quinta-feira, fevereiro 23, 2012

A abordagem menos popular

Uma introdução à minha maneira:
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"By now, we're all aware of the slash-your-prices scenario many companies take as a given these days: Your customers demand more and have online access to product comparisons from multiple sellers; you face global competition from rivals that have labor-cost advantages; and the financial crisis has accelerated the commoditization of more and more markets..
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The solution? Cut your prices to gain volume and scale. (Moi ici: A receita requentada dos encalhados da tríade)
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That definitely works for a few companies. But the reality is a very few—think Wal-Mart or Costco or Southwest Airlines. In fact, the very success of these business models makes it difficult for their competitors to duplicate—think Kmart or Sears, or any number of bankrupt budget airlines.
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This article is for everybody else: those who choose not to compete on the basis of cost and low price. This article is for companies that can and should compete on the basis of performance, for which their customers willingly pay higher prices.
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By competing on performance instead of price, you shift the battle to where your company's strengths lie - in the ability to deliver unique benefits. So-called performance pricers are adept at three core activities: 
  • identifying where they can do a superior job of meeting customers' needs and preferences; 
  • shaping their products and their business to dominate these segments; and 
  • managing cost and price in those areas to maximize profits."
Esta é, no entanto, a abordagem menos popular nas universidades e nos media, a abordagem assente na concorrência imperfeita!!!
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O desafio das PMEs com futuro é o de aprender a fazer esta transição, a transição para o campeonato do valor.
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Trecho retirado de "Raise Your Prices"

Feiras e mitos

Em Outubro escrevi aqui:
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"(Moi ici: Eu que sou contra subsídios, apoios, e benesses estatais, confesso que sinto que o dinheiro público mais bem empregue é o que apoia a ida de empresários a feiras... dar-se a conhecer, entrar no circuito, ver o que outros andam a fazer, perceber quais sãos as alternativas por onde podem construir um futuro... deixa-se de se ser mais um endereço num directório em papel ou na net e passa-se a ser uma cara, uma pessoa com quem se falou, com quem se trocaram cartões...)
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Agora, comparar isto:
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"A Efapel, a maior empresa nacional de fabrico de material eléctrico de baixa tensão, prevê participar em 11 feiras internacionais, em 11 mercados, para promover os seus produtos junto de potenciais novos clientes." (Abril de 2011)
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Com este resultado:
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"Exportações aumentam facturação da Efapel no primeiro semestre" (Setembro de 2011) (Interessante o crescimento das exportações para Espanha em 28% durante o primeiro semestre... então!? Um país em recessão e nacionalista?! Só mitos. Não é preciso correr mais do que o leão)
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"A EFAPEL, maior fabricante nacional de aparelhagem eléctrica de baixa tensão, registou, em 2011, uma faturação de 26.300.000,00 euros, o que representa um crescimento de dois por cento relativamente ao anterior exercício." (Fevereiro de 2012)

Sair do euro? Reflectir

À atenção dos que defendem a saída do euro como uma forma de promover as exportações:
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"Despite a 25 per cent devaluation of sterling, UK exports to Asia in the last three years have grown at a slower rate than those from Greece and Spain."


quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Nem de propósito!!!

Em "Os mercados existem para..." descrevi os pressupostos sobre os quais assenta o modelo da concorrência perfeita.
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Assumindo que os clientes são semelhantes, que as ofertas são semelhantes, que as empresas são semelhantes, que todos operam de forma racional, o preço é a variável crítica para ter sucesso.
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E quem é que tem o melhor preço? A melhor empresa!
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É o mundo da concorrência para ser o melhor.
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E o que é que Porter diz sobre esse objectivo?
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"Michael Porter on Why 'Best' Isn't the Right Goal"
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"The granddaddy of all [strategy] mistakes is competing to be the best, going down the same path as everybody else and thinking that somehow you can achieve better results."
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"really robust strategy is based, instead, on delivering unique value on both the customer side and the ‘supply’ side.
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In other words, if a company creates products or services that fulfill their customers’ needs in ways not available from others, and designs the organization to meet those needs in uniquely efficient and effective ways…that‘s good strategy. The key is envisioning and then figuring out how to serve your customer in ways that are substantively different from the competition, rather than simply trying to do what they do, but better (faster, cheaper, slightly better quality, etc.)."
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Nem de propósito!!!

