sábado, agosto 04, 2018

Karma is a bitch!!! Ou os jogadores de bilhar amador no poder!

Em Dezembro de 2016 escrevia aqui no blogue:
Reparem como o título do postal do blogue foi "À espera de um Trump que os salve"

Já em Março do mesmo ano em "Os Trump do leite e a preguiça dos media" escrevia:
Postal que terminava assim:
"Esta gente da APROLEP sabe que há mais de 10 anos que se exporta mais leite do que aquele que se importa? Acaso querem proibir as importações e poderem continuar a exportar?
.
As pessoas não conseguem calçar os sapatos do outro?
.
Alguma vez viram alguém nos media questionar os dirigentes da APROLEP sobre isto?"
A este tipo de actuação chamo, há muitos anos, jogar como um jogador amador de bilhar. Gente tão concentrada na próxima jogada que nem se apercebe das consequências, nem pensa no tit for tat. Fazem lembrar “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos
Agora, alguém perguntou à APROLEP quais as consequências das medidas que defenderam?
Comecem por ler "Governo diz estar “legalmente impedido” de interferir na gestão da Lactogal" e foquem esta pérola:
"Segundo o presidente da Aprolep, o excedente de produção da empresa deve-se à perda de alguns contratos em Espanha, devido a medidas defensivas como a rotulagem de origem do leite."
Digam lá se o KARMA é ou não é mesmo uma bitch!!!

É perigoso ser liderado por gente que não mede as consequências dos seus actos.

Reparem, como é que alguém que nunca trabalhou no sector do leite e que só com base no estudo da documentação estatística e dois dedos de testa consegue prever o que os defensores da rotulagem da origem do leite nunca previram?

Vou repetir o trecho de Março de 2016:
"Esta gente da APROLEP sabe que há mais de 10 anos que se exporta mais leite do que aquele que se importa? Acaso querem proibir as importações e poderem continuar a exportar?
.
As pessoas não conseguem calçar os sapatos do outro?
.
Alguma vez viram alguém nos media questionar os dirigentes da APROLEP sobre isto?"

Há dias, numa empresa, ao comentarem esta figura:
Alguém com quem tenho trabalhado desde 1996 disse qualquer coisa como:
"Esta é a sua imagem de marca, ser capaz de desenhar estas relações!
E pensei num antigo comercial da empresa, que costumo encontrar nos jantares de Natal que reúnem velhos "gauleses" e que sempre que me vê imita-me a descrever/apresentar 7 ou 8 quadros destes:

Matéria-prima para uma revolução estratégica tão bem sucedida ... que levaram o gigante do sector a comê-los para os fechar a seguir (uma das divisões).


Transformar uma empresa de forma alinhada com a estratégia (parte VI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IV e parte V.

Alguns exemplos de iniciativas, retiradas da experiência de várias empresas:

  • A – Comprar melhor;

  • B – Melhorar custos unitários de produção;
  • C – Avaliar e comunicar desempenho;
  • D – Melhorar sistema informático e comunicações;
  • E – Melhorar controlo de stocks;
  • F – Subcontratar melhor;
  • G – Controlar moldes;
  • H – Produzir melhor;
  • I – Formar melhor;
  • J – Melhorar conservação;
  • K – Melhorar planeamento da definição do produto;
  • M - Desenvolver prescrição;
  • N - Promover marca

Quanto ao conteúdo genérico de cada iniciativa podemos ter:


A etapa seguinte passará pela capacidade de monitorizar, quer a execução do plano de acção, quer os resultados associados à sua implementação. Ou seja, estamos mesmo a convergir para o futuro desejado?

As iniciativas estratégicas representam o como, como fazer a transformação que fará com que a empresa se concentre na execução da sua estratégia, na satisfação dos clientes-alvo. 50% das organizações não relacionam a estratégia com planos de curta-duração e orçamentos.

As iniciativas estratégicas representam o esforço para colocar a empresa numa acção alinhada, concentrada, sintonizada, para vencer a inércia e a resistência à mudança.
As iniciativas estratégicas são colecções de projectos discretos e de duração limitada, que saem da rotina diária das operações e que são desenhados para ajudar a empresa a tingir as suas metas de desempenho.

Falta-nos mostrar um exemplo de ficha de missão, o documento usado para planear e monitorar cada uma das iniciativas.

Falta-nos mostrar outro exemplo de mapa de relações de causa-efeito e de como determinar os tópicos a abordar em cada iniciativa.

Continuar.




sexta-feira, agosto 03, 2018

Qual é a prioridade?

"What works for a company at day (or dollar) one probably won't work for that company at day (or dollar) one thousand, let alone 1 million. And at dollar 100 million? No way. It's a very different game at each age and stage of company growth, and you need to be ready to adapt the way you play to account for the way the game is changing. To approach a business the same way at different ages and stages is as silly as parenting a toddler the same way you would parent a teenager.
...
There are four distinct stages that organizations mature through, which are determined by factors like revenue and valuation. It's these elements that inform the stage a company is in, far more than how long the company has been around.
...
Stage 1: Startup.
Revenue: $0 to $10 million
Valuation: $5 million to $50 million
Your priority: Whatever it takes...
Stage 2: Growth.
Revenue: $10 million to $25 million
Valuation: $50 million to $150 million
Your priority: Systems and processes...
Stage 3: Scale.
Revenue: $25 million to $100 million
Valuation: $150 million to $350 million
Your priority: Brand and culture...
Stage 4: Enterprise.
Revenue: $100-plus million
Valuation: $350 million to $1-plus billion
Your priority: Culture or die"
Interessante, relacionar a prioridade do Estágio 1, com aquilo a que chamo tecto de vidro, uma justificação para não dar o salto para o estágio 2.

Trechos retirados de "$1 to $1 Billion: A 4-Stage Formula for Company Growth"

Transformar uma empresa de forma alinhada com a estratégia (parte V)

Parte I, parte IIparte III e parte IV.
"Agora a equipa deverá equacionar que acções concretas elementares deverão ser executadas, que “injecções” deverão ser inoculadas, para eliminar cada uma das causas-raiz da figura.

Por exemplo:


  • “Não seguimos boas práticas de gestão de projectos no desenvolvimento das colecções”, a organização pode decidir que a injecção necessária pode passar por formar os estilistas e equipa de desenvolvimento de produtos, em boas práticas de gestão de projectos, e por disponibilizar software de apoio;
  • “Não damos o apoio adequado aos subcontratados” a organização pode decidir seleccionar um colaborador actual, com conhecimentos de costura e com conhecimento das exigências do mercado, para apoiar e acompanhar o trabalho dos subcontratados.

Listando todas estas acções elementares, convertemos o desafio da transformação alinhada com a estratégia num, ou mais projectos. Depois, há que definir responsáveis por cada uma dessas acções e calendarizar a sua execução e monitorização.

