terça-feira, setembro 08, 2009

Más de lo mismo

Outros recortes do conto de Verão "Cuento sistémico de Verano" retirado do blogue Pensamiento Sistémico:
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Cuento sistémico de verano

"Hasta ahora no he hecho más que dejarme llevar por los acontecimientos o también, haciendo honor a mí apellido Másdelomismo, he repetido con más esfuerzo si cabe las soluciones que sabía. Pero no he conseguido nada, sigo igual o peor que al principio. Este es mí sino, en ocasiones me siento triste y no veo ninguna salida. ¿Será mi destino, Proalimentadorix?.

Es probable que lo que observas o analizas como “tú problema” (que en realidad es una “dificultad”, siendo “el verdadero problema” la manera de afrontar “la dificultad”, pero de eso hablaremos después) no esté en el “qué (es)” sino en el “cómo (lo resuelves)”. Es entonces cuando puede emerger como “problema” lo que antes era una “dificultad”. ¿Me sigues?.

la causalidad lineal sigue operando sutilmente en los hábitos mentales. Muchas veces pensamos que a tal “dificultad” le sigue (linealmente) tal “solución”, como cuando concluimos que a tal “causa” le sigue (linealmente) tal “efecto”, omitiendo la secuencia circular causa-efecto-causa que bien conoces. Es decir, olvidamos que el binomio dificultad-solución es un “sistema” donde también se puede dar una circularidad que aprisiona y esclaviza, creando entonces un círculo vicioso, una amalgama que entonces sí, podemos llamar “problema”, un “problema” que emerge de la realimentación de una “solución” aplicada sobre una “dificultad” dada. ¿Me sigues?.

- Totalmente de acuerdo –dijo Circuloso que abría los ojos como platos.

- Bien, pues continuo. Como has afirmado anteriormente, hasta ahora has intentado dos tipos de cambio: dejarte llevar por los acontecimientos y repetir con más esfuerzo las mismas soluciones una y otra vez. En efecto, estos son dos tipos de cambio muy conocidos. El primero es el no-cambio o cuando la falta de iniciativa es el problema o cuando “sucumbimos” al cambio impuesto desde otras instancias. Es decir, cuando los cambios “ocurren”, no se provocan conscientemente. Y el segundo es el cambio dentro de un sistema dado. Cuando hay iniciativa, voluntariedad, incluso voluntarismo, pero miope o cortoplacista. Cuando “la solución es parte del problema”. Este es precisamente, y disculpa que te lo diga así, el cambio “más de lo mismo” que hace honor a tu apellido.”


Tudo isto joga bem com esta notícia do jornal i “Embalagens de leite poderão passar a indicar origem do produto” sobretudo neste ponto:

“outra proposta promovida pela França e Alemanha e sancionada por representantes de outros 14 Estados-membros - incluindo Portugal -, é a de duplicar para 15.000 euros a regra do "minimis", a ajuda estatal que não necessita do aval de Bruxelas.

Portugal defende ainda o aumento do preço de intervenção, ou seja da compra pelo Estado de manteiga e leite em pó, de modo a manter os preços do mercado."

(No Público de hoje "Crise do leite provoca braço-de-ferro entre países-membros da União Europeia" o mesmo tema)

Em que é que estas propostas mudam o sistema existente? Não serão antes um paliativo “más de lo mismo”

Reflectir sobre estes exemplos

Proposta de valor da inovação, da liderança tecnológica.
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Campeões escondidos.
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Mercados seleccionados, clientes-alvo.
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"Niche producers find hot prospects"

Um grande, senão talvez o maior exemplo positivo dos últimos anos

Quando se fala ou escreve de PMEs competitivas, exportadoras, da necessidade de subir na escala de valor, de fugir da proposta de valor do preço, imediatamente vêem-me à mente os vários campeões escondidos que tenho tido a felicidade de conhecer no sector do calçado português no último ano:
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"Segundo salienta a APICCAPS, nos últimos 10 anos a indústria portuguesa de calçado "evoluiu de forma notória", conseguindo "migrar a produção para segmentos de cada vez maior valor acrescentado e afirmar-se internacionalmente como um produtor de calçado de excelência, que alia a tradição e o saber acumulado às tecnologias de ponta".

"O sector apostou igualmente nos factores imateriais da competitividade", realça, afirmando que o "design, moda, qualidade, inovação, marca e diferenciação passaram a constituir argumentos competitivos cada vez mais preciosos para uma indústria que exporta mais de 90 por cento da sua produção".

Em 2008, as exportações portuguesas de calçado somaram 1.348 milhões de euros, mais 2,15 por cento do que no ano anterior e em alta pelo terceiro ano consecutivo.

Segundo dados da APICCAPS, desde 2005 as vendas do sector para o exterior cresceram mais de 10 por cento, o que faz de Portugal "um dos principais exportadores à escala mundial" nesta indústria.

Actualmente, a indústria portuguesa de calçado representa cinco por cento da produção, sete por cento das exportações e 17 por cento do emprego a nível europeu."
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Recorte retirado do Público "Sector do calçado apresenta amanhã nova imagem e plano de promoção no estrangeiro"
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Em simultâneo, a situação da Rhode e a lista deste postal de há bocado vem demonstrar aquela frase que aprendi com Suzzane Berger:
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"No livro “How we compete” de Suzanne Berger and the MIT Industrial Performance Center, publicado em Janeiro de 2006, pode ler-se:
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Na página 255: “… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor” (Moi ici: Please rewind and read again!!! Then rewind and read again!!! Then rewind and read again!!!! Repetir a leitura até perceber o significado, o poder da mensagem incluída na frase, e o mundo novo de oportunidades que abre.)

