quarta-feira, novembro 15, 2023

"However, if surprises happen"

"When the environment is stable, AI can surpass humans. If the future is like the past, large amounts of data are useful. However, if surprises happen, big data - which are always data from the past - may mislead us about the future. Big data algorithms missed the financial crisis of 2008 and in 2016 predicted Hillary Clinton's victory by a large margin.

In fact, many problems we face are not well-defined games but situations in which uncertainty abounds: finding true love, predicting who will commit a crime and reacting in unforeseen emergency situations are examples. Here, more computing power and bigger data are of limited help. Humans are the key source of uncertainty. Imagine how much more difficult chess would be if the king could violate the rules at a whim and the queen could stomp off the board in protest after setting the rooks on fire. With people involved, trust in complex algorithms can lead to illusions of certainty that become a recipe for disaster."

Trecho retirado de "How to Stay Smart in a Smart World: Why Human Intelligence Still Beats Algorithms" de Gerd Gigerenzer 

terça-feira, novembro 14, 2023

A possibilidade do optimismo

Ontem, no postal "Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos" (Parte III) mostrei esta tabela:
Fiquei satisfeito com a evolução dos produtos farmacêuticos. Recordo da semana passada, Menos dor na transição, este trecho:
"É uma boa notícia e um exemplo concreto da teoria dos Flying Geese."
Sobre a instalação de uma empresa farmacêutica no reino do calçado.

O calçado, o têxtil e vestuário estão em queda? Sim, mas isso terá de ser a tendência para criar o nível de produtividade desejado no futuro. 

O que é que o JdN de ontem escolheu para abordar?

Na capa:

Pena que não tenha salientado o lado positivo. Em 10 anos as exportações de produtos farmacêuticos cresceram quase 270%, as de calçado cresceram 10%.


BTW, na mesma capa, ao lado, outro título:








segunda-feira, novembro 13, 2023

"Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos" (Parte III)

Parte II.

Impressionante a radiografia das exportações usando o template tradicional aqui do blogue.

Recordar de Agosto passado: Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte VI)


Uma pergunta

Este postal não é uma promoção da guerra, mas o relato breve de uma reflexão superficial que há anos tenho guardada na prateleira.

Há quantos anos Portugal não entra numa guerra a sério? Não falo de guerras lá longe, falo de guerras que podem pôr em causa a existência do estado como o conhecemos?

O que acontece quando uma guerra que pode pôr o estado em causa sucede?

Tudo é posto em causa em nome da sobrevivência do estado.

Durante a guerra as instituições são obrigadas a reformar-se em nome da eficácia. Direitos adquiridos são suspensos e tudo se foca no objectivo de ganhar a guerra. A guerra funciona como uma purga sobre as ineficiências e desvarios que foram introduzidos ao longo do tempo de paz.

Uma vez terminada a guerra o que acontece? Há de certa forma um reset, e um recomeço. Novas personagens, novas instituições, novas leis. 

E quando não há guerras destas? As purgas não acontecem. Os desvarios e ineficiências multiplicam-se e ampliam-se numa espécie de reacção auto-catalítica.

Dois exemplos, um nacional:


Outro internacional, retirado da revista MIT Technology Review de Setembro/Outubro passado, "What happened to Kiva?":
"The Kiva users noticed that the changes happened as compensation to Kiva's top employees increased dramatically. In 2020, the CEO took home over $800,000. Combined, Kiva's top 10 executives made nearly $3.5 million in 2020. In 2021, nearly half of Kiva's revenue went to staff salaries."
Pergunta: como se criam instituições que não degeneram e se focam nos seus membros, em vez de manterem o foco na razão para o qual foram criadas, alguém no exterior?

domingo, novembro 12, 2023

Uma tristeza...

No JN da passada sexta-feira:

  • página 19 - Queda de vigas mata operário em fábrica na Maia
  • página 22 - Quedas de árvores matam dois trabalhadores - Estavam a proceder ao corte quando foram atingidos em Viseu e em Penafiel
Nos últimos 30 dias quantas mortes durante o trabalho foram registadas?

Por que continuam a acontecer estes casos? Não têm notado um crescimento destes casos mortais?

O que é que isto nos diz sobre quem devia prevenir estes resultados? Isto faz-me recuar a 2007 e aos monumentos à treta.

