quarta-feira, maio 22, 2013

Se calhar há mais qualquer coisa


Nas últimas semanas os jornais divulgaram os seguintes sintomas:

  • O calçado em 2012 teve o melhor ano de sempre e, o primeiro trimestre de 2013 está 6% acima;
  • Têxtil em 2012 voltou a crescer e a exportar ao nível de 2006 com cerca de 60% das empresas de então;
  • O mobiliário teve em 2012 o melhor ano de sempre e, o primeiro semestre de 2013 está cerca de 6% acima;
  • A agricultura cresceu em 2012 a dois dígitos;
  • A metalomecânica teve em 2012 o melhor ano de sempre;
  • A vitivinicultura teve em 2012 o melhor ano de sempre;
  • A floricultura teve em 2012 o melhor ano de sempre;

Entretanto, os que acreditam que a produtividade e a competitividade aumentam à custa de boleias dada pelo Estado continuam a sua campanha “Ferraz da Costa: Degradação da competitividade externa é o principal problema da economia portuguesa”.
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Um mapa não é a realidade, um mapa é uma ferramenta que tenta ajudar a descrever a realidade. É certo que a queda continuada desde 2000 é um sinal preocupante, mas se calhar há mais qualquer coisa que o índice não apanha.

Nunca esquecer, produzir é o mais fácil

"Disruption Lessons From Airbnb"

"Your future competitors will likely supply what you do--but from cheaper, off-the-radar sources.
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the key to Airbnb's disruption of the incumbent hospitality market--that is, hotels and inns--was its ability to challenge the incumbents' traditional source of supply. "Airbnb enables anyone with a spare room and a mattress to run their own BnB and benefit from a global market of travelers."
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It would be one thing if Airbnb were the only upstart disrupting incumbents by challenging traditional supply sources.
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1. They create new sources of supply.
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2. These new sources of supply tend to be inferior to and less sophisticated than previously existing ones.
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3. Over time, the supply on these platforms evolves to compete directly with mainstream competitors."
Nunca esquecer, produzir é o mais fácil. Difícil, difícil é vender.

Ainda sobre a Airbnb.


Gente que não se intimida com a mini-saia, agora aqui ao lado, também

"La principal conclusión del informe, titulado Análisis de Actuaciones y Estrategias 2012-2013, es que las expectativas para este año son, de nuevo, optimistas en los mercados exteriores y pesimistas en el nacional. El 54,3% de las empresas del sector asegura que en 2012 disminuyeron sus ventas en España y sólo la mitad del 60,1% de las compañías de calzado que esperaban mantenerlas, lo consiguió.
Por el contrario, el estudio subraya que la evolución del comercio exterior en 2012 fue positivo y mejor de lo esperado. En la Unión Europea, el 31,5% de las empresas aumentó sus ventas y el 46,2% las mantuvo. Fuera de la zona Euro, el 36,1% de las compañías del sector incrementó sus resultados y el 44,6% conservó las mismas cifras que en 2011.
Para 2013, el 39,3% de las empresas españolas de calzado espera aumentar sus ventas en la Unión Europea y el 56,7%, mantenerlas. En cambio, el 22% de las firmas prevé una caída de sus ingresos en el mercado nacional, mientras el 60,7% estima que conservará su cifra de negocio.
Por otro lado, el año pasado aumentó el número de empresas que subcontrataron su producción sólo en España. Las compañías que fabrican en el país han pasado del 51,8% en 2011 al 58,5% en 2012. Para este año, se estima que el porcentaje de empresas que recuperen la producción local alcance el 65%."
Trecho retirado de "El calzado español apuesta en 2013 por las exportaciones y el retorno de la producción"

"La moda española mantiene su pujanza en el exterior. Las exportaciones españolas de textil y confección alcanzaron un total de 2.948 millones de euros en el primer trimestre del año, un 8,7% más que en el mismo periodo de 2012.
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La marcha de las exportaciones textiles es netamente mejor a la del conjunto de las exportaciones industriales españolas, que en el periodo de enero a marzo registraron un crecimiento del 3,9%, según datos del Ministerio de Economía y Competitividad.
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En el primer trimestre, los productos de confección (subgrupo dentro de la categoría de productos textiles) registraron un aumento de las exportaciones del 13,3%, hasta los 2.110 millones de euros, y en marzo el alza interanual llegó al 18%."
Trecho retirado de "Exportaciones textiles: la moda sigue creciendo fuera de España con un alza del 9% en el primer trimestre"

terça-feira, maio 21, 2013

Curiosidade do dia

Via twitter tive conhecimento desta cena no PeC de ontem.