Repetindo esta metodologia para a totalidade da comparação entre a empresa de hoje com a empresa do futuro desejado, conseguimos desenhar um conjunto de iniciativas estratégicas que actuando onde é preciso, permitirão criar a organização do futuro, uma organização sintonizada com a estratégia delineada no mapa da estratégia.

Uma equipa pode, normalmente, identificar entre 3 a 8 iniciativas estratégicas, cada uma traduzida, materializada num plano de acção com compromissos temporais, da responsabilidade de pessoas concretas, o resultado de todo o esforço de procurar concentrar, alinhar, sintonizar os recursos, vontades, atenções e emoções da organização no cumprimento, na execução da estratégia.
Estes planos de acção vão transformar a realidade, vão fazer com que a estratégia deixe de ser um conjunto de conceitos abstractos e se visualize em desafios quotidianos que as pessoas podem ver e apalpar.

Continua.

quinta-feira, agosto 02, 2018

Pode ser perigoso

A propósito de "Já não há Champions e Liga espanhola, mas presidente da SportTV diz que não vai baixar o preço da mensalidade"


Esta técnica costuma resultar mal, é a técnica dos estados, mantêm ou aumentam a impostagem ao mesmo tempo que reduzem os serviços prestados. Os estados têm o poder das armas para se imporem aos saxões (contribuintes), as empresas, em economias livres, não.

Por isso, este movimento, pode dar maus resultados. Aumentar preços sem aumento do valor criado para os clientes, pode ser perigoso:
"Procter & Gamble said it was raising prices on some of its biggest brands, a strategy shift after the consumer-products giant reported another quarter of lackluster revenue growth.
.
After more than a year of trying to combat weak demand with lower prices on staples like Tide detergent and Gillette razors, executives said Tuesday the company was changing course. P&G said it would increase prices on its Pampers brand in North America by 4% on average and by 5% on its Bounty, Charmin and Puffs brands.
.
The increases go into effect later this year or in early 2019. As the biggest player, P&G tends to drive industrywide pricing moves."
Quando a procura baixa e uma empresa responde com uma baixa de preços, e o resultado é negativo. Talvez seja sintoma de uma mudança mais profunda. E talvez a solução passe por oferecer melhores produtos a um preço superior, não os mesmos produtos de sempre a um preço superior.
 
Trecho retirado de "Procter & Gamble, in a Strategy Shift, Moves to Raise Prices"

Transformar uma empresa de forma alinhada com a estratégia (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.

Olhando para a figura:

É possível detectar ciclos sistémicos:
Identificação explícita de ciclos que se auto-alimentam e influenciam o sistema

Assim, o ciclo C1 relata que há medida que as vendas para clientes de exportação (CE) crescem:
-> aumenta a taxa de ocupação dos estilistas da empresa com as peças dos CE -> o que promove o aumento da satisfação dos CE com o nível de serviço prestado;
-> aumenta a taxa de ocupação da capacidade produtiva com as peças dos CE -> dando-se prioridade aos trabalhos para os CE -> a empresa pode cumprir os prazos de entrega para CE;
-> aumenta a taxa de ocupação da capacidade produtiva com as peças dos CE -> dando-se prioridade aos trabalhos para os CE -> a produção para os CE é realizada internamente, com tempo e por colaboradores internos formados e experientes -> as peças são produzidas sem defeitos.

Tudo isto contribui para CE satisfeitos -> o que contribui para o aumento das vendas para CE e o ciclo repete-se, aumentando cada vez mais a dedicação do gabinete de estilismo e da produção para o serviço aos CE.

O ciclo C2 descreve a seguinte estrutura:

Como nos atrasamos na produção das nossa peças da nossa marca, que serão vendidas aos clientes de colecções próprias (CCP) -> os CCP ficam insatisfeitos -> os CCP decidem deixar de trabalhar com a empresa -> o que liberta capacidade produtiva interna para prestar um melhor serviço aos CE -> o que leva à produção de peças sem defeitos e dentro dos prazos -> o que gera CE satisfeitos -> o que gera mais vendas para CE e maior dedicação dos estilistas para com os CE -> o que rouba disponibilidade para tratar das colecções próprias e gera atraso na produção das nossas peças.

O ciclo C3 descreve a seguinte estrutura:

Como nos atrasamos na produção das nossas peças -> roubamos tempo disponível para a produção -> o que diminui a capacidade da empresa para produzir internamente as colecções próprias o que:
-> inflaciona os atrasos na produção para os CCP; e
-> promove o recurso a muita subcontratação -> o que aumenta o risco de se entregar peças defeituosas -> o que gera insatisfação dos CCP -> o que leva ao seu abandono -> o que leva, como visto no ciclo C2 a aumentar a influência e peso dos CE.

A par disto a empresa em termos estratégicos quer apostar no mercado das colecções próprias, onde tem uma marca forte e margens muito superiores. O trabalho com os CE fornece liquidez, são clientes que pagam a pronto, mas está em risco de ser tomado por fábricas concorrentes no Leste da Europa, com as quais a empresa não pode competir no mercado pelo preço mais baixo.

Agora, se recolhermos todas as causas-raiz e as combinarmos em grupos mais ou menos homogéneos, encontramos a matéria-prima para o desenvolvimento das iniciativas estratégicas. Ou seja, para melhorar o desempenho do indicador “% da facturação devolvida por atraso na entrega” (e outros, por efeito sinérgico, como por exemplo, o grau de satisfação dos clientes, a taxa de reclamações, …), há que desenvolver acções que ataquem:
  • Recebemos as matérias-primas demasiado tarde;
    • Desviamos os nossos estilistas para o apoio às colecções dos clientes de exportação;
    • Não cumprimos as regras internas para número máximo de modelos;
    • Não seguimos boas práticas de gestão de projectos no desenvolvimento das colecções;
    • Os estilistas não gostam de se sentirem pressionados a cumprir prazos;
    • Temos dificuldade em cortar referências da proposta inicial dos estilistas;
    • Desenvolvemos muitas peças para jogos de máquinas que não temos;
    • Não avaliamos correctamente o potencial dos subcontratados;
    • Não damos o apoio adequado aos subcontratados.

    Causas-raiz identificadas e seleccionadas pela empresa

    Continuação.

    quarta-feira, agosto 01, 2018

    "effectiveness is more important than efficiency"

    Um clássico deste blogue, a diferença entre eficácia e eficiência:
    "effectiveness is more important than efficiency.
    ...
    There is a difference between being efficient and being effective. Efficiency is doing things with faster, with greater ease, and with less effort. Effectiveness is about producing an outcome.
    ...
    The Pareto principle, which seems to be some law of nature, shows that around 80 percent of your results come from around 20 percent of your actions. About 80 percent of your revenue likely comes from approximately 20 percent of your clients, plus or minus.
    .
    This being true, it would make sense that effectiveness be the goal in the 20 percent of activities responsible for creating 80 percent of your results. Efficiency might be a better goal for the 80 percent of things that don’t move the needle."[Moi ici: Recuar a 2006 e recordar que o contrário de insatisfação pode não ser satisfação, e a diferença entre processos contexto e processos críticos - 2007]
    Trechos retirados de "Choose Effectiveness over Efficiency When the Outcome Is Important"

    Transformar uma empresa de forma alinhada com a estratégia (parte III)

    Parte I e parte II.

