domingo, dezembro 04, 2011
Recordações
Julgo já ter escrito que uma das principais razões para o início deste blogue, antes dele ganhar outras vidas, foi o de servir de repositório de memórias.
.
Ás vezes até arrepia pesquisar as memórias:
.
""É o maior aumento da última década""
.
"Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!"
.
Estivemos entregues à bicharada... gente demasiado orgulhosa para perceber aquele "First, do no harm!"
.
Como se reforma, será reformável? Como se reforma um regime para evitar que populistas aprendizes de feiticeiro dêem cabo de tudo?
.
Apetece fazer o paralelismo com as famílias com filhos obesos, não por questões hormonais, mas por falta de capacidade para impor limites...
.
Ás vezes até arrepia pesquisar as memórias:
.
""É o maior aumento da última década""
.
"Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!"
.
Estivemos entregues à bicharada... gente demasiado orgulhosa para perceber aquele "First, do no harm!"
.
Como se reforma, será reformável? Como se reforma um regime para evitar que populistas aprendizes de feiticeiro dêem cabo de tudo?
.
Apetece fazer o paralelismo com as famílias com filhos obesos, não por questões hormonais, mas por falta de capacidade para impor limites...
Aumentar o valor percebido
"The United States is becoming more educated faster than the economy would absorb educated workers."
.
Trecho retirado de "Who’s Dropping Out of the Labor Force"
.
"This has a lot of intuitive appeal, my concern is that when we think about the labor market failing to clear we mean to say that there are people looking for jobs who cannot find them.
.
If they stop looking this is not obviously a market failure. If it is in fact the case that the real wage is not enough to entice them to work, then they should not work.
.
If we were seeing a great stagnation, a supply shock, or even certain forms of hangover, this is how it should manifest itself and from a business cycle perspective does not represent any malfunctioning of the market system.
.
We might feel that this result is unfortunate but then what is truly unfortunate is that the marginal product of labor is too low." (Moi ici: Recordam-se das receitas seguidas por cá ao longo de décadas?)
.
Trecho retirado de "What Does The Decline in Labor Force Participation Tell Us"
.
"the marginal product of labor is too low" não podia estar mais de acordo!!!
.
E é a ser mais eficiente que se melhora a situação?
.
E é a reduzir os custos que se melhora a situação?
.
Não será aumentando o valor percebido pelos clientes durante a experiência de uso?
.
Trecho retirado de "Who’s Dropping Out of the Labor Force"
.
"This has a lot of intuitive appeal, my concern is that when we think about the labor market failing to clear we mean to say that there are people looking for jobs who cannot find them.
.
If they stop looking this is not obviously a market failure. If it is in fact the case that the real wage is not enough to entice them to work, then they should not work.
.
If we were seeing a great stagnation, a supply shock, or even certain forms of hangover, this is how it should manifest itself and from a business cycle perspective does not represent any malfunctioning of the market system.
.
We might feel that this result is unfortunate but then what is truly unfortunate is that the marginal product of labor is too low." (Moi ici: Recordam-se das receitas seguidas por cá ao longo de décadas?)
.
Trecho retirado de "What Does The Decline in Labor Force Participation Tell Us"
.
"the marginal product of labor is too low" não podia estar mais de acordo!!!
.
E é a ser mais eficiente que se melhora a situação?
.
E é a reduzir os custos que se melhora a situação?
.
Não será aumentando o valor percebido pelos clientes durante a experiência de uso?
sábado, dezembro 03, 2011
Un-marketing
A barreira anti-correio publicitário não solicitado do meu PC não funciona sem falhas e, por isso, este e-mail passou (sublinhados e destaques a vermelho são meus, assim como os comentários a azul):
.
"Exmos. Senhores
E escrevo eu acerca dos batoteiros e dos consultores de compra...
.
"Exmos. Senhores
Tomamos a liberdade de vos enviar algumas informações sobre a nossa empresa.
A […] é uma
empresa que implementa soluções integradas de vigilância em
vídeo e controlo de acessos.
Analisa e propõe sistemas de acordo com os
seus clientes. Desenvolve
sistemas à medida ou parametriza sistemas existentes, de forma a satisfazer os
objectivos dos seus clientes.
A […] tem-se
especializado também na área da transmissão remota de imagem, contemplando os
casos em que é necessário aceder a mais que um local ao mesmo tempo e em
diversas partes do mundo. Temos vários sistemas destes instalados não só no
continente e ilhas, mas também em algumas partes de África.
O maior desafio das empresas hoje em dia é acompanhar de forma eficaz as
rápidas e constantes mudanças do mercado, exigindo um esforço permanente de
modernização. Nesta perspectiva desde muito cedo começamos a relacionar-nos com os
melhores distribuidores e fabricantes …. O resultado de tudo isto, è um melhor serviço e uma maior
satisfação dos nossos clientes. (Moi ici: Elogio em boca própria é
vitupério)
Tendo em conta a enorme diversidade de equipamentos à nossa disposição, bem como a grande experiência
por nós adquirida ao longo dos anos, estamos certos de conseguir encontrar sempre
o melhor ponto de equilíbrio, entre: qualidade, funcionalidade e
disponibilidade de investimento.
O crescimento e desenvolvimento deve ser acompanhado por uma estratégia de
gestão adequada assente num rigoroso controlo económico e financeiro. Nesta
perspectiva a […] o não despercebe a necessidade de fazer com que os seus sistemas, além de
estarem vocacionados para a segurança, sejam também um verdadeiro auxiliar de
gestão. (Moi
ici: Não sei se percebi…)
Certos de podermos prestar um bom serviço, temos prazer em colocar à vossa disposição todo
o nosso saber e experiência, através de qualquer um dos nossos
elementos.
