Fiem-se na Virgem e não corram não, acreditem que é possível manter uma sociedade sustentavelmente à custa dos bens não transaccionáveis que vão ter um lindo destino.
terça-feira, novembro 11, 2008
O meu baú de tesourinhos deprimentes (parte II)
Fiem-se na Virgem e não corram não, acreditem que é possível manter uma sociedade sustentavelmente à custa dos bens não transaccionáveis que vão ter um lindo destino.
O meu baú de tesourinhos deprimentes
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A 6 de Outubro de 2006 o Semanário Económico publicava um extenso artigo de três páginas sobre a indústria gráfica sob o título "Portugal ganha maior rotativa do mundo"
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Eu não conheço nada da indústria gráfica, não conheço nada sobre o modelo de negócio das gráficas, mas na altura, humildemente, ciente da minha ignorância, achei para mim mesmo que este investimento não fazia sentido num país de 10 milhões de habitantes, numa economia que não descola de crescimentos raquíticos vai para quase dez anos, numa altura em que a internet está a comer o mercado dos jornais e não só.
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A maior rotativa do mundo deve estar pensada e desenhada para grandes produções, grandes séries, grandes lotes de produção, logo não deve estar adaptada para mudanças rápidas de lote, de série... pensava eu, com isto produzem o que produziam antes numa fracção de tempo mas vão ficar com muito tempo livre... e a maior rotativa para ser viabilizada deve precisar de uma elevada taxa de ocupação, só que só fazem sentido taxas de ocupação elevadas com grandes séries, é absurdamente anti-económico, num negócio de preço-baixo (grandes séries) procurar taxas de ocupação elevadas à custa do somatório de muitas pequenas encomendas... (e o custo das mudanças e limpezas?).
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A maior rotativa do mundo pediria o aumento da dimensão média das encomendas, não o aumento puro e simples das encomendas.
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Mas quem sou eu... guardei o recorte à espera de ver em que paravam as modas.
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Alguém sabe alguma coisa da gráfica Mirandela (a empresa que instalou a maior rotativa do mundo)?
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Alguém ouve falar de alguma coisa sobre a gráfica Mirandela?
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Como não oiço nada, como não li nada resolvi seguir o conselho do meu mais novo e googlei "gráfica Mirandela" + fisco... e:
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Aqui obtive isto:
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"Correio da Manhã – Com três semanas de aulas ainda falta manuais escolares editados pelo grupo Leya. Sabe qual a origem deste atraso?
Albino Almeida – Os rumores mais fortes que correm junto dos livreiros é que o grupo Leya contratou uma empresa gráfica cuja situação económico-financeira é muito difícil e não tem meios para dar resposta.
– Está a falar da Gráfica Mirandela?
– É esse o nome que nos tem sido mais vezes citado pelos livreiros, mas dizem que não podem falar. Aliás, o grupo Leya tem tido um comportamento eticamente reprovável, do ponto de vista comercial, com pressões sobre os livreiros para não explicarem aos pais e alunos os motivos da falta de livros sob pena de serem ainda mais penalizados e de irem para o fim da fila."
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Aqui encontrei isto:
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"A situação financeira e social na empresa Mirandela
A revista Loures Municipal e o seu director estarão preocupados com o que passa nesta velha empresa de artes gráficas Mirandela, sediada em Santo Antão do Tojal, que está a pagar os salários dos seus operários e funcionários às prestações desde há dois meses? Haverá reportagem?" (Impressionante a quantidade de comentários, e o facto do seu teor ser quase todo pessoal, escritos com experiência de primeira mão - os primeiros, depois a coisa descamba)
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Afinal, infelizmente, parece que tinha razão... como é que se pode querer iludir regras tão básicas de gestão estratégica de operações (as ideias W. Skinner e T. Hill continuam vivas), de consequências da adopção de uma proposta de valor e de montagem de um modelo de negócio defensável... a menos que optem por aquela frase:
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"Acham que a função de uma equipa de gestão é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro.""
Quantas pessoas se aperceberam desta revolução?
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"Só não é ainda uma catástrofe, porque vai ficar pior: o sector do calçado, ex-libris da nossa indústria tradicional, um caso exemplar de modernização, caminha silenciosamente para a morte. Os últimos anos já estão marcados pelo definhamento. A produção regrediu 4% em meia década"
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"O sector atravessa, portanto, uma crise bastante mais grave do que a média do país.
O que torna tudo isto muito mais inquietante é ver que, entretanto, aos outros aconteceu pior. Na União Europeia, um quarto do sector foi varrido do mapa em cinco anos. E na América do Norte, Estados Unidos e Canadá, pura e simplesmente já não se fabrica um par de sapatos.
O colapso dos outros é uma angústia apenas e só porque mostra o destino que espera por nós. As nossas empresas de calçado fizeram a reestruturaração necessária, modernizaram-se e reduziram custos. Mas isso já não chega para sobreviver.
Do exaustivo trabalho realizado por Daniel Bessa ao sector do calçado nacional não é possível tirar duas conclusões. As empresas que não tiverem a capacidade de sair do território nacional estão condenadas. Deslocalização. Sim, essa evidência que o Presidente da República se limitou a observar na recente viagem à China e que, então, irritou os ignorantes e despertou os inconscientes.
Porque, se Jorge Sampaio então indicava as vias da viabilização aos empresários nacionais do têxtil, também poderia fazer o mesmo no calçado. E numa série de sectores que produzem bens transaccionáveis – sujeitos, portanto, à tal concorrência desleal dos chineses e indianos.
É este o grande, o grandessíssimo problema que está colocado à nossa economia, à nossa sociedade e, naturalmente, ao nosso poder político."
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3 anos depois, o que se pode ler no mesmo jornal?
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Consideremos o artigo de 16 de Janeiro de 2008 "Calçado sabe nadar, yô?!"
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"Um par de sapatos exportado por Portugal tem um preço médio de 18 euros, enquanto um par importado da China custa 3 euros. Com números destes, o normal é que a indústria portuguesa de calçado estivesse a ser massacrada, num “remake” dos problemas do sector"
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"Afinal aconteceu o contrário. As exportações aumentaram (em 2007 mais de 90% da produção foi para o exterior), apesar da valorização do euro face ao dólar. As vendas para os EUA foram desviadas para os mercados europeus.
O que aconteceu? O que sempre sucede quando as empresas são largadas no mar: ou aprendem a nadar, ou vão ao fundo. Algumas afogaram-se, a esmagadora maioria safou-se. Perdida a vantagem preço, foram obrigadas a mudar o modelo de negócio. Resultado: a imaginação ganhou à fatalidade (em 2007 quase 50% das empresas já tinham marcas próprias).
