terça-feira, agosto 23, 2016

Evolução do desemprego e disparidades

Saíram ontem os dados do IEFP sobre o desemprego em Julho. Os números de Julho são muito bons.
Em relação ao número de desempregados esta é a evolução:
A evolução mensal e a homóloga (a azul) é a que se segue:

Depois de um primeiro trimestre mau, os números daí em diante apontam para a terceira melhor recuperação desde 2014.
Relativamente aos desempregados que procuram um emprego, um subgrupo do número acima: a tabela que se segue permite comparar a evolução entre Dezembro de 2015 e Julho de 2016 com a evolução entre Dezembro de 2014 e Julho de 2015. A última coluna mostra a evolução entre Julho de 2015 e Julho de 2016.
A última coluna mostra uma coisa muito interessante, comparar o número de desempregados nos serviços (282871) e na Indústria (112818) em Julho de 2016, com os números de 2015 (297374) e (129825). Há muito mais desemprego a desaparecer no sector secundário (13,1%) do que no terciário (4,9%).

BTW, relativamente ao desemprego no Alojamento e restauração, entre Dezembro de 2014 e Julho de 2015 caiu em 10335 desempregados, já entre Dezembro de 2015 e Julho de 2016 caiu em 10635 desempregados. Será que esta diferença justifica esta diferença?

Só eu é que devo achar estranhas estas disparidades.

segunda-feira, agosto 22, 2016

Curiosidade do dia


"Berenberg: "Portugal está agora a pagar o preço pela reversão de algumas reformas""



Nas fronteiras

"1.Don't buy what the sector has defined itself as. If you accept the definition, you also accept the boundaries and you will fail to see potential for innovation.
2.Be aware that opportunities are all around you, waiting to be recognized."
Bem na onda da mensagem de "Edge Strategy" de Alan Lewis e Dan McKone e, bem na onda de casos como estes:
Aqueles clientes minoritários nos quadrantes sorridentes quase de certeza que saem das fronteiras tradicionais. Ver "Why Are We Still Classifying Companies by Industry?"


Trecho retirado de "Culture Stop competing for less: How to adopt a 'blue ocean strategy' and unlock value innovations in the Boardroom"

Calçado. Portugal e Espanha

Durante os primeiros seis meses de 2016 as exportações portuguesas de têxteis e vestuário cresceram cerca de 6% e as de calçado cresceram 2%.
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Como se compara este desempenho com o desempenho espanhol?
"La moda española culmina un primer trimestre de récord en el exterior. En los seis primeros meses del año, las exportaciones de productos textiles (incluyendo prendas confeccionadas) se incrementaron en un 10,6%
...
Entre enero y junio, las exportaciones de calzado decrecieron un 5,1%,"
Trechos retirados de "Las exportaciones de moda crecen un 10,6% hasta junio"

Confundir o Estanhistão com Comoditização... suspeito (parte III)

Parte I e parte II.

A propósito deste tweet:
escrevi:
Depois, apanhei este tweet de Tom Peters:
Ao fim do dia li este texto "To Fix the Economy, We Need More Bump and Grind":
"A good way to add friction (and jobs) to our software-driven economy would be to invest in painfully slow, physical, local, wasteful infrastructure."
Que estupidez!!!
"A good way to add friction to our hyper-fast software-driven economy would be to invest in painfully slow, physical, local, wasteful infrastructure, like a nice bridge or sewer.
...
[Moi ici: Depois, esta verdade] Eliminating Friction Benefits the 1 Percent
Businesses loathe friction, a catchall term for anything that gets in the way of speed and profits."
O texto faz-me lembrar as parvoíces do Krugman a suspirar por terramotos e guerras intergalácticas, para fazer crescer a economia com a reconstrução subsequente. Um pouco a ideia da falácia da janela partida de Bastiat. No entanto, a ideia por trás do artigo faz sentido e é a base para o conceito do Estranhistão!
Quando escrevemos na parte I:
"Escrevo aqui há muitos anos que o século XX foi o século do Normalistão. O século das linhas de montagem, o século do eficientismo, o século das mega-empresas, o século da massa - da produção e do consumo.
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Escrevo também que o século XXI será o século do Estranhistão, o oposto do século XX.
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Enquanto o Normalistão tudo comoditizou, elevando a interacção zero ao altar supremo (Grab & Go; automatização; compra online; ...), no Estranhistão quanto mais interacção melhor."
Em vez de eficiência (remoção de fricção) a aposta na eficácia!
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Em vez da automatização (remoção de fricção) a aposta na interacção, no contacto, no off-script! Recordar:
E:
"Quem não aposta no "cheaper" e no "cost", aposta na interacção, aposta na co-criação, aposta noutro mindset... eu diria, "Every visit customers have to make are an opportunity for interaction and co-creation""
O Estranhistão é a aposta na fricção. É muito mais escorreito ir à Decathlon ou ao Intermarché comprar uma bicicleta. Ou, então, ir aos duendes e co-criar uma.

