Mostrar mensagens com a etiqueta kiva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta kiva. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, novembro 13, 2023

Uma pergunta

Este postal não é uma promoção da guerra, mas o relato breve de uma reflexão superficial que há anos tenho guardada na prateleira.

Há quantos anos Portugal não entra numa guerra a sério? Não falo de guerras lá longe, falo de guerras que podem pôr em causa a existência do estado como o conhecemos?

O que acontece quando uma guerra que pode pôr o estado em causa sucede?

Tudo é posto em causa em nome da sobrevivência do estado.

Durante a guerra as instituições são obrigadas a reformar-se em nome da eficácia. Direitos adquiridos são suspensos e tudo se foca no objectivo de ganhar a guerra. A guerra funciona como uma purga sobre as ineficiências e desvarios que foram introduzidos ao longo do tempo de paz.

Uma vez terminada a guerra o que acontece? Há de certa forma um reset, e um recomeço. Novas personagens, novas instituições, novas leis. 

E quando não há guerras destas? As purgas não acontecem. Os desvarios e ineficiências multiplicam-se e ampliam-se numa espécie de reacção auto-catalítica.

Dois exemplos, um nacional:


Outro internacional, retirado da revista MIT Technology Review de Setembro/Outubro passado, "What happened to Kiva?":
"The Kiva users noticed that the changes happened as compensation to Kiva's top employees increased dramatically. In 2020, the CEO took home over $800,000. Combined, Kiva's top 10 executives made nearly $3.5 million in 2020. In 2021, nearly half of Kiva's revenue went to staff salaries."
Pergunta: como se criam instituições que não degeneram e se focam nos seus membros, em vez de manterem o foco na razão para o qual foram criadas, alguém no exterior?