Cada Cliente é único e tem as suas próprias necessidades por isso privilegiamos o
contacto directo e personalizado,(Moi ici: E escrevem isto num e-mail não solicitado e sem qualquer personalização) no sentido de lhe proporcionar
as melhores soluções.
Anexamos a nossa actual campanha promocional que estamos certos irá ser do
vosso agrado.
Desde já, desejamos saber a vossa disponibilidade para a marcação de uma
reunião."
.E escrevo eu acerca dos batoteiros e dos consultores de compra...
.
Nesta mensagem é tudo acerca da empresa que me invadiu a caixa de correio... nós fazemos, nós temos, nós pensamos, nós estamos, nós podemos... típico da malta que vende tecnologia, ou que vende marca que se crê superior às outras... e o cliente?
.
Por que não imaginam uma situação concreta em que me podem ajudar?
.
Por exemplo: "Tem lido cada vez mais notícias sobre roubos e assaltos a armazéns de empresas? (Até pode juntar 2 ou 3 recortes de jornais para salientar a coisa) Tem receio que aconteça o mesmo na sua empresa?"
.
Assim, em vez de conversa sobre vocês, eu não quero saber nada sobre vocês, eu não vos conheço de lado nenhum... tentavam captar a minha atenção para algo que ressoasse dentro de mim, algo que me fosse familiar "Realmente... há dias, no estaleiro da XYZ roubaram uma carrinha e uma porrada de matéria-prima. Isto está cada vez pior... se calhar faz sentido pensar numa coisa destas"
.
Por que não desenham meia-dúzia de personas, e procuram na vossa experiência situações que possam ser traduzidas para histórias, para casos na vida de cada uma dessas personas?
.
Ah! Eu sei que custa o mesmo mandar um e-mail ou mandar 5000 mas podiam ter mais cuidado com as bases de dados que utilizam, é uma ilusão.
Como é que querem que o fantasma do crescimento futuro não nos atormente?
Leio este título "Directora-geral do FMI avisa que a Zona Euro "corre risco de perder uma década"" e sem ler o conteúdo da notícia penso:
.
Se andamos uma década a viver à custa de endividamento, ou seja, à custa da capacidade de crescimento futuro. Se andamos uma década, à custa de endividamento, a roubar crescimento e consumo do futuro... como é que queremos evitar que, mais tarde ou mais cedo, o fantasma do crescimento futuro, que nunca teve hipótese de acontecer, apareça para nos atormentar?
.
Se andamos uma década a viver à custa de endividamento, ou seja, à custa da capacidade de crescimento futuro. Se andamos uma década, à custa de endividamento, a roubar crescimento e consumo do futuro... como é que queremos evitar que, mais tarde ou mais cedo, o fantasma do crescimento futuro, que nunca teve hipótese de acontecer, apareça para nos atormentar?
Bom, bom era impedir que a China exportasse para cá
Qual a ironia que se esconde por detrás deste título?
.
.
A tríade argumenta que os trabalhadores chineses são escravos obrigados a trabalhar 16 horas por dia... conversa típica de quem não percebe os modelos de negócio talhados para o baixo-custo.
.
No livro World 3.0 de Pankaj Ghemawat encontrei este gráfico:
E se seguirem a hiperligação até podem começar a descontar a fatia de trabalhadores agrícolas que recebe muito menos mas também não compete com o Ocidente.
.
E mais, agora, os trabalhadores portugueses vão passar a ter horários de trabalho legais superiores aos dos trabalhadores chineses... não acham interessante?
.
"Exportações para a China crescem mais do dobro"
.
E não é só vinho, cortiça, sapatos e azeite... como é que Daniel Bessa explicaria isto? Ou um Medina Carrreira?
.
Não tenho a certeza, mas talvez tenha aprendido algo à frente da AICEP, talvez fosse uma oportunidade para Basílio Horta se vingar de uma humilhação pública (merecida) feita por Medina Carreira há anos num Prós e Contras.
.
.
A tríade argumenta que os trabalhadores chineses são escravos obrigados a trabalhar 16 horas por dia... conversa típica de quem não percebe os modelos de negócio talhados para o baixo-custo.
.
No livro World 3.0 de Pankaj Ghemawat encontrei este gráfico:
E se seguirem a hiperligação até podem começar a descontar a fatia de trabalhadores agrícolas que recebe muito menos mas também não compete com o Ocidente.
.
E mais, agora, os trabalhadores portugueses vão passar a ter horários de trabalho legais superiores aos dos trabalhadores chineses... não acham interessante?
.
"Exportações para a China crescem mais do dobro"
.
E não é só vinho, cortiça, sapatos e azeite... como é que Daniel Bessa explicaria isto? Ou um Medina Carrreira?
.
Não tenho a certeza, mas talvez tenha aprendido algo à frente da AICEP, talvez fosse uma oportunidade para Basílio Horta se vingar de uma humilhação pública (merecida) feita por Medina Carreira há anos num Prós e Contras.
Parece uma história tirada deste blogue
"A Ach Brito é empresa antiga, quase centenária (nasceu em 1918), e tão histórica que até detém duas marcas ainda mais velhas do que ela - Claus (1887) e Confiança (1894). Mas isso não impediu que, há cerca de 10 anos, todos os estudos requisitados recomendassem ao recém-empossado administrador e director-geral, José Fernandes, "feche isso ou faça investimentos para produzirem em grande escala". Ele não foi por aí. Preferiu honrar a história da produtora de sabonetes nortenha. E fê-la renascer das cinzas, "quase como a fénix" da mitologia." (Moi ici: Recomendam estudos a quem? A professores universitários encalhados na guerra do preço, presos à mitologia do custo? Por todo o lado, esta é a receita da tríade, só vêem o custo como a variável a manipular para seduzir clientes. Valor? Cadê? O que é isso? Em que folha de cálculo é que está? Não sabem o que isso é...)