Como um "fazedor" cala um elemento da "tríade": parabéns, caro Martim!!!

Os vinhos e a mini-saia

Este artigo "Vinhos portugueses lançam-se à conquista do mundo atentos ao preço" levanta um tema interessante, o Evangelho do Valor no mundo dos vinhos.
"Especialistas no sector, mas sobretudo influentes críticos e fazedores de opinião que são, como é sabido, o melhor veículo para levar a mensagem até ao consumidor final."
A aposta na cadeia da procura, a aposta no ecossistema da procura em vez da aposta pura e simples em vender aos pagadores.

 "Num mercado onde o crescimento tem sido dominado pelos produtores de fora da Europa, Portugal registou um crescimento sustentado nos últimos três anos, tanto em valor como volume de vendas.
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O grande problema é que as exportações, sobretudo nos vinhos de mesa, assentam ainda numa estrutura de baixos preços. É que enquanto o vinho francês é exportado por um valor médio por litro acima dos seis euros, os vinhos portugueses não chegam sequer ainda aos 1,5 euros, abaixo de países como Nova Zelândia, Chile ou África do Sul.
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Apesar de tudo a tendência tem sido de crescimento, embora muito ligeiro, mas ao contrário daquilo que se passa com a generalidade dos produtores europeus, com excepção da França. Na vizinha Espanha, que se tornou no segundo exportador mundial, ultrapassando a França e só atrás da Itália, o preço por litro parece cair nos últimos anos na proporção em que aumenta o volume de vendas.
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Quer isto dizer que os espanhóis necessitam de vender uma cada vez maior quantidade de vinho ao exterior para arrecadar o mesmo nível de receita.
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Um fenómeno que se reflecte também nas nossas vendas para o país vizinho. Nos últimos três anos a exportação de vinho português para Espanha mais que quintuplicou (de 43.771 para 229.375 hectolitros, ao mesmo tempo que o preço caía de 2,64 euros para apenas 88 cêntimos por litro). Trata-se sobretudo, como está bom de ver, da venda de vinhos de granel, que os agentes do sector querem ver cada vez mais restringida em favor dos vinhos engarrafados de qualidade, sobretudo os de denominação de origem protegida (DOP).
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É neste tipo de vinhos que assenta a promoção internacional, com resultados que se têm revelado bastante satisfatórios. Nalguns mercados os valores/litro aproximam-se até dos vinhos da França e da Nova Zelândia, que são os mais valorizados no mercado internacional, e ultrapassam até os valores médios da Itália."
 É bom, é reconfortante ver mais gente, em mais sectores, preocupada em seguir o conselho que também partilhamos "Trabalhar para aumentar os preços"
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BTW, outros que dizem que a mini-saia não é argumento, não culpabiliza as "galdérias", "Exportações de vinho verde de Felgueiras para a Rússia aumentam 15 por cento ao ano"
"As exportações de vinho verde da Cooperativa Agrícola de Felgueiras (CAF) destinadas à Rússia estão a aumentar 15 por cento ao ano, tendo ultrapassado as 100 mil garrafas em 2012, disse à Lusa o presidente da direcção.
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Os importadores russos preferem a mais cara das três marcas comercializadas pela CAF, o que reflete o tipo de consumidores que consomem o vinho importado de Felgueiras.
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Outro mercado onde os vinhos de Felgueiras continuam a ter boa aceitação é o dos Estados Unidos da América, que importam anualmente cerca de 150 mil garrafas. «É um mercado que tem crescido, embora a um ritmo mais lento, porque está mais consolidado do que o russo», observou o presidente.
Alemanha, Noruega e Suíça são outros mercados onde o vinho verde de Felgueiras tem tradicionalmente uma boa aceitação.
Também com forte crescimento continua o Brasil, apesar de, admitiu, haver por vezes grandes dificuldades nos processos burocráticos de importação." (Moi ici: Tudo países fora da zona euro... pois, treta)