Biologia e economia

Costumo escrever aqui sobre o paralelismo entre a biologia e a economia.
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Por isso, faz todo o sentido:
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"Estimating ecosystem services with ecological indicators"
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Por isso, cada vez mais uso "ecossistema da procura" em vez de cadeia da procura.

Problema ou atributo do modelo de negócio?

A propósito de "Riopele suspende produção por falta de pedidos" "onde se pode ler:
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A Riopele, uma das maiores têxteis nacionais, já parou a produção três dias desde o início do ano, recorrendo ao regime de adaptabilidade do horário de trabalho. José Araújo, dirigente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, revela ainda que a fabricante de tecidos de moda, que tem como clientes marcas de luxo internacionais como a Emporio Armani, Prada ou Tara Jarmon, também já avançou com um período de três dias de férias "por falta de encomendas".
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 "Há uns anos podiam-se fazer planeamentos seguros" das encomendas, explica, mas agora há que "ajustar a produção às circunstâncias do mercado". José Alexandre de Oliveira mostra-se confiante que, entre Maio e Junho, os trabalhadores da Riopele serão chamados a repor essas horas, pois esse é um período com um grande volume de trabalho. Neste momento, adiantou, "estão a chegar as encomendas e penso que estão a entrar a um ritmo satisfatório".
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O Diário Económico podia fazer um melhor trabalho se investigasse a situação, é um problema da Riopele ou de quem trabalha para o sector moda? É um problema, ou um facto que decorre do modelo de negócio adoptado?
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Se o Diário Económico visitasse agora as empresas de calçado que trabalham moda veria o mesmo, a actividade nos primeiros dois meses do ano é muito baixa.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Competitividade por tudo e por nada

Primeiro, ler o título "Grandes empresas estão a despedir para ganhar competitividade".
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Depois, ler o lead:
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"A crise toca a todos, é caso para se dizer, e as grandes empresas também despedem. Porque querem continuar competitivas. Mas há quem despeça por causa de dificuldades financeiras e quem o faça por uma questão de reorganização. A Unicer vai concentrar a produção de cerveja em Leça do Balio, desmantelando o que tem em Santarém. O Grupo Salvador Caetano “está a adaptar recursos” e a Soares da Costa vai voltar a despedir. A Novopca também vai emagrecer o quadro de pessoal. A Moviflor fecha em Famalicão e a MediaMarkt no Gran Plaza Porto."
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Algum dos exemplo mencionados é para ganhar competitividade? Talvez, talvez o da Unicer (embora não perceba como conjugar com a afirmação do seu administrador de que com mais meia-hora por dia aumentava a produtividade em 7%) (Aliás, IMHO, a Unicer e a SCC estão mais interessadas em competir entre si pelo volume de vendas do que em ganhar dinheiro).
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Todos os outros exemplos não são para ganhar competitividade, são para se adaptarem a um novo "normal", a um novo patamar de procura. Não é uma questão de competitividade, é uma questão de sobrevivência, não é para ganharem mais encomendas, é para se habituarem a viver com um mercado mais pequeno.
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Julgo que se usa a palavra competitividade por tudo e por nada e, por isso, muitas vezes é mal usada. Estes despedimentos não são para aumentar a taxa de sucesso das empresas, são para evitar que elas quinem.