Go figure

No jornal i de hoje esta notícia toda promotora da moda "Olha agora sem mãos, sem pés ..."
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Comparar com o título sobre o mesmo tema na revista Der Spiegel "Fixies Hit Germany
New Bike Trend Could Be Deadly
".
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Quer dizer, se um hipermercado colocar à venda uma bicicleta sem reflectores nas rodas essa bicicleta não está em condições de andar na rua ponto. Ah, mas se for fixed-gear não há problema.
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Go figure!!!

Engenharia Eleitoral

"Encomendas à indústria alemã subiram 3,5 por cento em Julho"
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"Mesmo assim, as encomendas do estrangeiro de bens da Alemanha, um dos países líderes mundiais de exportações, caíram 2,3 por cento em Julho, enquanto as encomendas domésticas subiram 10,3 por cento. “Tal mostra que existe ainda alguma actividade na Alemanha”, comentou o economista Carsten Brzeski."
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Oh que bom!
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Mas há algo que não bate certo. Como é que um país idoso consegue pôr as pessoas a consumir?
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"German industrial orders increased 3.5% m/m in July, which was well above expectations (we had expected 2.5% m/m, consensus 2.0% m/m). This follows a 3.8% m/m increase in June (revised down from 4.5%), signalling that the German manufacturing sector is in the early phase of a robust and strong rebound although there is a caveat. The increase was driven solely by domestic orders, which increased 10.3% m/m while foreign orders declined 2.3% m/m. The key driver is domestic capital goods orders, which increased 17.2% m/m. This is almost too good to be true and it certainly is. A spokesman for the Federal Statistics Office said this was in part thanks to a big order for military vehicles in July."
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Ah!
Ah!
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Já percebi... Ah! A Alemanha também tem eleições a 27 de Setembro!
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Fonte Danske Markets
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Fonte via Filipe Garcia.

Calçado e Proposta de valor

Neste postal, escrevi:
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"Há uns meses realizei uma auditoria a uma empresa de calçado na zona de Felgueiras. No final da auditoria, um dos sócios lançou-se numa "saudável" diatribe contra o calçado de S. João da Madeira, como não conheço o sector achei interessante a diatribe. Depois, em conversa com alguém que conhece muito bem o sector percebi a diatribe, ou antes, percebi a diferença que motiva a diatribe.
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O calçado tradicional português era made in S. João da Madeira! As empresas de calçado de S. João da Madeira nasceram, cresceram e prosperaram a trabalhar para o mercado nacional.
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Nos anos oitenta do século passado, surge em força o calçado em zonas como Felgueiras, quase sempre ligado a capital estrangeiro e vocacionado para a exportação.
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Com a adesão da China à OMC e com o derrubar da comporta dos direitos aduaneiros, o paradigma do calçado dos anos oitenta e noventa desapareceu.
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As empresas vocacionadas para competir pelo preço, multinacionais estrangeiras voltaram a fazer o que as tinha cá trazido, deslocalizaram-se, as empresas portuguesas tradicionais entraram quase todas numa espiral de definhamento... porque continuaram a aplicara modelos mentais que deixaram de funcionar com a alteração do paradigma do sector. As empresas da zona de Felgueiras, que tinham nascido viradas para a exportação, tinham no ADN algo de diferente e deram a volta (por exemplo aqui e aqui)."
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Recordei tudo isto por causa da lista de empresas de calçado que encerraram e que estão incluídas neste artigo no Público de hoje "Multinacionais do calçado continuam a fugir do país" (onde estão localizadas as empresas portuguesa de calçado da lista?)
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Ver também este artigo no Jornal de Negócios "Alemã Ara fecha fábrica de Vila Nova de Gaia"

segunda-feira, setembro 07, 2009

Calvinist destruction

Que me conhece sabe deste meu ponto fraco, I love sounbytes.
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Por isso, ao ler este texto de Evans Pritchard "Does the world have the courage to deal with its debts?" não pude deixar sorrir com o termo Calvinist destruction.
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"There are three ways out of our mess. We can pursue 1930s liquidation that purges debt through mass default. Such Calvinist destruction cannot be imposed on a modern democracy.
We can devalue debt by deliberate inflation. This will backfire as bond vigilantes boycott government debt - unless rigged by capital controls or "administrative measures". You see where this leads.
Or we can try to right the ship by paying down our debts, very slowly, by sweat and toil, navigating a treacherous course between the Scylla and Charybdis of the twin-flations, for as long as it takes. This is the only responsible course left we as we face the devastating consequences of our own credit delusions. Are we up it?"

É um sintoma de algo?

Hoje, ao avaliar uma embalagem de marcadores de uma marca do Continente, encontro no verso, em baixo em letras pequenas:
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"Produto submetido a riguroso controlo de qualidade, realizado por ..."
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São coisas destas que contaminam a imagem ... Tão tiguroso, tão riguroso que nem foi rigoroso.
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Um controlo com tanta qualidade, tanta qualidade que nem controlou a qualidade.

Rhode e pensamento sistémico

Para quem segue este blogue, a situação de uma empresa como a Rhode em Portugal não é surpresa.
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Num sector, o do calçado, que está a atravessar esta crise muito melhor que muitos outros, num sector que no ano passado exportou mais de 95% da sua produção, empresas como a Rhode em Portugal não são empresas de futuro..
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Empresas de calçado com cerca de 1000 trabalhadores são sinónimo de apostar na proposta de valor preço mais baixo, com tudo o que isso acarreta: grandes séries, grandes encomendas, custos espremidos. Empresas de calçado com cerca de 1000 trabalhadores não têm argumentos para competir no mercado internacional.

"A fábrica de calçado Rohde vai entrar em lay-off por dois meses e avançar para um pedido de insolvência,"
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Este pormenor fez-me recordar:
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"Germany faces a potential wave of corporate restructurings, some of its top managers say, because companies have deferred job cuts to help ensure the re-election of a business-friendly government at next month’s federal elections.