...
"Antes, havia uma empresa que "não chegava aos dois milhões de euros" de volume de negócios, exportava pouco (cerca de 10%, só para EUA e Inglaterra), quase só vendia para o mass market (mercado de massas, com baixas margens de lucro), tinha "só um funcionário licenciado em cinquenta e tal" e funcionava numas instalações pequenas (1500 metros quadrados) e com material antiquado ("o principal grupo de produção não era revisto havia mais de 50 anos"). Agora, há "4,4 milhões de facturação", centenas de clientes ("já não dependemos do mass market, exportamos para cerca de 50 países"), 13 funcionários licenciados ("renovação feita com completa paz social") e instalações "com outra dignidade e equipamentos remodelados (que mantêm o processo de produção)". (Moi ici: Um dos motes deste blogue é que vamos a caminho de Mongo. Mongo é a metáfora que designa o futuro da economia mundial, cada vez mais variedade, cada vez mais picos na paisagem enrugada... Mongo será, a prazo, o fim do mass market)
...
"Desde que pegou na Ach Brito (vindo da seguradora Allianz), José Fernandes nunca quis desafiar as grandes empresas do sector. "Não queremos concorrer com Palmolive, Nivea ou Lux. Não era esse o caminho. O caminho era diferenciar, ir para nichos e abanar o mercado de uma forma diferente, não institucional. Com esse espírito, pusemos os sabonetes na moda e chegamos a sítios onde eles antes nunca se vendiam", descreve o administrador." (Moi ici: Sábias palavras!!! Eu não diria melhor!!! Perfeito exemplo da vida em Mongo. Diferentes empresas, no mesmo sector de actividade, podem ter muito sucesso se trabalharem para clientes-alvo diferentes, se estiverem em locais de venda diferentes)
.
Lembro-me da vetusta Ach. Brito ser num velho edifício, aqui receio estar a ser traído pela memória, de cor amarela, com as letas Ach Brito a preto, num perpendicular à Avenida de França, próximo da Rotunda da Boavista no meu Porto, entre casas de habitação.
.
Trecho retirado de "A Ach Brito renasceu e está pronta a "desafiar o futuro"
sexta-feira, dezembro 02, 2011
Muitos picos, muita arte
"In war, there can be only one winner. Not so in business, where companies like WalMart and Target can thrive and co-exist, each offering a different kind of value to its customers.
.
In sports, there is just one contest with one set of rules. Not so in business, which is more complex and open-ended. Within an industry, there can be multiple contests, not just one, based on which needs are to be served.
(Moi ici: o que muita gente ainda não percebeu foi esta evolução:
Quanto mais picos tem a paisagem competitiva enrugada mais hipóteses há de várias empresas, com diferentes clientes-alvo e diferentes propostas de valor, poderem prosperar em simultâneo no mesmo sector de actividade)
...
Here's the problem: When rivals all pursue the "one best way" to compete, they find themselves on a collision course, trapped in a destructive, zero-sum competition that no one can win. Everyone in the industry follows the same advice. Companies benchmark each other's practices and products. Customers, lacking meaningful choice, buy on price alone. Profitability deteriorates.
.
Instead, Porter urges a different kind of competition: compete to be unique. Focus on innovating to create superior value for your chosen customers, not on imitating and matching rivals. Give customers real choice and price becomes only one competitive variable. But understand that doing this profitably means accepting limits and making tradeoffs — you can't meet every need of every customer. Nothing is more absurd — and yet more widespread — than the belief that somehow you can do exactly what everyone else is doing and yet end up with superior results. (Moi ici: Por isso, já aqui escrevi que não existem boas-práticas universais, genéricas, aplicáveis a qualquer empresa de um sector)
.
Grasp the true nature of business competition and you'll see that the performing arts provide a better analogy than war or sports. There can be many good singers or actors — each outstanding and successful in a distinctive way. Each finds and creates an audience. (Moi ici: Recordar aqui e aqui) The more good performers there are, the more audiences grow and the arts flourish. This approach produces positive sum competition. Companies that do a good job can earn sustainable returns because they create more value. At the same time, customers benefit by getting real choice in how their needs are met.
.
What's your organization's underlying model of how competition works? It's a question well worth asking. If "best" is your model, you will follow the herd. Copycat products and services will always make sense. Growth at any price will seem reasonable. Acquisitions will always look better than they really are. How you think about competition will define the choices you make and your ability to assess those choices critically."
Here's the problem: When rivals all pursue the "one best way" to compete, they find themselves on a collision course, trapped in a destructive, zero-sum competition that no one can win. Everyone in the industry follows the same advice. Companies benchmark each other's practices and products. Customers, lacking meaningful choice, buy on price alone. Profitability deteriorates.
.
Instead, Porter urges a different kind of competition: compete to be unique. Focus on innovating to create superior value for your chosen customers, not on imitating and matching rivals. Give customers real choice and price becomes only one competitive variable. But understand that doing this profitably means accepting limits and making tradeoffs — you can't meet every need of every customer. Nothing is more absurd — and yet more widespread — than the belief that somehow you can do exactly what everyone else is doing and yet end up with superior results. (Moi ici: Por isso, já aqui escrevi que não existem boas-práticas universais, genéricas, aplicáveis a qualquer empresa de um sector)
.