É claro que esta revolução não se fez sem dor. Quem não se lembra dos apelos à intervenção do Estado quando a Clarks e a Bawo fecharam as portas? Num país onde um dos passatempos favoritos é a autoflagelação, vale a pena estudar este caso. Pode ser que deixemos de gritar pelo Estado? por tudo e por nada."
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Quantas pessoas têm consciência desta revolução e do seu sucesso no calçado?
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E no têxtil? A mesma revolução e sucesso!
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E no mobiliário? A mesma revolução e sucesso!
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Não precisámos de mudar de empresários por decreto, o mercado (que não liga a cunhas) encarregou-se disso; não precisámos de levantar barreiras alfandegárias; não precisámos de seguir os conselhos Olivier Blanchard no caderno de Economia do semanário Expresso de 18 de Novembro de 2006: "Salários têm de cair 20%"
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Em vez de atacar o custo pensaram no valor para vencer a batalha da produtividade
segunda-feira, novembro 10, 2008
A falta de vergonha e o desplante não conhecem limites
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Só nesta fase do campeonato é que se lembram disto "O presidente da Associação dos Industrias da Construção Civil e Obras Públicas, Reis Campos, teme que a crise que está a afectar o sector em Espanha «aguce o apetite» das empresas espanholas pelo mercado português." (pois E as empresas espanholas? )
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"O Governo tem de proteger as empresas." O sem-vergonhismo atinge um nível de desplante que ainda me consegue admirar...
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Espero que nos cursos de ciências sociais; direito; história, filosofia, ciências, .... tenham disciplinas sobre aplicação de massa, mistura de cimento, e tipos de areia e brita...
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É de loucos querer curar uma ressaca de uma bebedeira com mais alcool.
Exemplo de balanced scorecard (parte IX)
- Continuado daqui: parte zero; parte I; parte II; parte III; parte IV; parte V; parte VI; parte VII e parte VIII.
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Esta série começou por causa de muitos leitores chegarem a este blogue, via motores de busca, ao digitarem a frase "exemplo de BSC".
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Espero ter demonstrado que quando falamos de um balanced scorecard (BSC) não falamos só de um BSC, falamos de todo um sistema de gestão da transformação.
Basta olhar para a figura, que procura sistematizar todos os tópicos tratados ao longo desta série, para perceber que quando falamos de um BSC falamos de muito mais do que um conjunto de indicadores distribuídos entre perspectivas.
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Também chegam a este blogue leitores que digitam em motores de busca frases como:
- “exemplo de BSC têxtil”;
- “exemplo de BSC para hotel”;
- “exemplo de BSC para banco” e
- “exemplo de indicadores de BSC”
Espero ter demonstrado, ao longo desta série, que não faz sentido pensar num BSC genérico para o têxtil, ou para a hotelaria, ou para um qualquer outro sector. Dentro do têxtil, por exemplo, poderão existir tantos BSC’s quantas as empresas e quantas as suas estratégias e clientes-alvo.
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Por exemplo, há anos visitei na Internet a página da empresa Riopele e fiquei ‘chocado’ com a disfuncionalidade entre o que escreviam na sua politica da qualidade, ambiente e segurança e o que era a imagem da empresa veiculada no sítio. A política dizia que o negócio era preço, visto que as prioridades estratégicas eram custo, conformidade e prazos de entrega, pelo contrário, a imagem do sítio reflectia moda, novidade, diversidade, ou seja, uma outra proposta de valor… uma coisa não jogava com a outra.
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Assim, para quê pensar num BSC têxtil? Quando apesar do sector ser têxtil a empresa poder ter diferentes propostas de valor? Poder ter diferentes clientes-alvo? Poder ter diferentes modelos de negócio?
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O mesmo se pode dizer relativamente à hotelaria… embora ao longo destes últimos anos me tenha apercebido que há muita falta de reflexão estratégica no sector:
- “Quando o desconto é mau conselheiro”;
- "Preços na hotelaria chegam a ser humilhantes";
- “I wonder...”
Para concluir, não acreditem em BSC’s que não estão suportados previamente em mapas da estratégia… pelo menos já é um pequeno começo.
Migração de valor (parte VIII)
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"Event Planning Takes a Hit Amid Bleak 2009 Outlook" na revista Business Week.
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"Companies are cutting costs by hosting Web conferences, centralizing planning, switching to regional meetings, and axing lavish events"
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domingo, novembro 09, 2008
Gestão de expectativas (parte III)
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"Mas com uma recessão global... (jornalista).
Se houver uma recessão global, veremos; neste momento existem perspectivas. Várias vezes o FMI fez estimativas... (ministro)
Não é só o FMI, é a Comissão Europeia...
Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro."
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Como é que os países, como é que os governos, como é que as empresas, como é que as famílias, como é que as pessoas, são apanhadas com as calças na mão?
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Quando não antecipam evoluções negativas... (faz-me lembrar isto: “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos” )
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Devemos antecipar potenciais cenários negativos para minimizar a probabilidade da sua ocorrência... parece que a táctica é: não antecipamos evoluções negativas para não acordar moscas que estão a dormir... só que as moscas estão-se a marimbar para os nossos pruridos, se há bosta, elas vão descobrir e vão aparecer.
Gestão de expectativas (parte II)
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Na página 18 pode ler-se:
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"Successful projects require a full, realistic understanding of the upcoming challenges and complexities, followed by specific actions to address them. Lack of early insight leads to a high risk that complexity will be underestimated or even overlooked. In particular, the complexity of behavioral and cultural changes is often underestimated in the early project planning and scoping stages."
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Mas é preciso agir:
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"But awareness of complexity alone is not enough – action is the vital next step. Only 18 percent of project leaders in our study reported that their organizations had sufficient awareness of the challenges associated with implementing and sustaining change. But of that small group, 85 percent said that their awareness led to the introduction of specific measures to support change."
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Expectativas inflacionadas, maquilhando os perigos e dificuldades, desincentivam a necessidade de acções específicas.
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Diogo Leite Campos diziam há dias na TV "Economia é psicologia!"
Querendo com isto defender os números do orçamento para 2009 como um combustível para a auto-estima no arranque para 2009.
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A minha abordagem para as expectativas elevadas é outra:
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Sim, apresentar expectativas elevadas.
Mas, apresentá-las como algo difícil, listando todas as dificuldades e contras que vamos ter de enfrentar.
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Atingir expectativas elevadas não é só psicologia, a psicologia assenta na capacidade dos actuantes venceram as dificuldades. Ora, se os actuantes não estiverem cientes de quais as dificuldades em toda a sua extensão, dificilmente poderão lançar as acções necessárias para criar o estado futuro desejado.