Marketing em Mongo

"This is the rise of the Long Tail (Moi ici: Mongo) consumer. Along with the fragmentation of markets is coming the fragmentation of marketing. One-size-fits-all ads on broadcast media no longer influence consumers who aren’t watching that media or responding to messages that aren’t really aimed at them. In the inversion of power that has accompanied the rise of the user-driven Web—individuals trusted more, institutions trusted less—the most effective messaging comes from peers. Nothing beats word of mouth, and as we’ve seen, the Web is the greatest wordof-mouth amplifier the world has ever seen.
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The problem with fragmented markets and one-size-fits-one consumers is that there are, well, a lot of them. No company can create enough targeted messages to suit every potential niche where there might be demand for what they sell. And the best way to do something even close to that, Google’s targeted placement of text ads next to relevant content, is limited to text and stigmatized by being displayed under the “sponsored links” header.
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Instead, the best way to market to Long Tail consumers is to find out who is influencing them and focus your energies there. That starts with doing less messaging and more listening."
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Ainda ontem numa empresa falávamos disto, de nichos, de micro-marcas, e flanquear marcas incumbentes ... mais uma vez, qual o truque por detrás do sucesso da Chobani?
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"from a communications point of view, word of mouth- not just digital but also family-to-family helped spread the word as the Chobani distribution in turn moved from regional to national."
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"Chobani's success comes despite the product's hefty price tag, double that of many competitors."
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Quando o poder começa a aplicar imposto revolucionário

A propósito de "Associação da Restauração contra "novas taxas de índole turística" e recordando Maquiavel em "O Príncipe" no Capítulo XVI Da liberalidade e da Parcimónia:
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"A liberalidade [nos gastos] usada para que se espalhe a tua fama de liberal, não é virtude; se ela se pratica de modo virtuoso e como se deve, será ignorada e não escaparás da má fama de seu contrário. Deste modo, se desejar conservar entre os homens fama de liberal é preciso não omitir nenhuma demonstração de suntuosidade, de modo tal que. em tais condições, gastará sempre um príncipe, todas as suas rendas em semelhantes obras. E, finalmente, se desejar conservar essa fama, necessitará gravar o povo extraordinariamente, agir com crueldade no fisco e fazer tudo quanto se deve para ter dinheiro. Isso acabará  por torná-lo odioso aos olhos dos súditos e logo que estiver empobrecido, cairá na desestima dos outros; de modo que, a sua liberalidade tendo trazido prejuízo a muitos e benefícios a outros, o príncipe começa a sentir os primeiros revezes e está em perigo em qualquer circunstância que ocorra. Notando isso e desejando retrair-se, é o príncipe então alcunhado de avaro. Assim, portanto, não podendo usar dessa virtude sem prejuízo para si mesmo, de modo que seja conhecida, deve ele. sendo prudente, desprezar a pecha de avaro, pois, com o tempo, poderá demonstrar que é sempre mais liberal, pois verá o povo que a parcimônia do príncipe faz que lhe baste a sua receita, podendo defender-se dos que lhe movem guerra. e também atrever-se a empresas sem gravar o povo. e está deste modo sendo liberal para todos aqueles dos quais nada tira, que são muitos e avarento para aqueles aos quais nada dá, que são mui poucos. 
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Assim sendo, deve um príncipe gastar pouco para não se ver obrigado a roubar os seus súbditos; para poder defender-se; para não se tornar pobre, fazendo-se digno de desprezo; para não se ver obrigado à rapacidade; e pouco cuidado lhe dê a pecha de miserável; porque esse é um dos defeitos que lhe dão possibilidade de bem reinar. 
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Gastar o seu próprio, isto sim, é mau. E não dá coisa que por si só se destrua, como a liberalidade, pois com seu uso contínuo vais perdendo a faculdade de usá-la e te fazer pobre e necessitado, ou, para escapar à pobreza, rapace e odioso. E dentre as coisas que um príncipe deve evitar para si é tornar-se necessitado ou odioso. E a liberalidade leva a uma ou outra coisa. Deste modo, pois, é mais prudente ter fama de miserável, a que acarreta má fama sem ódio, do que, para obter fama de liberal, ser levado a incorrer também na de rapace, o que constitui infâmia odiosa."
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Lembram-se de algum político português com fama de miserável?
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Eu lembro-me, acho que está no Guiness como um dos que mais anos esteve no poder...

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Sobre novos modelos de negócio

"Why should your business exist"

Os mercados existem para...

