sexta-feira, agosto 30, 2013

Lidar com o modelo de negócio da partilha/aluguer

Faz amanhã 2 anos que usei aqui no blogue pela primeira vez o marcador "aluguer" para caracterizar os modelos de negócio baseados não na posse mas no acesso através do aluguer. BTW, em Janeiro de 2012 comecei a usar outro marcador, "partilha", para caracterizar o mesmo tema.
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Quando penso nos desenvolvimentos, nas consequências decorrentes de uma adopção generalizada desses tipo de modelos de negócio, vejo facilmente:
"Sharing has some stark implications for business. Overall demand for first-time purchases may shrink for products that consumers can use communally. The million people carmakers sold to last year can now rent to their neighbors, becoming a de facto million new competitors. Sharing platforms also allow for almost infinite product variation. Hotels, for example, now face hundreds of unique competitors at every price point, offering everything from couches to penthouse suites. The cumulative effect may be to shrink markets and narrow margins."
Menos empregos, menos impostos, analistas ludibriados pelas estatísticas, pois continuarão a ler os números da mesma maneira apesar da realidade ter mudado, menos pegada ambiental.
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O que raramente equaciono é esta possibilidade para as empresas:
"The real opportunity for product companies will be to evolve an array of services to increase the value that consumers (and those they share with) gain from using their products, for example, building in the ability to disengage a car’s security system via smart phone to allow private car-sharing.  This can expand the scope of interaction with consumers, moving from a narrow buy/sell transaction to a long-term relationship over the entire user experience. In the process, companies can gain more data and insight about the usage of their products.
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Astute companies will have an opportunity to evolve from product/service vendor to trusted advisors who show consumers how to maximize the value of the products and services they are using. Trusted advisors will benefit from powerful economies of scope: the more they know about users, the more helpful they can become."
E faz todo o sentido.
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Trechos retirados de "What the Sharing Economy Means for Business"

quinta-feira, agosto 29, 2013

Por que é importante a austeridade?

“Este foi o melhor semestre de sempre da Mota-Engil” apesar de "Gonçalo Moura Martins: “Infelizmente na área da construção não estamos a ver sinais de retoma"

A culpa é do euro?

Figura interessante, pena ser para os EUA e pena não ser mais granular

O efeito da China, o rebentar da bolha na construção, o rebentar da bolha do crédito fácil, o choque do comércio-online, a evolução demográfica.

Imagem retirada de "Here’s where middle-class jobs are vanishing the fastest"

Em grande!!!

"As empresas portuguesas de calçado continuam a contribuir positivamente para o incremento do comércio com o exterior. No primeiro semestre deste ano, as exportações de calçado ultrapassaram os 813 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 4% face ao mesmo período de 2012. E apesar da retracção na Europa - o principal mercado dos sapatos portugueses -, a indústria conseguiu aumentar as vendas nos principais destinos europeus."
Trecho retirado de "Empresas de calçado exportam mais 4% e anulam quebra em Portugal"

Promotores da concorrência imperfeita

"The conventional wisdom, based on Bertrand's result, is to believe that price competition is a much more drastic form of competition than quantity competition. Even if there are few firms on the market, Bertrand's result shows that some form of imperfect competition can lead to marginal cost pricing and thus to social optimality.
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Maybe it's time to have a closer look at sectors where price competition seems to be the rule, and to finally forget the conventional wisdom created by the very special case of Bertrand price competition."
Trecho retirado de "The end of the Bertrand Paradox?" de Marie-Laure Cabon-Dhersin, Nicolas Drouhin.

Que incentivos?