 

sábado, novembro 11, 2023

Curiosidade do dia

Este postal foi inspirado neste tweet:

O processo Influencer leva-nos a ver o que se passa atrás do pano, nos bastidores.


Em Abril de 2011 escrevi aqui no blogue:
"Os investimentos estrangeiros que se têm feito nos últimos anos têm sido à custa de um tratamento preferencial negociado nos corredores, carpetes e biombos do poder, com a atribuição de benesses e redução nos impostos para os compadres (os PINs do Pinho)."
Recordo:
Claro que se um governo cria muitas regras, muitas dificuldades aos negócios, cria um mercado para cunhas e by-passes para os amigos por trás de biombos e no reino das carpetes:

Menos dor na transição

Esta semana apanhei nas notícias:

  • Fábrica que fazia casacos de luxo fecha da noite para o dia (Têxtil de Penafiel despede 120 funcionárias por email na véspera do regresso ao trabalho. Encerramento justificado com falta de serviço) - JN de quinta-feira passada.
  • Sapatos aclamados por Paulo Portas nas mãos da banca - JdN de quinta-feira passada.

"A Coloplast, cuja atividade inclui cuidados em ostomia, em continência e urologia, vai investir 100 milhões de euros em Portugal naquela que será a sua maior unidade industrial.
Na nova fábrica, que irá erguer em Felgueiras, conta vir a empregar mais de mil pessoas."

Já por várias vezes referi a Coloplast aqui no blogue, um praticante de Mongo na indústria farmacêutica. É uma boa notícia e um exemplo concreto da teoria dos Flying Geese. 

Alguns vão dizer:

- Não há pessoas para trabalhar, ainda para mais em Felgueiras, um concelho com pleno-emprego. 

A rentabilidade de uma empresa como a Coloplast permite-lhe pagar salários que os incumbentes em Felgueiras nunca conseguirão. 

Conseguem imaginar o aumento da produtividade de um trabalhador que sai da costura ou montagem de sapatos, para uma linha de montagem da Coloplast? Sem formação (lerolero ou caridadezinha) que não a dada pela empresa. Recordo daqui

"Há uma forma rápida de aumentar a produtividade de uma costureira! Basta despedi-la de uma fábrica subcontratada por uma marca para costurar T-shirts e, adimiti-la numa outra fábrica, na mesma rua, que tem marca própria e fabrica T-shirts para vender com essa marca"

Sabem o que isto faz? Contribui para diminuir a dor na transição referida em Falta a parte dolorosa da transição (Parte VI)

sexta-feira, novembro 10, 2023

Acerca da análise SWOT

Ontem li "It's Time to Toss SWOT Analysis into the Ashbin of Strategy History" e fiquei com uma sensação estranha. 

Concordo e não concordo com o autor. Julgo que é outra vez a estória da culpa ser da caneta e não de quem a usa também referida aqui.

Concordo quando ele refere:

"I am tired of reading SWOT analyses. [Moi ici: Eu também, o meu detector da treta está sempre a apitar]

...

Who can tell me a blinding insight that came out of any such SWOT analysis? [Moi ici: O que levanta a questão sobre para que fim é a SWOT usada?]

...

Consider the strengths analysis. To be able to analyze one’s strengths, one has to have a definition of what is contained in the category ‘strengths’ and a way of measuring whatever is included. But a strength is only a strength in the context of a particular Where-to-Play/How-to-Win (WTP/HTW) choice. [Moi ici: O mesmo se pode dizer das fraquezas, o que me leva a este postal "Assim, partem já derrotados" de 2015. Usar uma SWOT para desenvolver uma estratégia, é pôr o carro à frente dos bois. Primeiro é preciso ter uma estratégia que contextualize o que são forças, fraquezas, oportunidades e ameaças]

...

The superior approach is to perform an analysis only when you are clear on the specific purpose so that you can go a mile deep and an inch wide. That means you don’t do it up front as with the SWOT and you don’t attempt to make it excessively broad like the four-pronged SWOT. [Moi ici: Confesso que só cheguei a isto depois de desesperar com tantas análises de contexto, de acordo com a ISO 9001 e a ISO 14001, que não passam de pura perda de tempo. Por que é que se há-de competir por criar a maior lista possível de factores interos e externos? Recordo Running away from a plain and hard brainstorming (part Il)]

...