Bottom-up e aprendizagem dual

Neste powerpoint o governo, cheio de boas intenções, carregado do tão comum espírito de comando top-down, avança que, para re-industrializar o país, há que apostar no eixo da "Qualificação: educação e formação" (1 de entre 8 eixos).
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E a primeira medida-chave passa por "Reforçar o sistema de aprendizagem dual"
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Julgo que nos últimos quinze dias ouvi os parceiros sociais, à saída de uma reunião com o governo sobre a aprendizagem dual, dizerem cobras e lagartos sobre o tema.
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Ontem, tive uma conversa com alguém que me falou do tema, sem usar a terminologia "aprendizagem dual" em Janeiro (?) de 2011. Um interessante exemplo bottom-up onde os agentes, a pensar no futuro do seu negócio, construíram um sistema à sua medida. Agora, dois anos depois, chegaram a isto 
"A EDP Distribuição promoveu a criação da Academia Técnica do Setor Energético, que tem por finalidade promover o “saber fazer”, em função dos diversos perfis de trabalhos de natureza técnica e atribuir títulos de habilitação.
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Com este projeto, a EDP Distribuição e os seus parceiros de negócio - Bragalux; Canas, CME, Eurico Ferreira, Painhas, Rede, TBT e Visabeira - garantem a contratação de pessoal preparado para a realização dos trabalhos nas redes elétricas de distribuição com os elevados padrões de qualidade exigidos e promovem a criação de emprego qualificado.
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Com estas parcerias, o IEFP, I.P. pretende, ainda, criar as condições para que a formação seja desenvolvida nas próprias empresas, em espaços com as infraestruturas adequadas às exigências do setor energético, designadamente, em termos de segurança e saúde, contribuindo, desta forma, para promover a qualidade e o reconhecimento da formação desenvolvida e dos futuros profissionais."
Bottom-up, bottom-up, bottom-up

Outra vez a mini-saia

"Exportações do sector crescem perto de 6% no primeiro trimestre"

"As exportações portuguesas de calçado ultrapassaram 451,4 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 5,8% face aos 426,4 milhões do período homólogo de 2012, segundo os dados disponibilizados pelo INE.
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Já no ano passado as vendas de calçado ao exterior atingiram valores históricos. Pela primeira vez, as exportações ultrapassaram os 1,6 mil milhões de euros, registando um aumento de 4,5% face a 2011. As 1350 empresas que compõem o sector conseguiram colocar no exterior 71 milhões de pares sapatos, sendo que o preço médio atingiu os 22,7 euros, mais 15% que em 2011. Actualmente, o sapato ‘made in Portugal' tem o segundo preço médio mais alto do mundo, só ultrapassado pela concorrente Itália.
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E apesar de a Europa - o principal destino do calçado e também dos outros bens e serviços transacionáveis portugueses - estar em recessão, as empresas do sector viram as vendas aumentar 2,7% neste mercado.
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Segundo os dados da APICCAPS (associação do sector), os mercados extra-comunitários foram no ano passado o principal motor de crescimento do calçado. As exportações para fora da União Europeia cresceram 33%, com destaque para países como a Rússia, Estados Unidos da América e Japão." (Moi ici: Leiam outra vez, 33%... e esta gente trabalha com o escudo ou com o euro? TRETA!!!)
Um dia o mainstream há-de reconhecer o papel pioneiro do calçado, não por causa do calçado mas por causa do que fez para se transformar e vender calçado, apesar da Ásia.

Estava escrito nas estrelas...