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O grito de Leónidas no filme "300" "Espartanos, esta noite jantamos no Inferno!" ou as bocas de Mourinho dirigidas aos seus jogadores no balneário após uma derrota, pertencem a uma outra liga que não a dos copinhos de leite.
Frugalidade e ilusionismo
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Como escreve Ricardo Arroja no Portugal Contemporâneo sem um retorno à poupança tudo o que se faça não passará de ilusionismo.
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"There are about six savers for every borrower in Britain, although you might not guess that from the way rate cuts are usually reported.
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The explanation is that borrowers make more noise than savers because they tend to be younger and more photogenic. Homebuyers struggling to meet mortgage payments are easier for TV and the tabloids to cover than pensioners fretting about their savings. Oh, and borrowers are wildly over-represented in news rooms for reasons that need not detain us here.
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That’s why rate cuts are usually reported as good news. But the reality of the mathematics cannot be eluded forever; no more than we can borrow our way out of debt. All the government can do is delay the day of reckoning and probably make a bad situation worse. That is what the stock market was warning us with its adverse reaction on Thursday. When the silent majority realise how much this week’s crowd-pleasing rate cut may cost them, it will prove the opposite of popular." ("Savers will pay a heavy price for the Bank of England’s desperation")
sábado, novembro 08, 2008
Gestão de expectativas
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Como é que as empresas de referência gerem as expectativas?
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As expectativas não são geridas à custa da fé pura e simples (como dizia alguém "Só acredito no meu marido!"), as boas expectativas apelam ao sonho, apelam ao salto, mas em simultâneo tem de ser mostrado o caminho, o racional que justifica a esperança.
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Contar uma história que aponta para um futuro positivo sem especificar quais os perigos... não é uma boa história, não atrai, não motiva, não cativa quem a ouve.
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“What’s wrong with painting a positive picture?It doesn’t ring true.” … “Positive, hypothetical pictures and boilerplate press releases actually work against you because they foment distrust among the people you’re trying to convince.”
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"The energy to live comes from the dark side. It comes from everything that makes us suffer. As we struggle against these negative powers, we’re forced to live more deeply, more fully.”
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“So, a story that embraces darkness produces a positive energy in listeners?
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Absolutely. We follow people in whom we believe. The best leaders I’ve dealt with have come to terms with dark reality.”
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Como se lança um cenário futuro desejado positivo e se fazem figas e reúne-se energia mental positiva para que isso aconteça, sem actuar no terreno, por que se não se identificam os perigos, o 'dark side', não se atacam os perigos, é muito fácil que apareça rapidamente o veneno que mais facilmente corroi o interior de uma organização: o cinismo!
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Quem lança grandes expectativas deve ter em conta esta reflexão de Seth Godin "Setting expectations": "To raise someone's expectations then not fulfill them is worse than mediocrity"
Migração de valor (parte VII)
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É também a valorização do tradicional, do próximo, do conhecido, do de confiança:
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"Vermont Bank Thrives While Others Cut Back"
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"First National, whose main branch is next to a village store where local residents sit on the porch, drink coffee and chew the fat, has stayed successful because its employees know the area and their customers.
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“Having the borrower sit in front of us is very meaningful,” Mr. Young said. “We’re not massive brokers, trying to underwrite a loan from the 55th floor of an office somewhere. There’s serious value in looking someone in the eye and understanding what their drive is, where they’re coming from and how serious they are about the project.”
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The employees at the branches here and in neighboring Shoreham also know where a building project is and what it looks like.
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“We benefit from knowing what house they’re talking about, what shape it’s in and what neighborhood,” Mr. Young said. “We benefit from a very detailed knowledge of our community, its people and its geography.” "
sexta-feira, novembro 07, 2008
Grande Treta!!!
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Esta semana percebi como este título de um jornal americano é uma valente treta.
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Assisti, qual virgem vestal horrorizada, ao comportamento de alguns pais de uma turma de alunos do 5º ano de escolaridade...
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Afirmações e posturas de pais:
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"Ai, os meninos estão traumatizados, mudaram de escola..."
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"Ai, vocês professores escolheram essa profissão, têm de ter paciência, têm de apoiar os meninos..."
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Pais que desautorizam os professores através da caderneta do filho...
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Pais que são contra o envio de trabalhos de casa, a casa é para descansar...
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Nota: sou pai, não sou professor dos ensinos básico e secundário
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Ah!!! E no meio desta desgraça, temos os meninos que ainda vão estudando e participando nas aulas a chegar a casa, e a perguntar aos pais: "Se vão acabar as reprovações até ao 9º ano para quê estudar?"
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O que é que super professores podem fazer?
Exemplo de balanced scorecard (parte VIII)
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Muitos projectos balanced scorecard (BSC) em que tenho participado como facilitador são verdadeiros projectos de transformação organizacional.
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Muitas empresas, infelizmente, ao longo de anos e anos, por vezes décadas, cristalizaram em fórmulas antigas que algures no tempo resultaram, depois, o mundo mudou e as empresas não acompanharam essa mudança (investiram demasiado na exploração-exploitation e esqueceram a exploração-exploration), ficando encalhadas com produtos e serviços obsoletos e/ou modelos de negócio verdadeiramente jurássicos.
Os maus resultados desencadeiam o sinal de alarme que desperta a gestão para a necessidade de mudar (quando desperta, se a equipa de gestão tiver o seu locus de controlo no exterior, como a culpa é dos chineses, do governo, do aquecimento global, há-de protestar mas não agirá, muito provavelmente).Os sucessos anteriores geraram estruturas, hábitos e costumes que custam a morrer, que cegam os intervenientes, que os mantêm adormecidos, ou confiantes, ou arrogantes, num estado de complacência. Não é preciso mudar, tudo se há-de resolver, há mais marés que marinheiros … é deixá-los pousar!
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Quando já não é mais possível iludir a realidade, os maus resultados emergem de forma crua, violenta, sombria e nua, estilhaçando os paradigmas e modelos em vigor na organização. Perante este cenário, os sinos tocam a rebate e a organização entra numa correria, feita barata-tonta, tal como um afogado procura desesperadamente um ponto de apoio e cede ao medo e à ansiedade, abraçando impostores travestidos de gurus, criando inimigos a abater e iniciando guerras que desperdiçam recursos, atenções, energias, motivações e tempo e não levam a lado nenhum.
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Nestes casos o que propomos é uma reflexão estratégica sobre o mundo exterior e sobre a realidade interna da organização, para iniciar um exercício de formulação estratégica como já descrevemos nesta série de postais.
