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terça-feira, janeiro 23, 2024

"Isso das empresas estratégicas é uma treta"

"A carga fiscal afasta [as pessoas e os investimentos]. Olham para a taxa a pensam: 'espera aí, porque é que vou ter uma fábrica aqui? Porque é que eu vou trabalhar aqui?' Preferem ir para outro sítio. Mas se dermos tempo para que a base fiscal aumente, então aí as receitas fiscais aumentam. Esse trabalho nunca ninguém quis fazer. Também é um trabalho de médio prazo.
...
Houve dois casos recentes em Portugal, a TAP e a Efacec, em que o Estado teve uma intervenção direta. Como olha para esses dossiês?
Foi uma má utilização de dinheiro. Mas o problema não é só quando o Estado mete dinheiro, mas quando intervém antes disso tudo acontecer. Depois quando põe o dinheiro é um problema complicado porque estamos todos a pagá-lo e vamos pagar caríssimo. Estou em desacordo total. Isso das empresas estratégicas é uma treta. Nem é um critério [para salvar empresas] nem é verdade. O que é que é estratégico?! Atrair investimento bom é que é estratégico. O que é que têm de estratégico empresas que durante anos tiveram uma operação negativa? Nada.
Absolutamente nada."

Acerca da carga fiscal em Portugal recordar:

Acerca da importância do investimento directo estrangeiro recordar:
Acerca das empresas estratégicas recordar:


Trechos iniciais retirados de "Isso das empresas estratégicas é uma treta. Vamos pagar caríssimo pela TAP e Efacec

sexta-feira, novembro 03, 2023

"Lives of quiet desperation" (parte IV)

Depois de torrados cerca de 400 milhões de euros ... continuam a achar a EFACEC estratégica?

Recordar "Deixem as empresas morrer" ao vivo e a cores.

"A oficialização da privatização da Efacec, ontem, foi um "dia feliz" para o ministro da Economia, António Costa Silva, mas o Estado ainda vai injetar mais 160 milhões de euros na empresa após a venda ao fundo Mutares, além de libertar uma garantia de 72 milhões de euros relacionada com financiamentos da banca." No Correio da Manhã de ontem.


Parte III, Parte II e Parte I.



sexta-feira, fevereiro 24, 2023

Podem limpar as mãos à parede


 

sexta-feira, janeiro 20, 2023

Efacec: Estratégia, gestão e produtividade

"O responsável pela pasta da Economia e do Mar considera que o problema que levou a Efacec ao ponto em que está foi de estratégia, e para descrever a empresa recorreu a uma citação do filósofo romano Séneca: "Um navio que está perdido no alto-mar não sabe a direção do porto e todos os ventos lhe são desfavoráveis.""

"O Executivo, disse o ministro da Economia do Mar nesta audição regimental, quer "uma boa gestão, consentânea com desenvolvimento potencial da companhia"."

Se o problema é de estratégia então a boa gestão não resolve. Boa gestão é condição necessária, mas não suficiente. Não interessa conduzir muito bem em direcção ao Porto quando se quer ir para Lisboa.
"Dizendo ser "muito sensível ao facto de a Efacec ter dois mil trabalhadores". António Costa Silva manifestou que o Governo vai "levar isto a bom porto, a bem da força de trabalho e a bem da empresa"."

Oh boy! Um político é como o Júlio Magalhães na rádio Observador, quer prosperidade e socialismo. Ou se tem uma, ou se tem o outro. Aposto que o ministro da Economia do Mar quer aumentar a produtividade agregada do país, ao mesmo tempo que quer evitar despedimentos e encerramento de empresas.

Trechos retirados de "Costa Silva rejeita cenário de partir a Efacec em duas" publicados no dia 18 deste mês no JdN.

segunda-feira, janeiro 03, 2022

"Lives of quiet desperation" (parte II)

Na parte I, a 2 de Julho de 2020, escrevi:

"Ontem passei o dia todo fechado numa empresa. Saí já depois das 19h e enquanto conduzia dei comigo a ouvir um programa na Rádio Renascença onde os comentadores do regime alinhavam com o governo e diziam amém a duas nacionalizações. Nem uma voz contra, nem uma voz a desdizer a narrativa oficial sobre a EFACEC ou sobre a TAP.

