quarta-feira, agosto 15, 2012
Imagino logo mais queima de dinheiro
A propósito dos números deste artigo "Desemprego atinge os 17,6% na região de Lisboa", para quem escreve há anos sobre a drenagem, surge uma ideia interessante: conjugar a evolução dos números do desemprego regional, com os números do PIB regional antes do começo da falência do modelo económico em que o país assentou na última década e meia, à base de estímulos governamentais.
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E o que temos é isto:
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Tirando o caso dos Açores, parece concluir-se que quanto mais rico se era em 2008, mais a taxa de desemprego cresceu entre o 1º trimestre de 2008 e o 2º trimestre de 2012.
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Os números do desemprego são maus para qualquer governo, a tentação é injectar dinheiro para fazer baixar o número criando ou mantendo emprego artificial, emprego não sustentável, assim que se deixa de queimar fósforos não há chama, acaba a "festa". E foi isto que andamos a fazer sobretudo durante a primeira década do século XXI. Substituindo os empregos perdidos no "confronto" com a China e a Europa de Leste, por emprego suportado pelo Estado em sectores não-transaccionáveis.
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Lembrem-se, até no nortenho Minho 20 a 30% do PIB dependia da construção.
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Assim, quando leio que o PSD e o PS querem medidas para gerar emprego (aqui e aqui)... imagino logo mais queima de dinheiro, impostos futuros sobre as costas dos saxões do costume, para alimentar mais estímulos insustentáveis.
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E o que temos é isto:
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Tirando o caso dos Açores, parece concluir-se que quanto mais rico se era em 2008, mais a taxa de desemprego cresceu entre o 1º trimestre de 2008 e o 2º trimestre de 2012.
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Os números do desemprego são maus para qualquer governo, a tentação é injectar dinheiro para fazer baixar o número criando ou mantendo emprego artificial, emprego não sustentável, assim que se deixa de queimar fósforos não há chama, acaba a "festa". E foi isto que andamos a fazer sobretudo durante a primeira década do século XXI. Substituindo os empregos perdidos no "confronto" com a China e a Europa de Leste, por emprego suportado pelo Estado em sectores não-transaccionáveis.
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Lembrem-se, até no nortenho Minho 20 a 30% do PIB dependia da construção.
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Assim, quando leio que o PSD e o PS querem medidas para gerar emprego (aqui e aqui)... imagino logo mais queima de dinheiro, impostos futuros sobre as costas dos saxões do costume, para alimentar mais estímulos insustentáveis.
A conversa da treta acerca da produtividade
Reparem nesta conversa:
"American manufacturing wages average $34 an hour, some 21 times the average in China at $1.60 an hour. But each U.S. worker adds $145,000 in value, far more than German, French, or Japanese employees, and more than 10 times that of the Chinese worker who contributes $13,700.Qual é a falácia desta narrativa?
The predominant explanation is U.S. manufacturers’ investment in automated equipment. Also, American labor is better trained than the Chinese. Similar productivity rankings can be seen in dollar value-added per hour: The U.S. worker is on top with $73 in value-added per hour worked; the Chinese worker adds only $7.19 of value per hour; Japanese, German, and French workers contribute up to $63."
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A-Lembram-se dos portugueses que com a 4ª classe, ou menos, emigraram para a França e a Alemanha, durante a década de setenta e oitenta do século passado, e de como a sua produtividade disparava?
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B-Lembram-se dos portugueses que com a 4ª classe, ou menos, ganharam a batalha da produtividade no sector têxtil aos franceses e alemães, durante a década de setenta e oitenta do século passado, e "arrumaram" com o grosso da produção nesses países?
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Se olharmos para a produtividade como um indicador da capacidade de acrescentar valor potencial por unidade de tempo:
- A automatização da produção e a superior formação do operário americano fazem com que ele tenha uma produtividade muito superior à do operário chinês. Para mim, que fique muito claro, isto é treta!
- Outra justificação que se costuma ouvir ou ler é a de que a gestão do país X é superior à gestão do país Y e, por isso, os operários do país X são mais produtivos que os operários do país Y. Segundo esta justificação, a batalha da produtividade seria ganha com mais organização e método. Para mim, que fique muito claro, isto às vezes é treta!
Reparem numa das justificações do autor para o retorno de manufacturas da China para os EUA:
"Wages of the bottom half of American workers have significantly declined in real terms over the past decade, as well as in comparison with other nations, while those of U.S. manufacturing rivals, including China and Japan, have risen.Vejamos o caso A acima mencionado:
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American workers are working longer, faster, and with greater anxiety, than ever before. Because of greater automation, flexibility, domestic U.S. outsourcing, and the fear of being laid off, surviving U.S. manufacturing workers have seen little or no increases in wages in the past eight years, and their output has increased with productivity in output per employee at an all-time high."