Senior managers and institutional investors say there has been an implicit “pact” not to announce big job cuts ahead of the September 27 ballot."
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Aqui:
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Se voltarmos ao conto de Verão do postal anterior, e adoptando a postura de começar pelo fim... comecemos a imaginar como será a Rhode do futuro, um futuro economicamente sustentado... conseguem imaginar? O que a distingue da Rhode actual?
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BTW: Já repararam nos preços a que estão agora as sandálias da Columbia nas lojas!!! Mais baratas que as sandálias do Continente. Há que aproveitar.

Paralelismos (parte III)

Continuado daqui e daqui.
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Mais uma vez chamamos a atenção para o artigo "The Focused Factory" publicado pela revista Harvard Business Review no primeiro de Maio de 1974 da autoria de Wickham Skinner.
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Skinner escreveu e reparem no paralelismo e na actualidade:
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"1. There are many ways to compete besides by producing at low cost.

the persistent attitude that ways of competing other than on the basis of price are second best.(Moi ici: paralelismo perfeito) The other is that a company which starts out with higher manufacturing costs than its competitors is in trouble regardless of whatever else it does.
...
2. A factory cannot perform well on every yardstick. There are a number of common standards for measuring manufacturing performance. Among these are short delivery cycles, superior product quality and reliability, dependable delivery promises, ability to produce new products quickly, flexibility in adjusting to volume changes, low investment and hence higher return on investment, and low costs.
These measures of manufacturing performance necessitate trade-offs—certain tasks must be compromised to meet others. They cannot all be accomplished equally well because of the inevitable limitations of equipment and process technology. Such trade-offs as costs versus quality or short delivery cycles versus low inventory investment are fairly obvious. Other trade-offs, while less obvious, are equally real. They involve implicit choices in establishing manufacturing policies.
Within the factory, managers can make the manufacturing function a competitive weapon by outstanding accomplishment of one or more of the measures of manufacturing performance. But managers need to know: “What must we be especially good at? Cost, quality, lead times, reliability, changing schedules, new-product introduction, or low investment?”
Focused manufacturing must be derived from an explicitly defined corporate strategy which has its roots in a corporate marketing plan. (Moi ici: e em quantas empresas existe reflexão estratégica?) Therefore, the choice of focus cannot be made independently by production people.
Instead, it has to be a result of a comprehensive analysis of the company’s resources, strengths and weaknesses, position in the industry, assessment of competitors’ moves, and forecast of future customer motives and behavior.
Conversely, the choice of focus cannot be made without considering the existing factory, because a given set of facilities, systems, and people skills can do only certain things well within a given time period.
"

Mais uma vez e sempre: Começar pelo fim!!!

Quem acompanha este blogue sabe que um dos truques que proponho para abordar qualquer desafio passa por começar pelo fim.
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Vamos iniciar um projecto, vamos realizar uma auditoria, vamos facilitar uma reunião, vamos dinamizar uma acção de formação, ... se viajarmos até ao futuro o que queremos ver?
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Vamos estar aqui no final do projecto (ou da auditoria, ou da reunião, ou da acção de formação, ...) e queremos eatar a celebrar o seu sucesso. Por que é que o projecto foi um sucesso? Que resultados foram obtidos?
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São dezenas e dezenas os exemplos que poderíamos referir deste blogue sobre o tema. vamos limitar a referência a meia-dúzia de exemplos:
Assim, é com todo o gosto que recomendo a leitura com calma deste conto de Verão "Cuento sistémico de Verano" retirado do blogue Pensamiento Sistémico. Alguns recortes:
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"Eso es la Proalimentación (feed-forward): permitir que un futuro diseñado conscientemente influya en el aquí y ahora, realimentándose mutuamente el presente y el futuro. Nuestras esperanzas, nuestros miedos y nuestras convicciones respecto al futuro nos sirven para crear el propio futuro que anticipamos. Por eso se dice que la Proalimentación crea premoniciones que se cumplen, desde el funcionamiento de la economía hasta la creación de un logro deportivo como el batir un record mundial de atletismo. Detrás de una gran hazaña humana (viajar a la Luna, enviar naves más allá de nuestro sistema solar, luchar contra el cáncer o la pobreza, la solidaridad humana en condiciones extremas, etc.) siempre se encuentra una gran aspiración, un sueño, una Proalimentación que viaja en el tiempo, desde el futuro deseado hasta el aquí y ahora del presente para sacarnos de nuestra zona de comodidad y alterar nuestras percepciones y creencias limitadoras, cambiando la realidad."
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"Por supuesto, detrás de un cambio poderoso, existe una acción proalimentadora. Si quieres romper con tu pasado de círculo vicioso tal como afirmas, tan sólo necesitas viajar al futuro (psicológicamente hablando) y visualizar tu existencia desde ya mismo como círculo virtuoso. Por eso te insistía en que tuvieras cuidado con lo que crees, porque las creencias conforman, influyen en tu futuro. Eso es todo. ¿Estás de acuerdo ahora de que la Proalimentación es la fuerza más poderosa del Universo conocido?"
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"Simplemente te has de plantar (literalmente) en el futuro deseado y dar una serie de pasos, no para llegar a él un día, sino como si ya estuvieses allí (o casi allí ahora mismo). La clave está en la visualización, la anticipación del futuro con todos los sentidos posibles y con toda la intensidad de la que seas capaz: “La visión es el qué, la imagen del futuro que queremos crear”. La tarea, por tanto, consiste en eliminar todos los obstáculos que quedan en el camino con el fin de llegar allí plenamente. Quiero recordarte que la mayoría de obstáculos serán auto-impuestos, consecuencia de tus propias limitaciones mentales. He de decirte que la Proalimentación es desequilibrante, porque te saca de tu zona de comodidad, te acerca al borde del caos, pero eso mismo es desafiante, retadora y porque saca lo mejor de ti mismo es muy gratificante, pues como dijo un sabio: “el equilibrio no es la finalidad ni la meta de los sistemas abiertos. Para mantenerse viable, un sistema abierto necesita hallarse en constante estado de desequilibrio”. Por eso algunos llaman a esta fuerza “atractor extraño”. Otros lo llaman visión, misión, amor, deseo, entusiasmo, curiosidad, pasión, compasión, voluntad o simplemente SER. Llámalo como quieras, pero todo futuro comienza con este poderoso cambio mental: YO PUEDO, TU PUEDES, EL PUEDE, NOSOTROS PODEMOS... resumiendo “tanto si piensas que no puedes, como si piensas que puedes, estarás en lo cierto”"
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Um truque precioso, COMEÇARÁS PELO FIM!!!

