terça-feira, outubro 11, 2011

Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador! (parte III)

Depois da parte II.
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Mais um exemplo de incoerência...
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"O primeiro-ministro garante que o Governo está a preparar um conjunto de intervenções para promover o crescimento da economia. Esta manhã, durante uma visita à fábrica da Toyota em Ovar, Pedro Passos Coelho foi confrontado com um panorama negro no sector automóvel."
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Stay out! Please! Don't mess with the economy!
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Não lhe explicam o significado dos números do INE?
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(Trecho retirado daqui)

Pessoalmente não me sinto enganado

""há países e governos, a começar pelo nosso, que foram imprevidentes, complacentes e irresponsáveis". "Pode ser grande a origem externa das nossas dificuldades. Mas a verdade é que é isso mesmo o que se pede aos governantes: que prevejam dificuldades, que previnam problemas e que protejam os seus povos durante as tempestades""
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António Barreto andou distraído... recordar as frases:
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"Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro."
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Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos
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Trecho inicial retirado de "Governantes enganaram a opinião pública, acusa António Barreto" pessoalmente não me sinto enganado... vi o que estava a acontecer e este blogue é a prova.

segunda-feira, outubro 10, 2011

Reflexões e perplexidades

 O artigo “Aumento do calor traz um prenúncio de morte ao Douro” publicado no JdN no passado dia 4 de Outubro, assinado por João Carlos Malta, traz-me uma série de reflexões e de perplexidades... não sei se é o termo correcto.
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O estoicismo só por si não nos leva a nenhum lado.
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Faz-me recordar:

Recortes do artigo:
“À questão sobre a quantidade de produção em excesso, responde com pinças: “Vai haver abandono de terrenos. Devíamos ter 35 mil hectares e temos 46 mil hectares. É fazer as contas…” (Moi ici: Segundo Paul Symington existe excesso de produção vitivinícola  no Douro. Excesso de produção quer dizer, vinho que não se vende e vinho mais barato.)

“O excesso de vinho engarrafado e a retracção do mercado do vinho do Porto fazem com que o preço diminua para níveis em que, na perspectiva dos Symington, deixa de ser lucrativo vender. Aliás, já foi a baixa rentabilidade dos vinhos do Douro que, segundo o produtor, levou as grandes multinacionais Diageo e Pernod Ricard a sair da região para investir noutros locais” (Moi ici: É tudo uma questão de estímulos... se realmente há produção em excesso, então, a melhor cura para ela é... ela própria. Quanto à Diageo e Pernod Ricard ... eu, que sou um outsider, sempre pensei que foi porque eles quando entraram não perceberam, ou não conheciam os artigos 20º e 21º do Decreto-Lei n.º 166/86 de 26 de Junho de 1986 e foram seduzidas pelo inventário)

“Paul Symington consdera ainda que o vinho do Porto está a adquirir uma “imagem demasiado formal”, o que pode levar a que o decréscimo das vendas continue.
“Hoje, a maioria das pessoas gostam muito de comida e de cozinhar, o vinho do Porto tem de fazer parte disto. Há muito trabalho a fazer.”, considera Paul, que critica a estratégia de marketing da região.  (Moi ici: E por que é que os que comercializam o vinho do Porto não têm uma estratégia de marketing própria?)
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Os produtores de vinho do Porto têm como grandes canais de distribuição as garrafeiras e as grandes superfícies. Ou melhor, actualmente, apenas um com dimensão: os hipermercados. “as garrafeiras estão a perder quota de mercado sistematicamente e, hoje em dia, representam 5% a 7% do mercado. A maior parte das pessoas vão ao Continente, ou ao Pingo Doce”, identifica Paul Symington.
Quais as consequências? Diminuição das margens de lucro.
“Não quero criticar as grandes cadeias, que fazem o seu trabalho, têm accionistas e consumidores.  (Moi ici: Esta é a postura britânica... estóica, aguentar o blitzz. Os portugueses começam logo a arranjar culpados no exterior e a pedir ajuda ao papá-Estado)
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Querem ter vinhos a bom preço”, explica. “A guerra foi perdida. A questão não passa por querer ou não (estar lá), 80% de consumo de vinho no Reino Unido, em França e, muito em breve, em Portugal, é feito em quatro ou cinco grandes cadeias.”  (Moi ici: Este deitar a toalha ao chão é que surpreende... É nestas circunstâncias que faz todo o sentido pensar estrategicamente... pensar no exemplo da Purdue e como fez o by-pass à grande distribuição até que esta aceitou as suas condições, pensar no exemplo da Amazon e no poder das vendas directas neste tempo em que as lojas físicas vão perdendo mercado, pensar que os consumidores precisam, de ser educados, precisam de experimentar a diferença... e pensar que a Symington manteve n marcas o que permite uma actuação direccionada a diferentes segmentos. É também o melhor exemplo do que significa a adição de trabalhar para as grandes cadeias de distribuição... é fácil vender, ao princípio, pode-se cortar na equipa, nos custos comerciais e o volume cresce e cresce... e não falo aqui dos "impostos revolucionários" que a grande distribuição cobra. De certeza que não há nada a fazer? De certeza que não é possível formular estratégias para nichos de mercado a par da manutenção da ligação à grande distribuição? )
Estruturalmente, retira espaço às marcas de pequena e média dimensão. “Muitas das empresas de média dimensão do sector desapareceram por isso mesmo.
Uma quinta que vende 20 mil caixas só consegue escoar para as garrafeiras, restaurantes e lojas." (Moi ici: No entanto, apesar deste discurso, a nível do vinho assistimos à explosão das vendas do vinho de autor, do vinho das pequenas séries... não será o aprisionamento num modelo mental que não permite ver outras alternativas? Acho que fica bem aqui recordar as ligações dos comentários deste postal... criar valor é o segredo e cuidado com a concentração no preço)