- Como é que um português com a 4ª classe mal amanhada consegue dar um salto espectacular na sua produtividade ao passar de uma fábrica no vale do Ave para uma fábrica no vale do Reno, no espaço de um mês?
Alguns respondem: por causa da superior qualidade da gestão e da organização alemã!
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Bom, se essa for a resposta certa, como explicar o caso B acima mencionado:
- Como é que as fábricas têxteis do vale do Ave liquidaram as fábricas concorrentes no vale do Reno e do Loire?
O problema destas análises da produtividade é que comparam alhos com bugalhos. Os trabalhadores americanos são mais produtivos que os chineses não porque, como o autor do artigo pensa e escreve, correm mais depressa, quais Charlots escravos do ritmo das máquinas e da automatização, mas porque produzem artigos diferentes dos chineses.
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Acaso um trabalhador americano poderia ter um nível de produtividade tão superior ao do chinês se produzisse o mesmo tipo de artigos?
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O erro destas análises é comparar valores da produtividade entre diferentes países assumindo que os que eles produzem é igual e que, portanto, é tudo uma questão de mais rapidez e mais eficiência (têm de perceber os gráficos de Hausman - "they talk about a big complex mess using very aggregate measures").
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O operário que vai do Ave para o Reno passa a produzir bens de muito maior valor acrescentado.
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A produzir o mesmo tipo de artigos, isto é, comparando alhos com alhos, quando a diferença salarial é muita e quando a mão-de-obra tem um peso forte nos custos, não há organização e capacidade de gestão que valha, o país com salários mais baixos ganha, daí o sucesso de B.
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Reparem como o governo e o BCE partilham do pensamento do autor do artigo, daí a redução de salários e o fim dos feriados.
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O retorno a que assistimos no têxtil e vestuário, no calçado, no mobiliário, ... em Portugal, não foi por causa da redução dos salários, não foi por causa de se produzir mais depressa, foi porque se passou a produzir artigos com maior valor acrescentado (recordar gráficos daqui).
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Alguém ontem comentou aqui no blogue:
"O consumidor americano é uma lástima, "no se entera de nada". Na velha europa somos civilizados"Um pouco na linha do que escrevemos em "Sugestão para uma tese de doutoramento"... será que na América não existe massa crítica de consumidores exigentes que puxe pela subida das empresas americanas na escala de valor? E de considerar, também, no caso americano, a facilidade no acesso ao capital para suportar as deslocalizações, o que impediu criar uma massa crítica de gestores habituados a "fuçar", em vez de lutar mudando de campeonato, continuam na mesma arena e mudam de localização.
terça-feira, agosto 14, 2012
Recordar
A propósito deste artigo "Governo quer vender totalidade dos ENVC e privilegia manutenção dos trabalhadores" onde se pode ler:
"O Governo quer vender a totalidade dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), sendo uma parte reservada aos trabalhadores. O restante será para um accionista de referência que tem de cumprir um conjunto de condições, nomeadamente a maximização dos actuais postos de trabalho."Recordar os comentários deste postal.
Um pouco de optimismo
O que falta a Evans-Pritchard neste artigo "Five years on, the Great Recession is turning into a life sentence" é equacionar o refluxo de "So my candidate for chief cause is Asia’s `Savings Glut’, and indeed whole the structure of East-West trade under globalisation." e um pouco mais de optimismo (Hum! Estarei a ser vítima da Prozac leadership?)
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Basta juntar estas peças:
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Basta juntar estas peças:
- "The End of Chinese Manufacturing and Rebirth of U.S. Industry" (que já comentámos aqui)
- "Why I Believe That This Will Be The Most Innovative Decade In History"
- "Manufacturing in America"
- "Seven Reasons to Expect US Manufacturing Resurgence" (Isto merece um futuro artigo por causa da produtividade e do valor acrescentado por trabalhador)
- "Reasons to be cheerful, part five" onde se pode ler:
"the new industrial revolution consists of a number of different features making a simultaneous impact in both the rich world and the poor. He cites an increase in the technology component of modern business strategies; the ability to offer personalised products on a mass scale; the growing fragmentation of production with more interconnectedness of supply chains across different countries; the increasing niche orientation of many companies; a focus on environmental challenges and more efficient use of resources; and more regional concentration and specialisation.Para mim, até isto faz sentido "Euler Hermes: Insolvências de empresas vão aumentar 50% em Portugal" e se encaixa na mudança em curso. Uma revolução não é uma evolução pacífica, uma revolução perturba o status-quo.
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The book is right to concede that few of these individual features are completely new. But it argues that they really started to interact from around 2005 and they will continue to do so until 2040 and beyond.