Confundir o Estanhistão com Comoditização... suspeito (parte II)

Parte I.
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Outro texto, "Millennials Will Be The Last Globalized Generation", que parece retirado deste blogue, expondo as ideias acerca de Mongo e do Estranhistão.
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Há tempos, escrevi no capítulo de um futuro livro:
"Uma vez numa estação de rádio, num programa sobre política internacional no século XX, ouvi alguém dizer que o século XX tinha sido um século curto. Tinha-se iniciado com a I Guerra Mundial e tinha acabado com a queda do Muro de Berlim.Neste livro, o Normalistão é o século XX.
E o Normalistão não acabou com o fim da União Soviética. Pelo contrário, o fim da União Soviética criou as condições para que a China aderisse à Organização Mundial do Comércio e com essa medida elevasse o Normalistão ao seu apogeu..Talvez a melhor data para situar o princípio do fim do Normalistão seja 2008 e a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim.
.Quando começou o Normalistão? Talvez a melhor data, talvez a data mais simbólica para situar o começo do Normalistão, um mundo económico dominado por quem produz e que assenta a competitividade no custo mais baixo, nos ganhos de escala, na eficiência superior, seja Outubro de 1913"
No referido texto pode ler-se:
"The things we use every day—food, clothing, vehicles, furniture, electronic devices, even the materials that compose our homes—now come from far and wide. We don’t even notice. International trade over vast distances is now so normal that we forget it wasn’t always the case.
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But now a reaction to globalization has set in. In cities and towns all over the United States, weekend farmers’ markets have sprung up, selling fruits and vegetables. The main attraction is that they are local.
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Globalization ramped up slowly for a century or so before entering a new phase in the 1960s. I was born in 1964, so the explosion of the global economy roughly spans my lifetime. Mine is the first globalized generation. But, if I reach 100, I suspect I will see children of a de-globalized generation.
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That’s my theory: We are going full circle.
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Humanity spent the last 50 years globalizing. Now, thanks to certain technologies, that whole process is reversing. Historians are likely to mark the 2008 financial crisis as the turning point: Peak Globalization."
E sobre Mongo, interessante como o autor encadeia temas como:

  • as energias renováveis;
  • a impressão 3D;
  • a realidade virtual; e
  • a agricultura em estufas verticais.
Para suportar a base para um mundo económico diferente do do século XX.
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Pobre senhor Branko Milanovic para quem o mundo económico de referência é um mundo com mega-empresas cheias de funcionários bem comportados.

domingo, agosto 21, 2016

Curiosidade do dia

"“Gozem bem as férias que em Setembro vem aí o diabo”"
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"Catarina Martins diz que "todos os dias" se arrepende da criação da "geringonça""
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"PCP: "Tudo aquilo que nos empurrar para trás votaremos contra" no OE 2017" e "PCP diz ser ilusão Governo acreditar em crescimento e respeitar imposições da UE"

Desorientação estratégica?

