas e sem olhar a consequências e balanços energéticos (ainda recentemente na Califórnia estabeleceram data limite para deixar de vender carros com motor a combustão e bloquearam carregadores eléctricos por receio de apagões).

Quais as consequências destas falências?

Que redesenho da paisagem industrial na Europa?


terça-feira, outubro 18, 2022

Falta mão de obra? (parte II)

Parte I.

Na passada semana recebi um telefonema de um empresário, pessoa da área administrativa que acumulava a função de Responsável pela Qualidade tinha-se demitido. Antevimos dificuldade em encontrar nova pessoa para a função.

Ontem, passei pela empresa e, para minha surpresa, percebi que mais de 60 pessoas já tinham respondido à oferta de emprego. A quase totalidade das pessoas que responderam já estão empregadas.

Que se passa?


segunda-feira, outubro 17, 2022

Falta mão de obra?

Sim, eu sei que a emigração rouba mão-de-obra.

Sim, eu sei que existe imigração.

Sim, eu sei que existe competição entre sectores económicos.

Julgo que este artigo ajuda a ilustrar o que se pode estar a passar, da próxima vez que ouvirem empregadores a dizer que falta mão de obra:

"Carolina Reyes was surprised when she heard that an assistant teacher at her child care center in suburban Maryland was quitting for a job cleaning high school classrooms. The hours — 6 p.m. to midnight — seemed crummy. And the work hardly seemed more satisfying.

But then Reyes, who owns the center, heard about the salary — $24 per hour, compared with the $15 she was able to offer.

The worker was only one of several Reyes lost recently — part of a national exodus from the child care profession. The shortage is contributing to a crisis for parents, as child care providers close their doors or limit enrollment in response to a labor market in which they cannot compete.

There are 100,000 fewer child care workers than there were before the coronavirus pandemic, according to the Bureau of Labor Statistics. Even as private-sector employment fully rebounded over the summer from the job losses caused by COVID-19, the child care sector shrank and was 9.7% smaller last month than it was in February 2020, federal data shows.

Program directors point to a few explanations for the shortage: competition from other sectors, as well as regulations — including license requirements, vaccine and masking rules — that could dim the enthusiasm of some job candidates.

The typical American child care worker earns about $13 per hour, and many earn just above minimum wage. Last year, 29% were so poor that they experienced food insecurity, according to a survey conducted by researchers at the University of Oregon.

Positions stocking shelves at Target, ringing up groceries at Trader Joe’s, and packing and loading boxes at Amazon warehouses now often pay more than jobs in child care programs in many parts of the country. Working at a nail salon or managing pharmacy benefits over the phone can also lead to higher earnings."

Se falta mão de obra é porque há quem pague mais por ela. Se não dá para pagar por ela, talvez seja uma mensagem do mercado a dizer que o negócio não tem pernas para andar, talvez seja de desviar os recursos para outro empreendimento.

Trecho retirado de "Why You Can't Find Child Care: 100,000 Workers Are Missing" do New Yor Times  

domingo, outubro 16, 2022

Dedicado aos que pensam que estas coisas só acontecem em Portugal

Estados Unidos, Outubro de 2002, unidade de fabrico da LEGO.

"You've never been trained in it? I asked the operator on the production line at LEGO. I was holding the operating manual open at the page showing the process that I had been referring to. The machinery was whirring in the background, we had to raise our voices slightly to be heard. There was a row of 12-14 vibratory bowls, each about 1m wide, in which LEGO bricks were automatically sorted and counted, then dropped into bags.

'No,' came the reply.

I took the manual to the supervisor, who told me: I've never even seen it before.'

The official LEGO quality operating processes looked impressive on paper; the problem was that operators did not follow them - or were not even aware of them, in some cases."

Dedicado aos que pensam que estas coisas só acontecem em empresas de vão de escada e em Portugal. 