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I’m not sure that the designation “revolution” for such disparate business trends is useful but let’s not argue about taxonomy. Whether the changes occurring in manufacturing constitute Revolution Number Five or are simply the after-effects of Revolution Number Four, they are having a big effect. Marsh is surely right to remind us that manufacturing is more exciting than most people imagine."
segunda-feira, agosto 13, 2012
Ser "amigo" é...
Só porque há excesso de oferta de um bem não se deve impedir que alguém tente a sua sorte e comece a produzir esse mesmo bem.
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Se não vai fazer a diferença... como é que espera conseguir vender? A que preços? Que retorno terá?
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Ser "amigo" é mostrar que há muitas alternativas para uma oferta agrícola não massificada e que tire partido das vantagens climáticas do país.
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Trecho retirado de "Crise está a causar aumento de jovens agricultores"
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Esse alguém pode começar a produzir o bem com características que ninguém tenha ainda oferecido, pode oferecer condições de embalamento, distribuição, pagamento, promoção que de alguma forma façam a diferença em na mente dos potenciais clientes heterogéneos que compõem um mercado.
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Contudo, se esse alguém precisar de dinheiro para fazer a sua tentativa, o eventual financiador deverá ser muito mais exigente com a aplicação do seu dinheiro. Senão que garantias terá de que o seu dinheiro terá um retorno positivo?
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Quem quer tentar a sua sorte com dinheiro alheio, terá de demonstrar que tem uma qualquer abordagem inovadora que lhe permitirá fazer a diferença junto de um nicho de potenciais clientes. Senão como conseguirá abrir espaço entre os incumbentes?
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Se não houver diferenças, se não houver inovação, o dinheiro vai gastar-se e não vai haver retorno.
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Assim, para mim, que escrevo há anos neste espaço sobre o excesso de produção leiteira, sobre o excesso de produção de vinho, sobre a bolha azeiteira, preocupa-me que dinheiro do Estado, dinheiro habitualmente mal gerido, habitualmente atirado para cima de problemas, esteja a ser utilizado desta forma:
""A hortofruticultura representa 16% dos projetos e 27% do investimento aprovado até final de 2011, enquanto as culturas permanentes, vinha e olival representam 53% dos projetos e 33% do investimento aprovado", indicou a fonte."Ser "amigo" não é dar dinheiro para uma aventura bem-intencionada. Ser "amigo" é ser exigente, é educar para a grande verdade, hoje em dia não basta produzir. Produzir é o mais fácil! Como seduzir clientes? Como se vai fazer a diferença?
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Se não vai fazer a diferença... como é que espera conseguir vender? A que preços? Que retorno terá?
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Ser "amigo" é mostrar que há muitas alternativas para uma oferta agrícola não massificada e que tire partido das vantagens climáticas do país.
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Trecho retirado de "Crise está a causar aumento de jovens agricultores"
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte
"Parlamento. Reformas de deputados demoram menos de um mês a serem despachadas"
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Na saúde, na educação, na justiça, na polícia, na ...
"Caixa Geral de Aposentações tem dois pesos e duas medidas. Enquanto há quem espere um ano, outros reformam-se logo"Quem acredita que é só aqui que há esquemas?
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Na saúde, na educação, na justiça, na polícia, na ...
Aves
Há cerca de uma hora, na borda de uma estrada, passei por uma, e nem se moveu (tratando-se de uma descida em estrada de montanha, circulava a cerca de 30 km/h):
Perdix perdix.
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Depois, 3 ou 4 curvas mais à frente, mais um imponente exemplar de Oriolus oriolus (papa-figos)
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Ontem, ao fim da tarde, fui brindado por 6 exemplares de Gyps Fulvus (grifo) junto à barragem de Saucelle:
Perdix perdix.
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Depois, 3 ou 4 curvas mais à frente, mais um imponente exemplar de Oriolus oriolus (papa-figos)
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Ontem, ao fim da tarde, fui brindado por 6 exemplares de Gyps Fulvus (grifo) junto à barragem de Saucelle:
domingo, agosto 12, 2012
Small is beautiful!!!
Em sintonia com o nosso discurso sobre Mongo, em sintonia com a correcção que fizemos ao título do artigo que passou a ser "O Futuro é Local, Não a China", em sintonia com a crítica que fizemos aos que criticam os micro-empreendedores, em sintonia com a crítica à visão ultrapassada de MFL, um artigo:
Amanhã, vou passar pelos restos mortais centenários de uma fábrica que me impressionou da primeira vez que a vi em 1985, caminhava de mochila às costas entre Figueira de Castelo Rodrigo e Barca D'Alva, algures a seguir à localidade de Escalhão. Ao longo destes anos, tenho-a usado como exemplo, ainda na quinta-feira passada o fiz numa empresa, do impacte do comboio e da rede nacional de estradas.
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As pequenas fábricas foram dizimadas pela redução do factor distância no mercado nacional. A China fez o mesmo com a redução do factor distância no mercado mundial.