A 13 de Junho escrevia-se "Asda’s new boss will need to turn around the brand, not just its sales":
"Sean Clarke will take over on 11 July. Most recently CEO at Walmart China he actually started his retail career at Asda back in 1996.
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Asda has had a difficult year as the continued success of the discounters Aldi and Lidl and the resurgence of Morrisons and Tesco ate into its sales. Like-for-like sales fell by 5.8% over the Christmas 2015 quarter, its worst performance in history.
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Sean Clarke has been tasked with “repositioning” the business in a “very competitive market place”. That will involve a big investment in price to maintain its market share. But it will also need to look at the brand and what it stands for – something that has become lost in the price war."
Agora em Agosto escreve-se "Asda to focus on quality not price as it posts worst ever quarterly sales":
"Asda has reported its worst ever quarterly performance as like-for-like sales fell a whopping 7.5% for the three months ending June 30.
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The poor second quarter performance compares to a 5.7% fall in Asda’s first quarter and represent an eighth consecutive quarter of decline.
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According to Retail Remedy’s Paul Thomas, the 7.5% decline is “apocalyptic” for Asda.  He says the supermarket brand must now focus on talking up its non-food offer to differentiate from rivals including a resurgent Tesco and expanding Aldi and Lidl.
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Thomas explains: “It is too soon for the new CEO to have had any significant impact but a 7.5% decline in like-for-like sales is apocalyptic for Asda. There is absolutely no honeymoon period for Sean Clarke: it’s a case of get in there and power up the defibrillator.
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Asda’s USP was that it was the cheapest grocer in the UK. They lost that crown to the discounters which leaves them with… and there is the problem.”
O que me põe a pensar é o passado do CEO (qual a sua experiência?), CEO da Walmart China, qual é a proposta de valor da Walmart? E o título do artigo de Agosto, abandonar o preço? Pensar em diferenciação, então porque escolheram este CEO?
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Talvez isto seja sintoma de alguma desorientação estratégica.
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Apetece voltar aquele esquema pragmático de Greenwald de Julho de 2006:
 Onde é que está a ASDA agora?
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Desorientação estratégica? Acontece também nos Golias. Ou, então, talvez seja especulação dos media e a primeira resposta ao esquema foi não.

Quando não se tem coragem de assumir custos afundados?

Julgo que foi o Paulo Vaz que em tempos me falou do barrete chamado F-35. Uma coisa é certa, quem me falou nele coincidiu no diagnóstico:
"For over two decades, the F-35 has been the symbol of everything that's wrong with mammoth defense contracts: behind schedule, over budget, and initially, over-sold.
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The development of the F-35 has been a mess by any measurement. There are numerous reasons, but they all come back to what F-35 critics would call the jet's original sin: the Pentagon's attempt to make a one-size-fits-all warplane, a Joint Strike Fighter.
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Still, we could have seen this coming, and not just because of the technical complexity involved in making a warplane for so many constituents. Long before the delays and overruns that riddles the F-35 program, history was littered with illustrations of multi-mission aircraft that never quite measured up."
Será que isto é o que acontece quando alguém não tem a coragem de assumir os custos afundados?
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Trechos retirados de "WTF-35: How the Joint Strike Fighter Got to Be Such a Mess"

Confundir o Estanhistão com Comoditização... suspeito

Escrevo aqui há muitos anos que o século XX foi o século do Normalistão. O século das linhas de montagem, o século do eficientismo, o século das mega-empresas, o século da massa - da produção e do consumo.
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Escrevo também que o século XXI será o século do Estranhistão, o oposto do século XX.
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Enquanto o Normalistão tudo comoditizou, elevando a interacção zero ao altar supremo (Grab & Go; automatização; compra online; ...), no Estranhistão quanto mais interacção melhor. Sem interacção como criar uma experiência e um negócio excepcional?
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Mentes formatadas durante o Normalistão terão sempre tendência a vê-lo como a referência. Por isso, não estranho um texto como este "Commodification". 
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É claro que muitos olham para hoje e vêem as Uber e as AirBnB e adivinham um futuro dominado por essas mega-plataformas. Prefiro considerá-las como entidades transitórias, úteis para dinamitar as grilhetas criadas pelos governos para proteger os incumbentes do Normalistão. Depois? Depois, virão as plataformas de 2ª geração ou cooperativas, porque existe estratégia em todo o lado, às vezes é só uma questão de tempo.
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Voltando ao texto de Branko Milanovic é impressionante como a economia do século XXI pode ser confundida como um caminho para a comoditização... como se não existissem tribos, como se não se aposte cada vez mais na interacção, na co-criação, nas experiências. Só esta semana escrevi aqui:
Ontem ao final da tarde encontrei "Scale and the Dilution of Quality". Um texto que parece retirado daqui do blogue só que mais bem escrito. E confundir o Estranhistão com comoditização?!!! Eu sei que Milanovic é muito político mas há limites.
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Adiante, apreciar estes trechos:
"The act of scaling beyond a certain point is a dilution of quality.
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Scale is the decision to serve more people. This means swapping “by hand” for more efficient means. Efficiency is the choice of speed over quality. It’s trading exceptional, exquisite, and excellent for “good enough. Scale doesn’t mean that something isn’t good, useful, or even that it isn’t worth buying. But it does mean that trade-offs were made.
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To retain exceptional, exquisite, and excellence, you have to make greater investments, investments that kill efficiency. You have to hire more people to create high touch, high value, and high caring. You have to keep slack in the system when your competitors are working on becoming leaner. The decisions you make because of your choice of strategy must look like madness to your competitors.
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Exceptional takes more investments in time, money, and caring. Good enough is about being efficient."
BTW, parece que o Milanovic não conhece os sistemas de avaliação mútua que as plataformas usam, melhor que qualquer sistema usado nos táxis. Como se não fosse no Normalistão que os clientes eram tratados como plancton