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte XI)

Continuado da parte Xparte IX e sobretudo da parte VIII.
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O que podemos aprender e utilizar no caso do nosso país?
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Segundo o BCG, para os EUA:
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"Seven “tipping point” sectors are poised to return to the U.S. for manufacturing: transportation goods, computers and electronics, fabricated metal products, machinery, plastics and rubber, appliances and electrical equipment, and furniture. Combined with increased U.S. exports, these industry groups could boost annual output in the economy by $100 billion, create 2 to 3 million jobs, and lower the U.S. non-oil merchandise trade deficit by up to 35 percent beginning in the next five years."

Duh!

Estavam à espera de quê?
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"Holanda recebeu mais de 80% do investimento directo de Portugal"
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É a construção de uma Europa forte sem fronteiras que prejudica os estados mais socialistas

domingo, outubro 09, 2011

Uma ajuda

"Cavaco desafia portugueses a "vencerem previsões negativas" do Banco de Portugal"
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"O "Jornal de Negócios" escreve que a grande recessão de consumo em Portugal já começou. Irá agravar-se no final deste ano com o imposto extraordinário e continuará, pelo menos, em 2012. O Banco de Portugal sublinha a forte redução do rendimento disponível das famílias como factor explicativo da "queda muito acentuada" que prevê para o consumo privado."
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E apesar dos sucessos da indústria e da agricultura exportadoras, há que manter os pés assentes no chão e não  fazer discursos com mensagens à la Sócrates:
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"Uma das características mais importantes da estrutura da economia portuguesa nas últimas décadas é o crescente domínio do sector dos serviços, à semelhança, aliás, dos seus parceiros europeus. Em 2010, agricultura, silvicultura e pescas representaram apenas 2,7% do VAB (contra 24% em 1960) e 10,9% do emprego, enquanto indústria, construção, energia e água corresponderam a 22,8% do VAB e 27,7% do emprego. Os serviços contribuíram com 74,5% para o VAB e representaram 61,4% do emprego."
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Será que o presidente acredita que Portugal não é um país de serviços?
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Trecho final e figura retiradas de "Portugal - Ficha País"
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Sim eu sei que há serviços que se prestam ao exterior.


Que história conta uma etiqueta? (parte II)

Na passada sexta-feira escrevi "Que história conta uma etiqueta?"
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Ontem à tarde, visitei a loja El Corte Inglés em Vila Nova de Gaia, aproveitei para apreciar o calçado para homem que tinham exposto.
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Realmente... apreciar um, dois modelos da marca Pikolinos, achá-los atraentes pela sua simplicidade e pelo aspecto do acabamento dado à pele (longe do classicismo dos Armando Silva ali ao lado, made in São João da Madeira) e espreitar para o verso da lingueta para confirmar a suspeita... made in China.
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Comprar umas chinelas na feira com a etiqueta made in China OK, comprar calçado made in China numa das lojas "não sei quê Dragão" OK, comprar umas sapatilhas made in China por 9 euros numa loja Decathlon OK, agora comprar um par de sapatos made in China por mais de 100 euros num espaço El Corte Inglés ... soa a uma experiência falsa... é absurdo.
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Ao sair de Estarreja parei numa loja "Primeiro Dragão" e comprei pilhas, maxell made in Japan (maxell era uma marca de cassetes...), para os meus sinais de presença durante o jogging e, um micro-rato para o portátil.
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Cada coisa no seu lugar.