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O que é que é diferente agora?
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Agora, we are all weird!!!
sábado, agosto 11, 2012
Sempre em busca de uma batota mais eficaz
"Within 10 years, retail as we know it will be unrecognizable, says Kevin Sterneckert, a Gartner analyst who follows retail technology. Big-box stores such as Office Depot, Old Navy and Best Buy will shrink to become test centers for online purchases. Retail stores will be there for a "touch and feel" experience only, with no actual sales. Stores won't stock any merchandise; it'll be shipped to you. This will help them stay competitive with online-only retailers, Sterneckert says."Que o retalho físico vai mudar, não há dúvidas.
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Não sei é se vai ser descurando o efeito da gratificação imediata da compra.
"FedEx and UPS will delve deeper into refrigerated home delivery. Google trucks will deliver local services. Clothing — even pharmaceuticals — will be produced in the home via affordable 3-D printers."Aqui está um negócio que há mais de 1 ano me convence que vai ter um boom espectacular, o "home delivery".
"By the time you walk into a store in the near future, the employees there will probably know what you want to buy, based on information on your trusty phone or tablet. Merchants will know your gender, age, race and income, analyst Sterneckert and others say"E qual será a formação destes consultores de compra? Que competências tecnológicas terão de possuir? Como se lidará com a propriedade e confidencialidade da informação? Um consultor de compra poderá ter acesso a esta informação sobre um cliente e não ser assediado para a passar a outro empregador?
"There might be less merchandise inside, as bricks-and-mortar stores offer only special products that distinguish them from Web competitors."Fácil de prever, aliás, já está a acontecer, as lojas europeias pelam-se por artigos exclusivos, pedem para colocar a sua marca em artigos que não desenvolveram, tudo para criar diferenciação face ao online.
"Increasingly, where one shops will be irrelevant. Phones and bar codes will let consumers shop from their kitchens — a digital screen on a refrigerator, for example, will allow orders from home, with a delivery service dropping off the produce. "A screen is a screen is a screen," says Jill Puleri, of IBM's Global Business Services retail-consulting practice."E se pequenos produtores, em vez de transferirem margem para a distribuição, apostassem na captura destas encomendas caseiras, para clientes-alvo, e as despachassem via parceiros da "home-delivery". O meu fornecedor de ovos, feijão verde, cebola, batata, nabiças, nabos, kiwis, maracujás, pimentos, courgettes, abóboras, pepinos e... poderia ampliar a sua produção e ganhar uma boa maquia.
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Não estou de acordo com tudo o que o artigo descreve ou prevê, contudo, parece-me uma boa matéria-prima para alimentar discussões sobre o futuro do retalho em vários sectores. O problema que a grande distribuição resolve é o da mediação entre o produtor e o consumidor... e o que impede que a internet, num futuro cada vez mais próximo, seja esse mediador?
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Trechos retirados de "Why shopping will never be the same"
Calçado português - 2º trimestre de 2012
Números do sector do calçado, para reflectir, números retirado do "Boletim de Conjuntura 2012 1º (2º) trimestre" da APICCAPS.
Relativamente ao 1º (2º) trimestre de 2012 (em que as exportações cresceram 2,5%)
- 38% (23%) das empresas afirmam que a sua produção baixou
- 50% (46%) das empresas afirmam que a sua produção estabilizou
- 12% (31%) das empresas afirmam que a sua produção aumentou
- 35% (27%) das empresas afirmam que o seu nível de utilização da capacidade produtiva é inferior ao da mesma época no ano passado
- 60% (65%) das empresas afirmam que o seu nível de utilização da capacidade produtiva é igual ao da mesma época no ano passado
- 5% (8%) das empresas afirmam que o seu nível de utilização da capacidade produtiva é superior ao da mesma época no ano passado
- 39% (26%) das empresas afirmam que a sua carteira de encomendas do estrangeiro baixou
- 41% (42%) das empresas afirmam que a sua carteira de encomendas do estrangeiro estabilizou
- 20% (32%) das empresas afirmam que a sua carteira de encomendas do estrangeiro aumentou
- 9% (12%) das empresas diminuiram postos de trabalho
- 83% (79%) das empresas estabilizaram postos de trabalho
- 8% (9%) das empresas aumentaram postos de trabalho
Relativamente ao 2º(3º) trimestre de 2012, perspectivas:
- 14% (18%) das empresas perspectivam que a sua produção vai diminuir
- 47% (64%) das empresas perspectivam que a sua produção vai estabilizar
- 39% (18%) das empresas perspectivam que a sua produção vai aumentar
- 15% (24%) das empresas perspectivam que a sua carteira de encomendas do estrangeiro vai diminuir
- 43% (61%) das empresas perspectivam que a sua carteira de encomendas do estrangeiro vai estabilizar
- 42% (15%) das empresas perspectivam que a sua carteira de encomendas do estrangeiro vai aumentar
"A difícil situação económica, em Portugal e em grande parte dos países europeus, continua a penalizar o consumo privado, situação que não se deverá alterar a curto prazo. Neste contexto negativo, no segundo
trimestre de 2012, o calçado português reforçou a produção e aumentou os níveis de utilização da capacidade, conseguindo manter o nível de emprego na indústria. Os empresários continuam a considerar o estado dos negócios satisfatório, embora em degradação face ao passado recente."