Mais dinheiro impostado aos contribuintes torrado em delírios da corte lisboeta. Mais pedras no saco às costas das empresas que têm de fazer corridas com empresas de outros países com governos menos atreitos a orgias socialistas.

Isto nunca vai ter fim, este país nem com 5 troikas vai mudar. Ingenuidade pensar que a UE nos ia proteger...

A 1 de Setembro de 2007 no Expresso, Daniel Bessa escreveu:

"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"..."

Hoje, 3 de janeiro de 2022, leio "Governo prepara plano B alternativo à venda da Efacec". Empresas tão boas que ninguém está interessadas nelas.

O que é que isto revela acerca dos comentadores do regime?

terça-feira, outubro 19, 2021

"Lives of quiet desperation" (parte III)

Parte I e Parte II.

O meu parceiro das conversas oxigenadoras chamou-me a atenção para este artigo, "Efacec aponta 20 milhões de prejuízos em 2021. Reprivatização em risco" e para este clássico:

"A gestão executiva da Efacec disse aos dois candidatos que foi surpreendida com os resultados negativos nos meses de julho e agosto por motivos alegadamente inesperado e por isso terão sido demitidos dois diretores superiores, um deles do risco (com indemnizações elevadas). Foram assim identificados pelo menos dois responsáveis"

É o clássico tema do erro humano. Despedem os dois directores e o problema da Efacec fica resolvido. Por que não se lembraram desta solução mais cedo?

Outro tema que o artigo me recorda é o da empatia. 

Simon Sinek escreveu o livro "Leaders eat last", só comem depois de assegurar que os mais fracos da tribo  tiveram acesso à comida. Frans de Waal explica quem são os machos-alfa nos grupos de chimpazés. Não são os mais fortes, são os mais empáticos. Um macho-alfa não é o mais forte, porque o mais forte não resiste a uma conspiração dos outros machos. O macho-alfa que lídera o grupo é o mais justo para todos.

"Ângelo Ramalho deu uma entrevista ao Jornal de Negócios que caiu mal junto de acionistas e da banca — o gestor acusou a banca de ser responsável pelas dificuldades da Efacec — e mais recentemente é comentado com desagrado que o gestor trocou de viatura no momento em que anuncia resultados muito piores do que os anteriormente comunicados."


 


quarta-feira, setembro 01, 2021

"Lives of quiet desperation" (parte II)

Parte I.

Tweet publicado na sequência da leitura de "Da EFACEC". 

Não escrevo estas coisas porque tenho mau feitio, mas porque tenho um blogue desde 2004. Comecei a escrever o blogue com o propósito de funcionar como um auxiliar de memória (depois a criação tomou vida própria, mas isso é outra estória). E ter memória é um castigo dos Deuses (diziam os gregos antigos).

Nas notícias:

Ao mesmo tempo no blogue:
BTW, gastar dinheiro em inovação não é o mesmo que ter retorno em vantagens competitivas decorrentes de factores inovadores. Recordar de Dezembro de 2015 nas notícias, "Inovação. Efacec. Duplo ataque em I&D". Ainda uma última questão, qual terá sido a rentabilidade deste negócio "Efacec exporta transformadores recorde para os Estados Unidos"?

Antes da compra da Efacec por Isabel dos Santos a empresa tinha uma orientação estratégica mais virada para os Estados Unidos. Depois da compra, como refiro nos textos do blogue, mudou de orientação estratégica e virou-se para África. Escrevi que era uma decisão legítima, mas representava uma decisão virada para o preço e para produtos maduros, não novidades tecnológicas. É por aí que começam os cortes. A verdade é que antes de Isabel dos Santos, a Efacec dava prejuízo, e com ela começou a dar lucro. Por causa da empresa? Ou por causa da sua nova dona? Recordar de Maio de 2017, "Angola torna-se o maior mercado externo da Efacec". O que fazia o pai de Isabel dos Santos até Setembro de 2017? Ouso parafrasear o ainda CEO da Efacec, que em Julho de 2016 afirmava "Ângelo Ramalho: “Notoriedade de Isabel dos Santos é uma mais-valia”". 

Talvez a mais-valia da Efacec, antes de Setembro de 2017, fosse mesmo a sua proprietária. You know what I mean...