    Contemplando todas as relações de causa-efeito que a equipa “desenhou” na figura:

    Conjunto inicial de relações de causa-efeito

    Podemos questionar-nos: há alguma relação entre as relações de causa-efeito?

    A figura seguinte responde a esta pergunta.

    O conjunto das várias relações de causa-efeito base, com as respectivas interligações

    A figura acima mostra-nos, por exemplo, que a causa a3 além de influenciar 3, também influencia b2. b2 além de influenciar 2, também contribui para A4.

    Ao olhar para o conjunto da última figura o grupo pode procurar completar o panorama acrescentando mais elementos para completar as relações de causa-efeito, olhando a montante e perguntando:”Quais serão as causas que geram os efeitos?”:

    Completar as estruturas sistémicas questionando o porquê

    Depois, olhando a jusante e perguntando: “Quais poderão ser as consequências daquilo que já sabemos?” podemos continuar a completar o mapa das estruturas sistémicas que conspiram entre si para gerar o desempenho actual.
    Completar as estruturas sistémicas questionando “e daí?”

    O desdobramento a montante pode continuar até onde desejarmos, normalmente recuamos até encontrarmos causas-raiz, ou seja, teorias que julgamos terem um impacte significativo sobre os sintomas e que podem ser controladas, sobre as quais podemos actuar, por exemplo, “a4. Recebemos as matérias-primas demasiado tarde”. Assim, uma das mudanças a introduzir no sistema passará por desenvolver acções, de forma a conseguir receber as matérias-primas mais cedo e assim iniciar o desenvolvimento das colecções mais cedo.

    Algumas das frases têm de ser encaradas como constrangimentos sobre os quais não podemos actuar, por exemplo, “a5.Os clientes querem receber as peças com antecedência para prepararem as montras”, não há nada a fazer, é uma realidade imutável, tal como a lei da gravidade.

    Neste exemplo, foi possível identificar um sistema que se auto-alimenta e contribui para o comportamento do indicador “% da facturação devolvida por atraso na entrega”. A empresa tem dois tipos de clientes: o cliente lojista (que recebe e expõe os produtos da marca, das colecções da empresa) e o cliente exportação (que compra capacidade produtiva à empresa) e o que a equipa conseguiu descrever foi:
     Estrutura sistémica a funcionar na empresa

    Continua.

    terça-feira, julho 31, 2018

    "rivalry can motivate competitors to perform at higher levels"

    Excelente texto, "Research: We Take More Risks When We Compete Against Rivals":
    "Rivalry is everywhere. We see rivalries in sports, business, school, and basically any arena where there is competition.
    ...
    There are many stories highlighting the benefits of rivalry, from how it makes competitors more motivated to how it helps them perform better.
    ...
    Yet despite the wealth of anecdotal evidence, scientific research into such rivalry relationships is scarce. We’ve spent the last few years studying what makes rivalry unique, how it affects our behavior, and how it impacts organizations.
    .
    Our past findings support the idea that rivalry can motivate competitors to perform at higher levels, and they reveal that rivalry is sparked by experiences of similarity, repeated competition, and closely-decided contests.
    ...
    Our findings carry some important implications for individuals and organizations. Risk-taking is not inherently good or bad; it depends on the context. In organizations and industries in which experimentation, innovation, bold strategic moves, and thinking outside the box are valued (e.g., technology), rivalry could be an important lever for managers to pull to incentivize risk-taking. This could mean emphasizing longstanding corporate rivalries, or fostering (friendly) rivalries between employees, perhaps by creating incentive systems that provide for repeated competitions (of course, there are risks to doing this that should also be considered).
    .
    On the other hand, some jobs and industries demand high-reliability, mistake-free output (e.g., accounting). In these contexts, managers would be well-served to minimize the effect of rivalry on their own, and their employees’, decisions. Managers should first assess the extent to which they want to encourage or discourage risk-taking behavior, and then find ways to either emphasize or de-emphasize rivalries to reach the organization’s ideal level of risk-taking. It’s also important to consider the physiological effects of rivalry, as long periods of competition against rivals could lead to stress-related burnout, due to chronically elevated arousal."

    Transformar uma empresa de forma alinhada com a estratégia (parte II)

    Parte I.

    Como proponho que se identifiquem as causas raiz para chegar aos planos de acção?

    Juntemos 5/6 pessoas que, no seu conjunto, conhecem bem a empresa e que sofrem com o desempenho actual, para que cada uma, enumere factos negativos que se manifestam quando olhamos para a empresa actual com o seu desempenho actual e, comparamos o que vêmos no dia-a-dia com o que queremos ver no futuro desejado.

    Que factos negativos, factos são factos, factos não são opiniões ou ideias, podemos identificar? Factos que ilustram, que exemplificam as diferenças entre as duas realidades: a actual e a do futuro desejado.
    Lista inicial de factos negativos (extracto)

    Para cada um dos factos negativos identificados, deve colocar-se a questão: “Porque é que este facto é relevante, tendo em conta os nossos objectivos e metas?”, e colocar as respostas numa coluna “Porquê?”. Pode ser identificada mais do que uma razão, para cada facto negativo. 
    Lista inicial de factos negativos (extracto) e respectivos porquês

    Para cada um dos factos negativos identificados, colocar a questão: “O que é que causa este facto negativo? O que é que está na sua origem?”, e colocar as respostas na coluna “causas”. Pode ser identificada mais do que uma causa para cada facto negativo.
    Lista inicial de factos negativos (extracto) e respectivos porquês e causas

    Uma vez completada a listagem das causas para cada facto negativo e todas as razões porque esse facto é mau para o sistema, podemos começar a desenhar a estrutura sistémica. Comecemos por representar uma relação de causa-efeito entre as causas, isto é, entre o facto negativo e os porquês.

    As causas geram o efeito, o facto negativo (os factos negativos são as ancoras que nos prendem à realidade, pois quer as causas, quer os porquês, não passam de suposições). Este por sua vez, pode ser visto como uma causa que gera outro efeito, o porquê. Assim, desenhamos um conjunto básico de relações de causa-efeito das causas até aos porquês.
    Das causas aos porquês através de relações de causa-efeito

    Experimentem fazer este exercício. Juntem uma equipa e criem o quadro com aquelas três colunas.