sábado, agosto 20, 2016

Curiosidade do dia

Gente intelectualmente pouco séria:
"O economista, que foi técnico do Banco de Portugal, entende que seria essencial proceder a uma desvalorização cambial promotora da competitividade-preço da produção nacional, quer com vista à recuperação dos instrumentos necessários à prossecução de uma política por parte do Estado assente na capacidade deste de se financiar junto do Banco Central Europeu.
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"Um novo modelo económico é possível e absolutamente necessário. Temos de abandonar definitivamente o modelo dos baixos salários e do trabalho precário e sem direitos e criar um modelo assente nas capacidades, nas competências, na competitividade, em níveis de vida mais elevados e nos direitos do trabalho.""
Gente crente na ilusão monetária para enganar o povo-trouxa.
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Devia haver uma aplicação que permitisse simular o day-after à aplicação das ilusões de Octávio Teixeira, para que as pessoas pudessem visualizar as consequências.
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Não conheço nenhum modelo de produção baseado em salários altos que assente numa moeda da treta dependente dos humores um qualquer maduro no governo. Portanto, o que Octávio Teixeira pretende é montar um modelo de baixos salários em que as pessoas-trouxas são enganadas:

"O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira um aumento de 50% do salário mínimo dos funcionários públicos a partir de setembro, enquanto a base de cálculo do bônus de alimentação, que todos os trabalhadores recebem, aumentará mais de 200% a partir deste mês."
Como será que Octávio Teixeira explicaria estes aumentos aos trouxas?

Um exemplo do mobiliário

A propósito do recente "O que há a aprender com o calçado ou o mobiliário português" e recordando também as cadeiras italianas de Manzano "Subir na escala de valor", este exemplo, Vitra!
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Através de um tweet de Tim Kastelle cheguei a "The Man Who Loved Chairs".
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Manzano e as suas cadeiras low-cost Made in Itália não resistiram à Ásia. Vitra em Basileia na Suiça... estavam num outro campeonato:
"Fehlbaum took over the company when he was 27, succeeding his elderly parents, who had founded the company in 1950 and had handled manufacturing and distribution in Europe for Herman Miller. During his 30s, he devoted himself to chairs, developing the company's trademark approach of partnering with famous designers to create products for his company.
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The result: Vitra is now renowned in the design community. As well as serving clients all over the world in all kinds and all sizes of companies (and even furnishing chairs that appear in IBM ThinkPad advertisements and the ads of other high-tech companies), Vitra's chairs sit in the European Commission offices in Brussels, the European Parliament in Strasbourg, France, and the conference room that is used by the G-8 in Cologne. When Pope John Paul II visited Zagreb in 1994, he waved to the adoring throngs while he was sitting on a Vitra chair.
...
As Fehlbaum's story demonstrates, even the most prosaic item can be the object of passion and the embodiment of great design" [Moi ici: Como não pensar outra vez em "There is no such thing as an average or old-fashioned business"]
Talvez a sua empresa precise de seguir um exemplo como este.

À atenção dos empresários portugueses

Por que é que este número, "Nearly 44,000 retail workers have been laid off in 2016", relativo à economia dos Estados Unidos, deve preocupar muitos empresários portugueses.
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É um sinal de recessão? Não!
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É um sinal de mudança.
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A maior parte das PME exportadoras opera no B2B. O que aquele número devia fazer era meter medo a estes empresários. Eles podem ser os vermelhos destas equações:

  • B2B2C
  • B2B2B2C
E quem manda nelas são os extremos, os consumidores. Se os consumidores estão a mudar de prateleiras, estão a alterar os seus comportamentos de compra, talvez estejam a abandonar os clientes das PME portuguesas.