Trecho retirado de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.  

sábado, outubro 15, 2022

Pode ser que cole à parede

Ontem, 13.10.2022 - "Cada falência é uma vitória de Putin", diz o líder da indústria têxtil portuguesa

"O presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, deixou esta quinta-feira mais um alerta sobre como o disparo do preço do gás natural está a pressionar a indústria têxtil: “Cada falência é uma vitória de Putin, que está a usar o gás como arma económica”."

Parece que o Putin tem as costas largas, e eu sou a última pessoa a querer defende-lo.

A 18.10.2021 - "Já há empresas têxteis a ponderar encerrar portas devido à escalada dos preços da energia"

"Já há empresas têxteis a ponderar encerrar portas devido à escalada dos preços da energia. Com os preços do gás natural cinco vezes mais caros e da eletricidade duas vezes mais elevados do que há três meses, muitas empresas deste setor já fazem contas e admitem não conseguir fazer face ao aumento dos encargos energéticos, a que acresce ainda a subida ou escassez de matérias-primas. Uma situação que poderá comprometer a retoma económica antecipada pelo Executivo, alerta Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP)."

Em 2013 apresentei este gráfico:


Entre 2005 e 2012 o sector têxtil perdeu 3000 empresas e manteve o volume de exportações. Nesse tempo o impacte da China era visto, justamente, como "É a vida!"

Em 2022 as exportações têxteis estão em alta. Por que devemos salvar empresas? Desconfio que muita gente quer que empresas condenadas pelo mercado sejam salvas pelos contribuintes.

BTW, a propósito disto ""TÊXTEIS PORTUGUESES PASSARAM O TESTE DE STRESS HA 20 ANOS"" onde se pode ler:

"os desafios ao sector são enormes mas “os têxteis portugueses passaram o teste de stress há 20 anos”, disse Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia,

...

E os que passaram esse teste de stress de há 20 anos não vão agora ser derrotados por mais uma crise."

Este advogado de gabinete lisboeta tem de aprender o que é o índice de turbulência - Debaixo da superfície calma e pacata. Fez-me lembrar a parolice nortenha O provincianismo nortenho!

Qualquer reunião empresarial para que convidem estas personalidades é um sinal para não perder tempo com essas reuniões. O que é que eles sabem da economia transaccionável? Come on!

Portanto:


"Para este responsável, no curto prazo a "prioridade deve ser salvaguardar a indústria têxtil", ao mesmo tempo que esta se prepara para um "futuro competitivo a longo prazo". Futuro esse que terá de ser assente em "fundações fortes", ou seja, em inovação, criatividade, qualidade e sustentabilidade. "Eu sei que estas podem parecer só palavras bonitas, mas acredito que precisamos de continuar a investir em inovação, de continuar a atrair criatividade para as nossas empresas, de produzir artigos de alta qualidade e de nos tornarmos mais sustentáveis porque essa é a receita para o nosso sucesso num mercado globalizado e altamente competitivo", frisa.
Mas tudo isso exige diz Alberto Paccanelli, um "novo quadro regulatório no qual a qualidade e a durabilidade se tornem o norte, [Moi ici: Durabilidade? Come on Are you prepared to walk the talk? Qualidade? O que quer dizer qualidade? Um Fiat tem menos qualidade que um Mercedes? Tudo conversa para levantar barreiras alfandegárias] em que a transparência e a sustentabilidade são premiadas e em que os free riders, que não cumprem com as regras e os standards [europeus], são mantidos fora do mercado". Ou seja, há que garantir que o novo quadro será "justo e equilibrado, o que exige um diálogo constante e próximo entre o regulador e a indústria", defende."

sexta-feira, outubro 14, 2022

Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte II)

Recordar Tudo vai depender do tal jogo de forças.

Agora dados de Janeiro a Agosto:


Quando comparamos 2022 com 2019, último ano sem pandemia, dá para perceber que estamos a trabalhar bem:

Imagino que estes três factores, com maior ou menor grau, estão a influenciar o desempenho das nossas exportações.