domingo, setembro 06, 2009

Enjoying the ride!!!


O que há de melhor para um ciclista do que aproveitar uma estrada à espera de Sócrates para ser inaugurada. Pisar piso virgem, alcatrão fresco.

Reflexão espanhola (parte II)

After this last one about the Spanish wicked mess.
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Volto a repetir, acompanhar o Facebook de Edward Hugh é um must!!!
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Mathew Bennet comentou acerca do artigo publicado hoje no jornal EL País "Donde dije digo... digo impuesto"
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"This article is just massive in its implications. The most PSOE supporting left-wing newspaper, from the most PSOE supporting left-wing media empire in Spain, concludes an extra-long feature article in which every single paragraph is critical of the current socialist government's (complete lack) of economic policy with a quote from the rogue capitalist Venture investment report that even conservative Spanish analysts have tried to argue is wrong."
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Escreve Edward "The thing about Spain is that the general public is kept in complete ignorance till the very last minute. Reading El Pais at the moment is like trying to read the tealeaves in Izvestia before the wall came down (and maybe after)." (Moi ici: Só Espanha? Michael Jackson cantaria "what about us?")
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Um amigo mandou-me o programa eleitoral do MEP, não consegui passar da segunda página do primeiro capítulo. Tal como escreve o El País "No se puede estar ofreciendo dinero todo el tiempo, porque no hay dinero."
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Interessante também descobrir que o The Economist faz chacota de Zapatero por causa de: "Calificó sus propuestas del debate sobre el estado la nación -como las de prometer un ordenador portátil para todos los escolares ... - como "conejos que se saca de la chistera""
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E mais este artigo ""El mejor sector inmobiliario del mundo""

Á atenção de professores, formadores e não só (parte II)

Terminei a leitura de Multimedia Learning de Richard Mayer. Recomendo a sua leitura a todos aqueles que tentam transmitir mensagens em ambiente de aprendizagem, professores e sobretudo formadores (já que estes têm um público-alvo que vota com os pés e com a carteira).
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Neste artigo, disponível na internet, "A Cognitive Theory of Multimedia Learning: Implications for Design Principles" encontro alguns dos princípios que Mayer apresenta, sustenta com resultados experimentais e explica:
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Primeiro o mecanismo geral "In multimedia learning the learner engages in three important cognitive processes. The first cognitive progress, selecting, is applied to incoming verbal information to yield a text base and is applied to incoming visual information to yield an image base. The second cognitive process, organizing, is applied to the word base to create a verbally-based model of the to-beexplained system and is applied to the image base to create a visually-based model of the tobe- explained system. Finally, the third process, integrating, occurs when the learner builds connections between corresponding events (or states or parts) in the verbally-based model and the visually-based model."
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Princípios:
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"Multiple Representation Principle: Its is better to present an explanation in words and pictures than solely in words."
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"Contiguity Principle: When giving a multimedia explanation, present corresponding
words and pictures contiguously rather than separately."
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"Split-Attention Principle: When giving a multimedia explanation, present words as
auditory narration rather than as visual on-screen text." (Meu Deus, como este princípio é violado quando as apresentações em powerpoint só têm texto e mais texto e mais texto. Ainda na sexta à noite num noticiário da RTP-N apareceram imagens de uma apresentação, feita por um governante regional açoriano, sobre pescas e... os acetatos violavam tudo o que se possa imaginar... letras pequeninas, texto, texto e mais texto e nenhuma imagem, nem um gráfico, apesar de ter muitos números no ecrã)
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Olhem bem para o vosso público-alvo e lembrem-se "Individual Differences Principle: The foregoing principles are more important for lowknowledge than high-knowledge learners, and for high-spatial rather than low-spatial learners.
The fourth principle is that multimedia effects, contiguity effects, and split-attention effects depend on individual differences in the learner. For example, students who lack prior knowledge tended to show stronger multimedia effects and contiguity effects than students who possessed high levels of prior knowledge"
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"Coherence Principle: When giving a multimedia explanation, use few rather than many
extraneous words and pictures. The fifth principle is that students learn better from a coherent summary which highlights the relevant words and pictures than from a longer version of the summary." (Este princípio é o primeiro a ser apresentado no livro e marca logo quem o lê... os alunos/formandos aprendem mais com resumos do que com o texto todo. E quando se acrescentam pormenores e motivos para tornar a aprendizagem mais atraente... os alunos/formandos aprendem e retêm os pormenores e motivos atraentes e esquecem o essencial da mensagem.)
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No livro são apresentados doze princípios, alguns (muitos) violam o senso-comum, alguns (muitos) violam o que aprendi nas formações de formadores.
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ADENDA: Acerca do mecanismo geral de Mayer recordei, entretanto, estas palavras de John Maeda no seu livro The Laws of Simplicity:
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"The first step in conveying the basics is to assume the position of the first-time learner. ... Observing what fails to make sense to the non-expert, and then following that trail successively to the very end of the knowledge chain is the critical path to success."