Minimizar os atritos nas trocas comerciais?
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Maximizar a eficiência nas relações comerciais?
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Quando olhamos para os pressupostos dum mercado onde existe a concorrência perfeita, apetece perguntar, como é possível acreditar em tal modelo?
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Parece que um mercado que segue o modelo da concorrência perfeita apresenta as seguintes características:
  • Grande número de vendedores e de compradores, incapazes de, isoladamente, influenciar o preço ;
  • Produtos homogéneos – não existe diferenciação entre os produtos oferecidos pelos vendedores. Os compradores podem, assim, adquirir o produto de qualquer vendedor, com poucos ou nenhuns sacrifícios associados à troca;
  • Não existem barreiras à entrada no mercado, sejam de ordem económica ou legal. Por exemplo, não existem direitos de propriedade ou patentes; 
  • Transparência do mercado – as informações sobre lucros, preços e quantidades são instantâneas e conhecidas por todos os participantes do mercado; 
  • Os compradores e os vendedores são “tomadores de preço”, sujeitam-se ao preço de mercado; 
  • Os vendedores procuram maximizar o seu lucro e os compradores a sua satisfação ou benefício e, para isso, agem de forma racional. 
  • O Estado não intervém – deixa o mercado regular-se através da chamada “mão invisível da concorrência”. Os preços são definidos pelo livre jogo da oferta e da procura. Assim, o equilíbrio seria sempre alcançado, no curto, no médio e no longo prazo. 
Só contaram para encalhado que continua a acreditar nisto.
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Será que os mercados existem para satisfazer clientes e consumidores, que não agem de forma racional?

Sintomas da transformação em curso

"Construção vai gerar “romaria de insolvências” até ao verão"
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Impressionante procissão de nomes... sintomas da transformação em curso.
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Por detrás de cada desempregado está uma pessoa concreta.
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Mas nunca devemos esquecer que o emprego não é um objectivo, o emprego é uma consequência.
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Reduzir artificialmente o desemprego, despejando dinheiro em sectores deprimidos ou novos sectores, supostamente,  promissores é repetir o erro que nos trouxe até aqui e desbaratar o esforço de transformação em curso.

domingo, fevereiro 19, 2012

Austeridade e o efeito no desemprego

Quando uma empresa que opera no sector de bens transaccionáveis encontra uma concorrência diferente, uma que tem uma vantagem competitiva e que vem ocupar o nicho que a primeira até então ocupava, começa a austeridade para a primeira.
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A primeira empresa tem de procurar um novo nicho, até lá, tem de de fazer austeridade, aprender a fazer diferente e com menos recursos.
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Há empresas que não conseguem encontrar o seu novo nicho a tempo e morrem. Há empresas que têm de encolher para serem mais ágeis e aprenderem a viver de forma diferente.
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As figuras deste postal, e desta série, ilustram essa evolução nos sectores portugueses do calçado, do têxtil e do vestuário e do mobiliário: traduzida na morte de empresas e no aumento do desemprego.
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Há medida que as empresas encontram o seu novo nicho, começam a ambientar-se e a acumular conhecimento, tácticas, truques e relações, e quando um novo "normal" se atinge, as empresas voltam a crescer. A partir do momento em que os novos truques para viver e prosperar no novo nicho são divulgados, e percebidos, as empresas começam a iterar nesse novo registo. Resultado: o emprego regressa, o desemprego diminui.
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Interessante verificar que na "Informação Mensal do Mercado do Emprego" de Janeiro de 2012 já se nota a diminuição do desemprego nos sectores do calçado, têxtil e vestuário, madeira e cortiça:
Interessante verificar o crescimento do desemprego no sector da metalurgia e metalomecânica num sector que no ano passado cresceu mais de 20% em exportações (excluindo veículos), ainda não se deu a reconversão do sector?

sábado, fevereiro 18, 2012

Acham isto normal?

Há coisas... esquisitas:
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Reparem:
Basta pesquisar um pouco na internet para perceber:
E perante este desempenho, o que é que leio?
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Acham isto normal?

