Ontem ao final do dia apanhei este tweet na minha timeline:
O que é a produtividade?
A produtividade é uma espécie de função, é uma espécie de alavanca que transforma entradas em saídas:
Por entradas entenda-se recursos, entenda-se investimento, entenda-se custo.
Por saídas entenda-se produtos/serviços, retorno financeiro, valor monetário, ganho.
Outra maneira de olhar para a coisa é:
Como se pode aumentar a produtividade?
- aumentando a quantidade de unidades de saída por unidade de entrada - aumentando a eficiência
- aumentando o valor unitário de cada saída - produzindo saídas diferentes
A opção 1 é praticamente a única que as empresas conhecem. O problema da opção 1 é que tem um poder de alavancagem muito baixo, como aprendemos com
Marn e Rosiello. Dizer, como no tweet acima, que as empresas têm de se organizar para aumentarem a produtividade significa confiar na opção 1.
Quem só conhece a opção 1 e compara a produtividade entre Portugal e países como a Irlanda ou a Holanda não percebe como é que eles trabaalhando menos horas conseguem ser mais produtivos. O erro é não perceber que eles não produzem o mesmo que nós. Esse é o ponto da opção 2.
Em vez de correr numa corrida de ratos para conseguir mais 0,1 unidade de saída por unidade de tempo, a opção 2 passa por um outro tipo de corrida, desenvolver artigos com cada vez mais valor unitário associado.
É facil? Não! É impossível? Quase! Porquê? Porque para dar o grande salto que precisamos, a nível de país, temos de dar grandes saltos a nível de saídas. (Portugal produz em média 23 €/h enquanto que a Irlanda produz mais de 83€/h) E aí o problema é o dos
macacos não voarem!
Como se dá o salto? Volto à minha tese, aplicar a
receita irlandesa.
Não adianta chamar brutos aos patrões portugueses, esses dão o seu melhor. Quem achar que sabe fazer melhor que avance e lhes coma o negócio. Aqui o tema é como o cão dos Baskerville, não é quem está, é quem não está que é relevante. Acham que a produtividade irlandesa foi obtida à custa de patrões irlandeses e marcas irlandesas?
Para uma empresa em particular, a sua opção deve ser baseada sobretudo na opção 2 à sua maneira, ao seu ritmo. Uma empresa em particular não tem de pensar na produtividade do país, tem de pensar na sua própria produtividade.
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