terça-feira, setembro 15, 2009

Agarrem-me senão eu mato-me!!! (parte IX)

Na sequência desta série, chamo a atenção para o texto de André Pires de Carvalho no Jornal de Negócios "O desafio colocado pelas marcas próprias da distribuição".
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"Dada a actual conjuntura e dinâmica do sector de distribuição em Portugal, as marcas próprias ainda têm um elevado potencial de crescimento. A sua penetração actual de 33% no nosso país compara-se a valores superiores a 40% na Inglaterra e na Alemanha, e a 50% na Suíça, sendo que o nível de sofisticação e atractividade do portfólio de marcas próprias que se encontra nas prateleiras dos supermercados portugueses ainda está longe daquela com que se depara o consumidor inglês que realiza as suas compras na Tesco ou na Sainsbury's, por exemplo."
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segunda-feira, setembro 14, 2009

96%

96%
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"More than 96 per cent of voters in Arenys de Munt backed the move for Catalonia to become an independent state within the European Union."

Paralelismos (parte V?) talvez não

Na série de postais com o título Paralelismos tenho referido o artigo "The Focused Factory" de Wickham Skinner publicado no primeiro de Maio de 1974 pela Harvard Business Review.
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Todos os dias, quase sempre da Ásia, hoje foi da Tailândia e de Taiwan, chegam a este blogue, encaminhados pelo Google, internautas que procuram o acrónimo "PWP.
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PWP = Plant-Within-Plant
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Skinner propôs que as unidades fabris não se dispersem a produzir tudo e mais alguma coisa, propôs que sejam máquinas de guerra dedicadas a produzir uma gama apertada de produtos.
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Para as empresas que não possam ter mais do que uma unidade fabril, Skinner propunha traçar uma linha no chão da fábrica e dedicar cada uma das partes à produção de cada gama de produtos, como pessoas e máquinas dedicadas.
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Trecho retirado do artigo de Skinner:
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"For example, if the company is currently involved in five different products, technologies, markets, or volumes, does it need five plants, five sets of equipment, five processes, five technologies, and five organizational structures? The answer is probably yes. But the practical solution need not involve selling the big multipurpose facility and decentralizing into five small facilities.
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In fact, the few companies that have adopted the focused plant concept have approached the solution quite differently. There is no need to build five plants, which would involve unnecessary investment and overhead expenses.
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The more practical approach is the “plant within a plant” (PWP) notion in which the existing facility is divided both organizationally and physically into, in this case, five PWPs. Each PWP has its own facilities in which it can concentrate on its particular manufacturing task, using its own work-force management approaches, production control, organization structure, and so forth. Quality and volume levels are not mixed; worker training and incentives have a clear focus; and engineering of processes, equipment, and materials handling are specialized as needed.
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Each PWP gains experience readily by focusing and concentrating every element of its work on those limited essential objectives which constitute its manufacturing task. Since a manufacturing task is an offspring of a corporate strategy and marketing program, it is susceptible to either gradual or sweeping change. The PWP approach makes it easier to perform realignment of essential operations and system elements over time as the task changes."
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Pois bem, este mês de Setembro a Harvard Business Review publica um artigo com algumas dicas sobre o uso do PWP, "Are You Having Trouble Keeping Your Operations Focused?" de Robert Huckman.
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Continua.

Um livro diferente sobre Modelos de negócio

Alex Osterwalder escreveu um livro diferente sobre modelos de negócio, um livro como eu gosto (vidé o nosso exemplo), e como explicou John Medina e Richard Mayer, cheio de imagens, de esquemas, de gráficos.
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Alex revela uma parte do livro, que encomendei logo em Junho,(saída prevista para Outubro) aqui.
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Não percam, enjoy the power of visualização.

Volume e eficiência não servem, não neste momento e neste continente

Ronald Baker é um autor que descobri recentemente. Baker, à semelhança de Hermann Simon, defende que o mainstream, nos tempos que correm, está profundamente errado quando elege o “Volume de Vendas” como o critério de sucesso mais importante. A crença é que o “Volume de Vendas” só por si gera automaticamente rentabilidades mais elevadas.

Baker traduz essa mentalidade na equação que se segue: Já por várias vezes escrevemos neste blogue sobre o perigo de endeusar a eficiência: aqui; aqui; e aqui, por exemplo. Ainda recentemente, lembrei as ideias de Skinner que também temia e alertava para a aposta na eficiência.