Ainda antes de ouvir falar do "showrooming", muito tempo antes disso, desenvolvi aqui o conceito da batota (o primeiro postal foi em Maio de 2008 escrito na sequência de uma conversa com o Aranha na noite de Aveiro).
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Estava escrito nas estrelas... a falta de aposta na batota, a falta de aposta na experiência de compra, iria abrir uma avenida para o online entrar como faca em manteiga no Verão.
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Assim, faz rodo o sentido esta reacção:
"As more people shop online, retailers are seeking the help of stylists to remake bricks-and-mortar shops as a customer experience rather than merely a place to buy clothes and products. When Jessops, the UK camera store chain, went into administration at the beginning of the year, one redundant employee stuck a notice in the store’s window, thanking customers for shopping at Amazon. “The likes of Net-a-Porter and Asos are giving everybody a run for their money. Actual shops have to provide something else,” explains Mr Card.
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A 2011 report by Deloitte, the professional services firm, says: “Consumers expect the store to enable an experience which online cannot deliver, that is, providing the in-store theatre and the ‘touch and feel’ experience . . . The role of the store needs to evolve . . . providing inspiration and emotional engagement.

“The shop is their showroom, providing an experience,” he continues. “There’s a bar, it’s by appointment only, you’re only allowed two people in there at a time, so you’re free to wander. It’s about providing a feeling of what [the brand] is about.”
Trechos retirados de "Design therapy for retailers"

H/T ao caro "notes"

segunda-feira, maio 20, 2013

"Consider the possibility that the roulette winner would be used as a role model by his family, friends, and neighbors"

"Imagine an eccentric (and bored) tycoon offering you $10 Million to play Russian roulette, i.e. to put a revolver with a barrel containing one single bullet out of six to your head and pull the trigger. Each realization would count as one history, for a total of six possible histories of equal probabilities. Five out of these six histories would lead to enrichment; one would lead to a statistic, that is, an obituary with an embarrassing (but certainly original) cause of death. The problem is that only one of the histories is observable; and the winner of $10 Million would elicit the admiration and praise of some fatuous journalist (the very same ones who unconditionally admire the Forbes 500 billionaires and trash those who refrain from taking some market risks).
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Consider the possibility that the roulette winner would be used as a role model by his family, friends, and neighbors. While the remaining five histories are not observable, the wise and thoughtful person could easily make a guess as to their attributes. It requires some thoughtfulness and personal courage. In addition, in time, if the roulette-betting fool keeps playing the game, the bad histories will tend to catch up with him.
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Reality is far more vicious than a Russian Roulette. First, it delivers the fatal bullet rather infrequently, like a roulette that would have hundreds, even thousand of holes instead of six. After a few dozen tries, one forgets about the existence of a bullet, under a numbing false sense of security.
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Second, unlike a well defined precise game like Russian roulette, where the risks are visible to anyone capable of multiplying and dividing by six, one does not observe the barrel of reality. Very rarely is the generator visible to the naked eye. One is thus capable of unwittingly playing Russian roulette --and call it by some alternative "low risk" name. We see the wealth being generated, never the processor, a matter that makes people lose sight of their risks."

Trechos retirados de "Fooled by randomness" de Nassim Taleb

Until the fat lady sings...


“Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. .
Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.”

“We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction.”
Tanta gente cheia de receitas para a economia como um todo... esquecem-se que na economia, a senhora gorda nunca canta, ou antes, só canta amanhã, e nós estamos sempre no hoje e agora.

Trecho recordado daqui.

A realidade e os powerpoints da treta

Powerpoints da treta
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A realidade é a vampiragem "Empresas de calçado enfrentam forte fiscalização das Finanças"
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Ainda na passada sexta-feira de manhã, a caminhar na avenida principal de Felgueiras, pensei no que seria o Norte se o Estado não fosse o sifonador que é.

Acerca da re-industrialização da Europa

Relativamente ao tema da re-industrialização e ao que penso dela (não acredito num regresso ao modelo do século XX) encontrei esta reflexão de Geoffrey Moore, "Middle Class Job Creation in the Digital Era":
"First, let me note that the U.S. may not in fact be a postmanufacturing economy. Pendulums swing in both directions, and one can imagine the manufacturing pendulum swinging back onshore.
But there is no guarantee this will happen, and even if it does, it may not happen in a time frame soon enough to solve for the core of our middle class concerns. So for the purposes of this paper, let us assume that we cannot rely on manufacturing for the foreseeable future and work out what course of action to take in that case.
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The core of a postmanufacturing economy evolves from migrating to a digital or information economy.
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To survey the landscape of work from a 50,000 foot perspective, consider the following diagram:
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Given this rationale, there are 36 zones of employment in business enterprises that, due to theimpact of migrating from a manufacturing to a digital economy, have been or could be impacted. To get the conversation started, I have represented my hypothesis about each zone by one of four states:
   ● More jobs in the new economy (15 of 36)
   ● Fewer jobs in the new economy (4 of 36)
   ● Unchanged in the new economy (7 of 36)
   ● Disrupted by the new economy (10 of 36)
Let me emphasize, this is a hypothesis."
E considerando esta hipótese, o futuro não está no produto à la século XX, o futuro passa pelo intangível, pelo serviço misturado com o produto.