Start by defining the strategy problem you are seeking to solve. That is, what is the gap between your aspirations and the outcomes you are seeking. Then specify the form of the solution by way of a ‘how might we’ question. That is, how might we eliminate the identified gap that we currently face. Then imagine possibilities of WTP/HTW choices that have the potential of answering the how might we question to eliminate the gap between aspirations and outcomes."

Quando eu era criança usava a SWOT como criança. Agora que sou mais velho uso-a mas de forma muito diferente.

  1. Formular uma estratégia.
  2. Traduzir a estratégia num conjunto de objectivos.
  3. Determinar que factores do contexto interno e externo são relevantes para o cumprimento dos objectivos (daí o título Running away from a plain and hard brainstorming (part Il) não se trata de um brainstorming livre, mas condicionado ao que pode afectar cada um dos objectivos.
  4. Classificar os factores internos e externos em vectores positivos ou negativos e traduzi-los para Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.
  5. Usar a SWOT para criar uma TOWS
  6. Usar a TOWS para identificar riscos e oportunidades no caminho para cumprir os objectivos.


quinta-feira, novembro 09, 2023

"the four top villains of decision-making"

"If you think about a normal decision process, it usually proceeds in four steps:

  • You encounter a choice.
  • You analyze your options.
  • You make a choice.
  • Then you live with it.

And what we've seen is that there is a villain that afflicts each of these stages:

  • You encounter a choice. But narrow framing makes you miss options.
  • You analyze your options. But the confirmation bias leads you to gather self-serving information.
  • You make a choice. But short-term emotion will often tempt you to make the wrong one.
  • Then you live with it. But you'll often be overconfident about how the future will unfold.

So, at this point, we know what we're up against. We know the four top villains of decision-making. We also know that the classic pros-and-cons approach is not well suited to fighting these villains; in fact, it doesn't meaningfully counteract any of them."

Trecho retirado de "DECISIVE - How to Make Better Choices in Life and Work" de Chip Heath and Dan Heath.

quarta-feira, novembro 08, 2023

Hidrogénio e outras apostas

A propósito de:

Recordei logo Wardley-Martin. Sem qualquer relação com o tema destes dias, esta é a principal razão para ver com receio a aposta em grande do governo em tecnologias na fase do Mistério ou dos Pioneiros, como se estivéssemos na fase dos Algoritmos ou dos Town Settlers. Quem sabe o tempo que demora a passar-se de uma para a outra? Cada vez menos tempo. Esta manhã, sem fazer a relação com este tweet, pensei na quantidade de AI apps para sumarizar textos, todas numa luta implacável para ver qual a solução que vai triunfar e mandar no terreno como um eucalipto solitário. Acredito que vai ser muito rápido.

Como não recordar Baltimore e as conserveiras na bacia do rio Arade:

"só na cidade de Baltimore, antes de 1920 existiam 19 marcas fabricantes de automóveis" ou "Na bacia do Arade, deste lado do Parchal e Ferragudo e em Portimão, chegou a haver 23 fábricas de conservas."

Noutros tempos, de pioneers a settlers demorava mais de uma década. Agora, ... 

Um regabofe

“One of the reasons why you may pay too much into health insurance is a form of fraud practised by corrupt doctors and pharmacies. Here is how it works. If a drug costs £100 and the reimbursement rate is 90 per cent, then the pharmacy gets £90 back from the insurer. If the pharmacy presents prescriptions written by a doctor without actually having sold the medication, it can make an illegal profit. In Portugal, for instance, one doctor wrote 32,000 prescriptions for expensive drugs in one year – which boils down to one fake prescription every three minutes. The prescriptions bore the names of deceased patients or the faked signatures of deceased doctors. These doctors and pharmacies caused some 40 per cent of all public expenditure fraud in the country. To put a stop to this, the Portuguese National Health Service introduced an electronic prescription programme requiring doctors to complete the prescription and send it to their patients by text message or email, and reported that the system could reduce fraud by 80 per cent. In this case, the surveillance potential of software has been clearly used for the benefit of the health system.”

Lembro-me de colega consultora contar-me cenas deste tipo nos anos 90.

