sexta-feira, abril 05, 2024

Parvoíces de um ignorante, cínico, anónimo da província

Li no jornal online ECO, "Vendas da Vista Alegre caem quase 10% em 2023. Lucros sobem para 6,8 milhões de euros".

Uma boa ilustração da máxima:

"Lucro é Sanidade, Volume é vaidade!"

Eu, um ignorante anónimo da província, fico a pensar na relação entre:

"Num ano em que diz ter diminuído a dívida bruta em mais de 8,5 milhões de euros “por redução das disponibilidades”, o grupo Vista Alegre somou um investimento de 15,6 milhões de euros. A maior fatia (9,3 milhões) foi canalizada para a substituição de um forno com maior eficiência energética e para a alteração das linhas de produção na unidade produtiva Cerexport, “procurando responder com melhor eficiência às oscilações dos mercados ao nível da procura”."

E:

"Num comunicado enviado à CMVM, a empresa salienta a “contínua estratégia de aposta nos produtos de marca”"

No artigo do ECO vejo a quebra das vendas de grés, superior a 20%, e relaciono com:

"Entre elas, a Cerexport, uma referência na produção de artigos de Grés  (Forno e Mesa)" 

Eu, um ignorante e cínico de província, fico a pensar que a produção de faiança e cristal subsidia o resto... e recordo as curvas de Stobachoff ... e recordo as palavras de Jonathan Byrnes:

"in my research and consultations with leading companies in more than a dozen industries, I've found virtually every company is 30-40 percent unprofitable by any measure, and 20-30 percent of the business is providing all the reported profits and subsidizing the losses. The potential profit improvement is often 30 percent or more within a year with comparable improvements year after year." 

BTW, qual o peso das vendas de grés no total? Quase 40% em 2023. O que escreveu Jonathan Byrnes sobre isso?

"Some managers argue that it is a good idea to accept business that contributes, even marginally, to covering overhead. However, when you take on a lot of business that contributes only marginally to overhead, in almost all cases it will absorb a significant amount of sales and operations resources that otherwise would have been devoted to increasing your "good" business. And it will remain and grow into the embedded unprofitability that drags down earnings in company after company." 

quinta-feira, abril 04, 2024

Ninguém faz contas

Há dias no WSJ apanhei este artigo, "The Biden-Trump Economy of Nostalgia". Julgo que há aqui algo em torno de temas que temos abordado aqui no blogue: 

"America's elderly presidential candidates want to return the country to a fantasy mid-20th-century past. [Moi ici: Recordo a reflexão acerca do peso da indústria transformadora no PIB] Their mantra is to restore manufacturing. But neither understands modern manufacturing or how America can forge a dynamic and secure future.

The Cato Institute has reported that-contrary to conventional belief-U.S. manufacturing accounts for a larger share of global output than Japan, Germany, South Korea and India combined. America's productivity is far ahead, too. In 2019, the value added by the average American manufacturing worker was $141,000, exceeding second-place South Korea by more than $44,000 a worker and China by more than $120,000. [Moi ici: Recordo o gráfico sobre Taiwan]

Rather than prepare the U.S. for the challenges of the 2lst century, they want to bring back the 20th.

...

America's success is thanks to its ability to move from low-tech, less productive sectors to higher-value ones such as computers, pharmaceuticals, medical and scientific instruments, aerospace, and electrical machinery. [Moi ici: Basta pesquisar aqui no blogue "Flying Geese"] The U.S. even understates its performance because our definition of manufacturing is as old as our presidential candidates. The late George Shultz said Washington could solve a political problem by treating software as a manufactured good. Software now accounts for about half the value of a new car. Politicians who see manufacturing only as bending metal are out of touch.

The Biden-Trump mindset ignores the links between productivity, growth and higher incomes. The 21st-century economy, including modern manufacturing, will depend on innovation in artificial intelligence, quantum computing and general-purpose technologies. 

...

The Biden-Trump economy of nostalgia won't lead to higher wages. Research by the Bureau of Labor Statistics and the Federal Reserve Bank of St. Louis shows that manufacturing workers earn less than the average private-sector worker. Manufacturing workers in higher-tech sectors, with greater productivity, fare better. These jobs benefit from trade, but Messrs. Biden and Trump fail to understand how a modern trade agenda can serve America's interests and promote our values."