Baker escreve acerca da eficiência:

Efficiency is a word that can be said with perfect impunity, since no one in their right mind would dispute the goal of operating efficiently. In fact, it is well known that in free market economies, efficiency is critical since it ensures that a society’s resources are not going to waste. It is also well established that different levels of productivity largely explain differences in wages across countries.

There is no doubt that increasing efficiency—or at least not sliding into inefficiency—is important. But the pendulum has swung too far in the direction of efficiency over everything else. It seems that innovation, dynamism, customer service, investments in human capital, and effectiveness have all been sacrificed on the altar of efficiency. It is critical to bear in mind that a business does not exist to be efficient; rather, it exists in order to create wealth for its customers.

Peter Drucker is fond of pointing out that the last buggy whip manufacturers were models of efficiency. So what? What happens if you are efficient at doing the wrong things? That cannot be labeled progress. In fact, one indicator that an industry is in the mature or decline stage of the product/service life cycle is when it is also most likely at the apogee of its theoretical level of efficiency.

The point is this: In industry after industry, the history of economic progress has not been to wring out the last 5 to 10 percent of efficiency, but rather to change the model in order to more effectively create wealth.

entrepreneurs did not get where they are by focusing on efficiency. All of these entrepreneurs created enormous wealth by delivering more effectively what customers were willing to pay for, not by focusing on efficiency.

Se não houvesse inovação… aquilo que as empresas apresentam aos clientes seria sempre o mesmo. E nessas circunstâncias a eficiência seria a única forma de ganhar e a escala, a capacidade, seria fundamental. Contudo, como existe inovação, qualquer oferta uma vez feita, fica sujeita aos efeitos de uma espécie de corrosão imparável. Daí que aquilo que se diz do futebol seja válido, também, nos negócios: o que é verdade hoje, amanhã é mentira. A concentração na eficiência obriga a organização a olhar para o seu umbigo, e a utilizar os seus recursos e atenções nesse esforço interno de melhoria, e a afrouxar ou esquecer o esforço, o investimento em mudar a própria oferta. Assim, uma empresa pode acabar super-eficiente a produzir uma oferta que já ninguém quer. Ou pode morrer anoréxica a tentar combater num terreno onde nunca vai ter vantagem.


domingo, setembro 13, 2009

The Laws of Simplicity de John Maeda

"Feeling safe (by avoiding desperation), feeling confident (by mastering the basics), and feeling instinctive (by conditioning through repetition) all satisfy rational needs. Inspiration from others serves a higher goal that, at least for me, is the true
reward. The practice of education is the highest form of intellectual philanthropy."
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"It’s hard to imagine someone so masterful still being a student in his 70s, but in Asia there are many examples of this continuous cycle of learning. In the martial art of Karate, for instance, the symbol of pride for a black belt is to wear it long enough such that the die fades to white as to symbolize returning to the beginner state." (Moi ici: Espectacular, aprender, aprender, aprender sempre)
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"There is an important tradeo½ between being completely lost in the unknown and completely found in the familiar. Too familiar can have the positive aspect of making complete sense, which to some can seem boring; too unknown can have the negative connotations of danger, which to some can seem a thrill. Thus there is a tradeo½ between being found versus lost:"

Vuelta e estratégia!

Vou acompanhando a Vuelta e... é doloroso.
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Decididamente, IMHO, os gestores da Vuelta precisa de reflectir urgentemente sobre o posicionamento da corrida no mundo ciclista.
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Este ano não participam: Contador, Sastre, Armstrong, Menchov. Os irmãos Schleck foram passear uns dias para se prepararem para os mundiais. Os sprinters como Thor e Cavendish preferiram o Tour do Missouri.
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Frequentando os twetters de vários ciclistas era possível testemunhar, ainda a Vuelta não se tinha iniciado, o seu desconsolo por terem sido seleccionados pelas suas equipas para estarem presentes.
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Este ano já desistiram mais de 40 corredores!!! E não chegaram aos 90 porque os ciclistas que não são trepadores e têm chegado depois da contagem do tempo ter encerrado, perdem pontos em vez de serem desclassificados. Hoje foi o Cancellara que desistiu.
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Comparar a Vuelta com a festa do Tour é comparar água com vinho!!!!
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Como é que a Vuelta se deve posicionar para dar a volta a esta situação?