Notável!!!
"No primeiro semestre deste ano, o volume de negócios da Imperial, detida pelo Grupo RAR, ‘engordou’ 18% face a Junho de 2011, para 13 milhões de euros. «O grande responsável por este crescimento foi o mercado interno, onde crescemos 17%. No mercado externo crescemos 19%»,"Um país que mexe...
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"Para este ano, o objectivo é adicionar mais 10% ao volume de negócios de 2011, que rondou os 21,2 milhões de euros, com lucro de um milhão.Comparar com o discurso que satura os media portugueses, sobretudo as televisões.
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«O ano 2012 vai ser, provavelmente, um dos melhores que a Imperial já teve», acredita a responsável. O negócio «pode vir a crescer este ano cerca de 25% no mercado externo», prevê."
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Trechos retirados de "Regina e Pintarolas adoçam império"
Qual a taxa de sobrevivência?
O BCE recomenda isto "BCE pede a países em apuros para baixarem salários", na sequência disto.
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Pelos vistos há empresas em Portugal que seguem essa recomendação há muitos anos:
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Se o problema for da oferta tudo bem, só que o problema, quase sempre, está na procura.
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Pelos vistos há empresas em Portugal que seguem essa recomendação há muitos anos:
"Dezasseis mil trabalhadores batem à porta da Segurança Social para reaverem salários em atraso"Será que o resultado é positivo? Qual a taxa de sobrevivência?
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Se o problema for da oferta tudo bem, só que o problema, quase sempre, está na procura.
sexta-feira, agosto 10, 2012
Quem não querem como clientes?
Este artigo "Bad Service Can Be Good Business" conta a história de um jornalista, analista financeiro, recém ex-cliente do banco Wells Fargo.
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O jornalista começa por relatar o péssimo nível de serviço do banco, continua com a descrição da sua desistência e opção por trabalhar, como cliente, com outro banco e, termina com a recomendação de compra de acções do Wells Fargo.
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Quer o artigo original do jornalista, quer o artigo do blogue da HBR, acima referido, esquecem de referir um ponto de vista: quem são os clientes-alvo do Wells Fargo?
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Vamos imaginar que o Wells Fargo identificou um conjunto de clientes-alvo com os quais pretende trabalhar. Será difícil supor que o jornalista pode não fazer parte desse segmento e, por isso, sentir que o banco não é o melhor para ele?
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A Ryanair pode ser mal vista por um passageiro que quer viajar de avião e ter refeição a bordo... de quem é a culpa? Será que se pode dizer que a Ryanair presta um mau serviço? O que é que ela promete? O que é que ela entrega?
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Frances Frei e Anne Morriss em "Uncommon Service" dão o exemplo do Commerce Bank:
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"... rewrote the rules of an industry. And he did it by daring to be bad.
...
The bank achieved its success by deciding to be great at some dimensions of service and bad at others. Not casually bad, but bad in the service of great.
...
Aiming to be the best on hours, the bank chose to stay open seven days a week.
...
Commerce paid the lowest rates on deposits in every local market."
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E no seu negócio, o que é que decidiram fazerem muito bem? E para quem? E o que é que decidiram fazer mal, deliberadamente mal? Quem não querem como clientes?
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O jornalista começa por relatar o péssimo nível de serviço do banco, continua com a descrição da sua desistência e opção por trabalhar, como cliente, com outro banco e, termina com a recomendação de compra de acções do Wells Fargo.
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Quer o artigo original do jornalista, quer o artigo do blogue da HBR, acima referido, esquecem de referir um ponto de vista: quem são os clientes-alvo do Wells Fargo?
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Vamos imaginar que o Wells Fargo identificou um conjunto de clientes-alvo com os quais pretende trabalhar. Será difícil supor que o jornalista pode não fazer parte desse segmento e, por isso, sentir que o banco não é o melhor para ele?
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A Ryanair pode ser mal vista por um passageiro que quer viajar de avião e ter refeição a bordo... de quem é a culpa? Será que se pode dizer que a Ryanair presta um mau serviço? O que é que ela promete? O que é que ela entrega?
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Frances Frei e Anne Morriss em "Uncommon Service" dão o exemplo do Commerce Bank:
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"... rewrote the rules of an industry. And he did it by daring to be bad.
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The bank achieved its success by deciding to be great at some dimensions of service and bad at others. Not casually bad, but bad in the service of great.