Grasp the true nature of business competition and you'll see that the performing arts provide a better analogy than war or sports. There can be many good singers or actors — each outstanding and successful in a distinctive way. Each finds and creates an audience. (Moi ici: Recordar aqui e aqui) The more good performers there are, the more audiences grow and the arts flourish. This approach produces positive sum competition. Companies that do a good job can earn sustainable returns because they create more value. At the same time, customers benefit by getting real choice in how their needs are met.
.
What's your organization's underlying model of how competition works? It's a question well worth asking. If "best" is your model, you will follow the herd. Copycat products and services will always make sense. Growth at any price will seem reasonable. Acquisitions will always look better than they really are. How you think about competition will define the choices you make and your ability to assess those choices critically."
.
Trechos retirados de "Stop Competing to Be the Best" de Joan Magretta
Retrospectiva
Uma das vertentes do meu trabalho com as empresas passa por me armar em mago e prever o futuro.
.
Confesso que vou afinando a técnica cada vez mais:
- "O corte de cabelo que aí vem..."
- "27 meses depois"
- "Acordar as moscas que estão a dormir"
- "Temas que não são debatidos numa campanha eleitoral"
Em boa verdade o objectivo não é acertar, o objectivo é prever o tipo de cenários onde podemos ter de operar e, em vez de correr com as calças na mão atrás do prejuízo, preparar mentes e acções... até para tirar partido do que pode acontecer.
.
Lembram-se da frase do ministro Pinho?
Batoteiros, consultores de compra e raptos
Ao longo dos anos neste blogue, de quando em vez, quando a minha atenção está mais virada para o mundo do retalho, uso com frequência os marcadores:
.
It varies a lot by category, but only about 9% of U.S. retail sales are online today, and that rate is growing at only about 10% a year. ... In reality, what’s growing is physical retailers’ extension into a multichannel world. It’s not as though there’s a physical retail world and an online retail world, and as one grows, the other declines. They’re increasingly integrated. But physical stores will remain the main point of contact with customers, at least for the stores that take the lead in this integrated environment.
...
(Moi ici: Começa a sinfonia dos batoteiros e dos consultores de compra) How do you take the lead?
.
A store has got to be much more than a place to acquire merchandise. It’s got to help people enrich their lives. If the store just fulfills a specific product need, it’s not creating new types of value for the consumer. It’s transacting. Any website can do that. But if a store can help shoppers find outfits that make them feel better about themselves, for instance, or introduce them to a new device that can change the way they communicate, the store is adding value beyond simply providing merchandise. The stores that can do that will take the lead.
...
(Moi ici: Agora para o comércio tradicional sempre a queixar-se dos centros comerciais e a tentarem defender um modelo de negócio ultrapassado) So it’s not department stores’ size or location or physical capabilities that are their problem. It’s their lack of imagination—about the products they carry, their store environments, the way they engage customers, how they embrace the digital future. There’s nothing wrong with the capability. There’s a problem with the execution.
...
Think about the online experience today. What online does best is compete on price and, depending on your circumstances, convenience. That doesn’t create new value. It’s a race to the bottom—the lowest cost and fastest fulfillment. (Moi ici: Criar valor, fugir da guerra do preço, é a linha de orientação que as lojas de rua têm de assumir)
Quando penso em co-criação de valor, em valor durante a venda, durante a transacção, e em valor que emerge durante a experiência de uso, recordo logo um texto de Nirmalya Kumar, que não consigo localizar, que salienta a crescente importância do marketing no ponto de venda, na "prateleira".
.
Voltando a este postal "Da compra à experiência de uso... uma eternidade" e a este grito de Irene Ng "THINGS HAVE NO VALUE IN THEMSELVES", começo, com a minha linguagem colorida, a pensar em raptar pedaços da experiência de uso, para as usar em simulações no momento da compra para reduzir aquela eternidade e para reduzir as incertezas de que fala Irene Ng... quem é que faz isso? O consultor de compra. E quem é que pensa nisso? O batoteiro!
.
Tudo isto a propósito de um artigo publicado na revista Harvard Business Review deste mês de Dezembro "Retail Isn't Broken. Stores Are":
.
"HBR: Brick-and-mortar retailers are struggling, in part because of the growth of e-commerce. Is the traditional retail model broken?
.
Johnson: I don’t think the model is broken at all. Many stores are executing it very well. ... Physical stores are still the primary way people acquire merchandise, and I think that will be true 50 years from now.
.
Johnson: I don’t think the model is broken at all. Many stores are executing it very well. ... Physical stores are still the primary way people acquire merchandise, and I think that will be true 50 years from now.
...
Aren’t consumers dramatically shifting their buying to the internet?.
It varies a lot by category, but only about 9% of U.S. retail sales are online today, and that rate is growing at only about 10% a year. ... In reality, what’s growing is physical retailers’ extension into a multichannel world. It’s not as though there’s a physical retail world and an online retail world, and as one grows, the other declines. They’re increasingly integrated. But physical stores will remain the main point of contact with customers, at least for the stores that take the lead in this integrated environment.
...
(Moi ici: Começa a sinfonia dos batoteiros e dos consultores de compra) How do you take the lead?
.
A store has got to be much more than a place to acquire merchandise. It’s got to help people enrich their lives. If the store just fulfills a specific product need, it’s not creating new types of value for the consumer. It’s transacting. Any website can do that. But if a store can help shoppers find outfits that make them feel better about themselves, for instance, or introduce them to a new device that can change the way they communicate, the store is adding value beyond simply providing merchandise. The stores that can do that will take the lead.
...