Eu, empresário português que produzo para marcas que expõe os produtos nestas prateleiras que estão a definhar, tratava de trabalhar o acesso até aos donos das novas prateleiras e, começava a estudar a logística e as operações para um novo tipo de fornecimento: não encomendas de 200 unidades mas de uma unidade no limite.

sexta-feira, agosto 19, 2016

Curiosidade do dia

E "Portuguese 10-year bond yields head towards 3%"

E "A economia é reflexiva":
"As polémicas que se desenvolveram durante os últimos cinco anos sobre o que eram as alternativas de política económica tinham na sua base o equívoco de não reconhecerem a descontinuidade entre as condições do passado e as exigências do futuro.
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Para Portugal, o euro - e a sua disciplina - é o pressuposto para atingir a escala europeia e escapar à sua escala nacional exígua. É a única resposta que Portugal tem para compensar as consequências do fim do seu império e da nacionalização dos seus centros de acumulação de capital. Os que ignoram a disciplina do euro e sonham com a antiga moeda própria não querem governar Portugal nas suas circunstâncias históricas concretas."
Por fim, "A maldita sorte de Passos Coelho":
"Ninguém sabe quando isto vai acabar, mas já pouca gente acredita que acabe bem."

O que há a aprender com o calçado ou o mobiliário português

Este texto, "This U.S. Industry Fought Cheap Chinese Imports and Won, But Not for Long", sobre a evolução da indústria de mobiliário nos Estados Unidos é um bom exemplo de como não responder à entrada de um concorrente com um preço muito baixo.
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Nunca competir com o Continente no preço, ou com a China no custo. Não adianta enfrentar um Golias numa race-to-the-bottom. Além de ser suicida acaba-se a vida de forma pouco digna.
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A alternativa é mudar de modelo de negócio: mudar de clientes, mudar de ecossistema, mudar de proposta de valor, mudar de oferta, mudar ...
"Since 2005, the approximately two dozen U.S. furniture makers that brought the case have received $309 million in Byrd amendment money. But the payments didn’t stem the decline of the domestic wooden furniture industry.
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“The money allowed us to fight that fight on the scale that we fought for as long as we did,” he said. But “the consumer wasn’t willing to look past short-term gains of getting something for less” and continued to prefer imports.
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“We’re not sure as an industry whether a made-in-USA moniker means something,” Mr. Prillaman said."
Têm tudo a aprender com o calçado ou o mobiliário português e "Por que é que a internacionalização é fundamental?"

Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar!

Quase que apetece cantarolar, como o José Mário Branco:
- Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar!
Em Julho de 2008 estávamos neste nível absurdo e caímos até Agosto de 2011 com "É preciso pensamento estratégico primeiro!". Em Maio e Agosto de 2015 já tínhamos chegado a "A economia de experiências a crescer no Algarve" e a "Acerca de sectores estáveis e demasiado homogéneos na oferta (parte VII)".
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Agora, em Agosto de 2016 chegamos a "Vindimas. Enoturismo em Portugal conquista visitantes de todas as nacionalidades". O triunfo da economia das experiências, o triunfo de modelos de negócio baseados na co-criação de valor. O quanto se progrediu!!!
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“muitas das unidades de enoturismo, agora consolidadas, começaram por ser apenas projetos vitivinícolas e, com o tempo, foram diversificando a sua atividade e viram no turismo, nomeadamente no alojamento, uma oportunidade para afirmarem a sua marca e complementar a sua oferta.”

Deformação profissional

Vi este documentário DOP Sal | 10 Jun, 2015 | Episódio 2 na última terça-feira à noite na RTP3.
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Gerou-me algum sentimento de tristeza...
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Primeiro, fez-me lembrar Schumpeter (trecho que começa aos 10 minutos)
  • o antigo emigrante que comprou antigas marinhas e que há 15 anos se dedica à aquacultura criando robalos e douradas. A certa altura começa a queixar-se: antigamente vendia até 7 toneladas de peixe por semana. Agora, por causa dos concorrentes gregos, vende 300 a 500 kg por semana no Verão e cerca de 100 kg no Inverno
Ao ouvir a referência aos gregos, automaticamente a minha mente confidenciou-me: muda de espécies, diferencia-te.
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Depois, olhei para aquele empresário de camisa aberta, a distribuir ração - que ração será aquela? - olhei para aquele balde merdoso e para aquela espécie de colher de tolva e choquei com Schumpeter e os custos do futuro. Uma das primeiras lições que aprendi com Peter Drucker - os custos do futuro. Quantos euros aquele empresário terá posto de lado para fazer face aos custos do futuro? Para investir em investigação sobre rações, sobre produtividade em viveiros. Para investir em marketing, ...