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Aiming to be the best on hours, the bank chose to stay open seven days a week.
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Commerce paid the lowest rates on deposits in every local market."
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E no seu negócio, o que é que decidiram fazerem muito bem? E para quem? E o que é que decidiram fazer mal, deliberadamente mal? Quem não querem como clientes?
Isto é que é resiliência!
"Têxtil resistiu bem no primeiro semestre"
"Exportações do setor têxtil aumentam no semestre"
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Isto é que é ganhar quota de mercado!
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Milagre?
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Não!!!
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Simplesmente a concretização das previsões... quanto mais incerteza, maior a necessidade, maior a vantagem em colocar a produção mais próxima do consumo. Pronto-moda, rapidez, flexibilidade, condições de pagamento, ... em tempo de incerteza, reduzir o risco, fazendo pequenas e variadas apostas em vez de grandes e concentradas apostas.
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Pena não se ter feito isto, muito dinheiro está a ficar em cima da mesa.
"Exportações do setor têxtil aumentam no semestre"
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Isto é que é ganhar quota de mercado!
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Milagre?
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Não!!!
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Simplesmente a concretização das previsões... quanto mais incerteza, maior a necessidade, maior a vantagem em colocar a produção mais próxima do consumo. Pronto-moda, rapidez, flexibilidade, condições de pagamento, ... em tempo de incerteza, reduzir o risco, fazendo pequenas e variadas apostas em vez de grandes e concentradas apostas.
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Pena não se ter feito isto, muito dinheiro está a ficar em cima da mesa.
Como é que Ghemawat interpretaria estes números?
Leio:
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BTW, ontem, ao final da tarde estive numa PME de calçado que me começou a enumerar com orgulho, a lista de países para onde exporta... achei interessante as encomendas de reposição, sinal de que a encomenda inicial já foi vendida, do Japão e do Cazaquistão...
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Trecho inicial retirado daqui.
"As exportações portuguesas de bens para a China cresceram 183,3% no primeiro semestre deste ano, transformando aquele país no décimo maior cliente de Portugal, à frente do Brasil."E recordo logo "World 3.0" de Pankaj Ghemawat...
" "gravity models to study bilateral interactions. Such models resemble Newton's law of gravitation in linking interactions between countries to the product of their sizes (usually their gross domestic products) divided by some composite measure of distance that incorporates some of the factors (Cultural distance, Administrative distance, Geographic distance, Economic distance). I tend to think of them as distance modelsComo é que Ghemawat interpretaria estes números?
...
To start with geographic or physical distance, a useful stylized fact is that a 1 percent increase in the geographic distance between two locations leads to about a 1 percent decrease in trade between them."
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BTW, ontem, ao final da tarde estive numa PME de calçado que me começou a enumerar com orgulho, a lista de países para onde exporta... achei interessante as encomendas de reposição, sinal de que a encomenda inicial já foi vendida, do Japão e do Cazaquistão...
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Trecho inicial retirado daqui.
quinta-feira, agosto 09, 2012
Entre Junho e Julho?
A propósito dos números das exportações portuguesas de bens:
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Considerando o peso importante das viagens e turismo no universo dos serviços, e considerando a evolução de 2011 verificada na balança de serviços, se calhar tivemos o equilíbrio algures entre Junho e Julho.
Trecho inicial retirado daqui.
"As exportações portuguesas registaram um crescimento homólogo de 6,8% entre Abril e Junho deste ano"Considerando os valores de Junho de 2012 para as exportações e importações portuguesas de bens, com os dados de Maio de 2012 para as exportações e importações portuguesas de serviços, o défice cai para menos de 100 milhões de euros.
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Considerando o peso importante das viagens e turismo no universo dos serviços, e considerando a evolução de 2011 verificada na balança de serviços, se calhar tivemos o equilíbrio algures entre Junho e Julho.
Trecho inicial retirado daqui.
Recuperar uma economia viciada há décadas em estímulos, sem aumento do desemprego, é lirismo
"O Banco Central Europeu (BCE) defende que os salários dos portugueses deveriam ter começado a cair mais cedo, de forma a evitar uma subida tão pronunciada da taxa de desemprego."Uns figurões importantes, sem conhecimento detalhado da realidade específica de um país, dedicam-se, de vez em quando, a lançar umas afirmações gerais para explicar uma qualquer estatística.
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Se Portugal estivesse a atravessar uma recessão interna pontual, se Portugal estivesse a viver uma crise económica conjuntural, a afirmação do senhor Draghi até poderia ser compreendida e até podia fazer sentido. Contudo, o que estamos a atravessar não tem nada de conjuntural, o que estamos a assistir é a um violento e necessário ajuste estrutural de uma economia disfuncional, para se tornar numa realidade económica muito mais saudável.