Excerto de "How to Stay Smart in a Smart World" de Gerd Gigerenzer

terça-feira, novembro 07, 2023

Cuidado com as generalizações

No JdN de ontem o patrão do jornal, alguém com experiência numa empresa de pasta de papel, uma commodity em que o custo é que manda, disse:

"Para o presidente da Cofina as empresas portuguesas enfrentam dois desafios. 0 primeiro é o da otimização e eficiência. A escalada de preços tornou os "custos de produção muito mais elevados, alguns deles não voltarão a níveis que tínhamos no passado, obrigando as empresas a otimização dos processos, tornando-se mais eficientes", aponta Paulo Fernandes."

Para as empresas que competem no quadrante do empobrecimento:

Esse é o desafio de sempre, não por causa da escalada de preços, mas por causa da redução de preços praticados por concorrentes em países ainda mais baratos que Portugal.


 

Para reflexão

"Felix Lange, a Swedish software designer, currently head of product at a Portuguese housing start-up, also arrived in Lisbon in 2016 looking for a change.

After the 10-year period he is still not sure of what he is going to do. "I think if I'm going to move it's not going to be because of the end of my NHR statute. That won't be the decisive factor."

"However, I did calculate the tax rate I would have if I didn't have the NHR statute and it would feel weird for me to pay more taxes in Portugal than those I used to pay in Sweden," he adds."

Trecho retirado de "Portugal's tech boom challenged by tax change"


segunda-feira, novembro 06, 2023

Pequenos produtores e a importância de uma estratégia que foge da competição pelo custo

Lembram-se da Raporal? Eu ajudo:

Já agora, recordo a mensagem deste postal de 2021: Que mais exemplos são precisos? 

Recordo também "Fazer o by-pass à distribuição" de 2013.


"This small meat-processing facility, which a group of ranchers started under the name Old Salt Co-op, is one of many that have appeared across the country recently. "Small" is an understatement: Old Salt can process the equivalent of 20 cattle per week, while major meatpackers butcher thousands per day.

Just four companies process 85% of American beef, according to the U.S. Department of Agriculture.
...
Since most independent ranchers and processors lack the volume to supply major grocery chains, their survival rides not only on how much brisket they produce, but on how many people buy it.
Without a strong customer base, Rebecca Thistlethwaite, director of the Niche Meat Processor Assistance Network at Oregon State University, fears that many small processors will fail. She cited a University of Illinois study. that suggested success is contingent upon local demand. "It's not a field of dreams situation; it's not an 'If you build it, they will come," Thistlethwaite said. "You can't build supply chains without having that end consumer."
...
Data on net profits is difficult to find, but gross profits are certainly down. Fifty years ago, ranchers got 60 cents of every dollar that consumers spent on beef; today, it's 39 cents, according to the White House,
...
For independent ranchers, major chains - like Walmart, where 26% of America's food dollars go are basically out of the question. "To get into a chain grocery store, you have to have volume," explained Bill Jones, general manager of the Montana Premium Processing Cooperative, which opened in January. And since it takes two years and roughly $2,500 to raise a single head of cattle, Jones said it's "a heck of a challenge" for ranchers to establish enough volume to interest a grocery chain.
Jones said the ranchers in his cooperative sell their meat online, at farmers markets or to local grocers and restaurants. "And then some are doing all three," he added.
...
"So we decided to try to consolidate that into one kind of regional effort." Old Salt has also gone beyond selling meat online: opening a buzzy burger stand in the heart of Helena, organizing a festival and cookouts and ranch tours, and launching a butcher-shop-slash-grill that will showcase its products and host community events.
...
Whether Old Salt can find more people like Barnard is an open question - and a critical one. As Mannix put it: "If customers don't change their buying habits, local meat really doesn't have a chance."
Thistlethwaite, of Oregon State University, agrees. "I don't think (local meat processors) are going to survive unless we see consumers step up more seriously," she said."