  • A jornalista pergunta-lhe algo acerca da "prateleira", acerca da montra que ele usa e ele responde "vendo através do amigo Paixão"... 
E investimento em actividade comercial? E investimento em feiras? E investimento numa loja online para restaurantes?
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Demasiado mau...
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Depois, a partir do minuto 12:36 um empresário da construção civil no Luxemburgo e que comprou uma marina de sal.
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Depois, temos minutos de apresentação da arte de produção de sal artesanal e ... ficamos tristes até mais não quando percebemos que uma forma de produção de sal artesanal é escoada para salgar as estradas carregadas de neve da Europa Central. Sal que podia ser vendido com autenticidade e diferenciação é usado para espalhar nas estradas como uma vulgar e reles commodity. Mau demais!
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Recordar:
Uma pessoa já não pode ver um documentário em paz e sossego sem ser atazanado pela deformação profissional.

Balanced Scorecard (parte V)

Parte I, parte IIparte III e parte IV.
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Com o exercício anterior conseguimos identificar os clientes-alvo que podem ajudar a empresa a fazer a transformação que precisa.
No entanto, cada vez mais não basta lidar e trabalhar os clientes-alvo. Cada vez mais é preciso identificar o ecossistema da procura, Que actores podem:

  • influenciar os clientes-alvo;
  • mandar nos clientes-alvo;
  • regular a actividade dos clientes-alvo;
  • ajudar a empresa na sua imagem, distribuição, investigação, ...

Conseguimos reunir um conjunto de personagens (clientes, prescritores, influenciadores, reguladores, compradores, decisores, clientes dos clientes, ...), com as suas motivações próprias e unidos por um enredo que promova relações ganhar-ganhar-ganhar?
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Quem são os clientes-alvo? O que procuram? O que valorizam? Do que fogem?
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Onde compram, em que prateleiras procuram?
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Que outras personagens têm interesses relacionados? O que procuram e valorizam? O que lhes causa "dor"?
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Como se relacionam todas num ecossistema?
Recordar:


quinta-feira, agosto 18, 2016

Curiosidade do dia

Um fartote... cuidado com os idos de Setembro:


Ainda veremos o José (Mário?) Cortes vir aqui ao blogue pedir mais aumento de impostos para aguentar o monstro.
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Há bocado no Twitter apanhei em comentário a este tweet:
Uma tal @Manela195, que entretanto já me bloqueou, postulou que isto era sinal de que os empresários privados tugas são uns incompetentes e que não criam riqueza suficiente. Admirável!!!

O xerife de Nottingham também era um tipo sensato, o raio dos saxões é que produziam pouco para pagar os gastos do João Sem Terra e da sua corte.

Mais um sintoma do Estranhistão

Recordando o postal de ontem, "There is no such thing as an average or old-fashioned business", eis uma forma de materializar a ideia:
"The Guerrilla Gravity showroom in Denver is not where you pick out a bike. It’s where you help build one.
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“Riders get to customize their bikes by color scheme and the components they want,” said Kristy Anderson, who co-founded the company in 2013. “Some people really want to watch their baby being built.”
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“Just like craft beer, people are supporting small-batch manufacturing because it is their neighbors — people they know — doing it,” Anderson said.
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The bikes-to-beer comparison is apt. The rise of craft breweries in the United States saw consumers opting for unique varieties of beer produced by local artisans in small batches rather than the mass-produced brands that have dominated the market for so long.
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But craft brewers are just the tip of the small-batch manufacturing iceberg. Below the surface are hundreds of companies like Guerrilla Gravity, offering consumers a locally crafted product with a focus on quality and craftsmanship.
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Particularly in Colorado, small-batch manufacturers are seemingly everywhere.
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“It’s generally born of passion, manifesting itself in products,” Sullivan said.
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It’s easy to see how small-batch manufacturing is a trend, given the national interest in locally grown foods and the success of craft breweries. But what are the long-term prospects of these newer, smaller members of the manufacturing industry?
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The benefits these companies are finding in the small-batch model — in addition to appealing to consumers’ desires for well-crafted, local goods — suggests an economic advantage to staying small.
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“There’s an emotional connection when you know the makers, or when there is a story behind the product,” he said. “That connection to story and that connection to place is really powerful. And it’s resonating with consumers.”"
A democratização da produção é isto.

Trechos retirados de "Small-Batch Everything: Local Makers Follow Craft Beer Path To Success"