segunda-feira, setembro 26, 2011

Não, a culpa não era de Sócrates!

Apesar do falhanço em toda a linha da abordagem:
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"Espanha! Espanha! Espanha!"
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Em vez de perceber o sistema que está por detrás dos resultados, fulaniza-se e conclui-se que falhou porque causa de Sócrates.
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Falta a esta gente um banho de humildade, humildade à Kepler, como aprendi com o mestre Carl Sagan. Continuam a acreditar no Grande Planeador, no Grande Geometra. Reparem na linguagem:
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"Primeiro-ministro deve dirigir processo de internacionalização da economia"
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Quando um trabalhador de uma empresa me fala sobre o seu futuro profissional digo sempre:
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O seu futuro é demasiado importante para ser colocado nas mãos do seu chefe, ou patrão. É que, por mais que ele genuinamente o valorize... a empresa pode ter de fechar. Por isso, não confie a sua formação a mais ninguém.
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Se digo isto a um trabalhador, acham que faz sentido um empresário que tem uma empresa pelo qual tem de responder, onde tem a sua vida (lembram-se da bosta), confiar o futuro da sua empresa a um temporário que findo o mandato, ou vai para o Pacífico beber piñacoladas ou para a Sorbonne aprender Filosofia?
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Depois, ainda há esta "Relatório propõe unificação da rede portuguesa no estrangeiro sob comando dos embaixadores", se não fosse trágico era cómico!
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Imaginem que o embaixador português-tipo tem o mesmo grau de conhecimentos económicos que os do embaixador luxemburguês em Lisboa que defendia que os portugueses eram mais produtivos no Luxemburgo por causa da saudade.
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Ainda bem que os empresários das PMEs são suficientemente cínicos para não levar os governos a sério.
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Nunca esquecer, a melhor coisa a fazer em Portugal, para se ir longe, é fazer o by-pass ao Estado ou ao país.
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A não ser, como me recorda sempre o José Silva, talvez seja um truque para apoiar as construtoras, bancos e afins.
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BTW, o tema do encontro deste clube, bottom-up, foi... a internacionalização e não precisaram de nenhum tótó para contarem histórias sobre como tinha ganho clientes malteses aos italianos, como tinham entrado na Líbia, como se divulgavam no Médio Oriente, como se trabalhava em Moçambique, como se vendia para o Canadá, ...
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Nunca mais aprendem, os engravatados aperaltados dos corredores e carpetes de Lisboa querem brincar à internacionalização... top-down, top-down.

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