Leio este artigo "Criatividade sai do forno das ruínas industriais" e associo-o logo a estes trechos:
"The irony is that it is often easier to raise money or acquire other resources when you have zero revenue, zero customers, and zero traction than when you have a small amount. Zero invites imagination, but small numbers invite questions about whether large numbers will ever materialize. Everyone knows (or thinks he or she knows) stories of products that achieved breakthrough success overnight. As long as nothing has been released and no data have been collected, it is still possible to imagine overnight success in the future. Small numbers pour cold water on that hope.
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This phenomenon creates a brutal incentive: postpone getting any data until you are certain of success. Of course, as we’ll see, such delays have the unfortunate effect of increasing the amount of wasted work, decreasing essential feedback, and dramatically increasing the risk that a startup will build something nobody wants."
Trechos retirados de "The Lean Startup" de Eric Ries

quarta-feira, agosto 28, 2013

Acerca da medição da produtividade

"When people are used to evaluating their productivity locally, they feel that a good day is one in which they did their job well all day. When I worked as a programmer, that meant eight straight hours of programming without interruption. That was a good day. In contrast, if I was interrupted with questions, process, or - heaven forbid - meetings, I felt bad. What did I really accomplish that day? Code and product features were tangible to me; I could see them, understand them, and show them off. Learning, by contrast, is frustratingly intangible.
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The Lean Startup asks people to start measuring their productivity differently. Because startups often accidentally build something nobody wants, it doesn’t matter much if they do it on time and on budget. The goal of a startup is to figure out the right thing to build - the thing customers want and will pay for - as quickly as possible. In other words, the Lean Startup is a new way of looking at the development of innovative new products that emphasizes fast iteration and customer insight, a huge vision, and great ambition, all at the same time."
Em linha com o que escrevemos aqui ao longo dos anos sobre a diferença entre trabalhar o numerador e trabalhar o denominador, a diferença entre apostar na eficiência e a eficácia.

Trecho retirado de "The Lean Startup" de Eric Ries.

As opções durante uma reconversão - parte II

Parte I.
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Julgo que a maioria das crises estruturais que as empresas nos sectores transaccionáveis atravessam é explicada, recorrendo à analogia entre a Economia e a Biologia, pela entrada em cena de outras espécies, concorrentes novos com novos modelos de negócio. Os nutrientes, os clientes, continuam lá; contudo, as novas espécies estão melhor dotadas para os sifonar, recordar a competição entre diferentes tipos de paramécias.
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Relativamente aos sectores não transaccionáveis, julgo que a explicação para as crises estruturais normalmente é outra, o problema não é a entrada de novos concorrentes, é o desaparecimento, é a rarefacção dos nutrientes, dos clientes.
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Então, quais são as opções que uma empresa no sector não-transaccionável tem à sua disposição para fazer face à redução agregada da procura?
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Embora me digam que é tudo uma questão de macroeconomia, que é irrelevante a estratégia das empresas individuais, que o que há a fazer é baixar salários, não acredito nessa inevitabilidade.
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Para mim o importante são as empresas como organismos individuais e não os agregados abstractos,  cada empresa é um caso e, o que serve para uma pode ser veneno para outra.
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O contexto é: a procura baixou (estruturalmente)!
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A pergunta é: que opções temos pela frente?
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Uma resposta pode ser: Vamos continuar a fazer o que sempre fizemos; contudo, como a procura é menor, a receita vai ter de ser menor. Assim, vamos ter de aprender a viver e a funcionar com menos receita.
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(1) Aqui, a resposta instintiva é: despedir e/ou cortar salários.
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Hão-de existir empresas para as quais esta é a melhor opção.
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O aviso que faço é: e conseguem ter alguma vantagem competitiva nesse novo cenário? Se sim, avancem, se não, cuidado.
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Um exemplo típico de empresas que avançaram por esta via e estão a falhar, porque não têm vantagem competitiva, são as que publicam os jornais. Reduziram o quadro de pessoal, reduziram os salários, mas mesmo assim não se safam porque não têm vantagem competitiva.
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(2) Outra resposta é: encolher e especializar-se.
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Hão-de existir empresas para as quais esta é a melhor opção.
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Este é o conselho que dou aos jornais, por exemplo, em vez de continuarem a publicar um jornal à moda antiga, especializem-se num tema onde possam fazer a diferença, onde possam ter uma vantagem competitiva. Este é também o conselho que dou a muitas PMEs... é talvez o conselho mais difícil de seguir porque representa um rombo no ego. Encolher uma empresa e deixar de ser generalista vai contra a ideia clássica de progresso de uma empresa, crescer, crescer e crescer.
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(3) Outra resposta é: encolher e mudar de vida.
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Hão-de existir empresas para as quais esta é a melhor opção.
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Isto significa aproveitar algo do passado da empresa, algo incorporado no seu ADN e, procurar um novo nicho onde possa ter uma vantagem competitiva.
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Um exemplo do sector transaccionável para ilustrar esta categoria é, por exemplo: a empresa que deixou o sector do calçado e se dedicou à marroquinaria, aproveitando o know-how sobre a compra e o trabalhar do couro.
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A quebra nas receitas é conjuntural ou estrutural? Se é conjuntural, o que a empresa tem de fazer é arranjar forma de conseguir aguentar mais tempo "debaixo de água" para depois voltar ao habitual quando vier a retoma. Se é estrutural, o que a empresa tem de fazer é criar um novo estado normal. Esse novo estado normal passa por aprender a viver com menos receitas, ou seja tem de ter menos custos e, não necessariamente por vender mais barato, ou por reduzir salários.
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Por exemplo, quem segue a opção (2) e não se dota dos especialistas que ajudam a fazer a diferença, como é que pode construir uma vantagem competitiva? Por exemplo, neste postal de ontem "Mongo também passa por isto, pela batota" quem é que tem indiferenciados e quem é que tem especialistas, as lojas independentes ou as cadeias? E qual está a ser o desempenho de cada tipo de loja?