Não basta ter memória, é preciso aprender com o que dela se retira

Está quase a fazer um ano que escrevi este postal "Os megafones ignorantes" (em Março deste ano também escrevi: "O exemplo do calçado") onde se pode ler:
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"A indústria do vestuário está no fio" de onde sublinho "os preços do algodão "praticamente duplicaram" no último ano, o que afecta o custo dos fios em 50%/ 60%, dos tecidos em cerca de 25% e do vestuário na ordem dos 5%."
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"Por este andar o calçado sobe" de onde destaco "As solas, peles e acessórios usados no calçado aumentaram 30% desde o início do ano, obrigando os empresários "a um esforço muito grande. Os aumentos foram enormes e os clientes não estão dispostos a pagar mais"" e "é assegurada pela marca própria Eject."
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Um ano depois o balanço... quem tinha razão?
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Como tem corrido o ano para o sector têxtil? E para o sector do calçado?
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E o que é que isso quer dizer sobre o modelo de negócio, os clientes-alvo e a proposta de valor desses sectores?
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Mais gente devia tentar pôr os empresários a reflectir sobre isto e sobre o que tal significa para o seu negócio... têm de deixar de se subestimar tanto!!!
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Volto a repetir o que escrevi há um ano:
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"Acham mesmo que para este nível de preços do par de sapatos o preço da matéria-prima é assunto?"

Quando as galinhas tiverem dentes (parte V)

Parte I.
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Outro exemplo em "Wal-Mart Brings in Consultants to Stock Shelves".
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A corrida cada vez mais acelerada na passadeira só leva à anorexia. O efeito da Rainha Vermelha, levado ao extremo, deteriora a capacidade de um sistema cumprir a missão básica que justifica a sua existência.
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A Wal-Mart é a Wal-Mart, símbolo máximo de uma organização eficiente que compete com sucesso no negócio do preço... talvez esteja a preocupar-se demasiado com a concorrência, talvez o modelo Aldi seja ainda mais eficiente (de certeza que é).
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Por cá, não é difícil encontrar exemplos do mesmo tipo de falha... por exemplo, ovos esgotados numa loja Continente às 16 horas de uma sexta-feira de Agosto, ou excesso de fruta estragada na secção de frutas frescas, falta de iogurtes numa loja Pingo Doce

Esqueleto para um mapa da estratégia



Para reflexão

À atenção de quem exorta as empresas portuguesas a trabalharem para a Autoeuropa.
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"Toyota Motor Corp., Asia’s biggest carmaker, is telling parts suppliers in Japan to slash prices or face being replaced by overseas rivals as the yen’s value appreciates, four people involved with the discussions said.
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The company asked some parts-makers to slash prices by as much as half, according to one of the people involved in the discussions."
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Não ponho em causa a legitimidade da decisão da Toyota, apenas quero chamar a atenção para os riscos de uma PME lidar directamente com uma grande empresa.
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Se o negócio é preço e se uma PME se mete com um gigante... cuidado, o mais certo é virmos a ter um caso de pedofilia empresarial.
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Nada move o gigante contra uma PME em particular, está na sua natureza, é uma exigência que decorre da sua proposta de valor.
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O que Guy Kawasaki aprendeu com Steve Jobs

"What I Learned From Steve Jobs":
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Gosto particularmente de duas:
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"“Value” is different from “price.”
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Woe unto you if you decide everything based on price. Even more woe unto you if you compete solely on price. Price is not all that matters—what is important, at least to some people, is value. And value takes into account training, support, and the intrinsic joy of using the best tool that’s made. It’s pretty safe to say that no one buys Apple products because of their low price."
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E
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"Marketing boils down to providing unique value."
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E o que serviu para a Apple por que razão não há-de resultar para a sua empresa? Valor é a palavra-chave!

sábado, outubro 08, 2011

A dimensão do mercado não é relevante

A propósito da história da Proóptica esta provocação de Al e Laura Ries em "A origem das marcas":
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"Qual é a dimensão do mercado? (Moi ici: Mercado cheio de grandes marcas internacionais... qual poderá ser o mercado para alguém que se lembra de fazer óculos portugueses com design de estilistas portugueses?)
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Normalmente, esta é a primeira questão a ser colocada antes do início de um processo de brand building, embora seja uma questão errada.
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As oportunidades de brand building não residem nos mercados já existentes mas na criação de novos mercados.