Dia histórico na Catalunha

""¿Está usted de acuerdo con que Cataluña se convierta en un Estado de Derecho independiente, democrático y social integrado en la Unión Europea?"."
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Certo que esta pergunta não seria permitida num referendo português por causa de dúzia e meia de technicalities.
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Castela também não queria que tal se realizasse ... Arenys de Munt é a primeira de muitas mais que hão-de vir.
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"Arenys de Munt vota sobre la autodeterminación de Cataluña"

Mais um exemplo positivo

Sei perfeitamente o que é "Volvidos três anos, assegura que não se arrepende de se ter lançado por conta própria. "É muito bom ser eu a criar o meu ritmo de trabalho, o motor está em mim, é exigente, trabalho mais horas", contou."
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Aliás, este discurso só me lança a interrogação, para uma pessoa com esta fibra, visão e força de vontade ter sido despedida, como serão os super-homens ou mulheres que ficaram à sua frente na renovação do contrato. A esta hora devem estar ...
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Alguém que do nada se lança na apicultura e adiciona condições naturais da região com saber adquirido em sala e capacidade de reflexão.
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Lembram-se do suíço que dá cartas a produzir e vender azeite?
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Pois, são mentes livres de mapas cognitivos castradores que são precisas.
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Não perder no JN "Professora universitária passou para a apicultura"
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BTW, reparem neste pormenor:
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"Este ano comercializou três toneladas de mel biológico, e já não conseguiu dar vazão a todas as encomendas. "Tive lista de espera para entrega de mel, foi extraordinário", afirmou.

Nos últimos meses investiu mais de 30 mil euros na montagem de um laboratório de investigação, que realiza ensaios internos para optimizar métodos que poderão vir a ser usados também por outros produtores."
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Lembram-se de "O futuro das marcas" e de "A agricultura com futuro"

There is gaping whole in world demand. It is being filled by governments, all nearing the limit of fiscal stimulus.

Evans-Pritchard strikes again "Lehman is a footnote in the great East-West globalisation crisis"
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E chama a atenção, mais uma vez para aqueles circulos de causa-efeito que reconheci nos escritos de Roubini.
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"There is gaping whole in world demand. It is being filled by governments, all nearing the limit of fiscal stimulus. Some have exceeded it: Spain is to raise taxes by 1.5pc of GDP, and Japan's Democrats are retreating from spending pledges. China is trying to plug the gap, belatedly, by ramping up credit 70pc this year, but it will take a cultural revolution to induce the Chinese to spend. The liquidity is leaking into stocks, metals, and property.
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Yes, markets are sizzling, but industrial production is still down 23pc in Japan, 17pc in the eurozone, 13pc in the US and 11pc in Russia. We have a global glut of manufacturing plant. This is why companies will have to slash staff. Don't be deceived: profits can look good at first when firms cut into the bone. It is no strategy for an economy."
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Ontem transcrevi: "As debt is a mechanism through which we pull demand forward, the debt and consumption has meant we have been growing today at the expense of future growth." Evans-Pritchard é mais cáustico e chama os nomes aos bois "Couldn't they see that this was cheating: stealing from the future?" O que seria de esperar da Geração TuTuTu dos egoístas de Maio de 68?
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Roubar o futuro, não o nosso por que nós estamos cá e se não sabemos defender-nos a responsabilidade é nossa, mas o daqueles que ainda não nasceram ou ainda não podem influenciar o governo da cidade.
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Como é que se compram estas evoluções da confiança?
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Roubando o futuro outra vez!
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Não posso concordar com esta visão da coisa "El 'error Lehman'". A falência do Lehman não foi a causa, foi um sintoma. Let us wait for the Spanish banks future...

A Lei de Gresham aplicada aos clientes?