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Após a conclusão da reflexão estratégica, com uma nova estratégia e um novo modelo para ganhar dinheiro é urgente iniciar o desafio da comunicação interna e externa (aqui trataremos apenas da comunicação interna).
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Terminada a reflexão estratégica a equipa de gestão toma consciência do que é preciso mudar e da revolução que vai ter lugar, nesta altura muitas vozes defendem que não se deve contar aos colaboradores a dimensão da mudança por que as pessoas podem entrar em pânico. Não concordo! Os colaboradores não são parvos, se já há sinais de que a empresa vai mal, a ausência de informação ‘oficial’ vai gerar boatos e rumores e criar o ambiente para que ocorram asneiras.
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Nesta fase, assim como em qualquer transformação que faz adivinhar novidade, incerteza, desconhecido, a comunicação verdadeira, a comunicação de confiança é fundamental.
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Como escreveu Weick "Organizations exist largely in the mind, and their existence takes the form of cognitive maps. Thus, what ties an organization together is what ties thoughts together."
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Qualquer que seja a estratégia, para ser implementada, para ser executada tem de ser aplicada nas inúmeras tarefas e actividades que as pessoas realizam no âmbito dos processos quotidianos. Se as pessoas não conhecem a estratégia como vão tomar decisões orientados por ela, como vão perceber o significado e alcance das mudanças em curso, como vão descobrir qual o seu papel e como podem contribuir para a concretização dessa estratégia.
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Infelizmente as empresas ainda falham muito na comunicação interna e sem ela as empresas não se podem tornar especialista na adaptabilidade.
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"Engagement begins with understanding. All the people in an organization need to know as much about the big picture and critical systems of business as the leaders, so they can see how they “fit” and why they’re important." (ler extractos do artigo original, carregados de poesia e de força, aqui)
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A força e o poder de uma estratégia dependem do alinhamento e sintonia das pessoas.
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Vamos a coisas concretas o que comunicar.
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Neste postal apresentamos a versão mais recente da nossa metodologia de trabalho que sistematizámos nesta figura:
O que comunicar está lá identificado:
- Para que todos os colaboradores da empresa conheçam o projecto de transformação, saibam qual o propósito da ‘viagem’, convém transmitir o projecto, o calendário e o papel de cada um;
- Explicar o mapa da estratégia, descrever o caminho que vai ser seguido para chegar ao futuro desejado (nunca esquecer o poder que a batota traz), para que todos os colaboradores fiquem a conhecer o “destino futuro” e os factores críticos para o sucesso, para que se crie alinhamento e sintonia na mudança;
- Explicar os critérios de avaliação do sucesso da empresa, do todo, da equipa, do grupo, os indicadores do BSC. Porquê esses indicadores e não outros? O que é que eles nos revelam? Para que todos os colaboradores saibam como se vai medir o grau de cumprimento da estratégia, para que todos saibam que estamos a falar a sério, e que não se trata só de conversa, a conversa vai ter de se materializar em números. Como escreve David Maister no “Strategy and the Fat Smoker” quem quer realmente mudar de regime não se compromete só consigo, deve avisar os outros também, para que todos contribuam e para que os custos pessoais da desistência sejam maiores;
- Explicar os critérios de sucesso, as metas associadas a cada indicador de desempenho. Para que todos saibam qual a dimensão concreta do desafio, para que todos, a começar pela gestão de topo, falem verdade;
- Explicar que iniciativas estratégicas se vão desenvolver e qual o papel de cada num nelas. Para que todos os colaboradores saibam o que vai ser feito, que acções vão ser desenvolvidas para que a organização seja consequente com a estratégia que estabeleceu. Assim, os colaboradores ficarão a saber que existe uma ideia clara de onde se quer chegar e como se vai lá chegar;
- Comunicar os resultados do acompanhamento estratégico e das decisões tomadas, para que todos fiquem a par da evolução, da convergência para os objectivos e metas;
- Explicar o modelo de processos que ilustra o funcionamento da empresa. Para que todos saibam quais são os processos em que intervém, quais são os clientes e fornecedores internos e como é que esses processos contribuem para a execução estratégica.
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Continua.
quinta-feira, novembro 06, 2008
O que acontece a um país em falência?
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Migração de valor (parte VI)
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"For Wal-Mart, a Christmas That’s Made to Order"
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"In September, sales at Wal-Mart and the company’s Sam’s Club stores open at least a year, known as same-store sales and a measure of retail health, increased 2.4 percent, not including fuel sales, compared with 1.4 percent for the same period last year. The majority of other retailers had abysmal sales.
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Ken Perkins, president of Retail Metrics, a research firm, predicted that Wal-Mart would have a nearly 2 percent increase in same-store sales for October."
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"Few retailers are sleeping as soundly. Many have withdrawn their earnings guidance and privately uttered the word “bloodbath” to describe their expectations for the holiday season.
... In the last week, analysts cut their already conservative October same-store sales forecasts.
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expects a drop of at least 9 percent in October same-store sales for department stores, which are deeply reliant on discretionary spending. Saks Fifth Avenue and Nordstrom will most likely have double-digit declines, he said.
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All of the factors that analysts have identified as hurting October sales at most retailers — unemployment, declining stock prices, the credit crisis, dreary headlines — helped drive shoppers to discounters."
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Mesmo assunto aqui: "Recession Trumping Brand Loyalty"
Exemplo de balanced scorecard (parte VII)
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A adopção do balanced Scorecard (BSC) permite relacionar a estratégia com os processos críticos, com os processos-chave, e os processos-chaves podem ser relacionados com as funções, e logo com as pessoas, com os equipamentos e com os sistemas de informação. Daí que o BSC relacione a estratégia com as pessoas, os equipamentos e os sistemas de informação. Um sistema de gestão organizado com o auxílio do BSC permite realmente, não é treta de consultor, concentrar uma organização no que é essencial.
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As empresas à medida que crescem e se desenvolvem correm o risco de perder o sentido sobre o que é mais importante, sobre o que é vital para o negócio. A preocupação com o crescimento acaba, muitas vezes, por desbaratar e fazer esquecer a preocupação com o lucro, enredando-se no acessório e perdendo-se o essencial.
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Onde estão as mulas que atravancam o desenvolvimento da nossa empresa? Onde estão os constrangimentos que empatam e engarrafam o desempenho?
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Começando pelas competências das pessoas, gostaria de iniciar com a referência a um texto de Pedro Lomba “A aprendizagem do ofício” referido aqui.
