domingo, novembro 27, 2022

A grande reconfiguração


The failure of covid zero. Likely to have major implications for China and the rest of the world. pic.twitter.com/EhTn774i9A
— Olivier Blanchard (@ojblanchard1) November 25, 2022

Ontem, alguns tweets de Sofia Horta e Costa foram sobre:
Por isso é que todas as PMEs portuguesas exportadoras com que interajo estão cheias, cheias de trabalho. Por exemplo, esta semana estive com empresa que quase fechou em Janeiro deste ano e hoje está cheia de trabalho até ao final de Abril de 2023. Por isso, é que tanta empresa desespera com a falta de trabalhadores. (BTW, quem pode pagar melhor, um fabricante de sapatos ou de camisas ou um fabricante de máquinas? Não é uma questão de lucro, é uma questão de valor acrescentado. Por isso, os flying geese model. Por isso, o adeus Lituânia).

Algures entre 2008 e 2013 li, numa revista ou jornal americano, um texto onde alguém defendia que a WalMart devia receber o prémio Nobel da Economia por ter controlado a inflação americana com o recurso à produção chinesa.

Julgo que parte do aumento da inflação que sentimos agora resulta também do fim da China como fábrica do mundo, o fim das GVC (global value chains), o regresso da produção ao Ocidente tem a implicação de preços mais altos.

sábado, novembro 26, 2022

Demografia é destino

"Em 2021, residiam em Portugal 10 343 066 pessoas, menos 219 mil do que em 2011. A perda de 2,1% de população foi a segunda quebra desde o século XIX - a outra redução foi registada na década de 1960 devido à elevada taxa de emigração. E não fosse o aumento dos imigrantes, a quebra populacional seria ainda maior. Em 2021, os estrangeiros residentes em Portugal eram 542 314, mais 37,5% do que os registados em 2011. A maior comunidade era a brasileira (quase 200 mil), mas os dados revelaram "o forte crescimento" de outras comunidades, como a nepalesa e do Bangladesh. [Moi ici: Nas minhas viagens de camioneta pelo interior norte do país durante esta semana, despertei para este movimento até agora desconhecido para mim, a quantidade de asiáticos que já circulam pelo país]
...
O envelhecimento agravou-se: por cada 100 jovens há 182 idosos, em 2011 eram 128.
...
Em média, no país, por cada 100 que se reformam apenas 76 entram no mercado de trabalho. Em 2011, este valor de novos trabalhadores era de 94. A pirâmide etária evidencia, aliás, que a maior quebra populacional é nos grupos em idade ativa dos 25 aos 39 anos."

Por um lado a demografia a actuar. Do outro, a atracção pela perspectiva de uma melhor recompensa (ver Nem imaginamos o que pode vir por aí). Vai ficar pior. Pensem nos direitos adquiridos.

Trechos retirados de "Um quinto da população vive em 1% do território" no JN da passada quarta-feira. 

sexta-feira, novembro 25, 2022

A previsão mais fácil de todas. Socialismo = Sildávia!

No passado Domingo escrevi aqui um postal, Para reflexão, em que referia que a produtividade (euros por hora trabalhada) na Roménia tinha crescido 921% entre 1995 e 2021 (enquanto em Portugal tinha crescido  apenas 123%).

Agora na capa do Caderno de Economia do semanário Expresso de hoje temos:


Vejam só o trajecto da Roménia:
Nos últimos 7 anos já fomos ultrapassados por 4 ou 5 países empobrecidos pelo comunismo, nos próximos 2 seremos ultrapassados pela Roménia e pela Letónia.

Socialismo de direita e de esquerda, esquecer a criação de riqueza e focar tudo na distribuição, do que se criou e do que não se criou, leva-nos até aquela previsão de 2008: à Sildávia.


Só temos o que merecemos como povo. Riqueza sustentável não é um objectivo directo, é uma consequência do que se faz de forma sistemática.







quinta-feira, novembro 24, 2022

Inovação, produtividade e impostagem

"Innovation requires investors that are willing to bear high risk and have a relatively long investment horizon. They also suggest that policies that discourage firm risk-taking are likely to reduce innovation. One example is corporate taxation. We developed a simple a model of firms' innovation decisions to illustrate how the current asymmetric tax treatment of profits and losses influence innovation investments and industry productivity in market equilibrium."

Trecho retirado de "Innovation, Firm Risk and Industry Productivity" de Mika Maliranta e Niku Määttänen

quarta-feira, novembro 23, 2022

Nem imaginamos o que pode vir por aí

Na minha apresentação para sexta-feira vou falar da tal competição a dois níveis pelos trabalhadores, a competição com os concorrentes e com os não concorrentes (a geração seguinte dos flying geese) capazes de pagarem muito melhores salários por causa do salto de produtividade.

Entretanto, uma mão amiga ontem mandou-me este artigo, "Ingenieurmangel im Maschinenbau verschärft sich weiter" e alertou-me para o acentuar de uma outra competição:

"Precisa-se desesperadamente de engenheiros: apesar dos altos preços da energia e das preocupações com a economia, a necessidade entre os engenheiros mecânicos da Alemanha é maior do que nunca.

...

cerca de duas em cada três empresas (67 por cento) atualmente têm vagas.

...

Em conexão com os preços da energia, a necessidade de engenheiras é imensa", relatou o vice-presidente da VDMA, Henrik Schunk. Apenas uma em cada três empresas pesquisadas pode, portanto, preencher as vagas conforme planejado. Os obstáculos particularmente grandes são a escassez de trabalhadores e a falta de qualificações. Cada um dos quatro construtores de máquinas declarou que nenhum encontra pessoas com as habilidades de que você precisa.

...

Segundo a pesquisa, a maioria das 519 empresas pesquisadas (cerca de 60%) espera que o número de engenheiros continue crescendo até 2027. Isto aplica-se sobretudo às áreas de investigação e desenvolvimento, bem como à construção. “A longo prazo, o problema de recrutamento de jovens é o desafio número um para os fabricantes de máquinas. Isso se aplica não apenas a engenheiros, mas também a trabalhadores qualificados""

terça-feira, novembro 22, 2022

Convite acerca da produtividade

Workshop: 25 novembro 2022 - 15h00 - Sanjotec, São João da Madeira

Título: Dialogar - "Semana 4 Dias" - Produtividade - Bem Estar - Saúde Mental.

Próxima sexta-feira vou apresentar um conjunto de ideias sobre produtividade e locais de trabalho saudáveis. O quão imperativo é termos locais de trabalho saudáveis para aumentarmos a produtividade. O grosso da comunicação é sobre o que é a produtividade e como se mede e, por fim, relaciono o seu aumento com locais de trabalho saudáveis.

O tema ainda se tornou mais premente para mim quando numa conversa ontem senti o desespero de um empresário de uma PME que paga acima da média, que dá seguro de saúde e dois bónus anuais aos trabalhadores e, mesmo assim, não arranja gente para trabalhar.

segunda-feira, novembro 21, 2022

Industria 4.0 e pessoas - again

O meu parceiro das conversas oxigenadoras é muito crítico de muito do que se diz e escreve sobre a Indústria 4.0. Recordo:
Ontem no Twitter encontrei esta thread:

Segue-se a thread:

"So yr understanding of industrial machines is sorta adequate to how most of them worked 30 years ago. Back then they were kinda autonomous: you buy them and they work. Maybe you need to buy spare parts, but that’s it. Because they were mechanical. No computer -> no disconnection.