Receio que as pessoas estejam a confundir uma eventual recuperação (?) financeira de uma recuperação económica. Mas adiante.
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Um dos meus contactos no Facebook, Claus Vistesen, está a redigir a sua tese de doutoramento. Um dos papers que vai pôr cá fora defende a tese de que quanto mais envelhecida é uma sociedade mais dependente ela fica das exportações.
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O Público de hoje traz uma entrevista a Daniel Bessa intitulada "Empresas que exportam devem pagar menos impostos":
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"Se se perguntar individualmente às empresas se são inovadoras, todas responderão que sim. Mas qual é a verdade?
Trabalhei durante muitos anos com alguns dos sectores mais tradicionais e uma das coisas que mais me surpreendeu foi o facto de haver muitas mais empresas em Portugal na área do têxtil, vestuário e calçado do que em França, Alemanha e Reino Unido. Há uma pulverização muito grande, mas há todo um trabalho de reconversão que se começou a fazer, e isso tem a ver com a inovação. Normalmente as pessoas ligam a inovação a produtos e processos. Eu acho fundamental que esteja ligada também a outras duas componentes: a inovação na gestão e na comercialização."
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Sem inovação na gestão não há reflexão estratégica séria, não há medição, não há planeamento a médio longo prazo, não há aposta nos intangíveis.
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Sem inovação na comercialização, não há a noção de clientes-alvo, não há a definição de proposta de valor e todos os clientes são bons.
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Lembram-se da polémica nos jornais quando Cavaco Silva escreveu sobre a boa e a má moeda? Ficou célebre a Lei de Gresham. Interrogo-me se nos negócios não é a mesma coisa, quando as empresas não distinguem os clientes-alvo dos que não interessam, não será verdade que os clientes que não interessam acabam por expulsar os clientes que interessam?"

Passar das marcas

Thomas Jefferson presidente dos Estados Unidos entre 1801 e 1809, no seu discurso de tomada de posse disse, acerca dos governos e da su arelação com os cidadãos:

"Still one thing more, fellow citizens — a wise and frugal government, which shall restrain men from injuring one another, which shall leave them otherwise free to regulate their own pursuits of industry and improvement, and shall not take from the mouth of labor the bread it has earned."
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Com um milhão de penhoras de certeza que já passamos das marcas.

sábado, setembro 12, 2009

Portugal e Espanha; irmãos

"Roca aseguró ayer que “tendría prestigio un político que sea capaz de reconocer que estamos mal y decir abiertamente que se han acabado las demandas y que nadie venga a pedir nada en tres años porque no se concederá y vienen tiempos muy duros; con eso ganaría prestigio”. (Moi ici: não sei se o povo português espanhol, povos inveterados amadores de bilhar, já estão maduros ou não para este tipo de político. Mas é só uma questão de tempo. Por cá, nos debates toda a gente fala de dar, de dar, de dar, com o dinheiro de quem?.)

“En Italia, Silvio Berlusconi, que es un personaje dudoso, aunque divertido, genera más confianza que nuestros políticos en España, hacía años que no había unos índices tan bajos de la moralidad colectiva española”, apuntó."

Recorte daqui.

Belmiro de Azevedo no Público

"a cultura da Sonae é uma cultura de mudar, e mudar em ambientes de crise. Aliás, quando entrei na Sonae, a 2 de Janeiro de 1965, a empresa vivia uma crise e eu vinha de uma outra empresa, a primeira onde trabalhei depois de me licenciar, a Efanor, porque ao fim de dois anos percebi que ia falir. A Efanor não tinha estratégia, não se deu conta que tinha um só produto - algodão de grande qualidade - mas que estava ameaçado pelos novos materiais que estavam a chegar ao mercado, como as fibras sintéticas. (Moi ici: é preciso jogar bilhar como um profissional. Não basta jogar a tacada actual, há que pensar nas tacadas seguintes: O que vem aí? É preciso futurizar!!!) Vi que ia morrer, como acabou por suceder, e por isso decidi sair e aceitar o convite da Sonae. Quando lá cheguei, verifiquei que aquela empresa, naquela altura, estava mesmo a necessitar de uma experiência "schumpeteriana", isto é, destruir para recriar. (Moi ici: Infelizmente, a maior parte das vezes só os que vêm de fora têm a liberdade de espírito e a isensão sentimental para fazer o corte com o passado. Drucker escreveu sobre isto, sobre a dificuldade em matar um filho, um produto ou um departamento tornado obsoleto.) O meu primeiro trabalho foi enviar para a sucata metade do equipamento e a metade que ficou está em tão bom estado como quando lá cheguei. Depois houve que adaptar a empresa à única lei que, como costumo dizer, vale a pena conhecer em economia: a lei da oferta e da procura."
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"Em Portugal devia-se apoiar mais as pequenas e médias empresas?
Nem todas as pequenas e médias empresas são boas e merecem ser ajudadas. O que temos de saber é quais são as boas e as más. As más não devem ser apoiadas.
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A política deve ser criar um melhor ambiente para todas as empresas ou apoiar as que têm dificuldades?
Apoiar essas seria contrariar Schumpeter: uma empresa que não tem futuro não deve ser apoiada. Se é má, nunca mais tem solução; uma perna podre tem de ser amputada. (Moi ici: a embrulhar e enviar por correio urgente à atenção do ex-ministro Pinho e a todos os "so-called" empresários que passam a vida de mão estendida ao governo. Ah! E não esquecendo os famosos produtores de leite e cereais.)
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Discorda então dos programas de apoio às pequenas empresas?
Claro, até porque são muito politizados. Então em períodos eleitorais é o que se vê: andam por aí a prometer tudo.
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Portugal sairá melhor ou pior desta crise?
Vai depender das empresas. O Estado não tem uma mina de dinheiro e cada vez que dá subsídios ou realiza grandes investimentos vai buscar dinheiro aos mercados financeiros, o que torna o dinheiro para a economia ou mais escasso, ou mais caro. Isso é muito mau." (Moi ici: Belmiro de Azevedo deve estar equivocado certamente, pelo menos tendo em conta o à vontade com que os governos normandos esbanjam dinheiro...)