(Moi ici: Agora para o comércio tradicional sempre a queixar-se dos centros comerciais e a tentarem defender um modelo de negócio ultrapassado) So it’s not department stores’ size or location or physical capabilities that are their problem. It’s their lack of imagination—about the products they carry, their store environments, the way they engage customers, how they embrace the digital future. There’s nothing wrong with the capability. There’s a problem with the execution.
...
Think about the online experience today. What online does best is compete on price and, depending on your circumstances, convenience. That doesn’t create new value. It’s a race to the bottom—the lowest cost and fastest fulfillment. (Moi ici: Criar valor, fugir da guerra do preço, é a linha de orientação que as lojas de rua têm de assumir)
Não me venham com essa conversa, please
O que dizer de uma empresa que trata assim o seu produto-em-curso-de-fabrico?
.
Please, não me venham falar de valor acrescentado, não me venham falar de produtos únicos... não me venham falar em produto desenhado para mim... isto é como ração para os cães das equipas cinotécnicas da GNR, ou para os cães de um canil mal afamado... o mais barato possível para se poder comprar muita quantidade.
.
Please, não me venham falar de valor acrescentado, não me venham falar de produtos únicos... não me venham falar em produto desenhado para mim... isto é como ração para os cães das equipas cinotécnicas da GNR, ou para os cães de um canil mal afamado... o mais barato possível para se poder comprar muita quantidade.
Ignorância minha
Quando li esta afirmação pela primeira vez: "Pires de Lima: "Com meia hora a mais aumentava 7% a produtividade"" critiquei a superficialidade da mesma.
.
O simples aumento de meia-hora de trabalho diário promove um aumento de 7% da produtividade?!?!
.
7% não será elevado de mais?
.
Como se usa a meia-hora a mais numa empresa, como a UNICER, que trabalha por turnos em contínuo, sem despedimentos? A lógica dos três turnos é aproveitar a capacidade produtiva instalada ao máximo... (Ignorância minha)
.
António Chora, sindicalista da Autoeuropa, chama a atenção dos encalhados:
.
"O responsável realça que esse reforço de horário permitiria produzir mais 18 mil unidades por ano, unidades essas que a casa-mãe não encomendou"
.
O simples aumento de meia-hora de trabalho diário promove um aumento de 7% da produtividade?!?!
.
7% não será elevado de mais?
.
Como se usa a meia-hora a mais numa empresa, como a UNICER, que trabalha por turnos em contínuo, sem despedimentos? A lógica dos três turnos é aproveitar a capacidade produtiva instalada ao máximo... (Ignorância minha)
.
António Chora, sindicalista da Autoeuropa, chama a atenção dos encalhados:
.
"O responsável realça que esse reforço de horário permitiria produzir mais 18 mil unidades por ano, unidades essas que a casa-mãe não encomendou"
.
O que Chora salienta é o que se passa na maioria das empresas, a restrição, o elo mais fraco da cadeia é a procura.
.
Basta recordar as 5 etapas de Goldratt na Teoria das Restrições, para recordar que reforçar um elo que não o mais fraco é contraproducente.
.
BTW, recordar este postal "Mitologia... tipo TSU" e estes dados:
.
"Produtividade/hora, com EUA igual a 100: a Europa produz 85 e Portugal 49.
Produtividade/pessoa, com EUA igual a 100: a Europa produz 75 e Portugal de 54."
.
Sempre a mesma loucura... antes de começarem com políticas sempre bem-intencionadas e desastrosas nas consequências não estudadas, não seria melhor estudarem o que existe por aí publicado sobre distribuição de produtividades intra-sectores?
.
E, por favor, não vão pela argumentação do presidente da Galp... só envergonha e põe a nu a sofisticação dos conceitos de gestão de quem a usa.
A caminho
"MakersFactory in Santa Cruz gears up for holidays with new 3D printer"
.
"Is 3D Printing the Future of Small Manufacturing?"
.
"Printrbot: Your First 3D Printer" (interessante a comunidade em torno deste e outros projectos, e o modelo de financiamento)
.
"Is 3D Printing the Future of Small Manufacturing?"
.
"Printrbot: Your First 3D Printer" (interessante a comunidade em torno deste e outros projectos, e o modelo de financiamento)
quinta-feira, dezembro 01, 2011
Stop digging!
Como comparo a Economia à Biologia, estes acontecimentos:
.
"Já por setores de atividade, os com maior número de insolvências neste período foram a indústria transformadora (973), a construção e obras públicas (832), os serviços (662), o comércio por grosso (659) e o comércio a retalho (639). Em termos percentuais, os setores que apresentam um maior aumento foram a electricidade, o gás, água (333,3%) e a agricultura, caça e pesca (90,6%)."
.
"Já por setores de atividade, os com maior número de insolvências neste período foram a indústria transformadora (973), a construção e obras públicas (832), os serviços (662), o comércio por grosso (659) e o comércio a retalho (639). Em termos percentuais, os setores que apresentam um maior aumento foram a electricidade, o gás, água (333,3%) e a agricultura, caça e pesca (90,6%)."
.
São equivalentes a uma grande mortandade... São sectores a sofrerem fortes transformações.
.
Acham que em Lisboa, na AR ou no governo, alguém faz uma ideia desta revolução, do seu significado, do seu impacte?
.
Ainda acham que os salários não vão baixar?
.
Mas mais estranho, ainda, é, empresários do sector continuarem a olhar para o futuro como uma repetição do passado, após esta confusão por que passamos actualmente.
.
.
Pensem bem... a EDP propõe-se pagar juros de 6% por obrigações a 2 anos. A EDP deve cerca de 15 mil milhões de euros. Será que vai continuar com o ritmo de obras do passado?
.
A construção civil não deve retomar nos próximos anos...