A infecção

"A infecção da dívida só encontrará tratamento com a mudança da natureza dos dispositivos de políticas públicas que geram endividamento – porque a economia e a sociedade já mudaram. A infecção que provoca a anemia do crescimento só encontrará tratamento com uma cultura da competitividade que substitua a distribuição (que está a ser financiada pela dívida e não pela transferência de rendimentos através dos impostos) pela acumulação de capital (porque sem capital não haverá trabalho nem investimento que produzam o crescimento)."
Exemplos recentes aqui:

Trecho retirado de "Dor e infecção"


terça-feira, agosto 27, 2013

Mongo também passa por isto, pela batota

Enquanto as cadeias grandes definham e morrem, as livrarias pequenas aumentam em número.
"Since 2009 more independent bookshops have opened than closed in America. Sales grew by 8% in 2012, when many book chains saw a drop in revenues. Barnes & Noble’s sales in its stores decreased by 3.4% in its most recent fiscal year. Borders was doing so badly that in 2011 it shut its doors for good. (Not all indies are pulling in the bibliophiles. Some, such as Williams’, thought to be the oldest bookshop in Los Angeles, have had to call it a day.)"
Como é que uma livraria física independente faz frente ao rolo compressor da Amazon e dos e-books?
"“We can’t do everything, (Moi ici: Em que é que podemos fazer a diferença?) so we have to do the right things and do them well.” That means stocking a thoughtfully chosen eclectic collection of books, filling the shop with staff who are first and foremost booksellers, (Moi ici: Não passa pela redução de custos salariais, não passa por cometer o erro dos jornais e recrutar estagiários, passa por gente apaixonada pelos livros, que não é a mais barata) and saying no to e-books.
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 independent bookshops have two big advantages over their bigger rivals. The first is that they are small enough to get to know their customers well. They see them, they talk to them, they recognise regulars, and they know how to keep them coming back.
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Kindles and Nooks will eventually be replaced by the next technical advance in competition for readers’ time and money. The trick for independent bookshops is to concentrate on the human, tactile qualities that sets them apart from the impersonal screens and buttons of electronic devices."
Isto é bonito, bonito, bonito!!!
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Isto não é novidade, só mais uma confirmação do poder da batota, da proximidade, da relação. E não é válido só para as livrarias. Por exemplo, para os ginásios portugueses:
“Os ginásios com mais de um clube (cadeias) registam maiores perdas de clientes que os independentes (um único clube); de forma surpreendente, os clubes independentes que não possuem vantagens de escala, têm recursos mais escassos e menor facilidade de crédito que as cadeias, são mais resistentes e conseguem obter melhores resultados também na variação da facturação”
Trechos iniciais retirados de "Reading between the lines"