...

Modern machines are different. Computer control. Graphical User Interface. You don’t need to control it with your hands like 30 years ago. You may not even need to code like 15 years ago. You can often pick a button on a screen -> I want *this* component design from the online bank 

...

When we discuss modern high-end tools, we should understand that this physical object is merely an element of the integrated ecosystem. It’s not worth much without access to the cloud. This makes Industrie 4.0 concept efficient but vulnerable

...

Now Russian military industry is sometimes closer to Industrie 4.0 than even the German one. That’s understandable. The Russian leadership has huuuge trust in machines and very little trust in people. Russian managerial culture is much more technocentric than German

...

I think if Russian leadership could produce high-end weaponry without those dirty filthy workers, they would totally do it. They just can’t. But wherever possible they tried to get closer to this goal. Whenever possible they would try to minimize human participation in production

...

You don’t trust your workers. Understandable. You integrate everything into an automated Industrie 4.0-ish system. But you still rely on human competencies. It’s just that you outsourced them abroad and are now totally dependent upon foreign expertise. You are on life support."

 Exagero meu?

domingo, novembro 20, 2022

Para reflexão

Lembram-se da fábrica de meias lituana que veio para Portugal e os jornais regozijaram-se?

Eu recordo de Julho de 2021- Ultrapassados pelo Leste.

Eu recordo a evolução salarial na Lituânia, de Maio deste ano - A caminho da Sildávia ao vivo e a cores, mais um pacotão.

Entretanto, ontem no Pordata analisei os dados sobre a evolução da "Produtividade do trabalho por hora trabalhada (Euro)". Reparem na evolução da produtividade na Lituânia:


Todo o bloco de países da Europa de Leste está a crescer em produtividade muito mais do que Portugal. Mesmo as humildes Roménia (cresceu 921%) e Bulgária (428%).

Ninguém se interroga a sério sobre o que se passa neste país.


sábado, novembro 19, 2022

"Todas as capitais de distrito vão ter comboios"

"Todas as capitais de distrito vão ter comboios"

Pensamento magico num país sem dinheiro, envelhecido, demograficamente desequilibrado entre o litoral e o interior. E ninguém questiona o poder sobre a razoabilidade da intenção?

Quem pagará a festa?

Ó! É só propaganda.



sexta-feira, novembro 18, 2022

"we devalue management practices at our peril"

"For decades, business thinkers and the executives who look to them for insight have elevated the visionary, inspirational leader over the useful yet pedestrian good manager. But evidence all around us suggests that we devalue management practices at our peril: What we've come to denigrate as mere management (done by those who are merely managers) is incredibly difficult and valuable.

...

The so-called Great Resignation has been quite telling in this regard. The people quitting in droves haven't done so because their company's top executive is insuficiently visionary or inspirational. Rather, people have quit lousy jobs - jobs that lack autonomy, variety, or opportunities to grow; jobs that pay poorly and don't reward performance fairly; jobs that aren't clearly defined and structured; jobs that lack guardrails that prevent chronic overload and frustration. They've also quit their direct bosses, whose lack of everyday managerial competence, trustworthiness, inclusiveness, and care is no longer tolerable. And they've quit organizations that have breached their psychological contracts with employees by violating the unwritten rules of trust, fairness, and justice. 

...

Why are these problems so ubiquitous and enduring? Because organizations and top teams downplay or ignore how hard it is simply to be a good manager to skillfully hire, engage, develop, coach, supervise, evaluate, and promote people. Leadership workshops are widely available, but they tend to center on high-level concerns and spend little to no time teaching these critical, fundamental skills. Most managers aren't held accountable for building and exercising them, nor are they given sufficient psychological safety to focus on developing these basics, which people often assume anyone with a brain can readily master. Instead, they've internalized the strong message that qualities like strategic vision and executive presence matter much more, leaving them and their organizations poorly equipped to deal with reality.

...

We recently conducted extensive research with nearly 2,200 participants from multiple countries and documented a strong preference for all things leadership over management. Across multiple samples, the majority of people believed that prototypical leadership behaviors are harder to learn and more valuable than management behaviors, and by a hefty margin, they saw the designation leader as more flattering than manager. They were also more likely to want to hire and pay more for someone with strong leadership skills than for someone with strong management skills, even when the role clearly called for the latter. It was hard to get people to override this preference, even when we slowed them down and asked them to name the most important capabilities for the role before making their decisions. What we found, in short, was strong, persistent evidence of the "romance of leadership" others have described, where notions of leadership are based on conscious, rational assessment only loosely, if at all. So much for the decades of scholarship and teaching about matching people to situations."

Estes temas andam na minha mente por estes dias. PME exportadoras cheias de trabalho, por causa do efeito China et al, e com grandes dificuldades de planeamento. 

Trechos retirados de "Saving Management From Our Obsession With Leadership

quinta-feira, novembro 17, 2022

Satisfação dos clientes - inquéritos ou entrevistas?

Há dias, durante este webinar "Measurement, Analysis, and Improvement According to ISO 9001:2015"  recebi uma pergunta mais ou menos deste teor:

“Most companies find it difficult to measure customer satisfaction. Response rates for surveys is poor & does not serve the purpose. Data is scattered here & there in emails and no centralized analysis is done. Any comments?”

A minha resposta andou em torno de: Talvez os inquéritos a clientes não sejam o melhor método para a maioria das situações. Talvez as empresas usem inquéritos a clientes porque é um método fácil, não porque seja a melhor abordagem. A sua empresa tem um software de CRM? Por que não trabalhar com a sua área comercial para aproveitar as informações que lá estão? A sua empresa trabalha nas instalações dos clientes a fazer reparações ou instalações? Por que não usar algum pedido de feedback para essas interacções enquanto o seu pessoal está por lá? Não quero soar ou ser rude, mas acho que a maioria das empresas recebe o que merece pelo pouco investimento que faz (e não falo de dinheiro, mas de qualidade de pensamento) para obter feedback dos seus clientes. Depois, pouco fazem com isso também. A maioria quer ter um número para se satisfazer com ele.

Outra pergunta em torno do mesmo tema mereceu uma resposta do tipo: Por exemplo, recentemente conversei com uma directora da qualidade muito aborrecida porque apenas 30% dos clientes responderam ao inquérito de satisfação. Tive que animá-la e chamar a sua atenção para o facto de que 30% não é nada mal. Mais importante é entender que informações serão extraídas desse inquérito. Não devemos perder a oportunidade de comunicarmos directamente com os clientes sobre a sua experiência.

Entretanto, ontem li:
"For many organizations, surveys like this qualify as “talking to the customer.” They’re ubiquitous – appearing in hotel rooms, after online purchases, and in hospital emergency departments. But do they really qualify as customer consultation? Or are they a symptom of an isolated management just putting on a show of interest? What can be done instead?

The obvious answer is to talk with customers directly.
...
If only they knew just how simple and straightforward a customer interview process can be, and how rich the rewards, if you know how to ask the right questions.
...
If you’re like a lot of people, your initial response might be: “Twelve clients? The sample is too small. It’s not enough to tell you anything useful.”

