quarta-feira, agosto 15, 2012
Imagino logo mais queima de dinheiro
A propósito dos números deste artigo "Desemprego atinge os 17,6% na região de Lisboa", para quem escreve há anos sobre a drenagem, surge uma ideia interessante: conjugar a evolução dos números do desemprego regional, com os números do PIB regional antes do começo da falência do modelo económico em que o país assentou na última década e meia, à base de estímulos governamentais.
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E o que temos é isto:
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Tirando o caso dos Açores, parece concluir-se que quanto mais rico se era em 2008, mais a taxa de desemprego cresceu entre o 1º trimestre de 2008 e o 2º trimestre de 2012.
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Os números do desemprego são maus para qualquer governo, a tentação é injectar dinheiro para fazer baixar o número criando ou mantendo emprego artificial, emprego não sustentável, assim que se deixa de queimar fósforos não há chama, acaba a "festa". E foi isto que andamos a fazer sobretudo durante a primeira década do século XXI. Substituindo os empregos perdidos no "confronto" com a China e a Europa de Leste, por emprego suportado pelo Estado em sectores não-transaccionáveis.
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Lembrem-se, até no nortenho Minho 20 a 30% do PIB dependia da construção.
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Assim, quando leio que o PSD e o PS querem medidas para gerar emprego (aqui e aqui)... imagino logo mais queima de dinheiro, impostos futuros sobre as costas dos saxões do costume, para alimentar mais estímulos insustentáveis.
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E o que temos é isto:
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Tirando o caso dos Açores, parece concluir-se que quanto mais rico se era em 2008, mais a taxa de desemprego cresceu entre o 1º trimestre de 2008 e o 2º trimestre de 2012.
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Os números do desemprego são maus para qualquer governo, a tentação é injectar dinheiro para fazer baixar o número criando ou mantendo emprego artificial, emprego não sustentável, assim que se deixa de queimar fósforos não há chama, acaba a "festa". E foi isto que andamos a fazer sobretudo durante a primeira década do século XXI. Substituindo os empregos perdidos no "confronto" com a China e a Europa de Leste, por emprego suportado pelo Estado em sectores não-transaccionáveis.
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Lembrem-se, até no nortenho Minho 20 a 30% do PIB dependia da construção.
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Assim, quando leio que o PSD e o PS querem medidas para gerar emprego (aqui e aqui)... imagino logo mais queima de dinheiro, impostos futuros sobre as costas dos saxões do costume, para alimentar mais estímulos insustentáveis.
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2 comentários:
... mas também não é preciso matar toda a economia. Se a construção cresceu exageradamente, fruto de uma moeda que facilitou a obtenção de crédito a taxas irreais, a solução passa, dizem os revolucionários da actualidade (qual comunistas revolucionarios), em eliminar tudo. Por trás da construção tambem existem industrias... se essa industria estava a viver do ritmo de construçao do mercado interno e do turismo, a solução nao pode passar por matar todo o sector de supetom, porque cria desemprego massivo e recessão imediata, mas antes dar tempo à conversão. Esse tempo é fundamental, principalmente se acompanhado por medidas de estimulo à educação profissionalizante e descriminação fiscal.
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Um trolha nao se transforma num afinador de maquinas texteis ou num engenheiro de produção ou num delegado comercial de moldes ou de vinhos, nem nunca se transformará se nao lhe for dado tempo e formação.
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Por outro lado, o ajustamento em curso, é um ajustamento forçado, Revolucionário, enfim. As importações baixam não pelos bons motivos, não porque a industria portuguesa consegui substitiui-las, mas sim porque retiraram poder de compra aos portugueses.
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Ora, retirar poder de compra, significa retirar poupança potencial, de onde derivam as disponibilidades para investimento. Sem poupança e sem investimento e sem consumo, não pode haver negócios.
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As importações de carros diminuiram. A idade média dos carros em Portugal é de 12 anos. Mal o país consiga obter de novo crédito nos mercados, as importações voltarão a disparar. Com mais força do que nunca. Quem diz carros, diz outros bens de necessidade.