É so o desfibrilhador e consequências da austeridade

Depois de "É só o desfibrilhador" e "Consequências da austeridade".
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"Crise lança produtores de frutas, legumes e flores nas exportações":
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"A crise económica nacional está a levar os produtores de frutas, legumes e flores a apostar nas exportações. Com o aumento do IVA, há quem preveja mais fugas ao Fisco." (Dezembro de 2010)
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Resultado:
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"As exportações portuguesas de frutas e legumes deverão atingir os mil milhões de euros este ano, prevê o presidente da Portugal Fresh, mostrando-se confiante na apetência dos mercados internacionais para superar a "recessão" do consumo interno."
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Depois, digam-me que a austeridade não serve para nada...
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E recordar Jaime Silva que pregava:
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""Questionado pelo Expresso, o Ministério da Agricultura explicou, por escrito, que "as fileiras estratégicas são aquelas que, tendo elevado potencial de desenvolvimento sustentado, associado a factores de mercados (competitividade), climáticos, ambientais e naturais, se encontram num nível de aproveitamento insuficiente face às suas potencialidades."
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E re-saudá-lo.

Acerca de Mongo

Ontem à tarde Joseph Pine II, autor de livros que me ajudaram a percepcionar o mundo de forma diferente, escreveu no Twitter algo que logo me fez recordar Mongo:
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"My plan for American manufacturing jobs: shift from mass producing to mass customizing goods close to the customer. Problem solved."
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À noite, li este artigo na mesma onda "Don’t Mock the Artisanal-Pickle Makers".
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Será absurdo pensar na cidade de Nova York como uma referência para pistas sobre a evolução do futuro?
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"Brooklyn, ground zero of the artisanal-food universe, where competition is intense."
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O meu conselho de há muitos anos, para qualquer sector de actividade:
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"Like many successful entrepreneurs in the United States, Woehrle followed what seems like an ancient business model: making things by hand. He rejected the high-volume, low-margin commodity business in which ConAgra and Pepsi­Co compete against each other with their Slim Jim and Matador jerky products. Instead, Kings County found a niche in which engaged consumers will pay a premium for a specialty product." (Moi ici: É o já tradicional "Trabalhar para aumentar preços" à custa de mais valor potencial percepcionado pelos clientes-alvo. Enquanto isso, os encalhados da tríade só pensam na redução de custos para reduzir preços)
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Contrary to popular belief, the revival of craft manufacturing isn’t just a fad for Brooklyn hipsters. (Woehrle resists the term. His beard is too short, he says.) Jason Premo, an entrepreneur I recently met in Greenville, S.C., is also studying the unmet needs of his customers and carefully making the things they most value, albeit on a more industrial scale. Premo, a former corporate manager, learned that many large companies faced challenges getting their hands on precision parts (like rocketry propulsion housings for ICBMs or rotor hardware for Black Hawk helicopters) that must be made of high-performance metal alloys and cut to exacting standards. So he and a partner bought a tiny metal-machining shop, invested in some precision machines and hired a few advanced machining experts.  (Moi ici: Este sublinhado tem a sequência certa: descobrir um cliente-alvo, perceber o que lhes faz falta, oferecer uma proposta de valor e criar o mosaico de actividades capaz de oferecer a proposta) Their company, Adex Machining Technologies, now has contracts with Boeing and G.E.
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It’s tempting to look at craft businesses as simply a rejection of modern industrial capitalism. But the craft approach is actually something new — a happy refinement of the excesses of our industrial era  (Moi ici: Isto é o que encalhados da tríade não percebem e que expus aqui e aqui) plus a return to the vision laid out by capitalism’s godfather, Adam Smith. One of his central insights in “The Wealth of Nations” is the importance of specialization. When everyone does everything — sews their own clothes, harvests their own crops, bakes their own bread — each act becomes inefficient, because generalists are rarely as quick or able as specialists.
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As other countries move into mass production, the United States, even in the depths of economic doldrums, has a level of wealth that translates to fewer people willing to do dreary, assembly-line work at extremely low wages. More significant, we’re entering an era of hyperspecialization.  (Moi ici: Recordar aquele subtítulo "Concentrar uma organização no que é essencial"Huge numbers of middle-class people are now able to make a living specializing in something they enjoy, including creating niche products for other middle-class people who have enough money to indulge in buying things like high-end beef jerky.  (Moi ici: É Mongo em todo o seu esplendor a caminho da sociedade de prosumers, a caminho de uma sociedade mais diversa, mais resiliente, mais povoada de pequenas empresas, mais povoada de empreendedores...)
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When it comes to profit and satisfaction, craft business is showing how American manufacturing can compete in the global economy. Many of the manufacturers who are thriving in the United States (they exist, I swear!) have done so by avoiding direct competition with low-cost commodity producers in low-wage nations.  (Moi ici: Ei! Encalhados! Aprendam que eu não duro sempre! Eheheh longe das folhas de cálculo e directo à capacidade de ter paixão pelo que se faz!!!Instead, they have scrutinized the market and created customized products for less price-sensitive customers
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As our economy recovers, there will be nearly infinite ways to meet custom needs at premium prices. (Moi ici: Daí o já ter incluído aqui no blogue, tantas vezes, aquele excerto do filme em que Dave diz "Something is going to happen. Something wonderful!")
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The transition to an increasingly craft-centered economy will not be without agony. Woehr­le and Premo succeeded because both had access to investors and the innate ability to segue from the salaried confines of corporate life to a much riskier, entrepreneurial world. A craft economy is far less stable: those who succeed this year may fail the next, as their once-unique products become commodities made cheaply overseas. (Moi ici: Eu escreveria, uma economia mais resiliente, assente em empresas menos estáveis, mas mais resiliente por causa da quantidade, da diversidade e da reduzida dimensão de cada empresa em particular) Still, this new world seems, to some extent, inevitable. Instead of rolling our eyes at self-conscious Brooklyn hipsters pickling everything in sight, we might look to them as guides to the future of the American economy. Just don’t tell them that. It would break their hearts to be called model 21st-century capitalists."
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Um artigo que é um autêntico resumo da pregação deste blogue.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