Se o objectivo é criar uma marca nova e poderosa, é necessário estudar de que forma o produto ou serviço pode divergir de uma categoria já existente. O mesmo será dizer, a melhor forma de criar uma nova marca não é seguir uma categoria existente, mas sim criar uma nova onde se possa ser o primeiro a entrar no mercado.
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Dividir e conquistar é a fórmula de sucesso para a criação de uma marca nova e poderosa.
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Qual é a dimensão do mercado? A melhor resposta a esta questão, do ponto de vista do branding, é “zero”.
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Para criar uma nova marca é necessário ultrapassar a lógica de servir um mercado e concentrar-se na criação de um mercado.

Um elemento crucial no processo de branding é a diferenciação entre o mercado e a percepção.
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O objectivo principal de um processo de branding nunca é o mercado ao qual o produto ou serviço se destina, mas sim a mente do potencial cliente. (Moi ici: Quem são os clientes-alvo? Qual é a experiência que procura e valorizam? O truque não é a concentração no produto! O truque é trabalhar sobre a experiência mental que os clientes-alvo vão percepcionar e o que vão sentir) A mente decide, o mercado segue a direcção indicada.
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Muitos gestores tentam colocar este processo em “curto-circuito”, pensando em termos de mercado e ignorando a necessidade de primeiro começar por influenciar as mentes. Este tipo de pensamento pode ser a fonte de muitas confusões ao nível da definição e posicionamento de mercado.

A mente não raciocina em termos de mercado, mas sim em categorias e, neste aspecto, o elemento visual é apenas um meio para atingir o objectivo

O que é importante não é o que está no mercado , mas sim o que está na mente e se nela existe um nicho ou uma posição para ser ocupada por uma nova categoria.

Qual é a dimensão do mercado?
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Zero. Perfeito! É exactamente esse o mercado alvo."

Observar, destilar, aprender

Gosto de olhar para exemplos concretos para destilar os ensinamentos gerais que podem ser aplicáveis a outras situações no espaço e tempo. Depois, começamos a perceber que há padrões que se repetem, o que só me dá optimismo para encarar o futuro de quem empreende com pensamento estratégico e não acredita que a esperança seja a abordagem estratégica por excelência:
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"Desde 2003 que a Proóptica é o resultado de uma ruptura com as grandes marcas internacionais - aquelas que todas as ópticas vendem - aliada à pergunta: porque não apostar no que é nosso? E a verdade é que, hoje, os óculos portugueses, que começaram por ser apenas uma forma de sobreviver num mercado massificado, são já responsáveis pelo sucesso nacional e internacional da empresa. João Rolo foi o primeiro criador a alinhar na aventura de desenhar óculos, mas depressa se seguiram outros conhecidos estilistas.
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Segundo Luís Justino, director-geral da Proóptica, as vantagens desta aposta são inúmeras, quer para a empresa quer para os estilistas: "Posso quase garantir que se não tivéssemos apostado em marcas portuguesas hoje não estaríamos vivos. E a verdade é que não fomos só nós que ganhámos com esta aposta; estilistas como João Rolo, José António Tenente e Ana Salazar tinham muitos clientes que não usavam acessórios portugueses e que agora são fãs deste tipo de óculos."
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Quem tenta competir num mercado massificado não pode ter ilusões, o preço é o factor-chave. Assim, há que começar por comprar bem, para isso é preciso ter volume e mais volume e mais volume. Todo esse volume exige uma rede de lojas que assegure o escoamento, exige mão de obra barata porque as margens são apertadas, exige... estão a ver o rosário.
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Quem desiste desse campeonato e opta pelo mercado da diferenciação entra no jogo num nível muito diferente. Aí é o design, a personalização, o sentido da escassez a dar cartas.
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Depois, começam a surgir sinergias... um esboço de balanced centricity: ópticas, estilistas, clientes das ópticas, clientes dos estilistas, ...
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Trecho retirado de "Proóptica Aposta em marcas nacionais foi tábua de salvação"
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BTW, ao contrário do que pressinto que é a opinião dos media, ao relatar casos de insucesso como os referidos neste postal "É pena que os media...", acredito que a maior parte dos empresários que age desta forma começaram por acreditar que a esperança era a melhor estratégia. Não mexer em nada no interior da empresa acreditando que a conjuntura exterior ia mudar... até que se torna inevitável a queda e é tarde demais para salvar a empresa.