But in conversations with clients, you’re after quality not quantity. You want to know how they think about issues and how they make decisions. You want to get inside their minds. You want to get a feel for their needs, wants and pain. You can’t get that from a questionnaire.
...
The short answer is: you need enough interviews to get to the point at which you hear nothing new and material is being repeated – so called “saturation”. You can, it turns out, reach this point surprisingly quickly.
...
When it comes to obtaining customer input, executives often think a multiple-choice survey will be the most cost-effective option. They have their place, of course, such as if you want to know the percentage of people who liked or disliked something. But these instruments are shallow and derivative at best, and at their worst they can be annoying and counterproductive. So don’t let them become an excuse for not talking to the customer."

Trechos retirados de "Customer Surveys Are No Substitute for Actually Talking to Customers

quarta-feira, novembro 16, 2022

Curiosidade do dia

 


Vamos à Primark? Sim, depois vamos à Stradivarius.

"Deixem as empresas morrer" ao vivo e a cores

"Deixem as empresas morrer!"

Este é o meu mantra. Deixar as empresas morrer tem uma grande virtude, deixa que seja o mercado a decidir quem merece ou não merece sobreviver, ou dar a volta e prosperar. Recordar A morte das empresas a dois níveis. Outra opção que não esta é deixar que seja um artificialismo qualquer a tomar a decisão e, por isso, manter ou desviar recursos escassos para outros projectos mais produtivos. Nunca esqueço a frase de Daniel Bessa em 2007:

"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"..."

Muitas vezes ouvimos: “Temos de apoiar as empresas a aumentarem a sua produtividade!”

Sim, é uma boa intenção, mas muitas vezes o que acontece é o que é descrito por Spender em “Apesar das boas intenções”. Onde escrevo: 

“Acredito que muitos subsídios são gastos assim. Apesar das boas intenções, o dinheiro vai para empresas que até podem renovar máquinas, mas que não vão renovar estratégias e abordagens, teimando nas receitas tornadas obsoletas e prejudicando as empresas que satisfazem o mercado mas não dominam os biombos e corredores do "poder".” Ou “demasiadas vezes os apoios são usados para compensar custos” e dar fôlego ao condenado."

O caderno de Economia do semanário Expresso no último fim de semana traz um artigo sobre a EFACEC (nunca esquecer o que escrevemos aqui desde o primeiro dia, apesar do coro de comentadores económicos, políticos e governantes estarem do lado contrário - "Lives of quiet desperation"). O artigo “Há empresas a crescer à boleia da Efacec - Vestas, EDP. Siemens, Jayme da Costa e Telcabo absorvem quadros da Efacec. I-Charging foi criada de raiz” ilustra o que acontece quando as empresas zombie morrem: os recursos produtivos são desviados para outros projectos mais produtivos.

“Nacionalizada em meados de 2020, a Efacec tem vindo a esvaziar-se dos seus quadros de topo nas áreas de engenharia e comercial. Profissionais que saem da empresa -outrora um dos empregos mais desejados por quem acabava o curso de engenharia - para se juntarem a novos projetos. Numa altura em que se vive um momento de grande expansão e dinamismos nos sectores da mobilidade elétrica, da energia solar, a procura por profissionais com experiência é grande e a oferta vasta.

...

E desde que foi anunciado que a venda à bracarense DST não iria avançar, a debandada de trabalhadores acentuou se, sabe o Expresso, atingindo agora também os trabalhadores das fábricas. As empresas que trabalham nos mesmos sectores admitem que tem havido mais pessoas oriundas da Efacec a bater-lhes à porta. Os trabalhadores receiam que a solução que venha a ser encontrada pelo Estado não lhe seja favorável, e já estão à procura de alternativas.

...

Mas não só. Houve um projeto criado de raiz, por um profissional que cresceu na Efacec, e que está expandir-se, chama-se I-Charging. É uma empresa de produtos de base tecnológica e fabricante de carregadores elétricos rápidos, e vai já a caminho da segunda fábrica. Foi fundada pelo engenheiro Pedro Moreira, que trabalhou quase três décadas e meia na Efacec, e foi diretor-geral da mobilidade elétrica. Profissional de grande qualidade e focado na inovação, acabou por atrair para o seu projeto, sabe o Expresso, as primeiras linhas da mobilidade elétrica da Efacec os engenheiros, os quadros vocacionados para a gestão de projetos e qualidade e os comerciais.”

Por fim, tenho de discordar desta frase:

“A prova de que a Efacect em e tinha muito valor é que está a dar vida e a ajudar a crescer várias empresas em Portugal", afirmou um antigo quadro da empresa, que pediu para não ser identificado.”

Não! A Efacec é um exemplo típico de uma empresa que destrói valor. Só assim se explica que a empresa valha mais separada e vendida aos bocados do que como um todo. Isto faz-me sempre lembrar o ballet Gulbenkian.

Como diz Nassim Taleb em O intervencionismo ingénuo (parte II) - “no stability without volatility.”

terça-feira, novembro 15, 2022

Semana de 4 dias e produtividade?

O meu parceiro das conversas oxigenadoras é da opinião de que o tema da semana dos 4 dias é bom para introduzir o tema da produtividade. 

Os empresários quando chamados a falar sobre a semana dos 4 dias chutam para canto, fica mal, parece mal dizer que ela é impossível. O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, numa entrevista no Expresso Economia do passado dia 11 de Novembro faz o mesmo, chuta para canto. No entanto, Vítor Bento aproveita a deixa para introduzir o tema da produtividade:

“A redução do tempo de trabalho é “uma tendência natural da vida”, como já tem acontecido historicamente e também por via do desenvolvimento tecnológico, mas Vítor Bento considera que a semana de quatro dias não devia ser testada primeiro em Portugal. "Tenho dúvidas se Portugal, sendo um país com um problema sério de produtividade, deva ser pioneiro nessa evolução. Temos um défice de produtividade”, diz "Qual o interesse de Portugal em querer ser pioneiro?”, questiona o presidente da APB, tendo já uma resposta sobre qual deva ser a prioridade: “Uma verdadeira estratégia nacional devia ser aumentar a produtividade do país, para que o nível de vida das pessoas pudesse melhorar e serem mais felizes."
...
O presidente da APB aponta muitos fatores para o défice de produtividade: “Os custos de contexto, muito pesados em Portugal, o peso muito grande de sectores que são pouco produtivos; e a tese que perfilho quanto à nossa estrutura industrial, isto é um peso excessivo de Pequenas e Média Empresas (PME)." 

Penso que Vítor Bento comete um erro quando culpa as empresas existentes pela baixa produtividade:

o peso muito grande de sectores que são pouco produtivos; ... peso excessivo de Pequenas e Média Empresas

Não concordo! Já por várias vezes escrevi aqui no blogue acerca do mastim dos Baskerville.

A responsabilidade não é de quem está, esses dão o melhor que podem e sabem. O desafio é perceber quem não está e porquê. Porque é que não surgem entre nós empresas com níveis de produtividade semelhantes às da Europa mais rica?

Por exemplo, quando oiço os comentários de que as empresas deveriam ter benefícios fiscais para se juntarem e crescerem em tamanho sorrio. Por acaso as empresas europeias mais produtivas são versões maiores das empresas portuguesas? Por acaso as empresas europeias mais produtivas produzem o mesmo tipo de produtos só que são mais competitivas pelos ganhos de escala? Por acaso o dinheiro da Europa metido e aplicado de boa-fé nas PME ajuda-as a aumentar a produtividade?