Ninguém faz contas. É triste mas é a realidade crua e dura. A indústria do século XX não tem produtividade suficiente para suportar os salários do século XXI, "Pay is ultimately tied to productivity".  

quarta-feira, abril 03, 2024

Para a imprensa que ...

Li na semana passada "How the Atlantic Went From Broke to Profitable in Three Years" de onde retirei:

"When Nick Thompson joined the Atlantic as chief executive three years ago, the magazine had a $20 million deficit and months earlier had laid off 17% of its newsroom.

...

Today, the 167-year-old publication is profitable and its newsroom is growing--a successful turnaround that offers a glimmer of hope for the rest of the industry, which has laid off reams of journalists since the start of the year."

Ao longo dos anos, aqui no blogue, tenho reflectido um pouco sobre o tema: 

Há dias li Seth Godin em, The drift to normal, onde sublinho o muitas vezes esquecido:

"“It might not be for you,” always accompanies, “this is special.”"

A história de sucesso da The Atlantic, com base no artigo do The Wall Street Journal, fornece informações valiosas para as empresas de comunicação social que pretendem prosperar no século XXI. As principais estratégias seguidas pela The Atlantic podem ser resumidas da seguinte forma:

  • Modelo de preço e subscrição - Um aspecto crucial da estratégia do The Atlantic foi a reavaliação de seu modelo de assinaturas. A publicação aumentou os preços das assinaturas em mais de 50% e restringiu o acesso gratuito ao conteúdo, mudando para um modelo em que dois terços da sua receita provinham das assinaturas. Bem alinhado com "Raise Prices If You Can Offer a Better Value Proposition" do texto do blogue acima de 2013, e com a assimetria dos gráficos de iso-lucro (com a subida de preços e a perda de clientes) de Pregarás o Evangelho do Valor
  • Foco editorial e jornalismo de qualidade - The Atlantic afastou-se da cobertura noticiosa do dia-a-dia e concentrou-se em histórias profundamente reportadas que atraíam um público amplo em todo o país e no espectro político. Esta mudança para um jornalismo de alta qualidade foi ainda mais enfatizada através do recrutamento de jornalistas de primeira linha e da concentração em histórias que poderiam ganhar prémios, como os Prémios Pulitzer. Não basta aumentar preços e não dar nada em contrapartida. Fugiram da espuma dos dias e focaram-se em temas mais profundos.
  • Pontos de vista diversos - A revista enfatizou o dar voz a uma série de perspectivas culturais e políticas, apelando assim a um público mais amplo. Essa estratégia envolveu a publicação de peças que talvez não se alinhassem com a postura editorial da revista, mas que aumentassem a diversidade de pontos de vista. 
  • Repensaram a receita publicitária: A revista mudou de estratégia publicitária, deixando de depender da publicidade que depende do tráfego de mecanismos de busca e media sociais. Em vez disso, concentraram-se em relacionamentos directos com as marcas e no negócio de eventos.

Para a imprensa que vive de estagiários, da Lusa, das promoções, e dos alinhamentos partidários ou anti-partidários, reflectir.

terça-feira, abril 02, 2024

Turbulência e variedade.

Há cerca de um mês no postal Canário na mina escrevia sobre a Ecco'Let estar a anunciar despedimentos. Agora, a notícia de que a Birkenstock vai criar 600 empregos em Arouca.

Parece-me adequado para ilustrar a turbulência em qualquer sector económico. Por trás das médias esconde-se a heterogeneidade dos clientes, dos fabricantes e dos comercializadores. O que pode justificar esta decisão por parte da Birkenstock?

Pelo que pesquisei as vendas directas a clientes, ou seja, fazendo o bypass às lojas multimarca, cresceram de 30% em 2020 para 38% em 2022. O e-commerce agora representa 89% das receitas DTC da Birkenstock, com a empresa a expandir os seus próprios sites de e-commerce para mais de 30 países. A Birkenstock também tem aberto mais lojas próprias, com cerca de 45 localizações até junho de 2023, incluindo em grandes mercados como Nova York, Los Angeles, Tóquio e Londres. A empresa enfatiza que o canal DTC é o preferido, pois oferece maior rentabilidade e melhor acesso a dados de clientes.