    Continua.




    segunda-feira, julho 30, 2018

    "Nobody needs an idea, but everybody has a problem they need solved"

    "Probably the biggest misconception about innovation is that it’s about ideas. So there is tons of useless advice about brainstorming methods, standing meetings and word games, such as replacing “can’t” with “can if.” If these things help you work more productively, great, but they will not make you an innovator.
    .
    In my work, I speak to top executives, amazingly successful entrepreneurs and world class scientists. Some of these have discovered or created things that truly changed the world. Yet not once did anyone tell me that a brainstorming session or “productivity hack” set them on the road to success. They were simply trying to solve a problem that was meaningful to them.
    ...
    So stop trying to come up with some earth shattering idea. Go out and find a good problem and start figuring out how to solve it. Nobody needs an idea, but everybody has a problem they need solved.
    ...
    The way you create innovation is by empowering an innovative culture. That means creating a safe space for ideas, fostering networks inside and outside the organization, promoting collaboration and instilling a passion for solving problems. That’s how you promote creativity.
    .
    So if you feel that your people are not innovating, ask yourself what you’re doing to get in their way."

    Trechos retirados de "5 Things Managers Should Know About Innovation (But Most Don’t)"

    Transformar uma empresa de forma alinhada com a estratégia (parte I)

    Meu Deus! Como o tempo passa... 7 anos! Já passaram 7 anos da morte de Eliyahu Goldratt.

    Foi com Dettmer, baseado no trabalho de Goldratt, que finalmente encontrei uma metodologia para criar as iniciativas, os projectos, capazes de transformar uma empresa de forma alinhada com a sua estratégia.

    Comecemos por uma situação em que desenvolvemos um mapa da estratégia e indicadores estratégicos com metas associadas:

    O desempenho actual de uma empresa tem de ser visto não como um resultado inesperado, não como um acontecimento pontual, mas como a consequência natural do comportamento do sistema que é a empresa. Uma empresa é um sistema e os resultados produzidos por um sistema não são acidentais.

    Assim, se o desempenho actual do sistema, é consequência natural do funcionamento do sistema actual (1) e, se a organização aspira a um desempenho futuro diferente, então, tem de se promover a transformação do sistema actual no sistema futuro (2), o sistema capaz de gerar o desempenho futuro desejado de uma forma natural, de uma forma sistemática.

    Quando comparamos a empresa de hoje com a empresa do futuro desejado constatamos que existe uma lacuna.
    Ao olhar para a empresa de hoje e comparando-a com a empresa do futuro desejado é possível concluir que a empresa de hoje não está a conseguir proporcionar e comunicar as experiências consideradas necessárias para sustentar o sucesso.

    Porquê?
    Ou seja, o desempenho actual é consequência das actividades realizadas actualmente.

    Assim, é possível defender que o desempenho actual não é o desempenho futuro desejado, porque ou não temos actividades a serem executadas actualmente para conseguir atingir esses resultados, ou as actividades que executamos actualmente têm falhas que precisam de ser identificadas e resolvidas. 

    Essas falhas fazem parte de estruturas sistémicas que conspiram para que tenhamos o desempenho que temos e não o desempenho desejado.
    Retrato da conspiração que gera o desempenho actual.

    Uma vez identificadas essas estruturas sistémicas, podemos identificar as causas-raiz que as geram e alimentam para, então, desenvolver projectos destinados a eliminar essas causas-raiz e, a criar novas actividades em falta. E assim, criar o conjunto de actividades futuras que compõem a organização do futuro capaz de gerar o desempenho futuro desejado, como descrito a seguir:

    Os planos de acção, os projectos, que criam a empresa do futuro.

    Continua.






    domingo, julho 29, 2018

    Capoulas Trump Santos


    Um governo socialista, como muitas vezes recorda o amigo @icyView, tem uma obsessão económica, picking winners and losers:



    Socialista aqui não tem nada a ver com partidos, mas tudo com formas de ver a sociedade e a economia. O CDS é um partido socialista, por exemplo. O PSD de Rio é de longe muito mais socialista que o PSD de Passos, o menos socialista de todos.

    Quando há tempos apareceu este título:

    "A Estratégia Nacional para a Promoção da Produção Cerealífera (ENPPC) traça como meta que dentro de cinco anos o grau de auto-aprovisionamento – ou seja a percentagem do consumo que é assegurada pela produção interna – atinja os 38%, uma subida de 15 pontos percentuais face aos 23% registados em 2016.
    .
    O auto-aprovisionamento deverá, segundo os objectivos traçados, ascender a 80% no arroz, 50% no milho e 20% nos cereais praganosos (trigo mole, trigo duro, centeio, cevada, aveia e triticale)."
     Associei-o logo à dita obsessão de picking winners and losers. Um governo, sem skin in the game, pretende pôr outros a apostarem em algo que, sem dinheiro dos contribuintes, não seria opção economicamente válida.

    Há dias num tweet alguém comparava dois tweets de Trump, publicados no mesmo dia e com opiniões contraditórias. Comparemos esta política deste governo com esta afirmação do ministro da Agricultura em 2016:
    "Luís Capoulas Santos, ministro da Agricultura, considera que “o que aconteceu foi uma alteração do perfil produtivo”. Ou seja, os agricultores portugueses deixaram de produzir bens alimentares que só faziam sentido no tempo do mercado protegido e dedicaram-se a cultivar produtos “nos quais são mais competitivos à escala europeia”, continua Capoulas Santos. Dá um exemplo: hoje produz-se muito menos cereais, mas investe-se muito mais na produção de frutos e de legumes."
     No mesmo artigo uns investigadores da agricultura portuguesa defendem e são secundados pelo ministro da Agricultura de então:
    "O que quer dizer que, com muito menos área e com muito menos activos, os agricultores de hoje produzem quase o mesmo valor do que há 20 anos. Faz-se menos cereal em terras secas, mas produz-se vinho que, em termos internacionais, consegue preços razoáveis; produz-se menos carne, mas num curto espaço de tempo Portugal tornou-se uma potência exportadora no sector do azeite e está a caminho de se consolidar como uma marca mundial no sector das frutas. “Fizemos o caminho que devíamos ter feito”, diz Capoulas Santos"

    E para meu espanto, um dos investigadores termina com esta tirada nada socialista:
    "Francisco Avillez propõe uma visão diferente. Para ele, é questionável que o Governo deva definir prioridades de investimento – o que interessa é a viabilidade dos projectos apresentados."
    Como não recordar o primeiro princípio de Deming: Constância de propósito!

    É claro que existirão apoios comunitários em casos como este "Empresa espanhola investe 7,9 milhões para produzir amêndoa no Alentejo". No entanto, acredito que produções deste tipo, em que podemos fazer a diferença, por causa do clima e tradição, têm muito mais futuro que voltar aos cereais.