Lembrem-se, uma oficina de bate-chapas de bairro que ganha o suficiente para pagar aos fornecedores, aos trabalhadores, ao estado e ainda dá um lucro mixiruca é mais produtiva que a EFACEC e a TAP.

Quando Vítor Bento diz "“Uma verdadeira estratégia nacional devia ser aumentar a produtividade do país" será que ele percebe o que é que isso implicaria em termos de destruição criativa? Aposto que Vítor Bento não conhece Maliranta:
"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants."

Nem o que significa - The "flying geese" model, ou deixem as empresas morrer!!! 

O que diria Vítor Bento se em 1992, a gestão da Fábrica de Mindelo decidisse encolher drasticamente para salvar a empresa e aumentar a produtividade?

Não sei se são custos de contexto, mas para mim o desafio de dar um salto na produtividade passa por aplicar a receita irlandesa - Tamanho, produtividade e a receita irlandesa porque - Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas.

O tema da semana dos 4 dias tem a virtude de nos despertar para a realidade dos sapos que vão sendo cozinhados lentamente quando se percebe a impossibilidade de a praticar no nosso mundo dos bens transaccionáveis.

E por que não a podemos praticar?

  • Porque não temos a mesma criação de valor acrescentado (esta é a mais importante)
  • Depois, para complicar ainda mais a situação, porque gerimos mal os nossos recursos e não somos eficientes.

segunda-feira, novembro 14, 2022

Acredita no jornalismo da SIC?

No passado Sábado na SIC assisti a um "artigo televisivo" sobre a antiga Fábrica de Mindelo. A certa altura ouvi:

"Sucessivos erros de gestão originaram um passivo de 55 milhões de euros"

Ou seja, para a SIC a falência da antiga Fábrica de Mindelo deveu-se a erros de gestão, deveu-se a factores internos e não a factores externos.

Depois, a certa altura apanho esta imagem:

Hummm! Isto cheira-me a design gráfico da treta ... vamos fazer um teste:

Bem me parecia, a SIC apresenta um gráfico de barras que não começa a partir de zero. Ou seja, comete um erro básico! Usam um gráfico enganador. O que é que isto diz sobre a qualidade do jornalismo da SIC?

Acham mesmo que a Fábrica de Mindelo faliu por sucessivos erros de gestão?

O que diriam sindicatos, trabalhadores, governos, paineleiros e políticos da oposição se em 1992 a direcção da Fábrica de Mindelo decidisse encolher a empresa e despedir várias centenas de trabalhadores?

O que diriam se a direcção da Fábrica de Mindelo apresentasse o argumento dos dinossauros azuis, pretos e vermelhos? Recordar As mudanças em curso na China - parte II. E para os que querem empresas maiores para aumentar a produtividade, mas não querem deixar morrer empresas nos sectores tradicionais recomendo de 2012 - 198 trabalhadores, e de 2017 recomendo O século XX continua por cá (parte II). Neste último postal salienta-se a evolução das empresas têxteis grandes em Portugal a partir da entrada da China no mercado global.



BTW, no jornal de Domingo na RTP1 alguém, só ouvi, não vi a imagem, defendia com grande enfase que a Inditex comprava em Portugal por causa das práticas de sustentabilidade da indústria têxtil ... como é possível acreditar nestas tretas? Recordo Coerência e ambiente (parte III)

domingo, novembro 13, 2022

Continuamos no país do Chapeleiro Louco.

No Dinheiro Vivo de ontem na entrevista com Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal em "Não é possível ter semana de quatro dias sem pessoas, é prematuro abrir a discussão" encontro no lead: 

"Falar da redução do período de trabalho numa atividade que serve 24 horas por dia, todos os dias do ano, é, para a vice-presidente executiva da AHP, um não-assunto. Numa altura em que vários setores do país se veem a braços sem trabalhadores, Cristina Siza Vieira defende que são precisos "emigrantes" e quer ver acelerados os acordos de mobilidade com os países da CPLP. Ao executivo de António Costa levanta o cartão vermelho por não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à criação de emprego e à melhoria dos salários dos trabalhadores. À TAP pede que evite as greves agendadas para dezembro e alerta sobre o impacto que a paralisação poderá ter no turismo neste fim de ano."

Primeiro, "não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à criação de emprego".  Estranho! Cristina Siza Vieira passa a entrevista a dizer que o país se vê a braços sem trabalhadores, que é preciso importar imigrantes, porque serão precisos incentivos à criação de emprego?

Segundo, "não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à melhoria dos salários dos trabalhadores". Estranho! Por que é que num país que se vê a braços sem trabalhadores, o orçamento de estado deveria apoiar a melhoria dos salários? Se uma empresa não consegue suportar a competição salarial deve fechar, deve permitir que os seus recursos sejam naturalmente melhor aproveitados por outros com produtividades superiores. 

Terceiro, "defende que são precisos "emigrantes". A tal externalização dos problemas. Não há trabalhadores? Importam-se! Mas depois também se importam necessidades que as empresas não querem assumir: "Ainda não tenho feedback positivo para dar. Não sei se teremos notícias para tão breve quanto desejariamos. Há outras situações que temos de resolver, como a questão da habitação, por exemplo. O grosso dos hotéis não tem capacidade de alojamento dos seus trabalhadores."


sábado, novembro 12, 2022

Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte IV)

Recordar a parte II.

Agora, dados de Janeiro a Setembro das exportações portuguesas de bens. Os polegares ao alto no canto direito da tabela mostram os sectores que continuam a crescer na percentagem acumulada, ou seja, as exportações de 2022 continuam a acelerar face a 2019.



Comparando com o acumulado de Janeiro a Setembro:




sexta-feira, novembro 11, 2022

Cash, then value, then growth

Há tempos, a trabalhar com uma empresa que estava em modo de sobrevivência, na sequência do covid e de uma série de anos de erosão competitiva, ouvi o lamento de que até ao final do ano iam perder 5 trabalhadores que se tinham demitido.

As pessoas vêem o seu poder de compra a cair, vêem a prestação da casa a aumentar, como não são funcionários da TAP nem são funcionários públicos, sabem que a empresa não está em condições de aumentar os salários. Por isso, optam por arranjar emprego noutra empresa com nível salarial maior.

- Ó Carlos como é que a gente sai disto?

- 2022 dá-nos uma pista. Aproveitar o balão de oxigénio da China, enredada nas teias do Covid zero e no receio ocidental de eventuais sanções na sequência de um ataque a Taiwan, para recuperar tesouraria. Tesouraria é ter liberdade, é ter graus de liberdade. Depois, trabalhar para as margens, começar a ser selectivo e exigente com os clientes. Tem a certeza de que ganham dinheiro com esta encomenda grande que falámos há minutos? Isto não pode voltar a acontecer. Não se podem iludir com quantidades de algo muito complexo de fabricar. Perdem dinheiro, pagam para trabalhar.

Ontem, encontrei esta resposta resumida de uma forma mais eloquente no livro "Deliver What You Promise", de Bali Padda:

Primeiro, manage for cash. Depois, manage for value. Por fim, manage for growth.

quarta-feira, novembro 09, 2022

Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte III)

"For starters, the political environment of the last half decade or so has shifted rapidly. Part Trump, part COVID and supply chain SNAFUs and part post-Russian invasion of Ukraine, the time is ripe to bring more of the production and manufacturing of US-destined goods back to the US. There are natural advantages to operating in the US as well--thanks to shale, Americans have some of the lowest-cost energy in the world. And thanks to the US' millennial baby-boom, we have a large cohort of relatively young people to lead consumption for decades to come."