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Muitas empresas, quando se fala de competências dos colaboradores, sacam de umas tabelas remelosas e infantis que preencheram para satisfazer auditores ISO 9001, no âmbito de auditorias de terceira parte. Faço um esforço para me conter e tento transmitir esta mensagem: “Assegurar a competência no desempenho de uma função”
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Este postal procura ilustrar como se chega dos processos às pessoas que desempenham uma função através da abordagem por processos “O paradoxo da abordagem por processos”
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A relação está igualmente ilustrada aqui: “Uma forma de lidar com a perspectiva de recursos e infra-estruturas de um balanced scorecard”
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Algumas reflexões sobre o tema das pessoas e o desempenho aqui e aqui: “A perspectiva de Recursos & Infra-estruturas”
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Consideremos os processos críticos, identificados através da intercepção da estratégia com o mapa de processos. Seleccionemos, a título de exemplo, o processo "Produzir". Analisando o processo em pormenor identificamos as actividades realizadas e os intervenientes:
Consideremos a função "Operador".
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O que faz um operador em concreto neste processo? O que caracteriza um operador competente?Que conhecimentos tem um operador competente que possuir, para, por exemplo, realizar o controlo da qualidade de forma eficaz e eficiente?
E podemos começar a desenhar uma espécie de raiz de competência para cada actividade:Um operador competente, para realizar o controlo da qualidade, precisa de saber ler e interpretar os desenhos das peças.
Será que os operadores sabem ler e interpretar os desenhos das peças? Avaliando o grau de conhecimento de 10 operadores (identificados de A a J) concluímos:Dois operadores são muito bons, são mestres, podem formar outros. Dois operadores têm formação suficiente, com lacunas pontuais. Dois operadores têm formação deficiente.
Qual a panorâmica global?Relativamente a este ponto "Saber ler e interpretar os desenhos das peças", a pontuação global (65%) é inferior à imposta pela gestão da empresa (75%); e dois operadores têm pontuação inferior a 3. Assim, há que melhorar o grau de competência dos operadores, relativamente deste ponto. Desta forma, recolhendo e compilando para cada actividade e operador as conclusões da figura anterior ficamos em condições de estabelecer programas de desenvolvimento do capital humano realmente importantes, por que sintonizados com a estratégia da organização.Considerando um outro caso, após o passo 2 (definição do perfil de competências) avançou-se para o passo 3 (avaliação do estado de preparação hoje):Confrontando o estado de preparação actual com o perfil de competência, estabelece-se um estado futuro desejado para o operador em causa:Daí que a partir desta última figura se possa equacionar o passo 5 e começar a preparar um plano de desenvolvimento de experiências formativas destinadas, egoisticamente, a preparar as pessoas, os colaboradores, para melhor contribuírem para a execução da estratégia da empresa.
O plano de desenvolvimento deste operador em particular tem de incluir formação, experiências, treino que lhe permita nuns itens passar da pontuação actual 1 para uma pontuação futura desejada 3 e nos outros casos passar da pontuação 2 para a pontuação futura desejada 3.
Desta forma, avaliar a eficácia das experiências formativas é tiro e queda, basta comparar o desempenho futuro real com o desempenho futuro desejado, como se sistematiza na figura que se segue:Se o mesmo estudo for feito para os equipamentos e para as aplicações informáticas podemos construir um plano de investimentos dedicados, sintonizados e alinhados na execução da estratégia.
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Uma coisa é a formação que aqui propomos, formação instrumental, formação para apoiar a execução da estratégia, outra coisa é a formação na boca dos políticos. Chamo a atenção para as palavras de James Galbraith no recente livro "The Predator State - How Conservatives Abandoned the Free Market and Why Liberals Should Too"
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O próximo número será o penúltimo(?) desta saga e será dedicado à necessidade e ao poder da comunicação.
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Continua.
quarta-feira, novembro 05, 2008
O problema deve ser meu
Obama caminhando sobre as águas
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Todos os dias ligam, todos os dias peço que me retirem da lista... se funcionam tão mal assim, por que é que pensam que vão conseguir captar novos clientes desta maneira?
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Eheheheh... geram terroristas gente que diz mal da Clix, uma empresa que não consegue tirar o meu nome da malfadada lista (34 vezes no último ano acho demais).
O fim da globalização? (parte II)
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"The Rising Risk of a Hard Landing in China: The Two Engines of Global Growth – U.S. and China – are Now Stalling" (de Nouriel Roubini)
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"Chill winds blow through China's manufacturing heartland"
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Apreciar o volume de reservas de moeda por parte dos BRIC's (em especial a China) no final deste artigo "Why agreeing a new Bretton Woods is vital" (de Martin Wolf)
Cristina Kirschner no horizonte? (cada vez mais perto)
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Alguém ouve alguma coisa nos media portugueses mainstream?
Se calhar têm receio de telefonemas para o patrão!!!
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"Recession hits Europe as Club Med debt worries grow"
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Peanuts ""A glance at those figures indicates that governments have to keep in mind the sustainability of public funds. Countries that have problems cannot ignore this lack of sustainability,'' said Mr Almunia."
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Quem é que vai ao fundo, Portugal ou as construtoras?
terça-feira, novembro 04, 2008
O fim da globalização?
Exemplo de balanced scorecard (parte VI)
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Munidos de todo um arsenal descrito anteriormente, da Missão até às iniciativas estratégicas, colocamos os cintos de segurança e aí vamos nós a caminho do futuro desejado.
Ooops.
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Afinal a viagem para o futuro não é uma linha recta!!!!!!!Até aqui demos o nosso melhor, trabalhamos com rigor, com prudência, sonhamos, tentámos desenhar cenários sobre o futuro envolvente que iríamos encontrar… mas apesar de tudo, só somos humanos (e tudo isto não passa de vaidade):
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"Nas minhas investigações debaixo do sol, vi ainda que a corrida não é para os ágeis, nem a batalha para os bravos, nem o pão para os prudentes, nem a riqueza para os inteligentes, nem o favor para os sábios: todos estão à mercê das circunstâncias e da sorte. O homem não conhece a sua própria hora: semelhantes aos peixes apanhados pela rêde fatal, aos passarinhos presos no laço, os homens são enlaçados na hora da calamidade que se arremessa sobre eles de súbito." Eclesiastes 9, 11-12.
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"O homem não conhece o futuro. Quem lhe poderia dizer o que há de acontecer em seguida?" Eclesiastes 10, 14.
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E no entanto:"Semeia a tua semente desde a manhã, e não deixes tuas mãos ociosas até à noite. Porque não sabes o que terá bom êxito, se isto ou aquilo, ou se ambas as coisas são igualmente úteis."