A nível industrial já detecto um aumento da heterogeneidade do impacte do custo da energia. Por exemplo, no sector do calçado:
  • fábricas de solas fechadas com pessoal em casa, a aguardar que o começo da produção do próximo Verão comece a justificar o retorno à actividade;
  • fábricas de calçado com contratos de electricidade renovados antes de 2022;
  • fábricas de calçado com contratos de electricidade renovados em 2022.
À medida que nos embrenhamos mês após mês num mundo de inflação a 2 dígitos, como vai reagir a economia não-transaccionável?

quinta-feira, outubro 13, 2022

Curiosidade do dia



 

O sabotador!!!

Recordar O retrato (parte III)O retrato (parte II) e O retrato

"In our experience, customers are rarely profit drains because of below-market pricing; they’re profit drains because of an excessively high cost to serve, generally caused by relatively minor factors that are unseen and unmanaged. The good news is that this is often relatively easy to fix: You can create a win-win solution for both companies, increasing the customers’ own profitability while converting many into profit peaks. We call this process of joint cost reduction — increasing profitability by lowering the cost to serve rather than raising prices — conditional pricing."

Relacionar com isto de "your interests overlap, but they are not the same":

"The mantra that 'the customer is always king' requires interpretation, I learned. The customer is transactional; your interests overlap, but they are not the same. You provide a good service; you delight the customer, but you maintain margins sufficient for a good living and protect your own interests. [Moi ici: Demasiadas vezes quem negoceia o preço com o cliente, a seguir aceita alterações que sabotam as margens negociadasYou do not necessarily cede to every demand a consumer makes,"

Treco inicial retirado de "3 Strategies for Managing Your Profit-Drain Customers

 

quarta-feira, outubro 12, 2022

Riscos vs oportunidades

Qunado implementamos um sistema de gestão da qualidade, uma boa prática passa por questionar a realidade existente e determinar riscos colocando questões como:
  • o que pode correr mal?
  • o que costuma correr mal?
  • o que nos pode desviar do resultado pretendido?
Por exemplo:

E como determinar oportunidades para melhorar o desempenho?

Bali Padda no segundo capítulo de "Deliver What You Promise", intitulado "Innovation is a Way of Thinking", escreve:
"We kept asking: why? Why are we doing this? It is human nature to interrogate new proposals far more rigorously than existing procedures. Key to improvement is to interrogate everything, including the obvious, and to involve all relevant individuals in the discussion. 
...
Why do we stick to the same approach for years, instead of continually seeking to improve it, like Formula 1 engineers at the pit stop?"

Olhando para este vídeo:


Enquanto os riscos podem materializar-se por conspiração da realidade, as oportunidades, muitas vezes, têm de ser seleccionadas e perseguidas proactivamente de forma sistemática. É preciso investir para que se materializem.

terça-feira, outubro 11, 2022

Por que ficamos admirados com a falta de produtividade do país?

Há cerca de um mês escrevi Depois, vamos ficar admirados com a falta de produtividade do país. Na semana passada escrevi A brutal realidade de uma foto.

À medida que vou envelhecendo é cada vez mais frequente detectar, encontrar, "cheirar" situações em que supostos "experts" debitam um discurso sobre um tema em que não conseguem passar de superficialidades e de pedidos de estudos. Ainda me recordo da primeira vez, foi sobre Camarate, mas se quiserem uma galeria de cromos tenho uma série de 25 - Aprenda a duvidar dos media (parte XXV).

Por que ficamos admirados com a falta de produtividade do país? Ela é uma consequência natural da nossa mentalidade. Ei-la em todo o seu esplendor:

"O presidente da delegação regional da Ordem dos Economistas, [Moi ici: Não é uma pessoa qualquer] Francisco Bettencourt, alerta para possíveis problemas de "tesouraria" e "viabilidade" das empresas açorianas, devido ao aumento previsto do ordenado mínimo para 2023, defende medidas que ajudem a "compensar" o incremento dos custos. [Moi ici: Reparem na solução para o aumento do salário mínimo ... não é o aumento da produtividade, não é o repensar da forma de trabalhar, não é o encerramento e concentração, não é o aumento dos preços, é a ajuda de Deus ex machina]

"O aumento do ordenado mínimo, embora não compense a subida da inflação para as famílias, porque abrange uma franja muito grande de trabalhadores, implica sempre um investimento muito considerável por parte das empresas, o que pode complicar a sua viabilidade. Acredito que as empresas venham a ter problemas de tesouraria devido a este aumento", [Moi ici: Não diz uma palavra contra o aumento do salário mínimo, mas está preocupado com a incapacidade das empresas para o pagarem. E não acha estranho, e não se questiona] alerta Francisco Bettencourt.