Recordar os dois postais - Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte II) 

Trecho retirado de "Trade and Reshoring in the USA



terça-feira, novembro 08, 2022

"think again of your biology as economic"

Vervaeke has done it again!!!

Episódio 30 - - Awakening from the Meaning Crisis - Relevance Realization Meets Dynamical Systems Theory


A partir do minuto 32 já ouvi o vídeo três vezes!

A relação entre biologia e economia, tão cara a este blogue, expressa em toda a sua força.

A certa altura sorrio e percebo uma analogia que nunca tinha feito. A teoria da evolução não requer a existência de um Arquitecto Celeste capaz do design inteligente. E eu pensei nos que acreditam que um qualquer governo sabe qual é a melhor estratégia a seguir pelos negócios. 

O que se segue é poesia bio-económica:
"… what I want to argue is: there's no essential design on fitted ness.
Some things are fitted in this sense precisely because they are big, some because they are small, some because they are hard, some because they are soft, some because they're long-lived, some because they are short-lived, some because they proliferate greatly, others because they take care of a few young, some are fast, some are slow, some are singular cellular, some are multicellular. [Moi ici: Isto é sobre Mongo!!! Uma paisagem competitiva super enrugada. Cada vez me convenço mais que o modelo económico do século XX foi um fenómeno passageiro. BTW, os despedimentos em curso em organiações como a Meta fazem-me recordar o que escrevi sobre as plataformas e o "não é winner-take-all"]

Like nothing. Nothing because the answer for that of course is deep and profound because the environment is so complex and differentiated and dynamically changing that niches, ways in which you can fit into the environment in order to right promote your survival autopoietic, are varied and changing. See, this is Darwin's insight, there is no essence to design, and there is no essence to fitted ness. If you try and come up with a theory of how organisms have their design, I'm using this in quotation marks, in terms of trying to determine or derive it from the essence of design you are doomed because it doesn't exist.

Darwin realizes; he didn't need such a theory. He needed a theory about how what's relevant, in this biological sense, but a theory about how an organism is fitted. How it is constantly being designed, and redefined by a dynamic process. See, fitted ness is always redefining itself, reconstituting itself, it is something that is constantly within a process of self-organization because there is no essence, and there is no final design on fitted ness. [Moi ici: Isto é voltar ao meu Verão de 2007 e à leitura de Beinhocker - "So who was the winner? What was the best strategy in the end?"]  Fitted ness has to constantly be redesigning itself in a self-organizing fashion so it can constantly pick up on the way a in which the world is constantly varying and dynamically changing. [Moi ici: Se mais empresas percebessem isto ... se mais empresas percebessem a mensagem da Red Queen - Tem de se correr para ficar no mesmo sítio!!! Se mais empresas percebessem que a sobrevivência não é mandatória e que há que trabalhar para merecer um futuro. Um futuro que será necessariamente diferente do presente. Um futuro que sorrirá a quem melhor se preparou para ele. Se mais empresas percebessem que têm de correr como o Legolas da imagem acima, porque é mesmo isto que acontece, mesmo quando o "mar parece calmo"

There is no essence to fitted ness, but I don't need a theory of fitness all I need is a theory of how fitted ness is constantly being realized in a self-organizing fashion. That's exactly what the theory of evolution is."

Depois, próximo do minuto 43:
"think again of your biology as economic. This is again part of Darwin's great insight. Now you know, don't be confused. Here, when a lot of times when people hear economic they hear financial economy, but that's not what an economy is, an economy is a self-organization, a self-organizing system that is constantly dealing with the distribution of goods and services."

segunda-feira, novembro 07, 2022

Auditorias - Para reflexão

"Despite decades of efforts and numerous initiatives to improve labor practices in apparel supply chains, worker rights violations continue to be rampant in low-cost countries. Increasing pressure from advocacy groups, financial analysts, and the media to address such incidents has led Western brands, NGOs, and third-party certification bodies to develop a plethora of diverse auditing programs that vary in terms of goals, scope, and commitment.

However, the potpourri of assessments (certifications, third-party audits, brand audits, and self-assessment audits) remain ineffective, and in fact conditions in many factories appear to be getting worse since the pandemic began. Audits and assessments are difficult for factory owners to navigate and have contributed to the high levels of audit fatigue seen throughout the industry. In our interviews with factory owners, we discovered that Tier 1 facilities dedicate extensive resources and personnel to ensure that they pass the variety of audits they are subject to throughout the year. But somehow, these audits are not curtailing many of the fundamental human rights violations in extended apparel supply networks."
As auditorias não ficam bem vistas.


domingo, novembro 06, 2022

Acerca do evolução do desemprego

É interessante olhar para os números dos boletins mensais de estatística do IEFP com informação sobre a evolução do desemprego face ao mês anterior e face ao mês homólogo:


Segundo os dados do IEFP (Agosto e Setembro de 2022), por cada trabalhador da indústria que vai para o desemprego, vão outros 5 no grupo dos serviços. 

Nos serviços!
Não se pense que a criação de desemprego nesta altura do ano se deve ao fim dos contratos de Verão no sector turístico. Não, o sector do alojamento e restauração contínua a criar emprego. Por cada novos 50 desempregados vindos dos serviços, 38 vêm do sector "Admin. pública, educação, atividades de saúde e apoio social".

Entretanto, o INE liga os empresários ao tema em "Economia já começou a perder emprego e empresários antecipam cenário pior até janeiro". Estranho! 

"Ainda de acordo com o instituto oficial, os indicadores prospetivos de curto prazo (próximos três meses) relativos ao emprego no setor privado estão todos em declínio acentuado.

A maioria dos mais de quatro mil empresários e gestores de topo ouvidos pelo INE indicam que estão a cortar a fundo nos planos de emprego até janeiro, pelo menos. Pode ser contratar menos, não contratar, despedir ou não renovar contratos.

No caso da indústria e da construção essas perspetivas caíram para o nível mais baixo desde o pior momento da pandemia (final de 2020, início de 2021).

O INE faz estes inquéritos de confiança a cerca de 4300 empresários: 1000 são empresários ou gestores da indústria transformadora, 600 da construção e obras públicas, 1100 do comércio, 1400 dos serviços.

Outro indicador fundamental que não está a melhorar é o do investimento industrial. Quase 78% dos gestores abordados dizem que vai ficar igual ao que está ou pior."


sábado, novembro 05, 2022

A morte das empresas a dois níveis

O que quero dizer com "deixem as empresas morrer"?

Vejo o tema em dois níveis, ou duas perspectivas diferentes:

  • a perspectiva da empresa individual; e 
  • a perspectiva da sociedade.
Quando afirmo "deixem as empresas morrer" estou a pôr-me na perspectiva da sociedade. Como sociedade, precisamos que empresas menos produtivas deixem de actuar como zombies que consomem recursos que poderiam estar a ser usados noutras áreas da economia, ou noutras empresas, e não os rentabilizam de forma adequada. Sem a morte de empresas não há flying geeses capazes de acompanhar o aumento da produtividade das sociedades mais dinâmicas economicamente. Recordar Maliranta e Taleb, recordar Hausmann e os seus macacos que não voam, apenas trepam árvores. Recordar Portugal não irá crescer se continuar a “exportar ‘mais do mesmo’”

Ainda recentemente usei a pirâmide de Larreché:
A economia portuguesa só alcança a produtividade média europeia através da originação de valor. Recordar o exemplo irlandês - produtividade irlandesa: empresas nacionais versus empresas internacionais.