Eclesiastes 11, 6
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Demos o nosso melhor, fizemos as nossas apostas mas temos de estar, temos de permanecer atentos e abertos a mudar, a corrigir o tiro, tendo em conta os sinais que emergem da realidade durante a viagem a caminho do futuro desejado, por que o que vamos obtendo é o futuro real.
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Aqui faz todo o sentido recordar esta metafórica estória que Karl Weick relatou e tomar a atenção ao significado da palavra e do campo de estudos ‘sensemaking’ (não esquecer estes sublinhados roubados a Brian Arthur).
“The world can only be grasped by action, not by contemplation.”
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A construção do futuro real, a caminho do futuro desejado, assenta na mudança, na transformação do sistema, na transformação da empresa.
Acreditamos que a transformação vai acontecer como consequência das actividades que incluímos em cada uma das iniciativas estratégicas… o que são boas-intenções, pero todavia o inferno está cheio de boas-intenções… assim, além do acompanhamento das iniciativas temos de acompanhar as consequências da execução das iniciativas. Como? Através da monitorização dos indicadores incluídos no balanced scorecard (BSC)!!!
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Assim, durante a viagem temos de monitorizar dois tipos de informação: a evolução das iniciativas estratégicas e a evolução do desempenho medido pelos indicadores do BSC. E atenção, ao contrário do que muita gente pensa, o mais importante são os indicadores. Eles são o teste do ácido!
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Parece incrível como tantas organizações controlam e gerem as actividades e esquecem os indicadores, esquecendo que as actividades incluídas nas iniciativas não são um fim mas um instrumento para atingir as metas dos indicadores (eu sei, gente que tem medo de pôr o pescoço no cepo).
"It is more important to know where you are going than to get there quickly. Do not mistake activity for achievement." (Mabel Newcomber)
Comecemos pela monitorização das iniciativas:
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Um gestor competente tem de lidar não com uma, nem com duas mas com quatro empresas em simultâneo:
- A empresa de hoje, para fazer face aos desafios de hoje, de agora, deste minuto;
- A empresa do futuro desejado, que tem de ser equacionada, pensada, conceptualizada;
- A empresa em transformação, para viajar do hoje para o futuro desejado; e
- Adaptar os planos de transformação, com base no feedback recebido.
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A ditadura do presente!!! O curto-prazimos!!! Os esquemas para doirar a pílula e afastar o pau para que as costas folguem mais um pouco.
O presente suga toda a atenção dos gestores. "O futuro," desculpam-se, "é muito longe, não temos tempo para isso!"
- As actividades planeadas estão a ser executadas? (Há derrapagem temporal?)
- Essas actividades executadas, estão a ser correctamente executadas?
- Há derrapagem orçamental?
- É preciso alterar o plano de acção? (alterar datas, alterar recursos, alterar pessoas, alterar métodos?)
Transformamos a estratégia…
... essa coisa estratosférica e cheia de linguagem esotérica em coisas concretas operacionalizáveis, transmissíveis, palpáveis e controláveis (quem faz o quê até quando). Executar a estratégia, o grande desastre organizacional (A maior parte das organizações formulam estratégias que depois não conseguem executar, 70 a 90%, segundo vários autores), transforma-se em executar e gerir um portfolio de projectos (afinal, a definição de sistema de gestão dada na parte V).
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Por muito importante que seja a execução das iniciativas, elas são instrumentais, o que interessa é chegar aos resultados (metas) medidos pelos indicadores do BSC.
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Assim, durante a viagem para o futuro desejado, no futuro real, comparamos os resultados periódicos obtidos no futuro real com as metas estabelecidas para o futuro desejado, para tomar decisões. Este último ponto é importante, por que por vezes parece que as empresas se esquecem que o propósito da monitorização dos indicadores é tomar decisões.As decisões podem ser de índole táctica, não põem em causa a estratégia, não põem em causa o enquadramento, Ou podem ser estratégicas na medida em que as mensagens recebidas, o feedback recebido e analisado, podem levar a concluir que a estratégia tem de ser modificada (cuidado com as palas para cavalos colocadas nos olhos e nas mentes dos gestores: aqui e aqui).
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Para facilitar a monitorização as empresas de Tecnologias de Informação têm colocado no mercado inúmero software. Sinceramente não percebo o que se passa.
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Mais de 90% do software (para não dizer 99%) leva os gestores a cometer erros de análise do desempenho. O que muito facilmente gera esquizofrenia como ilustro aqui!!!Cuidado com os dashboards, se estudarmos Stephen Few (aprendemos que a maior parte dos dashboards cometem o erro de não pôr todos os indicadores em simultâneo num ecran (sem necessidade de fazer scroll) e utilizam muito mal o ‘real-estate’ do ecran, as partes mais ‘caras’ são utilizadas para colocar informação trivial)
Assim, prefiro usar este software para criar um verdadeiro dashboard completo (como aqui). Posteriormente o dashboard criado pode ser incorporado num outro pacote de software. Esta abordagem tem outra vantagem, evitamos que os gestores confundam a implementação de um BSC com a tarefa de implementar um software… e implementar um BSC transformacional é muito mais do que isso, o software é a cereja em cima do bolo, vem facilitar a monitorização… mas se os indicadores foram mal escolhidos, e se a estratégia não foi a mais adequada, e se as iniciativas não são executadas… ficamos à espera de quê? Milagres?!?!
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Few critica o software por causa da psicologia, por causa dos indicadores não estarem todos num ecran, por causa do tipo de gráficos utilizados, por causa das cores… em cima disso tudo eu acrescento a esquizofrenia, o olhar para cada resultado como um acontecimento isolado… como o pico de um iceberg… as empresas analisam um número, o último que saiu e não procuram padrões, não colocam o resultado em perspectiva.
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Algo que ainda não automatizei e que ajuda a perceber o ponto de Few sobre as cores é isto: Cada círculo verde, amarelo e vermelho, representa o desempenho de um indicador associado ao respectivo objectivo estratégico num dado mês. Verde = OK, amarelo = cuidado e vermelho = NOK.
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Com Few aprendi, muita cor é bonito para mostrar numa acção de formação, mas olhar repetidamente… desvia a atenção e cansa.
Para quê sobrecarregar a imagem com os verdes, corremos o risco que eles se tornem ruído que interfere com o sinal.
10% dos homens e 1% das mulheres tem problemas a detectar cores, mas todos diferenciamos tonalidades facilmente. Assim, o festival de cor pode transforma-se em:
Este caso concreto permitiu a uma empresa, através do double-loop learning, perceber que estava a perder dinheiro porque não estava a conseguir passar para os clientes os aumentos brutais de custos de matérias-primas, apesar de estar a comprar melhor que os concorrentes.