Não há dinheiro... não há mesmo? Ou são as prioridades?

Esta notícia do Público de hoje "Calor no Ricardo Jorge pode pôr em risco valor das análises" é, para quem tem uma formação na área científica e trabalhou anos a fio em laboratórios e, por isso, sabe o quão importantes são o controlo da temperatura e da humidade num ambiente laboratorial, um sintoma do mais completo apodrecimento do conceito de gestão aplicada.

Para que serve o Ricardo Jorge? Qual a sua finalidade? Qual a sua razão de ser? Por que é que faz sentido existir?

Qual o sentido em manter uma fantasia? Se se realizam as análises e os resultados não são fidedignos, se se realizam as análises e os resultados podem ser desclassificados em tribunal por um advogado que apresente esta notícia do Público e levante dúvidas quanto à qualidade dos ensaios.

Estão a imaginar os laboratórios da série CSI? Estão a imaginar:

"alguns laboratórios do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) trabalham sob temperaturas que por vezes ultrapassam os 35 graus, a transpirar debaixo de batas, luvas e máscaras. Há arcas frigoríficas que descongelam e equipamentos de diagnóstico que frequentemente dão erro por excesso de temperatura." ou, tão típico da nossa realidade portuguesa, em que facilmente esquecemos o templo em que se realizam as cerimónias que justificam a existência e nos dedicamos ao acessório: "São mais de duas dezenas de laboratórios e a maior parte não tem ar condicionado, ao contrário do que sucede nos serviços administrativos, criticam." ou "Mas o problema não se circunscreve aos equipamentos. Para além de estes avariarem com o calor ou darem erros, obrigando a repetir baterias de testes (porque os resultados são inválidos), há kits de diagnóstico que têm de permanecer a uma temperatura ambiente de 15 a 20 graus e chegam a estar a mais de 35. "Como podemos garantir a qualidade dos reagentes de diagnóstico nestas circunstâncias", perguntam. E destacam o prejuízo de ter que se mandar para o lixo todo este material e de fazer controlos para garantir a qualidade dos resultados. Tudo isto implica uma despesa acumulada de milhares de euros que já teria compensado a compra de aparelhos de ar condicionado, argumentam."
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"o presidente do Insa, Pereira Miguel, posteriormente contactado pelo PÚBLICO, reconhece que há de facto um problema de refrigeração nalguns laboratórios, mas diz que não pode fazer nada porque "não há dinheiro"."
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Não há dinheiro? E os euros que dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano vão sendo desperdiçados? O meu tipo de presidente não pactuaria com este status-quo, no limite demitia-se em protesto contra a situação.

Não há dinheiro? Perguntem a Madaíl e Mário Lino, este é o país dos 10 estádios de
futebol, do TGV, do mundial de 2018, da terceira auto-estrada na freguesia da Branca no concelho de Albergaria e que, no entanto:
Reparem, só títulos de Setembro de 2007. 2007 que é para não dizerem que a culpa é do subprime e da crise.

sábado, setembro 05, 2009

A não perder!

Esta crónica de João Duque que saiu há duas semanas no semanário Expresso com o título "A Geração TuTuTu".
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"Foi uma geração de ouro, a 'Geração TuTuTu': tudo quiseram, tudo tiveram, tudo... A esta geração juntaram-se-lhe as outras que a têm ajudado na rambóia."
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Um must!

Mais um exemplo positivo

Realismo!
Locus de controlo no interior!
Reflexão estratégica!
Posicionamento!
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O semanário Vida Económica publicou um artigo onde se reporta o caso da Fepsa "Chapéus de luxo são "made in Portugal"" ... imaginem uma empresa como a Fepsa a agir como os agricultores que protestam por causa do leite dito "importado".
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"… aquando da queda do Muro de Berlim, quando os concorrentes de Leste invadiram o mercado", conta o presidente da Fepsa. Nessa altura, assume, tentaram concorrer "baixando o preço" mas rapidamente perceberem que o trilho não seria esse "porque o preço deles não é calculado com base em coisa nenhuma, já que eles vendem a qualquer preço".

Por esta altura, e uma vez que disputavam os mesmo mercados, nomeadamente Itália, Grã-Bretanha e Alemanhã, a empresa decidiu conquistar o mercado americano e dedicar-se à gama alta.

Há cerca de dois anos, e constatando que o rumo económico da América estava a alterar-se e a perder força, a Fepsa decide voltar a apostar na Europa. Ricardo Figueiredo avança à "Vida Económica" que, nessa altura, a empresa investiu "um milhão e meio de euros em novos sistemas de informação, tinturaria e sistemas de poupança energética". A explicação para este gasto é facilmente explicada pelo responsável da empresa: "quando demos conta, cerca de dois terços das nossas encomendas iam para a América e, perante as dificuldades que cedo fomos sentindo naquele mercado, optámos, de forma pacífica e estruturada, por começar a trabalhar de novo com a Europa. Mas para isso, tínhamos de implementar sistemas de custos mais controlados e preparados para fazer pequenas quantidades e num regime mais flexível".