As opções durante uma reconversão

Quando penso em reconversão económica em Portugal identifico 2 momentos:
  • a reconversão das empresas que operam no sector transaccionável da economia e que ocorreu sobretudo com o fim das barreiras comerciais entre a China e o resto do mundo; e
  • a reconversão das empresas que operam no sector não-transaccionável da economia e que começou com a entrada da troika no país.
Concentremos-nos primeiro no sector transaccionável.
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Em 2006 o pensamento dominante sugeria a redução de salários como a solução fundamental para voltar a pôr a economia do sector de bens transaccionáveis num rumo de retoma.
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Por exemplo, o FMI afirmava:
"o aumento da competitividade, através da redução dos salários, é a melhor forma de estimular o crescimento, a curto prazo." 
 Por exemplo, João DuqueVítor BentoFerraz da CostaFerreira do AmaralDaniel Amaral,Teixeira dos Santos e o jogo do gato e do rato, todos associaram o aumento da competitividade nas exportações à redução de salários, para reduzir os custos. Todos eles, quando pensam no aumento da produtividade, cometem o erro de assumir que se mantém constante o valor do que se produz e que basta aumentar a eficiência para se chegar lá:
Decididamente não percebem a diferença que existe:

Recordo sempre este postal de 2006, "Redução dos salários em Portugal", acerca dos jogadores de bilhar amador que recomendam a descida dos salários como a próxima jogada e se esquecem das jogadas seguintes que os outros jogadores podem desencadear. Como se estes comentadores, professores... em suma a tríade, não percebesse as lições 1 e 4 da "Teoria dos Jogos":
"Lesson #1: Do not play a strictly dominated strategy
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Lesson #4: Put yourself in others' shoes and try to figure out what they will do"
Voltemos a 2001, e coloquemos-nos na posição de um decisor que está prever o problema chinês e a equacionar quais as avenidas de actuação para o futuro. Há um esquema de 2006 que pode ser útil, "Faz sentido continuar a apostar num negócio?":
O decisor haveria de concluir que iria viver uma situação em que a sua empresa seria uma formiga num piquenique, incapaz de competir num mercado e com uma estratégia que daria vantagem competitiva a outros. Assim, teria de chegar à conclusão de que teria de fazer com que a sua empresa migrasse para uma outra situação competitiva onde pudesse ter uma hipótese de futuro.
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Usemos o esquema da figura para perceber as opções que se colocaram às empresas do sector de bens transaccionáveis, após a entrada da China no jogo:
Em que quadrante situar a empresa portuguesa típica e a empresa chinesa típica?
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Esta reflexão de Maio de 2010, "O choque chinês num país de moeda forte (parte II)", descreve, recorrendo ao exemplo do sector do calçado, o que aconteceu e as opções que as empresas tinham.
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O pensamento dominante, como analisa a situação numa perspectiva estática, nem equaciona movimentos no eixo das ordenadas, só admite variações no eixo das abcissas. Como, quer a empresa portuguesa-típica, quer a empresa chinesa típica, estavam no mesmo quadrante, o quadrante A:

A empresa portuguesa típica não tem qualquer hipótese de sobreviver a lutar de igual para igual, num confronto directo, com os seus concorrentes chineses.
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Assim, a reconversão das empresas que sobreviveram e das que prosperaram, passou por fugir do quadrante A. Evoluindo para estratégias associadas a entregas rápidas, a diferenciação, a marca própria, a flexibilidade, a customização, a inovação, a proximidade, a design, a autenticidade, a co-criação, a co-produção.
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Qual o impacte de uma eventual redução de salários na capacidade competitiva das empresas para fazerem frente ao chineses no quadrante A?
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Irrelevante, a competir com os mesmos produtos, o modelo de negócio é muito mais favorável aos chineses.
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Continua com: e as opções durante a reconversão no sector não-transaccionável?