"Stressors are information" e os "stimulus junckies"

Começo com uma proposta que não me soa nada bem "Seguro quer Estado a entrar no capital de empresas "sem gastar um cêntimo"".
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Num mundo cada vez mais complexo, volátil, caótico, em que em vez da dimensão e das regras escritas na pedra, triunfam a rapidez, a flexibilidade, a idiossincrasia, os defensores dos Senhores dos Perdões não percebem o papel dos "stressors":
"Just as spending a month in bed leads to muscle atrophy, complex systems are weakened or even killed when deprived of stressors.
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The economic class doesn't realize an economy lives by stressors rather than by top-down control."
 Rita Gunther McGrath em "Competitive Advantage Is Dead. Here's What To Do About It" avança com a sua hipótese sobre o que se está a passar com o espaço competitivo:
"The longstanding premise of corporate strategy has been to help companies identify their “sustainable competitive advantage” in the marketplace, and then exploit it over time.
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business is now evolving too rapidly for anything to be sustainable. The real secret to success may be knowing when it’s time to quit or adapt. (Moi ici: Com o capital do Estado a amortecer a dor e a eliminar os stressors... ia ser bonito)
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If you accept the idea that advantages are temporary, a lot of corporate structures don’t make sense,” (Moi ici: Mongo, empresas mais pequenas, mais ágeis, mais flexíveis)
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The next wave of strategy should instead encourage companies to “build up an advantage, exploit it – and then get out of it. (Moi ici: A entrada do Estado, numa tentativa de estancar a hemorragia e defender o passado... e voltamos a Setembro de 2007 - "... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"...) But it’s tempting to stick with it longer than you should.”
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Indeed, executive success is often measured by how many people you manage or how much budget you control – a powerful disincentive to call it quits when a market shift is underway. (Moi ici: "Claro que esta escolha é dolorosa e evitada. Muitos gerentes, talvez a maioria, confunde volume com grandeza, confunde volume com lucro, e isso não é bom." (aqui, aqui e aqui))
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It’s no longer enough to cultivate deep expertise in your business, she says. Instead, “the capacity you want to create is networks and the ability to move quickly and learn to be dynamic.” (Moi ici: E a melhor forma de conseguir isso é meter capital do Estado na gestão das empresas? Come on!) She admits it won’t be easy; many executives are good “idea people,” and some are terrific at executing those ideas. “But very few of us are going to be good at saying, ‘it’s over,’” she says.
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The mentality you need to cultivate is the ability to “get into and out of spaces” while understanding that every innovation or advantage is likely to be overtaken within a short time period – maybe a year or two."
 Enfim, “stimulus junkies”...

domingo, maio 19, 2013

Curiosidade do dia

"To sum up: people are increasingly lost in a jungle of pricing, plans, offers, deals, for the services they need. It could be cell phones, energy bills, consumer loans… Hence a pattern for acquisitions: a bulk purchase web site for electricity (the Swedish market is largely deregulated with about 100 utilities companies); a helper to find the best cellular carrier plan based on individual usage; a personal finance site that lets consumers shop around for the best loan without degrading their credit rating; a personal factoring service where anyone can auction off invoices, etc."

Trecho retirado de "Schibsted's high-octane digital diversification"

Quais são as prateleiras que interessam?