Ricardo Figueiredo salienta que, enquanto "o mercado americano pede grandes quantidades e quase sempre nos mesmos tons, na Europa há mais modelos, com mais cores e com quantidades substancialmente diferentes e tivemos que nos preparar para isso".
Do trabalho que sai das mãos dos trabalhadores de São João da Madeira vê-se o produto final na cabeça de muitos famosos. Robert de Niro, Nicolas Cage e Clint Eastwood usam os chapéus com feltro feito pela Fepsa. Mas a fama não se fica por aqui. Direccionado ao fabrico de topos de gama, a empresa trabalha para casas de alta-costura como a Hermès.”
"

Agarrem-me senão eu mato-me!!! (parte IX)

""Não excluo a hipótese de pôr brigadas na rua a controlar o leite importado""
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Ridículo, ridículo, ridículo!!!
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"Já quanto à análise ao leite importado realizada pela ASAE, Jaime Silva é peremptório: "Das amostras recolhidas até Julho concluiu-se que o leite importado tem características idênticas às do leite português" e da recolha das facturas de comercialização junto das grandes superfícies também "não se permite concluir que tenha havido venda abaixo do preço de custo", garantiu o ministro.
Jaime Silva faz, porém, um aviso: não se trata de "impedir as importações", o que é "ilegal", mas as atenções continuarão voltadas para o leite que chega do estrangeiro. Aliás, diz, "eu não excluo a hipótese de pôr brigadas na rua a mandar parar os camiões e controlar o leite importado"."
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O que escrevi acerca da Centromarca aplica-se à agricultura.
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Era preciso um adulto com linguagem de adulto para chamar as pessoas à realidade, algo do género Amanhem-se!. Enquanto não se tomar essa consciência... vamos adiar o inevitável, continuamos a cavar o buraco ainda mais fundo e nunca mais começamos a construir uma agricultura sustentável e que através do mercado crie riqueza e não rendas através dos subsídios

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVII)

Este título já vai no trigésimo sétimo episódio.
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O primeiro foi redigido em Fevereiro deste ano e era um grito de alma para o que já pressentia...
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Estou farto de cucos normandos que esbanjam e lapidam facilmente o saque impostado aos desgraçados saxões. E já em Fevereiro receava que durante a campanha eleitoral ninguém abordasse o tema dos impostos.
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Este sábado os jornais fazem prever um panorama futuro tenebroso para os saxões...
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"O consumo público marca a diferença: nunca nas últimas décadas as despesas do Estado cresceram tão acima do consumo privado" (Moi ici: como os estados não geram dinheiro, quanto mais gastam, mais têm de impostar aos saxões)
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"Nunca é de mais lembrar: quem vencer as eleições terá de aumentar os impostos. Isso: aumentar os impostos. Parece sacrilégio, mas são assim as verdades - assustam."
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(Moi ici: é com esta mentalidade que nos vamos enterrando cada vez mais. Por uma vez, em vez de esganar a produção de riqueza, sacando-lhe ainda mais, o que eu queria era ouvir alguém prometer reduzir a despesa, como isso não acontecerá tenho de esperar pelo pós-ponto de singularidade que Medina Carreira profetisa. Só depois desse ponto, perante o descalabro e destruição causada se poderá fazer um reset e recomeçar.)
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(Moi ici: Como são sempre os saxões que pagam os défices, e já havendo um excesso de capacidade produtiva, ainda vai haver menos consumo no futuro. Eu sei, vamos ter de mendigar, perdão confiar nas exportações. Mas para quem? Os nossos vizinhos também estão a fazer o mesmo.)
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Para reflexão

"“Solar Crisis Set to Hit in 2010
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"The solar industry is already suffering from significant overcapacity, yet incumbents are adding still more manufacturing to try to secure a cost competitive position after the shakeout."

Encaixar mensagens nos modelos mentais

Ando a ler o livro Multimedia Learning de Richard Mayer, um must para professores e sobretudo para formadores (BTW, por que é que estas matérias nunca fazem parte dos cursos de formação de formadores?).
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No livro, somos permanentemente confrontados com duas teorias sobre a aprendizagem: a information-acquisition view e a knowledge-construction view.
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Segundo Mayer a information-acquisition view assume que:
  • a aprendizagem é baseada na informação – uma entidade objectiva que pode ser movida de um local para outro;
  • o papel do aprendiz é o de receber a informação. Assim, o formando é um ser passivo que recebe a informação e a armazena na memória;
  • o papel do formador é o de apresentar a informação;
  • o objectivo das apresentações multimédia é o de “entregar” a informação o mais eficientemente possível.
Ainda segundo Mayer, a knowledge-construction view assume que:
  • a aprendizagem multimédia é uma actividade sense-making em que o formando procura construir uma representação mental coerente a partir do material apresentado;
  • o conhecimento é construído pessoalmente pelo aprendiz e não pode ser “entregue” exactamente da mesma forma de uma mente para outra;
  • o papel do formador é o de apoiar o formando no processo de sense-making, por isso, o formador é um guia cognitivo que suporta o processamento mental do formando;
  • o objectivo das apresentações multimédia não é só o de apresentar a informação, mas também o de proporcionar orientação sobre como processar a informação apresentada – ou seja, determinando o que merece atenção, indicando como a organizar mentalmente e, relacionando com conhecimento previamente existente.
Mayer suporta a sua teoria (knowledge-construction view) em abundantes resultados experimentais.
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Ontem, ao fazer o meu jogging matinal, ao ouvir uma mensagem de um político no rádio, dei comigo a seguir os passos referidos por Mayer.
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Primeiro, recebi a mensagem. Depois, tal como quando se monta um puzzle, procurei em que modelo, em que representação mental, a peça que tinha acabado de receber se podia encaixar. Para isso, recorri a duas ou três peças anteriores que mantinha na memória. Resultado, para mim, para o meu modelo mental, a sua mensagem não se enquadrava com o valor facial que tinha transmitido, o meu ‘click’ mental, no sentido de ajuste com as peças que já existiam, só foi possível interpretando o conteúdo de uma outra forma que não a prevista inicialmente pelo emissor.
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BTW, ao ler as ideias de Mayer e ao analisar os resultados experimentais, por várias vezes a minha mente acaba a pensar nas crianças que nas nossas escolas têm o seu futuro profissional ceifado tão cedo, com tudo o que isso implica para as outras perspectivas da vida, quando quem ensina, apenas se remete ao papel de mero transmissor de matéria e se exime do papel de ajudante de sense-making.
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sexta-feira, setembro 04, 2009