    Vão lá ver o que escreveu Ricardo acerca do vinho e do têxtil portugueses e ingleses. Ricardo aconselhava a comprar vinho português, não porque fosse mais barato, o vinho inglês era mais barato, mas porque se ganhava mais a produzir têxteis. Custo de oportunidade, não esquecer.

    Tipos de decisões estratégicas

    Excelente quadro-resumo:


    Retirado de "Behavioral Strategy and the Strategic Decision Architecture of the Firm"

    sábado, julho 28, 2018

    "Stretch for Amazing"

    To succeed, a stretch goal cannot seem like a long march to nowhere. Nor can it be imposed from on high without regard to realities on the ground. Stretch your team too fast and too far, and it may snap. In pursuing high-effort, high-risk goals, employee commitment is essential. Leaders must convey two things: the importance of the outcome, and the belief that it’s attainable."
    Excerto de: Doerr, John. “Measure What Matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs”

    O que aí vem! (parte II)

    Parte I.
    "As dificuldades de encontrar mão-de-obra e de contratar técnicos qualificados são o obstáculo à actividade das empresas que mais cresceu entre 2014 e 2017."
    Recordar "O que são os custos de oportunidade"

    Trecho retirado de "Falta de mão-de-obra afeta mais empresas"

    sexta-feira, julho 27, 2018

    "se há compromisso há que ser consequente" (ISO 9001)

    Ontem recebi um e-mail do Director Comercial de uma empresa que trazia em anexo o Código de Conduta que um cliente novo "impõe" para que a relação se inicie. De entre as nove páginas do documento seleccionei aleatoriamente o trecho que se segue
    "Dossiers et mise à disposition d’information
    Le fournisseur du Groupe XX doit établir et maintenir une liste de tous les produits chimiques utilisés dans sa production et sa maintenance, incluant le nom du produit chimique, son objet/lieu d’utilisation et une référence à une Fiche de Données de Sécurité des Matériaux.
    Le fournisseur du groupe XX doit avoir en sa possession des Fiches de Données de Sécurité des Matériaux (MSDS) valides pour tous les produits chimiques utilisés dans la production et la maintenance.
    .
    Procédure de gestion des produits chimiques
    Le fournisseur du Groupe XX doit avoir une procédure écrite pour le stockage, la manutention et l’utilisation de produits chimiques. La procédure doit spécifier qui est responsable de garantir que les procédures appropriées sont toujours suivies dans la manutention de produits chimiques au niveau de l’usine.
    .
    Information des employés et formation
    Le fournisseur doit garantir que ses employés qui se procurent, stockent et utilisent des produits chimiques ont les compétences appropriées et sont formés adéquatement. Les dossiers des formations doivent être conservés par le fournisseur.
    L’information concernant les risques et la manutention sécurisée des composés et substances chimiques doit être diffusée dans les zones de stockage et dans les zones de production où les produits chimiques sont utilisés. Cette information peut être soit la Fiche de Données de Sécurité des Matériaux (MSDS) soit des instructions spécifiques pour une manutention et utilisation sécurisée (Suivant la MSDS). Les informations doivent être dans un langage compréhensible par les travailleurs.
    .
    Etiquetage des produits chimiques
    Le fournisseur du Groupe XX doit garantir que tous les conteneurs de produits chimiques – y compris les conteneurs temporaires – sont étiquetés avec les symboles de dangers appropriés et les noms des produits chimiques afin d’assurer que le contenu est connu et le risque potentiel minimisé.
    .
    Stockage et manutention des produits chimiques
    Le fournisseur du Groupe XX doit prendre les précautions nécessaires pour empêcher les produits chimiques de fuir dans l’air, l’eau et le sol.
    .
    Elimination des produits chimiques
    Eliminez les produits chimiques conformément aux règlementations légales faisant référence à leur classification."
    Imaginem que eu ia auditar o sistema de gestão da qualidade desta empresa. Sem conhecimento deste Código de Conduta o trecho acima estaria fora do âmbito da auditoria porque tem a ver com questões ambientais e de segurança. Tendo conhecimento do Código de Conduta, e considerando as cláusulas 4.2 b) e 8.2.2 a)1) da ISO 9001 esta temática entra directamente para o âmbito da auditoria da qualidade. Sem o compromisso com o Código não há negócio, se há compromisso há que ser consequente.


    "Figuring out what no one else is doing"

    "“Find a gap,” Buchan writes. “A chink in the armor. What is nobody else doing? Why is nobody else doing it? Would it be beneficial to get good at it? If so, try it.”
    ...
    Figuring out what no one else is doing, and then doing it well, offers the greatest possibility of success, rapid acceleration, and hyper-growth. We are increasingly aware of the importance of assuming market risk when it comes to starting or growing a business, but assuming market risk is also a critical accelerant of the personal disruption that fuels individual career growth. My mantra is that businesses don’t disrupt, people do. Businesses can’t disrupt unless people do. However, many people don’t know what assuming market risk looks like when applied to their career."
    Trechos retirados de "Reinvigorate Your Career by Taking the Right Kind of Risk"

    quinta-feira, julho 26, 2018

    "só os parvos é que não têm medo"

    Hoje é um dia importante para uma empresa que conheci há uns anos.
    Na altura eram 4 ou 5 pessoas, hoje são uns 8.

    Hoje chega às instalações da empresa uma máquina nova que, esperam, ajude a melhorar o negócio, abrindo portas a novos mercados, a novos tipos de serviços e a serviços mais perfeitos e rápidos. Lembro-me de aquando das primeiras conversas sobre a hipótese de comprar a máquina achar que era um nice to have, mas muito caro. No entanto, quando tive oportunidade de ver o que a máquina permitia fazer, mudei completamente de opinião.

    A máquina representa um investimento muito avultado, sem apoios nenhuns.

    Apoiei a implementação do sistema de gestão da qualidade há anos e, desde então, realizo uma auditoria interna anual e costumo almoçar com o gerente e a responsável da qualidade uma vez cada dois meses.

    Quando um empresário tem sucesso todos aparecem para ficar na fotografia, todos aparecem para ver se pinga alguma coisa, mas ser empresário também tem muitos momentos de incerteza e, sobretudo de solidão. Ser empresário não-rentista significa arriscar, e muitas vezes, arriscar muito. Normalmente, todos os que rodeiam um empresário tem menos predisposição para o risco. Por isso, a maioria com quem ele interage estão sempre com um discurso:

    - Tem cuidado!
    - Veja lá no que se vai meter!
    - Fez as contas? Não é arriscado?

    Ò sô Carlos, o que é que me diz?