"It's a Canadian!

Criar uma rede de combustíveis low-cost com o apoio do Estado?
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Em Estarreja, cidade há menos de sete anos e com menos de 30 mil habitantes, através da iniciativa privada:

  • existe um posto de combustíveis low-cost junto ao Intermarché;
  • existe um posto de combustíveis low-cos da marca Prio no centro da cidade; e
  • tudo indica que está a ser construído um posto de combustível low-cost junto ao Pingo Doce
Como é que esta rede a ser criada com o apoio do Estado se vai conjugar com os postos já existentes? Vão receber apoios do Estado? Vão ter concorrência desleal do Estado?
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Ingenuamente pensava que o autor do Desmitos ia ajudar a dar uma machadada na economia socialista... afinal...
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Os americanos diriam "It's a Canadian!" e ficava tudo dito.
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Além destes postos, num raio de 2 km podem encontrar-se outras marcas: Galp; BP; Repsol; Cepsa; e um independente

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte X)

Continuado da parte IX e sobretudo da parte VIII.
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Há anos que escrevemos aqui no blogue sobre a possibilidade do regresso dos importadores que compravam na China a países mais próximos, mais flexíveis e mais baratos porque não obrigam a tanto impacte de capital por "demasiado" tempo.

Interessante este relatório de Agosto de 2011 do BCG "Made in America, Again - Why Manufacturing Will Return to the U.S.":
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"A big shift of manufacturing from China to the U.S. and other parts of North America will create up to 3 million U.S. jobs in coming years, says a study from Boston Consulting Group.
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The report says labor costs in China are rising so fast, while U.S. productivity continues to climb, that the cost advantage of sourcing many types of goods production in China is rapidly shrinking.
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“Factor in shipping, inventory costs and other considerations,” and for many types of goods “the cost gap between sourcing in China and manufacturing in the U.S. will be minimal,” according to the report.
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But the report said ocean shipping rates have risen in recent years, mainly because of spiking bunker fuel prices since the depths of the recession in 2009, while a shortage of container port capacity projected in 2015 and a falloff in shipbuilding could push rates higher.
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The authors said the steady appreciation of China’s currency against the U.S. dollar is another factor raising the cost of goods made there, while trade disputes continue over many products made in China and the ocean supply chain is subject to threat of disruptions.
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BCG said several southern U.S. states “will turn out to be among the least expensive production sites in the industrialized world.” Mexico is also getting some of the output shifting from China, and can deliver goods into the U.S. in one or two days compared with 21 by ocean. But BCG officials said Mexico would not benefit as much as some expect because U.S. expertise in many goods would draw the work back here instead."
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E Portugal? Acredito que o país vai aproveitar esta volta da maré, como base para fornecer a Europa Ocidental.
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Aproveitar também para ler "Buck Up, America: China Is Getting Too Expensive"

sexta-feira, outubro 07, 2011

Avaliar a suficiência, alinhamento e coerência entre objectivos estratégicos e actividades críticas

Dois artigos interessantes que podem ajudar quem tem de traduzir os desafios de uma estratégia num conjunto de actividades alinhadas com a sua execução prática.
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Os autores abordam o caso prático da "firm's supply chain strategy", no entanto, acho que é aplicável à operacionalização da estratégia para uma unidade de negócio.
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O primeiro artigo é sobre como criar aquilo a que os autores chamam "functional strategy map":
Prefiro a minha abordagem a partir da identificação dos clientes-alvo e da proposta de valor a oferecer. Contudo, há que chamar a atenção para o facto dos autores não pretenderem criar uma estratégia mas o de retratarem a estratégia real que emerge das actividades da empresa.
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O segundo artigo é sobre a avaliação da qualidade de uma estratégia emergente. Até que ponto é aquilo que se faz é consistente, é coerente, é sinérgico, é suficiente...
Tenho em mãos um projecto com um cliente em que a proposta de valor é "o preço mais-baixo" e vou experimentar usar esta abordagem para avaliar a ligação entre os objectivos estratégicos do mapa da estratégia com as actividades críticas a desenvolver no dia-a-dia no âmbito dos processos.

Só especulo.

