"Nos últimos anos tem prevalecido a ideia de que as empresas se devem orientar para os mercados externos esquecendo e ignorando o mercado interno.[Moi ici: Aqui neste blogue ainda recentemente se bateu na tecla do by-pass]A teoria deste economista é simples:
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As consequências, desta orientação para a exportação, são desastrosas e de longo prazo e traduzem-se em empobrecimento e emigração fatores que consubstanciam o declínio de qualquer nação.[Moi ici: Extraordinário!!!]
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Vejamos, então, porque é que o modelo exportador não é positivo para o país:
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1º Porque produzindo essencialmente para exportar implica, necessariamente, tudo ter de importar;
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2º Portugal exporta bens de baixo valor acrescentado como sapatos, têxteis e produtos agrícolas (como o vinho), cuja competitividade assenta não na tecnologia, não no design ou na marca, mas nos baixos salários e também produtos de tecnologias intermédias, como carros e equipamentos, mas que são produzidas por empresas estrangeiras sendo, neste caso, o nosso valor acrescentado limitado à mão-de-obra barata."
"Na verdade só interessa especializar-se nas exportações quem venda produtos de alto valor acrescentado e importe maioritariamente produtos de baixo valor acrescentado.Um tipo fica sem palavras e tem de deixar passar uns dias para digerir estas ideias.
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Há outro caminho. O da substituição de importações, o da aposta no mercado interno, o da educação e da ciência, o do investimento nas empresas públicas e privadas de média e grande dimensão. Por acréscimo virão as exportações, mas garantir, dentro de limites possíveis, o autoabastecimento é imprescindível para o país prosperar e não se transformar numa região periférica de uma Europa permanentemente em crise."
Deve ser um "lesboeta" que ficou algures nos anos 70.
Segundo este teórico se trabalharmos para o mercado interno podemos subir na escala de valor mais depressa do que a trabalhar para o mercado externo... faz-me lembrar o Bicicletas. O Bicicletas Mamede também acha que quando exportamos baixamos os preços para conseguir vender. Recordar "Dedicado ao Bicicletas"
Analisar os números, trabalhar com factos, é lixado, dá cabo de qualquer aprendiz de feiticeiro sem skin-in-the-game. Por exemplo, do World Footwear Yearbook de 2017 retirei esta tabela para Portugal. Recomendo a consulta da coluna dos preços.
Como é que alguém em 2019 consegue acreditar que o futuro é trabalhar para um mercado interno pobre, pequeno, a encolher demograficamente, impostado por todos os lados (interessante, no mesmo dia o blogue do Blogue de Esquerda e o Observador do mesmo lado da barricada: "A morrer lentamente como o sapo dentro da panela" e "É tão fácil viver de impostos…")
Deve ser um amigalhaço do Desventura Sousa Santos a pregar para seguirmos as pisadas da desgraçada Venezuela.
Como é que o Japão começou? A exportar produtos da treta - recordar Bob Hope e o Made in Japan em 1944.
Como é que Taiwan começou?
Como é que Hong Kong começou?
Como é que a Coreia do Sul começou?
Como é que a China começou?
Como é que a Estónia começou?
Como é que a Roménia está a começar?
Como é que todo o Bloco de Leste começou?
Produtos básicos e depois subiram na escala de valor a trabalhar para mercados cada vez mais competitivos.
É preciso começar por vender e acumular capital para investir. Por cá, o modelo mental instituído ronda este tweet:
Lembro-me de ser um jovem engenheiro à espera de uma entrevista de emprego para a UTA em Valongo a ler Drucker a citar Schumpeter: "Lucro = O custo do futuro"
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