Para reflexão

"I have problems with GDP as a measure because of quality. Robust 4% growth that is underpinned by savings and capital investment is not the same as robust 4% growth underpinned by debt and consumption.

The problem I have with the recent history of growth in the United States, the United Kingdom, Spain and Ireland in particular is that the growth was underpinned by high debt accumulation and low savings. As debt is a mechanism through which we pull demand forward, the debt and consumption has meant we have been growing today at the expense of future growth.

Low quality growth can go on for a long time

This dynamic can continue for a very, very long time. In the United States, by virtue of America’s possession of the world’s reserve currency, an increase in aggregate debt levels has been successfully financed for well over twenty-five years."
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Recortado de "Is economic boom around the corner?"
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E já agora, por causa da engenharia eleitoral este escândalo:
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"For example, while GDP is supposed to measure the value of output of goods and services, in one key sector - government - we typically have no way of doing it, so we often measure the output simply by the inputs. If government spends more - even if inefficiently - output goes up. In the last 60 years, the share of government output in GDP has increased from 21.4 percent to 38.6 percent in the U.S., from 27.6 percent to 52.7 percent in France, from 34.2 percent to 47.6 percent in the United Kingdom, and from 30.4 percent to 44 percent in Germany. So what was a relatively minor problem has now become a major one."
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Trecho retirado de "Joseph E. Stiglitz: Rethink GDP fetish"

Da próxima vez que o governador...

... do Banco de Portugal e outros amadores do bilhar propuserem a fusão de bancos vou recordar-me deste texto "Top Economists Say We Must Break Up the Insolvent Banks (Government Says Let’s Make Them Bigger)"
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sexta-feira, setembro 11, 2009

Porto 1979

O meu irmão mandou-me uma apresentação com fotografias do Porto de 1979.
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Olhando para estas fotografias com 30 anos é possível fazer o paralelismo com o que é o Porto exterior de hoje.
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O Porto mudou muito.
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Na oitava foto, vê-se um Fiat 850... o meu pai tinha um nessa altura.

Uma casta?

O desemprego aumenta no sector privado.
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A inflação está negativa.
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Os governos viram as suas receitas baixarem drasticamente (cerca de 20% em Portugal, por exemplo).
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As falências crescem.
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E o que fazem os governos português e espanhol?
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"El Gobierno acepta mantener el poder adquisitivo de los funcionarios en tres años"
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Quem paga? De onde vem o dinheiro? Onde está a criação de riqueza para alimentar os normandos?
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Há qualquer coisa de pôdre nesta lógica dos direitos adquiridos à custa dos mais fracos.
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Gostava de ler Daniel Amaral sobre este tema.

Clientes-alvo e outra possibilidade de competir

Encontrei no livro “Value Creation: Strategies for the Chemical Industry” uma defesa das minhas ideias de promoção de propostas de valor que fujam do preço mais baixo.


O livro, de 2006, apresenta os mesmos números do artigo “Managing Price, Gaining Profit” de Michael V. Marn & Robert L. Rosiello, em Setembro-Outubro de 1992.

A figura é eloquente. Um aumento de 1% no preço aumenta a rentabilidade em quase 12%, enquanto que a redução de 1% nos custos fixos aumenta a rentabilidade em cerca de 2,5%.

Uma outra figura que devia ser interiorizada por muito boa gente é a que se segue:

20% dos clientes representam 90% do lucro! (Please rewind and read!!! Please rewind and read!!!)