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Se os salários dos portugueses tivessem começado a cair mais cedo, quantas empresas, sem o mercado inflacionado pelo dinheiro do Estado e pelo crédito fácil e barato, conseguiriam resistir e não fechar? Quantas, das 29 empresas de construção que fecham por dia, por exemplo, escapariam se os custos salariais fossem mais baixos?
Quantos stands de automóveis evitariam o encerramento? Quantas lojas evitariam o despedimento? Quantas imobiliárias sobreviveriam?
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Se os salários dos portugueses tivessem começado a cair mais cedo, quantos professores e recibos verdes do Estado seriam poupados?
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Nada poderia ter evitado este salto no nível do desemprego, a menos que continuássemos alegremente, a "assar sardinhas com o lume dos fósforos" (parte 2010, parte 2011 e parte 2012). Recuperar uma economia viciada há décadas em estímulos não é a mesma coisa que curar uma constipação passageira.
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Recordar o drill-down do desemprego.
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Trecho retirado daqui.
Bem vindos ao Estranhistão
Em "O triunfo da heterogeneidade" salientamos o lado positivo da existência da heterogeneidade nos mercados reais, em vez das abstracções matematizáveis e irrealistas.
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Contudo, há um lado negativo decorrente do triunfo comunicacional dos economistas com os seus mercados perfeitos:
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Ainda ontem recebi um e-mail que ilustrava esta situação. A certa altura descrevem-me a situação que explica um deficit estratégico:
Planeamento central, rigor, funções claramente definidas, um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar. Não há desenrascanços, não há "primma donnas", não há democracia, há uma música invisível ao som da qual todos dançam alinhados, sintonizados em prol da eficiência, da rapidez na execução daquilo que foi planeado milhares de vezes.
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Nós não temos cultura para trabalhar assim... não é, nós não temos gente para trabalhar assim, é mais, nós não temos empresários preparados para pensar assim, até porque para pensar assim, tem de se ter um arcaboiço comercial capaz de despachar o produto. Porque quem trabalha neste campeonato tem de produzir sempre o mais próximo possível dos 100% da capacidade (e, se possível, acima da capacidade nominal) e o dinheiro só se ganha quando se recebe o que se vendeu, não quando se produz.
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Claro que esta cultura de crença exclusiva na escala, no volume e na eficiência é resultado das correntes económicas que se estudam nas universidades e que têm de ser matematizáveis, que têm de ter equações e modelos matemáticos capazes de rivalizar com os da malta da Física. Para isso, fazem-se simplificações e abstracções até que se chegam aos mercados perfeitos. Esta cultura ocupa o mainstream e abafa pensamentos alternativos.
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Até parece que não conhecemos histórias de micro-produtores que triunfam... até parece que não existem histórias de empresas que apesar de pequenas, transpiram autenticidade, respiram diferenciação, são sinónimo de exclusividade.
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Lembro-me do meu pai estudar à noite. De entre a sua bibliografia havia um livro, que herdei, que se intitulava "Small is beautiful" de um tal Schumacher, para mim, na altura, "Small is beautiful" não passava de um título, não passava de um slogan.
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Hoje, percebo melhor do que nunca que small is beautiful é muito mais do que um soundbite. Small is beautiful é o caminho de Mongo.
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E como somos todos cada vez mais weirds ... cada vez haverá mais procura pelo que é único, pelo que é diferente, pelo que é tribal... bem vindos ao "Estranhistão... weirdistão"
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Contudo, há um lado negativo decorrente do triunfo comunicacional dos economistas com os seus mercados perfeitos:
"Very little attention is given to differentiated internal structures since this undermines the powerful underlying requirement that competing businesses are relevantly similar, permitting the application of ceteris paribus thinking.Esta corrente dominante ocupa os modelos mentais da maioria dos agentes económicos. Assim, tolhe a sua capacidade de actuação.
.It is easy to suspect that traditional economists cannot in fact explain how businesses make a sustained profit. In a world of perfect competition supernormal profits will be zero, and the suggestion of economics is that anything other than this outcome is either inefficient, transient or morally reprehensible. This failure to understand the source of sustained business profits probably arises from the focus of traditional economics on only three types of competition (monopoly, oligopoly and perfect competition — all of which are selected and investigated because they are susceptible to mathematical analysis) and associated rents.…Economists also tend to regard differentiation within a product or service as a variant of price, when in fact price may not be a criterion that determines purchase."
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Ainda ontem recebi um e-mail que ilustrava esta situação. A certa altura descrevem-me a situação que explica um deficit estratégico:
"A desculpa que ouvimos mais frequentemente é que não temos "quantidades" e como tal preço para competir."Um excelente retrato de uma realidade que infelizmente conheço demasiado bem. A ideia de que só se pode competir pela produção de quantidades cada vez maiores, quantidades que dão escala, que dão vantagens de custo... e claro, como isso impõe uma cultura de negócio como a de um pit da Fórmula 1...