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É portanto um ajustamento temporario. Quando a Troika sair - em 2013 ou 2014 - terá de voltar volvidos 2 anos. Exactamente porque se começou por atacar o problema pelo lado errado. A politica certa seria estimular o empreededorismo que substitui importações.
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Satisfeitos que estamos hoje com a diminuição do saldo da balança de transações, não vemos que é uma diminuição artificial, para inglês ver. Nominal e pouco consistente. Não diminuimos, pois, as necessidades em importar, antes adiamos essas necessidades. Assim não vamos lá. Principalmente tendo em conta que matamos o poder de compra das pessoas.
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Seria mais simples, manter o rendimento das pessoas, estimular a poupança atraves de várias medidas e, finalmente, promover incentivos fiscais fortissimos, ao investimento ao empreededorismo para a substituição importanações e exportações.
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Ora, fez-se exactamente o oposto. Aumentaram-se gravemente os impostos sobre as pessoas e empresas. Vilipendiou-se a possibilidade de poupança e investimento de onde derivou uma cadeia de falencia em catadupla, desemprego massivo (muito maior do que os numeros oficiais conseiderando a emigração). O estado está mais gordo do que nunca e os governos são responsaveis por uma queda do PiB em cadeia na ordem dos 25% nos ultimos 5 anos. Esta queda vai motivando cada vez mais cortes. Mesmo em matérias aonde gastamos bem menos do que qualquer outro país. Por exemplo na saúde o país gasta cerca de 2500 dolares por ano per capita, enquanto que a alemanha ou a frança gasta 4.400 dolares ou os eua cerca de 8000 dolares por ano. Mas é assim, visto em percentagem sobre o PiB, e com esta a diminuir 25%, não cortes que cheguem.
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Perceberemos, rapidamente, estou convencido, de que o governo vai ter de investir na redução de impostos. Não há outra forma. Manter a despesa controlada. O saldo primário é positivo. Mas deixar o dinheiro nas mãos das pessoas e orineta-lo para a poupança e investimento é a saida. Isso custa mais défice? custa. Mas não é exactamente isso que está a acontecer? A divida publica era de 90% do PiB há um ano. Hoje é de 110%. Se o giverno tivesse feito fincapé na redução de impostos, como a Irlanda que nao abdicou disso, hoje estariamos a crescer.
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Rb
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Caro Ricciardi:
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Relativamente ao 1º parágrafo do seu comentário: Faço-lhe uma pergunta sincera, qual é a alternativa? Se até o empreendedor e exportador Minho exportador tinha cerca de 20 a 30% do seu PIB na construção. Onde se traça a fronteira sobre até onde se pode cortar?
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Ainda relativamente ao 1º parágrafo: educação profissionalizante, duvido que funcione. Alguém sabe quais as profissões do futuro? E onde vão ser precisas?
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Relativamente ao 4º parágrafo do seu comentário: Esquece-se que grande parte do poder de compra retirado assentava em crédito barato e fácil. Era poder de compra emprestado, não poder de compra que se pudesse transformar em poupança. De resto concordo consigo, sem poupança nada feito. Repare na citação que o blogue tem na coluna de "Citações" - "O problema não é o consumo. O problema é o consumo assente em endividamento"
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Relativamente a 6º parágrafo do seu comentário: O ajustamento só será temporário se o crédito fácil e barato voltar, o que duvido. Quanto aos estímulos para o empreendedorismo... não acredito em estímulos, preferia que se baixassem os impostos e ponto.
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Relativamente ao 8º parágrafo do seu comentário: "incentivos fiscais fortíssimos". Ainda acredita na capacidade do Estado saber o que deve ou não estimular? Preferia que o Estado baixasse impostos para tornar mais apetecível o arriscar.
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Relativamente ao 9º parágrafo do seu comentário: Estou consigo, preferia que em vez do aumento dos impostos o Estado tivesse emagrecido. Mas vê como funciona o Tribunal Constitucional, imagine que o governo começava a despedir funcionários públicos?
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Relativamente ao 10º parágrafo do seu comentário: Também acredito que o governo vai ter de investir na redução de impostos. Se o tivesse feito anteriormente, duvido que o país estivesse a crescer. Tínhamos uma economia tão deformada, tão insustentável...
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