Para evitar a esquizofrenia proponho o uso do Controlo Estatístico do processo:
- Quando eu era criança…
- O rei vai nú…
- Análise de tendências… (as figuras referem Agosto de 2008 mas é Agosto de 2007)
- E sobretudo Não cairás na tentação da esquizofrenia analítica
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Continua
Cenários: o que diz Roubini (parte 2)
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Falemos então da perspectiva de deflação:
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- “A palavra do momento é deflação, ao estilo japonês”;
- "Petróleo perde mais de 6% em Londres";
- "Actividade industrial europeia regista contracção recorde em Outubro"
- "Zona Euro já estará em recessão - Portugal e todos os "pesos pesados" também"
Por que é que a economia americana estaria protegida da deflação?
"A particularly important protective factor in the current environment is the strength of our financial system: Despite the adverse shocks of the past year, our banking system remains healthy and well-regulated, and firm and household balance sheets are for the most part in good shape"
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Acerca da 'bondade' de taxas de juro quase zero para os devedores:
"Deflation great enough to bring the nominal interest rate close to zero poses special problems for the economy and for policy. First, when the nominal interest rate has been reduced to zero, the real interest rate paid by borrowers equals the expected rate of deflation, however large that may be. To take what might seem like an extreme example (though in fact it occurred in the United States in the early 1930s), suppose that deflation is proceeding at a clip of 10 percent per year. Then someone who borrows for a year at a nominal interest rate of zero actually faces a 10 percent real cost of funds, as the loan must be repaid in dollars whose purchasing power is 10 percent greater than that of the dollars borrowed originally. In a period of sufficiently severe deflation, the real cost of borrowing becomes prohibitive. Capital investment, purchases of new homes, and other types of spending decline accordingly, worsening the economic downturn.
Although deflation and the zero bound on nominal interest rates create a significant problem for those seeking to borrow, they impose an even greater burden on households and firms that had accumulated substantial debt before the onset of the deflation. This burden arises because, even if debtors are able to refinance their existing obligations at low nominal interest rates, with prices falling they must still repay the principal in dollars of increasing (perhaps rapidly increasing) real value."
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Segundo Bernanke:
"a central bank, either alone or in cooperation with other parts of the government, retains considerable power to expand aggregate demand and economic activity even when its accustomed policy rate is at zero."
Como?
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Bernanke refere o trabalho de Irving Fisher:
"potential connections between violent financial crises, which lead to "fire sales" of assets and falling asset prices, with general declines in aggregate demand and the price level. A healthy, well capitalized banking system and smoothly functioning capital markets are an important line of defense against deflationary shocks."
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E como é que Bernanke se propõe a tratar uma deflação?
"Like gold, U.S. dollars have value only to the extent that they are strictly limited in supply. But the U.S. government has a technology, called a printing press (or, today, its electronic equivalent), that allows it to produce as many U.S. dollars as it wishes at essentially no cost. By increasing the number of U.S. dollars in circulation, or even by credibly threatening to do so, the U.S. government can also reduce the value of a dollar in terms of goods and services, which is equivalent to raising the prices in dollars of those goods and services. We conclude that, under a paper-money system, a determined government can always generate higher spending and hence positive inflation.
...
To stimulate aggregate spending when short-term interest rates have reached zero, the Fed must expand the scale of its asset purchases or, possibly, expand the menu of assets that it buys. ...
prevention of deflation remains preferable to having to cure it. If we do fall into deflation, however, we can take comfort that the logic of the printing press example must assert itself, and sufficient injections of money will ultimately always reverse a deflation. "
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Não tem a ver mas já aqui escrevemos sobre os métodos Taguchi, método de design experimental onde todas as variáveis de um sistema são alteradas em simultâneo. Escrevo isto porque a cura do senhor Bernanke parece que encara e actua sobre as variáveis do sistema isoladamente, uma a uma: segurança e solidez dos bancos e sobre-endividamento das famílias e empresas.
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O artigo de Irving Fisher referido por Bernanke "The Debt-Deflation Theory of Great Depressions" (o artigo 24 que começa na página 340 salienta o papel do sobre-endividamento no rebentamento de uma bolha), já agora: as páginas 340 a 347 são um convite ao desenho de bonecos.
segunda-feira, novembro 03, 2008
Exemplo de balanced scorecard (parte zero)
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Não, não se trata de um erro, é mesmo a parte zero. À semelhança da saga da Guerra das Estrelas resolvemos lançar uma prequela.
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Aquilo a que chamamos sistema de gestão da transformação estratégica (assente no Balanced Scorecard, BSC), e que no último episódio desta série vai ficar claro com todas as suas interacções, facilita a transformação estratégica das organizações.
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Transformação em quê? Mudança para onde?
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Não basta a um gestor de topo decidir que é preciso mudar. É preciso convencer toda a equipa de gestão e os restantes trabalhadores que é mesmo preciso mudar. Convencer um grupo de pessoas de que é preciso mudar não é tarefa fácil, as pessoas não mudam por causa de relatórios, por causa de explicações racionais, as pessoas mudam quando se ‘ataca’ o lado emotivo, quando se apela à emoção.
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Daí que seja importante começar um projecto de mudança desenhando um pacote ‘emocional’ que desperte um sentido de urgência e crie uma burning platform (os ensinamentos de John Kotter são preciosos nesta fase)
Sem uma 'burning platform' que leve as pessoas a abandonarem a complacência da rotina é muito didícil mudar.
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Mudar porquê? Abandonar o conhecido porquê?
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Os resultados que obtemos hoje, perante a realidade de hoje, são um produto perfeitamente normal do sistema que é a empresa de hoje. Se queremos resultados futuros desejados diferentes, numa realidade futura necessariamente diferente, temos de criar um novo sistema que há-de constituir a empresa do futuro e gerar os resultados futuros desejados de forma perfeitamente natural.
Assim, temos de mudar, para poder aspirar a melhores desempenhos futuros sustentados.
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Durante a viagem para o futuro, no meio da mudança, queremos mudar algumas coisas, mas não queremos mudar tudo. Não queremos correr o risco de, no meio da mudança, perdermos a nossa alma, a nossa identidade, a nossa essência.
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Assim, temos de cuidar da autenticidade da nossa empresa/organização, daí fazer todo o sentido reflectir e firmar, retocar, alicerçar a MISSÃO (aqui) da organização (aqui as ideias de Gilmore e Pine sobre a autenticidade ajudam a perspectivar o conceito de missão num contexto muito interessante).
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A formulação da missão permite assentar a essência da empresa. A questão que se coloca a seguir é: Para onde vamos?
