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No livro, somos permanentemente confrontados com duas teorias sobre a aprendizagem: a information-acquisition view e a knowledge-construction view.
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Segundo Mayer a information-acquisition view assume que:
- a aprendizagem é baseada na informação – uma entidade objectiva que pode ser movida de um local para outro;
- o papel do aprendiz é o de receber a informação. Assim, o formando é um ser passivo que recebe a informação e a armazena na memória;
- o papel do formador é o de apresentar a informação;
- o objectivo das apresentações multimédia é o de “entregar” a informação o mais eficientemente possível.
- a aprendizagem multimédia é uma actividade sense-making em que o formando procura construir uma representação mental coerente a partir do material apresentado;
- o conhecimento é construído pessoalmente pelo aprendiz e não pode ser “entregue” exactamente da mesma forma de uma mente para outra;
- o papel do formador é o de apoiar o formando no processo de sense-making, por isso, o formador é um guia cognitivo que suporta o processamento mental do formando;
- o objectivo das apresentações multimédia não é só o de apresentar a informação, mas também o de proporcionar orientação sobre como processar a informação apresentada – ou seja, determinando o que merece atenção, indicando como a organizar mentalmente e, relacionando com conhecimento previamente existente.
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Ontem, ao fazer o meu jogging matinal, ao ouvir uma mensagem de um político no rádio, dei comigo a seguir os passos referidos por Mayer.
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Primeiro, recebi a mensagem. Depois, tal como quando se monta um puzzle, procurei em que modelo, em que representação mental, a peça que tinha acabado de receber se podia encaixar. Para isso, recorri a duas ou três peças anteriores que mantinha na memória. Resultado, para mim, para o meu modelo mental, a sua mensagem não se enquadrava com o valor facial que tinha transmitido, o meu ‘click’ mental, no sentido de ajuste com as peças que já existiam, só foi possível interpretando o conteúdo de uma outra forma que não a prevista inicialmente pelo emissor.
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BTW, ao ler as ideias de Mayer e ao analisar os resultados experimentais, por várias vezes a minha mente acaba a pensar nas crianças que nas nossas escolas têm o seu futuro profissional ceifado tão cedo, com tudo o que isso implica para as outras perspectivas da vida, quando quem ensina, apenas se remete ao papel de mero transmissor de matéria e se exime do papel de ajudante de sense-making.
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