.
Stop digging!
.
Trecho retirado de "Insolvências aumentam 35,8%"
Adapt - últimos recortes
"Disruptive innovations are disruptive precisely because the new technology doesn’t appeal to the traditional customers: it is different and for their purposes, it’s inferior. But for a small niche of new customers the new disruptive product is exactly what is needed.
...
The problem for a market leader in the old technology is not necessarily that it lacks the capacity to innovate, but that it lacks the will. When a disruptive technology appears, it may confound an existing player because the technology itself is so radically different
...
More often, Christensen found, the problem was not technological but psychological and organisational: it is hard for a major organisation to pay much attention to a piddling new idea that makes little money and invites a yawn or a blank stare from important customers."
...
The problem for a market leader in the old technology is not necessarily that it lacks the capacity to innovate, but that it lacks the will. When a disruptive technology appears, it may confound an existing player because the technology itself is so radically different
...
More often, Christensen found, the problem was not technological but psychological and organisational: it is hard for a major organisation to pay much attention to a piddling new idea that makes little money and invites a yawn or a blank stare from important customers."
.
Eheheh... e quem é que recebe os apoios e subsídios?
.
A empresa grande, onde mais postos de trabalho estão em risco, onde há toda uma autoridade da tradição, do que sempre funcionou, sempre foi assim que fizemos... ou o tiro no escuro?
.
Pois, é isto que as políticas de apoio aos centros de decisão nacional, de apoio aos campeões nacionais, promovem.
.
Ultimo recorte do livro "Adapt - Why Success Always Starts With Failure" de Tim Harford.
.
Preocupante, acabar de ler e ouvir um livro que defende a tese de que tudo o que é demasiado grande para falhar, não testa, não experimenta, não selecciona, não se adapta... o mais provável é viver numa constante negação e em intrincados processos mentais que protegem a visão da realidade crua e nua:
.
"While denial is the process of refusing to acknowledge a mistake, and loss-chasing is the process of causing more damage while trying to hastily erase the mistake, hedonic editing is a subtler process of convincing ourselves that the mistake doesn’t matter. One way we do this is by bundling together losses with gains, like a child trying to eat some disliked healthy foodstuff by mashing it up with something tasty until the whole mess is palatable but unrecognisable. (Moi ici: Faz lembrar a última entrevista de Vitor Gaspar e a sua afirmação sobre o Estado Social)
...
A different psychological process, but with a similar effect on our ability to learn from our mistakes, is simply to reinterpret our failures as successes. We persuade ourselves that what we did was not that bad; in fact, everything worked out for the best." (Moi ici: Faz lembrar Cravinho, Paulo Campos, Marcelo Rebelo de Sousa, ...)
.
Sim... viver sob o poder de um Estado cada vez maior... sob a ilusão que a informática tudo resolve... oh boy! Kafka is so much alive! Kafka rules!!!
.
Sim... viver sob o poder de um Estado cada vez maior... sob a ilusão que a informática tudo resolve... oh boy! Kafka is so much alive! Kafka rules!!!
A vida económica é isto
Pode ler-se hoje "Calçado português mantém estratégia de internacionalização":
.
"O ano de 2012 será de dificuldades, mas a APICCAPS garante a manutenção de uma investida promocional de grande escala. O sector aposta no processo de internacionalização, com um investimento de 11 milhões de euros em promoções em mais de 30 países. A indústria do calçado portuguesa já exporta mais de 95% da sua produção, tendo conseguido garantir exportações no valor de quase 1,2 mil milhões de euros no ano, até Setembro, mais 21% face a igual período do ano passado."
"O ano de 2012 será de dificuldades, mas a APICCAPS garante a manutenção de uma investida promocional de grande escala. O sector aposta no processo de internacionalização, com um investimento de 11 milhões de euros em promoções em mais de 30 países. A indústria do calçado portuguesa já exporta mais de 95% da sua produção, tendo conseguido garantir exportações no valor de quase 1,2 mil milhões de euros no ano, até Setembro, mais 21% face a igual período do ano passado."
.
Apesar da TSU não ter baixado, apesar do euro continuar forte, apesar dos salários portugueses, apesar da legislação laboral portuguesa, apesar da diplomacia do croquete, apesar dos queixumes, apesar das parvoíces dos líderes associativos:
.
"Explorar e aproveitar todas as potencialidades do país, designadamente as geográficas (há que repensar e rever os grandes investimentos públicos (Moi ici: Ainda querem mais crédito sugado, drenado, roubado à iniciativa privada para apoiar o sector da construção?) no sentido de conjugar os excelentes portos marítimos que Portugal possui com a construção de vias ferroviárias, em bitola europeia, que permitam a circulação de comboios de velocidade alta para transporte de mercadorias, (Moi ici: Esta gente faz ideia do que é fazer circular as produções, pequenas séries, através de um meio de transporte que onde funciona, funciona a baixa velocidade, 60 a 80 km/h, e está desenhado para levar carvão, madeira, e tudo o que seja grandes quantidades em grande... Esta gente faz ideia do que representa para uma PME o custo do transporte m3/km num comboio de velocidade alta?... Esta gente provém da mesma cultura que cria estas coisas, estas aberrações. Reparem, uma coisa é falhar por não existirem dados, por estarmos na fronteira, por estarmos em "Cosmos Ingogniti" onde toda a gente sabe que "Hic esse dracones", outra coisa é falhar por não se estudar, por não se investigar, por se ser preguiçoso ou por se emprenhar pelo ouvido) aproximando Portugal do centro da Europa e dos Estados Unidos".
.