Tornar a cadeia de fornecimento mais curta favorece a flexibilidade, a variedade e a rapidez de resposta.

Já quanto à Ecco'Let... será que tem por trás uma descida do calçado de couro?

segunda-feira, abril 01, 2024

"adopt a divergent mindset"

"Developing one outstanding idea and 99 duds is better than 100 good ideas. In innovative problem solving, the extremes of the distribution matter, not the average.

Maximizing variation with no concern for the average contradicts what we typically want and expect. Most of the time we're trying to maximize average performance and minimize variation. We want consistency and reliability, not variability. 

...

To increase the odds of finding innovative solutions to complex problems, you must abandon a convergent mindset-the temptation to critically evaluate ideas as they are generated-and adopt a divergent mindset that promotes volume and variety. Research has consistently found that divergent thinking is one of the strongest predictors of creative problem solving."
Retirado do Capítulo 9 do livro “Cracked It! How to solve big problems and sell solutions like top strategy consultants:” 

sábado, março 30, 2024

Sábado Santo

Um grande silêncio reina sobre a terra.




 "Acredita até ao fim, mesmo que todos os homens se desviem e fiques sendo o único fiel; traz a tua oferta mesmo assim e louva a Deus na tua solidão."

quinta-feira, março 28, 2024

Quinta-feira Santa


 

"Deixar de ser uma Arca de Noé"

E volto à leitura de "The World of Work to 2030" para encontrar uma série de textos que parecem tirados deste blogue. Textos acerca de como competir em Mongo:

"You just won't see it coming 

Buyers, whether businesses or consumers, will become even more swamped by choice than they are today. This means you will have to fight harder to rise above the noise of the competition. [Moi ici: Uma paisagem cada vez mais enrugada, cada vez mais picos]

...

Focus and Size

The forces playing out mean that companies everywhere will face continual, relentless, competitive threats. This poses an obvious question: How to respond?

To succeed in the future, companies will be forced to think consciously about what they are and how they do it. With competition becoming incessant and global, companies will need to decide what they do, what market they will focus on and where they will specialize. Most importantly, at the same time, they will consciously decide what they are not, which markets they are not focusing on and where they will not specialize.

This merely echoes what Harvard Business School professor Michael Porter said when defining strategy: 'the essence of strategy, is choosing what not to do.'

...

Just say 'no' 

The challenge in business (and to a similar extent in our personal lives) is that we seek to do too much ourselves. When a customer calls us asking for help, or wanting a different product or a different service, we dislike saying no. The same thing happens in our personal lives where we seek to do everything - all the tasks that life presents us with, from gardening to decorating - and to be expert in them all. No business can be expert in everything. It is exceptionally easy to say 'yes' to a customer. But as we progress further away from what we are good at, from what we are known for and from where our expertise lies, the thinner the ice on which we are skating and the greater the risk in something going wrong.

...

To be successful, companies will not be able to be all things to all customers. They can't spread themselves too thin being, in effect, wide and shallow. If they do, competition will swarm around them, nibbling away and they will suffer the death of a thousand cuts. Rather, to succeed and protect themselves, businesses will define their purpose more narrowly, more specifically, and will then seek to achieve depth, seeking dominance of that narrow space. Going forward, successful businesses will no longer be generalists: average will no longer be enough, depth and specialism will be critical.

...

Being a generalist is not sustainable. Focus and depth of specialism, combined with scale in that specialism, is needed in order to be successful."

Como não recuar a 2006 e a "Deixar de ser uma Arca de Noé". 

Como não reflectir nesta incoerência recente e sinto que algo não bate certo

Como não ligar ao ainda fresco Os últimos moicanos.


quarta-feira, março 27, 2024

Os últimos moicanos.

Há mais de 15 anos li o meu primeiro livro de Adrian Slywotzky, "Value Migration". Gostei tanto que nos anos seguintes li mais seis.

Era capaz de jurar a pés juntos que foi num desses livros que li um caso sobre um fabricante de televisores a preto e branco que em vez de fechar, ou de avançar para os televisores a cores, se focou em tirar o melhor partido possível dessa tecnologia "obsoleta", e fazer prolongar o tempo de vida. Já procurei e voltei a procurar e não consigo encontrar esse caso.