    Agradeço a confiança e a consideração, não tenho a pele em jogo. Por isso, dê um desconto às minhas palavras. Em qualquer negócio, há uma altura em que um empresário tem de arriscar e perder o pé por algum tempo, se não nunca sai da cepa torta. Fez as suas contas, tomou a sua decisão, encomendou a máquina, negociou um empréstimo, agora só lhe resta fazer o que falta: fazer render a máquina. Como? Trabalhando o mercado, divulgando as novas capacidades, mostrando, trazendo à fábrica clientes actuais e potenciais, trabalhando os que influenciam ou prescrevem para os seus clientes.

    Ò sô Carlos, quando em 2001 arranquei com o negócio tive de pedir dinheiro emprestado a várias fontes. Por exemplo, a uma tia pedi 5 mil euros. Ela começou por dizer que sim, mas depois andava sempre a dizer-me para eu ter cuidado. Um dia chateei-me e disse-lhe: Olhe, pode ficar com o seu dinheiro que eu cá me arranjo.

    É também por isto que qualquer empresário não-rentista, sem "conhecimentos", sem cunhas, sem amigos in high-places, sem ter tempo para visitar as salas das carpetes e biombos, tenha sucesso ou não, tem sempre o meu respeito e a minha solidariedade. A solidão é tramada, é muito mais cómodo ser funcionário e culpar os outros por tudo, e ter solução de bancada para tudo. O medo de falhar tira anos de vida, mas só os parvos é que não têm medo. Alguém escreveu que coragem é ter medo e dar um passo em frente.




    Negócio de futuro

    Escreveu Peter Drucker que as previsões menos incertas são as associadas à demografia.

    Recordo:

    Por causa da evolução demográfica e da erosão das relações familiares, acredito que um negócio de futuro vai passar cada vez mais por esta oportunidade "Dying Alone in Japan: The Industry Devoted to What’s Left Behind". Não é impunemente que se passa de 10 para 7 milhões!

    quarta-feira, julho 25, 2018

    Outra vez o alinhamento

    "the ability to see an organization as a fundamentally linguistic entity. From this vantage, conversation is the primary organizing principle of organizational management. By “conversation,” we mean any linguistic means of communication, ranging from speaking and listening to writing and images. Put simply, a company is the sum of all corporate dialogues, what we call a “network of conversations.”
    ...
    Conversations, whether acknowledged or not, are going on all the time; unacknowledged conversations, however, are not being managed or led. Managers assume that passing along memos, directives, and policies constitutes “conversation,” but often these become mere “topics” of the real, informal conversations that are already occurring in the larger network. Recognizing and managing conversational networks can enrich and accelerate diverse information flows.
    .
    This ubiquity of conversations makes the “network of conversations” perspective not only powerful but also an imperative for managers and leaders.
    ...
    Leadership conversations are concerned with creating a compelling organizational future ... Senior leadership is responsible for securing a company’s long-term competitive outlook, usually expressed as the corporate-level strategy, vision, and purpose. Although these conversations may begin in the C-suite, their ultimate success depends on engaging and energizing the stakeholders who must act to realize that future.
    ...
    Managerial conversations are aimed not at the long-term future but at the short-term future, which is organized in projects and corporate initiatives that are ultimately expressed in results. These projects and initiatives come from, and are led by, the needs of the long-term future, not by management. Looking back from the future, managers see what needs to be in place if the created future is to come to fruition. They then facilitate the conversations needed to realize the near-term future.
    ...
    Individual conversations are about the future called “today.” In high-performing organizations, individuals get what they need to do today from their projects and initiatives, which in turn are determined by the needs of the long-term future. Ensuring that conversations about today are aligned with conversations about the long term is a key leadership challenge."
    Trechos retirados de "Your Organization Is a Network of Conversations"

    Falhar espectacularmente bem o cumprimento das metas!

    OKRs push us far beyond our comfort zones. They lead us to achievements on the border between abilities and dreams. They unearth fresh capacity, hatch more creative solutions, revolutionize business models. For companies seeking to live long and prosper, stretching to new heights is compulsory. As Bill Campbell liked to say: If companies “don’t continue to innovate, they’re going to die—and I didn’t say iterate , I said innovate .” Conservative goal setting stymies innovation. And innovation is like oxygen: You cannot win without it
    ...
    [T]he harder the goal the higher the level of performance. . . . Although subjects with very hard goals reached their goals far less often than subjects with very easy goals, the former consistently performed at a higher level than the latter.” The studies found that “stretched” workers were not only more productive, but more motivated and engaged: “ Setting specific challenging goals is also a means of enhancing task interest and of helping people to discover the pleasurable aspects of an activity.”
    Conheço algumas empresas portuguesas assim. Quando se compara o desempenho deste ano com a meta, parece que o ano foi mau. No entanto, quando se compara o desempenho do ano com o desempenho do ano anterior constatamos que o ano foi muito positivo. Claro que tem de ser uma cultura de empresa que não cobra por não se atingirem metas exigentes.

    Excerto de: Doerr, John. “Measure What Matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs”.

    terça-feira, julho 24, 2018

    Curiosidade do dia



    O Banco de Portugal divide a economia em empresas financeiras e empresas não-financeiras. Se Salgado era o DDT na área político-financeira, as celuloses continuam a ser os DDT na área política-não-financeira.

    Há mais de 35 anos, quando entrei para o NPEPVS, e depois no Natal de 1984, quando ajudei a fundar a Quercus, o meu grande inimigo foi sempre o eucalipto.


    Direita e esquerda alternam-se nos governos de turno, mas sempre ao serviço das celuloses:


    Esta semana "Portugal 2020. Dos 30 maiores financiamentos europeus, Governo só fez chegar quatro às empresas". Lembram-se dos ataques da esquerda e de Capoulas a Cristas por causa dos eucaliptos?
    "entre os 30 maiores financiamentos com comparticipação europeia, apenas quatro são para empresas.
    .
    O projeto mais ambicioso que foi, até ao momento, co-financiado foi para a multinacional papeleira portuguesa Navigator, para o seu “projeto Smooth” em Cacia (avaliado em mais de 120 milhões de euros, comparticipado em 67% por fundos europeus dos quais 42 milhões já foram aprovados), para a construção de uma fábrica de produção e transformação de papel tissue. Outras empresas bafejadas por financiamentos milionários são a Celtejo – Empresa de Celulose do Tejo (e o seu Tejo Project 2018) e, ainda, a Embraer Portugal Estruturas Metálicas e a Continental Mabor, que vai investir quase 50 milhões (comparticipados a 67%) na expansão do negócio de pneus para tratores agrícolas."
    Até parece que é por acaso que a área de eucaliptos continua a crescer "Eucaliptos aumentam para 32 mil hectares"

    BTW, ocorre perguntar, que entorses serão feitos para contornar isto, "Grandes empresas banidas do Portugal 2030" e continuar a servir os DDT da área não-financeira?



