Embora não concorde com tudo o que escreve acerca da Europa do Sul, talvez porque lhe falte a experiência de visitar mais e mais vezes cada país e, porque cada economia nacional infeliz é infeliz à sua maneira, estou de acordo com o essencial:
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"Rather than attempting to return to their artificially inflated gdp numbers from before the crisis, governments need to address the underlying flaws in their economies." (
Moi ici: Há anos que o nosso país vivia deste truque, o de assar sardinhas com o lume dos fósforos, de estímulo em estímulo)
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"The status quo ante is not a good place to return to because bloated finance, residential construction, and government sectors need to shrink, and workers need to move to more productive work. The way out of the
crisis cannot be still more borrowing and spending, especially if the spending does not build lasting assets that will help future generations pay oª the debts that they will be saddled with. Instead, the best shortterm policy response is to focus on long-term sustainable growth." (
Moi ici: Uma mensagem para os que pedem mais autopistas, mais empréstimos para consumo e mais emprego no Estado para relançar a economia e reduzir o desemprego. Até a receita do autor é pobre pois assenta na liberalização para soltar o antigo. OK, mas não é por aí, embora mal não faça)
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Duas explicações que corroboram o que penso e que estão ao arrepio do mainestream são:
- o aumento das desigualdades salariais não é só entre o 1% do topo e o resto, não! É o aumento da dispersão da produtividade das empresas e de quem a alimenta (Dezembro de 2009 e Junho de 2010)
"It is tempting to blame the ever-widening income gap on skewed corporate incentives and misguided tax policies, but neither explanation is sufficient. ... This is not to say that all top salaries are deserved—it is not hard to find the pliant board overpaying the underperforming ceo—but most are simply reflections of the value of skills in a competitive world.
In fact, since the 1980s, the income gap has widened not just between ceos and the rest of society but across the economy, too, as routine tasks have been automated or outsourced. With the aid of technology and capital, one skilled worker can displace many unskilled workers.
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Since the early 1980s, the difference between the incomes of the top ten percent of earners (who typically hold university degrees) and those of the middle (most of whom have only a high school diploma) has grown steadily. By contrast, the difference between median incomes and incomes of the bottom ten percent has barely budged.
The top is running away from the middle, and the middle is merging with the bottom."
- esta, tenho andado a namorá-la mentalmente e nunca a verbalizei antes. Por que é que Portugal tem tanto abandono escolar? Como é que num mundo onde ter uma formação académica conta cada vez mais, tantos e tantos portugueses sempre abandonaram a escola antes do 10 ou do 12ª ano? Que formação escolar é preciso ter para trabalhar na construção civil ou obras públicas? A mim chocou-me perceber esta realidade: "20 a 30% do PIB do Minho dependia da construção". E cada vez mais me convenço que o namoro deste país com a construção e obras públicas tem sido o principal responsável pelas nossas elevadas taxas de abandono escolar. Se a procrastinação impera, se somos iludidos pelas promessas da satisfação imediata, se a família dá pouco valor à escola... era difícil resistir à possibilidade de começar a ganhar a vida já, em vez de esperar por um longínquo ano.
"artificially low interest rates acted as a tremendous subsidy to the parts of the economy that relied on debt, such as housing and finance. This led to an expansion in housing construction (and related services, such as real estate brokerage and mortgage lending), which created jobs, especially for the unskilled." (Moi ici: Se existe procura de trabalho "unskilled", estimula-se a oferta de mão-de-obra "unskilled". O que vai ser desta gente agora?)
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BTW, isto foi em todo o lado e não só em Portugal:
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"Well-paying, low-skilled jobs with good benefits were becoming harder and harder to find, except perhaps in the government." (Moi ici: A explosão do emprego na função pública)
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