Acerca da importância de equacionar e caracterizar quem são os clientes-alvo, mesmo quando se está no negócio do B2B2C:
"cuando una empresa comercializa sus productos no sólo en sus tiendas propias, sino también a través de otros canales de distribución
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Significa que tendremos que diferenciarnos de la competencia o ser los mejores
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prácticamente nos será imposible ser una marca de bajo coste
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una estrategia low cost no genera el suficiente margen comercial como para sacar adelante dos cuentas de resultados en números negros, la del cliente y la de la marca. Ni alquilándoles el espacio saldrían las cuentas para la enseña, ya que todos necesitarán rentas superiores al 25%,  y esto es demasiado cuando hablamos de márgenes tan reducidos.
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Por lo tanto, si eres una empresa multicanal de moda, estas obligado a construir una marca y no te puedes permitir crear un modelo de negocio donde te dediques a vender simplemente producto a precios bajos. Es decir, tienes que diferenciarte y que tu producto no sea atractivo simplemente por el precio, sino por los valores que aportan al consumidor, por la experiencia de compra. Algunos de ellos pueden ser moda, calidad, rapidez, tecnología, concepto de tienda, servicio o implantación, es decir, valor añadido.
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Y es que el cliente hoy es más exigente que nunca y busca value for money. No necesariamente el precio mas bajo es el que realmente le aporta mayor valor, ya que cuando la experiencia total es la adecuada, entonces está dispuesto a pagar un poco más porque realmente le proporciona una mayor satisfacción
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Grandes enseñas han fracasado por su afán de vender y no elegir adecuadamente sus puntos de venta.
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Una marca puede invertir en comunicación y en publicidad, pero si distribuye donde no tiene que hacerlo, se devalúa y pierde valor percibido a largo plazo. No nos podemos poner nerviosos en momentos como este y dedicarnos a vender de cualquier manera, ya que esto solo contribuiría a la destrucción de la marca a medio plazo. Es momento de invertir en nuestras enseñas y cuidar la distribución como herramienta más importante en el negocio de la moda."
O pivô são os consumidores, eles têm de gostar da oferta e da experiência de uso; contudo, isso de nada valerá, se a oferta não estiver disponível nas prateleiras que interessam. E, as prateleiras que interessam são as que são visitadas pelos clientes-alvo.
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Continua com "não-linearidade e macacos que não sabem voar"
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Trechos retirados de "The Retail Experience"

Ainda a mini-saia

Encontramos o que procuramos, ou os nossos olhos acabam por ver o que queremos encontrar.
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Durante anos li, com alguma tristeza, a caracterização que os responsáveis da principal associação do sector do têxtil e vestuário faziam da situação e da evolução do seu sector, assente numa lógica de locus de controlo no exterior.
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Cada vez encontro mais sinais de que aprenderam a valorizar o que corre bem, em vez de inflacionarem o custo da mudança que era necessária:
"Segundo a associação, em 2012 a Indústria Têxtil e Vestuário (ITV) portuguesa exportou 4.130 milhões de euros, para 170 destinos diferentes, «tendo o seu esforço de expansão para mercados extracomunitários sido compensado com um crescimento das exportações para estes mercados superior a 7%, face a 2011»,
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Entre as várias categorias que compõem as exportações, ressalva-se o maior valor acrescentado de artigos como t-shirts de algodão, o principal produto exportado pela ITV nacional, cujo valor aumentou cerca de 40% nos últimos quatro anos, resultado, aponta João Costa, do «investimento das empresas deste sector no aumento do valor acrescentado dos produtos, nomeadamente através da diferenciação assente nos fatores qualidade, inovação, design e moda».
Os têxteis funcionais e técnicos estão igualmente em evidência. A indústria de cordoaria e redes exportou mais 15% do que em 2011, num total de 181 milhões de euros, enquanto as exportações de tecidos especiais e de artigos têxteis para usos técnicos registaram um aumento de cerca de 80% nos últimos sete anos,
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«O sector têxtil e vestuário português realizou uma notável restruturação ao longo da década, evoluindo para uma atividade industrial de private label mais sofisticado, com mais elevado domínio da engenharia do produto e do processo, desenvolvendo um subsector de têxteis de grande tecnicidade, em contínuo crescimento, e gerando um crescente número de marcas made in Portugal, de sofisticado conceito e imagem de nível global», 

Trehos retirados de "ITV portuguesa vale mais"

Apesar da mini-saia...