O aumento da produtividade

Ouvimos, há décadas, afirmações sucessivas de que a nossa indústria tem de ser mais competitiva e tem de ser mais produtiva.
Convenhamos que ter este nível de produtividade não é nada saudável (fonte OCDE).
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Muitas vezes fico com a impressão de que quem fala sobre a produtividade do país julga que a mesma é como um bloco homogéneo. Para esses, aumentar a produtividade é como fazer avançar um pistão de uma câmara.
Para muitos ignorantes, aumentar a produtividade passa por pôr as pessoas a correr mais depressa, a não serem tão preguiçosas, a produzirem mais depressa. Mas será que faz sentido produzir mais depressa algo que não seduz clientes?
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Numa qualquer economia, a produtividade não tem uma distribuição homogénea. E mais, pode mesmo defender-se:
"Protecting inefficient firms from going under is a major reason for lower European productivity." (Tanto dinheirinho do Estado aplicado a adiar o inevitável há mais de uma década...)
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Parece que, para fazer subir a produtividade de uma economia, há que deixar cair as empresas menos produtivas. E volto sempre a Maliranta:
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"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." (Esta é a conclusão dos finlandeses, aumentar a produtividade não passa pela mudança dos trabalhadores, passa pela renovação das empresas)
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A que é que assistimos desde a chegada da China à arena da globalização?
  • empresas pouco produtivas, de capital nacional, morreram por falta de encomendas, ou por perderem dinheiro com as encomendas que aceitaram;
  • empresas muito produtivas, de capital estrangeiro, baseadas na eficiência pura e dura, assentes na escala, fecharam por causa da deslocalização . Os donos do capital transferiram as unidades produtivas para a Ásia ou até mesmo para Marrocos.
  • empresas que deram a volta por cima e aumentaram a sua produtividade
Nesta série, mostrámos, a título de exemplo, como a produtividade subiu no calçado, no têxtil e no mobiliário:
O preço pagou-se no encerramento de muitas empresas:
E no aumento do desemprego:
O resultado foi este: uma indústria exportadora cada vez mais competitiva.
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Hoje em dia o emprego volta a crescer no calçado "Calçado tem 1.500 vagas e até aumenta salário a quem trouxer gente", volta a crescer no têxtil " Exportadora não cresce por falta de especialistas" (recordar: "Não é impunemente que se diz mal") e volta a crescer noutros sectores exportadores.
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No entanto, estes sinais são abafados pelo que se passa na economia dos funcionários públicos, reformados e pensionistas, e na economia dos bens não-transaccionáveis. A maior parte dos portugueses vive nestas duas economias, e só agora, com a austeridade, é que elas vão começar a sofrer a transformação por que passou a economia de bens transaccionáveis.
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Reparem:
  • construção;
  • comércio;
  • restauração;
  • educação;
  • imobiliário; 
  • serviços;
  • ...
Claro que o facto da maioria do crescimento do emprego se dar a Norte, longe de Lisboa e das sedes dos media tradicionais também ajuda a esconder esta realidade.