Apesar de tudo o que se listou acima e de muito mais, o sector exportador vai ter um bom ano. Eu sei que repito muito esta tabela,
mas ela tem de ser muito divulgada... (BTW, a Industria do Têxtil e Vestuário depois de em 2010 ter tido o melhor ano da década, em 2011 ainda vai ser melhor... e reparem na diferença de custos de mão-de-obra)
.
And now... something completely different:
.
"Frank Leung, the owner of a Hong Kong-based women’s footwear company, has flown to places this autumn he never imagined he would visit.
.
The owner of New Wing Footwear has been to Dhaka, Bangladesh, and Addis Ababa, Ethiopia, looking for alternative production bases to his factory in Dongguan in southern China. But despite searching far and wide, he has been disappointed.
.
The pressure to move is clear and growing. Labour costs in China have risen 15- to 20-per-cent annually over the past couple of years, squeezing margins and creating increasingly testing times for Guangdong, the engine room of Chinese manufacturing.
.
The rising costs – along with the rise in the yuan – have forced Mr. Leung to reduce head count in Dongguan from 8,000 three years ago to 3,000 today.
.
The wages in Bangladesh, he reports, are about 20 to 30 per cent of those in China. Workers also work 48-hour weeks against the legislated norm of 40 hours in China.(Moi ici: Afinal o operário chinês vai trabalhar menos horas que o português... e eu que pensava, pelo que escrevem os jornalistas portugueses e os dirigentes da ATP que os operários chineses eram escravos... #ironia) The government is offering a 10-year tax holiday.
.
But instead of sounding ebullient, Mr. Leung is shell-shocked. “They have crazy traffic congestion and everyone uses a generator in factories [because the power supply is erratic],” he says. “The logistics make it very hard to work efficiently”.
.
A couple of weeks after his trip to Dhaka, Mr. Leung flew to Addis Ababa. Wages were even lower than those in Bangladesh but he could not find the supporting industries, such as manufacturers of shoe soles and cardboard. “Ethiopia has less congestion but it is in the middle of nowhere,” he says. India’s oppressive poverty put him off altogether after a visit to Chennai. Now Mr. Leung is uncertain whether he will move production from China after all."
.
The owner of New Wing Footwear has been to Dhaka, Bangladesh, and Addis Ababa, Ethiopia, looking for alternative production bases to his factory in Dongguan in southern China. But despite searching far and wide, he has been disappointed.
.
The pressure to move is clear and growing. Labour costs in China have risen 15- to 20-per-cent annually over the past couple of years, squeezing margins and creating increasingly testing times for Guangdong, the engine room of Chinese manufacturing.
.
The rising costs – along with the rise in the yuan – have forced Mr. Leung to reduce head count in Dongguan from 8,000 three years ago to 3,000 today.
.
The wages in Bangladesh, he reports, are about 20 to 30 per cent of those in China. Workers also work 48-hour weeks against the legislated norm of 40 hours in China.(Moi ici: Afinal o operário chinês vai trabalhar menos horas que o português... e eu que pensava, pelo que escrevem os jornalistas portugueses e os dirigentes da ATP que os operários chineses eram escravos... #ironia) The government is offering a 10-year tax holiday.
.
But instead of sounding ebullient, Mr. Leung is shell-shocked. “They have crazy traffic congestion and everyone uses a generator in factories [because the power supply is erratic],” he says. “The logistics make it very hard to work efficiently”.
.
A couple of weeks after his trip to Dhaka, Mr. Leung flew to Addis Ababa. Wages were even lower than those in Bangladesh but he could not find the supporting industries, such as manufacturers of shoe soles and cardboard. “Ethiopia has less congestion but it is in the middle of nowhere,” he says. India’s oppressive poverty put him off altogether after a visit to Chennai. Now Mr. Leung is uncertain whether he will move production from China after all."
.
Percebem o fluxo das situações? A China deu cabo da anterior geração de estratégias que imperavam em Portugal. A evolução a funcionar... experimentar, morrer (falir), experimentar e seleccionar as alternativas mais interessantes (as que dão dinheiro), criou a nova geração de estratégias que estão a começar a dar os seus frutos nas PMEs portuguesas, não à custa do preço mais baixo mas de outras propostas de valor. Agora, é o próprio sucesso do modelo chinês que acelera a sua queda por dentro... têm de abandonar modelos mentais tornados obsoletos e avançar eles próprios na escala de valor para abastecer o próprio mercado interno, com cada vez mais poder de compra e cada vez mais exigente.
.
A vida económica é isto... e isto sempre funcionou até que uns caramelos resolveram meter o Estado, com o dinheiro dos contribuintes saxões, a apoiar as empresas com melhores contactos, em vez de deixar a evolução fazer o seu serviço.
Why being human is the only way to win
Seth Godin aborda um tema que aprendi com MacGyver: como vencer Sandy.
Depois de o ouvir, fica tão clara a explicação deste gráfico:
Depois de o ouvir, fica tão clara a explicação deste gráfico:
quarta-feira, novembro 30, 2011
As pessoas não são todas iguais
Uma das muitas razões para a enorme heterogeneidade intersectorial das empresas está nas pessoas que as lideram.
.
Steve Blank em "When Lack of Nerve Is Your Biggest Obstacle":
.
"Bob was in the wrong business, not the wrong market. He wanted certainty, comfort and security."
.
Steve Blank em "When Lack of Nerve Is Your Biggest Obstacle":
.
"Bob was in the wrong business, not the wrong market. He wanted certainty, comfort and security."
.
Coragem de dizer a verdade (parte II)
O que escrevi esta manhã acerca dos vitivinicultores, assenta como uma luva, também, aos olivicultores:
.