Penso muitas vezes nesse caso quando penso no futuro das empresas dos sectores tradicionais, num mundo em que os custos sobem e os preços não conseguem acompanhar. Algo ilustrado pelo já clássico triângulo dos "Flying Geese".

Segunda-feira passada voltei a recordar isto quando dei de caras com este artigo "When firms may benefit from sticking with an old technology".

O artigo sugere que as empresas podem alcançar um aumento de desempenho mantendo a tecnologia antiga em mercados com descontinuidades tecnológicas, aqui é mais incapacidade de subir margens, pelas seguintes razões:

  • Mongo - Heterogeneidade de preferência do cliente: Em mercados onde uma descontinuidade tecnológica expõe a heterogeneidade de preferência latente do cliente para certos atributos da tecnologia antiga, as empresas que continuam a oferecer a tecnologia antiga podem atender a segmentos de nicho de clientes que ainda valorizam esses atributos específicos. Mais uma vez, aqui não é descontinuidade tecnológica, mas flexibilidade associada a acabamento e/ou design.
  • Nichos Sustentáveis: A revelação de nichos sustentáveis para a tecnologia antiga, mesmo após o surgimento de uma nova tecnologia, pode ter implicações críticas de desempenho para as empresas. Esses nichos representam áreas onde a tecnologia antiga é persistentemente favorecida pelos clientes, apesar da disponibilidade de alternativas mais recentes.
  • Recuperação do desempenho: Embora o declínio inicial no desempenho possa ser observado para empresas que aderem à tecnologia antiga quando surge uma nova tecnologia, há um aumento subsequente no desempenho à medida que as empresas se adaptam e inovam dentro das restrições da tecnologia antiga . Essa recuperação no desempenho pode levar a oportunidades potenciais de crescimento e expansão para empresas que optam por manter a tecnologia antiga.

Julgo que com as empresas dos sectores tradicionais falamos sobretudo de trabalhar a heterogeneidade de preferência do cliente e nichos sustentáveis. Isto implica repensar a missão e a identidade da empresa, como compete e, por isso, como deve operar.

terça-feira, março 26, 2024

Por que se pedem paletes de mão de obra estrangeira barata? (parte IV)

 Completamente alinhado com a parte III, nomeadamente:

"Podem querer o que quiserem, mas a opção que tomarem tem custos."

Desta vez é Ricardo Reis no caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado:

"É verdade que os portugueses não querem alguns dos empregos que os imigrantes têm em Portugal. Mas, não os querem, em parte, porque eles têm más condições. Em muitas ocupações, incluindo na agricultura, há máquinas e robôs que podiam fazer o trabalho mais árduo, deixando os humanos para as tarefas mais agradáveis. Sem imigrantes, ficava mais caro, e seríamos menos competitivos no caso das exportações, mas produziríamos à mesma. Os imigrantes permitem produzir mais barato, mas teríamos estufas e abacates na mesma sem eles. [Moi ici: Sem imigrantes, em vez de prolongar produções pouco produtivas, as empresas para sobreviverem teriam de evoluir para produções de maior valor acrescentado. A velha lição do canadiano. Assim, seguem-se estratégias cancerosas assentes em competitividade empobrecedora]"

segunda-feira, março 25, 2024

Curiosidade do dia

 


Acerca da boa comunicação.

 Não esquecer a má, ainda do Capítulo 10 do livro “Cracked It! How to solve big problems and sell solutions like top strategy consultants:” 

"people can better understand and remember a set of ideas if they can mentally organize these ideas around a coherent pattern or logical structure.

...

To understand other people's thoughts and be convinced of what they are telling us, we must "see" how their ideas are connected in a recognizable structure. The tighter the connections and the simpler the structure-the stronger the coherence-the more convincing the story.

For business recommendations, [Barbara] Minto argues that the most efficient communication structure is a top -down pyramid that starts with communicating the core message-the "governing thought" —head-on, and then turns to a "key line" of arguments that support it, while also announcing the plan of the report. The core message must jump off the page immediately and pave the way for the later points that collectively justify or detail it. If you adopt this pyramidal communication strategy, the audience will see the big picture first and realize that all the ideas fit in a simple and visible pattern. This will free their minds and make them receptive to the core message and the overall content.

...