E volto à citação e à estupefacção de há um ano:
"Lives of quiet desperation. 
What is called resignation is confirmed desperation" 

"os comentadores do regime alinhavam com o governo e diziam amém a duas nacionalizações. Nem uma voz contra, nem uma voz a desdizer a narrativa oficial sobre a EFACEC ou sobre a TAP.

Mais dinheiro impostado aos contribuintes torrado em delírios da corte lisboeta. Mais pedras no saco às costas das empresas que têm de fazer corridas com empresas de outros países com governos menos atreitos a orgias socialistas.

Isto nunca vai ter fim, este país nem com 5 troikas vai mudar. Ingenuidade pensar que a UE nos ia proteger...

A 1 de Setembro de 2007 no Expresso, Daniel Bessa escreveu:

"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"..."

Estão a ver como se caminha para ser a Sildávia do Ocidente sob o aplauso e beneplácito do comentariado nacional?


Reparem no salto da Roménia, da Polónia, da Lituânia e da Letónia...



terça-feira, agosto 16, 2016

Reflexão acerca da Efacec

Três pontos prévios:

  • Não ponho em causa as decisões da empresa. Reconheço legitimidade à sua administração para tomar as medidas que muito bem entende, até porque tem acesso a informação de que eu não disponho.
  • No último dia de trabalho antes de férias, em conversa com o administrador-delegado de uma empresa, acerca do controlo de gestão, ouvi a estória de uma empresa que resolveu colocar o dispositivo da Via Verde em todas as viaturas de serviço com um conjunto de condições para os utilizadores. Ao fim do segundo mês retirou tudo, tal era a quantidade de fraudes.
  • Trabalhei numa empresa da indústria química em Estarreja que resolveu em 1989 dar aos seus trabalhadores um seguro de saúde com condições únicas em Portugal na altura, pioneira mesmo. O seguro acho que durou dois anos, até champõ para o cão as pessoas metiam nas suas despesas de saúde.
Acerca da Efacec, o bom (especulação) e o mau:
Acerca do bom apenas especulo:
  • E o bom é para a equipa de Isabel dos Santos que tem uma ideia e resolveu colocá-la em prática. Controlar os custos e eventualmente acabar com exageros e até, quem sabe fraudes. Até porque ninguém está a imaginar a empresa a não fornecer meios de deslocação para o acompanhamento de obras.
Acerca do mau, julgo que, infelizmente, não ando muito longe:
"Contactada pela agência Lusa, a administração da Efacec diz ter identificado “a necessidade de proceder a um conjunto de intervenções indispensáveis à otimização da produção industrial e atividade comercial da empresa, com vista à obtenção de ganhos efetivos de produtividade, competitividade e sustentabilidade”, mas assegura o respeito pelas “melhores práticas laborais e sociais”, tendo “as estruturas sindicais e todas as pessoas envolvidas” sido informadas “com a máxima antecedência possível”."
A administração da Efacec está prisioneira do século XX. A administração da Efacec acha que no século XXI se ganha produtividade a sério e competitividade actuando sobre o denominador da equação:
Portanto, presumo que a administração da Efacec pretende rentabilizar o investimento na empresa com base numa proposta de valor baseada no preço mais baixo. Algo que vem na linha do que tínhamos intuído no ano passado:
"A aposta crescente em Angola, e em outros mercados africanos, significa que deixará de ter recursos para trabalhar o mercado norte-americano? Se sim, é uma genuína escolha estratégica legítima. Terá consequências na gama de produtos e nas margens? Implicará produtos mais maduros? É uma mudança importante nos factores críticos de sucesso, que implicará outros tipos de competências."
Aprendi há muitos anos que o negócio do preço não é para quem quer é para quem pode. Aprendi também que preço baixo e inovação, em simultâneo, não casam nada bem. O negócio do preço concentra-se em reduzir custos unitários, por isso faz sentido o:
"“Estas intervenções estão integradas nos programas de melhoria operacional de 2013 e 2016 que preveem medidas de redução de custos com fornecimentos, fundamentalmente de custos indiretos”"
O negócio da inovação concentra-se em aumentar preços unitários.
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Se a Efacec está no negócio do preço tem é de pensar em mudar de modelo de negócio, em mudar de regras do jogo.