""O preço do azeite está muito baixo. Há três anos que estabilizou em baixa. Nesta campanha, a qualidade da nossa azeitona é elevada, com cerca de 1,5 a 2 por cento de maior rentabilidade, e é vendida a um preço similar ao do ano passado. Não é justo", lamentou." (Moi ici: Marxianismo entranhado... a visão de que o preço tem de ser definido na óptica do produtor, não na óptica do jogo da oferta e da procura)
.
Quem ganha neste processo, segundo José Falcão, "é o intermediário, que vende a azeitona no lagar ao quilo e não pela sua qualidade ou rentabilidade na transformação em azeite"." (Moi ici: Faz algum sentido esta frase? O intermediário ganha porque vende a azeitona ao quilo no lagar e não pela sua qualidade ou rentabilidade na transformação em azeite!!! Queixam-se que o intermediário é preguiçoso e, por isso, não retira mais dinheiro da azeitona e, por isso, não lhes paga mais... então, por que não se juntam (os produtores) e suprimem o intermediário? Ou, por que não seleccionam e segregam a azeitona, entregando a de menor qualidade ao intermediário e procuram uma alternativa de escoamento para a de qualidade superior?)
.
""O preço do azeite está muito baixo. Há três anos que estabilizou em baixa. Nesta campanha, a qualidade da nossa azeitona é elevada, com cerca de 1,5 a 2 por cento de maior rentabilidade, e é vendida a um preço similar ao do ano passado. Não é justo", lamentou." (Moi ici: Marxianismo entranhado... a visão de que o preço tem de ser definido na óptica do produtor, não na óptica do jogo da oferta e da procura)
.
""Este tem sido um dos principais problemas com que se debate o setor, que põe em causa a nossa rentabilidade e sustentabilidade", afirmou..
Quem ganha neste processo, segundo José Falcão, "é o intermediário, que vende a azeitona no lagar ao quilo e não pela sua qualidade ou rentabilidade na transformação em azeite"." (Moi ici: Faz algum sentido esta frase? O intermediário ganha porque vende a azeitona ao quilo no lagar e não pela sua qualidade ou rentabilidade na transformação em azeite!!! Queixam-se que o intermediário é preguiçoso e, por isso, não retira mais dinheiro da azeitona e, por isso, não lhes paga mais... então, por que não se juntam (os produtores) e suprimem o intermediário? Ou, por que não seleccionam e segregam a azeitona, entregando a de menor qualidade ao intermediário e procuram uma alternativa de escoamento para a de qualidade superior?)
.
""Este ano, tivemos uma alta produção em azeitona de mesa, mas parte dela vai para o processo de transformação em azeite e os lagares incorporam-na juntamente com as outras variedades a um preço médio abaixo do seu real valor", disse." (Moi ici: Duh! De quem é a azeitona? Quem é que aceita que o destino da azeitona de mesa seja a transformação em azeite? Por que é que esta gente não levanta a cabeça, não pára por um momento para equacionar a hipótese de romper com a tradição e, em vez de fazerem o elo que será cada vez mais mal pago, não chamam a si outros elos e outras oportunidades de negócio?)
Trechos retirados de "Azeite/Alentejo: Produtores da região de Elvas defendem aumento do preço"
.
Sigam o exemplo dos vossos vizinhos do norte, esqueçam a produção pela produção, aí o negócio é o preço mais baixo e quem não acompanhar "a prensagem" não tem hipóteses. Apostem numa marca, num nicho, fujam do granel.
.
Agora só falta aparecer a mamã-Estado, na pessoa da ministra Cristas, para salvar as crianças com uns subsídios e uns apoios que, mais uma vez atrasarão a chegada de um futuro melhor para quem trabalhar para isso
Treta e opiniões em torno da abordagem por processos
Retirei esta figura:
Do livro "The Power of Business Process Improvement - 10 Simple Steps to Increase Effectiveness, Efficiency, and Adaptability" de Susan Page.
.
Algumas críticas da minha lavra:
Do livro "The Power of Business Process Improvement - 10 Simple Steps to Increase Effectiveness, Efficiency, and Adaptability" de Susan Page.
.
Algumas críticas da minha lavra:
1 Process name: "Budget Process" - Processo orçamento!?!? Um processo é acção, é actividade, é verbo. Onde está o verbo na designação do processo?
.
2 Description (purpose) - Definir o propósito, a finalidade de um processo é muito importante. Isso implica definir para que é que o processo existe, isso implica explicitar os entregáveis desejados. O exemplo do livro define apenas o âmbito do processo.
.
3 Scope (boundaries) - Start - o exemplo começa por um verbo, por uma acção. Essa acção pertence ao processo ou é exterior? Prefiro usar substantivos, coisas, para ilustrar o que de concreto desencadeia um processo, e o que resulta como entregável de um projecto. Por exemplo End - ilustra uma coisa concreta que sai do processo.
.
4 Process responsibilities - O exemplo lista actividades que se realizam durante o processo. Prefiro fazer, sob este campo das responsabilidades, a identificação das funções intervenientes. Quem colabora, quem tem de executar, quem tem autoridade para tomar decisões.
.
5 Client needs - Prefiro traduzir as necessidades dos clientes em indicadores e metas que permitem monitorizar o desempenho do processo
.
6 Measurements of success - Prefiro traduzir a "conversa" em indicadores com metas ou critérios de passa/não-passa. Muitos anos no mundo da qualidade vacinaram-me contra a conversa da treta "A process viewed as a reliable tool for use..."
.
Como vêem, aos meus olhos, muita treta anda por aí à conta disto dos processos.
Subscrever:
Comentários (Atom)