Vejamos a gora a perspectiva da empresa individual. Cada empresa individualmente deve fazer tudo o que é ética e legalmente possível para sobreviver. Ninguém de fora deve ter autoridade ou poder para dizer que uma empresa deve morrer porque ...

Cada empresa individual, tendo em conta o seu contexto interno e externo, tendo em conta os requisitos e as expectativas das suas partes interessadas, deve trabalhar para capturar mais valor ou para extrair mais valor. Recordar Marn e Rosiello:
Também se aumenta a produtividade vendendo melhor ou sendo mais eficiente, mas nada bate a capacidade de aumentar preços sem perder clientes, algo que só se consegue com a base da pirâmide de Larreché. 

Assim, enquanto como cidadão defendo que a sociedade deve deixar as empresas morrerem, como consultor trabalho para apoiar as empresas individuais a darem a volta quando estão em más circunstâncias. Ou a melhorarem o que já está bem, mas tem de melhorar porque amanhã as partes interessadas (clientes, trabalhadores e o sócio-estado) vão querer mais. Até porque se as empresas de mais baixa produtividade morrerem todas hoje não há empreendedores suficientes para pôrem a render os recursos entretanto libertados. Recordar Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas.

E algumas, não todas, das empresas com baixa produtividade, quando encaram de forma sistemática o desafio do aumento da produtividade para sobreviver, descobrem dentro de si recursos adormecidos, desprezados, inúteis, que se tornam preciosos para uma vida 2.0 onde as regras do jogo mudam e a empresa pode começar a viver, mais do que sobreviver. Como, por exemplo, aconteceu com o calçado quando mudou de modelo de negócio e de cliente-alvo e passou a vender sapatos que se vendem na loja a 300€ e não a 30€.

Fornece apoio técnico ...

De ontem cito: 

““O Estado não oferece qualquer contrapartida financeira, mas fornece apoio técnico às empresas participantes(através de um serviço especializado em assessorar as empresas nesta mudança),"

E recordo:


 

sexta-feira, novembro 04, 2022

E estamos entregues a isto...

Ainda na sequência do tema 4 dias e produtividade.

Ainda a propósito da produtividade e da semana de 4 dias foi pedagógico ler o texto de Maria Lurdes Rodrigues no JN de ontem, “Quatro dias por semana”. Pedagógico porque ilustra como é Portugal. Um país de palpites, de fezadas, de querer copiar o que os outros fazem porque sim.

O meu barbeiro, o comandante L, cobra-me 8 euros por um corte de cabelo. Como esteve em Londres no mês passado aproveitou, por curiosidade para ver os preços do corte de cabelo em Londres. Julgo que me referiu um valor próximo do equivalente a 30 euros. Será que um barbeiro londrino é mais produtivo que um barbeiro gaiense em número de cabeças trabalhadas por hora? Nope! Então, como justificar a diferença? Aprendi com Erik Reinert, a boleia dos outros sectores. Como ele escreveu, um motorista de autocarro sai de Luanda e vai trabalhar como motorista de autocarro em Copenhaga e passa a ganhar 5 ou 6 vezes mais a fazer praticamente a mesma coisa. Ou um cavador de Lahore que vem para Almeirim, deve ganhar 8 ou 9 vezes mais.

A festa que Lurdes Rodrigues propõe encontra-se justificada em:

“Nos países da OCDE, os trabalhadores portugueses são dos que mais horas trabalham por ano, enquanto holandeses, alemães, dinamarqueses e franceses dos que usufruem de horários mais reduzidos. Há certamente, em Portugal, problemas de produtividade relacionados com a qualificação dos trabalhadores e a organização do trabalho, ou défices de competência empresarial e de gestão que explicam piores resultados com mais trabalho. Porém, horários de trabalho prolongados são parte do problema, não da solução. Menos horas de trabalho tornariam possível a promoção de políticas efetivas de aprendizagem ao longo da vida, [Moi ici: Lurdes Rodrigues quer obrigar as pessoas a usar o que será o seu futuro tempo livre, o seu tempo, para o usarem em formação? Lurdes Rodrigues acha que o trabalhador comum considera a frequência de formação uma festa? Lurdes Rodrigues acha que a baixa produtividade pode ser colmatada com mais formação dos trabalhadores? E se a baixa produtividade não resulta da maior ou menor contribuição dos trabalhadores, mas das decisões dos gestores, ou sobretudo da capacidade dos gestores?] proporcionando condições para que jovens e adultos com mais baixas qualificações completassem ou atualizassem as suas competências. Com os horários de trabalho atuais, mesmo com cursos pós-laborais, é muito difícil o sucesso alargado daquelas políticas. [Moi ici: Aí vem a fezada!!! Se diminuirmos o tempo de trabalho, os desmotivados operários conseguirão produzir 20, ou até mesmo mais, 30% de unidades e, assim, mais do que compensador as horas com um aumento da produtividade. Uma verdadeira festa!!!] Talvez tenha chegado a hora de contrariar mais um mito e demonstrar que é possível aumentar a produtividade diminuindo o tempo de trabalho e aumentando salários.

Entretanto, no Expresso online apanho mais uma pérola, “Governo apresenta semana de 4 dias: vem sem corte de salário e com redução de horas semanais. Será voluntária e reversível”:

““O Estado não oferece qualquer contrapartida financeira, mas fornece apoio técnico às empresas participantes(através de um serviço especializado em assessorar as empresas nesta mudança), [Moi ici: Eheheheh! Isto cheira-me a negócios ao estilo Stayaway. Que empresa(s) vai/ão fornecer tal tipo de serviço? |Onde adquiriram know-how? Como o validaram? Que experiencia têm?] com o foco na alteração dos processos internos e na resolução dos problemas que naturalmente surgem com uma mudança organizacional deste âmbito”, lê-se no texto da proposta, ponto único do CPCS de quarta-feira.”

Não acreditam em Lurdes Rodrigues e na sua fezada? Reparem como com 4 dias é possível aumentar a produtividade da Herdmar.

Não acreditam em Lurdes Rodrigues e nos seus palpites? Reparem como com 4 dias os trabalhadores desperdiçariam menos tempo a fumar e a tomar café.

E estamos entregues a isto... 

Até dá vontade de copiar os meus conhecidos, conspiracionistas, e adivinhar em tudo isto uma conspiração do governo para acelerar a morte de empresas existentes e libertar recursos para uma nova economia. 

quinta-feira, novembro 03, 2022

4 dias e produtividade

Ontem colocaram-me esta questão via Whatsapp:

"Bom Dia Carlos, tenho observado sobre o que é dito sobre a semana de 4 dias, que a produtividade se mantém. Se a produtividade se apenas se mantém com menos horas de trabalho, o resultado final é a diminuição de faturação ou a menor criação de riqueza? A produtividade terá que aumentar para tudo ficar igual? será?"