    Realidade vs mundo dos media

    Ao ler "Do Millennials Care About Brands' Politics?":
    "The average millennial doesn’t pay too much attention to brands' ethical and political positions.
    .
    Just 15% of US millennial internet users say they pay a “great deal” of attention to these issues, and 38% said they only give it “some” thought, according to a June 2018 Morning Consult survey.
    .
    What many millennials really focus on is cost and quality. Some 85% of respondents said that a product or service that is "well priced, given the quality" is the top attribute that drives their loyalty, and 81% said they’re loyal to reliable brands."
    Entretanto procurei um inquérito feito a consumidores europeus que concluiu que são os portugueses os que mais ligam a estes temas da política das marcas. Na altura, jugo que no twitter chamei-os de espertos que dão as respostas que os autores do inquérito querem.

    Acerca da fábrica do futuro

    Um artigo interessante, "Inside the Digital Factory", que aborda vários teas acerca da fábrica do futuro, mas que convenientemente esquece as implicações da democratização da produção. Adiante:
    "heralding a new era for manufacturers, marked by totally integrated factories that can rapidly tailor products to individual customer needs and respond instantly to shifting demands and trends. This fully digital factory can be a catalyst for a kinetic growth agenda delivering gains in productivity, financial and operational performance, output, and market share [Moi ici: LOL!!! Até parece que Mongo vai ser terra de competir por market share!] as well as improved control and visibility throughout the supply chain.
    ...
    98 percent of respondents still view digitization somewhat blandly as a path for increasing production efficiency.  [Moi ici: Conheço esta gente. Muitos são boa gente, mas estão de tal forma moldados pelo modelo mental anterior que não conseguem fugir dele. Também por isso vão ser vítimas do que esteve na base do seu sucesso no nível anterior do jogo] But at the same time, a whopping 74 percent of companies named regionalization (being able to set up or expand factories in markets where their products are sold and where opportunities exist to widen revenue streams through customized products and improved service levels) as a primary reason for digital investments. [Moi ici: Uma fábrica para cada continente, dizem algumas multinacionais mais dinâmicas, mas não estão a ver que não é uma questão de eficiência, é uma questão de interacção, de customização, de relação, de proximidade]
    .
    Moreover, in a sharp departure from the recent past, the possibility of being able to immediately tailor products to match customer preferences and to offer customers the option to “build” their own products appears to be driving production decisions more strongly than slashing labor costs.  [Moi ici: Q.E.D.] Indeed, only about 20 percent of respondents now plan to relocate manufacturing facilities to low-wage countries in Asia, Eastern Europe, and South America; nearly 80 percent are looking at Western Europe (where their largest customer bases are) for new digital factory capacity."
    O trecho que se segue parece retirado do discurso do meu parceiro das conversas oxigenadoras:
    "One of the more intractable obstacles to a successful digital factory is the makeup of the workforce itself. This type of advanced production approach represents an entirely new model of human–machine interaction, one that not many workers — or manufacturers — are prepared for. In our view, understanding the impact on the people in the company is at least as important as calculating the financial benefit of the digital factory, in part because the former will ultimately impinge on the latter. Employees who feel marginalized by the emphasis on new technologies or who are not equipped to work in that environment will compromise the factory’s chances for success."

    segunda-feira, julho 23, 2018

    "Unfortunately, alignment is rare"


    O poder do alinhamento.
    “We don’t hire smart people to tell them what to do.
    We hire smart people so they can tell us what to do.”
    Research shows that public goals are more likely to be attained than goals held in private. Simply flipping the switch to “open” lifts achievement across the board.
    ...
    Once top-line objectives are set, the real work begins. As they shift from planning to execution, managers and contributors alike tie their day-to-day activities to the organization’s vision. The term for this linkage is alignment, and its value cannot be overstated.
    ...
    Unfortunately, alignment is rare. Studies suggest that only 7 percent of employees “fully understand their company’s business strategies and what’s expected of them in order to help achieve the common goals.
    ...
    When goals are public and visible to all, a “team of teams” can attack trouble spots wherever they surface.
    ...
    Transparency creates very clear signals for everyone.”

    Excerto de: Doerr, John. “Measure What Matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs”

    Análise do contexto

    Material para uma análise do contexto:
    Levar a ISO 9001 a sério é mais do que trabalhar para a próxima auditoria.

    domingo, julho 22, 2018

    Fugir da transacção pura e dura

    Um exemplo a estudar e a merecer reflexão "Best Buy Should Be Dead, But It’s Thriving in the Age of Amazon":
    "Best Buy’s better-known Geek Squad deploys agents to help customers with repairs and installations. The advisors act as, in Best Buy’s language, personal chief technology officers, helping people make their homes smart or merely more functional.
    ...
    Now they’re in this conference room practicing how to sell by seeming not to. “Be a consultant, not a salesperson,” Bucknell says. “Use phrases like: ‘How would you like it if,’ ‘Do you think it would help if you could,’ ‘Have you ever thought about.’ ” They’re supposed to establish long-term relationships with their customers rather than chase one-time transactions. They won’t need to anxiously track weekly metrics and, unlike the Geek Squad and blue shirts working in stores, they’ll be paid an annual salary instead of an hourly wage. Their house calls are free and can last as long as 90 minutes."
     Se não se pode ter o preço mais baixo há que fugir da transacção pura e dura.

    O que é que pode ser feito?

    Lembro-me do meu parceiro das conversas oxigenadoras comentar comigo, talvez em 2011, que estava sempre disponível para trabalhar com novos subcontratados. Estava tão habituado a sofrer com atrasos, com incumprimento de promessas, que tinha sempre a porta aberta a fazer experiências para dar oportunidade a outros.

    Na semana que findou estive numa empresa pela segunda vez. Da primeira conversa que tive com os meus interlocutores fiquei com a ideia que tinham graves problemas com a subcontratação. Desta vez perguntei-lhes como tinha evoluído a subcontratação e, para minha surpresa, responderam-me muito animados. Tinham sido obrigados a testar dois novos subcontratados, por incapacidade dos habituais, e tiveram uma surpresa espectacular. Encontraram gente que se punha do lado das soluções e não do lado dos problemas. Escusado será dizer que os subcontratados anteriores não serão opção para o futuro.