Produtores pequenos têm de:

  • focar-se em nichos e canais de venda direta ao consumidor (online, feiras, restaurantes locais), pois a distribuição tradicional exige volumes muito altos,
  • investir em marketing e branding para criar uma identidade local e um ligação emocional com os consumidores. Eventos e tours ajudam a fugir ao Red Queen effect. Desenvolver uma storytelling sobre a origem do produto.
  • cooperar com outros produtores/processadores pequenos para ganhar escala e eficiência em áreas como a logística e as compras,
  • diversificar os canais de venda para minorar riscos e não depender só de um nicho de consumidores,
  • apostar na qualidade e sustentabilidade para se diferenciar dos grandes players,

BTW, recordar a lição da Purdue em Se há coisa que não suporto é misturar catequese com negócios (2010)

domingo, novembro 05, 2023

Dois economistas, três opiniões

"Economists at the Bank of International Settlements looked at data from more than 25,000 companies and found supply chains lengthening as other countries, especially in Asia, became additional stops in trade between China and the US. Companies shifting supply chains away from China are often moving production to countries whose economies are already highly integrated with China, such as Vietnam. Mexico, where investment by Chinese manufacturers has ticked up noticeably in recent years, is also becoming an important link in US-China trade. So it's not so much that the US and Chinese economies are decoupling-they're just coupling in different places.

...

Still, the connectors are proof that talk of the end of globalization is overwrought. Goods and capital still move across borders - even more of them, in fact."

Estes trechos foram retirados de "These Five Countries Are Key Economic; 'Connectors' in a Fragmenting World" publicado pela revista Bloomberg Business Week.

Interessante o que encontramos no WSJ de ontem:

"China passed a significant milestone last fall: For the first time since its economic opening more than four decades ago, it traded more with developing countries than the U.S., Europe and Japan combined. It was one of the clearest signs yet that China and the West are going in different directions as tensions increase over trade, technology, security and other thorny issues.

...

Benefits for the U.S. and Europe include less reliance on Chinese supply chains and more jobs for Americans and Europeans that otherwise might go to China. But there are major risks, such as slower global growth - and many economists worry the costs will outweigh the advantages."

Trechos retirados de "Global Economy Splits Into U.S. vs. China"

"This is a column about two numbers that seem to tell contradictory stories about globalization.

Over the past 15 years, a consensus has developed that globalization has run its course and gone into decline. One popular number supporting this argument: Trade as a share of global output peaked in 2008 at the cusp of the global financial crisis and has never recovered.

But a new metric from a pair of economists, Sharat Ganapati of Georgetown University and Woan Foong Wong at the University of Oregon, tells the opposite story: More goods are traveling greater distances than ever before.

That seems impossible if globalization has truly swung into reverse. So which is right?"

Trechos retirados de "Is Globalization Over? A New Metrie Says No"

sábado, novembro 04, 2023

Fluxo e reservatório

O FT de ontem trazia um artigo sobre a evolução dos chips de computador. Por coincidência, também ontem, durante a caminhada matinal vi este video no Youtube sobre o mesmo tema, "The end of Apple Silicon's reign".

O artigo do FT, intitulado "Chip wars set to change the landscape of personal computing":

"One sign that something is stirring has been the flurry of news around CPUsthe general-purpose processors that power PCs and servers. This week, as Apple unveiled its latest high-end Macs, its new M3 chips were very much the focus.

...

Last week, mobile chipmaker Qualcomm unveiled an Arm-based PC chip of its own. It is the first chip based on designs from Nuvia, a start-up founded by some of Apple's top chip engineers that Qualcomm acquired two years ago, and a sign that a real technology race is breaking out in PC chips.

...

Intel, which dominates the market for PC chips, is doing its best not to sound rattled by all of this. Given the high barriers to entry, it has good reason. 

...

All of this sets up a race in the normally staid world of personal computing, with Intel trying to pull off a rapid series of manufacturing upgrades over the next two years to get back in the lead, Apple digging in to protect the clear lead it has established with its Mac chips, and a new wave of Arm-based PCs hitting the market."

E comecei a pensar na impermanência das empresas grandes; as empresas grandes podem reinar por algum tempo, mas há sempre um momento em que falham. Empresas grandes, mais tarde ou mais cedo resvalam para o foco na eficiência, e isso dita a sua queda. E qualquer coisa neste pensamento fez-me pesquisar no blogue e encontrar, de Setembro de 2012, Contrarian, sempre!!!

E ao ler esse postal ... comecei a fazer ligações para o que tenho escrito aqui recentemente, ou tenho lido recentemente:

"Por isso, enquanto muitos continuam a acreditar na vantagem de ser grande, cada vez mais acredito nas vantagens de se ser pequeno, na paciência com a quota de mercado ou com o volume de vendas.