Planeamento central, rigor, funções claramente definidas, um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar. Não há desenrascanços, não há "primma donnas", não há democracia, há uma música invisível ao som da qual todos dançam alinhados, sintonizados em prol da eficiência, da rapidez na execução daquilo que foi planeado milhares de vezes.
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Nós não temos cultura para trabalhar assim... não é, nós não temos gente para trabalhar assim, é mais, nós não temos empresários preparados para pensar assim, até porque para pensar assim, tem de se ter um arcaboiço comercial capaz de despachar o produto. Porque quem trabalha neste campeonato tem de produzir sempre o mais próximo possível dos 100% da capacidade (e, se possível, acima da capacidade nominal) e o dinheiro só se ganha quando se recebe o que se vendeu, não quando se produz.
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Claro que esta cultura de crença exclusiva na escala, no volume e na eficiência é resultado das correntes económicas que se estudam nas universidades e que têm de ser matematizáveis, que têm de ter equações e modelos matemáticos capazes de rivalizar com os da malta da Física. Para isso, fazem-se simplificações e abstracções até que se chegam aos mercados perfeitos. Esta cultura ocupa o mainstream e abafa pensamentos alternativos.
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Até parece que não conhecemos histórias de micro-produtores que triunfam... até parece que não existem histórias de empresas que apesar de pequenas, transpiram autenticidade, respiram diferenciação, são sinónimo de exclusividade.
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Lembro-me do meu pai estudar à noite. De entre a sua bibliografia havia um livro, que herdei, que se intitulava "Small is beautiful" de um tal Schumacher, para mim, na altura, "Small is beautiful" não passava de um título, não passava de um slogan.
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Hoje, percebo melhor do que nunca que small is beautiful é muito mais do que um soundbite. Small is beautiful é o caminho de Mongo.
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E como somos todos cada vez mais weirds ... cada vez haverá mais procura pelo que é único, pelo que é diferente, pelo que é tribal... bem vindos ao "Estranhistão... weirdistão"
quarta-feira, agosto 08, 2012
Ecossistemas estratégicos
"Strategy describes competition between companies, businesses or individuals that are distinct, that is, heterogeneous. Strategy becomes observable when companies, businesses or individuals compete in a given arena. Put into practical terms, for businesses within a given strategic ecosystem, a strategy is a coherent and consistent pattern of action expressed through a business model leading to the appropriation of sustained economic rents."O exemplo que se segue ilustra bem o que se entende por heterogeneidade num sector económico.
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"in the valve and pump industries, in spite of the fact that there are several hundred businesses in each of these industries in the United Kingdom, few of the businesses compete head-to-head. The products designed, manufactured and distributed by these companies vary significantly depending upon their engineering complexity and degree of customisation. In addition, valves and pumps have very different characteristics depending on the needs of industry end users. Finally, the nature of the installation, maintenance and replacement economics may differ very substantially.
Various combinations of these factors impinge upon the viability of different strategic and operational options for participants in the pump and valve industries that affect the nature of the manufacturing, supply, design and servicing capabilities of the business (as shown in Figure 1).
Overlaid on top of this power/cost dimension of strategic ecology is an end-use dimension, which determines the design and materials aspects of the pumps or valves. Over a period of time, the industry has evolved into approximately twenty different ecosystems characterised by complexity, value and end-user industry. Businesses typically participate in only one or two ecosystems, because different ecosystems require markedly different business models for a player to participate: a single business model, even if distinct from that of other players, is unlikely to confer advantages in different pump and valve ecosystems. A broad participant needs multiple model to compete in several different ecosystems, which splinters learning and is expensive. What an analysis of the pump and valve industries makes clear is how heterogeneous these industries in fact are, and how varied are the firms that compete in them — there is no single industry but instead many strategic ecosystems."
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Leio "strategic ecosystems" e recordo as árvores cladísticas.
terça-feira, agosto 07, 2012
A erosão da certificação ISO 9001 ...
"Disseram-me ontem e já confirmei hoje.
Aquela empresa foi auditada pela entidade certificadora. Não "passou", obviamente, porque não tinha nem definidos nem muito menos implementados, e só para dar dois exemplos, a revisão pela gestão e a monitorização do desempenho do sistema (requisitos que obrigam a apresentar histórico de vários meses para serem credíveis - mas nem sequer estavam definidos, saliente-se).
A mesma entidade certificadora fez nova auditoria umas duas semanas depois e atribuiu o certificado..."
A mesma entidade certificadora fez nova auditoria umas duas semanas depois e atribuiu o certificado..."
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É assim, que vai se erodindo o valor da certificação por 3ª parte. Nem vale a pena comentar mais...
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Trecho retirado daqui.
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