Nesse sentido, o economista realça que esta medida "tem de ser compensada, [Moi ici: Já cá faltava o pedido do apoiozinho, o choradinho pelo subsídio] pelo menos numa fase inicial, de forma a que as empresas possam suportar também os consequentes aumentos da segurança social e de outros impostos, até porque estamos a recuperar de dois anos de pandemia e as empresas ainda não estão com a sua tesouraria equilibrada", ressalva.

Para Francisco Bettencourt, esta compensação terá de partir do Governo da República, uma vez que se trata de uma decisão a nível nacional. "A decisão sobre o aumento do ordenado mínimo é do Governo da República. Como tal, qualquer compensação que haja a esse nível também deverá ser efetuada pela República", afirma. 

...

Francisco Bettencourt fala, por isso, num "ano de 2023 mais complicado" e defende que, ao nível das famílias, terá de haver uma preocupação grande com as camadas mais vulneráveis" por parte do Go- verno açoriano.

Quanto às empresas, destaca que será importante a aposta em "créditos a fundo perdido ou com bonificação dos juros para que possam continuar a sua atividade, [Moi ici: As empresas, segundo o economista, não conseguem suportar o aumento do salário mínimo. Por isso, têm de ser apoiadas. E para fazer face a um 2023 complicado a solução é: créditos a fundo perdido, quem será que paga esse crédito? E mais dívida. E dizer às empresas para mudarem de vida? E dizer às empresas que não têm direito à vida, que têm de fazer pela vida? Dá a ideia que o economista vê a economia como estando, ou devendo estar em estado de equilibrio e não se pode mexer na população das empresas] já que muitas delas ainda não conseguiram recuperar dos dois anos de pandemia", salienta."

Trechos retirados de "Economistas defendem compensações às empresas pelo aumento do ordenado mínimo" publicado no jornal Açoriano Oriental de 9 de Outubro de 2022.

NOTA: Não me promuncio sobre a existência de salário mínimo.

segunda-feira, outubro 10, 2022

Pavões

Ontem fui, mais uma vez, ameaçado. 

Desta vez para que mais dinheiro dos meus impostos seja canalizado para financiar o Portugal Fashion, depois da TAP, da EFACEC, do Euro, da Expo, da ...

Segundo o JN de ontem:

"O Portugal Fashion, um evento de promoção da moda nacional que permite divulgar as fileiras do têxtil e calçado e alavancar a internacionalização do setor, está em risco de não se realizar a partir do próximo ano por falta de financimento europeu. [Moi ici: Por que se organiza um evento como o Portugal Fashion? Haverá algum estudo sobre as consequências da participação das empresas no Portugal Fashion? O evento é eficaz ou não? Se é eficaz, os participantes não estão dispostos a financiar o evento? Se não é eficaz, então não vale a pena fazê-lo!]

...

TÊXTIL VALE 6 MIL MILHÕES A realização do evento no Porto é tida como essencial para o têxtil e o calçado. [Moi ici: Isto cheira-me a um empolamento exagerado do impacte do evento. Imaginam que se o evento fosse mesmo essencial para o têxtil e o calçado não aparecia financiamento privado para o fazer?] Ao dar "visibilidade" à fileira do têxtil nacional, através do "espetáculo que é a passagem dos produtos pós confeção", este certame potencia negócios com valor acrescentado, [Moi ici: Potencia negócios com valor acrescentado para quem? E esses beneficiados não estão dispostos a investir no evento?] novos contactos e atrai pessoas, adianta Mario Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).