Primeiro, recuo a 2019 e a 2009 com Aquilo que qualquer gestor de pessoas numa empresa que trabalha 24 horas por dia e 7 dias por semana sabe.

Qual o output de uma organização, um produto físico ou um serviço intangível?

Se o output é um produto físico menos horas de trabalho é menos quantidade produzida, logo a produtividade baixa. Dizer que a produtividade aumenta porque as pessoas ficam mais motivadas, porque têm mais tempo livre, é o mesmo que dizer que a produtividade pode ser baixa porque as pessoas são preguiçosas. A produtividade que interessa é independente da maior ou menor motivação das pessoas, depende do valor do produto.

Se o output é um serviço intangível, penso que devemos considerar duas possibilidades:

  • serviço de baixo valor acrescentado;
  • serviço criativo de alto valor acrescentado.
Quanto ao primeiro tipo, este recorte do Público de ontem diz tudo:
Quanto ao segundo tipo, acredito que será possível conciliar menos horas de trabalho com mais produtividade horária, uma vez que a facturação não depende do contador de horas, mas da qualidade do que resulta durante as horas trabalhadas.



quarta-feira, novembro 02, 2022

Usar o passado para avançar para o futuro

Em tempos aqui no blogue escrevi:
"O repovoamento e o revigoramento do interior começa quando a ideia de copiar o litoral é substituída por um sentimento de individualidade que leva a apostar naquilo em que pode fazer a diferença, naquilo que pode ser a sua essência."

Algures, num outro postal que não consigo localizar, escrevi que as localidades do interior deveriam olhar para o seu passado para encontrar o que poderia ser a base para o seu futuro. ... Já o consegui localizar, é de Outubro de 2012 - A riqueza da terra.

Recordei isto tudo ao começar a ler "To See the Way Forward, Look Back":
"using the purpose to inspire strategies, policies, and operational decisions that remain true to your company’s essence while positioning it for future success.
...
To use the past as a pathway to the future, leaders must first excavate the company’s early history, arriving at a deep understanding of how and why it came to be. ... that excavation can include various subprocesses, such as discovering key elements of the past, assessing or interpreting it in the new context of the present, and reclaiming it as “authentic” for use by the company. The goal is to grasp the very essence, or “soul,” of the organization as best one can—not just the founding ideals, ambitions, and purpose that animated stakeholders, but also the values that informed that early thinking and the principles or heuristics that drove day-to-day decision-making." 

Depois, o acaso no Twitter levou-me a "Stuck in a 'Dead-End' Job? Consider Steve Jobs's Advice on Connecting the Dots by Looking Backward". O propósito do texto é outro, mas o título ajusta-se à mensagem inicial. 

terça-feira, novembro 01, 2022

Again, deixem as empresas morrer!

Domingo passado publicamos aqui - E noção?

Falta de mão de obra, baixa produtividade, empresas que precisam de apoio para pagar o salário mínimo ...

Entretanto:

"O próximo ano adivinha-se difícil. De acordo com as previsões da Allianz Trade, que foram divulgadas esta quinta-feira, as insolvências deverão subir cerca de 20% em Portugal, por efeito do agravamento das pressões inflacionistas, bem como devido à crise energética e às perturbações nas cadeias de abastecimento.

“Este ano, o crescimento do número de insolvências entre as empresas portuguesas deverá ser de cerca de 2%. Contudo, o cenário deverá alterar-se de forma muito significativa em 2023: a Allianz Trade estima uma subida de 20% das insolvências”, projeta a seguradora, numa nota divulgada esta manhã.

...

Entre os vários países europeus, os analistas da Allianz Trade antecipam que a economia francesa vai enfrentar uma subida de 46% das insolvências neste ano e de 29% no próximo ano. Já a Alemanha deverá assistir a uma subida de 5% das insolvências em 2022 e uma expansão de 17% em 2023."

Deixem as empresas morrer! Deixem os recursos serem encaminhados naturalmente para quem é mais produtivo.

Trechos retirados de "Insolvências devem subir 20% em 2023 por causa da crise energética e cadeias de abastecimento

segunda-feira, outubro 31, 2022

Oficialmente ...

No tempo de Passos Coelho ... lembram-se da sexta-feira 7 de Setembro de 2012? Sei a data por causa de Crédito fácil e barato. Nesse dia o primeiro ministro de então disse, olhos nos olhos, o que pretendia fazer sobre a TSU. Era mais transparente e claro, era o mundo dos orçamentos pré-cativações.

No tempo de Passos Coelho como primeiro ministro eu criticava os orgãos de comunicação social por se focarem no sofrimento das pessoas e não darem uma luz de esperança sobre o que poderia ser o futuro.

Hoje, vejo Passos Coelho como um caseiro que aplicou a receita da troika, mas que ele próprio não a entendia. Por isso, a sua incapacidade para um discurso de esperança sobre o futuro. A sua grande virtude foi dizer não aos "funcionários" do BES dentro do governo.

Assim, Setembro de 2013 chegou como uma surpresa para quase todos - E falta um mês para Agosto de 2013!!! e E Agosto de 2013 chegou. BTW, (Vítimas são presas).

Ontem, ao ouvir o telejornal da noite da TVI dei comigo a pensar que tinha regressado ao tempo da troika, por causa do tempo dedicado ao sofrimento das pessoas. Ainda pensei, mas esta não é a TV do Sérgio, o amigo do Centeno sempre ao serviço de Costa?

Por que é que as TVs começam a dedicar cada vez mais tempo ao sofrimento das pessoas?

O primeiro ministro António Costa já nos disse que estamos em crise? Não, afinal segundo a "cartilha dos padres" ao serviço do partifdo do governo estamos a crescer mais do que o resto da Europa.

Se não há discurso sobre a crise, não há discurso de esperança sobre como sair da crise.

Isto tudo é estranho, do meu lado da vedação, no meu trabalho continuo a interagir com empresas exportadoras que têm algum receio do futuro, mas que estão bem, mas que estão muito bem. Suspeitam, receiam um futuro mais cinzento com a recessão nos mercados externos, sobretudo Alemanha. 

E as empresas do sector não-transaccionável? Como vai ser?

Oficialmente não há crise, mas na vida real ...

Extraordinário!!!

Então a inflação apareceu out of thin air!!!

domingo, outubro 30, 2022

E noção?

Ele há coisas ...

Esta semana seguia num táxi para uma empresa onde costumo ir semanalmente e o motorista, pessoa com quem já fiz várias viagens, contava-me que um edifício em ruínas que me tinha chamado a atenção era uma antiga vacaria. Depois na empresa após o almoço, durante o café, contavam-me que onde estava situada aquela empresa altamente produtiva tinha existido uma outra vacaria. Na minha mente, pensei no ganho de produtividade daqueles metros quadrados ...

Entretanto, ontem, um pouco atónito, dei de caras com este artigo, "Soberania alimentar nacional está comprometida, alertam produtores de lacticínios":

"O presidente da ANIL deixou ainda uma nota sobre a importância deste e doutros sectores para a revitalização e fixação de população no interior. [Moi ici: Ponham as coisas em perspectiva, um sector conhecido por estar sempre a chorar por falta de rentabilidade vem dizer que é um sector relevante para fixar pessoas no interior. Brincamos? E que salários é que essas pessoas vão ganhar?] “Com o devido respeito pelas novas tendências de trabalho geradas pela pandemia e potenciadas pela evolução das tecnologias de comunicação, não é com os nómadas digitais que vamos assistir à inversão dos fluxos populacionais para o litoral”, disse. 