"Exportações de mobiliário atingem 276 milhões no 1º trimestre"
"As exportações do setor de mobiliário e colchoaria aumentaram 5% no 1.º trimestre, face ao mesmo período de 2012, ultrapassando os 276 milhões de euros de vendas para 112 mercados, divulgou hoje a associação setorial."

sábado, maio 18, 2013

Curiosidade do dia

"The only part of the so-called national wealth that actually enters into the collective possessions of modern people is– their national debt. Hence,…the modern doctrine that a nation becomes richer the more deeply it is in debt. Public debt becomes the credo of capital. And with the rise of national debt-making, want of faith in the national debt takes the place of blasphemy against the Holy Ghost….
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As with the stroke of the enchanter’s wand…, [ the public debt] endows barren money with the power of breeding and thus turns it into capital.”… [But] modern fiscal policy…contains within itself the germ of automatic progression. Overtaxation is not an accident, but rather a principle."
Trecho retirado de "Chapter Thirty-One: Genesis of the Industrial Capitalist" de "Capital"

O velho, o rapaz e o burro


Fez-me recordar Justin Biever em "Justin Bieber e o preço da diferença" e de "Aprender a ser mau"
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Tudo isto a propósito de "YOU DO NOT HAVE TO BE LOVED BY EVERYBODY – A GREAT VALUE PROPOSITION".

Desde Outubro de 2006

Recordamos Outubro de 2006:

Depois, damos um salto até Novembro de 2012:
Quando se compete pelo preço e se elege a redução de custos como o vector fundamental para o negócio, procura-se quantidade, volume, market share para maximizar o retorno do agregado de um SKU. Quando se sobe na escala de valor e se trabalha do cliente para trás, para a oferta, para o produto, aposta-se no aumento do valor percepcionado pelo cliente, por cada cliente. Assim, aposta-se na maximização do valor criado com cada unidade de SKU e não pelo seu agregado. O negócio não é quantidade, não é market share!
Agora em "What Value Creation Will Look Like in the Future" encontramos:
"If your organization draws value from optimizing repetitive work, you'll find that it will be increasingly difficult to extract that value.
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The value of products and services today is based more and more on creativity - the innovative ways that they take advantage of new materials, technologies, and processes. Value creation in the past was a function of economies of industrial scale: mass production and the high efficiency of repeatable tasks. Value creation in the future will be based on economies of creativity: mass customization and the high value of bringing a new product or service improvement to market; the ability to find a solution to a vexing customer problem; or, the way a new product or service is sold and delivered.
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Creativity means we created more value: we sold X units of something that didn't exist before; we increased the sales of Y not because we made it cheaper, but because we made it better or we increased our value to customers by servicing needs we hadn't serviced before.

Taking cost out will always be important, but the equation is changing: individuals, management, strategy, and operations will have to learn how to put value in.
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The value chain (Moi ici: Aquilo a que chamo cadeia da procura, ecossistema da procura) will supplant the supply chain. Supply chain management is about taking out cost and making process efficient, but, as we've said, this won't be enough; value chain management is about how to create value; how to coordinate the continuous innovations of creative contributors and how to make that process efficient for the consumer and the contributor.
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Get obsessed with value. How do you define it? Measure it? How do the changes you are thinking about create value? What new capability, product, or service will your organization bring your customers that they will value? How will this make their life better? How will it amaze them? Start getting your people together regularly to think about how to add value to your customers and to your organization. Make this time sacrosanct."
Estava tudo lá, naquele primeiro postal de 2006... a transição mental do século XX (Magnitogorsk-style) para o século XXI (Mongo-Estranhistão): "Produtividade: não esquecer a segunda parcela da equação!" (O primeiro postal deste blogue com o marcador "produtividade")
"O entrevistado, e se calhar a maioria dos empresários, só está a ver metade do filme. A produtividade mede a relação entre dinheiro que sai (para pagar salários, para pagar utilidades, para pagar serviços, para pagar materiais, para...) e dinheiro que entra (aquilo que o mercado está disposto a pagar pelos produtos, ou serviços). O que é que o relatório dirá sobre esta parcela da equação? Porque é que o entrevistado não fala nesta segunda parcela da equação?
Na média, parece que esgotamos um paradigma de negócio e ainda não assumimos que precisamos de um corte epistemológico que nos abra a janela, para um outro paradigma baseado na diferenciação, e não no custo."