Pave the Way for a Dialogue 
Stating the governing thought and the main points of your presentation from the get-go is critical to selling your solution effectively. Having a relevant core message isn't enough. It must also be concise and set a clear direction. Because you begin with it, you can't prepare your audience for it, so you can be sure it will trigger questions. You might think it's safer and more logical to keep the core message for the end, as a conclusive punchline that closes your narrative. We strongly disagree. While you save a punchline for the end of a speech to wrap it up, you state a governing thought from the get-go to pave the way for a dialogue in which you will answer the audience's questions. A governing thought sets direction, like a keynote in music or a compass in navigation. Use your core message as a governing thought that drives a conversation with the problem owner, instead of using it as a punchline that puts an end to this conversation.

...

Using the pyramid principle to develop an elevator pitch means you must formulate your core message concisely and be able to answer in a few words the first questions that come to the mind of the problem owner. Broadly speaking, these questions typically belong to two categories: "why" and "how" questions. You'll be asked a "why" question if the problem owner remains unconvinced about your solution. You'll be asked a "how" question if she's convinced but wants to know more about how to implement the recommendation. The key line that supports the governing thought must contain the answers to these "why" and "how" questions."

Ainda esta semana tive a experiência de perder 55 minutos numa apresentação e só nos últimos 5 minutos aparecer a mensagem essencial.


domingo, março 24, 2024

Costa e a parte III de: não é impunemente

Mais umas notas retiradas do livro “Cracked It! How to solve big problems and sell solutions like top strategy consultants,” agora do Capítulo V.

 "Fourth, hypothesis-driven thinking can lead you to communicate the solution before solving the problem. Part of the appeal of a hypothesis pyramid is that its logic is the same as the structure of a story that sells the candidate solution. But this confusion creates risks. Would you want to see the same thinking in the White House's situation room as in its press room? In the situation room, the focus is (or should be) on finding the best solution to deal with a crisis. In the press room, the press secretary sells the solution to the press corps and the world. Identifying candidate solutions based only on what can be sold to an audience is dangerous. [...] [Moi ici: O que fazem os políticos actuais?]

Finally, hypothesis-driven problem structuring can lead to the solution confirmation pitfall. A hypothesis that looks sensible can lead problem solvers to be more inclined to search for and be receptive to information that confirms it rather than information that disconfirms their belief in its soundness. Even the most experienced problem solvers can fall into this trap—the more experienced and successful they are, the greater the repertoire of cases in their mental libraries, the more likely they are to trust their instincts, increasing the risk of confirmation bias." [Moi ici: Não é impunemente que se adquire experiência]

 

sábado, março 23, 2024

Acerca da má comunicação.

"Don't Tell the Story of the Search, Tell the Story of the Solution

...

A major flaw in the memo is that this message is not readily apparent. It’s buried near the end. We had to wait until the second-to-last paragraph to know the punch line. Aspiring journalists are told: “don’t bury the lede.” The lede (or “lead”) is the most important part of the story being told, which should be concisely stated up front. 

...

The underlying flaw is typical: the writer is reporting his problem-solving process instead of explaining the recommendation and its rationale to the problem owner. The memo reads like an issue tree, not a recommendation for action. The writer starts by stating the problem, then covers the way he structured it, the analyses he performed and their results, without explaining how any of it supports the core message.

...

This mistake is pervasive. Because we've spent so much time engaged in the problem-solving process, it becomes the de facto structure we use to articulate our solution. We may also be keen to demonstrate to the problem owner the hard work we've done and explain the difficult steps we went through to arrive at the solution we are presenting. It's tempting to tell the story of the search instead of telling the story of the solution.

This is, however, an ineffective approach to selling a solution. Decision-makers aren't like readers of crime novels, who enjoy identifying with the detective and his erratic thought process, and revel in waiting to find out whodunit. They don't want you to bury your core message in adventurous twists and turns. They aren't interested in hearing about the clever and challenging analyses you performed if this doesn't help sell your solution. They just want to hear your recommendation and be able to determine whether they agree with it and the reasoning behind it. They need a clear and compelling story that persuades them to buy what you're pitching."

Trechos retirados do Capítulo 10 do livro “Cracked It! How to solve big problems and sell solutions like top strategy consultants.” 

"Lives of quiet desperation" (parte V)

 Parte IVParte III, Parte II e Parte I.