Experimentar o impossível

Eu sei que Ries escreve sobre a sua experiência com tecnológicas:
"Software should be designed, written, and deployed in small batches.
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The batch size is the unit at which work-products move between stages in a development process.
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Small batches mean faster feedback. The sooner you pass your work on to a later stage, the sooner you can find out how they will receive it."
Mas este "Small batches mean faster feedback" pôs-me a pensar na evolução da produção em tantos sectores. Quem não tem hipóteses de competir pelo preço mais baixo, abraça estratégias assentes na produção de lotes mais pequenos (gama de produtos alargada, encomendas de menor dimensão e maior frequência de alterações aos produtos e planos de entrega):

E isto levou-me a pensar nos rituais instalados e herdados de uma outra época, das encomendas médias de grande dimensão. E isto levou-me a pensar no ritual das feiras onde os criadores de sapatos vão apresentar as suas colecções aos seus potenciais compradores. Em vez de feiras grandes onde os criadores apresentam uma enormidade cada vez maior de modelos e os compradores fazem as suas escolhas para toda uma época, não fará sentido evoluir para feiras conjugadas com outros mecanismos de apresentação das colecções, que permitam épocas mais ricas e uniformemente distribuídas?
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Como conjugar esta possibilidade com o actual calendário de produção? As empresas acabaram agora, em Agosto, de produzir para a época do próximo Inverno.
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Nestas coisas, a maioria esmagadora acha sempre impossível desafiar os calendários instalados, até que alguém, sem nada a perder, desesperado, resolver experimentar o impossível.
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Encomendas mais pequenas significam menos inventário para os saldos?
É possível tornar as prateleiras mais rentáveis, enquanto os concorrentes as dedicam aos saldos?

Trechos retirados de "Work in small batches"

segunda-feira, agosto 26, 2013

Curiosidade do dia

"Peixe mais barato na lota e mais caro à mesa"
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Um título destes convida logo a um "Temperatura mais alta no Verão e mais baixa no Natal" (no hemisfério Norte).
"Preço numa lota chega a ser dez vezes maior do que noutra. E consumidor paga três a quatro vezes mais. Governo estuda soluções"
Aquele "Governo estuda soluções" é a nossa desgraça do costume. Por que é que o Governo se tem de intrometer?
Se os pescadores querem ganhar mais dinheiro por que não se mexem?
Por que não mudam de modelo de negócio?
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Será que estes precisaram do Governo, "Without Seamless, Fewer Customers and Higher Margins"?
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Será que isto não podia servir de base para um rearranjo na distribuição, "Relay Foods Lets You Order Local Produce From Your Phone"?
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Subitamente, voltei à biblioteca dos livros mais antigos e folheei "A Felicidade Não se Compra" de Hans Helmut Kirst.

Duas boas notícias numa

"As exportações de vinho aumentaram 2,6% em valor nos primeiros seis meses do ano face ao período homólogo de 2012, tendo alcançado o melhor primeiro semestre desde 2010.
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Em comunicado, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) referiu que as exportações aumentaram 7,7% em preço médio no primeiro semestre de 2013, "apesar de um ligeiro decréscimo em volume", que não é quantificado pelo documento."
Aumento das vendas em dinheiro e vendas com melhores preços.
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Trecho retirado de "Exportações de vinho com melhor 1º semestre desde 2010"

Um BSC com as 3 gerações incorporadas

Quando falo no balanced scorecard (BSC) penso em 3 gerações:

  • a primeira - um conjunto de indicadores financeiros e não-financeiros distribuídos por 4 perspectivas;
  • a segunda - que acrescenta à anterior um mapa da estratégia, uma figura com as relações de causa-efeito que achamos plausíveis para explicar a estratégia. Os indicadores passam a ser determinados pelo conteúdo do mapa da estratégia;
  • a terceira - que acrescenta às anteriores um portefólio de projectos de mudança, as iniciativas estratégicas, que alinham os recursos da organização na execução, na implementação da estratégia. Sem esta terceira componente, o BSC não passa de um exercício interessante mas incapaz de promover a transformação da organização de hoje, capaz de gerar os resultados de hoje, na organização do futuro desejado, a única capaz de gerar os resultados do futuro desejado. 
Escrevo tudo isto por causa de "Closing the Chasm Between Strategy and Execution". Algures no blogue já chamei ao exercício de desenhar um mapa da estratégia, uma das actividades mais sexy da liderança de uma organização.
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Um BSC com as 3 gerações incorporadas permite não só alinhar as acções com a estratégia, como também permite comunicar a lógica da estratégia a quem não esteve envolvido no seu desenho.

Or are you Denis?

"Coddled Relatives Can Kill a Family Business"


domingo, agosto 25, 2013

Curiosidade do dia

"Os Governos receiam que o mercado funcione?Pois claro, porque quanto mais força tem o mercado, menos poder tem o Governo. O Estado está muito presente na economia e está-o cada vez mais também porque os nossos governantes são habilidosos em reforçar esse peso do Estado.
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Uma das coisas mais interessantes do nosso País é termos uma taxa de investimento muito alta. Mas para onde vai esse investimento? Vai quase todo para o sector não transaccionável, o sector próspero, que está protegido. O sector transaccionável, aquele onde está a grande maioria do potencial de crescimento de emprego, não vê um tostão."
Trecho retirado de "António Borges: Temos um regime dominado como o do Dr. Salazar"  (publicado originalmente em Abril de 2008)

Acerca do futuro do jornalismo

Muito bom!
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Em sintonia com as ideias que aqui defendemos ao longo dos anos. "Clark Gilbert’s five business model ideas that are changing the news industry"
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Mais de hora e meia sobre a diferenciação nos jornais, sobre o futuro dos jornais como especialistas, sobre o futuro dos jornais num tempo em que existe a internet.
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Bom, bom, bom!!!

Mongo também passa por isto

Claro, para os fanáticos das estatísticas como medidor da felicidade de um povo, isto só representa recessão, desemprego e menos impostos, "The drivers behind the rise of the collaborative economy".

Qualidade não é uma medida absoluta

Eis mais um postal interessante de Seth Godin "Misunderstanding quality":
"The 'quality' that most of the customer base wanted was cheap and easy, not museum quality.
This confusion happens all the time. Quality is not an absolute measure. It doesn't mean 'deluxeness' or 'perfection'. It means keeping the promise the customer wants you to make."
Ontem, ao final da tarde, durante o meu jogging, equacionei um caso em que tive o prazer de trabalhar durante o primeiro trimestre deste ano. Quando, durante uma reconversão económica, uma empresa vê os seus clientes começarem a diminuir porque migram para outras ofertas mais baratas, a tentação é mexer no produto/serviço, é mexer nas especificações e, por isso, muitas vezes acaba-se numa guerra de preços, numa espiral de destruição de valor. O que co-construímos neste caso, foi uma resposta baseada nos clientes-alvo, quem são e o que procuram e valorizam. Quem são e o que significa para eles "keeping the promise the customer wants you to make"?
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A tentação é assumir que "Quality is not an absolute measure. It doesn't mean 'deluxeness' or 'perfection'".
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Penso logo na facilidade com que um disruptor consegue entrar num mercado... os incumbentes, quase sempre, tomam a qualidade como uma medida absoluta e eles têm qualidade. Os novatos estão a aparecer com um produto/serviço que não chega aos calcanhares da dos incumbentes...
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Os incumbentes concentram-se no produto/serviço que oferecem, esquecem-se do que é que realmente é valor para os clientes. Esquecem-se que um produto/serviço é só um instrumento para realizar um trabalho na vida dos clientes.