"É sim, com a criação de condições para a sustentabilidade da produção e geração de valor em setores como este dos lacticínios", afirmou em defesa da importância da fileira láctea num pais que quer fixar populações em zonas agrárias e no interior, reduzir o fluxo migratório para o litoral, desenvolver áreas geográficas não urbanas." [Moi ici: No artigo, pela enésima vez um representante do sector apela aos apoios do estado - "e apelando ao Estado para a adoção de medidas orçamentais" - porque o sector não gera riqueza para remunerar os participantes. E o mesmo representante acha que o sector pode ser atraente para os trabalhadores]

E noção? Recordo os empresários têxteis... É verdade, não é impunemente que se diz mal

Recordar a Herdmar e A brutal realidade de uma foto.

Recordar Erik Reinert e Para reflexão de onde sublinho:

"a nation - just as a person - still cannot break such vicious circles without changing professions." [Moi ici: Talvez por isto as mais de 60 pessoas empregadas que responderam a um anúncio de emprego em Falta mão de obra? (parte II)]

Recordar The "flying geese" model, ou deixem as empresas morrer!!! onde Reinert nos conta como uma cidade de sapateiros, St. Louis, pagou os jogos olímpicos e uma feira mundial em 1904. 

sábado, outubro 29, 2022

Até que ponto?

"Key to understanding how a commercial operation functions is to understand the drivers of value, and the drivers of cost, in some depth and to understand them together. Being lean and curbing costs is often described as essential in supply chains, but this is too narrow a focus. Yes, cost reduction and improvements to efficiency and productivity are important and necessary, but only when conducted as part of understanding of the impact on the full value chain, otherwise they can be counter-productive. In extreme cases, they can even become a self-defeating compulsion, especially where incentives are not aligned with what the company needs to do to meet consumers' and retailers' needs."

Isto foi crítico para o sucesso da maioria da economia exportadora portuguesa nos últimos 15 anos. O preço mais baixo não é tudo, não é o único critério. Num mundo com cada vez mais incerteza, resultante do contexto externo (política, tecnologia, economia, social), mas também do contexto interno (mais variedade, mais feedback, mais customização) a logística da resposta, da reposição, da criação tem um valor que o cálculo de custos não incorpora pelo lado positivo. 

Foi isto que nos permitiu ser competitivos sem ser produtivos, foi isto que me embalou e enganou nestes anos todos. 

Agora que o modelo estava a dar sinais de exaustão, desde 2018 mais ou menos, não pelo fim da importância da logística da resposta porque a incerteza continua a crescer, mas pelo alargamento da produção de proximidade noutras paragens mais próximas dos centros de consumo, veio o Covid primeiro, Taiwan como espelho da Ucrânia depois, e agora o império a revelar-se numa série de cenários potenciais perigosos, dar uma nova vida ao modelo da competitividade sem produtividade.

Até que ponto esse modelo se compadece com taxas de inflação elevadas?

Até que ponto esse modelo se conjuga com uma demografia envelhecida e uma emigração em crescendo? 

Trecho inicial retirado de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.

 

sexta-feira, outubro 28, 2022

"Lives of quiet desperation" (parte III)

Parte II.

"Venda da Efacec à DST caiu e o Governo está a preparar a reestruturação da empresa


Mateus 7, 16:20. 

É nisto que dá ser governado por falsos profetas.

Podem ter conversa, podem ter fanfarra, podem ter o apoio da comunicação social e do comentariado, mas quando chega a hora da verdade... os contribuintes incham e ninguém se retrata, ao menos podiam retratar-se, mas não, seguem para mais uma vitória eleitoral qualquer.



quinta-feira, outubro 27, 2022

We're not in Kansas anymore

A subida das taxas de juro, vai matar alguns projectos que conseguiram sobreviver até aqui.

A subida das taxas de juro vai aumentar a exigência de rentabilidade mínima necessária para pagar o custo do dinheiro.

Projectos que há um ano sobreviveriam, vão bater contra a parede com mais ou menos violência.

Há dias escrevia sobre esconder os stressors. Ontem li:
"BASF has said it will have to downsize “permanently” in Europe, with high energy costs making the region increasingly uncompetitive."

Quantos projectos novos não vão avançar? Quantos projectos vão falhar? Que projectos novos vão-se tornar atraentes? Por exemplo, há um mundo em explosão acelerada relativamente ao fotovoltaico.

Entretanto, o modelo económico português vai-se revelando na sua capacidade de gerar resultados:

"Mais de 40% dos seniores portugueses dá dinheiro aos filhos todos os meses" e "De acordo com a Population Survey da ONU, em 2100 seremos 6,6 milhões; de acordo com as projeções de um estudo de Vollset e outros, seremos apenas c. 4,5 milhões." [Moi ici: Bom para o ambiente!!!]

Acham que 80 mil em 2021 é fora do comum?

É preciso ter memória "Emigração estabilizou em 2019: saíram 80 mil do país" e vejam 2018 também.

Trecho retirado de "BASF to downsize 'permanently' in Europe

quarta-feira, outubro 26, 2022

Por que é importante ter uma estratégia.


"Willingness to pay (WTP): The maximum amount a customer is willing to pay for a company's goods or services

Price: The actual price of the goods or services

Cost: The cost of the raw materials required to produce the goods or services

Willingness to sell (WTS): The lowest amount suppliers are willing to receive for raw materials, or the minimum employees are willing to earn for their work

The difference between each component represents the value created for each stakeholder. A business strategy seeks to widen these gaps, increasing the value created by the firm’s endeavors."

Relacionar com Larreché:

WTP versus Originação de valor.
Price versus Captura de valor.
Cost versus Extracção de valor.


Trecho retirado de "What Is Business Strategy & Why Is It Important?


terça-feira, outubro 25, 2022

Acerca das mudanças

Tapar o sol com uma peneira.

Tratar os sintomas em vez de ir às causas.

Pregar uns valores e princípios e praticar o oposto.

Enganar as pessoas.

Não preparar as pessoas para aquilo que para elas vai ser uma surpresa.

Apresentar uma dança da chuva qualquer para enganar papalvos.

Alguns conselhos, "Don't just Tell Employees Organizational Changes Are Coming - Explain Why":

"Inspire people by presenting a compelling vision for the future. During times of uncertainty, people experiencing change want a clear view of the path ahead. It’s important to share what you know – including what’s changing, when, and how. But for most change initiatives, it is also helpful to start with a narrative or story that clearly articulates the “big picture” – why change is important and how it will positively affect the organization long-term. This should serve as the foundation for how you communicate about the change moving forward.

...

Keep employees informed by providing regular communications. Change communications is never a one-and-done event; keeping employees informed is something that you will have to do throughout every step of the change process. Studies have found that continual communication is a leading factor in a transformation’s success. When thinking about how to communicate, keep the following in mind:

Be clear and consistent: All of your communications should tie back to the narrative that you developed, reiterating the case for change and presenting a compelling future vision.

You will not have all the answers:

...

Don’t forget to articulate “What’s in it for me?”:"

Payback time is coming ...

 


Nunca serei capaz de agradecer o suficiente aos ex-parceiros da geringonça por terem dado a maioria absoluta ao partido no poder.