...

Dentro da fileira, [Moi ici: Têxtil] "o elo mais fraco, que está menos desenvolvido, é o de marcas com origem portuguesa. Não temos conseguido criar marcas com um posicionamento a nivel global". E, "se não tivermos um centro em que se comece a fazer a criação dessas marcas, matamos ou diminuimos significativamente a possibilidade de isso acontecer", explica, ainda, Mário Jorge Machado. [Moi ici: OK, então o presidente da ATP tem estudos que demonstrem o impacte positivo do evento? Pode apresentá-los?] Nesse sentido, se o Portugal Fashion acabar, "vai ser ainda mais difícil" dar visibilidade, sobretudo a nivel internacional, ao setor têxtil e, em particular, às marcas nacionais." [Moi ici: Não têm curiosidade em saber qual o retorno em euros para as marcas que participaram em edições anteriores do evento?] A dimensão internacional vai ficar fortemente prejudicada e diminuida' frisa. [Moi ici: Será que ele disse isto sem se rir?]  Com este evento, há uma promoção setorial e do pais. Por isso, deve haver algum investimento público para fazê-lo, defende o presidente da ATP, descartando a possibilidade de serem as empresas do setor a suportarem todos os encargos." [Moi ici: Então querem organizar um evento que supostamente beneficia as empresas participantes e não querem correr riscos?

Quando referi a minha estupefacção no Twitter, alguém escreveu "pavões" 

domingo, outubro 09, 2022

Os dependentes, e os trouxas afligidos com o sentimento de culpa

Há dias mão amiga encaminhou-me um artigo, "The Impact of the Subconscious on Risk-Based Decision Making" de George Haber.

A certa altura deparo com este trecho e a minha mente foge do tema e voa para outras paragens:

"categorizes safety culture into four stages — reactive, dependent, independent and interdependent. Organizations with little safety culture or maturity reside in the reactive stage, and those with safety systems and an awareness of the need to follow the systems will usually position an organization in the dependent stage. The next phase, referred to as independent is best defined by an internal maturity of the workforce. While in the reactive and dependent stages, workers are typically reliant on the external factors introduced in these two phases. The independent stage, however, requires a shift in which workers develop an internal sense and drive to seek a safer work state through their own awareness, actions and interactions."

Não é a primeira vez que vejo estes modelos de maturidade aplicados a organizações. O que emergiu no meu consciente foi a pergunta: Por que não aplicamos os mesmos modelos a países? Será por ser politicamente incorrecto?

Por exemplo, quando falamos do progresso feito no tempo da troika, quando falamos em Passos Coelho como o gestor da falência no tempo da troika, estamos a falar de uma organização numa fase dependente, pelo menos essa, onde "While in the reactive and dependent stages, workers are typically reliant on the external factors introduced in these two phases". 

Ainda esta semana:

Um protectorado incapaz de agir como um adulto independente. E voltando à linguagem do artigo, os frugais não só têm de ser independentes como interdependentes... têm de nos aturar e tomar conta de nós, que descobrimos uma nova forma de colonialismo, já não sugamos recursos a uma colónia, mas a trouxas afligidos com o sentimento de culpa que lhes ficou da histórica herança cristã.

sábado, outubro 08, 2022

"your interests overlap, but they are not the same"

"The mantra that 'the customer is always king' requires interpretation, I learned. The customer is transactional; your interests overlap, but they are not the same. You provide a good service; you delight the customer, but you maintain margins sufficient for a good living and protect your own interests. [Moi ici: Demasiadas vezes quem negoceia o preço com o cliente, a seguir aceita alterações que sabotam as margens negociadasYou do not necessarily cede to every demand a consumer makes, yet if a loyal customer suggests a discount for a large purchase, you seek ways to accommodate them. It is a relationship based on negotiation and mutual respect, not excessive subservience: the customer is king, but not an autocrat.

...

Ultimately, a business exists to serve a human need, so its orientation, and the application of everyone in the enterprise, must be geared to that. This means that the principles of understanding the customer, meeting their needs, of fairness and assertiveness in negotiations are timeless and will always be central.