A via Espartana (parte II)

Continuado daqui.
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"“This was not a crisis of panic. It is crisis of massive deleveraging. The shadow banking system has disappeared.”
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The root problem is that the deficit spenders of the Anglosphere, Club Med, and Eastern Europe are being forced to retrench: yet the surplus exporters of Germany and Asia cannot — or will not — create enough demand to compensate. China is growing fast but it has a GDP of $3 trillion, far too small to lift the $40 trillion bloc of OECD economies (North America, Europe, Japan) out of the quagmire."
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"The great error is to think of this as a financial crisis. Bank failures are a symptom, not the cause. He said there was “a structural weakness in global demand” that has been building for a quarter century."
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E o grand finale:
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"Any attempt by the US to inflate its way out of this debt trap risks setting off a “disorderly collapse of the dollar”.
Washington will not opt for this deliberately. Unfortunately, it may drift into such an outcome as the path of least political resistance.
Yes, but I can see plenty of other candidates for this sort of beggar-thy-neighbour somnambulism.
Others may yet beat the US to currency debauchery"
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Trechos de Evans-Pritchard recortados de "Bears still growl at the Sanctum Sanctorum of the policy elites"

Agarrem-me senão eu mato-me!!! (parte VIII)

Continuado da parte I, parte II, parte III, parte IV, parte V, parte VI e parte VII.
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Para terminar esta série remato com alguns trechos retirados do último número da revista strategy+business, onde encontrei um artigo dos autores do livro "The Brand Bubble" com o sugestivo e apropriado título "The Trouble with Brands":
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"We found that most brands were not adding to the intangible value of their enterprises the way they used to. Instead, the majority of brands seemed to be stalled in the consumer marketplace.
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we discovered that, yes, there was an increasing expansion of the value that financial markets are attributing to brands, but this value growth is actually attributable to fewer and fewer brands.
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brand trustworthiness rankings had dropped more than 50 percent, perceptions of quality had fallen 24 percent, awareness of brands was down 20 percent, and esteem and regard for brands had fallen 12 percent. We saw thousands of well-respected brands that had, on average, lower scores on these metrics — results low enough that marketers would consider them indicative of “commoditized attitudinal patterns.”
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The first major problem with brands is excess capacity. Every marketer is up against this new reality: The world is overflowing with brands, and consumers are having a hard time assessing the differences among them.
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The second major problem is lack of creativity. ... consumers are continuously exposed to and able to share brilliant content. ... The result of this democratization of creativity is that it has raised the consumer’s “creativity quotient.” Consumers expect more big ideas from brands, and they expect to get them faster.
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The final major problem with brands is loss of trust. Our data shows that the amount of trust consumers place in a brand today is a ghost of what it was 10 years ago.
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Differentiation not only represents the brand’s point of difference, it also creates the meaning, margin, and competitive advantage in the brand. Differentiation is made up of the way consumers perceive three brand attributes: the offering, or the measure of the brand’s special characteristics in terms of products, services, and other content that the consumer experiences; uniqueness, the brand’s essence, positioning, and brand equity; and distinction, the reputation the brand has earned through existing communications and brand image created up to this point."
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Conclusão: não vale a pena chorar pelo fim de um tempo que não volta... faz lembrar as palavras que a mãe dirigiu ao seu filho, Boabdil, o último senhor mouro de Córdoba, quando abandonou a chorar a cidade, (algo do género, não chores como uma mulher aquilo que não foste capaz de defender como um homem). Em vez de chorar há que trabalhar. As private label são elas próprias marcas. As marcas que fazem parte da Centromarca concorrem com outras marcas, pois bem, olhem para as private labels como marcas também. Lembrem-se de que o negócio da distribuição não é vender produtos, é ganhar dinheiro. Assim, procurem ser diferentes, invistam no produto, criem diferenciação.

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ADENDA (11:55): "VE - Como é que se sensibiliza o consumidor para comprar marcas de fabricante?

AR - Eu acredito nas marcas e no valor das marcas. A diferenciação é uma e pode ser, em produtos como os nossos, de duas índoles: a organoléptica e a do ?apport? nutricional. É sempre possível, através desses dois parâmetros, criar diferenciação. Se quiser, temos ainda a qualidade percebida, embora seja uma coisa muito pouco perceptível. Depois há o aspecto emocional e a qualidade percebida. Além de que, hoje em dia, há também um cada vez maior ?screening? sobre quem está por trás das marcas." (extraído de "«A relação da Nestlé com a distribuição é tensa»")

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVI)

"Fitch diz que próximo orçamento tem de ser de contenção"
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"se o primeiro Orçamento do próximo Governo não incluir um plano de consolidação orçamental significativo, a classificação de risco atribuída ao país será reduzida."
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"Agência de ‘rating’ teme fraco crescimento em Portugal"
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"No centro desta alteração está a debilidade da economia portuguesa, que deverá ter uma fraca ‘performance' nos próximos anos, continuando inclusive a divergir da zona euro. Com um PIB per capita e uma tendência de crescimento de longo prazo significativamente mais baixos do que a mediana dos outros países com ‘rating' de ‘AA' ... a tendência é para que a dívida se torne um fardo progressivamente mais difícil de suportar."