    Foi disto que me lembrei ao ler "When Solving Problems, Think About What You Could Do, Not What You Should Do":
    "Nobody likes a troublemaker at work. We’ve all had colleagues who annoy us or deviate from the script with no heads-up, causing conflict or wasting time: jerks and show-offs who seem to be difficult for no good reason and people who break rules just for the sake of it and make others worse off in the process. But there are also people who know how to turn rule breaking into a contribution. Rebels like Palmieri [Moi ici: Excelente exemplo que abre o artigo] deserve our respect and our attention, because they have a lot to teach us.
    ...
    One of the biggest lessons is given a challenging situation — kids who want pizza — we all tend to default to what we should do instead of asking what we could do.
    ...
    I then asked participants either “What should you do?” or “What could you do?” We found that the “could” group were able to generate more creative solutions. Approaching problems with a “should” mindset gets us stuck on the trade-off the choice entails and narrows our thinking on one answer, the one that seems most obvious. But when we think in terms of “could,” we stay open-minded and the trade-offs involved inspire us to come up with creative solutions."

    sábado, julho 21, 2018

    Curiosidade do dia

    Quando pensamos que se bateu no fundo do poço, aparece alguém com uma retroescavadora e, continua a escavar.
    "Academics at a top British university have been told that they should not use the phrase “as you know” during lectures, because it might make some students feel so bad that they’ll do poorly in their courses.
    .
    These instructions were given at an equality-and-diversity network meeting at Bath University, according to an article in The Daily Mail.
    .
    “Some lecturers used commonly known references stating ‘as you know,’ which could make students feel at fault for not knowing and make it difficult to engage with the course content,’” Berenice Dalrymple, co-chair of the university’s student-union race-equality group, said at the the meeting."

    Trecho retirado de "The Phrase ‘As You Know’ Declared a Microaggression"

    Comunicar com clareza!

    When you’re the CEO or the founder of a company . . . you’ve got to say ‘This is what we’re doing,’ and then you have to model it. Because if you don’t model it, no one’s going to do it."
    ...
    For sound decision making, esprit de corps, and superior performance, top-line goals must be clearly understood throughout the organization. Yet by their own admission, two of three companies fail to communicate these goals consistently.
    ...
    Leaders must get across the why as well as the what. Their people need more than milestones for motivation.
    ...
    In other words: Key results are the levers you pull, the marks you hit to achieve the goal. If an objective is well framed, three to five KRs will usually be adequate to reach it. Too many can dilute focus and obscure progress. Besides, each key result should be a challenge in its own right. If you’re certain you’re going to nail it, you’re probably not pushing hard enough.
    ...
    Keep in mind, though, that it’s the shorter-term goals that drive the actual work. They keep annual plans honest—and executed.
    Clear-cut time frames intensify our focus and commitment; nothing moves us forward like a deadline. To win in the global marketplace, organizations need to be more nimble than ever before. In my experience, a quarterly OKR cadence is best suited to keep pace with today’s fast-changing markets. A three-month horizon curbs procrastination and leads to real performance gains.”

    Excerto de: Doerr, John. “Measure What Matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs”.

    Nós é que sabemos o que é melhor para os clientes

    “Cars go to a diverse audience and diverse customers, and people don’t always agree with the balance or compromises, and you can’t get upset with that,”
    Mesmo no final do artigo, "Car Engineers Scoff at Enthusiasts’ Modifications. But Not Always.",  aparece o trecho acima.

    Algo que ajuda a explicar Mongo e a democratização da produção, algo que ajuda a explicar a co-criação, algo que ajuda a explicar o sucesso da Local Motors, algo que ajuda a explicar porque as empresas grandes vão perder o seu mercado actual (a reacção dos engenheiros das marcas):
    "“I have no doubt in my mind they cannot do it better,”
    ...
    “They can never achieve the finely balanced trade-off we have achieved,”"
    Mas a verdade é:
    “The reason the market grows the way it does is that the carmakers have a mass-production model and it does not leave a whole lot of room for people who want to improve or personalize or upgrade their cars and trucks,” he said.
    .
    Social media — like websites or Facebook pages for owners of specific models — is also playing an increasing role, Mr. Kersting said.
    .
    Now people who have similar interests are able to find one another and share expertise and the passion they have for whatever segment of automotive lifestyle or hobby they enjoy,” he said. “It has been very good for the market.”"

    sexta-feira, julho 20, 2018

    Acerca de KPI

    Esta semana, em dois projectos relacionados com indicadores usei um disclaimer que sinto necessidade de afirmar. Gosto de usar indicadores (KPI), sou um fã do balanced scorecard (BSC). No entanto, sei que estas ferramentas, KPI e BSC, foram criadas nos Estados Unidos para empresas muito grandes, à escala multicontinental e geridas por pessoas que não tarimbaram ao longo da escada hierárquica na mesma empresa. Assim, um CEO pode chegar ao topo de uma empresa sem nunca ter trabalhado nela previamente. Nesses casos ter KPI é fundamental, já quando se está a falar de uma PME, muita da informação trazida pelos indicadores é pressentida pelo empresário quando escuta o ruído de fundo da empresa. Mesmo numa PME, apesar de tudo, recomendo o uso de alguns KPI, quer para monitorar algo que não é tão visível ou urgente, quer para esticar o nível de desempenho de uma organização para lá dos limites actuais da sua zona de conforto, quer para facilitar o feedback menos subjectivo, quer para facilitar a a aprendizagem de relações de causa-efeito.

    Ao ler esta provocação, "Gerir sem KPIs", pensei nestas outras leituras da manhã, "How to Cure a Bad Case of Metric Fixation" e "A timely reminder that using data to make decisions can go very wrong"

    Riscos e seu tratamento nos processos (ISO 9001)

    Ontem estive numa empresa a trabalhar no desenvolvimento de um sistema de gestão (da qualidade). Estivemos a analisar um processo designado "Entregar materiais para produção" e com três grandes etapas:
    • Enviar encomendas a fornecedores;
    • Receber e controlar entregas;
    • Separar e preparar materiais para produção.
    Reunidos com o responsável do projecto e com o Director de Produção olhávamos para o fluxograma que descreve o processo actual. A certa altura o Director de Produção comentou:

    - Há algo que não fazemos actualmente, mas que gostava de que se passasse a fazer no futuro. É preciso arranjar alguém com pulso que no dia seguinte à data prevista para a chegada dos materiais ligue aos fornecedores para os controlar em caso de atraso.

    Por causa deste comentário, fomos ao fluxograma e criámos um passo para esta actividade. Identificámos uma pessoa que poderia executar esta actividade em acumulação com a carga de trabalho que já tem.

    No final, já a conversar com o responsável do projecto comentei:
    - Em boa verdade o que estivemos a fazer, sem registos, sem classificação de riscos foi o que a ISO 9001 prevê quando fala de riscos associados aos processos. 

    Olhamos para um processo, para a forma como é executado e identificámos um resultado indesejável que ocorre com uma frequência não tolerada pela gestão: o risco de entregas não realizadas na data prevista e que não são comunicadas ao Planeamento. Por isso, o Planeamento não altera o planeamento e ocorrem perdas de produtividade. 

    O Director de Produção considerou, sem necessidade de esquemas de classificação, esse risco como relevante e propôs uma alteração ao processo actual para minimizar a ocorrência futura desse risco.

    Como se evidencia o tratamento deste risco? Conversando com o responsável do projecto ou com o Director da Produção.