Os autores escrevem sobre a indústria química, contudo, o mesmo raciocínio pode ser alargado a outros sectores.

“Once a differentiated understanding of the marketplace has been obtained, it is important to decide which segments and specific customers the organization aspires to serve and, equally importantly, which ones it will not target. In most chemical companies today, this is a significant mindset shift. In general, most chemical companies are volume-focused, and have never met an unattractive customer. (Moi ici: quantas empresas sabem quem são os seus clientes-alvo? Quantas empresas sabem que alguns clientes são autênticos presentes envenenados?)


The dilemma for most chemical companies today is that a 20/90 rule applies to customer performance – 20 percent of customers typically account for 90 percent of profit margin. The challenge is what do with the long tail of customers that add little incremental margin to the overall bottom line. In most instances, companies have decided that the best thing to do is to enhance the profitability of the tail through aggressive pricing actions. In other situations, they have decided to redefine the value proposition and overall offering to enhance the profitability of this customer group or move these customers to distributors. (Moi ici: quantas empresas fizeram e fazem esta reflexão?)

Será que reduzir salários é de esquerda?!

Em Janeiro de 2008 Miguel Frasquilho fez um desenho, apresentou um gráfico sobre o tema. Hoje, Daniel Amaral no Diário Económico volta ao tema no artigo "A gestão dos salários".
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Estranho é que Daniel Amaral coincida com Ferraz da Costa e Vítor Bento na solução de reduzir os salários!!!
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"Uma análise aos últimos cinco anos revela que os salários sempre cresceram mais do que a inflação e, nalguns casos, até mais do que a conjugação dos preços com a produtividade. (Moi ici: isto não é novidade, só os jogadores de bilhar amadores é que podem surpreender-se com isto ao fim de 5 anos!!! Os jogadores de bilhar profissionais teriam previsto, teriam visualizado o que iria acontecer ainda mesmo da tomada de decisão) E 2008 reivindicou a cereja no bolo: com a economia estagnada e a produtividade a cair, os salários aumentaram 3,4%! Há quem desvalorize estes números e lhe chame acção social; eu chamo-lhe acelerador de falências. (Moi ici: E voltamos ao tema da competitividade. Como é que Manuel Maria Carrilho lhe chamou? Voluntarismo! "Por isso, as lideranças do futuro terão de resistir à armadilha do voluntarismo, seja na forma que conduz a contraproducentes provas de força com a sociedade seja quando ele se refugia num qualquer tipo de determinação mais ou menos iluminada." Isto por causa de quem defende que as empresas que falirem, por não serem capazes de resistir aos aumentos salariais, não fazem falta? Impor-mo-nos aos outros é tão fácil... arvorar-mo-nos em vanguarda que sabe tudo para todos... enfim!)

Claro que isto se repercute na vida das empresas, sejam exportadoras ou não. No primeiro caso, não conseguem competir na ordem externa - as exportações baixam. No segundo, não conseguem competir na ordem interna - as importações sobem. O resultado final é um múltiplo atentado ao país: caem o investimento e a produção, disparam o desemprego e o endividamento. Como é que ainda ninguém reparou? (Moi ici: Onde estava Daniel Amaral quando se discutiu o último aumento do salário mínimo?)

Como se vê, temos aqui um paradoxo: os salários de miséria... são altos de mais. O choque, que se adivinha terrível, vai ocorrer lá para o final do ano, gerido por um Governo previsivelmente minoritário no Parlamento. Adivinho o pior: o Executivo apelará ao realismo dos sindicatos; as oposições cantarão loas ao "social" e serão todas contra. A questão central fica de pé: como é que se explica a uma pessoa com menos de 400 euros que a solução para a crise está na redução dos salários?" (Moi ici: Custa-me que os macro-economistas só consigam equacionar manobras de Lanchester ... julgo que têm de primeiro descobrir e estudar Skinner, enquanto os macro-economistas lutam pelo aumento da eficiência... Skinner chama a atenção para a meta-eficiência, para a eficácia. Skinner doutorou-se muito tarde, trabalhou vários anos na vida real das empresas, sabia o que era a realidade para lá das teorias. Zapatero, durante a campanha eleitoral que o levou pela primeira vez à Moncloa, disse que aumentar impostos era de direita e reduzir impostos era de esquerda. Esta semana aumentou impostos... será de esquerda? Agora, desconfio que ainda vou ouvir que reduzir salários é de esquerda!!!)