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Como convencer uma equipa a mudar, a viajar perante a incerteza e o desconhecido, a arriscar, se não lhes damos a conhecer uma Terra Prometida onde corre leite e mel? A VISÃO do futuro!
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Como reconhecer o futuro desejado para onde queremos ir?
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Proponho que as organizações comecem pelo fim,
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Uma vez definida Missão e desenhada a Visão estamos preparados para começar a formular a estratégia de uma organização.
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Estratégia é um somatório de hipóteses, um conjunto de compromissos, que juntos formam um continuo, formam o caminho para o futuro (aprecio as achegas de Porter e de Ghemawat – aqui, aqui e aqui).
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Só que avançar para a formulação de uma estratégia sem considerar as incertezas do meio onde a organização se insere é perigoso (ver as ideias de Raynor, Ghemawat e Beinhocker aqui).
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Uma empresa é como uma casca de noz no meio do oceano… uma casca de noz não pode ter a veleidade de mudar o mar, mas se conhecer as correntes, se perceber as marés e se percepcionar os ventos, pode posicionar-se e procurar aproveitar activamente em seu benefício as circunstâncias do meio envolvente, em vez de esperar passivamente que lhe caia a sorte grande em cima… por acaso.
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Assim, faz todo o sentido perguntar: Como será o futuro do meio que nos envolve?Não temos bola de cristal, é impossível prever o futuro!!!
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Não temos a veleidade de saber ao detalhe como será o futuro, o futuro é incerto como referem Raynor e Ghemawat aqui, mas podemos criar cenários hipotéticos sobre como poderá ser esse futuro e usá-los para testar a estratégia e reformulá-la, até conseguir uma que seja mais robusta, uma que tenha em conta essa panóplia de cenários e prometa mais sucesso e menos risco independentemente do cenário concreto que se venha a concretizar no futuro real.
Assim, antes ou depois de formular uma estratégia (a ordem não importa porque há uma série de iterações) há que equacionar os cenários mais prováveis em que a organização pode vir a estar mergulhada no futuro real.
Acerca de cenários gosto de recomendar as ideias de van der Heijden (aqui e aqui – a ideia dos cenários como um túnel de vento onde se testam estratégias é uma metáfora preciosa)
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Apesar do governo português em Maio de 2008 ainda não ter percebido que havia uma crise internacional que, qual tsunami nos iria atingir, já em Março deste ano as organizações com que trabalhava começaram a criar cenários desse futuro hipotético (ver desenvolvimento de exemplo para o sector da educação aqui, aqui, aqui, e aqui).
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Normalmente, começo o desenho dos cenários pelo levantamento e posterior conjugação das oportunidades e ameaças que uma empresa identifica no seu meio-exterior
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Recentemente a revista Forbes publicou um artigo de Nouriel Roubini intitulado “Get Ready For 'Stag-Deflation'”, após a leitura do artigo procurei traduzir nuns bonecos a mensagem do autor aqui.
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Os cenários desenhados em Março previam um aumento da inflação, por causa do aumento das taxas de juro, para controlar o excesso de massa monetária e por causa do disparo no preço do petróleo. O cenário que Roubini descreve é um cenário de deflação, o problema macro-económico de base é diferente. Contudo, para as famílias, as consequências são as mesmas.
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Não faz sentido avançar para a formulação de uma estratégia para o negócio, sem ter em conta a panóplia de possibilidades mais prováveis no meio envolvente. Sob pena de, por exemplo, isto ser mais frequente (quando entretanto a procura faz isto).
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Continua na parte VI
Cristina Kirschner no horizonte?
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Começo por destacar "O Governo admite recorrer à emissão de dívida pública para regularizar as dívidas do Estado às empresas, estimadas pelo Executivo em 2450 milhões de euros (1,5 por cento do produto interno bruto português)."
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O que dizia Sócrates à escassas semanas?
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""No próximo ano, vamos pagar mais umas centenas de milhões de juros. Se aumentamos a dívida pública, aumentamos os juros sobre essa dívida! Não há 'almoços grátis'!", disse Sócrates. O primeiro-ministro deixou bem clara a sua posição: "E é por isso que o Estado não quer aumentar a dívida pública.""
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Em que ficamos?
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Será que é fácil emitir dúvida pública nos tempos que correm?
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Qual é a dívida pública mais segura, a portuguesa ou a espanhola?
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Basta atentar neste gráfico (roubado descaradamente daqui) para ver que o prémio do risco para quem investe...na dívida espanhola é menor do que quem investe na dívida portuguesa (de notar que o prémio relativo a Portugal subiu 40% numa semana!!!!!!!!!!!!!).
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E o que tem acontecido ao estado espanhol?
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Em Julho passado a Espanha tentou colocar no mercado dívida pública e não o conseguiu "Spain pulls bond sale amid economic crisis"... o governo Zapatero anda agora a mendigar junto de alguns emiratos, a tentar convencê-los a comprar dívida...
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Tendo em conta este artigo da agência Bloomberg "European Notes Log Biggest Monthly Gain Since 1992 on Rate Bets" de onde destaco:
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"``The market seems to be punishing those countries that have adopted large-scale rescues for the banking sector,'' ... ``We expect most of the issuance to occur'' with shorter- dated notes, Meyrick Chapman, a fixed-income strategist in London at UBS AG, wrote in a client note. ``However the weight of issuance, combined with a lack of buying interest for longer- dated maturities will result in considerably higher real yields'' for longer-dated notes. "
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Ou seja, tudo indica que a emissão da dívida deveria ter sido tentada antes da intervenção nos bancos (como a Espanha tentou fazer) e não depois, a gestão do calendário é fundamental.
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E se a emissão de dívida pública portuguesa fica, como no caso espanhol, às moscas?
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Será que vamos ter um remake de Cristina Kirschner cá pelo burgo?
Cenários: o que diz Roubini (parte 1+(1/2))
From Asia to Latin America, exports are slowing and should continue to do so as the global appetite shrinks. This is spawning fears that major producers like China and India — which vastly expanded production capacity in recent years — will have to dump products on world markets to keep factories running and stave off unemployment, pressing prices lower."
domingo, novembro 02, 2008
A propósito...
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Será que Fernando Coelho continua à frente da ESAF (gestora de activos do Banco Espírito Santo)?
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Eu tenho memória: "“O pior da crise financeira internacional já passou”" famosas palavras proferidas em 14 de Abril passado.
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As pessoas não são infalíveis, a começar por mim... mas na mesma altura o FMI tinha uma outra opinião... eu pensava que se devia ser comedido, prudente e proteger os activos dos clientes...