Paralelismos (parte II)

Continuado daqui.
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Nos tempos que correm é comum ouvir pessoas que defendem nos meios de comunicação social a redução dos salários, para que possamos ficar, como país, mais competitivos.
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Pedro Ferraz da Costa e Vítor Bento são dois dos habitualmente citados:
Nem quero imaginar o efeito viciante que teria para a economia apanhar o dopping da redução dos salários. No ano seguinte seria outra vez necessário baixar os mesmos. Seria um pouco como no tempo do crawling peg... ao aumentar a competitividade das empresas através de factores que não dependem das próprias empresas dispensa-as de fazer o esforço de melhoria e acomodam-se.
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Mais uma vez chamamos a atenção para o artigo "The Focused Factory" publicado pela revista Harvard Business Review no primeiro de Maio de 1974 da autoria de Wickham Skinner.
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Skinner escreveu e reparem no paralelismo e na actualidade:
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"A vermelho a minha adaptação e logo a seguir, entre parêntesis azul, o texto original:

“The conventional wisdom of manufacturing management has been and continues to be that the measure of success is productivity. Now that Portuguese (U.S.) companies in many industries are getting beaten hands down by overseas competitors with lower unit costs from China and East Europe, we mistakenly cling to the old notion that “a good plant is a low-cost plant.” This is simply not so. A low-cost plant may be a disaster if the company has sacrificed too much in the way of quality, delivery, flexibility, and so forth, in order to get its costs down.
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Too many companies attempt to do too many things with one plant and one organization. In the name of low investment in facilities and spreading their overheads, they add products, markets, technologies, processes, quality levels, and supporting services which conflict and compete with each other and compound expense. They then hire more staff to regulate and control the unmanageable mixture of problems.
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In desperation, many companies are now “banging away” at anything to reduce the resulting high costs. But we can only regain competitive strength by stopping this process of increasing complexity and overstaffing.


In contrast, most of the manufacturing plants in my study attempted a complex, heterogeneous mixture of general and special-purpose equipment, long-and short-run operations, high and low tolerances, new and old products, off-the-shelf items and customer specials, stable and changing designs, markets with reliable forecasts and unpredictable ones, seasonal and non seasonal sales, short and long lead times, and high and low skills."
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Não precisamos de reduzir administrativamente os salários, precisamos de subir na escala de valor, precisamos de nos posicionar, precisamos de identificar os clientes-alvo, precisamos de desenvolver modelos de negócios assentes em outras propostas de valor além do preço mais baixo. 35 anos nos separam do artigo original mas a sua mensagem continua válida para nós.
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Continua.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Hummmm!

Interessante!
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Naqueles dois gráficos no final da coluna da direita deste blogue... o ouro a aproximar-se dos 1000 dólares a onça e o petróleo a cair para menos de 68 dólares!!!

Aconteceu em Tikrit

Telefonaram-me esta noite para contar esta estória que aconteceu hoje em Tikrit.
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Há dias, alguém levou um fio de ouro, com um elevado valor sentimental, a uma ourivesaria para fazer uma reparação.
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Hoje, ao chegar à ourivesaria para levantar o fio... dizem-lhe que o fio desapareceu!!!
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Quando a pessoa exige o fio de volta e ameaça chamar a GNR... a senhora da ourivesaria responde "Esteja à vontade, tenho lá dois primos, não vai conseguir nada."
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Só à bomba!!!

Copo meio-cheio ou meio-vazio

"Europe facing bumpy road out of recession, says European Central Bank president Jean-Claude Trichet"
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Versus
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"BCE espera crescimento ligeiro da economia em 2010"

The Spanish wicked mess!!!

After this "Reflexão Espanhola" as réplicas continuam "Spanish banks are hiding their losses - Round 2".
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E eu não consigo tirar da cabeça, espero estar enganado, que nós não havemos de estar muito diferentes dos espanhóis. Se temos meio milhão de casas por vender... e se os bancos apoiaram a Construção nessa tulipomania.
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E mais, há-de haver muitas empresas e muitos bancos, e muitos devedores, a torcerem para que a economia não retome. Se a economia retomar, as taxas de juro têm de subir... you know what I mean?
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ADENDA: Este retrato de Edward Hugh.

Campeões nacionais ... pois! (parte II)

Há dias neste postal transcrevemos estas palavras da revista The Economist:

"Policymakers should both resist an instinctive suspicion of big companies and avoid the old error of embracing national champions. It is bad enough that governments have diverted resources into propping up failing companies such as General Motors. It would be even more regrettable if they were to return to picking winners. The best use of their energies is to remove the burdens and barriers which prevent entrepreneurs from starting businesses and turning small companies into big ones."
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O homem que respondeu numa entrevista: "O fundamental, neste momento, é que haja investimento. Sob a forma de investimento público ou em articulação com o sector privado. Já nem interessa se esse investimento é rentável ou não." (Há na internet uma citação atribuída a Keynes, mas que é objecto de disputa quanto à sua veracidade, em que ele terá defendido a construção de pirâmides em períodos de crise.)
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Pois bem, Murteira Nabo volta ao ataque no jornal i, a sua crença no Grande Planeador permanece intocável "Estará o país disposto a afectar prioritariamente os recursos do QREN, de forma sustentada, nos Pólos de Competitividade e nos ‘clusters' já seleccionados pelo Governo (por se afigurarem ser aqueles em que o país tem mais vantagens comparativas) e que nos próximos três anos tenham sucesso efectivo, demonstrando acrescentar real valor na área dos bens transaccionáveis, criando ambiciosos grupos económicos nacionais de vocação internacional?"
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Se dependesse de pessoas como Murteira Nabo, Portugal estaria semeado de Quimondas, onde por cada 10€ exportados era preciso importar e meter em ajudas 15€.
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BTW, será que a FCC (espanhola) é uma das empresas dos sectores competitivos a promover.

Necessidade ou experiência

Li há dias, não recordo onde, alguém que sistematizava que nós compramos porque ou temos necessidades ou queremos experiências.
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Por exemplo, por que é que um consumidor compra mirtilhos? Por necessidade ou por experiência.
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E se se promover os mirtilhos como um medica-alimento:
Será que quem não os compra a 30€ o quilo, por que os vê como uma experiência demasiado cara, passará a vê-los como uma necessidade?