...

Customers in business-to-business relationships have their money-making logic, you have yours. Understanding this is key to understanding behaviour and as a guide in negotiations."

A verdade é que a figura acima é uma simplificação da realidade. A figura acima assume que o fornecedor escolheu os seus clientes-alvo. O mais provável é que não o tenha feito e parta do princípio de que tudo o que vem à rede é peixe. 

E para quem faz exercícios sobre partes interessadas na ISO 9001, o que fazem com os requisitos relevantes dos clientes que não coincidem com os da empresa? Dizer não é o princípio de ter uma estratégia para o negócio. Já os oiço: "Sacrilégio!"

OK, continuem a pagar para trabalhar.

Trechos retirados de "Deliver What You Promise" de Bali Padda. 

sexta-feira, outubro 07, 2022

É win-win, mas têm de deixar de olhar para dentro do polimerizador

No livro, "Deliver What You Promise" de Bali Padda, antigo COO da Lego, encontro no prefácio o seguinte diálogo:

"- The first priority is to be flexible.

- No, the first priority is to be reliable. Deliver what we promise. Reliability first, flexibility second."

As empresas certificadas de acordo com a ISO 9001 têm uma cláusula que devem aplicar, a cláusula 4.1 sobre a análise do contexto. A maior parte das empresas segue um ritual ôco, estilo cerimónias do 5 de Outubro, anualmente repetem um exercício de análise do contexto que se limita a bajular a direcção e a equipa de gestão, e a demonstrar como o Titanic vai bem e recomenda-se. Mantêm 95% dos factores que o consultor plantou no sistema aquanda da implementação do sistema e siga. Serve para calar auditores da entidade certificadora.

A minha sugestão para os responsáveis de sistemas de gestão da qualidade, do ambiente, da segurança, da segurança da informação, ... passa por na próxima análise do contexto levarem um recorte da entrevista de António Saraiva ao Público de ontem:

"Acha que pode haver um racionamento de energia neste Inverno para famílias e empresas em Portugal?

Não há uma maneira boa de dar uma má noticia e não quero ser profeta da desgraça ou de más noticias catastrofistas. Mas temos que ter alguma fé [Moi ici: Hope is not a strategy!! Hope is not a good plan!!!que vamos ter chuva em maior quantidade do que tivemos nestes últimos dois anos. Estamos, como sabemos, com a maior seca dos últimos 500. 

... 

Enfim, vamos ter esperança de que vai chover mais, porque, se assim não for, vamos ter que tomar, nós, país, algumas medidas de criar reservas com algumas reduções inteligentes de consumo. " [Moi ici: Que linguagem rebuscada para dizer algo sem ser entendido pela populaça!!!

E levarem um recorte da primeira página do Jornal de Negócios de ontem:


E pensem nas primeiras linhas da cláusula 6.1.1 da ISO 9001: juntar a possibilidade de apagões na rede eléctrica no próximo Inverno (cláusula 4.1), com os requisitos das partes interessadas (clientes e accionistas, cláusula 4.2), para fazer emergir o risco de não conseguir satisfazer as encomendas por falta de energia.

Vai acontecer? Não sei!
Não vai acontecer? Não sei!

O ponto não é adivinhar o futuro, o ponto é preparar a empresa para a eventualidade de acontecer se o risco for elevado. Quem se prepara com antecedência consegue coisas que quem anda com as calças na mão não consegue. Por exemplo, pessoa mal-formada, mas com olho para os negócios de ocasião, em Janeiro de 2020 comprou uma porrada de máscaras cirúrgicas quando ninguém as queria. Em Abril de 2020 vendeu-as com um bom lucro.

A gestão de topo não liga ao responsável do sistema de gestão? Não há problema, façam um relatório, exponham os riscos e perigos da situação e proponham soluções para minimizar a potencial ocorrência. Se ninguém ligar e nada acontecer, não passa nada.
Se ninguém ligar e acontecer, ganham crédito para o futuro.
Se ligarem e não acontecer, foi uma questão de prudência e fizeram bem em chamar a atenção.
Se ligarem e acontecer, ganham crédito para o futuro.