Ser pequeno pode significar: decidir rapidamente; agir ainda mais rapidamente;    experimentar em escala reduzida; estar mais próximo da tribo; corrigir o tiro inicial muito mais rapidamente; ter mais  paciência e não se amesquinhar por causa do próximo relatório de contas; ter mais paixão.

O que mais me entristece e ver empresas pequenas a pensarem como empresas grandes... uma empresa pequena nunca poderá competir de igual para igual com uma empresa grande. Uma empresa pequena devia concentrar-se em tornar-se uma grande empresa.

Uma empresa pequena pode ser uma grande empresa, assim como uma empresa grande pode nunca ser uma grande empresa.

Uma empresa pequena a caminho de ser uma grande empresa é a empresa que reconhece que o seu campeonato não é o da eficiência, mas o da arte, o da originalidade, o da rapidez, o da flexibilidade, o da proximidade, o da autenticidade, o da tradição, o da diferença... o caminho menos percorrido."

Quando era miúdo muito miúdo, ainda nem andava na escola primária, ouvi a minha mãe a comentar com alguém que "somos um fogo", ou seria "somos uma chama". E nunca me esqueci disso, não sei porquê.

Também as empresas são chamas, são transição, são fluxo até que passam a comportar-se como um reservatório, e em vez de aspirarem ao futuro e à novidade, focam-se na defesa do presente. E o futuro morre, mais depressa ou mais devagar, mas morre. E estas empresas não precisam de ser grandes, também podem ser pequenas. 

sexta-feira, novembro 03, 2023

Análise do contexto (parte VIII)

(Parte VII)


Há tempos li What Fast-Moving Companies Do Differently:

"The Two Dimensions of Speed

When we talk about speed, we consider the two key dimensions that determine how fast a company can move:

  • Speed of insights is a company's ability to quickly sense an emerging market need that it can meet. This includes both 1) identifying the external indicators most relevant to the firm's industry and business to spot trends that suggest latent or emerging demand for a particular type of offering, and 2) being able to quickly see impending developments that could challenge the business in some way.
  • Speed of action is the ability to equally quickly marshal a company's operations to capitalize on the identified trend or need. This means digesting the insights generated, deciding what the company should do in response, and setting the organization in motion to implement those decisions."

Recordo de 2020 - Ter ou não ter fogo no rabo.

Recordo de 2019 - A falta de fogo no rabo.

Interessante ter conversado com pelo menos duas PME nos últimos 30 dias que posso incluir no pequeno grupo de empresas que apostam na velocidade. Acumularam capital, têm graus de liberdade, têm gente que está atenta ao contexto e age!

"Lives of quiet desperation" (parte IV)

Depois de torrados cerca de 400 milhões de euros ... continuam a achar a EFACEC estratégica?

Recordar "Deixem as empresas morrer" ao vivo e a cores.

"A oficialização da privatização da Efacec, ontem, foi um "dia feliz" para o ministro da Economia, António Costa Silva, mas o Estado ainda vai injetar mais 160 milhões de euros na empresa após a venda ao fundo Mutares, além de libertar uma garantia de 72 milhões de euros relacionada com financiamentos da banca." No Correio da Manhã de ontem.


Parte III, Parte II e Parte I.



quinta-feira, novembro 02, 2023

Promover a mudança

"Research has shown that storytelling has a remarkable ability to connect people and inspire them to take action. "Our species thinks in metaphors and learns through stories," the anthropologist Mary Catherine Bateson has written. Tim O'Brien, who has won acclaim for his books about the Vietnam War, put it this way: "Storytelling is the essential human activity. The harder the situation, the more essential it is." When your organization needs to make a big change, stories will help you convey not only why it needs to transform but also what the future will look like in specific, vivid terms.

In this article we outline an effective way to leverage the power of storytelling, drawing on decades of combined experience helping senior executives lead large-scale change initiatives. There are four key steps: Understand your story so well that you can describe it in simple terms; honor the past; articulate a mandate for change; and lay out a rigorous and optimistic path forward."

Vale a pena a leitura.

Trecho retirado de "Storytelling That Drives Bold Change