"Construtoras devem fundir-se para sobreviver:
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As empresas de construção nacionais devem considerar fusões para conseguir sobreviver à travagem da economia portuguesa, avisou, esta semana, o presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas, Ricardo Pedrosa Gomes. "Não há alternativa", frisou o mesmo responsável."
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Quando uma grande empresa de construção se funde com uma grande empresa de construção o que é que acontece?
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Ficamos com uma empresa de construção ainda maior. Logo, ficamos com uma empresa de construção que precisa de obras ainda maiores para sobreviver.
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Não há mesmo alternativa?
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E pensar que o mercado esteve sobre-dimensionado durante estes anos todos e decidir estrategicamente encolher. Não é alternativa?
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Será que uma empresa de construção mais pequena e flexível não pode ter sucesso nos tempos que virão?
Será que uma empresa de construção especializada em certas actividades não pode ter sucesso nos tempos que virão?
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Ainda ontem apreciei uma obra em que toda a maquinaria pesada era alugada... muito mais flexibilidade.
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Mas eu de construção não percebo praticamente nada... só especulo.

Outra agricultura

José Martino escreveu "O "meu" Prós e Contras" no semanário Vida Económica de onde transcrevo:
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"um orador que esteja a representar uma determinada entidade está desde logo condicionado pela defesa dos interesses dessa mesma entidade. Não pode assim falar "livremente".
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A Fátima Campos Ferreira diria apenas que o programa seria mais interessante com as intervenções das seguintes pessoas:

  • Norberto Pires, responsável da Hortijales, em Vila Pouca de Aguiar (20 anos de sucesso na horticultura); (Moi ici: A horticultura exporta mais do que o vinho)
  • Artur Sousa, presidente do Grupo Sousacamp, Vila Flor, produção de cogumelos nos concelhos de Vila Flor, Vila Real e Paredes (o Grupo está a internacionalizar-se);
  • Vítor Araújo, gerente do grupo de empresas da Kiwi Greensun, em Guimarães; 
  • Francisco Figueira, que possui empresas de produção, conservação, normalização e embalagem de ameixas e kiwis, concelhos de Campo Maior, Valença, Póvoa de Lanhoso, Guimarães, etc. Exporta parte significativa das suas produções;
  • Luís Alves, de Gaia, produtor e exportador de Plantas Aromáticas e Medicinais (PAM), divulgador, comunicador e animador desta fileira;
  • Fernando de Moitinhos, de Ílhavo, micro- floricultor, um caso de sucesso empresarial pelo emprego das tecnologias mais sofisticadas;
  • Agostinho Cabougueira - produtor e exportador de cravos, de Chaves (cerca de 20 anos de sucesso nesta actividade agrícola);
  • Pedro Pimentel, secretário-geral da Associação Nacional dos Industriais de Laticínios, um dos melhores experts sobre a fileira do leite e dos lacticínios;
  • Jorge Soares, dirigente da Associação que controla a IGP "maçãs de Alcobaça";
  • Horácio Ferreira, gerente da cooperativa de citrinos "Cacial", em Faro."
No mesmo semanário Teresa Silveira assina ""Portugal Foods" está na feira agroalimentar de Colónia":
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"19 empresas portuguesas na ANUGA 2011

A Boleta Barranquenha - Transformação Artesanal de Porco Alentejano; Casa da Prisca - Salsicharia Trancosense; Cecílio (miolo de pinhão português); Cerealis Produtos Alimentares (massas alimentícias, cereais pequeno-almoço, bolachas e farinhas); Cofaco Açores Indústria de Conservas (conservas de peixe); Confeitaria Rolo; Derovo - Derivados de Ovos (ovo líquido pasteurizado, em spray e cozido, fullprotein, omeletes/tortilhas); Doce Reina - Sobremesas; Fritoforno (refeições prontas); Frulact - Indústria Agro-Alimentar (preparados à base de fruta para a industria alimentar); JC Coimbra (azeite); Lactaçores (leite e laticínios); Maçarico (azeitonas, tremoços, patés e condimentos); Mendes Gonçalves (azeite, vinagre, molhos e condimentos); Novarroz - Produtos Alimentares (arroz); Nutrigreen (purés de fruta, barras e smothies); Primor (carnes e enchidos); Salsicharia da Gardunha (presunto e enchidos); Vieira de Castro (bolachas)."

Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador! (parte II)

Outro sintoma de como lidamos com jogadores amadores de bilhar...
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Depois de "Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!" outro exemplo que impressiona e revela a bitola que temos na assembleia a legislar:
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"Parlamento volta a discutir IVA reduzido nos ginásios"