É win-win. Têm é de "deixar de olhar para dentro do polimerizador" e alargar o papel do gestor do sistem de gestão.

quinta-feira, outubro 06, 2022

"an inspiring or urgent reason to change"

"When you create something yourself, you feel ownership of it, and once you own it, you might care enough to improve it. You can say the same thing about teams that create their work process: They feel ownership of their approach, which makes them take responsibility for improving it. Once teams discover and learn what works for them, they can share that learning with other teams across the organization. This process of lateral learning enables the organization to discover which changes it needs to make to build a model that works in its context.
...
Successfully bringing agility into an organization is a journey of discovery and learning. There is no fixed end-state when you can say, "The transformation is done." Instead, the end-state is a dynamic one, in which new insights are continually used to improve the product, processes, and organizational design.
...
Having an inspiring or urgent reason to change is a precondition for a successful transformation. Without it, the chances of lasting change are slim. After all, why would we change if all is running perfectly? Once the reason is there, then the hard work begins."
Trechos retirados de "Creating Agile Organizations: A Systemic Approach" de Ilia Pavlichenko.

quarta-feira, outubro 05, 2022

Uma preocupação

 Um título, "Technology alone won’t solve your organizational challenges", que retrata uma preocupação de anos do meu parceiro das conversas oxigenadoras.

Há anos que o oiço enunciar o seu espanto com as empresas que julgam que a tecnologia é a condição necessária e suficiente para aumentar a produtividade das empresas, o seu espanto com as empresas que não colocam as pessoas na equação. Quem vai operar a tecnologia? Quem vai encontrar os novos clientes para a nova produção?

terça-feira, outubro 04, 2022

Problemas sistémicos

Em Mateus 7:16-19 pode ler-se:
"É pelos seus frutos que os hão de reconhecer. Porventura podem colher-se uvas das silvas ou figos dos cardos? Portanto, a árvore boa dá bons frutos e a árvore má dá maus frutos. Assim pois, uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos corta-se e deita-se ao fogo."

Olhar para a performance do país como um todo:

  • Dívida
  • Estado do SNS
  • Estado da educação
  • Estado da ...
  • Emigração jovem
  • Carga fiscal
  • Aproximação do salário mínimo ao salário médio
  • ...
E concluir que a árvore não dá bons frutos.

Resposta rápida, simples e ... errada: A culpa é dos portugueses.

"Why do people repeat the same unsuccessful behavior in organizations? Why do certain problems in organizations seem to appear again and again? Why aren't improvement actions leading to the expected results? What is probably going on is that the improvement actions are anti- systemic, acting on independent problem events without paying close attention to their relationships and deeper causes.

An organizational design includes, among other things, decisions about the division of work and the assignment of responsibility among units. When units coordinate to get the job done, they create complex interactions and feedback loops- the system's structure-that generate the observable recurring problems.

...

When you see how the system of work constrains people’s behavior, you realize that the recurring problems are mainly due to the system, not to the people themselves. Thus, working on the people when the problem is actually systemic in nature is not the right path to go down.

...

The basis for agility is an environment of exploring new possibilities for improvement. Such an environment cannot overly constrain people's exploration with detailed procedures and rules because that reduces the space for innovative ideas -precisely the opposite of what is needed. Instead, management needs to support self- organization by establishing a few simple rules, a clear goal, and short feedback loops."

Trechos retirados de "Creating Agile Organizations: A Systemic Approach" de Ilia Pavlichenko.

Perante uma variedade de escolha tremenda

Este artigo, "‘There’s endless choice, but you’re not listening’: fans quitting Spotify to save their love of music", é super interessante e tem algo de Mongo nele.

Perante uma variedade de escolha tremenda, por um lado ficamos paralisados, mas é algo mais do que isso. É o não querer uma vida sem agência, por exemplo.  .