E foram preciso quase quatro anos para se instalar alguma racionalidade económica, "Efacec vai abandonar áreas de negócio não rentáveis e pondera despedimento coletivo", entretanto torraram-se mais uns milhões em impostos.

Pobre vida de saxão...

sexta-feira, março 22, 2024

AI e KPIs

Na semana passada estava numa reunião atolado numa discussão sobre um indicador de desempenho para um processo. Abstraí-me da reunião por uns momentos, copiei o texto da finalidade do processo e perguntei ao ChatGPT que indicadores me sugeria. Ofereceu-me doze indicadores. Escolhi três e apresentei-os aos participantes na reunião. 

A discussão voltou a engrenar e dois dos três indicadores foram revistos e aprovados.

Entretanto, ontem de manhã cedo encontrei este tweet:

Eis as minhas notas de The Future of Strategic Measurement: Enhancing KPIs With Al:

"Executives who recognize the power and potential of Al-enabled KPIs acknowledge that their current KPI design and review practices are anachronistic. More and more companies are rising to this challenge by embedding governance processes and functions to oversee KPI development. KPI governance mechanisms that maintain

...

A common corporate objective is to improve KPIs over time. Our research shows that using Al is one of the most effective ways to enhance KPIs.

...

Six out of 10 survey respondents agree that improving their KPIs (in terms of what gets measured and how it gets measured), not just improving performance, is critical for effective decision-making. Every executive we interviewed explicitly declared that improving KPIs with Al is an enterprise interest, and it is an immediate priority for several.

...

We see three ways that Al-enriched KPIs improve on legacy metrics that simply track performance. Smart KPIs better describe ongoing and past performance, more effectively anticipate future performance, and make more useful recommendations to promote outcomes. These three types of smart KPIs (descriptive, predictive, and prescriptive) map to a well-known distinction between descriptive, predictive, and prescriptive analytics.

...

Identifying strategic and operational KPIs is a common function of human leadership teams. Yet our research confirms that Al - not only humans - can propose and even design new and novel KPIs to guide executive decisionmaking. We heard story after story of leaders turning to algorithms to source key performance metrics that are not only strategically and operationally valuable but, in some cases, derived from data patterns too complicated for humans to discern."

quinta-feira, março 21, 2024

Por que é que continuamos tão dependentes de fundos europeus?

Este é mais um postal que me faz perder clientes, porque distingo o Carlos consultor do Carlos cidadão.

Ontem no seu programa matinal, "A Cor do Dinheiro", Camilo Lourenço disse que o sector têxtil é um sector de excelência. 


Sabem o que visualizei? 

Isto:
Poucos minutos depois, na rádio Observador, no programa "E o vencedor é...", ao minuto 08:07, José Manuel Fernandes disse:
"Por que é que continuamos tão dependentes de fundos europeus?
Neste caso, pelo que estamos a perceber, toda uma operação [Moi ici: Promoção internacional das empresas] que devia ser suportada por uma indústria, a indústria têxtil e de lanifícios do Norte, toda essa operação era paga em 50%, talvez mais, por fundos europeus."
Confesso que já pensei nisto várias vezes. Dão-se apoios para as empresas participarem em feiras, as organizações empresariais do sector informam-nos que essas feiras foram um sucesso, mas as empresas raramente se tornam independentes e continuam a precisar de doses futuras de apoios.

Porquê?

Por causa da figura acima? 



É-se competitivo sem se ser produtivo? Assim, ganham-se encomendas, mas não se acumula capital... o bom velho Schumpeter. Pagam-se os custos do passado, mas não se pagam os custos do futuro, a tal espécie de esquema Ponzi.

Outro exemplo sobre o qual já escrevi é o do tomate: uma produção tão competitiva, tão competitiva, tão competitiva, que sem apoios de fundos europeus, se afundará.

Remato esta reflexão com um postal que costumo citar aqui:

quarta-feira, março 20, 2024

Como se a culpa fosse de quem aparece e dá a cara.

 Volta e meia aparecem estes cromos nas redes sociais:

Como se a culpa fosse de quem aparece e dá a cara. 

Acerca da produtividade escrevo aqui muitas vezes sobre os mastins dos Baskerville. Esses é que nos deveriam interrogar, os que estão ausentes. Recordo Empresários e escolaridade ou signaling.