Que oportunidades?

"It’s the Jobs-to-Be-Done, Stupid!"
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Excelente artigo!!!
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Útil para quem, em plena crise, não fica à espera da oportunidade e prefere criar a sua própria oportunidade.
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Útil para mostrar onde está o ponto fraco dos incumbentes e, onde se pode criar uma testa de ponte.
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Quais são as tarefas, as actividades que as pessoas precisam que sejam desempenhadas? As mudanças em curso, se fecham as oportunidades a uns, podem abrir oportunidades a outros.
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Outros, que sejam capazes de visualizar a realidade de forma diferente.
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Por que é que isto tem de ser encomendado à Suécia e fabricado na Turquia... (btw, a qualidade podia ser melhor)

Desemprego

A propósito deste gráfico sobre a evolução do número de desempregados:
Talvez fizesse sentido perceber de onde vêm, pelo menos desde a última aceleração.
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Onde é que se constituíram empresas nos últimos anos?
Comércio, construção, imobiliário, educação...
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Onde está a incidir a austeridade?
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Sobre o mercado interno.
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Onde actuam aqueles 4 sectores?
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Tem alguma coisa a ver com competitividade?
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"Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo." (Junho de 2011)


quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Uma lição sobre a guerra das prateleiras, aprendam!!!

Ao longo dos anos tenho reflectido sobre a guerra das prateleiras.
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A distribuição é dona da prateleira e, quase sempre faz uso do seu poder sobre os fabricantes que têm uma marca. A ameaça mais importante é substituir a marca do fabricante pela marca do distribuidor.
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Por cá, a associação Centromarca tenta reagir contra este poder pedindo o apoio do Estado.
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Ao longo dos anos o meu conselho nunca muda. A única forma de fazer frente ao poder do dono da prateleira é seduzir aquele que manda no dono da prateleira, o consumidor!!!
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Como?
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Reforçando a marca!!! Seguir o exemplo da frangos Purdue.
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Aqui vai uma lista curta:

Escrevo tudo isto por causa deste artigo "CPG Marketing Trends: The Power of Walmart vs. the Power of Brands".
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Primeiros os números que impressionam e ilustram o poder da WalMart. Depois, isto:
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"Size is why Walmart has the power with its vendors today. So unless you are an equally powerful brand, what hope do you have; especially with the growth of Walmart private label? If you asked this question three months ago the answer would have been “not much.” Walmart was reducing brands and SKUs to make way for more private label on the shelf. One Wall Street estimate is that private label could grow to 40% at Walmart. That does not leave much hope for smaller challenger brands.
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That is, not much hope from Walmart’s perspective. But let’s remember Sam Walton’s famous quote, “There is only one boss. The customer. And he can fire everybody in the company from the chairman on down, simply by spending his money somewhere else.”
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And it looks like Walmart is listening. Walmart is bringing back 300 SKUs to its stores. Since removing the SKUs, Walmart has experienced sales declines in some categories and store traffic has also declined.
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I know many challenger brands are certainly concerned about the expansion of private label. Credit Walmart for making the right decision in terms of customer satisfaction and give even more credit to the challenger brands who have created such a loyal following that consumers would shop someplace else in order to buy the brand."